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Apostila de Metodologia Científica

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  • FACULDADE TEOLGICA INTEGRADA

    ROSELY PEREIRA PONTES DE OLIVEIRA

    Organizadora

    KARINE JAMILLE ROCHA DE MORAES

    EDILCIA LIRA TURIANO

    HILGERLY GOMES ALVES

    APOSTILA DE METODOLOGIA CIENTFICA

    ORIENTAES SOBRE O TCC

    RECIFE

    2012

  • 2

    A REVOLUO CIENTFICA

    Admite-se de maneira geral que o sculo XVII sofreu e realizou uma radicalssima

    revoluo espiritual de que a cincia moderna ao mesmo tempo a raiz e o fruto. Essa

    revoluo pode ser descrita, e foi de vrias maneiras diferentes. Assim, por exemplo, alguns

    historiadores viram seu aspecto mais caracterstico na secularizao da conscincia, seu

    afastamento de metas transcendentes para objetivos imanentes, ou seja, a substituio da

    preocupao pelo outro mundo e pela outra vida pela preocupao com esta vida e este

    mundo. Para outros autores, sua caracterstica mais assinalada foi a descoberta, pela

    conscincia humana, de sua subjetividade essencial e, por conseguinte, a substituio do

    objetivismo dos medievos; outros ainda creem que o aspecto mais destacado daquela

    revoluo ter sido a mudana de relao entre teoria e prxis, o velho ideal da vita

    contemplativa cedendo lugar ao da vita activa. Enquanto o homem medieval e o antigo

    visavam pura contemplao da natureza e do ser, o moderno deseja a dominao e a

    subjugao.

    Tais caracterizaes no so de nenhum modo falsas e, certamente, destacam alguns

    aspectos bastante importantes da revoluo espiritual ou crise do sculo XVII, aspectos

    nos so exemplificados e revelados, por exemplo, por Montaigne, bacon, Descartes ou pela

    disseminao geral do ceticismo e do livre pensamento.

    Em minha opinio, no entanto, esses aspectos concomitantes e expresses de um

    processo mais profundo e mais fundamental, em resultado do qual o homem, como s vezes

    se diz, perdeu seu lugar no mundo ou, dito talvez mais corretamente, perdeu o prprio mundo

    em que vivia e sobre o qual pensava, e teve de transformar e substituir no s seus conceitos e

    atributos fundamentais, mas at mesmo o quadro de referncia de seu pensamento.

    Pode-se dizer, aproximadamente, que essa revoluo cientfica e filosfica de fato

    impossvel separar o aspecto filosfico do puramente cientfico desse processo, pois um e

    outro se mostram interdependentes e estreitamente unidos causou a destruio do Cosmos,

    ou seja, o desaparecimento dos conceitos vlidos, filosfica e cientificamente da concepo

    do mundo como determinava a hierarquia e a estrutura do ser, erguendo-se da terra escura,

    pesada e imperfeita para a perfeio cada vez mais exaltada das estrelas e das esferas

    celestes), e a sua substituio por um universo indefinido e at mesmo infinito que mantido

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    coeso pela identidade de seus componentes e leis fundamentais, e no qual todos esses

    componentes so colocados no mesmo nvel do ser. Isto, por seu turno, implica o abandono,

    pelo pensamento cientfico, de todas as consideraes baseadas em conceitos de valor, como

    perfeio, harmonia, significado e objetivo, e, finalmente, a completa desvalorizao do ser, o

    divrcio do mundo do valor e do mundo dos fatos.

    ARANHA, Maria Lcia de arruda; MARTINS, Maria helena Pires. Filosofando: introduo

    filosofia. 3 ed. Revista. So Paulo: Moderna, 2003. p. 182-183.

    REFLETINDO SOBRE O TEXTO

    O texto apresentado refere-se revoluo cientfica ocorrida em torno do sculo XVII.

    Nesse aspecto, observamos uma radical mudana na concepo de cincia e pensamento dos

    antigos para os modernos. Mediante a leitura do texto, poder-se- destacar algumas

    caractersticas como sendo prprias do pensamento antigo como tambm as que representam

    o pensamento moderno. E, quanto revoluo cientfica citada, poderamos admitir que de

    acordo com o texto gera uma revoluo social. Delineie seu pensamento a esse respeito.

    Todo o conhecimento cientfico-natural cientfico-social. Sendo uma revoluo cientfica que ocorre

    numa sociedade ela prpria revolucionada pela cincia, o paradigma a emergir dela no pode ser apenas um

    paradigma cientfico (o paradigma de um conhecimento prudente), tem de ser tambm um paradigma social( o

    paradigma de uma vida decente).

