Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)
-
Upload
marcellocruz -
Category
Documents
-
view
1.509 -
download
6
Transcript of Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)
Universidade do Sul de Santa Catarina
PalhoçaUnisulVirtual
2009
Metodologia para Estudo de Caso
Disciplina na modalidade a distância
4ª edição revista e atualizada
livro.indb 1livro.indb 1 22/12/2008 14:33:4122/12/2008 14:33:41
CréditosUnisul - Universidade do Sul de Santa CatarinaUnisulVirtual - Educação Superior a Distância
Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 - Cidade Universitária Pedra Branca Palhoça – SC - 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 E-mail: [email protected] Site: www.virtual.unisul.br
Reitor UnisulGerson Luiz Joner da Silveira
Vice-Reitor e Pró-Reitor AcadêmicoSebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da ReitoriaFabian Martins de Castro
Pró-Reitor AdministrativoMarcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira
Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni
Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter
Campus UnisulVirtualDiretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual
Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt
Biblioteca Soraya Arruda Waltrick
Capacitação e Assessoria ao DocenteAngelita Marçal Flores (Coordenadora)Caroline Batista Cláudia Behr ValenteElaine SurianPatrícia Meneghel Simone Andréa de Castilho
Coordenação dos CursosAdriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Bernardino José da SilvaCharles CesconettoDaiane Teixeira (auxiliar) Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Fabiana Lange Patrício (auxiliar) Fabiano Ceretta
Itamar Pedro BevilaquaJairo Afonso Henkes João Kiyoshi OtukiJorge Alexandre Nogared CardosoJosé Carlos de Oliveira NoronhaJucimara Roesler Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Marciel Evangelista CatâneoMaria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (auxiliar) Mauro Faccioni FilhoMichelle Denise D. L. Destri Moacir Fogaça Moacir Heerdt Nazareno MarcineiroNélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Raulino Jacó Brüning Rose Clér Estivalete BecheRodrigo Nunes Lunardelli
Criação e Reconhecimento de CursosDiane Dal Mago Vanderlei Brasil
Desenho Educacional Carolina Hoeller da Silva Boeing (Coordenadora)
Design InstrucionalAna Cláudia TaúCarmen Maria Cipriani Pandini Cristina Klipp de OliveiraDaniela Erani Monteiro WillFlávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Lucésia PereiraMárcia LochMarcelo Mendes de SouzaMichele CorrêaNágila Cristina HinckelSilvana Souza da Cruz Viviane Bastos
Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel
Avaliação da AprendizagemMárcia Loch (Coordenadora) Lis Airê FogolariSimone Soares Haas Carminatti
Design Visual Vilson Martins Filho (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro XavierAlice Demaria Silva Cristiano Neri Gonçalves RibeiroDiogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi
Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coordenador)Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar)
Gerência Acadêmica Márcia Luz de Oliveira
Gerência Administrativa Renato André Luz (Gerente)Marcelo Fraiberg MachadoNaiara Jeremias da RochaValmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa e ExtensãoMoacir HeerdtClarissa Carneiro Mussi
Gerência de Produção e LogísticaArthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)Ana Paula PereiraFrancisco Asp
Gestão DocumentalJanaina Stuart da CostaJosiane LealJuliana Dias ÂngeloLamuniê Souza Roberta Melo PlattRubens Amorim
Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coordenadora) Aracelli Araldi HackbarthDaiana Cristina BortolottiDouglas Fabiani da Cruz Edésio Medeiros Martins FilhoFabiana PereiraFernando Steimbach Letícia Cristina Barbosa Marcelo FariaMarcelo Jair RamosRodrigo Lino da SilvaSimone Perroni da Silva Zigunovas
Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers
Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador)Carlos Eduardo Damiani da SilvaGeanluca Uliana
Luiz Felipe Buchmann FigueiredoJosé Carlos Teixeira
Monitoria e Suporte Adriana SilveiraAnderson da SilveiraAndréia DrewesAndré Luiz PortesBruno Augusto Estácio Zunino Caroline MendonçaClaudia Noemi NascimentoCristiano DalazenEdnéia Araujo AlbertoFernanda FariasJonatas Collaço de SouzaKarla Fernanda Wisniewski DesengriniMaria Eugênia Ferreira CeleghinMaria Isabel AragonMaria Lina Moratelli PradoPoliana Morgana SimãoPriscilla Geovana PaganiRafael Cunha LaraTayse de Lourdes Cardoso
Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior
Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni Albuquerque (Secretária de Ensino) Andréa Luci Mandira Andrei RodriguesCarla Cristina Sbardella Djeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva BruchadoFylippy Margino dos SantosJames Marcel Silva Ribeiro Jenniffer Camargo Liana PamplonaLuana Tarsila Hellmann Marcelo José SoaresMicheli Maria Lino de MedeirosRafael BackRosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal
Secretária Executiva Viviane Schalata MartinsTenille Nunes Catarina (Recepção)
Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) André Luis Leal Cardoso JúniorJefferson Amorin Oliveira José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da SilvaRodrigo Battistotti Pimpão
livro.indb 2livro.indb 2 22/12/2008 14:33:4422/12/2008 14:33:44
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Metodologia para
Estudo de Caso.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem
autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e
adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância.
Por falar em distância, isto não signifi ca que você estará
sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina
também será acompanhada constantemente pelo Sistema
Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir
necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo,
pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
livro.indb 3livro.indb 3 22/12/2008 14:33:4522/12/2008 14:33:45
livro.indb 4livro.indb 4 22/12/2008 14:33:4522/12/2008 14:33:45
Marcelo José CavalcantiEnzo de Oliveira Moreira
PalhoçaUnisulVirtual
2009
Metodologia para Estudo de Caso
Livro didático
4ª edição revista e atualizada
Design instrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini
livro.indb 5livro.indb 5 22/12/2008 14:33:4522/12/2008 14:33:45
Edição – Livro Didático
Professor ConteudistasMarcelo José CavalcantiEnzo de Oliveira Moreira
Design InstrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini
Flavia Lumi Matuzawa(3ª edição revista e atualizada)
Assistente AcadêmicoMichele Antunes Corrêa
(4ª ed. revista e atualizada)
Projeto Gráfi co e CapaEquipe UnisulVirtual
DiagramaçãoHigor Ghisi Luciano
Pedro Teixeira(3ª edição revista e atualizada)
Adriana Ferreira dos Santos(4ª edição revista e atualizada)
Revisão Amaline Boulus Issa Mussi
Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
001.42C37 Cavalcanti, Marcelo José Metodologia para estudo de caso : livro didático / Marcelo José Cavalcanti, Enzo de Oliveira Moreira ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, [Flavia Lumi Matuzawa ; assistente acadêmico Michele Antunes Corrêa]. – 4. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2009.
168 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografi a.
1. Pesquisa. 2. Método de estudo de casos. I. Moreira, Enzo de Oliveira. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Matuzawa, Flavia Lumi. IV. Corrêa, Michele Antunes. V. Título.
Copyright © UnisulVirtual 2009
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
livro.indb 6livro.indb 6 22/12/2008 14:33:4522/12/2008 14:33:45
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
UNIDADE 1 Estratégias de Pesquisa Científi ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
UNIDADE 2 Estudo de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
UNIDADE 3 Etapas iniciais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
UNIDADE 4 Etapas fi nais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
livro.indb 7livro.indb 7 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
8
livro.indb 8livro.indb 8 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
Palavras dos professores
O desenvolvimento da Pesquisa Científi ca no Ensino
Superior é primordial para o aperfeiçoamento humano
e para a produção do conhecimento. Por essa razão, as
Instituições de Ensino Superior (lES) têm como uma de
suas fi nalidades produzir e sistematizar os saberes através da
produção científi ca por parte do corpo discente e do corpo
docente.
O estudo de caso tem caráter acadêmico-científi co.
Materializa-se com a escolha de um tema pelo acadêmico,
o qual irá desenvolvê-lo individualmente e mediante
acompanhamento do professor. A escolha do tema é de
extrema relevância. E, quanto mais específi co e delimitado o
assunto, mais signifi cativa será a produção científi ca.
Toda atividade de pesquisa refl ete o resultado de estudos
realizados e expressa, também, o grau de conhecimento do
acadêmico em relação ao assunto investigado.
Este livro objetiva oportunizar a padronização das regras
pertinentes ao desenvolvimento do Estudo de Caso.
Se, após a leitura e estudo deste livro, persistirem dúvidas
quanto à elaboração do Estudo de Caso, o professor deverá
ser consultado.
livro.indb 9livro.indb 9 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
livro.indb 10livro.indb 10 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo (a) no desenvolvi-
mento da Disciplina. Possui elementos que o (a) ajudarão
a conhecer o contexto da Disciplina e a organizar o seu
tempo de estudos.
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual
leva em conta instrumentos que se articulam e se
complementam, portanto a construção de competências
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das
diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:
o livro didático;
o EVA (Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem);
as atividades de avaliação (a distância, presenciais e
auto-avaliação);
o Sistema Tutorial.
Carga horária
60 horas-aula - 4 créditos.
Ementa
Tipos de pesquisa. Estudo de Caso: conceito, composição
estrutural e metodologia.
livro.indb 11livro.indb 11 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
12
Objetivos da disciplina
O objetivo deste livro é contextualizar o (a) estudante nas
atividades de pesquisa científi ca, através de metodologia
prático-refl exiva, com a apresentação de um roteiro que o
(a) auxilie na elaboração de seu projeto de pesquisa. Além
disto, nesta disciplina, o (a) estudante terá subsídios para
a execução da pesquisa e elaboração do relatório fi nal,
bem como acesso à padronização das regras pertinentes à
elaboração e desenvolvimento de um Estudo de Caso.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático
desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se
referem aos resultados que você deverá alcançar ao fi nal de
uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade defi nem
o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir
para o desenvolvimento de habilidades e competências
necessárias à sua formação.
Unidades de estudo: 4
UNIDADE 1 – Estratégias de Pesquisa Científi ca
Nesta unidade, serão apresentados alguns conceitos
norteadores a respeito de pesquisa científi ca e métodos
de pesquisa sob o viés da base lógica da investigação, da
fi nalidade da pesquisa e do delineamento da pesquisa.
UNIDADE 2 – Estudo de Caso
Nesta unidade, trabalharemos a defi nição de um estudo
de caso mais especifi camente, com detalhes sobre a
oportunidade de aplicação e as suas vantagens. Além disto,
apresentaremos os tipos e as etapas de um estudo de caso.
livro.indb 12livro.indb 12 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
13
UNIDADE 3 – Etapas iniciais de um relatório de pesquisa
A unidade 3 é contextualizadora, pois dá início à construção
do planejamento para o estudo de caso. Ela mostra os
primeiros passos para a elaboração do relatório e justifi ca a
sua aplicação.
UNIDADE 4 – Etapas fi nais de um relatório de pesquisa
Nesta unidade, serão apresentadas as formas de socializar
os resultados da aplicação do planejamento da pesquisa.
Aqui será mostrado como construir as etapas de aplicação,
apresentação, análise e sugestões do relatório fi nal da
pesquisa de estudo de caso.
livro.indb 13livro.indb 13 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
14
Agenda de atividades/ Cronograma
Verifi que com atenção o EVA, organize-se para acessar
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da
realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação
com os seus colegas e professor.
Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA.
Use o quadro para agendar e programar as atividades
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades
Demais atividades (registro pessoal)
livro.indb 14livro.indb 14 22/12/2008 14:33:4622/12/2008 14:33:46
UNIDADE 1
Estratégias de Pesquisa Científi ca
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você terá subsídios para:
conhecer os conceitos básicos sobre pesquisa científi ca e métodos de pesquisa;
saber diferenciar os métodos que proporcionam a base lógica da investigação, dos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa e dos que delineiam a pesquisa.
Seções de estudo
Seção 1 A Pesquisa Científi ca
Seção 2 O método de pesquisa
Seção 3 Métodos que proporcionam a base lógica da investigação
Seção 4 Métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa
Seção 5 Delineamento da pesquisa: meios de investigação
Seção 6 A pesquisa científi ca na UnisulVirtual
1
livro.indb 15livro.indb 15 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
16
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Provavelmente, você já realizou alguma pesquisa em sua
vida, formal ou até mesmo informal, e, também, já deve ter
percebido que, dependendo de como você planeje e execute a sua
pesquisa, pode ter resultados diferentes!!!! Muitos questionam
a importância da normatização, como o caso da ABNT, mas
poucos conseguem perceber que através da normatização
evitamos tendenciar uma pesquisa. A partir de agora, você irá
entrar no mundo da pesquisa científi ca e vai, na prática, montar
um projeto de pesquisa, para executá-lo na próxima disciplina em
seu curso.
- Vamos iniciar o estudo, então? Preparado(a)? Inicialmente você
estudará o que é Pesquisa.
Seção 1 - A pesquisa científi ca
Ao iniciar os estudos desta disciplina, é importante que você
contextualize nomenclaturas as quais vai utilizar ao longo do
estudo. Para seguir a trajetória que envolverá a produção de uma
pesquisa científi ca, é necessário entender o conceito de ciência.
Iniciamos, trazendo o conceito de Fachin (2001, p.15):
[...] se pode considerar a Ciência como uma forma de
conhecimento que tem por objetivo formular, mediante
linguagem rigorosa e apropriada – se possível, com
auxílio da linguagem matemática –, leis que regem os
fenômenos. Embora sendo as mais variadas, essas leis
apresentam vários pontos em comum: são capazes de
descrever séries de fenômenos; são comprováveis por meio
da observação e da experimentação; são capazes de prever
– pelo menos de forma probabilística – acontecimentos
futuros. [...]
Após entender o termo “CIÊNCIA”, você precisa também
contextualizar “CONHECIMENTO”, que pode ser entendido
como o conjunto de ferramentas conceituais e padrões usados
pelos seres humanos para criar, colecionar, armazenar e
compartilhar a informação.
livro.indb 16livro.indb 16 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
17
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
O conhecimento pode ser um refi namento de informações.
A ele está associada certa dose de inteligência, que é capaz de
fazer associações entre informações, experiências e conceitos, e
elaborar conclusões. Dutra (2003) nos diz que o conhecimento
serve para o ser humano enfrentar as agruras da natureza.
Relaciona o conteúdo retido pela mente humana (informação)
com sua aplicação à sua sobrevivência na natureza. Sendo assim,
relaciona-se o conhecimento com as inter-relações que os seres
humanos mantêm entre si para edifi car a sociedade onde vivem.
A partir desta introdução sobre CIÊNCIA e
CONHECIMENTO, podemos dizer que a “ciência gera
conhecimento”, concorda?
Mas, como isto acontece?
Para responder a esta questão, é interessante pensarmos que a
ciência gera o conhecimento explícito através da aplicação de
determinados métodos. São estes métodos que veremos, de forma
mais detalhada, na próxima seção.
Seção 2 - O método de pesquisa
Antes de apresentarmos formalmente o conceito, cabe expor uma
visão mais generalista sobre método, que pode se referir
à organização em que serão aplicados os processos
necessários para se atingir um objetivo; ou, ao
conjunto de regras aplicadas na investigação e na
demonstração de um fato.
Para Fachin (2003, p. 27), “método é um
instrumento do conhecimento que proporciona aos
pesquisadores, em qualquer área de sua formação,
orientação geral que facilita planejar uma pesquisa,
formular hipóteses, coordenar investigações, realizar
experiências e interpretar resultados”.
livro.indb 17livro.indb 17 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
O método pode ser considerado o trajeto a ser percorrido pelo pesquisador, no decorrer do desenvolvimento da pesquisa. Daí que, através do método pode-se descobrir a reiteração dos fatos, isto é, a repetição dos fatos em intervalos idênticos, perseguindo-se a observação da regularidade dos fenômenos, verifi car, inferir, explicar e generalizar o fenômeno e, então, transformá-lo em lei. O método tem uma estrutura técnica e uma operação mental. A primeira diz respeito aos vários métodos científi cos, denominados métodos e a segunda se refere aos métodos racionais, ou seja, a indução e a dedução.
A técnica é a maneira mediante a qual o pesquisador vai
percorrer o caminho de sua pesquisa. Assim, o método é estável;
as técnicas são variáveis, de acordo com o progresso tecnológico.
O método indica o que fazer e a técnica indica o como fazer. Em
suma, o método deve ser compreendido como a estratégia para se
auferirem resultados.
Não se inventa um método; ele depende, fundamentalmente,
do objeto da pesquisa. Os pesquisadores que alcançaram
êxito comprovado em suas investigações tiveram o cuidado de
registrar os “caminhos” percorridos e os meios que os levaram
ao cumprimento de seus objetivos. Seus registros, então,
possibilitaram a outros cientistas a análise de tais processos para
a comprovação, aprimoramento e reutilização dos “caminhos”
já percorridos. Assim, estes processos, empíricos no início,
foram transformados, com o passar do tempo, em métodos
comprovadamente científi cos, como nos mostra Gil (1999, p.27).
Muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração
de defi nir um método universal aplicável a todos os
ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e
os fi lósofos da ciência preferem falar numa diversidade
de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a
investigar e pela classe de proposições a descobrir. Assim,
pode-se afi rmar que a Matemática não tem o mesmo
método da Física, e que esta não tem o mesmo método
da Astronomia. E com relação às ciências sociais, pode-
se mesmo dizer que dispõem de grande variedade de
métodos. (GIL, 1999, p. 27).
livro.indb 18livro.indb 18 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
19
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
Para Cervo e Bervian (2002), o método científi co quer descobrir
a realidade dos fatos, e esses, ao serem descobertos, devem, por
sua vez, guiar o uso do método. Assim, o método científi co
segue o caminho da dúvida sistemática e metódica, que não se
confunde com a dúvida universal dos céticos, que é impossível.
Considerando-se o grande número de métodos científi cos, torna-
se conveniente classifi cá-los, concorda?
Assim, de acordo com a natureza específi ca de cada problema
investigado, estabelece-se a escolha de métodos apropriados
para atingir um fi m, que é o saber. Os métodos podem ser
classifi cados em três grandes grupos, conforme Gil (1999) e por
Vergara (2000): métodos que proporcionam a base lógica da
investigação, métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa e
delineamento da pesquisa: meios de investigação.
SEÇÃO 3 - Métodos que proporcionam a base lógica da investigação
Perceba que existem vários tipos de métodos na vasta bibliografi a
atual, referente à Metodologia Científi ca. Esta seção apresenta
os métodos que proporcionam a base lógica da investigação. Este
tipo de método trata dos procedimentos que serão aplicados no
processo de investigação cientifi ca dos fatos da natureza e da
sociedade. O ponto de partida deste método conta com um alto
índice de abstração, possibilitando aos pesquisadores inferir sobre
o alcance de sua investigação, as regras de explicação dos fatos e
da validade de suas generalizações. Apesar da abstração inicial, a
lógica na escolha dos procedimentos não deve ser leviana.
Para sucesso na escolha do tipo de base lógica correto,
apresentaremos, a seguir, os dois principais métodos.
Método dedutivo
É o método que parte do geral e, logo após desce ao particular.
Isto implica partir de princípios reconhecidos como verdadeiros
e indiscutíveis, possibilitando chegar-se a conclusões de maneira
formal, em virtude de sua lógica.
livro.indb 19livro.indb 19 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
O emprego do pensamento dedutivo acontece quando, segundo
Ruiz (1996, p. 139), “a partir de enunciados mais gerais dispostos
ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma
conclusão particular ou menos geral”. Ou seja, parte-se do geral
para o particular.
Este método é defendido pelos racionalistas – Descartes,
Spinoza, Leibniz –, pois, para eles, somente a razão é capaz de
conduzir ao conhecimento verdadeiro, cuja decorrência estaria
relacionada a princípios a priori evidentes e irrecusáveis.
Método indutivo
É o método inverso ao método dedutivo, pois parte do particular
e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho
de coleta de dados particulares. A indução, enquanto forma de
pensar contrária à dedução, implica “um processo de raciocínio
inverso ao processo dedutivo”, segundo Ruiz (1996, p. 139). A
indução parte de fatos singulares para fatos mais gerais, ou seja,
parte do particular para o geral.
No raciocínio indutivo, a generalização não deve ser a priori
buscada, mas apenas constatada a partir da observação de casos
concretos que confi rmem esta realidade. O método indutivo é
o método proposto pelos empiristas – Bacon, Hobbes, Locke
e Hume –, pois os mesmos consideram que o conhecimento é
fundamentado exclusivamente na experiência, desconsiderando
os princípios preestabelecidos.
Saiba mais
Além dos métodos dedutivo e indutivo apresentados nesta unidade, outros autores desenvolveram também seus próprios métodos, que apresentamos a seguir.
Método hipotético-dedutivo: é defendido por Karl Popper, que, a partir de críticas à indução, pressupõe que o pesquisador, através de uma combinação de observações, hábeis antecipações e intuição científi ca, alcançará um conjunto de postulados os quais regem os fenômenos por que estão interessados.
livro.indb 20livro.indb 20 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
21
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
Método dialético: o fato de ter sido utilizado por Platão na arte do diálogo demonstra a antiguidade deste método, muito embora a concepção moderna deste método esteja fundamentada em Hegel, cuja idéia pressupõe que a lógica e a história da humanidade seguem uma trajetória dialética, onde as contradições se transcendem, dando origem a novas contradições que passarão a requerer novas soluções; em um processo contínuo. A concepção hegeliana de dialética é de natureza idealista, admitindo, portanto, a hegemonia das idéias sobre a matéria. Desta forma, o materialismo dialético poderá ser entendido como um método de interpretação da realidade.
Método fenomenológico: sugere uma base sólida de investigação sem a possibilidade de proposições. A premissa básica deste método é: “avançar para as coisas”, onde “coisas” refl etem os dados. Portanto o método fenomenológico não se preocupa com o fenômeno em si, mas sim com os dados, independentemente se esses dados representam uma realidade, ou uma mera aparência. Esta característica faz com que o método fenomenológico não seja dedutivo nem empírico: seu propósito é mostrar o que é o dado e esclarecer sobre o que é, não se importando em explicar as leis nem fazer deduções com base nos princípios, mas sim, considerar o que está presente na consciência, o objeto. A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que pressupõe o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento.
FONTE: Gil (1999).
Seção 4 - Métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa
Os fi ns, como o próprio nome designa, identifi cam o propósito
pelo qual uma pesquisa é realizada. Desta forma, Vergara (2000)
lista um conjunto de métodos pelos quais uma pesquisa se
justifi caria. Veja a seguir.
livro.indb 21livro.indb 21 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Pesquisa Exploratória
Normalmente, é feita em áreas onde o conhecimento é escasso
e sistematizado e, por sua natureza de sondagem, não comporta
inicialmente as hipóteses, porém nada impede que as hipóteses
surjam durante ou no fi nal da pesquisa. Tem por fi nalidade a
descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modifi cadas
e a obtenção de alternativas ao conhecimento científi co existente.
Tem por objetivo principal a descoberta de novos princípios para
substituírem as atuais teorias e leis científi cas, como nos diz Jung
(2003).
Pesquisa Descritiva
Este tipo de pesquisa tem por objetivo expor as características de
uma determinada população ou fenômeno, de forma a estabelecer
correlação entre as variáveis, para então defi nir sua natureza. A
pesquisa descritiva, de acordo com Mattar (1994), visa a prover o
pesquisador de dados sobre as características de grupos, estimar
proporções de determinadas características e verifi car a existência
de relações entre variáveis. Embora a pesquisa descritiva não
tenha o compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
ela servirá de base para tal explicação - como é observado nas
pesquisas de opinião.
Pesquisa Explicativa
O objetivo desta investigação é o de esclarecer e justifi car os
motivos pelos quais algo acontece, buscando evidenciar quais fatores
contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado
fenômeno. Tem por objetivo ampliar generalizações, defi nir leis mais
amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar hipóteses
numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por
força de dedução lógica. Exige síntese e refl exão. Visa identifi car os
fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Explica o
“porquê das coisas”, de acordo com Jung (2003).
A fi gura 1.1 apresenta as diferenças entre estes três tipos de pesquisa.
Observe.
livro.indb 22livro.indb 22 22/12/2008 14:33:4722/12/2008 14:33:47
23
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
Tipos de pesquisaDiferenças básicas
Exploratória
Procura explorar o problema,pois ainda ninguém o fez.Busca prover critérios para suacompreensão, desenvolverhipóteses, isolar variáveis,definir problemas, etc.
Tem como principal objetivo adescrição das variáveis.Observa, registra, classifica einterpreta as característicasdas variáveis. Correlaciona asinformações para analisarfenômenos.
Além de descrever, procuraidentificar os fatoresdeterminantes. Quer saber oporquê das coisas. A maioriadessas pesquisas utiliza amanipulação das variáveis.
Descritiva Explicativa
Figura 1.1 - Diferenças básicas. Fonte: Jung (2003). Com modifi cações.
Seção 5 - Delineamento da pesquisa: meios de investigação
Gil (1999) considera o delineamento como o planejamento da
pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a
sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação
dos dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera
o ambiente em que são coletados os dados, bem como as
formas de controle das variáveis envolvidas. O delineamento
defi ne os meios de investigação a serem utilizados na
pesquisa, que se tornam essenciais face à necessidade de
confrontação entre a visão teórica do problema com os dados
da realidade.
Assim, segundo Gil (1999), podem ser defi nidos dois grupos
de delineamento: aquele que se vale das chamadas fontes
de papel, onde estão a pesquisa bibliográfi ca e a pesquisa
documental; e aquele cujos dados são fornecidos por pessoas,
onde estão a pesquisa experimental, a pesquisa post-factum, o
levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. A seguir,
apresentam-se algumas considerações sobre cada delineamento.
livro.indb 23livro.indb 23 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Pesquisa Bibliográfi ca
É o estudo sistematizado, desenvolvido a partir de material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científi cos. Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfi ca
procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos
os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científi cas do passado, existentes sobre determinado assunto, tema
ou problema; busca também, explorar novas áreas onde os
problemas não se cristalizaram sufi cientemente, e tem por objetivo
permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas ou manipulação de suas informações. O propósito deste
tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de
pesquisa. Quanto às fontes, poderão ser primárias, se coletadas
em materiais originais que deram origem a outros estudos; ou
secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas.
Pesquisa Documental
Muito semelhante à pesquisa bibliográfi ca, a pesquisa documental
diferencia-se por valer-se de materiais que ainda não
receberam um tratamento analítico. Trata-se, portanto, de
investigação realizada em documentos conservados no interior de
órgãos públicos e privados; ou de pessoas que, a partir da
interpretação do pesquisador, poderão dar origem a uma obra.
Pesquisa Experimental
Investigação de natureza empírica, onde o pesquisador manipula
e controla as variáveis independentes, observando as possíveis
alterações que tais variáveis provocarão sobre as variáveis
dependentes. Desta forma, para que se tenha um delineamento
experimental, é necessário que se determine um objeto de estudo,
cujas variáveis poderão infl uenciar o pesquisador, nas formas de
controle e de observação.
Pesquisa post factum
Esta pesquisa se fundamenta apenas na experiência, onde as
variáveis independentes não são controladas pelo investigador,
seja porque já ocorreram suas manifestações, seja porque são
intrinsecamente não-manipuláveis, tais como: sexo, classe social,
nível intelectual, preconceitos, autoritarismo, entre outras.
livro.indb 24livro.indb 24 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
25
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
Pesquisa Survey (Levantamento)
Este tipo de pesquisa tem por característica a interrogação direta
das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Gil (2000)
afi rma que pelo “método survey” levantamento é caracterizado
como pesquisa formada por uma amostra que se constitui num
subconjunto da população - se estimam as características da
população total. Complementa o autor que os levantamentos
apresentam como vantagens o conhecimento direto da realidade;
economia e rapidez; facilidade de quantifi cação.
Gil (1999) esclarece que, na maioria dos levantamentos, não
são pesquisados todos os integrantes da população estudada:
o que se faz, normalmente, é a seleção de um grupo mediante
procedimentos estatísticos, que possam, com a menor margem de
erro, representar toda a população.
Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo, para Vergara (2000, p. 47), “é uma investi-
gação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fe-
nômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”, podendo-se
valer, ou não, de entrevistas, aplicação de questionários ou testes.
