Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2009 Metodologia para Estudo de Caso Disciplina na modalidade a distância 4ª edição revista e atualizada

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Universidade do Sul de Santa Catarina

PalhoçaUnisulVirtual

2009

Metodologia para Estudo de Caso

Disciplina na modalidade a distância

4ª edição revista e atualizada

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CréditosUnisul - Universidade do Sul de Santa CatarinaUnisulVirtual - Educação Superior a Distância

Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 - Cidade Universitária Pedra Branca Palhoça – SC - 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 E-mail: [email protected] Site: www.virtual.unisul.br

Reitor UnisulGerson Luiz Joner da Silveira

Vice-Reitor e Pró-Reitor AcadêmicoSebastião Salésio Heerdt

Chefe de Gabinete da ReitoriaFabian Martins de Castro

Pró-Reitor AdministrativoMarcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira

Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni

Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter

Campus UnisulVirtualDiretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler

Equipe UnisulVirtual

Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt

Biblioteca Soraya Arruda Waltrick

Capacitação e Assessoria ao DocenteAngelita Marçal Flores (Coordenadora)Caroline Batista Cláudia Behr ValenteElaine SurianPatrícia Meneghel Simone Andréa de Castilho

Coordenação dos CursosAdriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Bernardino José da SilvaCharles CesconettoDaiane Teixeira (auxiliar) Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Fabiana Lange Patrício (auxiliar) Fabiano Ceretta

Itamar Pedro BevilaquaJairo Afonso Henkes João Kiyoshi OtukiJorge Alexandre Nogared CardosoJosé Carlos de Oliveira NoronhaJucimara Roesler Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Marciel Evangelista CatâneoMaria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (auxiliar) Mauro Faccioni FilhoMichelle Denise D. L. Destri Moacir Fogaça Moacir Heerdt Nazareno MarcineiroNélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Raulino Jacó Brüning Rose Clér Estivalete BecheRodrigo Nunes Lunardelli

Criação e Reconhecimento de CursosDiane Dal Mago Vanderlei Brasil

Desenho Educacional Carolina Hoeller da Silva Boeing (Coordenadora)

Design InstrucionalAna Cláudia TaúCarmen Maria Cipriani Pandini Cristina Klipp de OliveiraDaniela Erani Monteiro WillFlávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Lucésia PereiraMárcia LochMarcelo Mendes de SouzaMichele CorrêaNágila Cristina HinckelSilvana Souza da Cruz Viviane Bastos

Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel

Avaliação da AprendizagemMárcia Loch (Coordenadora) Lis Airê FogolariSimone Soares Haas Carminatti

Design Visual Vilson Martins Filho (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro XavierAlice Demaria Silva Cristiano Neri Gonçalves RibeiroDiogo Rafael da Silva

Edison Rodrigo Valim Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi

Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coordenador)Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar)

Gerência Acadêmica Márcia Luz de Oliveira

Gerência Administrativa Renato André Luz (Gerente)Marcelo Fraiberg MachadoNaiara Jeremias da RochaValmir Venício Inácio

Gerência de Ensino, Pesquisa e ExtensãoMoacir HeerdtClarissa Carneiro Mussi

Gerência de Produção e LogísticaArthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)Ana Paula PereiraFrancisco Asp

Gestão DocumentalJanaina Stuart da CostaJosiane LealJuliana Dias ÂngeloLamuniê Souza Roberta Melo PlattRubens Amorim

Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coordenadora) Aracelli Araldi HackbarthDaiana Cristina BortolottiDouglas Fabiani da Cruz Edésio Medeiros Martins FilhoFabiana PereiraFernando Steimbach Letícia Cristina Barbosa Marcelo FariaMarcelo Jair RamosRodrigo Lino da SilvaSimone Perroni da Silva Zigunovas

Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers

Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador)Carlos Eduardo Damiani da SilvaGeanluca Uliana

Luiz Felipe Buchmann FigueiredoJosé Carlos Teixeira

Monitoria e Suporte Adriana SilveiraAnderson da SilveiraAndréia DrewesAndré Luiz PortesBruno Augusto Estácio Zunino Caroline MendonçaClaudia Noemi NascimentoCristiano DalazenEdnéia Araujo AlbertoFernanda FariasJonatas Collaço de SouzaKarla Fernanda Wisniewski DesengriniMaria Eugênia Ferreira CeleghinMaria Isabel AragonMaria Lina Moratelli PradoPoliana Morgana SimãoPriscilla Geovana PaganiRafael Cunha LaraTayse de Lourdes Cardoso

Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior

Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni Albuquerque (Secretária de Ensino) Andréa Luci Mandira Andrei RodriguesCarla Cristina Sbardella Djeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva BruchadoFylippy Margino dos SantosJames Marcel Silva Ribeiro Jenniffer Camargo Liana PamplonaLuana Tarsila Hellmann Marcelo José SoaresMicheli Maria Lino de MedeirosRafael BackRosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal

Secretária Executiva Viviane Schalata MartinsTenille Nunes Catarina (Recepção)

Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) André Luis Leal Cardoso JúniorJefferson Amorin Oliveira José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da SilvaRodrigo Battistotti Pimpão

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Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Metodologia para

Estudo de Caso.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem

autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e

adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância.

Por falar em distância, isto não signifi ca que você estará

sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina

também será acompanhada constantemente pelo Sistema

Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir

necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo,

pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual.

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Marcelo José CavalcantiEnzo de Oliveira Moreira

PalhoçaUnisulVirtual

2009

Metodologia para Estudo de Caso

Livro didático

4ª edição revista e atualizada

Design instrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini

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Edição – Livro Didático

Professor ConteudistasMarcelo José CavalcantiEnzo de Oliveira Moreira

Design InstrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini

Flavia Lumi Matuzawa(3ª edição revista e atualizada)

Assistente AcadêmicoMichele Antunes Corrêa

(4ª ed. revista e atualizada)

Projeto Gráfi co e CapaEquipe UnisulVirtual

DiagramaçãoHigor Ghisi Luciano

Pedro Teixeira(3ª edição revista e atualizada)

Adriana Ferreira dos Santos(4ª edição revista e atualizada)

Revisão Amaline Boulus Issa Mussi

Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

001.42C37 Cavalcanti, Marcelo José Metodologia para estudo de caso : livro didático / Marcelo José Cavalcanti, Enzo de Oliveira Moreira ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, [Flavia Lumi Matuzawa ; assistente acadêmico Michele Antunes Corrêa]. – 4. ed. rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2009.

168 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografi a.

1. Pesquisa. 2. Método de estudo de casos. I. Moreira, Enzo de Oliveira. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Matuzawa, Flavia Lumi. IV. Corrêa, Michele Antunes. V. Título.

Copyright © UnisulVirtual 2009

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

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Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

UNIDADE 1 Estratégias de Pesquisa Científi ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

UNIDADE 2 Estudo de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

UNIDADE 3 Etapas iniciais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

UNIDADE 4 Etapas fi nais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163

Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165

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Palavras dos professores

O desenvolvimento da Pesquisa Científi ca no Ensino

Superior é primordial para o aperfeiçoamento humano

e para a produção do conhecimento. Por essa razão, as

Instituições de Ensino Superior (lES) têm como uma de

suas fi nalidades produzir e sistematizar os saberes através da

produção científi ca por parte do corpo discente e do corpo

docente.

O estudo de caso tem caráter acadêmico-científi co.

Materializa-se com a escolha de um tema pelo acadêmico,

o qual irá desenvolvê-lo individualmente e mediante

acompanhamento do professor. A escolha do tema é de

extrema relevância. E, quanto mais específi co e delimitado o

assunto, mais signifi cativa será a produção científi ca.

Toda atividade de pesquisa refl ete o resultado de estudos

realizados e expressa, também, o grau de conhecimento do

acadêmico em relação ao assunto investigado.

Este livro objetiva oportunizar a padronização das regras

pertinentes ao desenvolvimento do Estudo de Caso.

Se, após a leitura e estudo deste livro, persistirem dúvidas

quanto à elaboração do Estudo de Caso, o professor deverá

ser consultado.

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Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientá-lo (a) no desenvolvi-

mento da Disciplina. Possui elementos que o (a) ajudarão

a conhecer o contexto da Disciplina e a organizar o seu

tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual

leva em conta instrumentos que se articulam e se

complementam, portanto a construção de competências

se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das

diversas formas de ação/mediação.

São elementos desse processo:

o livro didático;

o EVA (Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem);

as atividades de avaliação (a distância, presenciais e

auto-avaliação);

o Sistema Tutorial.

Carga horária

60 horas-aula - 4 créditos.

Ementa

Tipos de pesquisa. Estudo de Caso: conceito, composição

estrutural e metodologia.

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Objetivos da disciplina

O objetivo deste livro é contextualizar o (a) estudante nas

atividades de pesquisa científi ca, através de metodologia

prático-refl exiva, com a apresentação de um roteiro que o

(a) auxilie na elaboração de seu projeto de pesquisa. Além

disto, nesta disciplina, o (a) estudante terá subsídios para

a execução da pesquisa e elaboração do relatório fi nal,

bem como acesso à padronização das regras pertinentes à

elaboração e desenvolvimento de um Estudo de Caso.

Conteúdo programático/objetivos

Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático

desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se

referem aos resultados que você deverá alcançar ao fi nal de

uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade defi nem

o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir

para o desenvolvimento de habilidades e competências

necessárias à sua formação.

Unidades de estudo: 4

UNIDADE 1 – Estratégias de Pesquisa Científi ca

Nesta unidade, serão apresentados alguns conceitos

norteadores a respeito de pesquisa científi ca e métodos

de pesquisa sob o viés da base lógica da investigação, da

fi nalidade da pesquisa e do delineamento da pesquisa.

UNIDADE 2 – Estudo de Caso

Nesta unidade, trabalharemos a defi nição de um estudo

de caso mais especifi camente, com detalhes sobre a

oportunidade de aplicação e as suas vantagens. Além disto,

apresentaremos os tipos e as etapas de um estudo de caso.

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UNIDADE 3 – Etapas iniciais de um relatório de pesquisa

A unidade 3 é contextualizadora, pois dá início à construção

do planejamento para o estudo de caso. Ela mostra os

primeiros passos para a elaboração do relatório e justifi ca a

sua aplicação.

UNIDADE 4 – Etapas fi nais de um relatório de pesquisa

Nesta unidade, serão apresentadas as formas de socializar

os resultados da aplicação do planejamento da pesquisa.

Aqui será mostrado como construir as etapas de aplicação,

apresentação, análise e sugestões do relatório fi nal da

pesquisa de estudo de caso.

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Agenda de atividades/ Cronograma

Verifi que com atenção o EVA, organize-se para acessar

periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus

estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da

realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação

com os seus colegas e professor.

Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço

a seguir as datas com base no cronograma da disciplina

disponibilizado no EVA.

Use o quadro para agendar e programar as atividades

relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades

Demais atividades (registro pessoal)

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UNIDADE 1

Estratégias de Pesquisa Científi ca

Objetivos de aprendizagem

Nesta unidade, você terá subsídios para:

conhecer os conceitos básicos sobre pesquisa científi ca e métodos de pesquisa;

saber diferenciar os métodos que proporcionam a base lógica da investigação, dos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa e dos que delineiam a pesquisa.

Seções de estudo

Seção 1 A Pesquisa Científi ca

Seção 2 O método de pesquisa

Seção 3 Métodos que proporcionam a base lógica da investigação

Seção 4 Métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa

Seção 5 Delineamento da pesquisa: meios de investigação

Seção 6 A pesquisa científi ca na UnisulVirtual

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

Provavelmente, você já realizou alguma pesquisa em sua

vida, formal ou até mesmo informal, e, também, já deve ter

percebido que, dependendo de como você planeje e execute a sua

pesquisa, pode ter resultados diferentes!!!! Muitos questionam

a importância da normatização, como o caso da ABNT, mas

poucos conseguem perceber que através da normatização

evitamos tendenciar uma pesquisa. A partir de agora, você irá

entrar no mundo da pesquisa científi ca e vai, na prática, montar

um projeto de pesquisa, para executá-lo na próxima disciplina em

seu curso.

- Vamos iniciar o estudo, então? Preparado(a)? Inicialmente você

estudará o que é Pesquisa.

Seção 1 - A pesquisa científi ca

Ao iniciar os estudos desta disciplina, é importante que você

contextualize nomenclaturas as quais vai utilizar ao longo do

estudo. Para seguir a trajetória que envolverá a produção de uma

pesquisa científi ca, é necessário entender o conceito de ciência.

Iniciamos, trazendo o conceito de Fachin (2001, p.15):

[...] se pode considerar a Ciência como uma forma de

conhecimento que tem por objetivo formular, mediante

linguagem rigorosa e apropriada – se possível, com

auxílio da linguagem matemática –, leis que regem os

fenômenos. Embora sendo as mais variadas, essas leis

apresentam vários pontos em comum: são capazes de

descrever séries de fenômenos; são comprováveis por meio

da observação e da experimentação; são capazes de prever

– pelo menos de forma probabilística – acontecimentos

futuros. [...]

Após entender o termo “CIÊNCIA”, você precisa também

contextualizar “CONHECIMENTO”, que pode ser entendido

como o conjunto de ferramentas conceituais e padrões usados

pelos seres humanos para criar, colecionar, armazenar e

compartilhar a informação.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

O conhecimento pode ser um refi namento de informações.

A ele está associada certa dose de inteligência, que é capaz de

fazer associações entre informações, experiências e conceitos, e

elaborar conclusões. Dutra (2003) nos diz que o conhecimento

serve para o ser humano enfrentar as agruras da natureza.

Relaciona o conteúdo retido pela mente humana (informação)

com sua aplicação à sua sobrevivência na natureza. Sendo assim,

relaciona-se o conhecimento com as inter-relações que os seres

humanos mantêm entre si para edifi car a sociedade onde vivem.

A partir desta introdução sobre CIÊNCIA e

CONHECIMENTO, podemos dizer que a “ciência gera

conhecimento”, concorda?

Mas, como isto acontece?

Para responder a esta questão, é interessante pensarmos que a

ciência gera o conhecimento explícito através da aplicação de

determinados métodos. São estes métodos que veremos, de forma

mais detalhada, na próxima seção.

Seção 2 - O método de pesquisa

Antes de apresentarmos formalmente o conceito, cabe expor uma

visão mais generalista sobre método, que pode se referir

à organização em que serão aplicados os processos

necessários para se atingir um objetivo; ou, ao

conjunto de regras aplicadas na investigação e na

demonstração de um fato.

Para Fachin (2003, p. 27), “método é um

instrumento do conhecimento que proporciona aos

pesquisadores, em qualquer área de sua formação,

orientação geral que facilita planejar uma pesquisa,

formular hipóteses, coordenar investigações, realizar

experiências e interpretar resultados”.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O método pode ser considerado o trajeto a ser percorrido pelo pesquisador, no decorrer do desenvolvimento da pesquisa. Daí que, através do método pode-se descobrir a reiteração dos fatos, isto é, a repetição dos fatos em intervalos idênticos, perseguindo-se a observação da regularidade dos fenômenos, verifi car, inferir, explicar e generalizar o fenômeno e, então, transformá-lo em lei. O método tem uma estrutura técnica e uma operação mental. A primeira diz respeito aos vários métodos científi cos, denominados métodos e a segunda se refere aos métodos racionais, ou seja, a indução e a dedução.

A técnica é a maneira mediante a qual o pesquisador vai

percorrer o caminho de sua pesquisa. Assim, o método é estável;

as técnicas são variáveis, de acordo com o progresso tecnológico.

O método indica o que fazer e a técnica indica o como fazer. Em

suma, o método deve ser compreendido como a estratégia para se

auferirem resultados.

Não se inventa um método; ele depende, fundamentalmente,

do objeto da pesquisa. Os pesquisadores que alcançaram

êxito comprovado em suas investigações tiveram o cuidado de

registrar os “caminhos” percorridos e os meios que os levaram

ao cumprimento de seus objetivos. Seus registros, então,

possibilitaram a outros cientistas a análise de tais processos para

a comprovação, aprimoramento e reutilização dos “caminhos”

já percorridos. Assim, estes processos, empíricos no início,

foram transformados, com o passar do tempo, em métodos

comprovadamente científi cos, como nos mostra Gil (1999, p.27).

Muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração

de defi nir um método universal aplicável a todos os

ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e

os fi lósofos da ciência preferem falar numa diversidade

de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a

investigar e pela classe de proposições a descobrir. Assim,

pode-se afi rmar que a Matemática não tem o mesmo

método da Física, e que esta não tem o mesmo método

da Astronomia. E com relação às ciências sociais, pode-

se mesmo dizer que dispõem de grande variedade de

métodos. (GIL, 1999, p. 27).

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

Para Cervo e Bervian (2002), o método científi co quer descobrir

a realidade dos fatos, e esses, ao serem descobertos, devem, por

sua vez, guiar o uso do método. Assim, o método científi co

segue o caminho da dúvida sistemática e metódica, que não se

confunde com a dúvida universal dos céticos, que é impossível.

Considerando-se o grande número de métodos científi cos, torna-

se conveniente classifi cá-los, concorda?