    Boaventura de Souza Santos

    O professor Mximo Augusto Campos Masson (2004) comenta em seu texto a respeito

    das relaes entre a produo do conhecimento cientfico e as sociedades em que as cincias

    modernas foram produzidas sobre a possibilidade de se obter um conhecimento que sasse da

    esfera da f e revelao sobrenatural. Foi uma conquista que se aspirou desde os sculos XVI

    e XVII, mas que se obteve no af da revoluo cientfica, no sculo VXIII, no auge do

    iluminismo e posteriormente, no sculo XIX quando as cincias se afirmaram

    , pois somente a cincia que passou a ser a detentora da verdade.

    A partir da Reforma Protestante houve uma perda contnua da fora poltica das

    Instituies Religiosas, a despeito das igrejas catlicas em alguns pases como Itlia, Espanha

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    e Portugal terem r

    sagrado como instncia de definio da autoridade legtima, seja em assuntos de ordem

    A partir de ento, a Igreja como a nica conhecedora da verdade, passava agora da

    esfera pblica ao lado do Estado para o mbito do privado. A f se tornava um movimento de

    ordem totalmente pessoal, deixando de ser um dever poltico.

    Novos rumos a modernidade explicita como a de considerar somente uma verdade se

    que estabelece que o conhecimento deve ser obtido atravs de

    meios racionais; visto a racionalidade moderna compreender que o conhecimento tradicional

    De maneira que,

    tanto as doutrinas teolgicas como as tradies do senso comum so consideradas

    ultrapassadas.

    O conhecimento cientfico vai alm do senso comum, pois esse um conhecimento

    limitado, que no vai alm, permite-se ater-se a eles e, nada mais. Contrape-se, porm, a

    cincia, quando concebe um saber objetivo, neutro, no permitindo a interveno de valores

    morais e outros preconceitos. A cincia parte de um fato observado, e procura racionalizar a

    experincia delineando a partir de ento uma pesquisa cientfica; numa perspectiva em que as

    afirmaes m na deduo e so comprovadas pela experincia sistematicamente

    controlada ioriza essa percepo dos fatos atravs da pesquisa.

    E o que Pesquisa? No a pesquisa uma atividade voltada para a soluo de

    problemas

    baseados no

    raciocnio lgico, que tem por objetivo encontrar solues para os problemas propostos

    A pesquisa pura (bsica) tem a finalidade de pura satisfao do desejo de adquirir

    conhecimentos, sem que haja uma aplicao prtica prevista. J a pesquisa aplicada os

    conhecimentos adquiridos so utilizados para aplicao prtica voltados para a soluo de

    problemas concretos da vida moderna.

    Os tipos de Pesquisa classificam-se quanto rea da cincia em pesquisa (terica,

    metodolgica, emprica e prtica). Quanto natureza (trabalho cientfico original e resumo de

    assunto). Em relao aos objetivos (pesquisa exploratria, descritiva, e explicativa). J aos

    procedimentos (pesquisa de campo e de fonte de papel). Quanto ao objeto (pesquisa

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    bibliogrfica, de laboratrio e de campo). Na forma de abordagem deve ser (pesquisa

    quantitativa e qualitativa).

    MODALIDADES DE PESQUISA

    . Exploratria:

    Seu objetivo a caracterizao inicial do problema, sua classificao e de sua

    definio. Constitui o primeiro estgio de toda pesquisa cientfica.

    . Terica:

    Tem como objetivo ampliar generalizaes, definir leis mais amplas, estruturar

    sistemas e modelos tericos, relacionar e enfeixar hipteses.

    . Aplicada:

    Tem como objetivo investigar, comprovar ou rejeitar hipteses sugeridas pelos

    modelos tericos.

    . Pesquisa de Campo:

    a observao dos fatos tal como ocorrem. No permite isolar e controlar as

    variveis, mas perceber e estudar as relaes estabelecidas.

    . Experimental:

    Objetiva criar condies para interferir no aparecimento ou na modificao dos fatos,

    para poder explicar o que ocorre com fenmenos correlacionados.

    Observao:

    A Pesquisa Experimental: So investigaes de pesquisa emprica que tm como

    principal finalidade testar hipteses que dizem respeito a relaes de causa e efeito. Tem

    como objetivo verificar hipteses de pesquisa procura de generalizaes empricas, pode ser

    realizada no laboratrio e no campo: a pesquisa de laboratrio: utilizada para testar hipteses

    relacionadas a teorias como a pesquisa de campo: empregada em estudos que visam avaliar

    aes ou interferncias realizadas no mbito social. o caso, por exemplo, de estudos que

    procuram avaliar a eficcia de programas ou de tcnicas adotadas para auxiliar indivduos ou

    instituies.