Para Gil (2000), embora as pesquisas de campo se assemelhem
aos levantamentos (surveys), existem duas características que as
diferem. São elas:
estudos de campo se preocupam mais com o a)
aprofundamento das questões propostas do que com a
distribuição das características da população segundo
determinadas variáveis, o que lhes dá maior fl exibilidade
e,
pesquisas de campo estudam um único grupo ou b)
comunidade em termos de sua estrutura social,
destacando-se a interação de seus componentes. Desta
forma, o estudo de campo tende a utilizar muito mais
técnicas de observação do que de interrogação.
livro.indb 25livro.indb 25 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 6 - A Pesquisa Científi ca na UnisulVirtual
Diante da abordagem conceitual dos métodos que você acabou de
ler, utilizada para nortear a metodologia da pesquisa científi ca,
é possível inferir que a ciência moderna tem usado uma
combinação desses métodos, de modo a superar as defi ciências
que cada um possui, não apenas para alcançar uma exatidão
inconfundível, mas tão somente para ser capaz de atender a
complexidade atual.
Até aqui você conheceu os métodos de pesquisa que proporcionam a base da investigação e identifi cam a fi nalidade da pesquisa. Esta contextualização dá suporte para estudarmos mais à frente detalhes sobre o método de “estudo de caso”, ponto central de nosso estudo.
A contextualização a que se propõe esta unidade nos abre
caminho para justifi car e apresentar o método de pesquisa que a
UnisulVirtual escolheu para seus cursos tecnólogos de graduação
na modalidade a distância.
Entendemos que a escolha pela Metodologia de Estudo de Caso
é a mais viável para uma estratégia prático-refl exiva nos cursos
de curta duração. Este método nos possibilita rapidez na fase
inicial, aplicabilidade prática em curto espaço de tempo, sem, no
entanto, perder-se a característica de uma pesquisa científi ca.
O estudo de caso vem sendo utilizado cada vez mais pelos
pesquisadores, em virtude de poder ser utilizado com diferentes
propósitos. Isto confi gura outro motivo de ser escolhido o método
de estudo de caso, já que, na UnisulVirtual temos diversos cursos
tecnólogos em diferentes áreas.
O estudo de caso como padrão para todos os cursos tecnólogos a
distância na UnisulVirtual nos permitirá homogeneizar a prática
da pesquisa como parte integrante do processo de aprendizagem
em nível de graduação, sem perda de qualidade e com liberdade
de ação em diversas áreas.
livro.indb 26livro.indb 26 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
27
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
É importante você perceber que o método de estudo de caso é
objeto central deste livro, sendo abordado com mais detalhes
nas unidades a seguir. A partir de agora você poderá, na prática,
participar de uma pesquisa científi ca real, a partir da qual poderá
refl etir sobre ciência e praticar pesquisa com o auxílio de seu
professor.
Antes, porém, é importante mostrarmos administrativamente como este estudo de caso funcionará para o seu curso.
Este material tem o objetivo de viabilizar a elaboração do
relatório de pesquisa da disciplina Estudo de Caso, em que
você se matriculará no próximo semestre. Durante o processo
de leitura dos conteúdos deste livro, procure desenvolver um
elo entre o que está apresentado, os materiais que você já tem
disponíveis e a realidade a ser estudada.
Lembre que você pode utilizar todos os conteúdos já estudados em seu Curso – tanto os livros didáticos, quanto os sites na internet e outras leituras realizadas – como fonte de pesquisa para enriquecer o seu estudo de caso.
Regras gerais do estudo de caso nos cursos de graduação da UnisulVirtual
A disciplina Metodologia de Estudo de Caso deve ser cursada
anteriormente à disciplina de Estudo de Caso. Ambas as
disciplinas (Metodologia de Estudo de Caso e Estudo de Caso)
têm características e particularidades que você necessita entender
antes de seguir com seu trabalho.
É muito importante que você leia com atenção todo este livro
nesta disciplina (Metodologia para Estudo de Caso), o guarde
para balizar a seqüência da sua pesquisa com a disciplina seguinte
(Estudo de Caso) e o tenha sempre à mão para fazer consultas.
livro.indb 27livro.indb 27 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
Resumidamente a sua pesquisa científi ca será construída com suporte em duas disciplinas seqüenciais (uma em um semestre e outra no próximo):
Metodologia para Estudo de Caso: (lhe dará aportes teóricos para desenvolver a sua pesquisa);
Estudo de Caso: (Trabalhará a prática do estudo de caso com a construção fi nal do Relatório de pesquisa).
Como ocorre a oferta e como é o envio das atividade? Quais são as responsabilidades de cada parte (estudante e tutoria) nesta disciplina?
Diferentemente das demais disciplinas que você está habituado a
realizar aqui na UnisulVirtual, na Metodologia para Estudo de
Caso você realiza apenas as atividades a distância (AD), durante
dois períodos, de forma paralela às demais disciplinas do curso, e
não há avaliação presencial.
Esta disciplina é composta por duas avaliações a
distância (AD) e uma avaliação fi nal (AF), também a
distância e se necessária.
Para o envio de cada uma das avaliações, você deverá
acessar a ferramenta AVALIAÇÃO da disciplina no
Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
Isto signifi ca que os cuidados com a administração do tempo
devem ser redobrados. Não corra o risco de pensar que, pelo fato
de a disciplina ocorrer durante dois períodos, você poderá deixar
para realizar as atividades depois das demais. As conseqüências
deste tipo de atitude serão bastante prejudiciais e irreversíveis.
Caso você obtenha uma nota inferior a 7,0 na média das duas
atividades enviadas, deverá fazer uma avaliação de recuperação
denominada “Avaliação Final (AF)” e enviá-la até a data prevista
no cronograma, observando que:
livro.indb 28livro.indb 28 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
29
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
a) Avaliação Final (AF) será disponibilizada através da
mesma ferramenta onde estão as outras ADs. A nota
será atribuída pela visão geral do trabalho, respeitando
as sugestões já apresentadas nas avaliações anteriores
de seu professor e nas orientações contidas neste livro.
Observe, portanto, que a análise que o professor fez
das atividades individuais não estará diretamente
relacionadas à análise da avaliação final;
b) aluno com média inferior a 2,0 não é necessário
fazer avaliação final, pois matematicamente não será
possível obter a média mínima para a aprovação (6,0);
c) é responsabilidade do aluno verificar no sistema
acadêmico a média obtida no semestre e se haverá
necessidade do envio da avaliação final;
d) a data de envio da avaliação final estará publicada no
cronograma da disciplina no EVA;
e) a correção da atividade de avaliação final ocorrerá
uma única vez (sem possibilidade de refazer), sendo
atribuída uma nota a ser publicada no sistema
acadêmico no campo “avaliação final”;
f) a média mínima para a aprovação após a realização da
Avaliação Final é 6,0, tal como as demais disciplinas
do curso.
— Ficou preocupado (a) com o que vem pela frente?
Fique calmo (a), pois o seu professor estará a disposição para orientá-lo
e acompanhá-lo (a) nesta tarefa: Seguimos, então....
livro.indb 29livro.indb 29 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você estudou que ciência é um ramo do
conhecimento sistemático e organizado a partir de princípios
rígidos e regras específi cas, relacionados e sistematizados. Essa
relação e sistematização é que caracterizam o conhecimento
científi co e o diferenciam do conhecimento comum, ou empírico,
que se limita a verifi car os fatos sem lhes buscar uma explicação
racional, nem as suas relações inteligíveis com outros fatos,
sistematizando-os. O que distingue uma ciência de outra ciência
não é a natureza dos objetos que estuda, mas o ponto de vista sob
o qual os estuda.
Desta forma, o que foi tratado nesta unidade diz respeito não
só ao ato de conhecer os tipos disponíveis de pesquisa científi ca
e de métodos para colocá-las em prática: depois de lê-la, o
acadêmico reúne condições para saber diferenciar os métodos que
proporcionam a lógica na investigação, daqueles que estabelecem
a fi nalidade da pesquisa.
Você deve ter percebido que o assunto abordado nesta unidade
foi muito importante para desenvolver um processo de pesquisa,
pelo fato de que ele instrumentaliza teoricamente para que você
possa conhecer o estudo de caso, desde suas defi nições, passando
por seus tipos, além de defi nir suas etapas. Estes conteúdos serão
abordados na unidade 2.
livro.indb 30livro.indb 30 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
31
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 1
Atividades de auto-avaliação
Realize as atividades de auto-avaliação a seguir, para praticar os conhecimentos adquiridos nesta unidade. Vamos precisar destas informações lá na frente.
1. Apresente a defi nição de método que considerar mais completa.
2. Conforme discutido nesta unidade, diferencie:
a) método dedutivo e indutivo.
b) pesquisa descritiva, exploratória e explicativa.
livro.indb 31livro.indb 31 22/12/2008 14:33:4822/12/2008 14:33:48
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
3. Estudamos os meios de investigação, agora expresse o que você entendeu, efetuando a defi nição dos itens:
a) Pesquisa documental
b) Pesquisa bibliográfi ca
Saiba mais
Para saber mais sobre Técnicas e Métodos, sugerimos as seguintes leituras:
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social. São Paulo: Atlas, 1999.
LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros.
Ciência e pesquisa: livro didático. 2. ed. rev. e atual.
Palhoça: UnisulVirtual, 2007. 228 p.
RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à
pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.
livro.indb 32livro.indb 32 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
UNIDADE 2
Estudo de Caso
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você terá subsídios para:
conhecer os conceitos básicos sobre estudos de caso;
entender quando utilizar o estudo de caso, quais os tipos de estudo de caso e suas etapas;
identifi car as vantagens de um estudo de caso.
Seções de estudo
Seção 1 Defi nições
Seção 2 Quando usar o estudo de caso?
Seção 3 Quais as vantagens do estudo de caso?
Seção 4 Quais os tipos de estudo de caso?
Seção 5 Quais as etapas do estudo de caso?
2
livro.indb 33livro.indb 33 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Esta unidade trata, mais especifi camente, da defi nição de um
estudo de caso, com detalhes sobre a oportunidade de aplicação
e as suas vantagens. Além disto, apresenta, também, os tipos e as
etapas de um estudo de caso.
Atente para a importância desta unidade, que é contextualizadora
e trará subsídios para que você possa realizar o seu próprio estudo
de caso futuramente.
Seguimos, então, com maiores detalhes sobre estas defi nições.
Seção 1 - Defi nições
O que é um estudo de caso?
Acompanhe, a seguir, as várias defi nições encontradas e
dimensione a importância de compreendê-las no contexto de seu
curso e na expectativa de efetuar pesquisa.
O estudo de caso, segundo Gil (1999), é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de
maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,
tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de
delineamentos considerados.
Para Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é uma investigação
empírica que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de
seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre
o fenômeno e o contexto não estão claramente defi nidos”.
Mazzotti (2006), afi rma que, ao defi nir o objeto do estudo de
caso como um fenômeno contemporâneo, Yin procura distingui-
lo dos estudos históricos nos quais a evolução temporal é o foco
de interesse, o que não signifi ca que, nos estudos de caso, não se
recorra a fatos passados para compreender o presente.
livro.indb 34livro.indb 34 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
35
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
A investigação de estudo de caso, para Yin (2005, p. 33):
[...] enfrenta uma situação tecnicamente única em que
haverá muito mais variáveis de interesse do que de pontos
de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes
de evidências, com os dados precisando convergir em um
formato de triângulo, e, como outro resultado, benefi cia-
se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para
conduzir a coleta e análise de dados.
Para Chizzotti (2006, p. 102),
O estudo de caso é uma caracterização abrangente para
designar uma diversidade de pesquisas que coletam e
registram dados de um caso particular ou de vários casos
a fi m de organizar um relatório ordenado e crítico de
uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando
tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação
transformadora.
Yin (2005, p. 19) esclarece que o estudo de caso é apenas
uma das maneiras de se fazer pesquisa em todas as áreas.
Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas
e análise de informações em arquivos são alguns
exemplos de maneiras diferentes para se realizar
uma pesquisa. Contudo cada estratégia apresenta
vantagens e desvantagens, dependendo das seguintes
condições: “[...] tipo de questão da pesquisa, o
controle que o pesquisador possui sobre os eventos
comportamentais efetivos, o foco em fenômenos
históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos
[...]”. Geralmente, esse tipo de estudo representa a
estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como”
e “por que”, e quando o pesquisador tem pouco controle sobre os
fenômenos estudados.
Perceba que, no entendimento de Martins e Santos (2003), num
estudo de caso, o investigador tenta examinar uma situação em
profundidade. O investigador tenta descobrir todas as variáveis
que são importantes na história ou desenvolvimento de seu
sujeito. A ênfase está em compreender por que o indivíduo faz,
o que faz, como seu comportamento muda quando ele responde
livro.indb 35livro.indb 35 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
a seu ambiente. Isto exige estudo detalhado por um período
considerável de tempo. O investigador coleta dados sobre o
estado presente do sujeito, suas experiências passadas, seu
ambiente e como estes fatores se relacionam uns com os outros.
Um caso é um acontecimento no mundo real que uma teoria pressupõe no mundo abstrato. O caso é tomado como unidade signifi cativa do todo e, por isso, sufi ciente tanto para fundamentar um julgamento fi dedigno quanto para propor uma intervenção.
Como visto nas diversas defi nições, o estudo de caso consiste em
uma investigação minuciosa de uma ou mais organizações ou
grupos, visando prover uma análise do conjunto e dos processos
envolvidos no fato analisado. Hartley (1994) nos lembra que o
fenômeno estudado não está isolado de seu contexto, sendo este
o interesse principal do pesquisador: a relação entre o fenômeno
estudado e o seu contexto, dessa forma.
Agora que já sabe o que é um estudo de caso, entenda quando
poderá usá-lo.
Seção 2 - Quando usar o estudo de caso?
A utilização do estudo de caso é abrangente, podendo ser
aplicado em várias situações. E, por juntar vantagens de vários
métodos, acabou se transformando na estratégia de pesquisa
preferida dos investigadores dos fenômenos individuais,
organizacionais, sociais, políticos e de grupo.
Veja, agora, a opinião de vários autores acerca da usabilidade do método de estudo de caso.
No entendimento de Fidel (1992), o estudo de caso é apropriado
para investigação de fenômenos, quando:
livro.indb 36livro.indb 36 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
37
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
há uma grande variedade de fatores e
relacionamentos;
não existem leis básicas para determinar quais
fatores e relacionamentos são importantes;
os fatores e relacionamentos podem ser
diretamente observados.
Yin (2005) descreve três situações nas quais o estudo de caso é
indicado:
a primeira ocorre quando o caso em pauta
é crítico, para testar uma hipótese ou teoria previamente explicitada;
a segunda é o fato dele ser extremo ou único;
a terceira situação é o caso revelador, que ocorre
quando o pesquisador tem acesso a uma situação ou fenômeno até então inacessível à investigação científi ca.
Já, para Hartley (1994), o estudo de caso é considerado adequado
para:
a compreensão dos processos sociais em
seu contexto organizacional ou ambiental - importante para a pesquisa;
a exploração de novos processos ou comportamentos,
gerando hipóteses e construindo teorias;
a averiguação de casos atípicos ou extremos para
melhor compreender os processos típicos;
a busca de fatos na vida organizacional,
considerando que uma pesquisa quantitativa, por exemplo, seria muito estática para abarcar o fl uxo de atividades em uma empresa;
a exploração de comportamentos organizacionais
informais.
livro.indb 37livro.indb 37 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Note que o estudo de caso pode ser utilizado em todos os tipos de
pesquisa, contudo há alguns obstáculos que devem ser considerados:
a falta de rigor metodológico exige que se redobrem os cuidados
tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados; a
difi culdade de generalização na análise de um único, ou mesmo, de
múltiplos casos fornece uma base muito frágil para a generalização;
o estudo de caso demanda muito tempo destinado à pesquisa, e,
freqüentemente, seus resultados tornam-se pouco consistentes.
Goode e Hatt (apud BRESSAN, 2006) propõem algumas
medidas, para que se possa obter um bom estudo de caso.
Desenvolver um plano de pesquisa que considere
estes perigos ou críticas. Por exemplo, com relação ao sentimento de certeza, pode-se usar um padrão de amostra apropriado, pois, sabendo que sua amostra é boa, há uma base racional para fazer estimativas sobre o universo do qual ela é retirada.
Ao fazer generalizações, da mesma maneira que
nas generalizações a partir de experimentos, fazê-las em relação às proposições teóricas, e não para populações ou universos.
Esquematizar a utilização, tanto quanto possível,
da técnica do código qualitativo para traços e fatores individuais que são passíveis de tais classifi cações. Recomenda-se que, por segurança, as classifi cações feitas sejam analisadas por um conjunto de colaboradores que atuarão como “juízes da fi dedignidade mesma das classifi cações mais simples”.
Procurar não fazer narrações longas e relatórios
extensos, uma vez que relatórios deste tipo desencorajam a leitura e a análise do estudo do caso.
Fazer seleção e treinamento criteriosos dos
investigadores e assistentes para assegurar o domínio das habilidades necessárias à realização de estudo de caso.
livro.indb 38livro.indb 38 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
39
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
Seção 3 - Quais as vantagens do estudo de caso?
Você já estudou anteriormente que o estudo de caso, como
estratégia de pesquisa, é abrangente, por tratar da lógica de
planejamento, das técnicas de coleta de dados e das abordagens
específi cas à análise dos mesmos. Apenas isto já bastaria para
justifi car a escolha do estudo de caso como estratégia de pesquisa,
mas, para garantir que esta é a melhor escolha, apresentaremos a
seguir alguns arcabouços teóricos para validar o estudo de caso
como o ideal para nosso futuro trabalho de pesquisa.
Yin (2005) esclarece que a investigação de estudo de caso:
enfrenta uma situação tecnicamente única, em
que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados; e, como resultado,
baseia-se em várias fontes de evidências, com os
dados precisando convergir em um formato de triângulo; e, como outro resultado,
benefi cia-se do desenvolvimento prévio de
proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados.
Veja que, ao tratar dos objetivos da coleta de dados, Bonoma
(1985, p. 206) coloca como objetivos do Método Estudo de Caso
não a quantifi cação ou a enumeração, mas, ao invés disso:
descrição;
classifi cação (desenvolvimento de tipologia);
desenvolvimento teórico; e,
o teste limitado da teoria.
As vantagens desta metodologia, segundo Bruyne et al. (1994),
são:
criar um estímulo a novas oportunidades de descobertas
do desenvolvimento da investigação;
livro.indb 39livro.indb 39 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
trabalhar com situações concretas, possibilitando, se
necessário, mudanças favoráveis no caso em estudo;
procurar relacionar a teoria (pesquisa bibliográfi ca) com a
prática (pesquisa de campo);
não requerer um modo único de coleta de dados,
podendo o investigador utilizar-se de entrevistas,
observações, relatórios e questionários.
Em uma palavra, o objetivo é compreensão. Também, entre
as vantagens do método do estudo de caso, está o fato de que
se pode obter inferência do estudo de todos os elementos que
envolvam uma entidade completa, em vez de o estudo de vários
aspectos selecionados.
Seção 4 - Quais os tipos de estudo de caso?
Assim, Stake (2000) identifi ca três modalidades de estudo de
caso: intrínseco, instrumental e coletivo.
No estudo de caso intrínseco, para Stake (2000, p.437), o
[...] estudo não é empreendido primariamente porque
o caso representa outros casos ou porque ilustra um
traço ou problema particular, mas porque, em todas
as suas particularidades e no que têm de comum, este
caso é de interesse em si. O pesquisador, pelo menos
temporariamente, subordina outras curiosidades para que
as histórias dos que “vivem o caso” emirjam [...].
No estudo de caso instrumental, o empenho, no caso, deve-se
à crença de que ele poderá facilitar a compreensão de algo mais
amplo, uma vez que pode servir para fornecer insights sobre um
assunto ou para contestar uma generalização amplamente aceita,
apresentando um caso que nela não se encaixa.
Já, no estudo de caso coletivo, segundo Mazzotti (2006, p.
641), “o pesquisador analisa concomitantemente alguns casos
para investigar um dado fenômeno, podendo ser visto como
livro.indb 40livro.indb 40 22/12/2008 14:33:4922/12/2008 14:33:49
41
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
um estudo instrumental estendido a vários casos.” Eles são
selecionados, porque se acredita que seu estudo permitirá melhor
compreensão, ou melhor teorização, sobre um conjunto ainda
maior de casos.
Você pode constatar, assim, que os estudos de caso instrumentais,
coletivos ou não, pretendem favorecer, ou, ao contrário, contestar
uma generalização aceita; já os estudos intrínsecos, em princípio,
não se preocupam com isso.
O estudo de caso, para Yin (2005, p.67), pode ser dividido em
único ou múltiplo.
Casos únicos representam um projeto comum para
realizar estudos de caso, e foram descritas duas variantes:
as que utilizam projetos holísticos e as que utilizam
unidades incorporadas de análise. No geral, o projeto
de caso único é eminentemente justifi cável sob certas
condições — quando o caso representa (a) um teste
crucial da teoria existente, (b) uma circunstância rara
ou exclusiva, ou (c) um caso típico ou representativo, ou
quando o caso serve a um propósito (d) revelador ou (e)
longitudinal.
Uma etapa fundamental, ao projetar e conduzir um caso único, é
defi nir a unidade de análise (ou o próprio caso). Contudo podem
ser acrescentadas subunidades de análises em um caso único, de
forma que se possa desenvolver um projeto mais complexo — ou
incorporado.
O caso múltiplo é aquele que contém mais de um caso único, ou
seja, mais de um objeto de estudo. Por exemplo: duas escolas,
duas empresas, etc. Cada caso deve servir a um propósito
específi co dentro do escopo global da investigação.
Assim, inicialmente será necessário o pesquisador defi nir qual
será seu objeto ou objetos de estudo, para, em seguida, apresentá-
lo(s) e descrever a situação observada em relação ao problema
escolhido.
— Agora que já nos familiarizamos com o estudo de caso, vamos às
etapas?
livro.indb 41livro.indb 41 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 5 - Quais as etapas do estudo de caso?
Não há consenso por parte dos pesquisadores quanto às
etapas a serem seguidas no desenvolvimento do estudo
de caso. Segundo Chizzotti (2006), o desenvolvimento
do estudo de caso supõe 3 fases. Vamos conhecê-las?
a) Seleção e delimitação do caso
A seleção e delimitação do caso são decisivas para a
análise da situação estudada. O caso deve ser uma referência
signifi cativa para merecer a investigação e, por comparações
aproximativas, ser apto para fazer generalização de situações
similares ou autorizar inferências em relação ao contexto da
situação analisada.
A delimitação deve precisar os aspectos e os limites do trabalho,
a fi m de reunir informações sobre um campo específi co e fazer
análises sobre objetos defi nidos, a partir dos quais se possa
compreender uma determinada situação. Quando se toma um
conjunto de casos, a coleção deles deve cobrir uma escala de
variáveis que explicite diferentes aspectos do problema.
b) Trabalho de campo
O trabalho de campo visa a reunir e organizar um conjunto
comprobatório de informações. A coleta de informações em
campo pode exigir negociações prévias para se aceder a dados que
dependem da anuência de hierarquias rígidas, ou da cooperação
das pessoas informantes. As informações são documentadas,
abrangendo qualquer tipo de informação disponível - escrita,
oral, gravada, fi lmada - que se preste para fundamentar o
relatório do caso. Este será, por sua vez, objeto de análise crítica
pelos informantes ou por qualquer interessado.
c) Organização e redação do relatório
Documentos, rascunhos, notas de observação, transcrições,
estatísticas, etc., coligidos em campo, devem ser reduzidos
ou indexados segundo critérios predefi nidos, a fi m de que se
constituam em dados que comprovem as descrições e as análises
do caso.
livro.indb 42livro.indb 42 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
43
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
Yin (2005) apresenta as etapas do método de estudo de
caso descrevendo-as da seguinte forma: a etapa inicial
consiste no desenvolvimento da teoria específi ca; em
seguida se faz necessário selecionar o caso e defi nir as
medidas específi cas para o planejamento e coleta de
dados, essa etapa projeta o protocolo de coleta de
dados. O protocolo deve apresentar uma visão
geral do projeto de estudo de caso (objetivos
e patrocínios, questões do estudo de caso e
leituras importantes sobre o tópico que está sendo
investigado), bem como, os procedimentos de campo,
as questões do estudo de caso e o guia para o relatório
(resumo, formato de narrativa e informações bibliográfi cas).
— Na próxima unidade, você irá estudar a estrutura do relatório
de estudo de caso e ver exemplo de cada etapa, facilitando o
desenvolvimento do projeto!
Síntese
Esta unidade diz respeito à caracterização completa do estudo de
caso, que tem início com defi nição dos problemas, temas a serem
estudados e o desenvolvimento de um projeto de estudo de caso.
É importante você perceber a relevância da abordagem dos
principais aspectos que envolvem o estudo de caso, pois as
contribuições que ele pode trazer para a academia, para a
organização e para a sociedade como um todo, vão desde
a ampliação do conhecimento que temos dos fenômenos
individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, até
outros fenômenos relacionados.
livro.indb 43livro.indb 43 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de auto-avaliação
1. Nesta unidade, estudamos as Etapas do Estudo de caso. Agora para memorizarmos, vamos voltar e descrever a defi nição dos itens:
a. seleção e delimitação do caso;
b. o trabalho de campo;
c. a organização e redação do relatório.
2. Delimite duas habilidades exigidas ao pesquisador de estudo de caso descritas por YIN (2005).
3. Cite duas vantagens do método de estudo de caso, apresentadas por Bruyne et al. (1994) .
livro.indb 44livro.indb 44 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
45
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 2
Saiba mais
Para complementar seus estudos, veja quais as habilidades que
um pesquisador deve possuir. O que ele deve considerar para
obter sucesso na sua trajetória de pesquisa.
Habilidades do pesquisadorPara conduzir com sucesso o estudo de caso, é essencial que o pesquisador saiba detectar um problema, apresentando as possíveis soluções.
Yin (2005) descreve como habilidades comumente encontradas nos pesquisadores de sucesso:
habilidade para fazer perguntas e interpretar os resultados;
habilidade para ouvir e não se deixar prender pelas suas próprias
ideologias e percepções: implica receber informações por meio de várias modalidades;
habilidade para adaptar-se e ser fl exível para que possa ver as novas
situações encontradas como oportunidades, e não como ameaças;
habilidade de domínio das questões em estudo: o pesquisador deve
ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou se seja de um modo exploratório;
imparcialidade em relação a noções preconcebidas, incluindo aquelas
que se originam de uma teoria. Assim, a pessoa deve ser sensível e estar atenta a provas contraditórias.
Essas habilidades podem ser desenvolvidas em qualquer pessoa. Entretanto é importante uma auto-análise honesta das próprias capacidades e limitações como pesquisador.
livro.indb 45livro.indb 45 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
livro.indb 46livro.indb 46 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
UNIDADE 3
Etapas iniciais de umrelatório de pesquisa
Objetivos de aprendizagem
Esta unidade lhe fornecerá subsídios para:
conhecer a estrutura do relatório de pesquisa para o estudo de caso;
desenvolver as primeiras etapas de um estudo de caso.
Seções de estudo
Seção 1 Planejamento
Seção 2 Estrutura de um relatório de pesquisa
Seção 3 Introdução
Seção 4 Tema
Seção 5 Objetivos
Seção 6 Procedimentos Metodológicos
3
livro.indb 47livro.indb 47 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
O estudo de caso, como toda pesquisa, tem início com a
defi nição dos temas e problemas a serem estudados. A esta etapa
chamamos de planejamento da pesquisa, ou, de acordo com
alguns autores como projeto de pesquisa. Mas, independente da
nomenclatura, o momento inicial é o que consideramos crítico
para a identifi cação da relevância da pesquisa, sua justifi cativa,
contextualização, pois remete à abordagem dos principais
aspectos que envolvem o ponto de partida para uma pesquisa
científi ca.
Ao produzir o seu relatório de pesquisa, tenha em mente que as
etapas iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos)
constituem a lógica que une os dados a serem coletados (e as
conclusões a serem tiradas) às questões iniciais de um estudo.
Cada estudo empírico possui um projeto de pesquisa implícito, se
não explícito. Para Heerdt e Leonel (2006, p. 112), “o projeto de
pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a defi nição
dos caminhos para abordar certa realidade”.