Assim, de acordo com a natureza específi ca de cada problema

investigado, estabelece-se a escolha de métodos apropriados

para atingir um fi m, que é o saber. Os métodos podem ser

classifi cados em três grandes grupos, conforme Gil (1999) e por

Vergara (2000): métodos que proporcionam a base lógica da

investigação, métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa e

delineamento da pesquisa: meios de investigação.

SEÇÃO 3 - Métodos que proporcionam a base lógica da investigação

Perceba que existem vários tipos de métodos na vasta bibliografi a

atual, referente à Metodologia Científi ca. Esta seção apresenta

os métodos que proporcionam a base lógica da investigação. Este

tipo de método trata dos procedimentos que serão aplicados no

processo de investigação cientifi ca dos fatos da natureza e da

sociedade. O ponto de partida deste método conta com um alto

índice de abstração, possibilitando aos pesquisadores inferir sobre

o alcance de sua investigação, as regras de explicação dos fatos e

da validade de suas generalizações. Apesar da abstração inicial, a

lógica na escolha dos procedimentos não deve ser leviana.

Para sucesso na escolha do tipo de base lógica correto,

apresentaremos, a seguir, os dois principais métodos.

Método dedutivo

É o método que parte do geral e, logo após desce ao particular.

Isto implica partir de princípios reconhecidos como verdadeiros

e indiscutíveis, possibilitando chegar-se a conclusões de maneira

formal, em virtude de sua lógica.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O emprego do pensamento dedutivo acontece quando, segundo

Ruiz (1996, p. 139), “a partir de enunciados mais gerais dispostos

ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma

conclusão particular ou menos geral”. Ou seja, parte-se do geral

para o particular.

Este método é defendido pelos racionalistas – Descartes,

Spinoza, Leibniz –, pois, para eles, somente a razão é capaz de

conduzir ao conhecimento verdadeiro, cuja decorrência estaria

relacionada a princípios a priori evidentes e irrecusáveis.

Método indutivo

É o método inverso ao método dedutivo, pois parte do particular

e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho

de coleta de dados particulares. A indução, enquanto forma de

pensar contrária à dedução, implica “um processo de raciocínio

inverso ao processo dedutivo”, segundo Ruiz (1996, p. 139). A

indução parte de fatos singulares para fatos mais gerais, ou seja,

parte do particular para o geral.

No raciocínio indutivo, a generalização não deve ser a priori

buscada, mas apenas constatada a partir da observação de casos

concretos que confi rmem esta realidade. O método indutivo é

o método proposto pelos empiristas – Bacon, Hobbes, Locke

e Hume –, pois os mesmos consideram que o conhecimento é

fundamentado exclusivamente na experiência, desconsiderando

os princípios preestabelecidos.

Saiba mais

Além dos métodos dedutivo e indutivo apresentados nesta unidade, outros autores desenvolveram também seus próprios métodos, que apresentamos a seguir.

Método hipotético-dedutivo: é defendido por Karl Popper, que, a partir de críticas à indução, pressupõe que o pesquisador, através de uma combinação de observações, hábeis antecipações e intuição científi ca, alcançará um conjunto de postulados os quais regem os fenômenos por que estão interessados.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

Método dialético: o fato de ter sido utilizado por Platão na arte do diálogo demonstra a antiguidade deste método, muito embora a concepção moderna deste método esteja fundamentada em Hegel, cuja idéia pressupõe que a lógica e a história da humanidade seguem uma trajetória dialética, onde as contradições se transcendem, dando origem a novas contradições que passarão a requerer novas soluções; em um processo contínuo. A concepção hegeliana de dialética é de natureza idealista, admitindo, portanto, a hegemonia das idéias sobre a matéria. Desta forma, o materialismo dialético poderá ser entendido como um método de interpretação da realidade.

Método fenomenológico: sugere uma base sólida de investigação sem a possibilidade de proposições. A premissa básica deste método é: “avançar para as coisas”, onde “coisas” refl etem os dados. Portanto o método fenomenológico não se preocupa com o fenômeno em si, mas sim com os dados, independentemente se esses dados representam uma realidade, ou uma mera aparência. Esta característica faz com que o método fenomenológico não seja dedutivo nem empírico: seu propósito é mostrar o que é o dado e esclarecer sobre o que é, não se importando em explicar as leis nem fazer deduções com base nos princípios, mas sim, considerar o que está presente na consciência, o objeto. A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que pressupõe o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento.

FONTE: Gil (1999).

Seção 4 - Métodos que identifi cam a fi nalidade da pesquisa

Os fi ns, como o próprio nome designa, identifi cam o propósito

pelo qual uma pesquisa é realizada. Desta forma, Vergara (2000)

lista um conjunto de métodos pelos quais uma pesquisa se

justifi caria. Veja a seguir.

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Page 22: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Pesquisa Exploratória

Normalmente, é feita em áreas onde o conhecimento é escasso

e sistematizado e, por sua natureza de sondagem, não comporta

inicialmente as hipóteses, porém nada impede que as hipóteses

surjam durante ou no fi nal da pesquisa. Tem por fi nalidade a

descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modifi cadas

e a obtenção de alternativas ao conhecimento científi co existente.

Tem por objetivo principal a descoberta de novos princípios para

substituírem as atuais teorias e leis científi cas, como nos diz Jung

(2003).

Pesquisa Descritiva

Este tipo de pesquisa tem por objetivo expor as características de

uma determinada população ou fenômeno, de forma a estabelecer

correlação entre as variáveis, para então defi nir sua natureza. A

pesquisa descritiva, de acordo com Mattar (1994), visa a prover o

pesquisador de dados sobre as características de grupos, estimar

proporções de determinadas características e verifi car a existência

de relações entre variáveis. Embora a pesquisa descritiva não

tenha o compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

ela servirá de base para tal explicação - como é observado nas

pesquisas de opinião.

Pesquisa Explicativa

O objetivo desta investigação é o de esclarecer e justifi car os

motivos pelos quais algo acontece, buscando evidenciar quais fatores

contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado

fenômeno. Tem por objetivo ampliar generalizações, defi nir leis mais

amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar hipóteses

numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por

força de dedução lógica. Exige síntese e refl exão. Visa identifi car os

fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Explica o

“porquê das coisas”, de acordo com Jung (2003).

A fi gura 1.1 apresenta as diferenças entre estes três tipos de pesquisa.

Observe.

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Page 23: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

Tipos de pesquisaDiferenças básicas

Exploratória

Procura explorar o problema,pois ainda ninguém o fez.Busca prover critérios para suacompreensão, desenvolverhipóteses, isolar variáveis,definir problemas, etc.

Tem como principal objetivo adescrição das variáveis.Observa, registra, classifica einterpreta as característicasdas variáveis. Correlaciona asinformações para analisarfenômenos.

Além de descrever, procuraidentificar os fatoresdeterminantes. Quer saber oporquê das coisas. A maioriadessas pesquisas utiliza amanipulação das variáveis.

Descritiva Explicativa

Figura 1.1 - Diferenças básicas. Fonte: Jung (2003). Com modifi cações.

Seção 5 - Delineamento da pesquisa: meios de investigação

Gil (1999) considera o delineamento como o planejamento da

pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a

sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação

dos dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera

o ambiente em que são coletados os dados, bem como as

formas de controle das variáveis envolvidas. O delineamento

defi ne os meios de investigação a serem utilizados na

pesquisa, que se tornam essenciais face à necessidade de

confrontação entre a visão teórica do problema com os dados

da realidade.

Assim, segundo Gil (1999), podem ser defi nidos dois grupos

de delineamento: aquele que se vale das chamadas fontes

de papel, onde estão a pesquisa bibliográfi ca e a pesquisa

documental; e aquele cujos dados são fornecidos por pessoas,

onde estão a pesquisa experimental, a pesquisa post-factum, o

levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. A seguir,

apresentam-se algumas considerações sobre cada delineamento.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Pesquisa Bibliográfi ca

É o estudo sistematizado, desenvolvido a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científi cos. Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfi ca

procura explicar um problema a partir de referências teóricas

publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente

ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos

os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou

científi cas do passado, existentes sobre determinado assunto, tema

ou problema; busca também, explorar novas áreas onde os

problemas não se cristalizaram sufi cientemente, e tem por objetivo

permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas

pesquisas ou manipulação de suas informações. O propósito deste

tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de

pesquisa. Quanto às fontes, poderão ser primárias, se coletadas

em materiais originais que deram origem a outros estudos; ou

secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas.

Pesquisa Documental

Muito semelhante à pesquisa bibliográfi ca, a pesquisa documental

diferencia-se por valer-se de materiais que ainda não

receberam um tratamento analítico. Trata-se, portanto, de

investigação realizada em documentos conservados no interior de

órgãos públicos e privados; ou de pessoas que, a partir da

interpretação do pesquisador, poderão dar origem a uma obra.

Pesquisa Experimental

Investigação de natureza empírica, onde o pesquisador manipula

e controla as variáveis independentes, observando as possíveis

alterações que tais variáveis provocarão sobre as variáveis

dependentes. Desta forma, para que se tenha um delineamento

experimental, é necessário que se determine um objeto de estudo,

cujas variáveis poderão infl uenciar o pesquisador, nas formas de

controle e de observação.

Pesquisa post factum

Esta pesquisa se fundamenta apenas na experiência, onde as

variáveis independentes não são controladas pelo investigador,

seja porque já ocorreram suas manifestações, seja porque são

intrinsecamente não-manipuláveis, tais como: sexo, classe social,

nível intelectual, preconceitos, autoritarismo, entre outras.

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Page 25: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

Pesquisa Survey (Levantamento)

Este tipo de pesquisa tem por característica a interrogação direta

das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Gil (2000)

afi rma que pelo “método survey” levantamento é caracterizado

como pesquisa formada por uma amostra que se constitui num

subconjunto da população - se estimam as características da

população total. Complementa o autor que os levantamentos

apresentam como vantagens o conhecimento direto da realidade;

economia e rapidez; facilidade de quantifi cação.

Gil (1999) esclarece que, na maioria dos levantamentos, não

são pesquisados todos os integrantes da população estudada:

o que se faz, normalmente, é a seleção de um grupo mediante

procedimentos estatísticos, que possam, com a menor margem de

erro, representar toda a população.

Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo, para Vergara (2000, p. 47), “é uma investi-

gação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fe-

nômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”, podendo-se

valer, ou não, de entrevistas, aplicação de questionários ou testes.

Para Gil (2000), embora as pesquisas de campo se assemelhem

aos levantamentos (surveys), existem duas características que as

diferem. São elas:

estudos de campo se preocupam mais com o a)

aprofundamento das questões propostas do que com a

distribuição das características da população segundo

determinadas variáveis, o que lhes dá maior fl exibilidade

e,

pesquisas de campo estudam um único grupo ou b)

comunidade em termos de sua estrutura social,

destacando-se a interação de seus componentes. Desta

forma, o estudo de campo tende a utilizar muito mais

técnicas de observação do que de interrogação.

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Page 26: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 6 - A Pesquisa Científi ca na UnisulVirtual

Diante da abordagem conceitual dos métodos que você acabou de

ler, utilizada para nortear a metodologia da pesquisa científi ca,

é possível inferir que a ciência moderna tem usado uma

combinação desses métodos, de modo a superar as defi ciências

que cada um possui, não apenas para alcançar uma exatidão

inconfundível, mas tão somente para ser capaz de atender a

complexidade atual.

Até aqui você conheceu os métodos de pesquisa que proporcionam a base da investigação e identifi cam a fi nalidade da pesquisa. Esta contextualização dá suporte para estudarmos mais à frente detalhes sobre o método de “estudo de caso”, ponto central de nosso estudo.

A contextualização a que se propõe esta unidade nos abre

caminho para justifi car e apresentar o método de pesquisa que a

UnisulVirtual escolheu para seus cursos tecnólogos de graduação

na modalidade a distância.

Entendemos que a escolha pela Metodologia de Estudo de Caso

é a mais viável para uma estratégia prático-refl exiva nos cursos

de curta duração. Este método nos possibilita rapidez na fase

inicial, aplicabilidade prática em curto espaço de tempo, sem, no

entanto, perder-se a característica de uma pesquisa científi ca.

O estudo de caso vem sendo utilizado cada vez mais pelos

pesquisadores, em virtude de poder ser utilizado com diferentes

propósitos. Isto confi gura outro motivo de ser escolhido o método

de estudo de caso, já que, na UnisulVirtual temos diversos cursos

tecnólogos em diferentes áreas.

O estudo de caso como padrão para todos os cursos tecnólogos a

distância na UnisulVirtual nos permitirá homogeneizar a prática

da pesquisa como parte integrante do processo de aprendizagem

em nível de graduação, sem perda de qualidade e com liberdade

de ação em diversas áreas.

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Page 27: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

É importante você perceber que o método de estudo de caso é

objeto central deste livro, sendo abordado com mais detalhes

nas unidades a seguir. A partir de agora você poderá, na prática,

participar de uma pesquisa científi ca real, a partir da qual poderá

refl etir sobre ciência e praticar pesquisa com o auxílio de seu

professor.

Antes, porém, é importante mostrarmos administrativamente como este estudo de caso funcionará para o seu curso.

Este material tem o objetivo de viabilizar a elaboração do

relatório de pesquisa da disciplina Estudo de Caso, em que

você se matriculará no próximo semestre. Durante o processo

de leitura dos conteúdos deste livro, procure desenvolver um

elo entre o que está apresentado, os materiais que você já tem

disponíveis e a realidade a ser estudada.

Lembre que você pode utilizar todos os conteúdos já estudados em seu Curso – tanto os livros didáticos, quanto os sites na internet e outras leituras realizadas – como fonte de pesquisa para enriquecer o seu estudo de caso.

Regras gerais do estudo de caso nos cursos de graduação da UnisulVirtual

A disciplina Metodologia de Estudo de Caso deve ser cursada

anteriormente à disciplina de Estudo de Caso. Ambas as

disciplinas (Metodologia de Estudo de Caso e Estudo de Caso)

têm características e particularidades que você necessita entender

antes de seguir com seu trabalho.

É muito importante que você leia com atenção todo este livro

nesta disciplina (Metodologia para Estudo de Caso), o guarde

para balizar a seqüência da sua pesquisa com a disciplina seguinte

(Estudo de Caso) e o tenha sempre à mão para fazer consultas.

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Page 28: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Resumidamente a sua pesquisa científi ca será construída com suporte em duas disciplinas seqüenciais (uma em um semestre e outra no próximo):

Metodologia para Estudo de Caso: (lhe dará aportes teóricos para desenvolver a sua pesquisa);

Estudo de Caso: (Trabalhará a prática do estudo de caso com a construção fi nal do Relatório de pesquisa).

Como ocorre a oferta e como é o envio das atividade? Quais são as responsabilidades de cada parte (estudante e tutoria) nesta disciplina?

Diferentemente das demais disciplinas que você está habituado a

realizar aqui na UnisulVirtual, na Metodologia para Estudo de

Caso você realiza apenas as atividades a distância (AD), durante

dois períodos, de forma paralela às demais disciplinas do curso, e

não há avaliação presencial.

Esta disciplina é composta por duas avaliações a

distância (AD) e uma avaliação fi nal (AF), também a

distância e se necessária.

Para o envio de cada uma das avaliações, você deverá

acessar a ferramenta AVALIAÇÃO da disciplina no

Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).

Isto signifi ca que os cuidados com a administração do tempo

devem ser redobrados. Não corra o risco de pensar que, pelo fato

de a disciplina ocorrer durante dois períodos, você poderá deixar

para realizar as atividades depois das demais. As conseqüências

deste tipo de atitude serão bastante prejudiciais e irreversíveis.

Caso você obtenha uma nota inferior a 7,0 na média das duas

atividades enviadas, deverá fazer uma avaliação de recuperação

denominada “Avaliação Final (AF)” e enviá-la até a data prevista

no cronograma, observando que:

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Page 29: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

a) Avaliação Final (AF) será disponibilizada através da

mesma ferramenta onde estão as outras ADs. A nota

será atribuída pela visão geral do trabalho, respeitando

as sugestões já apresentadas nas avaliações anteriores

de seu professor e nas orientações contidas neste livro.

Observe, portanto, que a análise que o professor fez

das atividades individuais não estará diretamente

relacionadas à análise da avaliação final;

b) aluno com média inferior a 2,0 não é necessário

fazer avaliação final, pois matematicamente não será

possível obter a média mínima para a aprovação (6,0);

c) é responsabilidade do aluno verificar no sistema

acadêmico a média obtida no semestre e se haverá

necessidade do envio da avaliação final;

d) a data de envio da avaliação final estará publicada no

cronograma da disciplina no EVA;

e) a correção da atividade de avaliação final ocorrerá

uma única vez (sem possibilidade de refazer), sendo

atribuída uma nota a ser publicada no sistema

acadêmico no campo “avaliação final”;

f) a média mínima para a aprovação após a realização da

Avaliação Final é 6,0, tal como as demais disciplinas

do curso.

— Ficou preocupado (a) com o que vem pela frente?

Fique calmo (a), pois o seu professor estará a disposição para orientá-lo

e acompanhá-lo (a) nesta tarefa: Seguimos, então....

