Apresentação Guilherme Radomsky CBA-Agroecologia 2013
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Guilherme F.W. Radomsky
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
No âmbito acadêmico, as últimas décadas passaram a destacar consumo como processo potencialmente transformador ◦ A tendência anterior enfatizava a produção
◦ Consumo
Distinção social
Atitudes morais
Mudanças na esfera da produção
Questões espaciais:
Vínculos territoriais
Circuitos curtos de comercialização ◦ Existência de diferentes rotas e relações
◦ Impérios alimentares (Ploeg) x economias de proximidade
◦ Economias regionais, cultura e relações simbólicas
◦ Economias de qualidade
Vínculos extra-territoriais
Rotas de produtos e formatos de reconhecimento e garantia
- selos e certificações encurtam redes em razão da proximidade simbólica e reconhecimento entre produtores e consumidores
- conexões espaciais entre distintos territórios
Tendência a indicar o mercado de orgânicos e ecológicos como alternativos
Tratamento do consumo (alimentos ecológicos/comércio justo) sob a ótica da conscientização, da cidadania e do civismo (Stewart Lockie; P. Allen).
Estudos críticos sobre nicho de mercados (C. Hinrichs; feiras, F. Portilho), certificações para orgânicos e para comércio justo (Renard, 2005; outros) e da política do localismo (D. Goodman).
Debate sobre convencionalização se torna mais expressivo ◦ Crítica às premissas do “alternativo”
Estudos sobre orgânicos e agronegócio ◦ Entrada significativa nas cadeias longas,
supermercados
Limites e dilemas das certificações
Diferenciação dos consumidores de alimentos ecológicos
No Brasil se pode falar de diversidade de consumidores, mas no âmbito dos ecológicos também?
Menos expressivo no Brasil (mais no hemisfério norte)
◦ O avesso da convencionalização?
◦ Nos últimos anos, mercados de ecológicos se tornam mais maduros (Lund et al., 2013)
Mercados maduros mercados mais racionalizados ◦ Oferta mais expressiva e utilização dos canais
convencionais
◦ Se uma possível novidade da relação produção- consumo ecológico é que o consumidor se torna agente ativo, o “agronegócio do orgânico” parece facilitar a vida deste mesmo consumidor.
Conflitos que disputam tipos de consumidor e impõem formatos de como as relações sociais devem ser.
Imersão, enraizamento e relações sociais
Construções sociais e históricas
Espaços de encontro e sociabilidade
Feiras e grupos de compras coletivas: mobilização dos consumidores ◦ Em questão: a passividade do consumidor
Oposição orgânicos x ecológicos nas feiras
◦ É possível um consumidor que procure mais que
produtos?
Valores sociais, simbólicos e comunitários
Vínculos duradouros
Apoio ao agricultor
Autenticidade, tipicidade
Tensão:
◦ Consumidor “ego-trip” (Guivant, 2003)
Individualismo, estética corporal, saúde
◦ Consumidor preocupado com formatos produtivos, sustentabilidade e formas sociais no campo.
Sinalização como fator importante para consumo (Douglas e Isherwood).
Feiras ecológicas utilizam com mais intensidade os “marcadores”? cartazes, folders, símbolos e outros signos de distinção.
Rede Ecovida de Agroecologia
Produtor e consumidor: Comunidade imaginada
Feiras -> centrais nas experiências dos agricultores e dos consumidores
Proposta de ser um formato paralelo às feiras da cidade; ◦ Incluir municípios nos arredores (aspecto menos
localista).
Problemas e dilemas ◦ Quem assume riscos iniciais do formato? ◦ Comparando-se às feiras, agricultor deve aumentar
ou diminuir preços dos alimentos?
Grupo ou associação? loja ou cooperativa?
Consumidores ecológicos
grupo seleto, mas muito focado e ativo.
papel dos mediadores ativo e engajado no âmbito dos consumidores ◦ Crucial para a iniciativa (pessoas com
experiência, trajetória...)
Produção-consumo: local e em rede
◦ Consumidores: certificar para si e para outro
◦ Reciprocidade: outros consumidores (território distinto) certificam alimentos para mim.
produção/consumo local é insuficiente: expandir a rede em conexões de sentido (ecológico e economia solidária).
Consumidores conhecedores do tema:
- solicitação dos selos da Ecovida em todos os produtos
Dificuldades ◦ Organização inicial
◦ Problema da escala (transporte e trabalho para
poucos consumidores não convém).
◦ Tentativas de articulação com efeito em cascata [trabalho contínuo de “animação”]
◦ Apostar no formato:
- feiras nunca foram superadas: relações face-a-face, frescor dos alimentos, confiança e rotina, rastreabilidade e 'certificação' (origem produtor).
Em questão para consumidores ecológicos do grupo:
◦ Proximidade/confiança
◦ Pureza
◦ Sabor/qualidade
◦ Dimensão social da relação que escapa das rotas comerciais das grandes cadeias
◦ Coletivo vs. individual no consumo
alimentação como algo que se dá importância ou não no mundo e no Brasil?
-- atitudes individualistas (corporais, estéticas) vs. sociais, de convivência.
Ruralidade, produção e agricultura ecológica? rural narrado, imaginado, mas mercantilizado.
Tradições, tipicidade, sabor.
Consumo, economia (reciprocidade) e mudança social