Um planejamento de pesquisa é uma série de etapas estabelecidas
pelo pesquisador, que direciona a metodologia aplicada no
desenvolvimento da pesquisa. O pesquisador obedece a um
plano de etapas metodológicas necessárias ao desenvolvimento
da pesquisa científi ca. Ele tem como prioridade demonstrar as
atividades indispensáveis para o desenrolar da pesquisa, segundo
nos conta Fachin (2003).
— Sendo assim, estudaremos agora a estrutura de um relatório de
estudo de caso em duas etapas. Na unidade 3, veremos as etapas
iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos) e, na unidade
4, as etapas de execução, análise, sugestão e conclusão. Mantenha-se
atento (a) a leitura e anote os pontos chaves!
livro.indb 48livro.indb 48 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
49
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Seção 1 - Planejamento
As etapas iniciais do relatório de pesquisa podem ser
entendidas como o planejamento da pesquisa, ou seja, o
projeto de pesquisa, que na Unisulvirtual se apresenta
de forma IMPLÍCITA e está integrado com o
documento ofi cial da pesquisa: Relatório de estudo de
caso.
Segundo Vieira (2004), a partir do estabelecimento da
questão a ser estudada, afl oram os problemas que ela envolve,
justifi cam-se sua relevância e a viabilidade, traçam-se objetivos,
caracteriza-se o estudo, localizam-se as variáveis, aponta-se
o caminho a seguir (método) e, ainda, o tempo para fazer o
percurso, designam-se os meios (ou recursos) para sua efetivação
e, enfi m, faz-se uma listagem das obras (livros, revistas,
monografi as e outras publicações, amplas ou restritas) que serão
consultadas.
Ao planejarmos uma pesquisa fi rmamos a pretensão de realizar
uma atividade de investigação científi ca. Em outros termos,
isto implica um plano elaborado para responder a uma ou mais
questões pertinentes ao tema investigado. Compreende uma
construção lógica e racional que se baseia nos postulados da
metodologia científi ca a serem empregados no desenvolvimento
de uma série de etapas, de modo a facilitar a execução do plano
de trabalho.
De forma simplista, podemos dizer que o projeto é a descrição do
que será necessário para a consecução de uma pesquisa.
Importante!
A elaboração das etapas iniciais do relatório de pesquisa tem infl uência direta sobre os resultados a serem obtidos e a validade das conclusões tiradas do trabalho. O relatório serve de guia para todo o trabalho do investigador.
Jung (2003) esclarece que o planejamento da pesquisa
correspondente a um processo onde a partir de uma necessidade,
se escolhe um tema e, gradativamente, defi ne-se um problema e
as formas para solucioná-lo:
livro.indb 49livro.indb 49 22/12/2008 14:33:5022/12/2008 14:33:50
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
Fome Alimento Onde comer
O que comerA partir de uma necessidade podem surgirdiversos tipos de problemas e, existem váriassoluções que podem suprir a necessidade.
A eficácia de uma Pesquisa está Relacionada aQualidade da Solução?
Ir ao restaurante
Ir na minha cozinha
Pão
Feijão
Filé e caviar
NECESSIDADE TEMA PROBLEMA SOLUÇÃO
Figura 3.1 – Projeto de pesquisa. Fonte: Jung (2003, p. 151).
Assim, como mostra Jung (2003), o projeto de pesquisa deve,
fundamentalmente, ser constituído em cima de 3 passos,
apresentados no esforço de responder às seguintes questões: O
que? Como? Quando?
a) O que?
Qual o tema?Qual o problema?Quais os subproblemas?Qual a justifi cativa?Quais os objetivos?Quais os pressupostos teóricos?
b) Como?
O que será feito para solucionar o problema?Qual será o universo a ser pesquisado?Como serão coletadas as informações?Serão feitas entrevistas, observações?Serão feitas experimentações, medições?Que instrumentos serão utilizados?Que atividades serão realizadas?Como serão analisados os dados?
c) Quando?
Qual o tempo total previsto para a pesquisa?Qual o tempo destinado a cada etapa?Como se distribuem as atividades no tempo?O projeto é viável no tempo?
livro.indb 50livro.indb 50 22/12/2008 14:33:5122/12/2008 14:33:51
51
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Não esqueça: um assunto de pesquisa tem início com leituras, refl exões, problemas detectados na própria atividade profi ssional!
Por que se deve planejar uma pesquisa?
Ora, a importância do planejamento da pesquisa deve ser
entendida na mesma linha de elaboração da planta antes de se
construir uma casa; ou de um rascunho antes de se produzir uma
obra prima. Na lição de Minayo (1994, p.35):
Fazemos um projeto de pesquisa para mapear um
caminho a ser seguido durante a investigação. Buscamos,
assim, evitar muitos imprevistos no decorrer da pesquisa
que poderiam até mesmo inviabilizar sua realização.
Outro papel importante é esclarecer para o próprio
investigador os rumos do estudo (o que pesquisar, como,
por quanto tempo etc.). Além disso, um pesquisador
necessita comunicar seus propósitos de pesquisa para que
seja aceita na comunidade científi ca.
Barreto e Honorato (apud HEERDT; LEONEL, 2006, p. 113),
destacam que se deve fazer o projeto para planejar a pesquisa:
Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão
racional de um evento, atividade, comportamento ou
objeto que se pretende realizar a partir da perspectiva
científi ca do pesquisador. Como previsão, deve ser
entendida a explicitação do caráter antecipatório de ações
e, como tal, atender a uma racionalidade informada pela
perspectiva teórico-metodológica da relação entre sujeito
e o objeto da pesquisa.
livro.indb 51livro.indb 51 22/12/2008 14:33:5122/12/2008 14:33:51
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dependendo da natureza da pesquisa, ela poderá envolver mais
ou menos etapas. Entretanto deverá conter, essencialmente, os
seguintes componentes: tema (com a apresentação do problema,
justifi cativa e contextualização teórica), objetivos e procedimentos
metodológicos. Estas etapas devem ser adequadas ao perfi l
científi co do pesquisador e ao método de estudo, para que não
sejam despendidos esforços em vão.
Seção 2 - Estrutura de um relatório de pesquisa
Como primeira análise diríamos que o relatório de pesquisa é o
documento que mostra como a pesquisa foi planejada, como foi
executada, que dados foram coletados, como esses dados foram
analisados e que resultados podem-se extrair deles.
Salomon (1999) afi rma que o relatório de pesquisa,
fundamentalmente, se destina a demonstrar a realização de
um estudo científi co ou a prestar contas de uma atividade.
Por estas razões, a ênfase do relatório deve, de modo geral, se
situar-se sobre os resultados, sobre as aplicações da pesquisa.
O objetivo de um relatório é demonstrar a realização de um
estudo. Desta maneira, um relatório de pesquisa pode apresentar
formas diversas, de acordo com o tipo de estudo. Mas podem-se
apresentar, de maneira geral, as partes que devem compor um
relatório. É o que veremos no decorrer desta unidade.
Acompanhe a seguir a estrutura do relatório de pesquisa que
defi nimos para os alunos dos cursos tecnólogos da UnisulVirtual,
na execução de seu estudo de caso.
livro.indb 52livro.indb 52 22/12/2008 14:33:5122/12/2008 14:33:51
53
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Relatório de pesquisa
1 INTRODUÇÃO
2 TEMA
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
3.2 Objetivos específi cos
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Campos de estudo
4.2 Instrumentos de coleta de dados
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE OBSERVADA
6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
6.1 Proposta de melhoria para a realidade estudada
6.2 Resultados esperados
6.3 Viabilidade da proposta
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta estrutura, ainda devemos incluir os elementos pré-
textuais e pós-textuais como mostra a fi gura 3.2.
Não vamos detalhar, neste livro, os elementos pré e pós-textuais.
Estes estarão descritos, com a devida orientação, no modelo que
será utilizado pelo seu professor na disciplina de Estudo de Caso,
quando você terá que desenvolver a sua pesquisa.
Para saber mais detalhes sobre a construção dos elementos pré e pós-textuais, consulte o livro “TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC,Monografi a, Dissertação e Tese.” Que foi entregue junto com este material.
Acompanhe estas etapas na fi gura a seguir.
livro.indb 53livro.indb 53 22/12/2008 14:33:5122/12/2008 14:33:51
54
Universidade do Sul de Santa Catarina
• ANEXOS
Considerações finais
Introdução
Proposta de Solução
Apresentação e Análisedos dados
Procedimentosmetodológicos
Objetivos
Tema
• APÊNDICES
Sumário
Lista de Tabelas
Lista de Ilustrações
Resumo em línguaestrangeira
Resumo em Português
Epígrafe
Agradecimentos
Dedicatória
Folha de Rosto
Capa
Referências
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
ELEMENTOS TEXTUAIS
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Figura 3.2 – Estrutura do relatório de pesquisa.Fonte: Universidade do Sul de Santa Catarina (2008, p. 19). Com modifi cações.
livro.indb 54livro.indb 54 22/12/2008 14:33:5122/12/2008 14:33:51
55
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Vale destacar que estas etapas visualizadas na fi gura 3.2, como
por exemplo, os elementos textuais que formam a parte do
planejamento (etapas iniciais) do nosso estudo de caso, são
especialmente importantes e devem ser elaborados com cuidado
e rigor pelo (a) estudante. Elas darão sustentação ao processo de
pesquisa e o (a) guiarão em seu trabalho.
A seguir, você encontrará orientações para desenvolver cada uma
destas etapas, considerando sempre o tema, os objetivos e os
procedimentos metodológicos como norteadores do processo.
Importante
Para que você compreenda cada uma das etapas a seguir, serão apresentados vários exemplos para cada item do relatório, de duas formas distintas.
Em uma forma, será feita a apresentação de quadros, de vários temas, em sequência, ligando o exemplo do item explicado, com o item anterior. Desta forma você poderá entender como se deu a construção de maneira seqüencial, ou seja, que caminhos o pesquisador trilhou para construir os textos dos capítulos do relatório de pesquisa.
Na outra metodologia de exemplifi cação, será mostrado um exemplo pronto para cada capítulo do relatório de pesquisa, ou seja, o texto fi nal do autor em cada uma das etapas. Esta exemplifi cação de um relatório de pesquisa será feita de forma fragmentada e adaptada, para que ao fi nal, você consiga visualizar melhor o todo. O exemplo escolhido para esta apresentação é intitulado: Reestruturação e informatização dos processos organizacionais em uma distribuidora de bebidas com foco no setor de vendas. Este exemplo foi baseado no relatório desenvolvido por Alexandre José Bitencourt, aluno do Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação. Algumas partes do trabalho original foram adaptadas para atender as necessidades deste livro.
— Procure compreender todo o conteúdo e os exemplos, aproveitando
as dicas para elaborar seu futuro relatório na disciplina de Estudo de
Caso. Se surgirem dúvidas, consulte seu professor!
livro.indb 55livro.indb 55 22/12/2008 14:33:5222/12/2008 14:33:52
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 3 - Introdução
A introdução tem a tarefa de anunciar o assunto quanto ao seu
alcance, implicações e limites. Em termos gerais, a introdução é
a parte que apresenta a pesquisa, evidenciando, aquilo de que ela
trata. Esta etapa envolve uma visão geral do tema e dos objetivos
gerais e específi cos.
Cervo e Bervian (2002) afi rmam que o leitor quando se propõe
à leitura, quer antes de tudo saber do que se trata. Satisfeita essa
exigência, ele deseja ser encaminhado para a compreensão exata
do assunto focalizado.
Ao fazer a introdução, tome o cuidado de não antecipar os resultados e as conclusões de seu estudo. Reserve-os para o fi nal!
Lembre-se! A introdução deve ser formulada em linguagem
simples, clara, sintética e objetiva, colocado apenas o que é
necessário para que o leitor tenha uma idéia objetiva do que vai
ser tratado. É na introdução que se apresentam a exposição do
assunto, o tema, a abrangência e o contorno do estudo. Além
disso, também é apresentada a estrutura do trabalho para
localizar o leitor relativamente às etapas que se sucedem.
É conveniente que a introdução seja a última parte a ser escrita, pois, somente após o término da redação, você terá uma visão geral de sua estrutura, já que a introdução sintetiza os demais tópicos que fazem parte do estudo.
A seguir, apresentamos o exemplo de introdução do relatório
de pesquisa. Foi escolhido para representar o padrão que vamos
utilizar para exemplifi car as demais etapas as quais dão seqüência
à estrutura de um relatório de pesquisa.
livro.indb 56livro.indb 56 22/12/2008 14:33:5222/12/2008 14:33:52
57
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
1 INTRODUÇÃO
O atual mercado da distribuição de bebidas está bastante
competitivo, com diversos tipos e marcas, o que faz com que as
empresas procurem meios alternativos de redução de custos com sua
logística de distribuição, mas sem perder a qualidade no atendimento
aos seus clientes.
Neste contexto, um correto controle das vendas,
incluindo a pré-venda torna-se ferramenta essencial e uma estratégia
de diferenciação no mercado. E a Tecnologia da Informação (TI),
considerada uma poderosa ferramenta de gestão, pode auxiliar na
implantação desta estratégia.
Portanto, este trabalho está centrado nos processos
organizacionais e no uso da Tecnologia da Informação no setor de
vendas da empresa alvo da investigação, a XYZ Distribuidora. Esta
organização, localizada na cidade de Palhoça, no estado de Santa
Catarina, trabalha com vendas diretas de bebidas de diversos tipos
e marcas.
Visando alcançar o que propõe este estudo de caso,
o trabalho apresentado contemplará duas etapas seqüenciais. A
primeira delas, compreendida como o planejamento da pesquisa, é
composta pelos capítulos 1, 2, 3 e 4. O primeiro capítulo é formado
por esta introdução. No segundo, as etapas de contextualização do
tema, problema e justifi cativa do projeto. Em seguida, no capítulo
3, são apresentados os objetivos geral e específi cos. No quarto, os
procedimentos metodológicos do trabalho.
A etapa fi nal deste relatório é composta pelo
desenvolvimento da pesquisa e é formada pelos capítulos 5, 6 e 7,
livro.indb 57livro.indb 57 22/12/2008 14:33:5222/12/2008 14:33:52
58
Universidade do Sul de Santa Catarina
que apresentam os dados coletados, a análise feita, as sugestões de melhoria,
bem como as referências, anexos e apêndices.
Vale ressaltar que este estudo de caso não tem a intenção de ser
um trabalho acabado, ele é fruto de recorte e diagnóstico de um problema,
seguido da apresentação, não da melhor ou única, mas de uma alternativa
possível de melhorias sobre o objeto de estudo.
Seção 4 - Tema
Como já visto, um tema nasce de leituras, refl exões, informações
e até mesmo problemas defl agrados pelo pesquisador. O próximo
passo é apresentar este tema.
Então, vamos a esta etapa!
Conforme Minayo (1994, p. 37)
O tema de uma pesquisa indica uma área de interesse
a ser investigada. Trata-se de uma delimitação ainda
bastante ampla. Por exemplo, quando alguém diz que
deseja estudar a questão da “violência conjugal” ou a
“prostituição masculina”, está se referindo ao assunto de
seu interesse. Contudo, é necessário para a realização de
uma pesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso
deste assunto.
Assim, o tema de uma pesquisa é um assunto que necessita mais
defi nições, além de informar, com precisão e clareza, o que já
existe sobre o mesmo. A primeira escolha deve ser feita com
relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 58livro.indb 58 22/12/2008 14:33:5322/12/2008 14:33:53
59
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
de que trata o trabalho científi co. Acompanhe o que nos dizem
Marconi e Lakatos (1991, p. 218):
Pode surgir de uma difi culdade prática enfrentada pelo
coordenador, da sua curiosidade científi ca, de desafi os
encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria
teoria. Pode ter sido sugerido pela entidade responsável
pela parte fi nanceira, portanto, “encomendado”, o
que não lhe tira o caráter científi co, desde que não se
interfi ra no desenrolar da pesquisa; ou se “encaixar” em
temas muitos amplos, determinados por uma entidade
que se dispõe a fi nanciar pesquisas e que promove uma
concorrência entre pesquisadores, distribuindo a verba de
que dispõe entre os que apresentam os melhores projetos.
Independente de sua origem, o tema é, nessa fase,
necessariamente amplo, precisando bem o assunto geral
sobre o qual se deseja realizar a pesquisa.
Como deve ser escolhido o tema?
De acordo com os autores Cervo e Bervian (2002, p. 81):
A escolha do tema é o primeiro passo no planejamento
da pesquisa, mas não o mais fácil. Não faltam,
evidentemente, temas para pesquisa: a difi culdade está
em decidir-se por um deles. Para muitos pesquisadores,
a decisão fi nal é precedida por momentos de verdadeira
angústia, mormente quando se trata de pesquisas
decisivas para a carreira profi ssional.
Santos (2002) sugere que o pesquisador escolha o tema de acordo
com seu gosto pessoal, preparo técnico e tempo disponível, além
de refl etir sobre a importância ou utilidade do tema e existência
de fontes. A escolha do tema pode ser dividida em dois critérios:
individuais e externos. Acompanhe na fi gura a seguir.
livro.indb 59livro.indb 59 22/12/2008 14:33:5322/12/2008 14:33:53
60
Universidade do Sul de Santa Catarina
Critérios Individuais:GostarConhecerMotivação
ViabilidadeUtilidadeRelevância
Critérios Externos:
ESCOLHA DO TEMA
Figura 3.3 – Critérios para escolha do tema.Fonte: Tsutsumi e Souza (2007).
É importante lembrar que o tema tem sempre um sujeito e
um objeto. Desta forma, o tema passa por um processo de
especifi cação. O processo de delimitação do tema só pode ser
considerado terminado, quando se faz a sua limitação geográfi ca
e espacial, com intuito de realização da pesquisa.
São exemplos de temas gerais de pesquisa:
TEMA GERAL
Tecnologia da informação e turismo
Administração pública municipal
Qualidade na administração pública
Balanço social
Perfi l dos gestores
Pequenas empresas no cenário internacional
Motivação no trabalho
O tema divide-se em geral e específi co. O tema geral representa
o assunto que será aprofundado, mediante a ação de pesquisar.
Como ponto de partida, o acadêmico deverá identifi car-se com
o tema escolhido, optando, em primeiro plano, pela área com a
qual possui maior afi nidade. No tema específi co, após a escolha
do tema geral, o pesquisador deverá fazer um recorte em relação
à amplitude do tema pesquisado. Ou seja, deverá identifi car o
livro.indb 60livro.indb 60 22/12/2008 14:33:5322/12/2008 14:33:53
61
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
assunto que, especifi camente, quer pesquisar, conforme nos diz
Tsutsumi e Souza (2007).
Assim, ressalta-se que delimitar o tema é selecionar um tópico ou
parte a ser focalizada. Para Marconi e Lakatos (1991, p. 218), é:
selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as a)
possibilidades, as aptidões e as tendências de quem se
propõe a elaborar um trabalho científi co;
encontrar um objeto que mereça ser investigado b)
cientifi camente e tenha condições de ser formulado e
delimitado em função da pesquisa.
O assunto escolhido deve ser possível e
adequado em termos tanto dos fatores
externos quanto dos internos ou pessoais.
O tema deve ser naturalmente adequado
à capacidade e à formação do pesquisador
e corresponderá às suas possibilidades,
quanto ao tempo e aos recursos
econômicos. Na escolha do tema, deve-se,
igualmente, levar em consideração o material
bibliográfi co, que deve ser sufi ciente e estar
disponível.
Cervo e Berviam (2002, p. 82) explicam que, para facilitar a
determinação do tema, pode-se recorrer, por um lado, à divisão
do tema em suas partes constitutivas e, por outro, à defi nição da
compreensão dos termos.
A decomposição do tema equivale ao desdobramento
do mesmo em partes, enquanto a defi nição dos termos
implica a enumeração dos elementos constitutivos ou
explicativos que os conceitos envolvem. Nem todos
os temas poderão ser delimitados com auxílio dessas
técnicas especiais. De acordo com a natureza do tema
selecionado, será necessário uma ou outra das técnicas de
delimitação.
Por fi m, ressalta-se que o tema deve ser preciso, bem
determinado e específi co. Em geral, os títulos dos trabalhos são a
transcrição, na íntegra, dos temas específi cos.
livro.indb 61livro.indb 61 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
62
Universidade do Sul de Santa Catarina
O quadro a seguir traz exemplos de temas delimitados e pode
auxiliá-lo no momento da defi nição de seu tema específi co.
TEMA GERAL TEMA ESPECÍFICO
Tecnologia da informação e turismo A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.
Administração pública municipal Administração pública municipal de Palhoça, SC.
Qualidade na administração pública Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.
Balanço social Balanço social na cooperativa Alfa.
Perfi l dos gestores Perfi l dos gestores das empresas A, B, C.
Pequenas empresas no cenário internacionalExperiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.
Quadro 3.1 – Delimitação do tema.
Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
Como deve ser apresentado o tema?
Agora que você já sabe como escolher o seu tema de pesquisa,
precisa saber como apresentá-lo. Identifi camos esta etapa como
uma das mais importantes do trabalho, pois é aqui que você
estruturará um texto coeso e coerente que apresente a idéia
central de forma a convencer o leitor da sua relevância. No texto
da apresentação do tema, podemos começar com a transcrição
do tema específi co diretamente, de forma clara e direta, ou se
preferir, antes ainda, você pode fazer uma breve contextualização
histórica ou conceitual do tema. A partir daí começam as
explicações que vão contextualizar a escolha deste tema.
Para melhor entendimento, vamos esquematizar a estrutura
do texto relativo ao tema, separando-o em 4 partes, como
mostraremos a seguir:
a. descrição do tema específico;
b. justificativa da escolha do tema;
livro.indb 62livro.indb 62 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
63
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
c. problema que o pesquisador se propõe a resolver com a
escolha deste tema;
d. contextualização teórica do tema.
Sintetizando ainda mais esta estrutura: neste texto, temos que apresentar o tema, a justifi cativa, o problema e a contextualização. Para deixar bem claro o que se pede em cada uma destas partes, vamos abordar, de forma detalhada, cada um destes itens, para auxiliá-lo (a) nesta construção.
a. A descrição do tema específi co
Inicie o texto com a descrição do tema específi co - que já
abordamos anteriormente (veja exemplos no quadro anterior).
Após escrever o tema específi co, você deve, em seguida partir
para a justifi cativa. Veja na seqüência.
b. A justifi cativa
A justifi cativa no estudo de caso, como o próprio nome indica,
é o convencimento de ser fundamental efetivar o trabalho de
pesquisa.
Antes de aprofundar sua leitura, procure refl etir sobre a
justifi cativa e tente responder às seguintes questões que seguem.
Qual a relevância da pesquisa?
Que motivos a justifi cam?
Quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução asseguradas pela pesquisa?
Como enfatiza Rauber (2003, p. 19), “ justifi car nada mais é
do que dar razões, dizer os porquês da pesquisa, mostrar sua
importância para que e para quem.” Assim, questiona-se: quais os
motivos que justifi cam esta pesquisa?
livro.indb 63livro.indb 63 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
64
Universidade do Sul de Santa Catarina
A justifi cativa traduz-se no momento em que o pesquisador deverá comentar a origem do problema e sua relação com o tema a ser pesquisado. Cabe, pois, ao pesquisador explicar os motivos que justifi cam a relevância da pesquisa, tanto para a teoria como para a prática, destacando as contribuições da pesquisa para o conhecimento científi co. É na justifi cativa que o acadêmico pesquisador irá revelar a viabilidade da pesquisa; tanto no âmbito técnico, quanto no âmbito científi co.
A justifi cativa apresenta respostas à questão e geralmente é o
elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa
pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão fi nanciá-la. Consiste numa
exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e
dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização
da pesquisa, segundo registra Marconi e Lakatos (1991).
A justifi cativa destaca a importância do tema abordado, levando-
se em consideração o estágio atual da ciência, as suas divergências
ou a contribuição que se pretende proporcionar, ao pesquisar o
problema abordado.
Justifi ca-se, portanto, a pesquisa pelo seu valor pessoal,
organizacional e social, imprescindíveis ao conteúdo de um
trabalho científi co. Para Heerdt e Leonel (2006) a justifi cativa
envolve aspectos de ordem teórica, para o avanço da ciência, de
ordem pessoal/profi ssional, institucional e social (contribuição
para a sociedade).
Além das questões a que você tentou responder anteriormente,
a justifi cativa ainda deve enfatizar, de acordo com Marconi e
Lakatos (1991, p. 219):
o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema;
as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:
a) confirmação geral;
b) confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa;
c) especificação para casos particulares;
c) clarificação da teoria;
d) resolução de pontos obscuros, etc;
livro.indb 64livro.indb 64 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
65
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
importância do tema do ponto de vista geral;
importância do tema para os casos particulares em
questão:
a) possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade
abarcada pelo tema proposto;
b) descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares, etc.
Desse modo, Barral (apud HEERDT; LEONEL, 2006)
enumera alguns itens importantes que devem constar numa boa
justifi cativa:
1. atualidade do tema: inserção do tema no contexto
atual.
2. ineditismo do trabalho: atribuirá mais importância ao
assunto.
3. interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
4. pertinência do tema: contribuição do tema para o
debate acadêmico.
Acompanhe no quadro a seguir um exemplo de justifi cativa que
deve auxiliar o seu entendimento sobre o assunto e subsidiar
futuramente a construção de seu texto.
livro.indb 65livro.indb 65 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
66
Universidade do Sul de Santa Catarina
TEMA ESPECÍFICO JUSTIFICATIVA PESSOALJUSTIFICATIVAORGANIZACIONAL
JUSTIFICATIVASOCIAL
A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.
O presente estudo pode ser compreendido como um momento de síntese e posterior análise, para algumas refl exões realizadas no percurso da vida profi ssional do pesquisador acerca da tecnologia de informação nas organizações. O interesse pelo tema surgiu em decorrência da experiência profi ssional adquirida, ao longo de 10 anos, como gerente de planejamento.
A escolha de um determinado objeto de estudo não acontece por acaso, nem é desprovida de intencionalidade. A permanência de indagações, quer pela inexistência ou insufi ciência do conhecimento existente, quer pela insatisfação ou discordância dos resultados divulgados, é fator que contribui para a escolha do tema. A decisão de analisar o impacto do sistema tecnológico de planejamento orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa de Palhoça - SC, deu-se por se constatar a necessidade de uma análise aprofundada, capaz de interpretar e evidenciar do sistema citado.
A importância social da pesquisa repousa na possibilidade de indicar nova interpretação sobre o impacto da implantação de tecnologia de informação em uma organização. Assim, o tema a ser pesquisado reveste-se de importância em razão do momento vivido pelo processo ensino - aprendizagem, onde há demanda crescente de maior efi ciência organizacional.
Quadro 3.2 – Exemplo de justifi cativa
Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
c. O problema
A formulação do problema também integra a etapa inicial
do projeto de pesquisa de estudo de caso. Para Cervo e
Bervian (2002), o problema é uma questão que envolve,
intrinsecamente, uma difi culdade teórica ou prática,
para a qual se deve encontrar uma solução.
Para Yin (2005), defi nir as questões da pesquisa
é, provavelmente, o passo mais importante a ser
considerado em um estudo de pesquisa. Assim,
você deve reservar paciência e tempo sufi ciente para
a realização dessa tarefa. A chave é compreender que
as questões de uma pesquisa possuem substância (por
exemplo, “sobre o que é o meu estudo?”) e forma (por exemplo,
“estou fazendo uma pergunta do tipo ‘quem’, ‘o que’, ‘por que’ ou
‘como’?”).
livro.indb 66livro.indb 66 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
67
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
O problema sempre se apresenta em forma de questionamento,
de pergunta, a que o trabalho de pesquisa busca responder,
delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo
de possíveis relações entre si. Daí que não se realiza atividade de
pesquisa sem problema, sem dúvidas, sem questões que exigem
respostas.
Neste sentido, Booth; Colomb e Williams (2000) afi rmam que
as perguntas são cruciais, porque o ponto de partida de uma boa
pesquisa é sempre querer saber o que não se sabe ou entende, mas
que sente-se que é preciso conhecer ou entender. Desta forma,
as perguntas de pesquisa funcionam como direcionadores para,
os esforços que serão desenvolvidos no estudo, pois, além de
direcionar os trabalhos, tornam a investigação mais objetiva. De
certa forma, não há o que se investigar ou pesquisar, se antes não
se questionar; e para isso servem as perguntas.