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Page 30: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Síntese

Nesta unidade, você estudou que ciência é um ramo do

conhecimento sistemático e organizado a partir de princípios

rígidos e regras específi cas, relacionados e sistematizados. Essa

relação e sistematização é que caracterizam o conhecimento

científi co e o diferenciam do conhecimento comum, ou empírico,

que se limita a verifi car os fatos sem lhes buscar uma explicação

racional, nem as suas relações inteligíveis com outros fatos,

sistematizando-os. O que distingue uma ciência de outra ciência

não é a natureza dos objetos que estuda, mas o ponto de vista sob

o qual os estuda.

Desta forma, o que foi tratado nesta unidade diz respeito não

só ao ato de conhecer os tipos disponíveis de pesquisa científi ca

e de métodos para colocá-las em prática: depois de lê-la, o

acadêmico reúne condições para saber diferenciar os métodos que

proporcionam a lógica na investigação, daqueles que estabelecem

a fi nalidade da pesquisa.

Você deve ter percebido que o assunto abordado nesta unidade

foi muito importante para desenvolver um processo de pesquisa,

pelo fato de que ele instrumentaliza teoricamente para que você

possa conhecer o estudo de caso, desde suas defi nições, passando

por seus tipos, além de defi nir suas etapas. Estes conteúdos serão

abordados na unidade 2.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 1

Atividades de auto-avaliação

Realize as atividades de auto-avaliação a seguir, para praticar os conhecimentos adquiridos nesta unidade. Vamos precisar destas informações lá na frente.

1. Apresente a defi nição de método que considerar mais completa.

2. Conforme discutido nesta unidade, diferencie:

a) método dedutivo e indutivo.

b) pesquisa descritiva, exploratória e explicativa.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

3. Estudamos os meios de investigação, agora expresse o que você entendeu, efetuando a defi nição dos itens:

a) Pesquisa documental

b) Pesquisa bibliográfi ca

Saiba mais

Para saber mais sobre Técnicas e Métodos, sugerimos as seguintes leituras:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa

social. São Paulo: Atlas, 1999.

LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros.

Ciência e pesquisa: livro didático. 2. ed. rev. e atual.

Palhoça: UnisulVirtual, 2007. 228 p.

RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à

pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.

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Page 33: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

UNIDADE 2

Estudo de Caso

Objetivos de aprendizagem

Nesta unidade, você terá subsídios para:

conhecer os conceitos básicos sobre estudos de caso;

entender quando utilizar o estudo de caso, quais os tipos de estudo de caso e suas etapas;

identifi car as vantagens de um estudo de caso.

Seções de estudo

Seção 1 Defi nições

Seção 2 Quando usar o estudo de caso?

Seção 3 Quais as vantagens do estudo de caso?

Seção 4 Quais os tipos de estudo de caso?

Seção 5 Quais as etapas do estudo de caso?

2

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Page 34: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

Esta unidade trata, mais especifi camente, da defi nição de um

estudo de caso, com detalhes sobre a oportunidade de aplicação

e as suas vantagens. Além disto, apresenta, também, os tipos e as

etapas de um estudo de caso.

Atente para a importância desta unidade, que é contextualizadora

e trará subsídios para que você possa realizar o seu próprio estudo

de caso futuramente.

Seguimos, então, com maiores detalhes sobre estas defi nições.

Seção 1 - Defi nições

O que é um estudo de caso?

Acompanhe, a seguir, as várias defi nições encontradas e

dimensione a importância de compreendê-las no contexto de seu

curso e na expectativa de efetuar pesquisa.

O estudo de caso, segundo Gil (1999), é caracterizado pelo

estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de

maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,

tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de

delineamentos considerados.

Para Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é uma investigação

empírica que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de

seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre

o fenômeno e o contexto não estão claramente defi nidos”.

Mazzotti (2006), afi rma que, ao defi nir o objeto do estudo de

caso como um fenômeno contemporâneo, Yin procura distingui-

lo dos estudos históricos nos quais a evolução temporal é o foco

de interesse, o que não signifi ca que, nos estudos de caso, não se

recorra a fatos passados para compreender o presente.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

A investigação de estudo de caso, para Yin (2005, p. 33):

[...] enfrenta uma situação tecnicamente única em que

haverá muito mais variáveis de interesse do que de pontos

de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes

de evidências, com os dados precisando convergir em um

formato de triângulo, e, como outro resultado, benefi cia-

se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para

conduzir a coleta e análise de dados.

Para Chizzotti (2006, p. 102),

O estudo de caso é uma caracterização abrangente para

designar uma diversidade de pesquisas que coletam e

registram dados de um caso particular ou de vários casos

a fi m de organizar um relatório ordenado e crítico de

uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando

tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação

transformadora.

Yin (2005, p. 19) esclarece que o estudo de caso é apenas

uma das maneiras de se fazer pesquisa em todas as áreas.

Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas

e análise de informações em arquivos são alguns

exemplos de maneiras diferentes para se realizar

uma pesquisa. Contudo cada estratégia apresenta

vantagens e desvantagens, dependendo das seguintes

condições: “[...] tipo de questão da pesquisa, o

controle que o pesquisador possui sobre os eventos

comportamentais efetivos, o foco em fenômenos

históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos

[...]”. Geralmente, esse tipo de estudo representa a

estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como”

e “por que”, e quando o pesquisador tem pouco controle sobre os

fenômenos estudados.

Perceba que, no entendimento de Martins e Santos (2003), num

estudo de caso, o investigador tenta examinar uma situação em

profundidade. O investigador tenta descobrir todas as variáveis

que são importantes na história ou desenvolvimento de seu

sujeito. A ênfase está em compreender por que o indivíduo faz,

o que faz, como seu comportamento muda quando ele responde

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Page 36: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

a seu ambiente. Isto exige estudo detalhado por um período

considerável de tempo. O investigador coleta dados sobre o

estado presente do sujeito, suas experiências passadas, seu

ambiente e como estes fatores se relacionam uns com os outros.

Um caso é um acontecimento no mundo real que uma teoria pressupõe no mundo abstrato. O caso é tomado como unidade signifi cativa do todo e, por isso, sufi ciente tanto para fundamentar um julgamento fi dedigno quanto para propor uma intervenção.

Como visto nas diversas defi nições, o estudo de caso consiste em

uma investigação minuciosa de uma ou mais organizações ou

grupos, visando prover uma análise do conjunto e dos processos

envolvidos no fato analisado. Hartley (1994) nos lembra que o

fenômeno estudado não está isolado de seu contexto, sendo este

o interesse principal do pesquisador: a relação entre o fenômeno

estudado e o seu contexto, dessa forma.

Agora que já sabe o que é um estudo de caso, entenda quando

poderá usá-lo.

Seção 2 - Quando usar o estudo de caso?

A utilização do estudo de caso é abrangente, podendo ser

aplicado em várias situações. E, por juntar vantagens de vários

métodos, acabou se transformando na estratégia de pesquisa

preferida dos investigadores dos fenômenos individuais,

organizacionais, sociais, políticos e de grupo.

Veja, agora, a opinião de vários autores acerca da usabilidade do método de estudo de caso.

No entendimento de Fidel (1992), o estudo de caso é apropriado

para investigação de fenômenos, quando:

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

há uma grande variedade de fatores e

relacionamentos;

não existem leis básicas para determinar quais

fatores e relacionamentos são importantes;

os fatores e relacionamentos podem ser

diretamente observados.

Yin (2005) descreve três situações nas quais o estudo de caso é

indicado:

a primeira ocorre quando o caso em pauta

é crítico, para testar uma hipótese ou teoria previamente explicitada;

a segunda é o fato dele ser extremo ou único;

a terceira situação é o caso revelador, que ocorre

quando o pesquisador tem acesso a uma situação ou fenômeno até então inacessível à investigação científi ca.

Já, para Hartley (1994), o estudo de caso é considerado adequado

para:

a compreensão dos processos sociais em

seu contexto organizacional ou ambiental - importante para a pesquisa;

a exploração de novos processos ou comportamentos,

gerando hipóteses e construindo teorias;

a averiguação de casos atípicos ou extremos para

melhor compreender os processos típicos;

a busca de fatos na vida organizacional,

considerando que uma pesquisa quantitativa, por exemplo, seria muito estática para abarcar o fl uxo de atividades em uma empresa;

a exploração de comportamentos organizacionais

informais.

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Page 38: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Note que o estudo de caso pode ser utilizado em todos os tipos de

pesquisa, contudo há alguns obstáculos que devem ser considerados:

a falta de rigor metodológico exige que se redobrem os cuidados

tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados; a

difi culdade de generalização na análise de um único, ou mesmo, de

múltiplos casos fornece uma base muito frágil para a generalização;

o estudo de caso demanda muito tempo destinado à pesquisa, e,

freqüentemente, seus resultados tornam-se pouco consistentes.

Goode e Hatt (apud BRESSAN, 2006) propõem algumas

medidas, para que se possa obter um bom estudo de caso.

Desenvolver um plano de pesquisa que considere

estes perigos ou críticas. Por exemplo, com relação ao sentimento de certeza, pode-se usar um padrão de amostra apropriado, pois, sabendo que sua amostra é boa, há uma base racional para fazer estimativas sobre o universo do qual ela é retirada.

Ao fazer generalizações, da mesma maneira que

nas generalizações a partir de experimentos, fazê-las em relação às proposições teóricas, e não para populações ou universos.

Esquematizar a utilização, tanto quanto possível,

da técnica do código qualitativo para traços e fatores individuais que são passíveis de tais classifi cações. Recomenda-se que, por segurança, as classifi cações feitas sejam analisadas por um conjunto de colaboradores que atuarão como “juízes da fi dedignidade mesma das classifi cações mais simples”.

Procurar não fazer narrações longas e relatórios

extensos, uma vez que relatórios deste tipo desencorajam a leitura e a análise do estudo do caso.

Fazer seleção e treinamento criteriosos dos

investigadores e assistentes para assegurar o domínio das habilidades necessárias à realização de estudo de caso.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

Seção 3 - Quais as vantagens do estudo de caso?

Você já estudou anteriormente que o estudo de caso, como

estratégia de pesquisa, é abrangente, por tratar da lógica de

planejamento, das técnicas de coleta de dados e das abordagens

específi cas à análise dos mesmos. Apenas isto já bastaria para

justifi car a escolha do estudo de caso como estratégia de pesquisa,

mas, para garantir que esta é a melhor escolha, apresentaremos a

seguir alguns arcabouços teóricos para validar o estudo de caso

como o ideal para nosso futuro trabalho de pesquisa.

Yin (2005) esclarece que a investigação de estudo de caso:

enfrenta uma situação tecnicamente única, em

que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados; e, como resultado,

baseia-se em várias fontes de evidências, com os

dados precisando convergir em um formato de triângulo; e, como outro resultado,

benefi cia-se do desenvolvimento prévio de

proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados.

Veja que, ao tratar dos objetivos da coleta de dados, Bonoma

(1985, p. 206) coloca como objetivos do Método Estudo de Caso

não a quantifi cação ou a enumeração, mas, ao invés disso:

descrição;

classifi cação (desenvolvimento de tipologia);

desenvolvimento teórico; e,

o teste limitado da teoria.

As vantagens desta metodologia, segundo Bruyne et al. (1994),

são:

criar um estímulo a novas oportunidades de descobertas

do desenvolvimento da investigação;

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Universidade do Sul de Santa Catarina

trabalhar com situações concretas, possibilitando, se

necessário, mudanças favoráveis no caso em estudo;

procurar relacionar a teoria (pesquisa bibliográfi ca) com a

prática (pesquisa de campo);

não requerer um modo único de coleta de dados,

podendo o investigador utilizar-se de entrevistas,

observações, relatórios e questionários.

Em uma palavra, o objetivo é compreensão. Também, entre

as vantagens do método do estudo de caso, está o fato de que

se pode obter inferência do estudo de todos os elementos que

envolvam uma entidade completa, em vez de o estudo de vários

aspectos selecionados.

Seção 4 - Quais os tipos de estudo de caso?

Assim, Stake (2000) identifi ca três modalidades de estudo de

caso: intrínseco, instrumental e coletivo.

No estudo de caso intrínseco, para Stake (2000, p.437), o

[...] estudo não é empreendido primariamente porque

o caso representa outros casos ou porque ilustra um

traço ou problema particular, mas porque, em todas

as suas particularidades e no que têm de comum, este

caso é de interesse em si. O pesquisador, pelo menos

temporariamente, subordina outras curiosidades para que

as histórias dos que “vivem o caso” emirjam [...].

No estudo de caso instrumental, o empenho, no caso, deve-se

à crença de que ele poderá facilitar a compreensão de algo mais

amplo, uma vez que pode servir para fornecer insights sobre um

assunto ou para contestar uma generalização amplamente aceita,

apresentando um caso que nela não se encaixa.

Já, no estudo de caso coletivo, segundo Mazzotti (2006, p.

641), “o pesquisador analisa concomitantemente alguns casos

para investigar um dado fenômeno, podendo ser visto como

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

um estudo instrumental estendido a vários casos.” Eles são

selecionados, porque se acredita que seu estudo permitirá melhor

compreensão, ou melhor teorização, sobre um conjunto ainda

maior de casos.

Você pode constatar, assim, que os estudos de caso instrumentais,

coletivos ou não, pretendem favorecer, ou, ao contrário, contestar

uma generalização aceita; já os estudos intrínsecos, em princípio,

não se preocupam com isso.

O estudo de caso, para Yin (2005, p.67), pode ser dividido em

único ou múltiplo.

Casos únicos representam um projeto comum para

realizar estudos de caso, e foram descritas duas variantes:

as que utilizam projetos holísticos e as que utilizam

unidades incorporadas de análise. No geral, o projeto

de caso único é eminentemente justifi cável sob certas

condições — quando o caso representa (a) um teste

crucial da teoria existente, (b) uma circunstância rara

ou exclusiva, ou (c) um caso típico ou representativo, ou

quando o caso serve a um propósito (d) revelador ou (e)

longitudinal.

Uma etapa fundamental, ao projetar e conduzir um caso único, é

defi nir a unidade de análise (ou o próprio caso). Contudo podem

ser acrescentadas subunidades de análises em um caso único, de

forma que se possa desenvolver um projeto mais complexo — ou

incorporado.

O caso múltiplo é aquele que contém mais de um caso único, ou

seja, mais de um objeto de estudo. Por exemplo: duas escolas,

duas empresas, etc. Cada caso deve servir a um propósito

específi co dentro do escopo global da investigação.

Assim, inicialmente será necessário o pesquisador defi nir qual

será seu objeto ou objetos de estudo, para, em seguida, apresentá-

lo(s) e descrever a situação observada em relação ao problema

escolhido.

— Agora que já nos familiarizamos com o estudo de caso, vamos às

etapas?

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 5 - Quais as etapas do estudo de caso?

Não há consenso por parte dos pesquisadores quanto às

etapas a serem seguidas no desenvolvimento do estudo

de caso. Segundo Chizzotti (2006), o desenvolvimento

do estudo de caso supõe 3 fases. Vamos conhecê-las?

a) Seleção e delimitação do caso

A seleção e delimitação do caso são decisivas para a

análise da situação estudada. O caso deve ser uma referência

signifi cativa para merecer a investigação e, por comparações

aproximativas, ser apto para fazer generalização de situações

similares ou autorizar inferências em relação ao contexto da

situação analisada.

A delimitação deve precisar os aspectos e os limites do trabalho,

a fi m de reunir informações sobre um campo específi co e fazer

análises sobre objetos defi nidos, a partir dos quais se possa

compreender uma determinada situação. Quando se toma um

conjunto de casos, a coleção deles deve cobrir uma escala de

variáveis que explicite diferentes aspectos do problema.

b) Trabalho de campo

O trabalho de campo visa a reunir e organizar um conjunto

comprobatório de informações. A coleta de informações em

campo pode exigir negociações prévias para se aceder a dados que

dependem da anuência de hierarquias rígidas, ou da cooperação

das pessoas informantes. As informações são documentadas,

abrangendo qualquer tipo de informação disponível - escrita,

oral, gravada, fi lmada - que se preste para fundamentar o

relatório do caso. Este será, por sua vez, objeto de análise crítica

pelos informantes ou por qualquer interessado.

c) Organização e redação do relatório

Documentos, rascunhos, notas de observação, transcrições,

estatísticas, etc., coligidos em campo, devem ser reduzidos

ou indexados segundo critérios predefi nidos, a fi m de que se

constituam em dados que comprovem as descrições e as análises

do caso.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

Yin (2005) apresenta as etapas do método de estudo de

caso descrevendo-as da seguinte forma: a etapa inicial

consiste no desenvolvimento da teoria específi ca; em

seguida se faz necessário selecionar o caso e defi nir as

medidas específi cas para o planejamento e coleta de

dados, essa etapa projeta o protocolo de coleta de

dados. O protocolo deve apresentar uma visão

geral do projeto de estudo de caso (objetivos

e patrocínios, questões do estudo de caso e

leituras importantes sobre o tópico que está sendo

investigado), bem como, os procedimentos de campo,

as questões do estudo de caso e o guia para o relatório

(resumo, formato de narrativa e informações bibliográfi cas).

— Na próxima unidade, você irá estudar a estrutura do relatório

de estudo de caso e ver exemplo de cada etapa, facilitando o

desenvolvimento do projeto!