    . Bibliogrfica:

    Recupera o conhecimento cientfico acumulado sobre um problema.

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    TIPOS DE PESQUISA: QUANTO AOS OBJETIVOS

    . Pesquisa exploratria

    - Proporcionar maior familiaridade com o problema

    - Levantamento bibliogrfico ou entrevista

    - Pesquisa bibliogrfica ou estudo de caso

    toda pesquisa que busca constatar algo num organismo ou num fenmeno. Ex.: Saber como

    os peixes respiram

    . Pesquisa descritiva

    - Fatos so observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem

    interferncia do pesquisador.

    - Uso de tcnicas padronizadas de coleta de dados (questionrio e observao

    sistemtica).

    . Pesquisa explicativa

    - Identificar fatores determinantes para a ocorrncia dos fenmenos;

    - Cincias naturais mtodo experimental; cincias sociais mtodo observacional.

    TIPOS DE PESQUISA: QUANTO FORMA DE ABORDAGEM

    . Pesquisa quantitativa

    - Traduz em nmeros as opinies e informaes para serem classificadas e analisadas

    - Utilizam-se tcnicas estatsticas

    . Pesquisa qualitativa

    - descritiva

    - As informaes obtidas no podem ser quantificveis

    - Os dados obtidos so analisados indutivamente

    - A interpretao dos fenmenos e a atribuio de significados so bsicas no processo

    de pesquisa qualitativa.

    Observao: mtodos quantitativos e qualitativos

    Os mtodos quantitativos e qualitativos apresentam duas formas distintas de se

    adquirirem novos conhecimentos no tratamento dos dados coletados, sendo a pesquisa

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    caractersticas

    .

    A pesquisa qualitativa mais direcionada aos aspectos sociais visualizando,

    normalmente, aos problemas sociopolticos, econmicos, culturais, educacionais e

    particularidades que no so quantificveis.

    iva segue um caminho

    de investigao mais complexa que se detm em algumas caractersticas especiais, como ser

    uma pesquisa que:

    1. Deve manter uma relao direta com o ambiente que est sendo pesquisado. Por

    exemplo: se o tema for excluso escolar, faz-se necessrio est a par de todo o

    cotidiano escolar;

    2. Dar mais nfase ao processo da pesquisa mais do que os resultados;

    3. Ausncia de hipteses rgidas;

    4.

    pessoas do s coisas e sua

    numa pesquisa qualitativa.

    A Pesquisa quantitativa divide a realidade em unidades passveis de mensurao,

    estudando-as isoladamente. esttica, como uma fotografia, mostra com preciso a

    frequncia, a durao e a intensidade dos fatos concretos observados. Ora, pergunta-se: H

    algum problema com esses dados?

    O problema que os dados se restringem a um determinado momento, no sendo

    suficiente, por exemplo, a uma pesquisa na rea da educao, visto nem sempre fornecer

    respostas sobre a lgica do seu processo interno.

    uma pesquisa qualitativa, pode-se recorrer a dados quantitativos para melhor anlise do tema

    em estudo e vice-

    (OLIVEIRA, 2005 p. 40). E, na abordagem de metodologia, esses mtodos de pesquisa

    devem ser informados se forem utilizados.

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    ESTUDOS

    . Estudos Transversais:

    - Descrevem os indivduos de uma populao com relao s suas caractersticas

    pessoais e suas histrias de exposio a fatores causais suspeitos.

    . Estudo de caso controle:

    - Seleciona-se um grupo que tem uma caracterstica de interesse e se compara com

    outro grupo que no possui essa caracterstica.

    Estudo de Caso

    um estudo realizado com grande profundidade objetivando adquirir o maior nmero

    de informaes sobre uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas. pertinente atentar para

    a no permisso de generalizaes. Como afirma Almeida (1996, p. 106), o estudo de caso

    consiste em coletar e analisar informaes sobre um determinado indivduo, famlia, grupo

    ou comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da

    pesquisa.

    Normalmente, o pesquisador detm-se em analisar fatos evidentes, que so adquiridos

    em diversas fontes, especialmente os que so vindos das experincias reais, concretas

    vivenciadas no cotidiano dos seres humanos. Esse tipo de pesquisa requer muito

    desprendimento de tempo, de ateno, pois ser um mergulhar no profundo do objeto da

    pesquisa. Para determinadas investigaes bem pertinente delinear-se no estudo de caso.

    na pesquisa, portanto, que se utilizam diferentes instrumentos para se chegar a uma

    resposta mais precisa na investigao do problema, sendo que o instrumento ideal dever ser

    estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. A elaborao, portanto, deste

    o re

    visando definio dos rumos a serem adotados de acordo com a natureza especfica do seu

    estudo, facilitando seu trabalho futuro.