Quais as regras para formulação de problema de pesquisa?
Desde Einstein, é mais importante para o desenvolvimento da
ciência saber formular problemas do que encontrar soluções.
Inteligência / Gênio /Reflexão
Fenômeno
Einstein
problema
1. Desencadeia a investigação2. Via de acesso ao terreno do conhecimento científico3. Pista para
4. Condiciona os resultados
- investigação- coleta de material- coleta de dados
- interessantes- banais
Reflexão
Figura 3.4 – Formulação de problema. Fonte: Cervo e Bervian (2002, p. 86).
livro.indb 67livro.indb 67 22/12/2008 14:33:5422/12/2008 14:33:54
68
Universidade do Sul de Santa Catarina
Não existem regras absolutamente rígidas para a formulação de
problemas, mas existem recomendações baseadas na experiência
de pesquisadores que, quando aplicadas, facilitam a formulação
do problema. As principais regras para a formulação de
problemas de pesquisa são, segundo Gil (1999, p. 54-55):
a) O problema deve ser formulado como uma pergunta.
Este procedimento facilita a identifi cação do que
efetivamente se deseja pesquisar.
b) O problema deve ser delimitado a uma dimensão
viável. Freqüentemente o problema é formulado de
maneira tão ampla que se torna impraticável chegar
a uma solução satisfatória. Nem todos os aspectos do
problema podem ser pesquisados simultaneamente.
Torna-se necessário, portanto, reduzir a tarefa a um
aspecto que possa ser tratado em um único estudo, ou
dividido em sub-questões que possam ser tratadas em
estudos separados.
c) O problema deve ter clareza. Os termos utilizados
devem ser claros, deixando explícito o signifi cado com
que estão sendo utilizados.
d) O problema deve ser preciso. Embora com signifi cado
esclarecido, nem sempre os termos apresentados na
formulação do problema deixam claro o limite de sua
aplicabilidade.
e) O problema deve apresentar referências empíricas. A
observância a este critério nem sempre é fácil nas ciências
sociais. É comum esperar dessas ciências respostas para
problemas que envolvem juízos de valor.
Vale registrar, que para mais efi cácia do problema, as perguntas
devem ser formuladas de tal forma que haja possibilidade de
respostas utilizando a pesquisa.
Como saber se o problema de pesquisa é apropriado?
Para Marconi e Lakatos (1994), defi nir um problema signifi ca
especifi cá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação
de um problema, deve haver clareza, concisão e objetividade.
livro.indb 68livro.indb 68 22/12/2008 14:33:5522/12/2008 14:33:55
69
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
A colocação clara do problema pode facilitar a construção da
hipótese central.
Já, para Minayo (1994), a escolha de um problema de pesquisa
merece indagações como:
Trata-se se problema original e relevante?
Ainda que seja interessante, é adequado para mim?
Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?
Há tempo sufi ciente para investigar tal questão?
Seguindo as características apresentadas nos critérios de Minayo,
Marconi e Lakatos (1991), apresentam-se alguns aspectos do
problema a serem considerados:
a. Viabilidade: pode ser eficazmente resolvido através da
pesquisa;
b. Relevância: deve ser capaz de trazer conhecimentos
novos;
c. Novidade: estar adequado ao estágio atual da evolução
científica;
d. Exeqüibilidade: pode chegar a uma conclusão válida;
e. Oportunidade: atender a interesses particulares e
gerais.
A adequada formulação de um problema de pesquisa não é tarefa
das mais fáceis. Afi rma Gil (1999, p. 51) que
Um problema será relevante em termos científi cos à
medida que conduzir à obtenção de novos conhecimentos.
Para se assegurar disso, o pesquisador necessita fazer um
levantamento bibliográfi co da área, entrando em contato
com as pesquisas já realizadas, verifi cando quais os
problemas que não foram pesquisados, quais os que não
o foram adequadamente e quais os que vêm recebendo
respostas contraditórias. Este levantamento bibliográfi co
é muitas vezes demorado e pode constituir mesmo uma
pesquisa de cunho exploratório, cujo produto fi nal será a
recolocação do problema sob um novo prisma.
livro.indb 69livro.indb 69 22/12/2008 14:33:5522/12/2008 14:33:55
70
Universidade do Sul de Santa Catarina
A relevância prática do problema está nos benefícios que
podem decorrer de sua solução. Muitas pesquisas são propostas
por órgãos governamentais, associações de classe, empresas,
instituições educacionais ou partidos políticos, visando à
utilização prática de seus resultados. Assim, o problema
será relevante à medida que as respostas obtidas trouxerem
conseqüências favoráveis a quem o propôs.
Para auxiliá-lo na elaboração do problema de pesquisa de seu
Estudo de Caso, o quadro a seguir traz exemplos de tema e o seu
respectivo problema.
TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA
A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.
Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?
Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.
Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?
Administração pública municipal de Palhoça, SC.De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?
Balanço social na cooperativa Alfa. Como são organizadas as informações do balanço social na cooperativa Alfa, de Palhoça, SC?
Perfi l dos gestores das empresas A, B, C. Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC?
Experiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.
Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC?
Motivação no trabalho no ramo hoteleiro. Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC.
Quadro 3.3 – Exemplos de tema e problema.
Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
livro.indb 70livro.indb 70 22/12/2008 14:33:5522/12/2008 14:33:55
71
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
d. A contextualização teórica
A apresentação do aparato teórico que dá suporte à
pesquisa realizada deve estar presente em todo
o relatório, não somente na contextualização
teórica. Sempre que o pesquisador achar
prudente inserir citações no corpo do
trabalho, para dar sustentabilidade a sua
opinião, ele deve fazê-lo.
Por conveniência vamos abordar, neste item, a explicação
sobre a inclusão de citações. Entendemos que, desde o início do
trabalho, é importante utilizarmos este recurso para “provar”
nossas afi rmações como pesquisadores.
Logo na etapa inicial, lançamos mão de bases teóricas para
contextualizar, apresentar e justifi car o tema escolhido.
O suporte teórico tem uma importância ímpar e atribui ao
trabalho a característica científi ca necessária a muitas das
inferências do pesquisador.
Lohn (2005) nos diz que, na contextualização teórica, conceitos
importantes são esclarecidos; teóricos que tratam do tema da
pesquisa, são apresentados e, também relacionados a pesquisa
realizada. Mostra-se conhecimento sobre o tema. Discutem-se
questões polêmicas, problematizando-as. Assume-se posição em
relação ao trabalho científi co.
A qualidade de um trabalho científi co pode muitas vezes ser avaliado, a priori, a partir de uma verifi cação de sua contextualização teórica, não só no seu aspecto quantitativo, mas, principalmente, no qualitativo.
A fundamentação teórica é importante, porque favorece a
defi nição de contornos mais precisos da problemática a ser
estudada. Serve também de revisão dos trabalhos publicados
mais importantes sobre o assunto a ser pesquisado. Em suma,
é a contextualização do tema dentro de uma base teórica pré-
existente, com a sua contribuição pessoal ligando os diversos
autores que abordam o tema.
livro.indb 71livro.indb 71 22/12/2008 14:33:5522/12/2008 14:33:55
72
Universidade do Sul de Santa Catarina
É prudente, já na apresentação do tema, dar a conhecer ao leitor
as teorias principais que se relacionam com o tema da pesquisa.
O que se diz sobre o tema na atualidade, qual o enfoque que está
recebendo hoje, quais lacunas ainda existem etc.
Algumas dicas para começar esta construção.
Procure bibliografi as que tratam do assunto, em seguida selecione algumas citações que possam conceituar o tema.
Informe também sobre alguns estudos realizados na área.
Apresente novas abordagens que os pesquisadores estão efetuando sobre o tema escolhido.
Crie uma base conceitual sobre o assunto, para deixar o leitor do seu trabalho um pouco mais familiarizado com o tema.
Utilize nossos livros didáticos que foram estudados no decorrer do curso; algumas teorias trabalhadas durante o curso podem também embasar, pelo menos genericamente, nosso tema.
Podemos dizer que, ao contextualizar o tema teoricamente, você
formaliza o tema, apresentando a contribuição teórica de diversos
autores e ligando-as com suas inferências pessoais. É importante
a sua posição frente às teorias levantadas. A construção do seu
texto não pode ser fragmentada; tente formar um texto coeso
com a sua presença, de forma marcante, mas com base em
citações diretas ou indiretas que possam servir de arcabouços
para as suas afi rmações.
livro.indb 72livro.indb 72 22/12/2008 14:33:5522/12/2008 14:33:55
73
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
A construção do texto e a correta utilização das citações
Lembre-se de formatar as citações com base nas normas da
ABNT. Todo texto criado com base no discurso do outro deve
ser devidamente citado, conforme orientam as normas da ABNT.
Para auxiliá-lo (a) nesta construção, segue um exemplo com a
visualização da fonte na íntegra e, ainda, como fi ca a transcrição
de uma citação indireta e direta.
Atenção ao texto extraído do livro “Tecnologia da
informação em turismo e meios de hospedagem”, de 115
páginas. O conteúdo foi escrito pelo prof. Enzo de Oliveira
Moreira e é publicado pela UNISUL da cidade de Palhoça-
SC.
A velocidade das inovações e as profundas transformações
vividas pela humanidade hoje demonstram a constante
evolução da sociedade.
A Percebe-se que cada vez mais, diminui a distância
entre o passado e o futuro. Seja na economia com fusões,
globalização, parcerias entre empresas concorrentes e na
própria estrutura de indústrias inteiras; nos produtos e
serviços e em seus fl uxos logísticos; nos mercados com sua
segmentação, valores e comportamento dos consumidores;
nos mercados de trabalho; na política e nas relações
internacionais entre os países.
O homem, neste contexto, está se tornando mais dinâmico
e rápido em suas ações, e é clara a necessidade da tecnologia
como uma aliada para atingir os objetivos de viver de forma
mais tranqüila nos dias de hoje, em que a turbulência dos
acontecimentos é uma constante. Hoje se pensa muito sobre
o real sentido de ter tantas informações, que, por vezes, não
acrescentam muito, pelo contrário, até confundem.
De acordo com o indicado pelos hipertextos do texto, veja a
seguir como fi ca cada tipo de citação.
Veja “Exemplo 2”
Veja “Exemplo 1”
Veja “Exemplo 3”
Veja “Exemplo 4”
livro.indb 73livro.indb 73 22/12/2008 14:33:5622/12/2008 14:33:56
74
Universidade do Sul de Santa Catarina
Exemplo 1: Referência
MOREIRA, Enzo de Oliveira. Tecnologia da informação em turismo e meios de hospedagem. Livro didático. Palhoça: UnisulVirtual, 2008. p.115.
Para saber mais detalhes, consulte o livro TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC, Monografi a, Dissertação e Tese, que foi entregue junto com este material.
Exemplo 2: Citação direta curta
Citação direta curta (menos de 4 linhas, onde citamos o texto extraído tal e qual foi dito pelo autor). Ex.: Segundo Moreira (2008, p.37) “A velocidade das inovações e as profundas transformações vividas pela humanidade hoje demonstram a constante evolução da sociedade.”
Exemplo 3: Citação direta longa
Citação direta longa (mais de 3 linhas, onde citamos o texto extraído tal e qual foi dito pelo autor) formatada em espaçamento simples, sem aspas, ajustado a 4 cm da margem esquerda e a referência fi ca logo abaixo da citação entre parênteses. Ex.: Conforme Moreira (2008, p.37),
[...] seja na economia com fusões, globalização, parcerias entre empresas concorrentes e na própria estrutura de indústrias inteiras; nos produtos e serviços e em seus fl uxos logísticos; nos mercados com sua segmentação, valores e comportamento dos consumidores; nos mercados de trabalho; na política e nas relações internacionais entre os países.
livro.indb 74livro.indb 74 22/12/2008 14:33:5622/12/2008 14:33:56
75
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Exemplo 4: Citação indireta
Citação indireta, extraído de vários pontos da obra escolhida, onde o pesquisador altera as palavras do autor fonte, com resumos por exemplo, por isto não é necessário inserir a página, pois neste caso citamos a idéia do autor e esta pode estar presente no livro todo. Ex.: Conforme Moreira (2008), o colapso na circulação das informações que acontece hoje em dia, tem obrigado as pessoas a procurarem estratégias de gerenciamento das informações para poder acompanhar e conviver em sintonia neste novo mundo. A informática neste sentido tem um papel importante neste auxílio.
Importante!
É comum, na contextualização teórica, alguns pesquisadores se equivocarem na quantidade de citações, apenas inserindo-as sem expor a sua opinião (deixando o texto muito fragmentado, sem a coesão própria para esta atividade). Outro erro que devemos evitar é escrever tudo com redação própria sem sequer citar a fonte de seus conceitos. Muito do que escrevemos, apesar de ser citação indireta, não caracteriza senso comum e, se não for citada a fonte, podemos estar parafraseando um autor sem a devida referência, o que é considerado plágio. Cuidado com isto.
Para fi nalizar este exemplo, lembre-se que todo o autor citado no
corpo do trabalho já deve estar descrito também na parte fi nal
do relatório, no item REFERÊNCIAS. Não podemos deixar de
digitar os dados do autor nas referências, se deixarmos isto para
o fi nal do trabalho, podemos perder os dados desta citação e se
isto acontecer somos obrigado a retirar a citação por não estar
relacionada na parte fi nal. No exemplo que estamos estudando a
referência que deve constar no fi nal do trabalho é a apresentada
no exemplo 1.
Agora você está pronto para construir o seu tema. Para ajuda-
lo ainda mais neste momento, segue o exemplo padrão da
UnisulVirtual, agora com a parte do tema:
livro.indb 75livro.indb 75 22/12/2008 14:33:5622/12/2008 14:33:56
76
Universidade do Sul de Santa Catarina
2 TEMA
O mercado de distribuição de bebidas no Brasil é
bastante promissor, com uma grande variedade de produtos
de ótima aceitação pelo consumidor fi nal, especialmente a
cerveja produzida no próprio país.
Em 2000, com o surgimento da Companhia
de Bebidas das Américas – AmBev, gerada pela fusão da
Companhia Antarctica Paulista e Companhia Cervejaria
Brahma, o mercado sofreu alterações signifi cativas
(SEBRAE/ES, 2007). Neste contexto, a concorrência no
setor também se tornou acirrada.
O Brasil é um dos maiores países produtores e
consumidores de cerveja, com uma produção ao redor de
9 bilhões de litros por ano, destacando-se cada vez mais
no mercado cervejeiro internacional. Em virtude desse
crescimento, mudanças foram observadas em sua estrutura
de mercado, deixando de ser altamente concentrado até
a década de 90 para tornar-se um mercado com maior
número de fi rmas atuantes, ocasionando um acirramento
na concorrência. Outro fator importante que proporcionou
o crescimento do setor foi a entrada de capital estrangeiro
(BAZZO, 2007).
O setor de bebidas possui uma prática comercial
comum que é a especialização em um produto ou linha de
produtos, o que não signifi ca a falta de variação na oferta de
bebidas em uma distribuidora.
livro.indb 76livro.indb 76 22/12/2008 14:33:5622/12/2008 14:33:56
77
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Tornar-se um especialista no produto ou linha de
produto é a mais comum das práticas comerciais.
Você pode variar a oferta de bebidas na sua
distribuidora e ser especialista em uma, por exemplo:
a cerveja, que geralmente é o carro-chefe do negócio.
O especialista de produto goza de prestígio pela
qualidade e variedade, mas deve tomar cuidado, pois
sua posição pode se fragilizar em função de oscilações
no mercado, ou de mudanças nas orientações de seus
consumidores, ou mesmo, decorrente da evolução
tecnológica. (SEBRAE/ES, 2007 p. 1).
A especialização numa linha de produtos
constitui o tema geral desta pesquisa. Já o tema específi co
é apresentar para a empresa XYZ Distribuidora, uma
proposta de reestruturação e informatização dos processos
organizacionais, com foco no setor de vendas.
Atualmente a empresa XYZ Distribuidora trabalha
com vendas diretas de bebidas de diversos tipos e marcas. Em
seu processo de vendas, utiliza-se de um serviço de logística
que está causando um aumento considerável nos custos fi nais
da empresa. Esta organização também não utiliza nenhum
tipo de sistema informatizado direcionado para a pré-venda.
Trabalha somente com um sistema de vendas que efetua o
controle de estoque, alimentado quinzenalmente, quando
do fechamento das vendas realizadas pelos caminhões. Esta
constatação caracteriza uma das justifi cativas profi ssionais
que levou este pesquisador a optar pelo presente tema.
No atual cenário de modernidade, surge a
necessidade de automação do setor de distribuição de
bebidas e seus processos. Para tal, encontra-se uma gama
de propostas de uso de sistemas informatizados, seja para
o controle do trabalho operacional ou para obtenção de
informações estratégicas do setor. Dentre os sistemas
livro.indb 77livro.indb 77 22/12/2008 14:33:5622/12/2008 14:33:56
78
Universidade do Sul de Santa Catarina
disponíveis para uso operacional e gerencial, encontram-se
os voltados para o setor de vendas, incluindo a pré-venda.
Estes sistemas contemplam, em sua maioria, controle de
estoque, contas a pagar, contas a receber, pedidos manuais e
pedidos por palm top, resumo diário de vendas, por equipe e
por vendedor, montagem de cargas para entregas por frotas,
emissão de notas fi scais e boletos bancários, dentre outras
funcionalidades.
Alguns dos objetivos específi cos com o uso da
informática neste setor são a agilidade no atendimento, na
emissão de pedidos, o correto controle de estoque, bem como
das contas a pagar e receber, etc.
Porém o uso de sistemas informatizados como
ferramenta estratégica tem um objetivo maior, que é a gestão
da informação para a tomada da decisão de forma mais
apropriada para a organização, no contexto do mercado onde
atua.
De acordo com a UAC, – Unidade de Atendimento
ao Comércio – SEBRAE/ES (2007, p. 1), “Uma empresa
informatizada tem grandes chances de sair na frente do
concorrente, Além de facilitar os processos, garantem a
segurança na tomada de decisões, melhora a produtividade e
diminui os gastos.” No entanto é necessário fazer a escolha
certa, com um planejamento do que a organização realmente
necessita.
Dentro do contexto do tema apresentado,
este trabalho visa responder à seguinte questão: “Como
reestruturar e informatizar os processos organizacionais,
com foco no setor de vendas, visando reduzir os custos e
prospectar novos clientes na empresa XYZ Distribuidora de
Palhoça (SC)?”.
livro.indb 78livro.indb 78 22/12/2008 14:33:5722/12/2008 14:33:57
79
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Acredita-se que a proposta apresentada ao fi nal
deste estudo à empresa XYZ Distribuidora motivará a
adequação da estratégia de vendas à realidade do mercado,
com a absorção de aspectos positivos da sua estrutura atual
e desenvolvimento de ações de melhoria de acordo com suas
necessidades. Também ocorrerá um maior controle interno
de suas vendas e da pré-venda, facilitando as análises de
crédito por parte do setor de vendas, o que evitará perdas
fi nanceiras e, conseqüentemente, garantirá melhoria na
qualidade do seu atendimento junto aos clientes existentes,
bem como prospectar novos clientes.
Do ponto de vista pessoal, este será um desafi o
novo e importante para este pesquisador, pois envolve
a aprendizagem de um método científi co, bem como de
conteúdos importantes para a sua formação como tecnólogo
em Gestão da TI. Como profi ssional atuante na empresa alvo
do projeto, acredita-se que a apresentação deste trabalho
trará muitos ganhos.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 79livro.indb 79 22/12/2008 14:33:5722/12/2008 14:33:57
80
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 5 - Objetivos
Muitos são os que apresentam conceitos acerca dos objetivos.
Vejamos alguns deles:
Defi nições para os objetivos
Furaste (2004): os objetivos são as indicações,
precisas e claras, das metas, propósitos e resultados concretos a que se pretende chegar.
Fachin (2003): o objetivo é o resultado que se
pretende em função da pesquisa. Geralmente, é uma ação proposta para responder à questão que representa o problema.
Cervo e Bervian (2002): os objetivos que se têm em
vista defi nem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser selecionado, o material a coletar, etc.
A partir desta contextualização, é possível afi rmar que os
objetivos da pesquisa perpassam o grau de entendimento e
o índice de assimilação dos conteúdos presentes na tarefa
cognoscitiva do acadêmico pesquisador.
Nas fases iniciais (graduação e especialização), os objetivos
situam-se no âmbito de estudar, conhecer e compreender. No
mestrado, os objetivos podem ser de aprofundar, dominar o
âmbito e, eventualmente, localizar novas relações. Somente
no doutorado se exige tema original e se chega à descoberta
de novas relações ou ao estabelecimento de novas teorias,
segundo Vieira (2004).
Comentam Cervo e Bervian (2002) que, quanto à sua natureza,
os objetivos podem ser intrínsecos, quando se referem aos
problemas que se quer resolver; extrínsecos, tais como dever de
aula, solicitação de interessados, trabalhos fi nais dos cursos de
formação, resolução de problemas pessoais, produção de algo
original, podendo, entretanto, ser defi nidos como objetivos gerais
e específi cos.
livro.indb 80livro.indb 80 22/12/2008 14:33:5722/12/2008 14:33:57
81
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
O que são objetivos gerais e específi cos?
De acordo com a abrangência dos objetivos, podem ser gerais ou
específi cos.
O objetivo geral defi ne, de modo amplo, aquilo que o
pesquisador deseja pesquisar. Procura determinar, com clareza
e objetividade, o propósito do pesquisador com a realização da
pesquisa. Está ligado a uma visão global e abrangente do tema.
Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos
e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à
própria signifi cação da tese proposta pelo projeto.
Já os objetivos específi cos determinam aspectos que se pretende
estudar, compreender, explicar, ou seja, o pesquisador evidencia,
de forma clara e precisa, a fi nalidade do estudo que pretende
desenvolver.
Defi nir os objetivos específi cos signifi ca aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais.
O estudante se propõe a mapear, identifi car, levantar,
diagnosticar, traçar o perfi l ou historiar determinado assunto
específi co dentro de um tema. Ele pode querer mostrar novas
relações para o mesmo problema, identifi car novos aspectos, ou
mesmo, utilizar os conhecimentos adquiridos com a pesquisa
para instrumentalizar sua prática profi ssional ou intervir em
determinada realidade onde ocorre o problema - ainda segundo
Cervo e Bervian (2002).
Para Marconi e Lakatos (1991), os objetivos específi cos
apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e
instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e,
de outro, aplicá-lo a situações particulares.
livro.indb 81livro.indb 81 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
82
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivo geral: Indicação do resultado pretendido.
Objetivos específi cos: indicação das etapas que levarão à realização do objetivo geral.
Os objetivos específi cos são instrumentais para o objetivo geral e
dão uma visão embasadora para o próprio tema. Eles norteiam,
por assim dizer, a pesquisa.
O que indicam os objetivos?
Os objetivos indicam o que se pretende conhecer, medir ou
provar no decorrer da investigação. Na lição de Fachin (2003, p.
114),
Nessa etapa, deve-se demonstrar a relevância do
problema, com o intuito de despertar o interesse do leitor.
Os objetivos também demonstram a contribuição que
se tenciona alcançar com a pesquisa, para as possíveis
soluções do problema.
Eles devem estar norteados por aspectos que determinam
a fi nalidade da pesquisa, como: para quem, para quê,
o quê, onde; a fi nalidade deve estar assim confi gurada.
Devem conter os aspectos mais signifi cativos, como a
correlação entre causa e efeito de determinado problema.
Martins e Santos (2003) observam que um objetivo claramente
formulado fornece base sólida para a seleção do método,
procedimento que ajudará a alcançá-lo. Ele está bem formulado,
quando consegue comunicar seu propósito; o melhor enunciado é
aquele que exclui a possibilidade de que seu propósito venha a ser
confundido com outro.
livro.indb 82livro.indb 82 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
83
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Lembre-se:
Objetivo geral
Indica qual o propósito da pesquisa
Deve ser bem claro e preciso
Está ligado ao problema da pesquisa
Utiliza um verbo no infi nitivo de natureza refl exiva
Objetivos específi cos
Determinam as etapas necessárias para atingir o
objetivo geral
Devem começar com um verbo no infi nitivo
Devem indicar uma ação passível de mensuração
Como formular os objetivos?
É importante respeitar as seguintes “regras” na formulação de
objetivos de pesquisa, que, segundo Richardson (1999) são:
1. o objetivo deve ser claro, preciso e conciso;
2. o objetivo deve expressar apenas uma idéia. Em
termos gramaticais, deve incluir apenas um sujeito e
um complemento;
3. o objetivo deve referir-se apenas à pesquisa que se
pretende realizar. Não são objetivos de uma pesquisa,
propriamente, discussões, reflexões ou debates em
torno de resultados do trabalho.
Ao escrever um objetivo, lembre-se:
a. iniciar, usando o verbo no modo infi nitivo (ex.: identifi car, verifi car, analisar, caracterizar, selecionar, explicar, descrever, etc.);
b. não usar um verbo que sugira muitas interpretações; e,
c. apresentar um objetivo de cada vez.
livro.indb 83livro.indb 83 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
84
Universidade do Sul de Santa Catarina
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de objetivos
decorrentes dos temas já apresentados como exemplos anteriores.
Vale lembrar que, para a primeira vez que, se faz um objetivo, ele
pode não sair bom. Tente outra vez, caso isso acontecer!
(Continua)
TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.
- Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?
- Analisar o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC.
- Descrever aspectos da tecnologia da informação.
- Descrever a metodologia utilizada pela empresa Alfa quando da implantação do sistema.
- Analisar mediante entrevistas com os responsáveis diretos, os pontos fortes e fracos do sistema implantado.
- Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.
- Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?
Levantar a forma que a administração pública municipal de Palhoça, SC trabalhou a gestão de segurança pública em 2006.
- Caracterizar a administração pública do município de Palhoça.
- Descrever as principais ações voltadas à segurança pública municipal.
- Administração pública municipal de Palhoça, SC.
- De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?
Analisar o nível de qualidade existente na administração pública da prefeitura municipal de Palhoça, SC, no ano 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública - Programa Qualidade no Serviço Público – PQSP.
- Propor ações que auxiliarão o desenvolvimento de diretrizes para implementação da qualidade no serviço público municipal.
- Avaliar as políticas de qualidade utilizadas pela organização estudada.
livro.indb 84livro.indb 84 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
85
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
(Conclusão)
TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Balanço social na Cooperativa Alfa.
- Como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa, de Palhoça, SC?
- Verifi car como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa da região sul de Santa Catarina.
- Caracterizar historicamente a organização pesquisada, sua estrutura física colaboradores, missão e objetivos.
- Analisar a metodologia utilizada pela Cooperativa Alfa para elaboração do balanço social.
- Perfi l dos gestores das empresas A, B, C.
- Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C, situadas em Palhoça, SC?
- Levantar o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B, C, situadas em Palhoça, SC.
- Descrever as características de cada empresa estudada;
- Traçar o perfi l sociodemográfi co dos administradores das empresas estudadas.
- Experiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.
- Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC?
- Descrever a contribuição do profi ssional de comércio exterior no processo de inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC.
- Contextualizar historicamente a empresa Beta.
- Levantar as maiores difi culdades enfrentadas pela empresa para inserção no mercado internacional.
- Motivação no trabalho no ramo hoteleiro.
- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC.
- Levantar e analisar o nível de motivação dos funcionários do Hotel X de Palhoça SC.
- Identifi car os maiores aspectos de insatisfação dos funcionários pesquisados.
- Apresentar uma proposta de gestão de pessoas voltada à motivação dos funcionários do Hotel X de Palhoça SC.
Quadro 3.4 - Exemplo de objetivos
Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
Acompanhe no quadro a seguir o nosso exemplo padrão de
relatório de estudo de caso.
livro.indb 85livro.indb 85 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
86
Universidade do Sul de Santa Catarina
3 OBJETIVOS
Os objetivos deste trabalho serão apresentados
em objetivo geral e objetivos secundários.
3.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma
proposta para reestruturar e informatizar os processos
organizacionais, com foco no setor de vendas, visando
reduzir os custos e prospectar novos clientes na empresa
XYZ Distribuidora de Palhoça (SC).