Síntese

Esta unidade diz respeito à caracterização completa do estudo de

caso, que tem início com defi nição dos problemas, temas a serem

estudados e o desenvolvimento de um projeto de estudo de caso.

É importante você perceber a relevância da abordagem dos

principais aspectos que envolvem o estudo de caso, pois as

contribuições que ele pode trazer para a academia, para a

organização e para a sociedade como um todo, vão desde

a ampliação do conhecimento que temos dos fenômenos

individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, até

outros fenômenos relacionados.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de auto-avaliação

1. Nesta unidade, estudamos as Etapas do Estudo de caso. Agora para memorizarmos, vamos voltar e descrever a defi nição dos itens:

a. seleção e delimitação do caso;

b. o trabalho de campo;

c. a organização e redação do relatório.

2. Delimite duas habilidades exigidas ao pesquisador de estudo de caso descritas por YIN (2005).

3. Cite duas vantagens do método de estudo de caso, apresentadas por Bruyne et al. (1994) .

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 2

Saiba mais

Para complementar seus estudos, veja quais as habilidades que

um pesquisador deve possuir. O que ele deve considerar para

obter sucesso na sua trajetória de pesquisa.

Habilidades do pesquisadorPara conduzir com sucesso o estudo de caso, é essencial que o pesquisador saiba detectar um problema, apresentando as possíveis soluções.

Yin (2005) descreve como habilidades comumente encontradas nos pesquisadores de sucesso:

habilidade para fazer perguntas e interpretar os resultados;

habilidade para ouvir e não se deixar prender pelas suas próprias

ideologias e percepções: implica receber informações por meio de várias modalidades;

habilidade para adaptar-se e ser fl exível para que possa ver as novas

situações encontradas como oportunidades, e não como ameaças;

habilidade de domínio das questões em estudo: o pesquisador deve

ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou se seja de um modo exploratório;

imparcialidade em relação a noções preconcebidas, incluindo aquelas

que se originam de uma teoria. Assim, a pessoa deve ser sensível e estar atenta a provas contraditórias.

Essas habilidades podem ser desenvolvidas em qualquer pessoa. Entretanto é importante uma auto-análise honesta das próprias capacidades e limitações como pesquisador.

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UNIDADE 3

Etapas iniciais de umrelatório de pesquisa

Objetivos de aprendizagem

Esta unidade lhe fornecerá subsídios para:

conhecer a estrutura do relatório de pesquisa para o estudo de caso;

desenvolver as primeiras etapas de um estudo de caso.

Seções de estudo

Seção 1 Planejamento

Seção 2 Estrutura de um relatório de pesquisa

Seção 3 Introdução

Seção 4 Tema

Seção 5 Objetivos

Seção 6 Procedimentos Metodológicos

3

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

O estudo de caso, como toda pesquisa, tem início com a

defi nição dos temas e problemas a serem estudados. A esta etapa

chamamos de planejamento da pesquisa, ou, de acordo com

alguns autores como projeto de pesquisa. Mas, independente da

nomenclatura, o momento inicial é o que consideramos crítico

para a identifi cação da relevância da pesquisa, sua justifi cativa,

contextualização, pois remete à abordagem dos principais

aspectos que envolvem o ponto de partida para uma pesquisa

científi ca.

Ao produzir o seu relatório de pesquisa, tenha em mente que as

etapas iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos)

constituem a lógica que une os dados a serem coletados (e as

conclusões a serem tiradas) às questões iniciais de um estudo.

Cada estudo empírico possui um projeto de pesquisa implícito, se

não explícito. Para Heerdt e Leonel (2006, p. 112), “o projeto de

pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a defi nição

dos caminhos para abordar certa realidade”.

Um planejamento de pesquisa é uma série de etapas estabelecidas

pelo pesquisador, que direciona a metodologia aplicada no

desenvolvimento da pesquisa. O pesquisador obedece a um

plano de etapas metodológicas necessárias ao desenvolvimento

da pesquisa científi ca. Ele tem como prioridade demonstrar as

atividades indispensáveis para o desenrolar da pesquisa, segundo

nos conta Fachin (2003).

— Sendo assim, estudaremos agora a estrutura de um relatório de

estudo de caso em duas etapas. Na unidade 3, veremos as etapas

iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos) e, na unidade

4, as etapas de execução, análise, sugestão e conclusão. Mantenha-se

atento (a) a leitura e anote os pontos chaves!

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Seção 1 - Planejamento

As etapas iniciais do relatório de pesquisa podem ser

entendidas como o planejamento da pesquisa, ou seja, o

projeto de pesquisa, que na Unisulvirtual se apresenta

de forma IMPLÍCITA e está integrado com o

documento ofi cial da pesquisa: Relatório de estudo de

caso.

Segundo Vieira (2004), a partir do estabelecimento da

questão a ser estudada, afl oram os problemas que ela envolve,

justifi cam-se sua relevância e a viabilidade, traçam-se objetivos,

caracteriza-se o estudo, localizam-se as variáveis, aponta-se

o caminho a seguir (método) e, ainda, o tempo para fazer o

percurso, designam-se os meios (ou recursos) para sua efetivação

e, enfi m, faz-se uma listagem das obras (livros, revistas,

monografi as e outras publicações, amplas ou restritas) que serão

consultadas.

Ao planejarmos uma pesquisa fi rmamos a pretensão de realizar

uma atividade de investigação científi ca. Em outros termos,

isto implica um plano elaborado para responder a uma ou mais

questões pertinentes ao tema investigado. Compreende uma

construção lógica e racional que se baseia nos postulados da

metodologia científi ca a serem empregados no desenvolvimento

de uma série de etapas, de modo a facilitar a execução do plano

de trabalho.

De forma simplista, podemos dizer que o projeto é a descrição do

que será necessário para a consecução de uma pesquisa.

Importante!

A elaboração das etapas iniciais do relatório de pesquisa tem infl uência direta sobre os resultados a serem obtidos e a validade das conclusões tiradas do trabalho. O relatório serve de guia para todo o trabalho do investigador.

Jung (2003) esclarece que o planejamento da pesquisa

correspondente a um processo onde a partir de uma necessidade,

se escolhe um tema e, gradativamente, defi ne-se um problema e

as formas para solucioná-lo:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Fome Alimento Onde comer

O que comerA partir de uma necessidade podem surgirdiversos tipos de problemas e, existem váriassoluções que podem suprir a necessidade.

A eficácia de uma Pesquisa está Relacionada aQualidade da Solução?

Ir ao restaurante

Ir na minha cozinha

Pão

Feijão

Filé e caviar

NECESSIDADE TEMA PROBLEMA SOLUÇÃO

Figura 3.1 – Projeto de pesquisa. Fonte: Jung (2003, p. 151).

Assim, como mostra Jung (2003), o projeto de pesquisa deve,

fundamentalmente, ser constituído em cima de 3 passos,

apresentados no esforço de responder às seguintes questões: O

que? Como? Quando?

a) O que?

Qual o tema?Qual o problema?Quais os subproblemas?Qual a justifi cativa?Quais os objetivos?Quais os pressupostos teóricos?

b) Como?

O que será feito para solucionar o problema?Qual será o universo a ser pesquisado?Como serão coletadas as informações?Serão feitas entrevistas, observações?Serão feitas experimentações, medições?Que instrumentos serão utilizados?Que atividades serão realizadas?Como serão analisados os dados?

c) Quando?

Qual o tempo total previsto para a pesquisa?Qual o tempo destinado a cada etapa?Como se distribuem as atividades no tempo?O projeto é viável no tempo?

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Não esqueça: um assunto de pesquisa tem início com leituras, refl exões, problemas detectados na própria atividade profi ssional!

Por que se deve planejar uma pesquisa?

Ora, a importância do planejamento da pesquisa deve ser

entendida na mesma linha de elaboração da planta antes de se

construir uma casa; ou de um rascunho antes de se produzir uma

obra prima. Na lição de Minayo (1994, p.35):

Fazemos um projeto de pesquisa para mapear um

caminho a ser seguido durante a investigação. Buscamos,

assim, evitar muitos imprevistos no decorrer da pesquisa

que poderiam até mesmo inviabilizar sua realização.

Outro papel importante é esclarecer para o próprio

investigador os rumos do estudo (o que pesquisar, como,

por quanto tempo etc.). Além disso, um pesquisador

necessita comunicar seus propósitos de pesquisa para que

seja aceita na comunidade científi ca.

Barreto e Honorato (apud HEERDT; LEONEL, 2006, p. 113),

destacam que se deve fazer o projeto para planejar a pesquisa:

Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão

racional de um evento, atividade, comportamento ou

objeto que se pretende realizar a partir da perspectiva

científi ca do pesquisador. Como previsão, deve ser

entendida a explicitação do caráter antecipatório de ações

e, como tal, atender a uma racionalidade informada pela

perspectiva teórico-metodológica da relação entre sujeito

e o objeto da pesquisa.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Dependendo da natureza da pesquisa, ela poderá envolver mais

ou menos etapas. Entretanto deverá conter, essencialmente, os

seguintes componentes: tema (com a apresentação do problema,

justifi cativa e contextualização teórica), objetivos e procedimentos

metodológicos. Estas etapas devem ser adequadas ao perfi l

científi co do pesquisador e ao método de estudo, para que não

sejam despendidos esforços em vão.

Seção 2 - Estrutura de um relatório de pesquisa

Como primeira análise diríamos que o relatório de pesquisa é o

documento que mostra como a pesquisa foi planejada, como foi

executada, que dados foram coletados, como esses dados foram

analisados e que resultados podem-se extrair deles.

Salomon (1999) afi rma que o relatório de pesquisa,

fundamentalmente, se destina a demonstrar a realização de

um estudo científi co ou a prestar contas de uma atividade.

Por estas razões, a ênfase do relatório deve, de modo geral, se

situar-se sobre os resultados, sobre as aplicações da pesquisa.

O objetivo de um relatório é demonstrar a realização de um

estudo. Desta maneira, um relatório de pesquisa pode apresentar

formas diversas, de acordo com o tipo de estudo. Mas podem-se

apresentar, de maneira geral, as partes que devem compor um

relatório. É o que veremos no decorrer desta unidade.

Acompanhe a seguir a estrutura do relatório de pesquisa que

defi nimos para os alunos dos cursos tecnólogos da UnisulVirtual,

na execução de seu estudo de caso.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Relatório de pesquisa

1 INTRODUÇÃO

2 TEMA

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

3.2 Objetivos específi cos

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Campos de estudo

4.2 Instrumentos de coleta de dados

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE OBSERVADA

6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

6.1 Proposta de melhoria para a realidade estudada

6.2 Resultados esperados

6.3 Viabilidade da proposta

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta estrutura, ainda devemos incluir os elementos pré-

textuais e pós-textuais como mostra a fi gura 3.2.

Não vamos detalhar, neste livro, os elementos pré e pós-textuais.

Estes estarão descritos, com a devida orientação, no modelo que

será utilizado pelo seu professor na disciplina de Estudo de Caso,

quando você terá que desenvolver a sua pesquisa.

Para saber mais detalhes sobre a construção dos elementos pré e pós-textuais, consulte o livro “TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC,Monografi a, Dissertação e Tese.” Que foi entregue junto com este material.

Acompanhe estas etapas na fi gura a seguir.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

• ANEXOS

Considerações finais

Introdução

Proposta de Solução

Apresentação e Análisedos dados

Procedimentosmetodológicos

Objetivos

Tema

• APÊNDICES

Sumário

Lista de Tabelas

Lista de Ilustrações

Resumo em línguaestrangeira

Resumo em Português

Epígrafe

Agradecimentos

Dedicatória

Folha de Rosto

Capa

Referências

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

ELEMENTOS TEXTUAIS

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

Figura 3.2 – Estrutura do relatório de pesquisa.Fonte: Universidade do Sul de Santa Catarina (2008, p. 19). Com modifi cações.

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Page 55: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Vale destacar que estas etapas visualizadas na fi gura 3.2, como

por exemplo, os elementos textuais que formam a parte do

planejamento (etapas iniciais) do nosso estudo de caso, são

especialmente importantes e devem ser elaborados com cuidado

e rigor pelo (a) estudante. Elas darão sustentação ao processo de

pesquisa e o (a) guiarão em seu trabalho.

A seguir, você encontrará orientações para desenvolver cada uma

destas etapas, considerando sempre o tema, os objetivos e os

procedimentos metodológicos como norteadores do processo.

Importante

Para que você compreenda cada uma das etapas a seguir, serão apresentados vários exemplos para cada item do relatório, de duas formas distintas.

Em uma forma, será feita a apresentação de quadros, de vários temas, em sequência, ligando o exemplo do item explicado, com o item anterior. Desta forma você poderá entender como se deu a construção de maneira seqüencial, ou seja, que caminhos o pesquisador trilhou para construir os textos dos capítulos do relatório de pesquisa.

Na outra metodologia de exemplifi cação, será mostrado um exemplo pronto para cada capítulo do relatório de pesquisa, ou seja, o texto fi nal do autor em cada uma das etapas. Esta exemplifi cação de um relatório de pesquisa será feita de forma fragmentada e adaptada, para que ao fi nal, você consiga visualizar melhor o todo. O exemplo escolhido para esta apresentação é intitulado: Reestruturação e informatização dos processos organizacionais em uma distribuidora de bebidas com foco no setor de vendas. Este exemplo foi baseado no relatório desenvolvido por Alexandre José Bitencourt, aluno do Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação. Algumas partes do trabalho original foram adaptadas para atender as necessidades deste livro.

— Procure compreender todo o conteúdo e os exemplos, aproveitando

as dicas para elaborar seu futuro relatório na disciplina de Estudo de

Caso. Se surgirem dúvidas, consulte seu professor!

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Page 56: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 3 - Introdução

A introdução tem a tarefa de anunciar o assunto quanto ao seu

alcance, implicações e limites. Em termos gerais, a introdução é

a parte que apresenta a pesquisa, evidenciando, aquilo de que ela

trata. Esta etapa envolve uma visão geral do tema e dos objetivos

gerais e específi cos.

Cervo e Bervian (2002) afi rmam que o leitor quando se propõe

à leitura, quer antes de tudo saber do que se trata. Satisfeita essa

exigência, ele deseja ser encaminhado para a compreensão exata

do assunto focalizado.

Ao fazer a introdução, tome o cuidado de não antecipar os resultados e as conclusões de seu estudo. Reserve-os para o fi nal!

Lembre-se! A introdução deve ser formulada em linguagem

simples, clara, sintética e objetiva, colocado apenas o que é

necessário para que o leitor tenha uma idéia objetiva do que vai

ser tratado. É na introdução que se apresentam a exposição do

assunto, o tema, a abrangência e o contorno do estudo. Além

disso, também é apresentada a estrutura do trabalho para

localizar o leitor relativamente às etapas que se sucedem.

É conveniente que a introdução seja a última parte a ser escrita, pois, somente após o término da redação, você terá uma visão geral de sua estrutura, já que a introdução sintetiza os demais tópicos que fazem parte do estudo.

A seguir, apresentamos o exemplo de introdução do relatório

de pesquisa. Foi escolhido para representar o padrão que vamos

utilizar para exemplifi car as demais etapas as quais dão seqüência

à estrutura de um relatório de pesquisa.

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Page 57: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

1 INTRODUÇÃO

O atual mercado da distribuição de bebidas está bastante

competitivo, com diversos tipos e marcas, o que faz com que as

empresas procurem meios alternativos de redução de custos com sua

logística de distribuição, mas sem perder a qualidade no atendimento

aos seus clientes.

Neste contexto, um correto controle das vendas,

incluindo a pré-venda torna-se ferramenta essencial e uma estratégia

de diferenciação no mercado. E a Tecnologia da Informação (TI),

considerada uma poderosa ferramenta de gestão, pode auxiliar na

implantação desta estratégia.

Portanto, este trabalho está centrado nos processos

organizacionais e no uso da Tecnologia da Informação no setor de

vendas da empresa alvo da investigação, a XYZ Distribuidora. Esta

organização, localizada na cidade de Palhoça, no estado de Santa

Catarina, trabalha com vendas diretas de bebidas de diversos tipos

e marcas.

Visando alcançar o que propõe este estudo de caso,

o trabalho apresentado contemplará duas etapas seqüenciais. A

primeira delas, compreendida como o planejamento da pesquisa, é

composta pelos capítulos 1, 2, 3 e 4. O primeiro capítulo é formado

por esta introdução. No segundo, as etapas de contextualização do

tema, problema e justifi cativa do projeto. Em seguida, no capítulo

3, são apresentados os objetivos geral e específi cos. No quarto, os

procedimentos metodológicos do trabalho.

A etapa fi nal deste relatório é composta pelo

desenvolvimento da pesquisa e é formada pelos capítulos 5, 6 e 7,

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Universidade do Sul de Santa Catarina

que apresentam os dados coletados, a análise feita, as sugestões de melhoria,

bem como as referências, anexos e apêndices.

Vale ressaltar que este estudo de caso não tem a intenção de ser

um trabalho acabado, ele é fruto de recorte e diagnóstico de um problema,

seguido da apresentação, não da melhor ou única, mas de uma alternativa

possível de melhorias sobre o objeto de estudo.

Seção 4 - Tema

Como já visto, um tema nasce de leituras, refl exões, informações

e até mesmo problemas defl agrados pelo pesquisador. O próximo

passo é apresentar este tema.

Então, vamos a esta etapa!

Conforme Minayo (1994, p. 37)

O tema de uma pesquisa indica uma área de interesse

a ser investigada. Trata-se de uma delimitação ainda

bastante ampla. Por exemplo, quando alguém diz que

deseja estudar a questão da “violência conjugal” ou a

“prostituição masculina”, está se referindo ao assunto de

seu interesse. Contudo, é necessário para a realização de

uma pesquisa um recorte mais “concreto”, mais preciso

deste assunto.

Assim, o tema de uma pesquisa é um assunto que necessita mais

defi nições, além de informar, com precisão e clareza, o que já

existe sobre o mesmo. A primeira escolha deve ser feita com

relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Unidade 3

de que trata o trabalho científi co. Acompanhe o que nos dizem

Marconi e Lakatos (1991, p. 218):

Pode surgir de uma difi culdade prática enfrentada pelo

coordenador, da sua curiosidade científi ca, de desafi os

encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria

teoria. Pode ter sido sugerido pela entidade responsável

pela parte fi nanceira, portanto, “encomendado”, o

que não lhe tira o caráter científi co, desde que não se

interfi ra no desenrolar da pesquisa; ou se “encaixar” em

temas muitos amplos, determinados por uma entidade

que se dispõe a fi nanciar pesquisas e que promove uma

concorrência entre pesquisadores, distribuindo a verba de

que dispõe entre os que apresentam os melhores projetos.

Independente de sua origem, o tema é, nessa fase,

necessariamente amplo, precisando bem o assunto geral

sobre o qual se deseja realizar a pesquisa.

Como deve ser escolhido o tema?

De acordo com os autores Cervo e Bervian (2002, p. 81):

A escolha do tema é o primeiro passo no planejamento

da pesquisa, mas não o mais fácil. Não faltam,

evidentemente, temas para pesquisa: a difi culdade está

em decidir-se por um deles. Para muitos pesquisadores,

a decisão fi nal é precedida por momentos de verdadeira

angústia, mormente quando se trata de pesquisas

decisivas para a carreira profi ssional.

Santos (2002) sugere que o pesquisador escolha o tema de acordo

com seu gosto pessoal, preparo técnico e tempo disponível, além

de refl etir sobre a importância ou utilidade do tema e existência

de fontes. A escolha do tema pode ser dividida em dois critérios:

individuais e externos. Acompanhe na fi gura a seguir.

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Critérios Individuais:GostarConhecerMotivação

ViabilidadeUtilidadeRelevância

Critérios Externos:

ESCOLHA DO TEMA

Figura 3.3 – Critérios para escolha do tema.Fonte: Tsutsumi e Souza (2007).

É importante lembrar que o tema tem sempre um sujeito e

um objeto. Desta forma, o tema passa por um processo de

especifi cação. O processo de delimitação do tema só pode ser

considerado terminado, quando se faz a sua limitação geográfi ca

e espacial, com intuito de realização da pesquisa.

São exemplos de temas gerais de pesquisa:

TEMA GERAL

Tecnologia da informação e turismo

Administração pública municipal

Qualidade na administração pública

Balanço social

Perfi l dos gestores

Pequenas empresas no cenário internacional

Motivação no trabalho

O tema divide-se em geral e específi co. O tema geral representa

o assunto que será aprofundado, mediante a ação de pesquisar.

Como ponto de partida, o acadêmico deverá identifi car-se com

o tema escolhido, optando, em primeiro plano, pela área com a

qual possui maior afi nidade. No tema específi co, após a escolha

do tema geral, o pesquisador deverá fazer um recorte em relação

à amplitude do tema pesquisado. Ou seja, deverá identifi car o

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Unidade 3

assunto que, especifi camente, quer pesquisar, conforme nos diz

Tsutsumi e Souza (2007).

Assim, ressalta-se que delimitar o tema é selecionar um tópico ou

parte a ser focalizada. Para Marconi e Lakatos (1991, p. 218), é:

selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as a)

possibilidades, as aptidões e as tendências de quem se

propõe a elaborar um trabalho científi co;

encontrar um objeto que mereça ser investigado b)

cientifi camente e tenha condições de ser formulado e

delimitado em função da pesquisa.

O assunto escolhido deve ser possível e

adequado em termos tanto dos fatores

externos quanto dos internos ou pessoais.

O tema deve ser naturalmente adequado

à capacidade e à formação do pesquisador

e corresponderá às suas possibilidades,

quanto ao tempo e aos recursos

econômicos. Na escolha do tema, deve-se,

igualmente, levar em consideração o material

bibliográfi co, que deve ser sufi ciente e estar

disponível.

Cervo e Berviam (2002, p. 82) explicam que, para facilitar a

determinação do tema, pode-se recorrer, por um lado, à divisão

do tema em suas partes constitutivas e, por outro, à defi nição da

compreensão dos termos.

A decomposição do tema equivale ao desdobramento

do mesmo em partes, enquanto a defi nição dos termos

implica a enumeração dos elementos constitutivos ou

explicativos que os conceitos envolvem. Nem todos

os temas poderão ser delimitados com auxílio dessas

técnicas especiais. De acordo com a natureza do tema

selecionado, será necessário uma ou outra das técnicas de

delimitação.

Por fi m, ressalta-se que o tema deve ser preciso, bem

determinado e específi co. Em geral, os títulos dos trabalhos são a

transcrição, na íntegra, dos temas específi cos.

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O quadro a seguir traz exemplos de temas delimitados e pode

auxiliá-lo no momento da defi nição de seu tema específi co.

TEMA GERAL TEMA ESPECÍFICO

Tecnologia da informação e turismo A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.

Administração pública municipal Administração pública municipal de Palhoça, SC.

Qualidade na administração pública Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.

Balanço social Balanço social na cooperativa Alfa.

Perfi l dos gestores Perfi l dos gestores das empresas A, B, C.

Pequenas empresas no cenário internacionalExperiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.

Quadro 3.1 – Delimitação do tema.

Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

Como deve ser apresentado o tema?

Agora que você já sabe como escolher o seu tema de pesquisa,

precisa saber como apresentá-lo. Identifi camos esta etapa como

uma das mais importantes do trabalho, pois é aqui que você

estruturará um texto coeso e coerente que apresente a idéia

central de forma a convencer o leitor da sua relevância. No texto

da apresentação do tema, podemos começar com a transcrição

do tema específi co diretamente, de forma clara e direta, ou se

preferir, antes ainda, você pode fazer uma breve contextualização

histórica ou conceitual do tema. A partir daí começam as

explicações que vão contextualizar a escolha deste tema.

Para melhor entendimento, vamos esquematizar a estrutura

do texto relativo ao tema, separando-o em 4 partes, como

mostraremos a seguir:

a. descrição do tema específico;

b. justificativa da escolha do tema;

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Unidade 3

c. problema que o pesquisador se propõe a resolver com a

escolha deste tema;

d. contextualização teórica do tema.

Sintetizando ainda mais esta estrutura: neste texto, temos que apresentar o tema, a justifi cativa, o problema e a contextualização. Para deixar bem claro o que se pede em cada uma destas partes, vamos abordar, de forma detalhada, cada um destes itens, para auxiliá-lo (a) nesta construção.

a. A descrição do tema específi co

Inicie o texto com a descrição do tema específi co - que já

abordamos anteriormente (veja exemplos no quadro anterior).

Após escrever o tema específi co, você deve, em seguida partir

para a justifi cativa. Veja na seqüência.

b. A justifi cativa

A justifi cativa no estudo de caso, como o próprio nome indica,

é o convencimento de ser fundamental efetivar o trabalho de

pesquisa.

Antes de aprofundar sua leitura, procure refl etir sobre a

justifi cativa e tente responder às seguintes questões que seguem.

Qual a relevância da pesquisa?

Que motivos a justifi cam?

Quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução asseguradas pela pesquisa?

Como enfatiza Rauber (2003, p. 19), “ justifi car nada mais é

do que dar razões, dizer os porquês da pesquisa, mostrar sua

importância para que e para quem.” Assim, questiona-se: quais os

motivos que justifi cam esta pesquisa?

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A justifi cativa traduz-se no momento em que o pesquisador deverá comentar a origem do problema e sua relação com o tema a ser pesquisado. Cabe, pois, ao pesquisador explicar os motivos que justifi cam a relevância da pesquisa, tanto para a teoria como para a prática, destacando as contribuições da pesquisa para o conhecimento científi co. É na justifi cativa que o acadêmico pesquisador irá revelar a viabilidade da pesquisa; tanto no âmbito técnico, quanto no âmbito científi co.

A justifi cativa apresenta respostas à questão e geralmente é o

elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa

pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão fi nanciá-la. Consiste numa

exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e

dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização

da pesquisa, segundo registra Marconi e Lakatos (1991).

A justifi cativa destaca a importância do tema abordado, levando-

se em consideração o estágio atual da ciência, as suas divergências

ou a contribuição que se pretende proporcionar, ao pesquisar o

problema abordado.

Justifi ca-se, portanto, a pesquisa pelo seu valor pessoal,

organizacional e social, imprescindíveis ao conteúdo de um

trabalho científi co. Para Heerdt e Leonel (2006) a justifi cativa

envolve aspectos de ordem teórica, para o avanço da ciência, de

ordem pessoal/profi ssional, institucional e social (contribuição

para a sociedade).

Além das questões a que você tentou responder anteriormente,

a justifi cativa ainda deve enfatizar, de acordo com Marconi e

Lakatos (1991, p. 219):

o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema;

as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:

a) confirmação geral;

b) confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa;

c) especificação para casos particulares;

c) clarificação da teoria;

d) resolução de pontos obscuros, etc;

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Unidade 3

importância do tema do ponto de vista geral;

importância do tema para os casos particulares em

questão:

a) possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade

abarcada pelo tema proposto;

b) descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares, etc.

Desse modo, Barral (apud HEERDT; LEONEL, 2006)

enumera alguns itens importantes que devem constar numa boa

justifi cativa:

1. atualidade do tema: inserção do tema no contexto

atual.

2. ineditismo do trabalho: atribuirá mais importância ao

assunto.

3. interesse do autor: vínculo do autor com o tema.

4. pertinência do tema: contribuição do tema para o

debate acadêmico.

Acompanhe no quadro a seguir um exemplo de justifi cativa que

deve auxiliar o seu entendimento sobre o assunto e subsidiar

futuramente a construção de seu texto.

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TEMA ESPECÍFICO JUSTIFICATIVA PESSOALJUSTIFICATIVAORGANIZACIONAL

JUSTIFICATIVASOCIAL

A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.

O presente estudo pode ser compreendido como um momento de síntese e posterior análise, para algumas refl exões realizadas no percurso da vida profi ssional do pesquisador acerca da tecnologia de informação nas organizações. O interesse pelo tema surgiu em decorrência da experiência profi ssional adquirida, ao longo de 10 anos, como gerente de planejamento.

A escolha de um determinado objeto de estudo não acontece por acaso, nem é desprovida de intencionalidade. A permanência de indagações, quer pela inexistência ou insufi ciência do conhecimento existente, quer pela insatisfação ou discordância dos resultados divulgados, é fator que contribui para a escolha do tema. A decisão de analisar o impacto do sistema tecnológico de planejamento orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa de Palhoça - SC, deu-se por se constatar a necessidade de uma análise aprofundada, capaz de interpretar e evidenciar do sistema citado.

A importância social da pesquisa repousa na possibilidade de indicar nova interpretação sobre o impacto da implantação de tecnologia de informação em uma organização. Assim, o tema a ser pesquisado reveste-se de importância em razão do momento vivido pelo processo ensino - aprendizagem, onde há demanda crescente de maior efi ciência organizacional.

Quadro 3.2 – Exemplo de justifi cativa

Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

c. O problema

A formulação do problema também integra a etapa inicial

do projeto de pesquisa de estudo de caso. Para Cervo e

Bervian (2002), o problema é uma questão que envolve,

intrinsecamente, uma difi culdade teórica ou prática,

para a qual se deve encontrar uma solução.

Para Yin (2005), defi nir as questões da pesquisa

é, provavelmente, o passo mais importante a ser

considerado em um estudo de pesquisa. Assim,

você deve reservar paciência e tempo sufi ciente para

a realização dessa tarefa. A chave é compreender que

as questões de uma pesquisa possuem substância (por

exemplo, “sobre o que é o meu estudo?”) e forma (por exemplo,

“estou fazendo uma pergunta do tipo ‘quem’, ‘o que’, ‘por que’ ou

‘como’?”).

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

O problema sempre se apresenta em forma de questionamento,

de pergunta, a que o trabalho de pesquisa busca responder,

delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo

de possíveis relações entre si. Daí que não se realiza atividade de

pesquisa sem problema, sem dúvidas, sem questões que exigem

respostas.

Neste sentido, Booth; Colomb e Williams (2000) afi rmam que

as perguntas são cruciais, porque o ponto de partida de uma boa

pesquisa é sempre querer saber o que não se sabe ou entende, mas

que sente-se que é preciso conhecer ou entender. Desta forma,

as perguntas de pesquisa funcionam como direcionadores para,

os esforços que serão desenvolvidos no estudo, pois, além de

direcionar os trabalhos, tornam a investigação mais objetiva. De

certa forma, não há o que se investigar ou pesquisar, se antes não

se questionar; e para isso servem as perguntas.

Quais as regras para formulação de problema de pesquisa?

Desde Einstein, é mais importante para o desenvolvimento da

ciência saber formular problemas do que encontrar soluções.

Inteligência / Gênio /Reflexão

Fenômeno

Einstein

problema

1. Desencadeia a investigação2. Via de acesso ao terreno do conhecimento científico3. Pista para

4. Condiciona os resultados

- investigação- coleta de material- coleta de dados

- interessantes- banais

Reflexão

Figura 3.4 – Formulação de problema. Fonte: Cervo e Bervian (2002, p. 86).

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Não existem regras absolutamente rígidas para a formulação de

problemas, mas existem recomendações baseadas na experiência

de pesquisadores que, quando aplicadas, facilitam a formulação

do problema. As principais regras para a formulação de

problemas de pesquisa são, segundo Gil (1999, p. 54-55):

a) O problema deve ser formulado como uma pergunta.

Este procedimento facilita a identifi cação do que

efetivamente se deseja pesquisar.

b) O problema deve ser delimitado a uma dimensão

viável. Freqüentemente o problema é formulado de

maneira tão ampla que se torna impraticável chegar

a uma solução satisfatória. Nem todos os aspectos do

problema podem ser pesquisados simultaneamente.

Torna-se necessário, portanto, reduzir a tarefa a um

aspecto que possa ser tratado em um único estudo, ou

dividido em sub-questões que possam ser tratadas em

estudos separados.

c) O problema deve ter clareza. Os termos utilizados

devem ser claros, deixando explícito o signifi cado com

que estão sendo utilizados.

d) O problema deve ser preciso. Embora com signifi cado

esclarecido, nem sempre os termos apresentados na

formulação do problema deixam claro o limite de sua

aplicabilidade.

e) O problema deve apresentar referências empíricas. A

observância a este critério nem sempre é fácil nas ciências

sociais. É comum esperar dessas ciências respostas para

problemas que envolvem juízos de valor.

Vale registrar, que para mais efi cácia do problema, as perguntas

devem ser formuladas de tal forma que haja possibilidade de

respostas utilizando a pesquisa.

Como saber se o problema de pesquisa é apropriado?

Para Marconi e Lakatos (1994), defi nir um problema signifi ca

especifi cá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação

de um problema, deve haver clareza, concisão e objetividade.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

A colocação clara do problema pode facilitar a construção da

hipótese central.

Já, para Minayo (1994), a escolha de um problema de pesquisa

merece indagações como:

Trata-se se problema original e relevante?

Ainda que seja interessante, é adequado para mim?

Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

Há tempo sufi ciente para investigar tal questão?

Seguindo as características apresentadas nos critérios de Minayo,

Marconi e Lakatos (1991), apresentam-se alguns aspectos do

problema a serem considerados:

a. Viabilidade: pode ser eficazmente resolvido através da

pesquisa;

b. Relevância: deve ser capaz de trazer conhecimentos

novos;

c. Novidade: estar adequado ao estágio atual da evolução

científica;

d. Exeqüibilidade: pode chegar a uma conclusão válida;

e. Oportunidade: atender a interesses particulares e

gerais.

A adequada formulação de um problema de pesquisa não é tarefa

das mais fáceis. Afi rma Gil (1999, p. 51) que

Um problema será relevante em termos científi cos à

medida que conduzir à obtenção de novos conhecimentos.

Para se assegurar disso, o pesquisador necessita fazer um

levantamento bibliográfi co da área, entrando em contato

com as pesquisas já realizadas, verifi cando quais os

problemas que não foram pesquisados, quais os que não

o foram adequadamente e quais os que vêm recebendo

respostas contraditórias. Este levantamento bibliográfi co

é muitas vezes demorado e pode constituir mesmo uma

pesquisa de cunho exploratório, cujo produto fi nal será a

recolocação do problema sob um novo prisma.