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identifi car e analisar os processos e sistemas
informatizados adotados atualmente pela empresa, em
especial os relacionados com o setor de vendas.
- Descrever os pontos fortes e fracos da empresa
nos seus processos, em especial do setor de vendas.
- Apresentar uma proposta de informatização
para melhoria do processo de vendas.
- Identifi car a relação custo-benefício da proposta
de informatização do processo de vendas.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 86livro.indb 86 22/12/2008 14:33:5822/12/2008 14:33:58
87
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Seção 6 - Procedimentos Metodológicos
Os procedimentos metodológicos compreendem a caracterização
do estudo, a defi nição da população e amostra, o campo de
estudo e os instrumentos de coleta de dados.
Na caracterização do estudo, começaremos pela indicação do
tipo de pesquisa. Vamos relembrar: a pesquisa poderá ser do
tipo:
descritiva : procura descrever a proposta ou
características da empresa. Por exemplo: descrever o nível
de escolaridade, de renda, etc. Neste momento, apenas
descreveu-se a realidade pesquisada da forma como ela é:
o pesquisador não interferiu nos resultados;
exploratória : busca familiarizar o aluno com o assunto
e com a realidade da organização. Constitui a primeira
etapa de uma investigação mais ampla. Por exemplo,
no objetivo descrito anteriormente, de “Verifi car como
são organizadas as informações do balanço social na
Cooperativa Alfa da região sul de Santa Catarina”, é
necessário inicialmente explorar o tema balanço social e a
organização das informações deste instrumento, para só
então entrar no objetivo. O produto fi nal desse processo é
esclarecido para o leitor;
explicativa: além de descrever a realidade da
organização, procura explicar os fatores determinantes do
problema estudado. Por exemplo: verifi car se o nível de
motivação dos funcionários de uma organização é bom
ou ruim, mas tendo como preocupação central identifi car
os fatores que levaram a tal resultado. Vale lembrar que
este tipo de pesquisa é o mais complexo e delicado, pois
há o risco maior de cometer erros, assim geralmente não
é usada por pesquisadores iniciantes.
É neste momento, também, que identifi camos o Universo da pesquisa e a amostra.
livro.indb 87livro.indb 87 22/12/2008 14:33:5922/12/2008 14:33:59
88
Universidade do Sul de Santa Catarina
Campo de estudo ou Universo da pesquisa
A descrição do universo da pesquisa, ou, como alguns autores
costumam chamar campo de estudo, é simplesmente a descrição
de onde será feita a pesquisa. Utilizamos com mais propriedade
a descrição do Campo de estudo ou o Universo da pesquisa,
quando não temos como demonstrar amostragem, ou seja,
quando o objeto de estudo vai ser pesquisado como um todo,
sem condições de fazer recortes ou fragmentações. Podemos
relacionar os seguintes exemplos para demonstrar a importância
da descrição do campo de estudo: a pesquisa de um software
específi co, uma obra literária, uma fórmula matemática, o
desempenho de um determinado hardware, etc. Mas o Campo
de estudo ou o Universo da pesquisa também se faz presente,
quando nosso objeto de estudo é uma organização (empresa
privado ou pública).
O campo de estudo vai ser tratado novamente, quando apresentarmos o resultado da pesquisa e a análise da realidade observada. Neste momento, serão apresentados o contexto histórico e os dados básicos do objeto de estudo, que foram pesquisados através da observação do pesquisador, de documentos analisados, ou da entrevista realizada. Aqui, nesta etapa, vamos pontuar, apenas, o objeto de estudos. O campo de estudo diz respeito às informações do universo escolhido para desenvolver o estudo de caso.
A unidade do campo de estudos está relacionada com a defi nição
do que o caso é, ela pode ser um indivíduo, uma decisão,
um programa, um portal da Internet, um medicamento, um
segmento social, um evento político, uma fórmula química, pode
ser sobre a implantação de um processo ou sobre uma mudança
organizacional. A defi nição do Universo está ligada à maneira
pela qual as questões de estudo foram defi nidas (BRESSAN,
2006). Por exemplo: uma pessoa, uma empresa, um órgão
público, um software, etc.
livro.indb 88livro.indb 88 22/12/2008 14:33:5922/12/2008 14:33:59
89
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Amostragem
No ensinamento de Schiff man e Kanuk (2000, p. 26) “um
plano de amostragem deve responder às seguintes questões:
quem pesquisar e quantos pesquisar (o tamanho da amostra)”. A
decisão de quem pesquisar exige que a população seja defi nida
de modo que uma amostra adequada possa ser selecionada. Yin
(2006) assinala que a defi nição do estudo de caso a ser analisado
está relacionada à maneira como você defi niu as questões iniciais
da pesquisa.
Perceba que a população pode ser representada por indivíduos,
grupos, organizações e por integrantes da sociedade. A amostra
compreende um subconjunto da população como mostra o
esquema a seguir.
Amostragem
População Amostra
Figura 3.5 – População e amostraFonte: Ambroni e Ambroni (2006).
O tamanho da amostra depende dos objetivos do trabalho e do
grau de confi ança que o pesquisador quer alocar aos resultados.
De acordo com Mattar (1996), o procedimento de amostragem
pode ser realizado por meio de uma amostra probabilística, ou
não-probabilística, conforme demonstrado na fi gura 3.6:
livro.indb 89livro.indb 89 22/12/2008 14:33:5922/12/2008 14:33:59
90
Universidade do Sul de Santa Catarina
NÃO-PROBABILÍSTICA: aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador. Pode ser de conveniência, intencional ou por cotas.
PROBABILÍSTICA: é aquela em que cada elemento da população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser selecionado para compor a amostra. Pode ser aleatória simples, aleatória estratifi cada ou por conglomerado.
TIPOS DE AMOSTRAGEM
Figura 3.6 – Procedimento da Amostragem.Fonte: Mattar (1996, p. 132).
Importante
Para viabilizar a construção do nosso estudo de caso, aqui na Unisulvirtual, vamos obrigatoriamente escolher o tipo de amostragem NÃO-PROBABILÍSTICA INTENCIONAL. Mas, para efeito de conhecimento, vamos falar dos demais tipos de amostragem, para que você fi que sabendo.
Vale salientar que, na amostra não-probabilística intencional,
que é a mais usada em estudos de caso, o pesquisador usa o seu
julgamento para selecionar os membros da população que são
boas fontes de informação precisa, com vista ao alcance dos
objetivos de seu estudo. Na amostra não-probalística intencional,
o pesquisador está interessado na opinião de determinados
elementos da população, mas que não são representativos da
mesma. O pesquisador, portanto, não se dirige à “massa”, mas
àqueles elementos que, segundo seu entender, pela função
desempenhada ou cargo ocupado, vão lhe fornecer maiores
subsídios à solução do problema de pesquisa levantado, como
comenta Lakatos e Marconi (1991).
livro.indb 90livro.indb 90 22/12/2008 14:33:5922/12/2008 14:33:59
91
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Como já disse antes, o tipo de amostra que escolheremos para o nosso estudo de caso será a NÃO-PROBABILÍSTICA INTENCIONAL. Mas achamos prudente lhe apresentar, pelo menos superfi cialmente, como se trabalha com a amostragem probabilística aleatória simples.
A amostra probabilística tem um caráter mais preciso e é
ideal para estudos onde a população é grande e se necessita
de uma margem estatística confi ável para provar sua pesquisa.
Acompanhe a seguir um método para calcular uma amostra
probabilística aleatória simples.
Antes de fazermos uma amostra em si, devemos realizar uma
pré-amostra onde:
p= percentual observado na pré-amostra, que respondeu
favoravelmente a questão; e
q= o que falta em p para completar 100%.
Caso eu não realize uma pré-amostra, então os valores de p e q
serão de p=0,50 e q=0,50.
Fórmula
n= Z2 x p x q x N
e2 x(N - 1) + Z2 x p x q
n= Tamanho da amostra
N = Tamanho da população
p= percentual observado na pré-amostra, que respondeufavoravelmente a questão
q= o que falta em p para completar 100%
e= erro máximo aceitável na pesquisa (para mais ou para menos
Z = Valor tabela correspondente ao nível de confi ança da pesquisa
livro.indb 91livro.indb 91 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
92
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tabela Z
Nível de Confi ança Z90% 1,64
91% 1,70
92% 1,75
93% 1,81
94% 1,88
95% 1,96
96% 2,05
Tabela 3.1 – Tabela Z.Fonte: Madeira (2008). Com modifi cações.
Qual o tamanho da amostra para verifi car quantas pessoas estão interessadas em fazer o curso em gestão de pessoas?
Supondo que uma população é de N= 623 pessoas, com um nível
de confi ança 90% = 1,64 sem pré-amostra p=0,50 e q = 0,50 e
com erro máximo aceitável de 5% (0,05)
n= 1,642 x 0,5 x 0,5 x 623
0,052 x(623 - 1) + 1,642 x0,5 x 0,5
n= 2,69 x 0,5 x 0,5 x 623
0,0025 x(622) + 2,69 x 0,5 x 0,5
n= 418,9675
1,555 + 0,6725
n= 418,9675 2,2275
n= 188 pessoas para serem pesquisadas
Considerando que a amostra está inviável, pois fi cou muito
grande, pode-se aumentar a margem de erro para 10%, fi cando
desta forma:
livro.indb 92livro.indb 92 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
93
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
n= 1,642 x 0,5 x 0,5 x 623
0,12 x(623 - 1) + 1,642 x0,5 x 0,5
n= 2,69 x 0,5 x 0,5 x 623
0,01 x(622) + 2,69 x 0,5 x 0,5
n= 418,9675
6,22 + 0,6725
n= 418,9675
6,8925
n= 61 pessoas para serem pesquisadas
A amostragem boa é aquela que possibilita
abranger a totalidade do problema investigado
em suas múltiplas dimensões (MINAYO,
1994).
Instrumentos de coleta de dados
Vale ressaltar que as fontes de dados podem ser primárias e
secundárias. Conforme Amboni e Amboni (2006), os dados
secundários são aqueles que se encontram à disposição na
organização objeto de estudo: os boletins, livros, as revistas
dentre outros. Os dados primários referem-se àqueles coletados
pela primeira vez para buscar solução, quanto ao objetivo geral:
da regra, são dados coletados mediante entrevistas e observação,
por exemplo.
O processo de coleta de dados no estudo de caso é mais complexo
que o de outras modalidades de pesquisa.
Bressan (2006) observa que o método do estudo de caso obtém
evidências a partir de seis instrumentos de coleta de dados. Veja-
os na seqüência.
livro.indb 93livro.indb 93 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
94
Universidade do Sul de Santa Catarina
a. Documentação: a documentação, pela sua própria
característica, é uma importante fonte de dados e,
nela, as informações podem tomar diversas formas
como cartas, memorandos, agendas, atas de reuniões,
documentos administrativos, estudos formais,
avaliações de plantas e artigos da mídia.
b. Dados Arquivados: os dados arquivados, em
computador, por exemplo, podem ser relevantes
para muitos estudos de caso. Estes dados podem ser
dados de serviços, como número de clientes, dados
organizacionais - orçamentos, mapas e quadros -
para dados geográficos, lista de nomes, dados de
levantamentos, dados pessoais - como salários, listas de
telefone, que podem ser usados em conjunto com outras
fontes de informações tanto para verificar a exatidão
como para avaliar dados de outras fontes, segundo Yin
(2005).
c. Entrevistas: a entrevista permite aos pesquisados
desenvolverem as opiniões de maneira conveniente,
considerando a subjetividade envolvida no tema. A
entrevista segue o roteiro que considera as categorias
de análise estabelecidas, embora a sua forma seja
modificada conforme as perguntas do entrevistador,
permanecendo asseguradas as perguntas orientadoras
básicas. Ao mesmo tempo, permite-se ao entrevistado
refletir sobre o tema, de maneira que se orienta e se
envolve gradativamente no decorrer dela. É o que nos
diz Vergara (2005). A entrevista, dentro da metodologia
do Estudo de Caso, pode assumir várias formas:
entrevista de natureza aberta-fechada: onde o
investigador pode solicitar aos respondentes-chave
a apresentação de fatos e de suas opiniões a eles
relacionados;
entrevista focada: onde o respondente é entrevistado
por um curto período de tempo e pode assumir um
caráter aberto-fechado ou se tornar conversacional,
mas o investigador deve preferencialmente seguir as
perguntas estabelecidas no protocolo da pesquisa;
entrevista do tipo Survey: que implicam questões e
respostas mais estruturadas.
livro.indb 94livro.indb 94 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
95
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Para maior efi cácia da entrevista:
Direcione sempre um ponto principal e, a partir dele tente abstrair o maior número de pontos que possam circundar este ponto principal: um questionário bem feito não é aquele que tem o maior número de questões, e sim aquele que possui uma maior abrangência em relação àquilo que ser quer investigar.
Procurar opiniões diferentes, bem como analisar pessoas de posições hierárquicas diferentes permite, muitas vezes, uma visão mais ampla.
d. Observação direta: ao visitar o local de estudo, um
observador preparado pode fazer observações e coletar
evidências sobre o caso em estudo. Estas evidências
geralmente são úteis para prover informações
adicionais sobre o tópico em estudo. Para se aumentar
a fidedignidade das observações, além de se ter
roteiro definido no protocolo, pode-se designar mais
de um observador e, após as observações, comparar
os resultados das observações relatadas para se
eliminarem discrepâncias.
e. Observação participante: este é um tipo especial
de observação, na qual o observador deixa de ser
um membro passivo e pode assumir vários papéis
na situação do caso em estudo e pode participar
dos eventos em estudo e influenciá-los. O problema
da observação participante é que ela tem grande
capacidade de produzir vieses, pois o investigador
pode assumir posições ou advogar contra os interesses
das práticas científicas recomendadas, pode assumir
posições do grupo ou organização em estudo e pode
ter problemas ao fazer anotações ou levantar questões
sobre os eventos em perspectivas diferentes.
Yin (2006) destaca a relevância de considerar três
princípios para a coleta de dados:
utilizar várias fontes de evidência : qualquer uma
das fontes precedentes de obtenção de evidências
pode e tem sido a única para estudos inteiros. Por
exemplo, alguns estudos confi aram apenas na
livro.indb 95livro.indb 95 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
96
Universidade do Sul de Santa Catarina
observação participante, mas não examinaram
um único documento; similarmente, há inúmeros
estudos que contaram apenas com registros em
arquivos, mas não realizaram entrevistas;
criar um banco de dados para o estudo de caso :
deve ser respeitado durante a coleta de dados, tem
a ver com a maneira de organizar e documentar os
dados coletados para os estudos de caso;
manter o encadeamento das evidências : visando
aumentar a confi abilidade das informações em um
estudo de caso, torna-se necessário manter um
encadeamento de evidências, indo das questões
iniciais da pesquisa até as considerações fi nais.
Ao elaborar o plano de pesquisa, o investigador tem de
estabelecer procedimentos que visem maximizar os resultados a
serem obtidos com utilização destas seis fontes de evidência.
Ao elaborar seu Estudo de Caso nesta seção, você deve indicar
o tipo de pesquisa que caracteriza seu estudo, amostra e o(s)
instrumento(s) de coleta de dados, conforme mostra o quadro
exemplifi cativo a seguir.
livro.indb 96livro.indb 96 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
97
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Problemade pesquisa
Caracterizaçãodo estudo
Campo de estudo ou Universo da
pesquisa
Amostra de pesquisa
Instrumentos de coleta de
dados
- Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?
Descritiva Hotel Alfa localizado na cidade de Palhoça, SC. Fundado em 1980, hoje com 20 funcionários.
Amostra não-probabilística intencional formado por 01 responsável pelo setor administrativo, 01 do setor fi nanceiro e 01 do setor contábil.
-Documentação - Dados Arquivados- Entrevistas
- Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?
Descritiva Prefeitura Municipal de Palhoça, SC. Sob o viés dos parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Publico – PQSP.
-
- Documentação
- Dados Arquivados
- De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?
Descritiva Departamento de Segurança Pública da Prefeitura de Palhoça na gestão 2006.
Amostra não-probabilística intencional, formada por 01 gestor do depto. de segurança pública e dois supervisores diretos.
- Documentação
- Dados Arquivados
- Entrevistas
- Como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa, de Palhoça, SC ?
Exploratória Cooperativa Alfa localizada na cidade de Palhoça, SC. Fundada em 1995.
Amostra não-probabilística intencional, formada pelo contador da empresa e seus dois assistentes.
- Dados Arquivados
- Entrevistas
(Continua)
livro.indb 97livro.indb 97 22/12/2008 14:34:0022/12/2008 14:34:00
98
Universidade do Sul de Santa Catarina
A partir deste exemplo, você poderá defi nir o Universo
da pesquisa, sua amostra do estudo de caso, bem como o
instrumento de coleta de dados.
Vale lembrar que os exemplos do quadro são genéricos e
que cabe a você justifi car, com base no problema e objetivos
de sua pesquisa, o “por que” da escolha deste ou daquele
procedimento metodológico. Não esquecendo que, nesta fase,
você pode, também, valer-se da parte teórica para fundamentar,
conceitualmente, seu método de pesquisa.
Problemade pesquisa
Caracterizaçãodo estudo
Campo de estudo ou Universo da
pesquisa
Amostra de pesquisa
Instrumentos de coleta de
dados
- Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC?
Exploratória Empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC.
Amostra não-probabilística intencional, formada pelos gestores das empresas A, B e C, dos departamentos de recursos humanos, produção, fi nanceiro, marketing e logística e administrativo (geral). Num total de 15 pesquisados
- Entrevistas
- Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da Empresa Industrial Beta, de Palhoça, SC?
Explicativa Empresa Industrial Beta, de Palhoça –SC. Fundada em 1990.
Amostra não-probabilística intencional, formada pelos três administradores da empresa.
- Documentação
- Dados Arquivados
- Entrevistas
- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?
Explicativa Hotel X do município de Palhoça, SC. No mercado desde 2001.
Amostra não-probabilística intencional, formada por 40 funcionários (todos os funcionários, exceto administração).
- Entrevistas
Quadro 3.5 - Tipos de pesquisa.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
(Conclusão)
livro.indb 98livro.indb 98 22/12/2008 14:34:0122/12/2008 14:34:01
99
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Na elaboração dos instrumentos de coleta de dados, é preciso efetivamente construir os instrumentos previstos por você. Assim se você defi niu que fará uma entrevista, insira em anexos o roteiro da entrevista planejada e como espera aplicá-la. O mesmo se aplica aos demais instrumentos de coleta de dados ou ao questionário que será aplicado. Ou seja, apresente os instrumentos, na íntegra, nos anexos e apêndices de seu relatório de pesquisa.
Agora, numa visão geral, através do exemplo padrão utilizado
desde o início desta seção, vamos mostrar como estas etapas
devem ser construídas através de um texto coeso e coerente.
Acompanhe.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A caracterização do estudo deste
trabalho será uma pesquisa na forma de um estudo de caso
EXLORATÓRIO. Com base na explicação de Rauen (2002),
que mostra o estudo de caso como um estudo profundo de
um ou de poucos objetos, o qual busca retratar a realidade de
forma completa e profunda, de modo a permitir o seu amplo
e detalhado conhecimento.
4.1 CAMPOS DE ESTUDO
O Universo desta pesquisa compreende
uma empresa que atua no ramo de distribuidora de bebidas e
seus derivados, cuja razão social é “XYZ Distribuidora”. A
empresa tem sede na Rua das Flores, 1.000, no bairro Ponte
do Imaruim, na cidade de Palhoça SC. Conta hoje com um
livro.indb 99livro.indb 99 22/12/2008 14:34:0122/12/2008 14:34:01
100
Universidade do Sul de Santa Catarina
quadro de 15 funcionários, encaixando-se no perfi l de uma
organização de pequeno porte.
A escolha da amostra nesta pesquisa será de
caráter não-probabilístico, por entender que a natureza do
problema implica a escolha de sujeitos com características
defi nidas pelo pesquisador, o qual escolheu como amostra
o responsável pelo setor de vendas e os 4 vendedores. Esta
escolha levou em conta foco da pesquisa no setor de vendas
e seus colaboradores que, de forma direta ou indireta,
armazenam, manipulam e usam as informações alvo do
estudo.
4.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os instrumentos de coleta de dados adotados
neste trabalho são descritos no quadro a seguir.
livro.indb 100livro.indb 100 22/12/2008 14:34:0122/12/2008 14:34:01
101
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Instrumento de coleta de dados Amostra pesquisada Finalidade do
Instrumento
Entrevista oral, não-dirigida.
1 Responsável pelo setor de vendas e 4 vendedores da empresa
Coletar as informações necessárias sobre o funcionamento do setor de vendas da empresa.
Observação direta ou indireta
Acompanhar as equipes da empresa e um vendedor in loco.
Compreender como é que funciona a sistemática de vendas e poder defi nir melhorias e alterações a serem implantadas.
Documentos
Documentos existentes referentes as defi nições de rotas de distribuição da empresa.
Defi nir as necessidades de mudanças envolvendo a logística da empresa.
Dados Arquivados
Dados armazenados, processados, bem como os relatórios do atual sistema informatizado da empresa.
Entender o funcionamento e limitações do atual sistema, conhecer o volume de vendas, o giro de mercadorias e outras informações.
Quadro 1 - Instrumento de coleta de dadosFonte: Elaboração do autor, 2006.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 101livro.indb 101 22/12/2008 14:34:0122/12/2008 14:34:01
102
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ao compreender estes itens da etapa inicial de um relatório de
pesquisa, você conclui uma importante fase na montagem do seu
estudo de caso. O próximo passo é a execução da pesquisa com
a aplicação dos instrumentos de coleta de dados, apresentação
e análise destes dados, proposta de sugestão de melhoria e a
conclusão de seu relatório. Vamos adiante!
Síntese
O assunto abordado nesta unidade diz respeito à caracterização
das etapas iniciais de seu relatório de pesquisa a partir do modelo
proposto pela UnisulVirtual para elaboração de um estudo de
caso, que tem início com a defi nição do tema, além da maneira
mais objetiva e direta de elaborá-la. A seguir, os autores propõem
várias maneiras de se criarem objetivos de pesquisa.
Nesta caminhada, também fi cou clara a importância da
contextualização teórica, que deve ter uma abordagem constante
na construção de um relatório de pesquisa, considerada uma
etapa fundamental para se provar a cientifi cidade do trabalho
em questão, oportunizando a você complementar seus
conhecimentos.
Cabe ressaltar, ainda, que, após ler esta unidade, você reunirá
condições para também criar seus procedimentos metodológicos
de pesquisa. Portanto esta se confi gura como uma das unidades-
base da parte prática do estudo de caso.
livro.indb 102livro.indb 102 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
103
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 3
Atividades de auto-avaliação
1. No seu entender, por qual motivo a introdução é a última etapa a ser vencida, ao elaborarmos um estudo de caso?
2. No seu entender, por quais motivos o seguinte exemplo de tema de pesquisa não se converterá em uma pesquisa em forma de estudo de caso?
Tema: “Proposta metodológica de identifi cação do nível de satisfação dos clientes das Lojas Bahia”.
livro.indb 103livro.indb 103 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
104
Universidade do Sul de Santa Catarina
3. Baseado (a) no exemplo de objetivo geral citado pelos autores, crie três objetivos específi cos de pesquisa, pelo menos.
Objetivo geral de pesquisa: “A presente pesquisa tem por objetivo geral o de apresentar uma proposta metodológica de elaboração e implementação de um Plano de Marketing para a Empresa Alfa, durante o segundo semestre de 2007, que vise o aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico da referida instituição”.
Saiba mais
Para saber mais sobre a produção de relatórios de pesquisa,
sugerimos:
LOHN, Joel Irineu. Metodologia para elaboração e aplicação de projetos: livro didático. 2. ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2005. 100 p.
RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.
MATTAR, F. N. Planejamento de metodologia científi ca. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
livro.indb 104livro.indb 104 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
UNIDADE 4
Etapas fi nais de umrelatório de pesquisa
Objetivos de aprendizagem
Com o estudo desta unidade você obterá subsídios para:
compreender como elaborar uma apresentação e análise em um relatório de pesquisa;
compreender como elaborar propostas de solução de situações-problema;
verifi car as formas de apresentação dos resultados da aplicação do projeto de pesquisa;
entender a formatação fi nal de um relatório de pesquisa de estudo de caso.
Seções de estudo
Seção 1 Apresentação e análise da realidade observada
Seção 2 Proposta de solução da situação-problema
Seção 3 Considerações fi nais
Seção 4 Referências, Anexos e Apêndices
4
livro.indb 105livro.indb 105 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
106
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Na unidade anterior, você aprendeu como planejar uma pesquisa,
compreendendo os seguintes tópicos:
1 INTRODUÇÃO
2 TEMA
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
3.2 Objetivos específi cos
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Campos de estudo
4.2 Instrumentos de coleta de dados
Agora, nesta unidade, vamos mostrar como tabular e aplicar
os dados da pesquisa, a forma de apresentar estes dados e a
sua análise, a proposta de solução da situação problema e as
considerações fi nais dentro dos seguintes tópicos:
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE OBSERVADA
6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
6.1 Proposta de melhoria para a realidade estudada
6.2 Resultados esperados
6.3 Viabilidade da proposta
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
APÊNDICES
— Vamos adiante? Vamos compreender melhor o desenvolvimento de
um relatório?
livro.indb 106livro.indb 106 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
107
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Seção 1 - Apresentação e análise da realidade observada
Apresentação da realidade observada
É importante você perceber que a apresentação está
relacionada com a defi nição do que o caso é, e ele pode ser
um indivíduo, uma decisão, um programa. Também pode ser
sobre a implantação de um processo e sobre uma mudança
organizacional, ou sobre um determinado comportamento de um
grupo de pessoas, etc. A defi nição desta apresentação está ligada
à maneira pela qual as questões de estudo foram defi nidas. Como
exemplifi ca Bressan (2006): uma pessoa, uma empresa, um
órgão público, etc.
É sempre prudente, quando o caso fi zer referência a uma
organização, apresentarmos inicialmente ao leitor, os
dados básicos desta organização, para depois analisarmos
a realidade observada em relação ao problema escolhido.
Lembre que esta apresentação inicial não é obrigatória e que a decisão de incluir no seu relatório de pesquisa os dados básicos de um objeto de estudo depende sempre da verifi cação, em consonância com o seu objetivo geral e específi cos, e com o pedido do seu orientador.
Para facilitar o entendimento desta apresentação do objeto de
estudo de caso em organizações de trabalho, podemos dividir a
apresentação inicial em três subetapas: contexto histórico; dados
gerais atuais e estrutura.
Vejamos, agora, cada uma delas em separado.
a. Contexto histórico
Aqui se deve relatar a história da empresa de forma cronológica,
enfocando os fatos e eventos mais importantes (data de fundação,
mudanças contratuais, etc.). A caracterização da organização
tem por objetivo familiarizar o pesquisador com o contexto da
realidade observada. Ele deve conhecer o histórico organizacional
livro.indb 107livro.indb 107 22/12/2008 14:34:0222/12/2008 14:34:02
108
Universidade do Sul de Santa Catarina
da empresa, de modo a revelar sua forma de organização e seu
“meio ambiente”. O objetivo desta atividade é adquirir uma visão
panorâmica da empresa, de modo a contextualizar onde o projeto
será desenvolvido.
Sobre o conhecimento da empresa pesquisada, lembramos a
oportunidade ímpar que você tem para conhecer a história,
desde a data de fundação até o momento atual. O histórico deve
ser elaborado de forma cronológica, ou seja, progressiva. Sua
apresentação pode ser em forma de texto ou de um quadro com
os fatos mais importantes da organização.
Se você pesquisar um assunto vinculado a um setor da empresa
objeto de investigação, é necessário, além do histórico geral,
também descrever um breve histórico do setor, por exemplo, de
recursos humanos da empresa, objetivando familiarizar o leitor
acerca do assunto e do setor pesquisado, conforme nos dizem
Amboni e Amboni (2005).
b. Dados gerais atuais
Nesta etapa da apresentação você também deve apresentar o
endereço, ramo de atuação, porte, número de empregados,
principais atividades desenvolvidas pela empresa, serviços e
produtos ofertados. Neste item, devem ser apresentadas as
principais atividades desenvolvidas pela empresa, de modo a
caracterizar o que a organização faz no desenvolvimento de seu
negócio. Para isso é também interessante descrever seus principais
clientes e produtos ou serviços. Podem ser relacionados também
a missão e os objetivos gerais da organização.