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A relevância prática do problema está nos benefícios que

podem decorrer de sua solução. Muitas pesquisas são propostas

por órgãos governamentais, associações de classe, empresas,

instituições educacionais ou partidos políticos, visando à

utilização prática de seus resultados. Assim, o problema

será relevante à medida que as respostas obtidas trouxerem

conseqüências favoráveis a quem o propôs.

Para auxiliá-lo na elaboração do problema de pesquisa de seu

Estudo de Caso, o quadro a seguir traz exemplos de tema e o seu

respectivo problema.

TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA

A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.

Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?

Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.

Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?

Administração pública municipal de Palhoça, SC.De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?

Balanço social na cooperativa Alfa. Como são organizadas as informações do balanço social na cooperativa Alfa, de Palhoça, SC?

Perfi l dos gestores das empresas A, B, C. Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC?

Experiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.

Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC?

Motivação no trabalho no ramo hoteleiro. Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC.

Quadro 3.3 – Exemplos de tema e problema.

Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

d. A contextualização teórica

A apresentação do aparato teórico que dá suporte à

pesquisa realizada deve estar presente em todo

o relatório, não somente na contextualização

teórica. Sempre que o pesquisador achar

prudente inserir citações no corpo do

trabalho, para dar sustentabilidade a sua

opinião, ele deve fazê-lo.

Por conveniência vamos abordar, neste item, a explicação

sobre a inclusão de citações. Entendemos que, desde o início do

trabalho, é importante utilizarmos este recurso para “provar”

nossas afi rmações como pesquisadores.

Logo na etapa inicial, lançamos mão de bases teóricas para

contextualizar, apresentar e justifi car o tema escolhido.

O suporte teórico tem uma importância ímpar e atribui ao

trabalho a característica científi ca necessária a muitas das

inferências do pesquisador.

Lohn (2005) nos diz que, na contextualização teórica, conceitos

importantes são esclarecidos; teóricos que tratam do tema da

pesquisa, são apresentados e, também relacionados a pesquisa

realizada. Mostra-se conhecimento sobre o tema. Discutem-se

questões polêmicas, problematizando-as. Assume-se posição em

relação ao trabalho científi co.

A qualidade de um trabalho científi co pode muitas vezes ser avaliado, a priori, a partir de uma verifi cação de sua contextualização teórica, não só no seu aspecto quantitativo, mas, principalmente, no qualitativo.

A fundamentação teórica é importante, porque favorece a

defi nição de contornos mais precisos da problemática a ser

estudada. Serve também de revisão dos trabalhos publicados

mais importantes sobre o assunto a ser pesquisado. Em suma,

é a contextualização do tema dentro de uma base teórica pré-

existente, com a sua contribuição pessoal ligando os diversos

autores que abordam o tema.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

É prudente, já na apresentação do tema, dar a conhecer ao leitor

as teorias principais que se relacionam com o tema da pesquisa.

O que se diz sobre o tema na atualidade, qual o enfoque que está

recebendo hoje, quais lacunas ainda existem etc.

Algumas dicas para começar esta construção.

Procure bibliografi as que tratam do assunto, em seguida selecione algumas citações que possam conceituar o tema.

Informe também sobre alguns estudos realizados na área.

Apresente novas abordagens que os pesquisadores estão efetuando sobre o tema escolhido.

Crie uma base conceitual sobre o assunto, para deixar o leitor do seu trabalho um pouco mais familiarizado com o tema.

Utilize nossos livros didáticos que foram estudados no decorrer do curso; algumas teorias trabalhadas durante o curso podem também embasar, pelo menos genericamente, nosso tema.

Podemos dizer que, ao contextualizar o tema teoricamente, você

formaliza o tema, apresentando a contribuição teórica de diversos

autores e ligando-as com suas inferências pessoais. É importante

a sua posição frente às teorias levantadas. A construção do seu

texto não pode ser fragmentada; tente formar um texto coeso

com a sua presença, de forma marcante, mas com base em

citações diretas ou indiretas que possam servir de arcabouços

para as suas afi rmações.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

A construção do texto e a correta utilização das citações

Lembre-se de formatar as citações com base nas normas da

ABNT. Todo texto criado com base no discurso do outro deve

ser devidamente citado, conforme orientam as normas da ABNT.

Para auxiliá-lo (a) nesta construção, segue um exemplo com a

visualização da fonte na íntegra e, ainda, como fi ca a transcrição

de uma citação indireta e direta.

Atenção ao texto extraído do livro “Tecnologia da

informação em turismo e meios de hospedagem”, de 115

páginas. O conteúdo foi escrito pelo prof. Enzo de Oliveira

Moreira e é publicado pela UNISUL da cidade de Palhoça-

SC.

A velocidade das inovações e as profundas transformações

vividas pela humanidade hoje demonstram a constante

evolução da sociedade.

A Percebe-se que cada vez mais, diminui a distância

entre o passado e o futuro. Seja na economia com fusões,

globalização, parcerias entre empresas concorrentes e na

própria estrutura de indústrias inteiras; nos produtos e

serviços e em seus fl uxos logísticos; nos mercados com sua

segmentação, valores e comportamento dos consumidores;

nos mercados de trabalho; na política e nas relações

internacionais entre os países.

O homem, neste contexto, está se tornando mais dinâmico

e rápido em suas ações, e é clara a necessidade da tecnologia

como uma aliada para atingir os objetivos de viver de forma

mais tranqüila nos dias de hoje, em que a turbulência dos

acontecimentos é uma constante. Hoje se pensa muito sobre

o real sentido de ter tantas informações, que, por vezes, não

acrescentam muito, pelo contrário, até confundem.

De acordo com o indicado pelos hipertextos do texto, veja a

seguir como fi ca cada tipo de citação.

Veja “Exemplo 2”

Veja “Exemplo 1”

Veja “Exemplo 3”

Veja “Exemplo 4”

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 1: Referência

MOREIRA, Enzo de Oliveira. Tecnologia da informação em turismo e meios de hospedagem. Livro didático. Palhoça: UnisulVirtual, 2008. p.115.

Para saber mais detalhes, consulte o livro TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC, Monografi a, Dissertação e Tese, que foi entregue junto com este material.

Exemplo 2: Citação direta curta

Citação direta curta (menos de 4 linhas, onde citamos o texto extraído tal e qual foi dito pelo autor). Ex.: Segundo Moreira (2008, p.37) “A velocidade das inovações e as profundas transformações vividas pela humanidade hoje demonstram a constante evolução da sociedade.”

Exemplo 3: Citação direta longa

Citação direta longa (mais de 3 linhas, onde citamos o texto extraído tal e qual foi dito pelo autor) formatada em espaçamento simples, sem aspas, ajustado a 4 cm da margem esquerda e a referência fi ca logo abaixo da citação entre parênteses. Ex.: Conforme Moreira (2008, p.37),

[...] seja na economia com fusões, globalização, parcerias entre empresas concorrentes e na própria estrutura de indústrias inteiras; nos produtos e serviços e em seus fl uxos logísticos; nos mercados com sua segmentação, valores e comportamento dos consumidores; nos mercados de trabalho; na política e nas relações internacionais entre os países.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Exemplo 4: Citação indireta

Citação indireta, extraído de vários pontos da obra escolhida, onde o pesquisador altera as palavras do autor fonte, com resumos por exemplo, por isto não é necessário inserir a página, pois neste caso citamos a idéia do autor e esta pode estar presente no livro todo. Ex.: Conforme Moreira (2008), o colapso na circulação das informações que acontece hoje em dia, tem obrigado as pessoas a procurarem estratégias de gerenciamento das informações para poder acompanhar e conviver em sintonia neste novo mundo. A informática neste sentido tem um papel importante neste auxílio.

Importante!

É comum, na contextualização teórica, alguns pesquisadores se equivocarem na quantidade de citações, apenas inserindo-as sem expor a sua opinião (deixando o texto muito fragmentado, sem a coesão própria para esta atividade). Outro erro que devemos evitar é escrever tudo com redação própria sem sequer citar a fonte de seus conceitos. Muito do que escrevemos, apesar de ser citação indireta, não caracteriza senso comum e, se não for citada a fonte, podemos estar parafraseando um autor sem a devida referência, o que é considerado plágio. Cuidado com isto.

Para fi nalizar este exemplo, lembre-se que todo o autor citado no

corpo do trabalho já deve estar descrito também na parte fi nal

do relatório, no item REFERÊNCIAS. Não podemos deixar de

digitar os dados do autor nas referências, se deixarmos isto para

o fi nal do trabalho, podemos perder os dados desta citação e se

isto acontecer somos obrigado a retirar a citação por não estar

relacionada na parte fi nal. No exemplo que estamos estudando a

referência que deve constar no fi nal do trabalho é a apresentada

no exemplo 1.

Agora você está pronto para construir o seu tema. Para ajuda-

lo ainda mais neste momento, segue o exemplo padrão da

UnisulVirtual, agora com a parte do tema:

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Page 76: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

2 TEMA

O mercado de distribuição de bebidas no Brasil é

bastante promissor, com uma grande variedade de produtos

de ótima aceitação pelo consumidor fi nal, especialmente a

cerveja produzida no próprio país.

Em 2000, com o surgimento da Companhia

de Bebidas das Américas – AmBev, gerada pela fusão da

Companhia Antarctica Paulista e Companhia Cervejaria

Brahma, o mercado sofreu alterações signifi cativas

(SEBRAE/ES, 2007). Neste contexto, a concorrência no

setor também se tornou acirrada.

O Brasil é um dos maiores países produtores e

consumidores de cerveja, com uma produção ao redor de

9 bilhões de litros por ano, destacando-se cada vez mais

no mercado cervejeiro internacional. Em virtude desse

crescimento, mudanças foram observadas em sua estrutura

de mercado, deixando de ser altamente concentrado até

a década de 90 para tornar-se um mercado com maior

número de fi rmas atuantes, ocasionando um acirramento

na concorrência. Outro fator importante que proporcionou

o crescimento do setor foi a entrada de capital estrangeiro

(BAZZO, 2007).

O setor de bebidas possui uma prática comercial

comum que é a especialização em um produto ou linha de

produtos, o que não signifi ca a falta de variação na oferta de

bebidas em uma distribuidora.

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77

Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Tornar-se um especialista no produto ou linha de

produto é a mais comum das práticas comerciais.

Você pode variar a oferta de bebidas na sua

distribuidora e ser especialista em uma, por exemplo:

a cerveja, que geralmente é o carro-chefe do negócio.

O especialista de produto goza de prestígio pela

qualidade e variedade, mas deve tomar cuidado, pois

sua posição pode se fragilizar em função de oscilações

no mercado, ou de mudanças nas orientações de seus

consumidores, ou mesmo, decorrente da evolução

tecnológica. (SEBRAE/ES, 2007 p. 1).

A especialização numa linha de produtos

constitui o tema geral desta pesquisa. Já o tema específi co

é apresentar para a empresa XYZ Distribuidora, uma

proposta de reestruturação e informatização dos processos

organizacionais, com foco no setor de vendas.

Atualmente a empresa XYZ Distribuidora trabalha

com vendas diretas de bebidas de diversos tipos e marcas. Em

seu processo de vendas, utiliza-se de um serviço de logística

que está causando um aumento considerável nos custos fi nais

da empresa. Esta organização também não utiliza nenhum

tipo de sistema informatizado direcionado para a pré-venda.

Trabalha somente com um sistema de vendas que efetua o

controle de estoque, alimentado quinzenalmente, quando

do fechamento das vendas realizadas pelos caminhões. Esta

constatação caracteriza uma das justifi cativas profi ssionais

que levou este pesquisador a optar pelo presente tema.

No atual cenário de modernidade, surge a

necessidade de automação do setor de distribuição de

bebidas e seus processos. Para tal, encontra-se uma gama

de propostas de uso de sistemas informatizados, seja para

o controle do trabalho operacional ou para obtenção de

informações estratégicas do setor. Dentre os sistemas

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Page 78: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

disponíveis para uso operacional e gerencial, encontram-se

os voltados para o setor de vendas, incluindo a pré-venda.

Estes sistemas contemplam, em sua maioria, controle de

estoque, contas a pagar, contas a receber, pedidos manuais e

pedidos por palm top, resumo diário de vendas, por equipe e

por vendedor, montagem de cargas para entregas por frotas,

emissão de notas fi scais e boletos bancários, dentre outras

funcionalidades.

Alguns dos objetivos específi cos com o uso da

informática neste setor são a agilidade no atendimento, na

emissão de pedidos, o correto controle de estoque, bem como

das contas a pagar e receber, etc.

Porém o uso de sistemas informatizados como

ferramenta estratégica tem um objetivo maior, que é a gestão

da informação para a tomada da decisão de forma mais

apropriada para a organização, no contexto do mercado onde

atua.

De acordo com a UAC, – Unidade de Atendimento

ao Comércio – SEBRAE/ES (2007, p. 1), “Uma empresa

informatizada tem grandes chances de sair na frente do

concorrente, Além de facilitar os processos, garantem a

segurança na tomada de decisões, melhora a produtividade e

diminui os gastos.” No entanto é necessário fazer a escolha

certa, com um planejamento do que a organização realmente

necessita.

Dentro do contexto do tema apresentado,

este trabalho visa responder à seguinte questão: “Como

reestruturar e informatizar os processos organizacionais,

com foco no setor de vendas, visando reduzir os custos e

prospectar novos clientes na empresa XYZ Distribuidora de

Palhoça (SC)?”.

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Page 79: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Acredita-se que a proposta apresentada ao fi nal

deste estudo à empresa XYZ Distribuidora motivará a

adequação da estratégia de vendas à realidade do mercado,

com a absorção de aspectos positivos da sua estrutura atual

e desenvolvimento de ações de melhoria de acordo com suas

necessidades. Também ocorrerá um maior controle interno

de suas vendas e da pré-venda, facilitando as análises de

crédito por parte do setor de vendas, o que evitará perdas

fi nanceiras e, conseqüentemente, garantirá melhoria na

qualidade do seu atendimento junto aos clientes existentes,

bem como prospectar novos clientes.

Do ponto de vista pessoal, este será um desafi o

novo e importante para este pesquisador, pois envolve

a aprendizagem de um método científi co, bem como de

conteúdos importantes para a sua formação como tecnólogo

em Gestão da TI. Como profi ssional atuante na empresa alvo

do projeto, acredita-se que a apresentação deste trabalho

trará muitos ganhos.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 5 - Objetivos

Muitos são os que apresentam conceitos acerca dos objetivos.

Vejamos alguns deles:

Defi nições para os objetivos

Furaste (2004): os objetivos são as indicações,

precisas e claras, das metas, propósitos e resultados concretos a que se pretende chegar.

Fachin (2003): o objetivo é o resultado que se

pretende em função da pesquisa. Geralmente, é uma ação proposta para responder à questão que representa o problema.

Cervo e Bervian (2002): os objetivos que se têm em

vista defi nem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser selecionado, o material a coletar, etc.

A partir desta contextualização, é possível afi rmar que os

objetivos da pesquisa perpassam o grau de entendimento e

o índice de assimilação dos conteúdos presentes na tarefa

cognoscitiva do acadêmico pesquisador.

Nas fases iniciais (graduação e especialização), os objetivos

situam-se no âmbito de estudar, conhecer e compreender. No

mestrado, os objetivos podem ser de aprofundar, dominar o

âmbito e, eventualmente, localizar novas relações. Somente

no doutorado se exige tema original e se chega à descoberta

de novas relações ou ao estabelecimento de novas teorias,

segundo Vieira (2004).

Comentam Cervo e Bervian (2002) que, quanto à sua natureza,

os objetivos podem ser intrínsecos, quando se referem aos

problemas que se quer resolver; extrínsecos, tais como dever de

aula, solicitação de interessados, trabalhos fi nais dos cursos de

formação, resolução de problemas pessoais, produção de algo

original, podendo, entretanto, ser defi nidos como objetivos gerais

e específi cos.

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Page 81: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

O que são objetivos gerais e específi cos?

De acordo com a abrangência dos objetivos, podem ser gerais ou

específi cos.

O objetivo geral defi ne, de modo amplo, aquilo que o

pesquisador deseja pesquisar. Procura determinar, com clareza

e objetividade, o propósito do pesquisador com a realização da

pesquisa. Está ligado a uma visão global e abrangente do tema.

Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos

e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à

própria signifi cação da tese proposta pelo projeto.

Já os objetivos específi cos determinam aspectos que se pretende

estudar, compreender, explicar, ou seja, o pesquisador evidencia,

de forma clara e precisa, a fi nalidade do estudo que pretende

desenvolver.

Defi nir os objetivos específi cos signifi ca aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais.

O estudante se propõe a mapear, identifi car, levantar,

diagnosticar, traçar o perfi l ou historiar determinado assunto

específi co dentro de um tema. Ele pode querer mostrar novas

relações para o mesmo problema, identifi car novos aspectos, ou

mesmo, utilizar os conhecimentos adquiridos com a pesquisa

para instrumentalizar sua prática profi ssional ou intervir em

determinada realidade onde ocorre o problema - ainda segundo

Cervo e Bervian (2002).

Para Marconi e Lakatos (1991), os objetivos específi cos

apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e

instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e,

de outro, aplicá-lo a situações particulares.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Objetivo geral: Indicação do resultado pretendido.

Objetivos específi cos: indicação das etapas que levarão à realização do objetivo geral.

Os objetivos específi cos são instrumentais para o objetivo geral e

dão uma visão embasadora para o próprio tema. Eles norteiam,

por assim dizer, a pesquisa.

O que indicam os objetivos?

Os objetivos indicam o que se pretende conhecer, medir ou

provar no decorrer da investigação. Na lição de Fachin (2003, p.

114),

Nessa etapa, deve-se demonstrar a relevância do

problema, com o intuito de despertar o interesse do leitor.

Os objetivos também demonstram a contribuição que

se tenciona alcançar com a pesquisa, para as possíveis

soluções do problema.

Eles devem estar norteados por aspectos que determinam

a fi nalidade da pesquisa, como: para quem, para quê,

o quê, onde; a fi nalidade deve estar assim confi gurada.

Devem conter os aspectos mais signifi cativos, como a

correlação entre causa e efeito de determinado problema.

Martins e Santos (2003) observam que um objetivo claramente

formulado fornece base sólida para a seleção do método,

procedimento que ajudará a alcançá-lo. Ele está bem formulado,

quando consegue comunicar seu propósito; o melhor enunciado é

aquele que exclui a possibilidade de que seu propósito venha a ser

confundido com outro.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Lembre-se:

Objetivo geral

Indica qual o propósito da pesquisa

Deve ser bem claro e preciso

Está ligado ao problema da pesquisa

Utiliza um verbo no infi nitivo de natureza refl exiva

Objetivos específi cos

Determinam as etapas necessárias para atingir o

objetivo geral

Devem começar com um verbo no infi nitivo

Devem indicar uma ação passível de mensuração

Como formular os objetivos?

É importante respeitar as seguintes “regras” na formulação de

objetivos de pesquisa, que, segundo Richardson (1999) são:

1. o objetivo deve ser claro, preciso e conciso;

2. o objetivo deve expressar apenas uma idéia. Em

termos gramaticais, deve incluir apenas um sujeito e

um complemento;

3. o objetivo deve referir-se apenas à pesquisa que se

pretende realizar. Não são objetivos de uma pesquisa,

propriamente, discussões, reflexões ou debates em

torno de resultados do trabalho.

Ao escrever um objetivo, lembre-se:

a. iniciar, usando o verbo no modo infi nitivo (ex.: identifi car, verifi car, analisar, caracterizar, selecionar, explicar, descrever, etc.);

b. não usar um verbo que sugira muitas interpretações; e,

c. apresentar um objetivo de cada vez.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de objetivos

decorrentes dos temas já apresentados como exemplos anteriores.

Vale lembrar que, para a primeira vez que, se faz um objetivo, ele

pode não sair bom. Tente outra vez, caso isso acontecer!

(Continua)

TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- A tecnologia da informação nas empresas do ramo hoteleiro de Palhoça, SC.

- Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?

- Analisar o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC.

- Descrever aspectos da tecnologia da informação.

- Descrever a metodologia utilizada pela empresa Alfa quando da implantação do sistema.

- Analisar mediante entrevistas com os responsáveis diretos, os pontos fortes e fracos do sistema implantado.

- Qualidade na administração pública municipal de Palhoça, SC.

- Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?

Levantar a forma que a administração pública municipal de Palhoça, SC trabalhou a gestão de segurança pública em 2006.

- Caracterizar a administração pública do município de Palhoça.

- Descrever as principais ações voltadas à segurança pública municipal.

- Administração pública municipal de Palhoça, SC.

- De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?

Analisar o nível de qualidade existente na administração pública da prefeitura municipal de Palhoça, SC, no ano 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública - Programa Qualidade no Serviço Público – PQSP.

- Propor ações que auxiliarão o desenvolvimento de diretrizes para implementação da qualidade no serviço público municipal.

- Avaliar as políticas de qualidade utilizadas pela organização estudada.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

(Conclusão)

TEMA ESPECÍFICO PROBLEMA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Balanço social na Cooperativa Alfa.

- Como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa, de Palhoça, SC?

- Verifi car como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa da região sul de Santa Catarina.

- Caracterizar historicamente a organização pesquisada, sua estrutura física colaboradores, missão e objetivos.

- Analisar a metodologia utilizada pela Cooperativa Alfa para elaboração do balanço social.

- Perfi l dos gestores das empresas A, B, C.

- Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C, situadas em Palhoça, SC?

- Levantar o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B, C, situadas em Palhoça, SC.

- Descrever as características de cada empresa estudada;

- Traçar o perfi l sociodemográfi co dos administradores das empresas estudadas.

- Experiência da inserção internacional das pequenas empresas industriais do ramo de confecções de Palhoça, SC.

- Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC?

- Descrever a contribuição do profi ssional de comércio exterior no processo de inserção no mercado internacional da empresa industrial Beta, de Palhoça, SC.

- Contextualizar historicamente a empresa Beta.

- Levantar as maiores difi culdades enfrentadas pela empresa para inserção no mercado internacional.

- Motivação no trabalho no ramo hoteleiro.

- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC.

- Levantar e analisar o nível de motivação dos funcionários do Hotel X de Palhoça SC.

- Identifi car os maiores aspectos de insatisfação dos funcionários pesquisados.

- Apresentar uma proposta de gestão de pessoas voltada à motivação dos funcionários do Hotel X de Palhoça SC.

Quadro 3.4 - Exemplo de objetivos

Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

Acompanhe no quadro a seguir o nosso exemplo padrão de

relatório de estudo de caso.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

3 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho serão apresentados

em objetivo geral e objetivos secundários.

3.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma

proposta para reestruturar e informatizar os processos

organizacionais, com foco no setor de vendas, visando

reduzir os custos e prospectar novos clientes na empresa

XYZ Distribuidora de Palhoça (SC).

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identifi car e analisar os processos e sistemas

informatizados adotados atualmente pela empresa, em

especial os relacionados com o setor de vendas.

- Descrever os pontos fortes e fracos da empresa

nos seus processos, em especial do setor de vendas.

- Apresentar uma proposta de informatização

para melhoria do processo de vendas.

- Identifi car a relação custo-benefício da proposta

de informatização do processo de vendas.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Seção 6 - Procedimentos Metodológicos

Os procedimentos metodológicos compreendem a caracterização

do estudo, a defi nição da população e amostra, o campo de

estudo e os instrumentos de coleta de dados.

Na caracterização do estudo, começaremos pela indicação do

tipo de pesquisa. Vamos relembrar: a pesquisa poderá ser do

tipo:

descritiva : procura descrever a proposta ou

características da empresa. Por exemplo: descrever o nível

de escolaridade, de renda, etc. Neste momento, apenas

descreveu-se a realidade pesquisada da forma como ela é:

o pesquisador não interferiu nos resultados;

exploratória : busca familiarizar o aluno com o assunto

e com a realidade da organização. Constitui a primeira

etapa de uma investigação mais ampla. Por exemplo,

no objetivo descrito anteriormente, de “Verifi car como

são organizadas as informações do balanço social na

Cooperativa Alfa da região sul de Santa Catarina”, é

necessário inicialmente explorar o tema balanço social e a

organização das informações deste instrumento, para só

então entrar no objetivo. O produto fi nal desse processo é

esclarecido para o leitor;

explicativa: além de descrever a realidade da

organização, procura explicar os fatores determinantes do

problema estudado. Por exemplo: verifi car se o nível de

motivação dos funcionários de uma organização é bom

ou ruim, mas tendo como preocupação central identifi car

os fatores que levaram a tal resultado. Vale lembrar que

este tipo de pesquisa é o mais complexo e delicado, pois

há o risco maior de cometer erros, assim geralmente não

é usada por pesquisadores iniciantes.

É neste momento, também, que identifi camos o Universo da pesquisa e a amostra.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Campo de estudo ou Universo da pesquisa

A descrição do universo da pesquisa, ou, como alguns autores

costumam chamar campo de estudo, é simplesmente a descrição

de onde será feita a pesquisa. Utilizamos com mais propriedade

a descrição do Campo de estudo ou o Universo da pesquisa,

quando não temos como demonstrar amostragem, ou seja,

quando o objeto de estudo vai ser pesquisado como um todo,

sem condições de fazer recortes ou fragmentações. Podemos

relacionar os seguintes exemplos para demonstrar a importância

da descrição do campo de estudo: a pesquisa de um software

específi co, uma obra literária, uma fórmula matemática, o

desempenho de um determinado hardware, etc. Mas o Campo

de estudo ou o Universo da pesquisa também se faz presente,

quando nosso objeto de estudo é uma organização (empresa

privado ou pública).

O campo de estudo vai ser tratado novamente, quando apresentarmos o resultado da pesquisa e a análise da realidade observada. Neste momento, serão apresentados o contexto histórico e os dados básicos do objeto de estudo, que foram pesquisados através da observação do pesquisador, de documentos analisados, ou da entrevista realizada. Aqui, nesta etapa, vamos pontuar, apenas, o objeto de estudos. O campo de estudo diz respeito às informações do universo escolhido para desenvolver o estudo de caso.

A unidade do campo de estudos está relacionada com a defi nição

do que o caso é, ela pode ser um indivíduo, uma decisão,

um programa, um portal da Internet, um medicamento, um

segmento social, um evento político, uma fórmula química, pode

ser sobre a implantação de um processo ou sobre uma mudança

organizacional. A defi nição do Universo está ligada à maneira

pela qual as questões de estudo foram defi nidas (BRESSAN,

2006). Por exemplo: uma pessoa, uma empresa, um órgão

público, um software, etc.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Amostragem

No ensinamento de Schiff man e Kanuk (2000, p. 26) “um

plano de amostragem deve responder às seguintes questões:

quem pesquisar e quantos pesquisar (o tamanho da amostra)”. A

decisão de quem pesquisar exige que a população seja defi nida

de modo que uma amostra adequada possa ser selecionada. Yin

(2006) assinala que a defi nição do estudo de caso a ser analisado

está relacionada à maneira como você defi niu as questões iniciais

da pesquisa.

Perceba que a população pode ser representada por indivíduos,

grupos, organizações e por integrantes da sociedade. A amostra

compreende um subconjunto da população como mostra o

esquema a seguir.

Amostragem

População Amostra

Figura 3.5 – População e amostraFonte: Ambroni e Ambroni (2006).

O tamanho da amostra depende dos objetivos do trabalho e do

grau de confi ança que o pesquisador quer alocar aos resultados.

De acordo com Mattar (1996), o procedimento de amostragem

pode ser realizado por meio de uma amostra probabilística, ou

não-probabilística, conforme demonstrado na fi gura 3.6:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

NÃO-PROBABILÍSTICA: aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador. Pode ser de conveniência, intencional ou por cotas.

PROBABILÍSTICA: é aquela em que cada elemento da população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser selecionado para compor a amostra. Pode ser aleatória simples, aleatória estratifi cada ou por conglomerado.

TIPOS DE AMOSTRAGEM

Figura 3.6 – Procedimento da Amostragem.Fonte: Mattar (1996, p. 132).

Importante

Para viabilizar a construção do nosso estudo de caso, aqui na Unisulvirtual, vamos obrigatoriamente escolher o tipo de amostragem NÃO-PROBABILÍSTICA INTENCIONAL. Mas, para efeito de conhecimento, vamos falar dos demais tipos de amostragem, para que você fi que sabendo.

Vale salientar que, na amostra não-probabilística intencional,

que é a mais usada em estudos de caso, o pesquisador usa o seu

julgamento para selecionar os membros da população que são

boas fontes de informação precisa, com vista ao alcance dos

objetivos de seu estudo. Na amostra não-probalística intencional,

o pesquisador está interessado na opinião de determinados

elementos da população, mas que não são representativos da

mesma. O pesquisador, portanto, não se dirige à “massa”, mas

àqueles elementos que, segundo seu entender, pela função

desempenhada ou cargo ocupado, vão lhe fornecer maiores

subsídios à solução do problema de pesquisa levantado, como

comenta Lakatos e Marconi (1991).

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Page 91: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Como já disse antes, o tipo de amostra que escolheremos para o nosso estudo de caso será a NÃO-PROBABILÍSTICA INTENCIONAL. Mas achamos prudente lhe apresentar, pelo menos superfi cialmente, como se trabalha com a amostragem probabilística aleatória simples.

A amostra probabilística tem um caráter mais preciso e é

ideal para estudos onde a população é grande e se necessita

de uma margem estatística confi ável para provar sua pesquisa.

Acompanhe a seguir um método para calcular uma amostra

probabilística aleatória simples.

Antes de fazermos uma amostra em si, devemos realizar uma

pré-amostra onde:

p= percentual observado na pré-amostra, que respondeu

favoravelmente a questão; e

q= o que falta em p para completar 100%.

Caso eu não realize uma pré-amostra, então os valores de p e q

serão de p=0,50 e q=0,50.

Fórmula

n= Z2 x p x q x N

e2 x(N - 1) + Z2 x p x q

n= Tamanho da amostra

N = Tamanho da população

p= percentual observado na pré-amostra, que respondeufavoravelmente a questão

q= o que falta em p para completar 100%

e= erro máximo aceitável na pesquisa (para mais ou para menos

Z = Valor tabela correspondente ao nível de confi ança da pesquisa

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Page 92: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela Z

Nível de Confi ança Z90% 1,64

91% 1,70

92% 1,75

93% 1,81

94% 1,88

95% 1,96

96% 2,05

Tabela 3.1 – Tabela Z.Fonte: Madeira (2008). Com modifi cações.

Qual o tamanho da amostra para verifi car quantas pessoas estão interessadas em fazer o curso em gestão de pessoas?

Supondo que uma população é de N= 623 pessoas, com um nível

de confi ança 90% = 1,64 sem pré-amostra p=0,50 e q = 0,50 e

com erro máximo aceitável de 5% (0,05)

n= 1,642 x 0,5 x 0,5 x 623

0,052 x(623 - 1) + 1,642 x0,5 x 0,5

n= 2,69 x 0,5 x 0,5 x 623

0,0025 x(622) + 2,69 x 0,5 x 0,5

n= 418,9675

1,555 + 0,6725

n= 418,9675 2,2275

n= 188 pessoas para serem pesquisadas

Considerando que a amostra está inviável, pois fi cou muito

grande, pode-se aumentar a margem de erro para 10%, fi cando

desta forma:

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Page 93: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

93

Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

n= 1,642 x 0,5 x 0,5 x 623

0,12 x(623 - 1) + 1,642 x0,5 x 0,5

n= 2,69 x 0,5 x 0,5 x 623

0,01 x(622) + 2,69 x 0,5 x 0,5

n= 418,9675

6,22 + 0,6725

n= 418,9675

6,8925

n= 61 pessoas para serem pesquisadas

A amostragem boa é aquela que possibilita

abranger a totalidade do problema investigado

em suas múltiplas dimensões (MINAYO,

1994).

Instrumentos de coleta de dados

Vale ressaltar que as fontes de dados podem ser primárias e

secundárias. Conforme Amboni e Amboni (2006), os dados

secundários são aqueles que se encontram à disposição na

organização objeto de estudo: os boletins, livros, as revistas

dentre outros. Os dados primários referem-se àqueles coletados

pela primeira vez para buscar solução, quanto ao objetivo geral:

da regra, são dados coletados mediante entrevistas e observação,

por exemplo.

O processo de coleta de dados no estudo de caso é mais complexo

que o de outras modalidades de pesquisa.

Bressan (2006) observa que o método do estudo de caso obtém

evidências a partir de seis instrumentos de coleta de dados. Veja-

os na seqüência.

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Page 94: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

a. Documentação: a documentação, pela sua própria

característica, é uma importante fonte de dados e,

nela, as informações podem tomar diversas formas

como cartas, memorandos, agendas, atas de reuniões,

documentos administrativos, estudos formais,

avaliações de plantas e artigos da mídia.

b. Dados Arquivados: os dados arquivados, em

computador, por exemplo, podem ser relevantes

para muitos estudos de caso. Estes dados podem ser

dados de serviços, como número de clientes, dados

organizacionais - orçamentos, mapas e quadros -

para dados geográficos, lista de nomes, dados de

levantamentos, dados pessoais - como salários, listas de

telefone, que podem ser usados em conjunto com outras

fontes de informações tanto para verificar a exatidão

como para avaliar dados de outras fontes, segundo Yin

(2005).

c. Entrevistas: a entrevista permite aos pesquisados

desenvolverem as opiniões de maneira conveniente,

considerando a subjetividade envolvida no tema. A

entrevista segue o roteiro que considera as categorias

de análise estabelecidas, embora a sua forma seja

modificada conforme as perguntas do entrevistador,

permanecendo asseguradas as perguntas orientadoras

básicas. Ao mesmo tempo, permite-se ao entrevistado

refletir sobre o tema, de maneira que se orienta e se

envolve gradativamente no decorrer dela. É o que nos

diz Vergara (2005). A entrevista, dentro da metodologia

do Estudo de Caso, pode assumir várias formas:

entrevista de natureza aberta-fechada: onde o

investigador pode solicitar aos respondentes-chave

a apresentação de fatos e de suas opiniões a eles

relacionados;

entrevista focada: onde o respondente é entrevistado

por um curto período de tempo e pode assumir um

caráter aberto-fechado ou se tornar conversacional,

mas o investigador deve preferencialmente seguir as

perguntas estabelecidas no protocolo da pesquisa;

entrevista do tipo Survey: que implicam questões e

respostas mais estruturadas.