Os dados básicos da organização pesquisada devem ser
apresentados de forma que você e qualquer leitor do seu relatório
possam ter mais conhecimento da organização pesquisada.
c. Estrutura
Insira aqui o organograma, empresa/fi lial, descrição dos cargos
estratégicos. Lembre que o organograma deve ser apresentado
nesta seção, no corpo do trabalho, e não como anexo.
livro.indb 108livro.indb 108 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
109
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
É importante lembrar que os estudos de caso apresentam ao pesquisador a opção de anonimato do caso, contudo a opção mais desejável é revelar as identidades tanto do caso, quanto dos indivíduos pesquisados. Tenha em conta que, para a divulgação dos dados, é necessária a autorização da empresa foco de estudo.
Na estrutura organizacional da empresa pesquisada, deve-se
apresentar a estrutura organizacional (organograma) da empresa
e/ou da fi lial onde se situará o estudo. O organograma não deve
ser apresentado apenas na forma de uma fi gura. Junto a
esta, deve seguir uma descrição da estrutura em suas linhas
gerais, que explique a estrutura grafi camente apresentada
apenas nos níveis mais altos da hierarquia. Se a organização
não possuir um organograma formalmente defi nido, devem ser
buscadas informações com seus gestores, de modo a traçá-lo.
Isto porque, mesmo que ele não exista, certamente a estrutura
informal de fato já está estabelecida.
— Você pode consultar fontes como o histórico, dados e organograma da
empresa (documentos internos, textos provenientes do site, entrevistas,
etc.), citando direta ou indiretamente trechos das fontes pesquisadas
segundo as normas metodológicas.
As fontes utilizadas também devem ser apresentadas ao fi nal
do trabalho, no item “Referências”. Suponha que, durante
a apresentação dos dados básicos, você decida apresentar a
missão da empresa, consultada no documento de planejamento
estratégico. Então poderá utilizar o recurso de citação direta,
como segue:
A empresa XYZ (2007, p. 3) segundo o seu planejamento estratégico tem como missão,
Desenvolver as oportunidades de negócios, presentes e futuras, oferecendo ao consumidor produtos de alta qualidade e de valor agregado, a preços competitivos, antecipando as necessidades e aspirações de nossos parceiros, apoiada em valores éticos.
livro.indb 109livro.indb 109 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
110
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ao fi nal do trabalho, deverá apresentar no item “Referências”,
a fonte consultada no formato completo, segundo as normas da
ABNT vigentes:
Referências:NOME DA EMPRESA POR EXTENSO. Planejamento estratégico. local, ano.
Observe que, como o documento não possui um elaborador
específi cos, nele consta o nome da empresa como autor da
referência. Se você desejar apresentar de forma integral algum
documento que não seja de sua autoria e que considere essencial
para o entendimento do projeto, utilize o item “Anexos” para
isso. Não se esqueça de informar a existência deste documento
em algum ponto do texto (Ex.: “Veja o documento completo no
Anexo X”).
O que fazer, se meu objeto de estudo não está localizado em uma empresa?
Se este é o seu caso, é provável que a sua unidade de análise seja um indivíduo, um sistema, um portal na Internet, um segmento social, um evento, etc.
Neste caso, você irá apresentar as informações de forma adaptada.
Veja na sequência algumas dicas sobre como elaborar estes itens,
segundo Flores (2008).
Na parte referente ao contexto histórico,a) para
contextualizar outro tipo de objeto de estudo (pessoas,
espaços virtuais, evento, software, etc.), siga a mesma
linha de orientação dada para a organização. Descreva
o objeto através da sua posição no espaço/tempo, tendo
como base os dados colhidos na sua pesquisa. Se o seu
objeto de estudo é um software, apresente as informações
que você conseguir a respeito dele, tais como, a história
de sua criação, equipe e organizações envolvidas, os
motivos que levaram ao seu desenvolvimento, a data do
início de seu desenvolvimento, informações históricas
sobre mudanças de versões, de plataforma, etc. Se você
estiver descrevendo um evento ou grupo social, proceda
livro.indb 110livro.indb 110 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
111
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
da mesma forma, apresentando fatos relacionados ao
surgimento do evento ou do grupo, motivos, datas
importantes, situação atual, etc.
Na parte referente aos dados básicos,b) descreva
as características do objeto de estudo. Para um
grupo social, por exemplo, cabe apresentar dados
de identifi cação que podem ser coletados durante a
sua pesquisa (faixa etária dos envolvidos, escolaridade,
renda, etc.). Se for um software, pode-se descrever
seu layout, ergonomia, função, linguagem, utilidade,
funcionamento, etc.
No que se refere à estrutura,c) se possível, apresente
a estrutura funcional ou processual envolvida no seu
objeto de estudo, como por exemplo: se for um produto
(software, portal, etc.) informe qual a organização que
o desenvolve, quem são os usuários potenciais, etc. No
caso de um evento ou grupo social, informe, se houver,
quais os organismos que se relacionam com o seu objeto,
tais como, entidades públicas, empresas, organismos
não-governamentais, etc. Se não for possível enquadrar
em nenhuma desta possibilidades, apenas desconsidere
este item na apresentação dos dados básicos do objeto de
estudo.
Análise da realidade observada
Esta etapa é a base sobre a qual a análise do trabalho será feita,
relacionando-se as informações obtidas com as proposições
estabelecidas no início da elaboração do relatório de
pesquisa. Com relação aos critérios para interpretação
dos dados, as análises e inferências, em Estudos
de Caso, são feitas por analogia de situações e
buscam responder às questões “por que” e “como”
inicialmente formuladas.
Para construir esta parte do relatório, você aplicará a
sua pesquisa, seja em forma de entrevistas, consulta
a documentos, ou mesmo, através da observação do
participante.
livro.indb 111livro.indb 111 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
112
Universidade do Sul de Santa Catarina
A análise deve ser feita com base nos dados coletados norteados pelo tema escolhido e na pesquisa realizada.
É na análise da realidade observada que tabulamos os dados
coletados através dos instrumentos de coleta escolhidos e
aplicados na etapa anterior. Estes dados coletados são
transformados em informações ordenadas e agrupadas em forma
de tabelas, quadros, gráfi cos e/ou descrições textuais. De posse
das informações coletadas, segundo Amboni e Amboni (2005),
você deve organizar o material e, se necessário, subdividi-lo para
proceder à sua interpretação à luz dos objetivos defi nidos para a
pesquisa.
Mas o que signifi ca ANALISAR no contexto do Estudo de Caso?
A Análise deve responder à pergunta: “Como o tema escolhido para a pesquisa ocorre na organização e/ou meio pesquisado?”
Na análise, o pesquisador deve descrever a situação abordada.
Observe que nem a apresentação e nem a análise do problema
podem ser feitos com base em “achismos”. Todas as afi rmações
devem ter fundamento nos dados e informações coletados sobre a
realidade pesquisada ou, ainda, na literatura especializada.
Importante: Como já dissemos, podemos organizar os dados levantados em quadros, tabelas ou gráfi cos se a natureza dos dados assim permitir. Desta forma, é conveniente nos reportarmos ao livro “TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC, Monografi a, Dissertação e Tese”, para sabermos como apresentar, dentro das regras da ABNT, os gráfi cos, tabelas e quadros.
Vamos agora explicar como devemos apresentar e analisar os
dados coletados através de documentos, arquivos, entrevistas e
observações cujo objeto de estudos seja uma empresa. E, em
seguida, remeteremos, de forma adaptada, como fazer a
apresentação inicial em outros tipos de objeto de estudo.
livro.indb 112livro.indb 112 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
113
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Conforme afi rma Campomar (apud BRESSA, 2006), entre os
vários itens de natureza metodológica do estudo de caso, o que
apresenta maior carência de sistematização é referente à análise e
interpretação dos dados.
Para Arantes (2007), o estudo de caso vale-se de procedimentos
de coleta de dados os mais variados, e assim o processo de análise
e interpretação pode, naturalmente, envolver diferentes modelos
de análise.
Segundo Yin (2005), ao desenvolver estes componentes do Relatório de Pesquisa, o investigador é forçado a construir uma teoria inicial relativa ao estudo a ser empreendido. Esta teoria deve ser formulada antes do início da coleta de dados e irá ajudar a cobrir, de forma incremental, as questões, as proposições ou o propósito do estudo, as unidades de análise, e possibilitará a ligação dos dados às proposições e fornecerá os critérios para a análise dos dados.
Vale destacar que o mais importante na análise e interpretação
de dados no estudo de caso é a preservação da totalidade da
unidade social. Um dos maiores problemas na interpretação dos
dados no estudo de caso deve-se à falsa sensação de certeza que
o próprio pesquisador pode ter sobre suas conclusões. Arantes
(2006) nos alerta ser conveniente que o pesquisador desenvolva,
logo no início da pesquisa, um quadro de referência teórico com
vista a evitar especulações no momento de análise.
Uma recomendação que se faz é escrever e reescrever. Quanto mais se reescrever, especialmente em resposta aos comentários dos outros, melhor o relatório provavelmente fi cará. Quanto a isso, o relatório do estudo de caso não é muito diferente dos outros relatórios de pesquisa.
Com o objetivo de auxiliá-lo (a) na construção desta parte do
relatório, cabe seguir o roteiro apresentado por Flores (2008)
sobre esta montagem:
livro.indb 113livro.indb 113 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
114
Universidade do Sul de Santa Catarina
recorde, de forma analítica, as informações coletadas
através dos instrumentos de coleta para reforçar a sua
análise (percentuais, números de clientes, números
de cheques/semana, falas dos entrevistados, dados da
empresa, etc.);
inclua citações sobre os tópicos analisados. Sugere-se
o uso de referencial teórico de pelo menos 3 autores
diferentes. Intercale as citações, diretas ou indiretas,
longas ou curtas, com as suas frases durante a análise,
reforçando o que você escrever (tal como fulano, veja o
que nos diz ciclano, e assim por diante). Nunca deixe
uma citação solta no meio do texto, sem fazer a ligação
com o parágrafo anterior e posterior a ela.
A seguir, veja um exemplo com o uso de citação direta em uma
situação de análise da realidade observada:
A empresa não tem um sistema de controle de estoque adequado e integrado ao processo de vendas, o que está gerando perdas fi nanceiras. Muitas vezes os clientes querem determinado produto, mas não está disponível. Esta é uma área essencial para empresas, tal como mostra Dias (1990, p. 28),
O controle de estoque é uma área muito importante de uma empresa, grande ou pequena, pois é através dele que ela será capaz de prever o quanto que será necessário comprar no próximo pedido ao fornecedor, além de fornecer informações úteis sobre as vendas, já que muitas vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros e não condizem com a realidade, afi nal, os setores de vendas querem comissões. O principal objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso efi ciente dos meios internos de uma empresa, e minimizar as necessidades de capital investido em estoque.
A falta de integração entre estas duas áreas é ainda mais acentuada pela falta de um organograma que defi na corretamente quem é quem dentro da organização, bem como, a falta de um funcionograma que defi na corretamente quais atividades serão desenvolvidas pelos colaboradores da empresa.
livro.indb 114livro.indb 114 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
115
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Recorde que, ao apresentar uma citação no texto, a
referência completa deve ser apresentada no fi nal do
trabalho, no local específi co para este fi m, tal como
segue:
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
Apresente, ao fi nal de sua análise os pontos fracos e
fortes e justifi que-os. Acompanhe um exemplo simples
de análise no quadro que segue.
Problema de pesquisa Ponto Forte Ponto Fraco Justifi cativa
- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?
Empresa oferece benefícios relacionados à motivação dos funcionários.
Desconhecimento do nível de motivação e satisfação dos funcionários.
Falta de mapeamento da motivação e satisfação no trabalho.
Quadro 4.1 - Análise.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
Lembre-se!
Você deve apresentar todos os pontos fortes e fracos da organização, no que se refere ao problema de pesquisa estudado. Delimitados estes, parte-se então para as ações corretivas. Esta etapa é muito importante no estudo de caso, pois, no capítulo seguinte, você irá apresentar as sugestões para os pontos negativos encontrados no decorrer desta análise.
Amboni e Amboni (2006) afi rmam que a análise da realidade
observada pode ocorrer em três níveis.
livro.indb 115livro.indb 115 22/12/2008 14:34:0322/12/2008 14:34:03
116
Universidade do Sul de Santa Catarina
Análise pessoal dopesquisador em relaçãoao assunto pesquisado.
Confronto da teoria coma prática observada
Checagem da análisepessoal do pesquisadorem relação ao assuntopesquisado com a equipeda organização
Figura 4.1 – Análise de dados.Fonte: Amboni e Amboni (2006, p. 63).
A partir dos dados analisados nesta etapa, o aluno deve partir
para o prognóstico, ou, como preferimos chamar, “proposta de
solução da situação problema”. Veja, a seguir, 2 exemplos sobre a
Apresentação e Análise da Realidade Observada.
Exemplo 1: Criado pelo autor Marcelo Cavalcante (2006) especifi camente para ilustrar este livro.
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE
OBSERVADA
A história da empresa Hoteleira Alfa iniciou
suas atividades em 1989, conforme contrato de sociedade
limitada 11111, de 06/12/1989, devidamente registrada na
Junta Comercial, em 07/12/89, arquivado sob o número
1111111111-1.
Alfa destaca-se pela facilidade de acesso e é
reconhecida pelo requinte e conforto de suas excelentes
acomodações. Possui suítes e apartamentos climatizados,
equipados com ar condicionado, TV a cabo, frigobar,
banheiro privativo e aquecimento central; telefone com
discagem direta e cofre individual.
livro.indb 116livro.indb 116 22/12/2008 14:34:0422/12/2008 14:34:04
117
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Atualmente está situada na Rua Tudo Azul, 2008,
Bairro do Mar, Palhoça, SC, e conta com 45 funcionários
diretos e 10 indiretos.
Estrutura Organizacional
Administrador geral
DiretoriaFinanceira
Marketing
Vendas
Eventos
Recepção
Hospedagem
Lazer Recepção Reustaurante
Diretoriade RecursosHumanos
Figura 10 - Organograma GeralFonte: Empresa Alfa (2007).
Observação dos autores: Se preferir, na sua construção, defi na em linhas gerais cada um destes níveis hierárquicos, com as respectivas funções e cargos. Nada muito extenso apresente em linhas gerais. Ex.: Dispõe, também, de um Restaurante que satisfaz os mais exigentes paladares com os deliciosos pratos da cozinha nacional e internacional. Possui, também, completa estrutura e amplos espaços para realização de convenções, dos mais diversos eventos, com salas de apoio e equipamentos.
livro.indb 117livro.indb 117 22/12/2008 14:34:0422/12/2008 14:34:04
118
Universidade do Sul de Santa Catarina
A Alfa é uma empresa de pequeno porte
em fase de crescimento, mantém uma rede de serviços
adicionais, voltados à satisfação dos clientes, tais
como: translado aeroporto / hotel / aeroporto cortesia;
recepcionistas bilíngües, room service, lavanderia, capitão
porteiro, mensageiros e estacionamento com manobristas.
Importante assinalar que a oportunidade de
mercado foi amplamente aproveitada pela empresa, que
se aprimorou como fornecedora de espaço para eventos.
Atualmente, a empresa dispõem de dois salões de eventos
para atender o público interessado.
O crescimento extremamente signifi cativo, em
poucos anos, foi obtido graças ao atendimento diferenciado,
pois a empresa procura receber o cliente de forma especial
e cercá-lo dos melhores serviços de hotelaria, entretanto a
empresa vem deixando de lado o aparato tecnológico, que é
fator essencial no atual ambiente competitivo.
Tendo como base o diagnóstico apresentado, é
possível, então, relatar os seguintes pontos fortes e fracos a
partir do problema apresentado para esta pesquisa:
Problema de pesquisa
Ponto Forte Ponto Fraco Justifi cativa
- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?
Empresa oferece benefícios relacionados à motivação dos funcionários.
Desconhecimentodo nível demotivação e satisfação dos funcionários.
Falta de mapeamento da motivação e satisfação no trabalho.
Quadro 5 - Análise da realidade observadaFonte: Elaboração dos autores, 2006.
Fonte: Moreira e Cavalcanti (2006). Com modifi cações
livro.indb 118livro.indb 118 22/12/2008 14:34:0522/12/2008 14:34:05
119
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE
OBSERVADA
A organização onde se desenvolve este estudo
teve sua fundação em 15/10/2001.
A história da empresa, ao longo dos últimos 6
anos, foi de conquistas importantes, como por exemplo, a
representação exclusiva na região, de marcas de bebidas
importantes no mercado nacional.
A empresa XYZ (2007, p. 3), segundo o seu
planejamento estratégico, tem como missão,
Desenvolver as oportunidades de negócios, presentes e futuras, oferecendo ao consumidor produtos de alta qualidade e de valor agregado, a preços competitivos, antecipando as necessidades e aspirações de nossos parceiros, apoiada em valores éticos.
Com base nesta missão, a empresa pretende
crescer cada vez mais e torna-se uma grande distribuidora
no setor de bebidas no estado de Santa Catarina.
A empresa estudada tem como razão social
“XYZ Distribuidora”, com sede na Rua das Flores, 1.000, no
bairro Ponte do Imaruim, na cidade de Palhoça, SC.
A empresa atua no ramo de distribuidora de
bebidas e seus derivados, com um quadro de 15 funcionários,
encaixando-se no perfi l de uma organização de pequeno
porte.
Exemplo 2: Exemplo básico deste livro, extraído e adaptado do relatório de pesquisa de Alexandre José Bitencourt.
livro.indb 119livro.indb 119 22/12/2008 14:34:0522/12/2008 14:34:05
120
Universidade do Sul de Santa Catarina
DIREÇÃO
FinanceiroEstoquee Logística
Supervisãode Vendas
Equipede Vendas
Figura 3 - Sugestão de organograma para empresa XYZFonte: Elaboração do autor, 2006.
Em relação à área de TI, a empresa não tem
uma área específi ca: quem realiza estas atividades é a sócia
proprietária.
A empresa possui um micro computador Pentium
4, com HD de 80, 512 de memória RAM e demais periféricos.
Também tem uma impressora matricial de 80 colunas e uma
laser monocromática e uma impressora fi scal.
O sistema operacional é o Windows XP
Professional. Tem como editor de texto e planilha eletrônica
o Microsoft Offi ce 97. Utiliza-se do programa aplicativos
comerciais, sistema este desenvolvido pela empresa Compufor
da cidade de Concórdia-SC.
A empresa não possui um organograma
formalizado. Os 15 funcionários da empresa atuam nas áreas
de direção, setor fi nanceiro, estoque e vendas.
Sugere-se o seguinte organograma para a
empresa:
Seus clientes são pequenas e médias empresas da
cidade de Palhoça e região.
livro.indb 120livro.indb 120 22/12/2008 14:34:0622/12/2008 14:34:06
121
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
A empresa em estudo é uma distribuidora de
bebidas que atua, principalmente na cidade de Palhoça. Seu
sistema de distribuição é feito, utilizando-se de veículos que
saem com carga completa da empresa e visitam os clientes,
efetuando venda direta aos mesmos.
Nas visitas realizadas na empresa, observou-
se que a empresa não possui nenhum tipo de controle
informatizado dos produtos por ela vendidos. Utiliza-se de
planilhas manuais de entrada e saída de mercadoria e relatórios
de carga. O pagamento das comissões dos vendedores é feito,
tendo-se como base as notas fi scais emitidas.
O registro do corpus nas entrevistas vai ser
mostrado no decorrer deste capítulo. O primeiro fragmento
deste corpus é do vendedor “A” (2006) o qual comenta que:
[...]o acerto das comissões é feito em dias de muito movimento, geralmente no fi nal do expediente, e como são muitas notas, fi ca difícil conferir uma a uma para ver se os cálculos dos valores estão corretos; geralmente não batem com o meu controle[...]
Os vendedores reclamaram que a empresa não
disponibiliza uma relação atualizada dos clientes já visitados,
por isso “geralmente visitamos duas vezes na semana o
mesmo cliente, pois seguimos uma lista geral de clientes
que a empresa entrega para nós”, conforme disse o vendedor
“B”.
O responsável pelo setor de vendas (2006) relatou
que a maior difi culdade do seu setor é o controle dos clientes
da empresa:
livro.indb 121livro.indb 121 22/12/2008 14:34:0622/12/2008 14:34:06
122
Universidade do Sul de Santa Catarina
[...]o aplicativo comercial que utilizamos não gera relatórios de controles adequados. Fica difícil controlarmos as vendas realizadas pelos vendedores, bem como não sabemos quem são nossos principais clientes[...]
Acompanhando o vendedor num dia de trabalho,
percebeu-se que o mesmo sai com um caminhão carregado
de diversas mercadorias e uma lista dos clientes a serem
visitados, fornecida pelo departamento de vendas da empresa.
As visitas são realizadas de forma empírica, não havendo
uma rota a ser seguida. O vendedor chega ao estabelecimento
do cliente e pergunta se o mesmo está precisando reabastecer
algum item. Se a resposta é afi rmativa, o vendedor verifi ca se
tem a mercadoria disponível no caminhão. Caso não tenha,
anota a necessidade em um caderno. Se tiver a referida
mercadoria, ele emite uma nota fi scal avulsa para o cliente.
Se o cliente pagar no ato, ele dá a quitação no verso da nota.
Se o cliente não pagar no ato, fi ca agendado para que os
cobradores retornem ao estabelecimento do cliente na data
por ele estabelecida para pagamento.
O vendedor “A” (2006) comentou que:
[...]às vezes quando falta mercadoria no caminhão e dependendo da quantidade que o cliente quer, voltamos à empresa e reabastecemos o caminhão, e voltamos para entregar ao cliente, pois é uma venda garantida, isto faz com que fi quemos andando da empresa para os clientes e dos clientes para a empresa, causando muita perda de tempo[...]
Em relação à cobrança dos valores de vendas
é feita sempre no fi nal do dia, ou quando do retorno do
caminhão. O motorista presta conta do que foi vendido,
tendo-se como base o que sobrou em cima do caminhão.
livro.indb 122livro.indb 122 22/12/2008 14:34:0622/12/2008 14:34:06
123
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
As vendas a prazo são relacionadas em caderno, onde, em
alguns casos, são emitidas notas fi scais e gerado boleto de
cobrança. Geralmente o pagamento destes valores a prazo é
cobrado em carteira pelo próprio motorista na data agendada
pelo cliente.
Em algumas situações, a cobrança é feita por
motoboy, que pega os boletos de cobrança repassados pela
empresa e vai cobrar dos clientes; às vezes esta cobrança é
feita através de recibo.
Quanto aos valores das comissões de vendas,
a empresa efetua o pagamento das comissões de quinze
em quinze dias e estas são feitas tendo-se como base as
anotações realizadas durante a prestação de contas por parte
dos motoristas. Não existe uma planilha para esses controles,
apenas pequenas anotações em cadernos que são repassadas,
posteriormente, ao setor fi nanceiro para pagamento dos
funcionários.
Em relação ao setor de logística, na tabela
abaixo se apresenta uma planilha dos valores gastos com
combustível e manutenção de um caminhão. Estes valores
foram coletados junto à empresa, através das notas fi scais de
pagamento destas despesas.
livro.indb 123livro.indb 123 22/12/2008 14:34:0722/12/2008 14:34:07
124
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tabela 2 - Despesas com combustível de um caminhão no mês de junho de 2007
Data Velocímetro Litros Valor
Km inicial 221720 - -
04/06/07 222141 136,99 258,91
06/06/07 222672 165,32 312,45
11/06/07 223118 145,05 274,14
13/06/07 223478 113,62 214,74
18/06/07 224000 171,99 325,06
22/06/07 224560 178,64 337,62
25/06/07 224842 94,33 178,28
26/06/07 225221 111,15 210,07
29/06/07 225573 139,82 264,25
3.853km rodados 1.256,91 2.375,52
Fonte: Elaboração do autor, 2006.
Na planilha abaixo se apresentam os gastos que
a empresa teve com manutenção do veículo no mês de junho
de 2007.
Tabela 3 - Despesas com manutenção do caminhão no mês de junho de 2007
Data Descrição Valor
04/06/07 Ofi cina 753,00
06/06/07 Lavação 100,00
13/06/07 Borracharia 230,00'
18/06/07 Eletricista 285,00
1.368,00
Fonte: Elaboração do autor, 2006.
livro.indb 124livro.indb 124 22/12/2008 14:34:0722/12/2008 14:34:07
125
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
As despesas apresentadas acima foram obtidas
junto às notas pagas pela empresa aos fornecedores dos
referidos serviços.
Em relação ao atual sistema para o controle
de pagamentos, foi relatado que em algumas situações
de cobrança posterior à venda, o cliente alega já ter
efetuado o pagamento ao motorista, restando uma situação
constrangedora. A falta de controle abre precedentes para
que as pessoas cobrem e não façam a prestação de contas
junto à empresa, gerando assim prejuízos e desgastes junto
aos clientes.
Trata-se de situação que costuma ocorrer
uma ou duas vezes por semana, sendo que, às vezes,
passam-se meses sem que ocorra este problema. A
responsável pelo setor fi nanceiro (2006) comentou que:
[...]temos clientes que se negam em pagar o boleto para o cobrador (motoboy), eles geralmente alegam que já pagaram para o motorista do caminhão. Esta situação ocorre esporadicamente, às vezes passam-se meses sem ocorrer este problema, mas tem situações que isto ocorre duas a três vezes por semana[...]
A gerente fi nanceira (2006) também comentou
que:
[...]este problema de cobrança é porque não temos um controle rigoroso sobre as vendas que são feitas através de faturamento, pois, em alguns casos gera-se o boleto de cobrança, mas o vendedor cobra o cliente em carteira, e não informa ao setor fi nanceiro que já teria cobrado do cliente[...]
livro.indb 125livro.indb 125 22/12/2008 14:34:0822/12/2008 14:34:08
126
Universidade do Sul de Santa Catarina
Em relação ao relacionamento de pessoal e
estrutura da empresa, observou-se, nas visitas realizadas,
que existe grande difi culdade por parte dos funcionários em
trabalhar em equipe, bem como, não existe uma estrutura
organizacional adequada.
Observa-se que a sistemática de distribuição
adotada pela empresa XYZ Distribuidora de bebidas provoca
inúmeros problemas, tais como: o não-atendimento de toda
a lista de clientes fornecida previamente, devido à falta de
mercadorias, retorno para reabastecer-se de mercadoria e o
retorno das visitas sem efetuar nenhuma venda.
A empresa também está tendo muito custo com
manutenção dos veículos, pois os mesmos rodam muito e
têm um desgaste acima no normal, visto que a rota é urbana,
com muitas paradas em decorrência das visitas realizadas.
Além dos custos com manutenção, tem-se também um custo
elevado com o combustível.
Na planilha de gastos com combustíveis
(Tabela 2), verifi ca-se que a empresa teve um gasto com
combustível de R$ 2.375,52, onde rodou aproximadamente
3.853km; dividindo-se estes, tem-se uma média de 1,62km/l.
Informações levantadas junto a uma concessionária que
trabalha com vendas de caminhões da mesma marca do
veículo analisado, mostram que “este tipo de caminhão em
viagem (fora do perímetro urbano) costuma fazer uma média
de 3,055km/l. Se o mesmo for utilizado num transporte
urbano, deve fazer uma média de 2,28km/l”. Percebe-se
nesta informação que o veículo está gastando mais do que
deveria. Pelo acompanhamento feito em um dia de vendas,
observou-se que o caminhão fi ca parado por muito tempo,
com o motor ligado, aguardando que o motorista faça a
livro.indb 126livro.indb 126 22/12/2008 14:34:0822/12/2008 14:34:08
127
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
abordagem ao cliente, confeccione o pedido do mesmo e a
descarga dos produtos que estão na carroceria.
Segundo a responsável pelo setor fi nanceiro,
estes gastos ocorrem com freqüência. “Temos gastado
aproximadamente R$ 1.000,00 por mês com a manutenção
dos caminhões. É difícil passar um mês sem ter que colocar
um caminhão na ofi cina para fazer conserto, ou problema
com pneu furado, cortado”.
Quanto a não-existência do relatório de vendas
por clientes, sem as Informações sobre histórico de vendas
individual por cliente, pode-se dizer que causa graves
problemas no controle do processo. Para Chiavenato (1993,
p. 263).A fi nalidade do controle é assegurar que os resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. A essência do controle reside na verifi cação se a atividade controlada está, ou não, alcançando os objetivos ou resultados desejados.
Na visão do responsável pelo setor de vendas (2006) a
utilização da TI é fundamental para o crescimento da
empresa: [...]na atual conjuntura de mercado é necessário ter-se todos os controles possíveis e imagináveis, pois estes facilitarão a empresa no planejamento de suas atividades e conseqüentemente ela se tornará mais competitiva no mercado[...]
Para o SEBRAE/ES (2007, p. 15), no processo de
informatização, uma organização no setor de distribuição de
bebidas deverá preocupar-se com,
livro.indb 127livro.indb 127 22/12/2008 14:34:0922/12/2008 14:34:09
128
Universidade do Sul de Santa Catarina
[...] um projeto abrangente que atenda toda a empresa, desde o gerenciamento de conteúdo para websites, até os controles administrativos (fi nanceiro, estoque, caixa, cadastro de clientes, etc.), passando pela automação inclusive: caixas eletrônicas, impressoras para preenchimento automático de cheques, código de barras nos produtos, etc.
Esta falta de controle por parte da empresa
também já gerou a perda de clientes potenciais, pois os
mesmos sentiram-se constrangidos com a presença do
cobrador, relacionada a uma conta paga.
Em outra situação, houve a perda por parte dos
funcionários da caderneta de cobrança, o que gerou um
prejuízo considerável para a empresa, pois ela não tinha
como saber qual o cliente que estava devendo.
Quando do acerto das comissões com os
funcionários, geralmente ocorre divergências de valores entre
o que está sendo pago e o controle feito pelos funcionários
comissionados, gerando confl itos entre os mesmos. Isso tudo
é devido à falta de controle diário das vendas realizadas por
caminhão.
A empresa não tem um sistema de controle de
estoque adequado e integrado ao processo de vendas, o que
está gerando perdas fi nanceiras. Muitas vezes os clientes
querem determinado produto, mas não está disponível.
Esta é uma área essencial para empresas, tal
como mostra Dias (1990, p. 28),
livro.indb 128livro.indb 128 22/12/2008 14:34:0922/12/2008 14:34:09
129
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
O controle de estoque é uma área muito importante de uma empresa, grande ou pequena, pois é através dele que ela será capaz de prever o quanto que será necessário comprar no próximo pedido ao fornecedor, além de fornecer informações úteis sobre as vendas, já que muitas vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros e não condizem com a realidade, afi nal, os setores de vendas querem comissões. O principal objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso efi ciente dos meios internos de uma empresa, e minimizar as necessidades de capital investido em estoque.
A falta de integração entre estas duas áreas é
ainda mais acentuada pela falta de um organograma defi nindo
corretamente quem é quem dentro da organização, bem como,
a falta de um funcionograma que defi na corretamente quais
as atividades que serão desenvolvidas pelos colaboradores
da empresa.
Segundo Faria (1982, p. 66):
O organograma é o gráfi co que representa a organização formal, confi gurada na estrutura que foi delineada [...]. Visualiza os órgãos competentes, a via hierárquica, a subordinação, o itinerário das comunicações e a independência entre as partes do todo.
Já o Funcionograma segundo Faria (1994), é
o gráfi co que amplia partes setoriais de um organograma,
respeitando suas características estruturais, para realizar a
descrição funcional e mostrar detalhes importantes, fazendo
a confi guração e a localização das funções de cada um dos
órgãos componentes.
livro.indb 129livro.indb 129 22/12/2008 14:34:0922/12/2008 14:34:09
130
Universidade do Sul de Santa Catarina
Um ponto positivo da empresa é a sua
independência em relação aos fornecedores, pois não tem
exclusividade de nenhuma “bandeira”, possui, sim, uma
diversifi cação de produtos que fazem com que ela possa
competir no mercado com as outras distribuidoras existentes
na cidade. Seus produtos são de ótima aceitação por parte
dos clientes, pois são produtos de grande consumo por parte
dos consumidores fi nais. A alta rotatividade dos produtos
distribuídos faz com que a empresa tenha um estoque sempre
renovado, pois os produtos fi cam muito pouco tempo dentro
da empresa.
Na seqüência, apresenta-se um quadro com os
pontos fortes e fracos levantados na observação realizada na
empresa em estudo.
livro.indb 130livro.indb 130 22/12/2008 14:34:1022/12/2008 14:34:10
131
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Quadro 4 - Pontos fortes e fracos dos processos na empresa XYZ Fonte: Elaboração do autor, 2006.
Problema Pontos Fortes Pontos fracos Justifi cativa
Como otimizar e informatizar os processos da empresa, com foco no setor de vendas, visando reduzir os custos e prospectar novos clientes na empresa XYZ Distribuidora, de Palhoça (SC)?
Empresa disponibiliza lista de clientes a serem visitados e está disposta a alterar o sistema de trabalho.
Falta de roteiro para as visitas (seqüência), informando clientes já visitados na semana, bem como antecipando os pedidos. Alto número de retornos para reabastecimento e muitas visitas sem efetuar vendas.
Trata-se de perda de vendas e altos gastos com combustível e manutenção dos veículos.
Existem dados de pagamentos disponíveis pelos vendedores (motoristas) ou pelo motoboy.
Falta de controle automatizado do processo de cobrança.
Perda de clientes provocada pelo transtorno e constrangimento da cobrança indevida.
Preocupação da empresa em solucionar este problema.
Falta de controle automatizado das comissões a pagar aos vendedores.
Pagamento das comissões não fecha com os valores anotados pelos vendedores.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 131livro.indb 131 22/12/2008 14:34:1022/12/2008 14:34:10
132
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 2 - Proposta de solução da situação-problema
Neste item, você irá defi nir as estratégias ou ações recomendadas
para a maximização dos pontos críticos observados na realidade
analisada.
Partindo deste princípio, deixe claro no seu texto o que é
a proposta de melhoria (o que você sugere em relação aos
problemas identifi cados), o que são os resultados esperados (o
que será alcançado após implementar as sugestões propostas)
e qual é a viabilidade (quais as condições que impedem e as
condições que permitem ser a proposta seja implementada).
Os resultados esperados, bem como a viabilidade da sua proposta
estarão relacionados com a sua proposta de melhorias.
Nesta etapa, você poderá colher informações sobre outros casos
que foram investigados em outras situações ou localidades, mas
que sejam consistentes, para testar generalizações no seu próprio
estudo de caso, conforme Bonoma (1985).
Para Yin (2005), essa capacidade de unir um novo estudo de caso
a pesquisas anteriores é inestimável, semelhante à capacidade de
rememorar resultados experimentais anteriores ao se ler sobre um
novo conjunto de experimentos.
O aspecto crítico desta etapa, segundo Bressan (2006),
reside na necessidade, por parte do pesquisador, de estar
aberto para o fato de muitas das suas generalizações não
serem bastante gerais, mas circunscritas a situações
particulares, para tratar as desconformidades como
um estímulo para o desenvolvimento de novas
generalizações ou de modifi cações nas já realizadas.
Esta etapa é divida em 3 partes distintas:
a. proposta de melhoria para a realidade estudada;
b. resultados esperados; e
c. viabilidade da proposta.
Veja como se organiza e se estrutura cada uma das partes.
livro.indb 132livro.indb 132 22/12/2008 14:34:1022/12/2008 14:34:10
133
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
a. Proposta de melhoria para a realidade estudada
É a etapa onde se apresenta a proposta de melhoria para a
realidade estudada. O prognóstico compreende, assim, as
estratégias ou ações recomendadas para a maximização dos
pontos críticos observados na realidade analisada. Para auxiliá-lo
(a) nesta tarefa, o quadro a seguir apresenta uma síntese de ações
recomendadas dentro de cada exemplo que vem sendo citado ao
longo deste livro, tendo por base os pontos críticos levantados na
seção anterior, e que pode ser útil na elaboração do prognóstico
de seu Estudo de Caso.
Flores (2008) nos apresenta algumas dicas sobre o conteúdo a ser
apresentado neste tópico. Veja:
na sua proposta de melhoria comece observando
novamente os objetivos traçados no início do projeto,
pois as ações recomendadas devem tê-los como um norte;
desenvolva sua proposta de melhoria sempre em
etapas, pois fi ca mais organizada. Pense na proposta de
melhorias, como um roteiro a ser implementado. Na
seqüência, descreva cada uma destas etapas;
a sua proposta deve estar sempre ligada ao contexto
do projeto, evitando a impressão de que está apenas
descrevendo uma teoria difícil de implementar na prática.
A fundamentação teórica é essencial, mas, além dela
você deve mostrar exatamente como ocorre no contexto
analisado e como a teoria será aplicada;
observe a descrição da realidade que você apresentou e
verifi que se a melhoria da situação atual cumprirá um
passo essencial: a proposta de levantamento e melhoria
nos processos organizacionais.
Consulte os materiais didáticos do curso sobre o assunto de seu relatório, procure sites atualizados, pesquise e também peça ajuda de seu professor sobre outras referências a serem consultadas.
livro.indb 133livro.indb 133 22/12/2008 14:34:1022/12/2008 14:34:10
134
Universidade do Sul de Santa Catarina
Como gestor (a) pense sempre em uma proposta ideal, mas
integrada, visando atender não apenas a uma tendência de
mercado, mas, principalmente, o alcance de seus objetivos e da
organização (se for o caso).
Na área de projetos há sempre alguns aspectos que são comuns
na maioria das propostas das organizações, independentemente
do tema: a sensibilização de todos os envolvidos no projeto,
encontros para levantamento de expectativas, a capacitação,
apresentação da proposta aos envolvidos, dentre outras.
Avalie se os aspectos acima podem fazer parte da sua proposta de melhorias, mas não se preocupe se nem sempre forem aplicáveis. Lembre que cada projeto é diferente de outros, e este livro não tem a intenção (e nem conseguiria) cobrir todas as situações
Veja um exemplo que segue em continuidade ao Exemplo 1 da
seção anterior, para auxiliá-lo (a) nesta construção:
Problema de pesquisa Pontos críticos Ações recomendadas
- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?
Desconhecimento do nível de motivação e satisfação dos funcionários com o trabalho.
Realizar pesquisas periódicas de motivação.Criar política motivacional de benefícios para os funcionários.Fazer confraternizações entre chefi a e funcionários, para fortalecer o relacionamento interpessoal.
Quadro 4.2 - Problema de pesquisa.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.
b. Resultados esperados
Deve-se descrever quais os resultados esperados, se a proposta
de solução for implementada. Quando for possível, pode-se
também apresentar esboços da implementação da proposta,
de modo a exemplifi car os tipos de resultados previstos. Se
a proposta já está em fase de aplicação, pode-se apresentar
resultados preliminares.
livro.indb 134livro.indb 134 22/12/2008 14:34:1122/12/2008 14:34:11
135
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Se a proposta para a solução de um problema for o estudo e modelagem de processos organizacionais, na proposta poderão ser incluídos exemplos de processos já modelados na forma de fl uxogramas. Isto só será possível, entretanto, se o projeto amadurecer o sufi ciente para que se atinja tal resultado, o que dependerá também da complexidade do tema/problema abordado.
Leve em conta que você está desenvolvendo um trabalho em
gestão, por isso apresente detalhes sobre a área de gestão (ex:
ganhos com integração entre os setores, com melhoria dos
processos, etc.), bem como detalhes dos resultados que podem ser
alcançados com o uso de determinados sistemas de informação
ou com o uso de determinados fl uxos administrativos, em relação
ao que estava posto (dependendo do que estiver na proposta de
melhorias).
Você está lembrado da justifi cativa, quando você informou porque este projeto era importante? Este é o momento de apresentar, de forma mais concreta, os ganhos esperados com o projeto. Assim, apresente informações, incluindo todos os pontos de vista (da organização, da sociedade, dos gestores, dos usuários e demais envolvidos).
c. Viabilidade da proposta
Nesta etapa, você deve procurar mostrar ao administrador/
proprietário da organização estudada que as estratégias e
ações, ou seja, a proposta de melhoria apresentada é viável
ao objeto de estudo. Para Amboni e Amboni (2006),
a viabilidade das estratégias propostas deve levar em
consideração a realidade da empresa (se for o caso). Assim, nas
sugestões, alguns aspectos devem ser considerados tais como:
recursos fi nanceiros disponibilizados pela empresa; recursos
humanos qualifi cados à execução das ações; recursos materiais
e tecnológicos que facilitarão a implementação das estratégias; a
infra-estrutura física da empresa.
livro.indb 135livro.indb 135 22/12/2008 14:34:1122/12/2008 14:34:11
136
Universidade do Sul de Santa Catarina
Lembre-se que cabe a você considerar outros aspectos os quais infl uenciarão a implementação da proposta sugerida. Cabe a você justifi car a necessidade de implementações das ações recomendadas, conforme a necessidade da organização estudada. Lembre-se que você está “vendendo” a proposta de melhoria ao administrador, assim precisa ser o mais convincente possível. Portanto exponha por que sua proposta é necessária à empresa, por que ela é viável do ponto de vista fi nanceiro, humano, tecnológico, etc. Pode ainda, acrescentar em sua argumentação as possíveis melhorias advindas com a implantação de sua proposta.
— Não é pretensão aqui solicitar que você crie um plano fi nanceiro
completo sobre a relação Custo X Benefício da sua sugestão. Mas alguns
pontos orçamentários se fazem necessários dependendo do objeto de
estudo escolhido.
A seguir apresentamos algumas questões que lhe poderão servir
de base ao viabilizar sua proposta, contudo as particularidades de
cada empresa merecem especial atenção. Veja em sequência.
Infra-estrutura física: o objeto de estudo possui infra-
estrutura física sufi ciente para implementar as ações
propostas?
Recursos fi nanceiros: o objeto de estudo possui os
recursos fi nanceiros que darão sustentação à viabilidade
da proposta?
Recursos humanos: existem pessoas disponíveis e
qualifi cadas para viabilização das ações propostas?
Recursos tecnológicos: os recursos tecnológicos existentes
e disponíveis difi cultam a implementação da proposta?
Estrutura: a estrutura organizacional é apropriada para
implementação das ações propostas?
Em se tratando de um estudo de caso onde o objeto
de estudo não é uma organização, podemos adaptar
este item. Como por exemplo, quando o objeto
de estudo for um Hardware, vale ressaltar que
livro.indb 136livro.indb 136 22/12/2008 14:34:1122/12/2008 14:34:11
137
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
esta ação vai um pouco mais longe que a própria aquisição ou
reconfi guração de equipamentos. A importância de um projeto de
implementação fi ca após a sensibilização dos gestores e antes do
investimento em reestruturação de novos sistemas ou estrutura
de hardware. Este é o caminho mais seguro para o sucesso deste
tipo de projeto. Provavelmente, não haverá tempo para que a
organização realize esta atividade de mapeamento por completo
ainda dentro de seu projeto. Assim, o que constará pode ser
apenas a proposta de que esta etapa deve ser realizada, e no
máximo, como ela poderá ser realizada, sem entrar em detalhes
dos processos propriamente ditos.
Quando houver a sugestão para a aquisição de sistemas,
hardware, serviços em TI, mão de obra, matéria-prima, etc., não
escreva apenas que deverá usar esta ou aquela tecnologia, esta
ou aquela marca, este ou aquele perfi l de indivíduos. Procure ser
mais específi co (a), não necessariamente indicando um produto,
mas mostrando diversas possibilidades no mercado.
Apresente ainda a metodologia sobre como a organização pode
fazer a escolha do produto ou serviço mais adequado. Mais à
frente, no item da viabilidade, mostre os benefícios e limitações
de cada uma das possibilidades listadas neste tópico.
Se você apresentar uma proposta de terceirização, faça ampla
pesquisa de empresas que oferecem este serviço e apresente
um plano sobre a melhor forma de contratação destes serviços.
Coloque como limitação que esta ação não deve inviabilizar
a participação interna, que esta integração entre contratante e
contratado é essencial para o sucesso do projeto.
Novamente remetemos aos conselhos de Flores (2008), para nos
auxiliar nesta construção.
Faça um plano relacionado ao tempo necessário para
as mudanças propostas, interligando com as etapas
previstas.
Detalhe este item com um cronograma sugerido,
apresentando para cada etapa/ação proposta a viabilidade
do ponto de vista de recursos humanos, fi nanceiro etc.
livro.indb 137livro.indb 137 22/12/2008 14:34:1122/12/2008 14:34:11
138
Universidade do Sul de Santa Catarina
Uma sugestão é montar uma tabela após o texto inicial
da viabilidade, com uma linha para cada item proposto,
uma para recursos humanos, uma para recursos
fi nanceiros entre outros. Na última coluna da tabela,
justifi que a viabilidade, ou não, de cada um dos itens
apresentados.
Apresente o máximo de informações que dê suporte à
tomada de decisões para os gestores sobre a implantação,
ou não, da proposta de melhoria.
Acompanhe em seguida o nosso exemplo padrão do relatório de
Bitencourt (2006).
6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO-
PROBLEMA
Nesta seção apresenta-se propostas de melhoria,
resultados esperados e a viabilidade da proposta.
6.1 PROPOSTA DE MELHORIA PARA A
REALIDADE ESTUDADA
A partir da situação analisada, sugere-se que
a empresa XYZ Distribuidora faça, com urgência, uma
reestruturação administrativa, elaborando um organograma
e um funcionograma, importantíssimos para demonstrar a
estrutura e funcionamento da organização.
As mudanças na estrutura organizacional que
deverão ser realizadas pela empresa são determinantes
para o seu crescimento no mercado de atuação. Deve-se
considerar que as propostas apresentadas neste trabalho
estão direcionadas ao setor de vendas da empresa, mas não
adianta implantá-las, se não for realizada, primeiramente, a
livro.indb 138livro.indb 138 22/12/2008 14:34:1122/12/2008 14:34:11
139
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
reestruturação de toda a organização, incluindo a integração
entre os departamentos da empresa.
O processo de integração deve ser realizado
após o mapeamento dos processos existentes dentro da
organização. Esta análise vai proporcionar uma modelagem
correta dos processos, facilitando a identifi cação e o
mapeamento das fases de sua tramitação.
Assim, neste projeto propõe-se alternativas para
a atual situação da empresa, direcionando-as principalmente
para auxiliar no aumento e controle das vendas, mas vale
ressaltar que estas sugestões devem estar integradas com as
mudanças descritas acima.
O papel da tecnologia da informação será
essencial neste contexto, uma vez que contribuirá para que a
organização possa ter informações de todos os seus setores
e, conseqüentemente, colaborar na melhoria da sua estrutura
organizacional. Assim, como comentado por Rodrigues
(2006 p.30), “Cada vez mais se torna necessário que TI
consiga prover informações e infra-estrutura para que as
áreas de negócios possam fazer o que deve ser feito de forma
rápida e efi ciente: gerar novos negócios e aumentar o lucro”.
A XYZ Distribuidora conta hoje com um sistema
de informações muito incompleto, não possui ferramentas
específi cas para o uso rotineiro, e as de que dispõe são
incapazes de fornecer dados precisos em tempo real.
Um sistema inadequado torna inefi cientes os
demais processos: com isso o desencontro de informações
é uma constante, trazendo prejuízos consideráveis para a
organização.
livro.indb 139livro.indb 139 22/12/2008 14:34:1222/12/2008 14:34:12
140
Universidade do Sul de Santa Catarina
Visando minimizar os problemas relatados,
apresentam-se a seguir algumas ações e estratégias para
um passo a passo, em busca dos objetivos traçados nesta
proposta.
a) Solução em TI nos setores de vendas e
retaguarda
Esta ação consiste na aquisição de um sistema de
pré-venda, entrega, controle de estoque físico e fi nanceiro,
capacitação dos usuários.
A proposta é a aquisição de um sistema que
forneça, em tempo real, qual é a atual situação do estoque,
informações precisas, ágeis e confi áveis (quando lançadas e
utilizadas de forma correta); também servirá para calcular as
comissões dos vendedores da empresa, e controlar os boletos
a prazo.
O processo de vendas, carga e entrega das
mercadorias contemplaria as etapas descritas a seguir:
• a partir do momento que um item é
cadastrado, tão logo seja carregado o
PDA. – Palmtop do vendedor (todos
os dias, no fi m da tarde), esse item
automaticamente é lançado para o mix do
PDA;
• no dia seguinte, após serem efetuadas as
vendas, todos os PDAs são descarregados
no computador da empresa,
conseqüentemente o sistema de estoques
irá dar a baixa nos estoques dos produtos
livro.indb 140livro.indb 140 22/12/2008 14:34:1222/12/2008 14:34:12
141
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
vendidos, será emitido um remanejo de
carga, através do qual são carregados os
caminhões;
• paralelamente à etapa b, são emitidas as
notas fi scais e boletos das mercadorias
pelo gerente de estoque, que confere a
carga e faz a liberação da mesma;
• em seguida, enquanto o motorista
confere as notas fi scais e acerta o roteiro
a ser percorrido no dia seguinte, o
caminhão é enlonado e fi ca até o próximo
dia, quando irá fi nalmente para a rota
realizar as entregas;
• quando há algum retorno (mercadoria
devolvida pelo cliente por qualquer
razão), a nota é cancelada. Será dada
a baixa do pedido no sistema, então
o sistema automaticamente repõe a
mercadoria daquele pedido no estoque e
refaz o cálculo da comissão do vendedor,
retirando o valor recebido por ele,
referente ao pedido devolvido.
Mediante as ferramentas mencionadas, para
a real melhoria na gestão do estoque da empresa XYZ
Distribuidora, é necessário o treinamento e capacitação dos
funcionários que manuseiam o sistema informatizado da
empresa, uma vez que o software atual é altamente avançado
e capaz de atender a todas as necessidades da organização.
livro.indb 141livro.indb 141 22/12/2008 14:34:1222/12/2008 14:34:12
142
Universidade do Sul de Santa Catarina
Em pesquisa realizada, verifi cou-se que o
treinamento é fornecido gratuitamente pela empresa
fornecedora do sistema, basta que seja previamente
agendado.
b) Ampliação da equipe de vendas
Após analisar o quadro de vendedores, a forma
de atuação da equipe e compará-los aos concorrentes,
chegou-se à conclusão de que o número ideal de vendedores
para a região de atuação da XYZ Distribuidora hoje é de
cinco vendedores, e não quatro. Esse é um dos passos para
que a empresa possa viabilizar um melhor atendimento aos
seus clientes.
A contratação de mais um integrante na equipe
de vendas é um ponto importante da solução desenhada
nesse projeto, pois constitui o primeiro passo para a redivisão
das áreas. Estas serão as únicas alterações no quadro de
colaboradores; já, no quadro de funcionários da equipe de
entrega, apenas tem-se o redimensionamento de alguns
membros da equipe. Atente-se para que, o quinto vendedor
será o responsável pelo atendimento aos principais clientes
da organização, incluindo os supermercados e mercados de
maior porte da região de atuação da empresa.
O quinto integrante da equipe de vendas, não
necessariamente terá de ser a pessoa a ser contratada, tendo
em vista que a empresa possui dentro da própria equipe, um
profi ssional que conta com quatorze anos de experiência
no ramo, uma excelente comunicação e tem um profundo
conhecimento tanto da marca, quanto da empresa a qual ele
representa. Por tudo isso, o recomendável é que a organização
remaneje esse profi ssional ao cargo de vendedor de rota AS1
livro.indb 142livro.indb 142 22/12/2008 14:34:1222/12/2008 14:34:12
143
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
e AS2, e contrate um vendedor, não menos gabaritado que os
demais para o cargo de vendedor de rota normal.
c) Alteração do zoneamento de vendas
Este passo consiste em uma equalização nas
rotas, tanto no aspecto fi nanceiro, analisando o potencial
de cada rota, quanto ao número de clientes, proporcionando
uma igualdade (pelo menos em um primeiro estágio) entre
os vendedores, para que, a partir daí possa realizar uma
avaliação do desempenho de cada integrante da equipe de
vendas.
As novas rotas fi carão com um número bastante
próximo de clientes, ocasionando um atendimento mais
adequado e fazendo com que os vendedores encerrem as
rotas quase que simultaneamente.
d) Proposta de capacitação da equipe de
vendas
A profi ssionalização da equipe de vendas e sua
capacitação devem ser iniciadas o mais rápido possível, uma
vez que cursos de atualização são raros por parte da indústria
ou da própria empresa. Os profi ssionais da área de venda
em sua grande maioria são entregadores da própria empresa
e que serão promovidos, sem nenhum tipo de capacitação
adequada, para a função de vendedor.
6.2 RESULTADOS ESPERADOS
A partir das propostas de melhorias espera-se
extinguir ou pelo menos amenizar os elementos que atingem
consideravelmente todo o funcionamento da organização,
almejando uma melhora constante em todos os processos.
livro.indb 143livro.indb 143 22/12/2008 14:34:1322/12/2008 14:34:13
144
Universidade do Sul de Santa Catarina
a) Solução em TI nos setores de vendas e
retaguarda
Com a emissão de relatórios de vendas diários
com cópia para os vendedores acompanharem os valores
vendidos de forma acumulativa e o valor da comissão a
receber, haverá redução dos problemas quanto aos valores
pagos na forma de comissão aos vendedores.
Com toda a venda será emitida uma nota fi scal a
vista, e quando for a prazo serão emitidos também os boletos
de cobrança entregues juntamente com as mercadorias.
Assim, espera-se, eliminar também as cobranças em
duplicidade feitas por motoboy.
Espera-se que a reestruturação e integração
dos processos por meio de um sistema informatizado faça
a ruptura do ciclo vicioso de falta de controle, solucionando
problemas já citados como o não-cumprimento do roteiro
estabelecido, devido à falta de mercadorias; o retorno para
reabastecer-se de mercadoria; o retorno das visitas sem
efetuar nenhuma venda; as cobranças em duplicidade de
valores das vendas a prazo; o elevado custo de manutenção
dos veículos e gastos de combustível; a falta de controle das
comissões a pagar aos vendedores, dentre outros citados.
b) Ampliação da equipe de vendas
A contratação de mais um vendedor não deverá
diminuir a remuneração dos vendedores, mas sim instigá-los
a buscar novos clientes, ampliando desta maneira a carteira
de clientes da organização. Ainda: proporcionar um tempo
mais aprimorado no atendimento, fazendo com que, desta
forma, o vendedor possa não apenas “tirar pedido”, (prática
livro.indb 144livro.indb 144 22/12/2008 14:34:1322/12/2008 14:34:13
145
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
essa que vem se tornando cada vez mais comum entre os
vendedores da empresa).
c) Alteração do zoneamento de vendas
A mudança proposta no zoneamento irá
possibilitar maior agilidade no processamento dos pedidos,
na recarga dos PDAs e, conseqüentemente, no carregamento
dos caminhões, além da redução dos gastos com combustível
e custos de manutenção dos caminhões.
d) Proposta de capacitação da equipe de
vendas
Visa-se com tal alcançar uma pré-padronização
da rotina de trabalho, adequando a equipe às novas tecnologias
a serem implantadas na empresa, tais como, palmtop,
terminais de consulta de rotas, provisionamento de vendas
e promoções, consulta de comissões a receber entre outras.
Espera-se com estas ações que os vendedores aprimorem sua
metodologia de trabalho.
Com a implantação das propostas apresentadas
anteriormente, estima-se que a empresa terá um acrescido no
seu faturamento, em torno de 15%, isto já na primeira fase
do projeto, logo após sua implantação.
6.3 VIABILIDADE DA PROPOSTA
Observou-se na empresa que os diretores da
XYZ Distribuidora estão preocupados e dispostos a fazer as
mudanças que forem necessárias para melhorar os controles
da empresa.
livro.indb 145livro.indb 145 22/12/2008 14:34:1322/12/2008 14:34:13
146
Universidade do Sul de Santa Catarina
Por outro lado, de nada adianta ter boa vontade,
se os custos da proposta apresentada não forem viáveis do
ponto de vista fi nanceiro.
Assim, em relação às propostas elencadas acima,
tem-se a considerar, como segue.
1º A aquisição de um sistema que faça o
gerenciamento físico/fi nanceiro custa aproximadamente
R$ 379,00 (trezentos e setenta e nove reais) a cópia, para a
instalação em um microcomputador. Demais terminais, têm-
se um acréscimo de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) de
licença para cada micro. Nestes valores já estão inclusos o
treinamento dos funcionários para utilização do sistema e
adequação do mesmo junto à empresa contratante.
O curso tem duração de dois dias úteis em horário
comercial: caso os funcionários não tenham atingido a meta
em conhecimento, haverá um adicional de custo de R$ 80,00
(oitenta reais) de diária, mais os valores de deslocamento,
sendo que o treinamento não poderá ultrapassar seis dias
úteis.
A adequação da empresa, ou seja, o cadastramento
dos produtos e clientes deverá ser feito após o treinamento.
2º Aquisição de quatro microcomputadores com
sistema operacional Windows XP e demais componentes a
um custo de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) cada
micro.
3º Aquisição de duas impressoras, sendo uma
laser e uma matricial, com um custo de R$ 2.100,00 (dois
mil e cem reais).
4º Implantação de uma rede interna, com
aquisição de um HUB, cabos e demais componentes, com
um custo de R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais).
livro.indb 146livro.indb 146 22/12/2008 14:34:1422/12/2008 14:34:14
147
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
5º Aquisição de cinco Palmtops a um custo de
R$ 889,00 (oitocentos e oitenta e nove reais) cada.
6º Manutenção mensal do sistema: R$ 120,00
(cento e vinte reais).
A seguir, um resumo dos investimentos no
projeto proposto:
Tabela 5 - Investimentos para implantar sistema de vendas na empresa XYZ
Descrição Unitário Total
Sistema 379,00 379,00
3 Licenças 150,00 450,00
Manutenção mensal 120,00
4 micros 2.500,00 10.000,00
Impressora 2.100,00
5 Palmtops 889,00 4.445,00
Instalação rede 350,00
Total 17.844,00
Fonte: Elaboração do autor, 2006.
Considerando que a empresa terá um incremento
no seu faturamento de, aproximadamente, 15% a partir
do momento da implantação das propostas, o valor a ser
investido (tabela 5) é baixo em relação ao retorno, tendo
em vista que, em dois meses de vendas somente, o que for
acrescido cobrirá os custos de instalação das propostas.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 147livro.indb 147 22/12/2008 14:34:1422/12/2008 14:34:14
148
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 3 - Considerações fi nais
As considerações fi nais envolvem o momento de descrever
suas constatações e resultados para a conclusão, que deve
também estar neste mesmo item, quando aqui apresentadas as
considerações fi nais e conclusões do seu relatório de estudo de
caso. Aqui se deve responder ao problema, demonstrando que
os objetivos propostos foram alcançados. Recomenda-se que se
utilize o termo “considerações fi nais” ao invés de “conclusão”, já
que se trata de um resgate dos pontos principais do estudo de
caso apresentado.
As considerações fi nais devem contemplar 3 questões
importantes:
a) apresentar os resultados encontrados no estudo e
demonstrar como os objetivos inicialmente propostos
foram atingidos. Observe que os objetivos inicialmente
definidos devem agora ser retomados e avaliados,
prestando contas ao compromisso inicial de atingi-los;
b) descrever quais os dados e obstáculos que você
encontrou no desenvolvimento do seu relatório de
estudo de caso e como eles foram superados ou
contornados;
c) finalmente, como esta é a última atividade do relatório
de estudo de caso, você deverá preencher os elementos
pré-textuais que faltam no início do trabalho, para que
este seja finalizado. Inclua, assim, agradecimentos,
local e data do trabalho nas partes que lhes cabem no
modelo.
Seguem mais algumas dicas:
as considerações fi nais, embora tragam o fechamento
com uma retomada no tema e nos objetivos, não
representam um simples resumo do trabalho feito.
Também não representam a repetição da introdução;
as considerações fi nais consistem no enunciado que foi
exposto no desenvolvimento do trabalho;
livro.indb 148livro.indb 148 22/12/2008 14:34:1422/12/2008 14:34:14
149
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
as considerações fi nais podem ser escritas de forma
mais livre; e, independente do tipo de abordagem
que tem a pesquisa (qualitativa ou quantitativa), você
pode emitir juízos de valor sobre os resultados obtidos,
sem perder, é claro, a elegância literária de um texto
científi co. Nas considerações fi nais, você, também,
pode fazer julgamentos a partir dos fatos apresentados,
discutidos e interpretados. Por exemplo: você pode
fazer vários julgamentos acerca das estratégias/ações e/
ou da nova proposta metodológica apresentada para a
elaboração e implementação do planejamento estratégico
para a empresa XXX do Rio de Janeiro, objetivando o
aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico;
nas considerações fi nais, você precisa demonstrar todo o
seu potencial criativo e talento empreendedor para fi car
evidenciado que consegue relacionar os assuntos como
se estivesse driblando as ondas do mar. (AMBONI;
AMBONI, 1999);
por último, deixe sempre uma recomendação de
continuidade ou sugestão para outros estudos nesta área
que você escolheu para realizar o seu estudo de caso.
— É importante lembrar que o item considerações fi nais deve ser feito
com base em todas as etapas anteriormente desenvolvidas. Esta seção
representa uma síntese dos objetivos com seus respectivos resultados.
Um exemplo resumido de considerações fi nais do tema que tem
sido base ao longo deste livro é apresentado a seguir, para maior
compreensão.
livro.indb 149livro.indb 149 22/12/2008 14:34:1522/12/2008 14:34:15
150
Universidade do Sul de Santa Catarina
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na realização deste trabalho, buscou-se
desenvolver propostas de reestruturação e informatização dos
processos organizacionais para a empresa XYZ Distribuidora
de bebidas, com o objetivo de ampliar a participação de
mercado e reduzir os custos operacionais das suas vendas.
Acredita-se que, fazendo uso das propostas
apresentadas neste estudo, a empresa será capaz de
adequar sua equipe de vendas às realidades do mercado,
podendo absorver aspectos positivos de sua estrutura
atual e desenvolver ações de melhoria de acordo com suas
necessidades.
Com a ampliação da equipe de vendas, a
empresa terá vantagens competitivas em relação aos seus
concorrentes, pois estará atuando com um número maior de
vendedores a fi m de melhor atender os seus clientes, já que o
número atual de vendedores é incompatível com a realidade
da área de atuação da empresa.
Em TI nada pode ser tido como defi nitivo para
uma empresa, pois as mudanças no cenário e nas tendências
econômicas ocorrem de maneira instantânea, fazendo com
que as empresas revejam suas estratégias
dia-a-dia. Porém alguns métodos vêm demonstrando-
se imprescindíveis. Como por exemplo, a agilidade das
operações e a qualidade no atendimento prestado.
Acredita-se que, se a empresa implantar o que foi
proposto, terá grandes possibilidades de reduzir seus custos
e prospectar novos clientes, pois terá maior controle dos
processos que estão envolvidos nesta sistemática. Processos
estes que hoje não têm controle nenhum.
livro.indb 150livro.indb 150 22/12/2008 14:34:1522/12/2008 14:34:15
151
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
O grande desafi o foi elaborar um projeto de
implantação viável, de fácil entendimento e adequado às
necessidades da empresa, de forma a minimizar os problemas
detectados na fase de observação, por parte do acadêmico.
Os obstáculos encontrados no desenvolvimento do
projeto foram a resistência por parte de alguns colaboradores
da empresa em prestar informações ao acadêmico. Isto,
devido à resistência que existe, por parte das pessoas, em se
adaptarem às novas tecnologias de mercado.
Mas os obstáculos maiores estão por vir, quando
da implantação deste projeto. É um novo desafi o para este
acadêmico.
Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.
livro.indb 151livro.indb 151 22/12/2008 14:34:1522/12/2008 14:34:15
152
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 4 - Referências, anexos e apêndices
Referências
A referência é o conjunto de elementos que identifi cam as obras
consultadas e/ou citadas no texto. Essa pode ser composta por
livros, jornais, revistas, boletins, ensaios, entrevistas, seminários,
fi lmes, periódicos e outras fontes de pesquisa que deverão
obedecer à orientação para referências bibliográfi cas, conforme as
normas da ABNT.
As referências são normalizadas de acordo com a Norma
6023/2002 (Informação e documentação – Referências –
Elaboração) da ABNT. Por isso, trabalhos que não possuem
referências bibliográfi cas não são considerados de cunho
científi co. Outro detalhe importante é que a ordem alfabética dos
autores constitui a maneira mais fácil de organizar a bibliografi a.
De acordo com Amboni e Amboni (2005) à medida que
fontes de pesquisa forem sendo utilizadas, deve-se registrar as
referências utilizadas. Em hipótese nenhuma, você deverá deixar
para o fi nal o registro das referências.
Lembre-se: sempre que se fi zer uso de alguma citação de outras fontes no texto, deve-se atribuí-la ao seu autor referenciando sua obra. O uso não-referenciado, a não referenciação implica uso indevido da obra de outro autor. Você deve saber que as referências englobam todos os autores e/ou obras que foram citadas no corpo da pesquisa.
Ao pesquisador que vai elaborar as suas referências, recomenda-
se que faça a seguinte pergunta:
O que diz a ABNT?
Lembre-se que todo material usado (livros, revistas, artigos da internet, entrevistas e relatórios) deve ser devidamente referenciado nesta secção do seu estudo de caso.
livro.indb 152livro.indb 152 22/12/2008 14:34:1522/12/2008 14:34:15
153
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
As referências devem seguir os padrões da norma da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6023. Elas
devem ser apresentadas em ordem alfabética e não devem ser
numeradas. As referências, de acordo com a norma da ABNT –
NBR 6023 são aquelas que permitem a identifi cação, no todo ou
em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos
tipos de materiais, utilizados como fonte de consulta e citados por
você na pesquisa elaborada.
Toda referência pode ser dividida em elementos essenciais e
complementares, a saber:
elementos essenciais : são as informações indispensáveis
à identifi cação do documento, tais como: autor(es), título,
subtítulo, edição, local, editora e data de publicação.
Todos estes elementos chamados de essenciais devem
constar nas referências utilizadas para o desenvolvimento
da sua pesquisa;
elementos complementares : são os opcionais que
podem ser acrescentados aos essenciais, para melhor
caracterizar as publicações referenciadas, tais como:
volumes, série editorial ou coleção, etc. Alguns elementos
complementares, em determinadas situações, podem
tornar-se essenciais: é o caso do nº da edição (edição da
revista ou ampliada) e do organizador. Estes elementos
são opcionais, ou seja, você menciona se desejar.
Você não pode se esquecer de duas questões fundamentais sobre
as referências:
as referências são alinhadas à esquerda, com espaço entre
linhas simples e separadas entre si por espaço duplo;
o recurso usado para destacar o título - negrito, itálico ou
sublinhado – deve ser uniforme em todas as referências.
Uma vez esclarecido este conceito, vale retomarmos a explicação
sobre a construção das referências segundo os padrões da norma
da ABNT - NBR 6023. Estes exemplos, já os mostramos na
unidade 3, porém vamos vê-los novamente.
Segue, juntamente com este livro, a publicação “Trabalhos Acadêmicos na Unisul”, que tem por objetivo orientá-lo(a) sobre a forma de elaborar a apresentação gráfi ca de trabalhos acadêmicos. É uma publicação ricamente ilustrada, dando ao leitor o passo a passo de como elaborar e apresentar citações, ilustrações, referências, bem como a estrutura de trabalhos acadêmicos.
livro.indb 153livro.indb 153 22/12/2008 14:34:1522/12/2008 14:34:15
154
Universidade do Sul de Santa Catarina
O que fazer para fi nalizar o Estudo de Caso
Anexos e Apêndices
Aqui é importante que você conheça quais são as informações
que devem ser destinadas como apêndice e/ou anexo, que assim,
não fi cam no corpo do trabalho.
É importante também que você tenha sempre presente que,
no corpo do trabalho devem ser colocadas as informações
extremamente relevantes para o leitor compreender com mais
facilidade o que está lendo, como afi rmam Amboni e Amboni
(2005). As informações que são importantes e que necessitam
registro, mas que não impedem a continuidade da leitura, podem
ser colocadas em apêndices ou anexos.
O que é um anexo?
Os anexos representam todos os documentos produzidos por
outro autor ou pela organização e que não foram elaborados por
você. Evite o uso excessivo de anexos. Apenas as informações
consideradas extremamente relevantes devem ser colocadas como
anexos.
O que é o apêndice?
Os apêndices representam os documentos elaborados por você,
ou seja, pelo autor da pesquisa. Podemos citar, como exemplo,
os roteiros de entrevistas que você utilizou para a coleta de
dados. Estes documentos foram elaborados por você para fi ns
de pesquisa e devem compor o trabalho para documentá-lo e
esclarecer melhor como se deu a coleta de dados.
Entretanto lembre-se que toda informação que o leitor
precisar no momento da leitura do texto e/ou para facilitar a
sua compreensão, como por exemplo, algum gráfi co, deve ser
apresentada no corpo do trabalho, e não como apêndice.
livro.indb 154livro.indb 154 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
155
Metodologia para Estudo de Caso
Unidade 4
Esperamos que você tenha entendido o caminho para seguir
com a sua pesquisa. Ou, pelo menos, que tenhamos conseguido
motivá-lo (a) a buscar outras formas de construção de um
relatório de pesquisa, haja vista não ser intenção deste livro
esgotar o assunto, muito pelo contrário, o que se pretende é
iniciá-lo (a) e dar a você a oportunidade de procurar aprofundar-
se neste ou em outras formas de pesquisa.
Síntese
Nesta unidade, você estudou a forma como se faz uma descrição
detalhada da realidade observada, além de obter subsídios, como
pesquisador (a) para analisar os pontos fortes e fracos desta
realidade observada.
Depois da análise, você teve oportunidade de estudar, na unidade
4, o quanto é importante apontar uma solução viável para
diminuir a incidência dos pontos fracos evidenciados na análise.
Ainda cabe ressaltar que, após estudar esta unidade, você reunirá
condições para também criar suas considerações fi nais, sempre
se preocupando em apontar as formas com que alcançou seus
objetivos específi cos de pesquisa.
Atividades de auto-avaliação
Agora, para praticar os conhecimentos conquistados nesta unidade, realize as atividades propostas.
1. O que é um relatório de pesquisa?
livro.indb 155livro.indb 155 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
156
Universidade do Sul de Santa Catarina
2. Como você pretende tabular os dados coletados no projeto, para poder completar o seu relatório de pesquisa?
Saiba mais
AMBONI, N; AMBONI, M. F. Pesquisa de avaliação. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
BOOTH, Wayne; COLOMB, Gregory; WILLIAMS, Joseph. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia, 4. ed. Saraiva: São Paulo, 2003.
FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho científi co: nova ABNT. 13. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2004.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
RAUBER, J. (Coord.) et al. Apresentação de trabalhos científi cos: normas e orientações práticas. Passo Fundo: UPF Editora, 2002.
VIEIRA, L. A. Projeto de pesquisa e monografi a. 2 ed. Curitiba: Ed. do autor, 2004.
livro.indb 156livro.indb 156 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
Para concluir o estudo
Tenha sempre presente que a elaboração de um trabalho de
pesquisa requer muita dedicação e responsabilidade. Exige
planejamento e revisão sistemática de cada etapa.
Lembre que o projeto e o relatório de pesquisa constituem
um processo e que cada etapa deve ser cuidadosamente
pensada. Os objetivos do projeto precisam ser
constantemente consultados, para que você possa ter
êxito no resultado fi nal, que é a apresentação do relatório.
Lembre, também, que você será acompanhado (a) por um
professor e que toda a dúvida será sanada. Então você não
estará sozinho (a). É importante que você conheça as bases
científi cas da pesquisa e os pressupostos teóricos, para que
você realize uma excelente prática!
Bons estudos!
livro.indb 157livro.indb 157 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
livro.indb 158livro.indb 158 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
Referências
AMBONI, N; AMBONI, M. F. Pesquisa de avaliação. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação, documentação, trabalhos acadêmicos, apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2005.
BITENCOURT, Alexandre José. Proposta de implantação de um sistema de pré-vendas para a empresa DHYOCER: distribuidora da cidade de Chapecó (SC). Projeto Integrador em Gestão da TI. Palhoça: UnisulVirtual, 2007.
______. Reestruturação e informatização dos processos organizacionais em uma distribuidora de bebidas com foco no setor de vendas. Tubarão: Ed. Unisul, 2006.
BONOMA, T. V. Case research in marketing: opportunities, problems, and process. Journal of Marketing Research, [S. l.], v. 22, May, 1985.
BOOTH, W.; COLOMB, G.; WILLIAMS, J. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BRESSAN, F. O método do estudo de caso. Disponível em: <http://www.fecap.br/adm_online/art11/fl avio.htm>. Acesso em: 10 dez. 2006.
BRONOWSKI, J. O senso comum da ciência. [Trad. Ribeiro, Neil]. Belo Horizonte: Itatiaia, 1977.
______. O homem e a ciência. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1979.
BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científi ca. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
DUTRA, Onei Tadeu. Proposta de uma matriz curricular para o curso de ciências contábeis na grande Florianópolis. 2003.
livro.indb 159livro.indb 159 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
160
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dissertação (Mestrado em Contabilidade) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
FIDEL, R. The case study method: a case study. In: GLAZIER, Jack D.; POWELL, Ronald R. Qualitative research in information management. Englewood, CO: Libraries Unlimited, 1992.
FLORES, Angelita Marçal. Manual do estudo de caso em gestão da tecnologia da informação. Palhoça: UnisulVirtual, 2008.
FURASTÉ, P. A. Normas técnicas para o trabalho científi co: nova ABNT, 13. ed. Porto Alegre: [s. n.], 2004.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
______. Técnicas de pesquisa em economia. São Paulo: Atlas, 2000.
HARTLEY, Jean F. Case studies in organizational research. In: CASSELL, Catherine; SYMON, Gillian (Ed.). Qualitative methods in organizational research: a practical guide. London: Sage, 1994.
HEERDT, M. L.; LEONEL V. Metodologia científi ca e da pesquisa. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
JUNG, C. F. Metodologia científi ca: ênfase em pesquisa tecnológica. 3. ed. [S. l.: s. n.], 2003.
MADEIRA, Paulo César Silva. Gestão de Materiais e Logística. Palhoça: UnisulVirtual, 2007.
M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
______. Fundamentos da Metodologia Científi ca. São Paulo: Atlas, 1991.
MOREIRA, E.; CAVALCANTI, M. Metodologia para estudo de caso. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistema de informação com internet. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
LOHN, Joel Irineu. Metodologia para elaboração e aplicação de projetos: livro didático. 2 ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2005.
LUCKESI C. C. et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
livro.indb 160livro.indb 160 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
161
______. Planejamento de metodologia científi ca. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
MARTINS, J. P.; SANTOS, G. P. Metodologia da pesquisa científi ca. Rio de Janeiro: Grupo Palestra, 2003.
MAZZOTTI, A. J. A. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de Pesquisa, [S. l.], v. 36, n. 129, set./dez. 2006.
MINAYO, M. C. S. (org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
RAUBER, J. (Coord.) et al. Apresentação de trabalhos científi cos: normas e orientações práticas. Passo Fundo: UPF Editora, 2002.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo; Atlas, 1999.
RUIZ, J. Á. Metodologia científi ca. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
SANTOS, A. R. Metodologia científi ca: a construção do conhecimento. 5. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
STAKE. R. E. Case studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (ed.) Handbook of qualitative research. London: Sage, 2000.
TSUTSUMI, F.; SOUZA, S. Desmistifi cando a escrita acadêmica. Curitiba, 2007. (mimeo).
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Pró-Reitoria Acadêmica. Programa de Bibliotecas. Trabalhos Acadêmicos na Unisul: apresentação gráfi ca para TCC, monografi a, dissertação e tese. Tubarão: Ed. Unisul, 2008.
______. UnisulVirtual. Guia para desenvolvimento do case avaliativo. Palhoça: UnisulVirtual, 2005.
______. Guia para desenvolvimento do Projeto Integrador em Gestão de Tecnologia da Informação (PIGTI). [organização e adaptação Ana Luísa Mülbert]. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
______. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005.
VIEIRA, L. A. Projeto de pesquisa e monografi a. 2.ed. Curitiba: Ed. do autor, 2004.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.
livro.indb 161livro.indb 161 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
livro.indb 162livro.indb 162 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
Sobre os professores conteudistas
Enzo de Oliveira MoreiraMestre em Ciências da Linguagem pela Universidade
do Sul de Santa Catarina – UNISUL. É Administrador,
também graduado pela UNISUL. Atualmente,
além de professor universitário atuante em cursos de
graduação e pós-graduação, é coordenador do programa
de Disciplinas a distância do ensino presencial da
UNISUL, atuando ainda na capacitação de professores
da UnisulVirtual. Suas produções científi cas incluem
trabalhos na área de E-learning e de Novas Tecnologias
para a Educação publicados em congressos e revistas
científi cas. É consultor de várias escolas na implantação
da Informática Educacional.
Como professor de pós-graduação, ministra as
disciplinas de Novos Meios Educacionais e Informática
no ensino das Ciências Humanas. Sua atuação como
professor na graduação inclui disciplinas como Gestão da
Informação e do Conhecimento I e II, Administração da
Informática, Administração e Sistemas, Fundamentos de
Sistemas de Informação, Informática Educacional, entre
outras.
Marcelo CavalcantiFormado em Administração de Empresas pela
Escola Superior de Administração e Gerência -
ESAG (UDESC). Pós-graduando em nível de
especialização em Organização, Sistema e Métodos pela
Universidade Federal de Santa Catarina. Mestrando
pelo Departamento de Engenharia e Gestão do
Conhecimento pela Universidade Federal de Santa
Catarina. Doutorando em História e Filosofi a pela
Universidade de Leon – Espanha.
livro.indb 163livro.indb 163 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
164
Universidade do Sul de Santa Catarina
Professor da Unisul nos cursos de Administração, Direito e
Relações Internacionais na modalidade presencial. Professor
da UnisulVirtual nos Cursos de Gestão Estratégica das
Organizações, Administração Pública, Comércio Exterior e
Administração.
livro.indb 164livro.indb 164 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação
Unidade 1
1. Como o método representa a orientação geral do pesquisador ao elaborar a sua pesquisa, torna-se importante, neste momento, você apresentar a sua defi nição mais completa, com o intuito de fi car bem claro o trajeto a ser percorrido no decorrer do desenvolvimento da pesquisa.
Resposta: Nesta atividade, você deve estabelecer a diferença entre o método dedutivo e indutivo, pois, desta forma, você terá sucesso na escolha do tipo de procedimento a ser utilizado durante a evolução da pesquisa.
2.a. Resposta
Método dedutivo e indutivo: é importante, nesta atividade, você colocar os principais pontos que caracterizam cada um desses tipos de pesquisa, sabendo que cada um deles guarda uma intimidade bastante signifi cativa com os demais.
2.b. Resposta
Pesquisa descritiva, exploratória e explicativa: partindo do referencial que os meios de investigação são muito importantes para a colocação da pesquisa em prática, nesta atividade você deverá defi nir a pesquisa documental e pesquisa bibliográfi ca. Lembre que a pesquisa documental é em primeira mão, não sofreu nenhum tipo de tendência por parte dos autores.
3.a. Resposta
Documental: Muito semelhante à pesquisa bibliográfi ca, a pesquisa documental diferencia-se por valer-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico. Trata-se, portanto, de uma investigação realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados, ou
livro.indb 165livro.indb 165 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
166
Universidade do Sul de Santa Catarina
de pessoas que a partir da interpretação do pesquisador, poderão dar origem a uma obra.
3.b. Resposta
Bibliográfi ca: É o estudo sistematizado desenvolvido a partir de material já elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científi cos. O propósito deste tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de pesquisa. Quanto às fontes, poderão ser primárias, se coletadas em materiais originais que deram origem a outros estudos, ou secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas.
Unidade 2
1. Nesta Unidade, estudamos as etapas do Estudo de Caso. Agora, para memorizar, vamos voltar e descrever a defi nição dos itens:
a. seleção e delimitação do caso;
b. o trabalho de campo;
c. a organização e redação do relatório.
Resposta: Ao responder a questão, além de ter cuidado ao selecionar e delimitar o caso a ser investigado dentro de uma organização, sob pena de a pesquisa não ter sucesso, é preciso que você organize e redija, de forma objetiva e direta, a redação do relatório fi nal.
2. Delimite duas habilidades exigidas ao pesquisador de estudo de caso, descritas por YIN (2005).
Resposta: Não adianta o pesquisador ter somente vontade de descrever uma realidade observada dentro de uma organização, além de sua análise e sua posterior solução para o problema apontado. Sem ter habilidade na elaboração do mesmo, segundo o autor citado, fi ca inviável ter sucesso no processo.
3. Cite 2 vantagens do método de estudo de caso, apresentadas por Bruyne et al (1994) .
Resposta: Quanto maior for a clareza no estabelecimento do método do estudo de caso, mais organizada será a pesquisa, trazendo ao pesquisador tranqüilidade na evolução do processo. Portanto, nesta atividade você deve trazer vantagens de um método bem estruturado de estudo de caso.
livro.indb 166livro.indb 166 22/12/2008 14:34:1622/12/2008 14:34:16
167
Unidade 3
1. No seu entender, por qual motivo, a introdução é a última etapa a ser vencida ao elaborarmos um estudo de caso?
Resposta: Nesta atividade você deve apontar os motivos que levam o pesquisador a elaborar por último uma introdução. Cabe ressaltar que a introdução tem a mesma função de motivar o leitor a continuar a ler o trabalho como um todo. Por isso a sua importância é fundamental.
2. No seu entender, por quais motivos o seguinte exemplo de tema de pesquisa não se converterá em uma pesquisa em forma de estudo de caso?
Tema: “Proposta metodológica de identifi cação do nível de satisfação dos clientes das Lojas Bahia”.
Resposta: É importante, ao se criar um tema de pesquisa, que seja muito bem delimitado em termos de tempo e espaço. Desta forma, analise o exemplo desta atividade e verifi que se o mesmo terá possibilidade de se transformar em pesquisa. Veja com atenção como está a descrição do tempo e espaço.
3. Baseado no exemplo de objetivo geral citado pelos autores, crie três objetivos específi cos de pesquisa pelo menos.
Objetivo geral de pesquisa: “A presente pesquisa tem por objetivo geral o de apresentar uma proposta metodológica de elaboração e implementação de um Plano de Marketing para a Empresa Alfa, durante o segundo semestre de 2007, que vise o aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico da referida instituição”.
Resposta: Os autores mais famosos da Metodologia Cientifi ca afi rmam que os objetivos específi cos de pesquisa devem apontar os caminhos para se alcançar o objetivo geral. Desta forma, você deve criar alguns objetivos específi cos de pesquisa, baseando-se no exemplo exposto nesta atividade, com verbos no infi nitivo. Esta resposta é subjetiva, pois podemos retirar do exemplo apresentado diversos tipos de objetivos específi cos.
livro.indb 167livro.indb 167 22/12/2008 14:34:1722/12/2008 14:34:17
168
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4
1. O que é um relatório de pesquisa?
Resposta: Como primeira análise, diríamos que o relatório de pesquisa é o documento que mostra como a pesquisa foi planejada, como foi executada, que dados foram coletados, como esses dados foram analisados e que resultados pode-se extrair deles.
Salomon (1999) afi rma que o relatório de pesquisa, fundamentalmente, se destina a demonstrar a realização de um estudo científi co ou a prestar contas de uma atividade. Por essas razões, a ênfase do relatório deve, de modo geral, situar-se sobre os resultados, sobre as aplicações da pesquisa.
O objetivo de um relatório é demonstrar a realização de um estudo. Dessa maneira, um relatório de pesquisa pode apresentar formas diversas, de acordo com o tipo de estudo. Mas podem-se apresentar, de maneira geral, as partes que devem compor um relatório.
2. Como você pretende tabular os dados coletados no projeto para poder completar o seu relatório de pesquisa?
Resposta: Nesta atividade, é importante você defi nir a forma de tabular os dados coletados na pesquisa de campo. Uma forma lógica, clara e objetiva induz uma interpretação de igual forma, facilitando a obtenção dos resultados.
livro.indb 168livro.indb 168 22/12/2008 14:34:1722/12/2008 14:34:17