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Page 95: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

95

Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Para maior efi cácia da entrevista:

Direcione sempre um ponto principal e, a partir dele tente abstrair o maior número de pontos que possam circundar este ponto principal: um questionário bem feito não é aquele que tem o maior número de questões, e sim aquele que possui uma maior abrangência em relação àquilo que ser quer investigar.

Procurar opiniões diferentes, bem como analisar pessoas de posições hierárquicas diferentes permite, muitas vezes, uma visão mais ampla.

d. Observação direta: ao visitar o local de estudo, um

observador preparado pode fazer observações e coletar

evidências sobre o caso em estudo. Estas evidências

geralmente são úteis para prover informações

adicionais sobre o tópico em estudo. Para se aumentar

a fidedignidade das observações, além de se ter

roteiro definido no protocolo, pode-se designar mais

de um observador e, após as observações, comparar

os resultados das observações relatadas para se

eliminarem discrepâncias.

e. Observação participante: este é um tipo especial

de observação, na qual o observador deixa de ser

um membro passivo e pode assumir vários papéis

na situação do caso em estudo e pode participar

dos eventos em estudo e influenciá-los. O problema

da observação participante é que ela tem grande

capacidade de produzir vieses, pois o investigador

pode assumir posições ou advogar contra os interesses

das práticas científicas recomendadas, pode assumir

posições do grupo ou organização em estudo e pode

ter problemas ao fazer anotações ou levantar questões

sobre os eventos em perspectivas diferentes.

Yin (2006) destaca a relevância de considerar três

princípios para a coleta de dados:

utilizar várias fontes de evidência : qualquer uma

das fontes precedentes de obtenção de evidências

pode e tem sido a única para estudos inteiros. Por

exemplo, alguns estudos confi aram apenas na

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Page 96: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

96

Universidade do Sul de Santa Catarina

observação participante, mas não examinaram

um único documento; similarmente, há inúmeros

estudos que contaram apenas com registros em

arquivos, mas não realizaram entrevistas;

criar um banco de dados para o estudo de caso :

deve ser respeitado durante a coleta de dados, tem

a ver com a maneira de organizar e documentar os

dados coletados para os estudos de caso;

manter o encadeamento das evidências : visando

aumentar a confi abilidade das informações em um

estudo de caso, torna-se necessário manter um

encadeamento de evidências, indo das questões

iniciais da pesquisa até as considerações fi nais.

Ao elaborar o plano de pesquisa, o investigador tem de

estabelecer procedimentos que visem maximizar os resultados a

serem obtidos com utilização destas seis fontes de evidência.

Ao elaborar seu Estudo de Caso nesta seção, você deve indicar

o tipo de pesquisa que caracteriza seu estudo, amostra e o(s)

instrumento(s) de coleta de dados, conforme mostra o quadro

exemplifi cativo a seguir.

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Page 97: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Problemade pesquisa

Caracterizaçãodo estudo

Campo de estudo ou Universo da

pesquisa

Amostra de pesquisa

Instrumentos de coleta de

dados

- Qual o impacto da implantação do Sistema Tecnológico de Planejamento Orçamentário na empresa do ramo hoteleiro Alfa, de Palhoça, SC?

Descritiva Hotel Alfa localizado na cidade de Palhoça, SC. Fundado em 1980, hoje com 20 funcionários.

Amostra não-probabilística intencional formado por 01 responsável pelo setor administrativo, 01 do setor fi nanceiro e 01 do setor contábil.

-Documentação - Dados Arquivados- Entrevistas

- Qual é o nível de qualidade existente na administração pública na Prefeitura Municipal de Palhoça, SC, no ano de 2006, segundo parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Público - PQSP?

Descritiva Prefeitura Municipal de Palhoça, SC. Sob o viés dos parâmetros do Manual para Avaliação da Gestão Pública, Programa Qualidade no Serviço Publico – PQSP.

-

- Documentação

- Dados Arquivados

- De que forma a administração pública municipal de Palhoça, SC, trabalhou em 2006 a gestão de segurança pública?

Descritiva Departamento de Segurança Pública da Prefeitura de Palhoça na gestão 2006.

Amostra não-probabilística intencional, formada por 01 gestor do depto. de segurança pública e dois supervisores diretos.

- Documentação

- Dados Arquivados

- Entrevistas

- Como são organizadas as informações do balanço social na Cooperativa Alfa, de Palhoça, SC ?

Exploratória Cooperativa Alfa localizada na cidade de Palhoça, SC. Fundada em 1995.

Amostra não-probabilística intencional, formada pelo contador da empresa e seus dois assistentes.

- Dados Arquivados

- Entrevistas

(Continua)

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Page 98: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

A partir deste exemplo, você poderá defi nir o Universo

da pesquisa, sua amostra do estudo de caso, bem como o

instrumento de coleta de dados.

Vale lembrar que os exemplos do quadro são genéricos e

que cabe a você justifi car, com base no problema e objetivos

de sua pesquisa, o “por que” da escolha deste ou daquele

procedimento metodológico. Não esquecendo que, nesta fase,

você pode, também, valer-se da parte teórica para fundamentar,

conceitualmente, seu método de pesquisa.

Problemade pesquisa

Caracterizaçãodo estudo

Campo de estudo ou Universo da

pesquisa

Amostra de pesquisa

Instrumentos de coleta de

dados

- Qual o perfi l de qualifi cação dos gestores das empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC?

Exploratória Empresas A, B e C situadas em Palhoça, SC.

Amostra não-probabilística intencional, formada pelos gestores das empresas A, B e C, dos departamentos de recursos humanos, produção, fi nanceiro, marketing e logística e administrativo (geral). Num total de 15 pesquisados

- Entrevistas

- Como o profi ssional de comércio exterior contribuiu para a inserção no mercado internacional da Empresa Industrial Beta, de Palhoça, SC?

Explicativa Empresa Industrial Beta, de Palhoça –SC. Fundada em 1990.

Amostra não-probabilística intencional, formada pelos três administradores da empresa.

- Documentação

- Dados Arquivados

- Entrevistas

- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?

Explicativa Hotel X do município de Palhoça, SC. No mercado desde 2001.

Amostra não-probabilística intencional, formada por 40 funcionários (todos os funcionários, exceto administração).

- Entrevistas

Quadro 3.5 - Tipos de pesquisa.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

(Conclusão)

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Page 99: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

99

Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Na elaboração dos instrumentos de coleta de dados, é preciso efetivamente construir os instrumentos previstos por você. Assim se você defi niu que fará uma entrevista, insira em anexos o roteiro da entrevista planejada e como espera aplicá-la. O mesmo se aplica aos demais instrumentos de coleta de dados ou ao questionário que será aplicado. Ou seja, apresente os instrumentos, na íntegra, nos anexos e apêndices de seu relatório de pesquisa.

Agora, numa visão geral, através do exemplo padrão utilizado

desde o início desta seção, vamos mostrar como estas etapas

devem ser construídas através de um texto coeso e coerente.

Acompanhe.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A caracterização do estudo deste

trabalho será uma pesquisa na forma de um estudo de caso

EXLORATÓRIO. Com base na explicação de Rauen (2002),

que mostra o estudo de caso como um estudo profundo de

um ou de poucos objetos, o qual busca retratar a realidade de

forma completa e profunda, de modo a permitir o seu amplo

e detalhado conhecimento.

4.1 CAMPOS DE ESTUDO

O Universo desta pesquisa compreende

uma empresa que atua no ramo de distribuidora de bebidas e

seus derivados, cuja razão social é “XYZ Distribuidora”. A

empresa tem sede na Rua das Flores, 1.000, no bairro Ponte

do Imaruim, na cidade de Palhoça SC. Conta hoje com um

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Page 100: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Universidade do Sul de Santa Catarina

quadro de 15 funcionários, encaixando-se no perfi l de uma

organização de pequeno porte.

A escolha da amostra nesta pesquisa será de

caráter não-probabilístico, por entender que a natureza do

problema implica a escolha de sujeitos com características

defi nidas pelo pesquisador, o qual escolheu como amostra

o responsável pelo setor de vendas e os 4 vendedores. Esta

escolha levou em conta foco da pesquisa no setor de vendas

e seus colaboradores que, de forma direta ou indireta,

armazenam, manipulam e usam as informações alvo do

estudo.

4.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os instrumentos de coleta de dados adotados

neste trabalho são descritos no quadro a seguir.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Instrumento de coleta de dados Amostra pesquisada Finalidade do

Instrumento

Entrevista oral, não-dirigida.

1 Responsável pelo setor de vendas e 4 vendedores da empresa

Coletar as informações necessárias sobre o funcionamento do setor de vendas da empresa.

Observação direta ou indireta

Acompanhar as equipes da empresa e um vendedor in loco.

Compreender como é que funciona a sistemática de vendas e poder defi nir melhorias e alterações a serem implantadas.

Documentos

Documentos existentes referentes as defi nições de rotas de distribuição da empresa.

Defi nir as necessidades de mudanças envolvendo a logística da empresa.

Dados Arquivados

Dados armazenados, processados, bem como os relatórios do atual sistema informatizado da empresa.

Entender o funcionamento e limitações do atual sistema, conhecer o volume de vendas, o giro de mercadorias e outras informações.

Quadro 1 - Instrumento de coleta de dadosFonte: Elaboração do autor, 2006.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Ao compreender estes itens da etapa inicial de um relatório de

pesquisa, você conclui uma importante fase na montagem do seu

estudo de caso. O próximo passo é a execução da pesquisa com

a aplicação dos instrumentos de coleta de dados, apresentação

e análise destes dados, proposta de sugestão de melhoria e a

conclusão de seu relatório. Vamos adiante!

Síntese

O assunto abordado nesta unidade diz respeito à caracterização

das etapas iniciais de seu relatório de pesquisa a partir do modelo

proposto pela UnisulVirtual para elaboração de um estudo de

caso, que tem início com a defi nição do tema, além da maneira

mais objetiva e direta de elaborá-la. A seguir, os autores propõem

várias maneiras de se criarem objetivos de pesquisa.

Nesta caminhada, também fi cou clara a importância da

contextualização teórica, que deve ter uma abordagem constante

na construção de um relatório de pesquisa, considerada uma

etapa fundamental para se provar a cientifi cidade do trabalho

em questão, oportunizando a você complementar seus

conhecimentos.

Cabe ressaltar, ainda, que, após ler esta unidade, você reunirá

condições para também criar seus procedimentos metodológicos

de pesquisa. Portanto esta se confi gura como uma das unidades-

base da parte prática do estudo de caso.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 3

Atividades de auto-avaliação

1. No seu entender, por qual motivo a introdução é a última etapa a ser vencida, ao elaborarmos um estudo de caso?

2. No seu entender, por quais motivos o seguinte exemplo de tema de pesquisa não se converterá em uma pesquisa em forma de estudo de caso?

Tema: “Proposta metodológica de identifi cação do nível de satisfação dos clientes das Lojas Bahia”.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

3. Baseado (a) no exemplo de objetivo geral citado pelos autores, crie três objetivos específi cos de pesquisa, pelo menos.

Objetivo geral de pesquisa: “A presente pesquisa tem por objetivo geral o de apresentar uma proposta metodológica de elaboração e implementação de um Plano de Marketing para a Empresa Alfa, durante o segundo semestre de 2007, que vise o aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico da referida instituição”.

Saiba mais

Para saber mais sobre a produção de relatórios de pesquisa,

sugerimos:

LOHN, Joel Irineu. Metodologia para elaboração e aplicação de projetos: livro didático. 2. ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2005. 100 p.

RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999.

MATTAR, F. N. Planejamento de metodologia científi ca. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

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UNIDADE 4

Etapas fi nais de umrelatório de pesquisa

Objetivos de aprendizagem

Com o estudo desta unidade você obterá subsídios para:

compreender como elaborar uma apresentação e análise em um relatório de pesquisa;

compreender como elaborar propostas de solução de situações-problema;

verifi car as formas de apresentação dos resultados da aplicação do projeto de pesquisa;

entender a formatação fi nal de um relatório de pesquisa de estudo de caso.

Seções de estudo

Seção 1 Apresentação e análise da realidade observada

Seção 2 Proposta de solução da situação-problema

Seção 3 Considerações fi nais

Seção 4 Referências, Anexos e Apêndices

4

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo

Na unidade anterior, você aprendeu como planejar uma pesquisa,

compreendendo os seguintes tópicos:

1 INTRODUÇÃO

2 TEMA

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

3.2 Objetivos específi cos

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Campos de estudo

4.2 Instrumentos de coleta de dados

Agora, nesta unidade, vamos mostrar como tabular e aplicar

os dados da pesquisa, a forma de apresentar estes dados e a

sua análise, a proposta de solução da situação problema e as

considerações fi nais dentro dos seguintes tópicos:

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE OBSERVADA

6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

6.1 Proposta de melhoria para a realidade estudada

6.2 Resultados esperados

6.3 Viabilidade da proposta

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS

APÊNDICES

— Vamos adiante? Vamos compreender melhor o desenvolvimento de

um relatório?

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107

Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Seção 1 - Apresentação e análise da realidade observada

Apresentação da realidade observada

É importante você perceber que a apresentação está

relacionada com a defi nição do que o caso é, e ele pode ser

um indivíduo, uma decisão, um programa. Também pode ser

sobre a implantação de um processo e sobre uma mudança

organizacional, ou sobre um determinado comportamento de um

grupo de pessoas, etc. A defi nição desta apresentação está ligada

à maneira pela qual as questões de estudo foram defi nidas. Como

exemplifi ca Bressan (2006): uma pessoa, uma empresa, um

órgão público, etc.

É sempre prudente, quando o caso fi zer referência a uma

organização, apresentarmos inicialmente ao leitor, os

dados básicos desta organização, para depois analisarmos

a realidade observada em relação ao problema escolhido.

Lembre que esta apresentação inicial não é obrigatória e que a decisão de incluir no seu relatório de pesquisa os dados básicos de um objeto de estudo depende sempre da verifi cação, em consonância com o seu objetivo geral e específi cos, e com o pedido do seu orientador.

Para facilitar o entendimento desta apresentação do objeto de

estudo de caso em organizações de trabalho, podemos dividir a

apresentação inicial em três subetapas: contexto histórico; dados

gerais atuais e estrutura.

Vejamos, agora, cada uma delas em separado.

a. Contexto histórico

Aqui se deve relatar a história da empresa de forma cronológica,

enfocando os fatos e eventos mais importantes (data de fundação,

mudanças contratuais, etc.). A caracterização da organização

tem por objetivo familiarizar o pesquisador com o contexto da

realidade observada. Ele deve conhecer o histórico organizacional

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108

Universidade do Sul de Santa Catarina

da empresa, de modo a revelar sua forma de organização e seu

“meio ambiente”. O objetivo desta atividade é adquirir uma visão

panorâmica da empresa, de modo a contextualizar onde o projeto

será desenvolvido.

Sobre o conhecimento da empresa pesquisada, lembramos a

oportunidade ímpar que você tem para conhecer a história,

desde a data de fundação até o momento atual. O histórico deve

ser elaborado de forma cronológica, ou seja, progressiva. Sua

apresentação pode ser em forma de texto ou de um quadro com

os fatos mais importantes da organização.

Se você pesquisar um assunto vinculado a um setor da empresa

objeto de investigação, é necessário, além do histórico geral,

também descrever um breve histórico do setor, por exemplo, de

recursos humanos da empresa, objetivando familiarizar o leitor

acerca do assunto e do setor pesquisado, conforme nos dizem

Amboni e Amboni (2005).

b. Dados gerais atuais

Nesta etapa da apresentação você também deve apresentar o

endereço, ramo de atuação, porte, número de empregados,

principais atividades desenvolvidas pela empresa, serviços e

produtos ofertados. Neste item, devem ser apresentadas as

principais atividades desenvolvidas pela empresa, de modo a

caracterizar o que a organização faz no desenvolvimento de seu

negócio. Para isso é também interessante descrever seus principais

clientes e produtos ou serviços. Podem ser relacionados também

a missão e os objetivos gerais da organização.

Os dados básicos da organização pesquisada devem ser

apresentados de forma que você e qualquer leitor do seu relatório

possam ter mais conhecimento da organização pesquisada.

c. Estrutura

Insira aqui o organograma, empresa/fi lial, descrição dos cargos

estratégicos. Lembre que o organograma deve ser apresentado

nesta seção, no corpo do trabalho, e não como anexo.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

É importante lembrar que os estudos de caso apresentam ao pesquisador a opção de anonimato do caso, contudo a opção mais desejável é revelar as identidades tanto do caso, quanto dos indivíduos pesquisados. Tenha em conta que, para a divulgação dos dados, é necessária a autorização da empresa foco de estudo.

Na estrutura organizacional da empresa pesquisada, deve-se

apresentar a estrutura organizacional (organograma) da empresa

e/ou da fi lial onde se situará o estudo. O organograma não deve

ser apresentado apenas na forma de uma fi gura. Junto a

esta, deve seguir uma descrição da estrutura em suas linhas

gerais, que explique a estrutura grafi camente apresentada

apenas nos níveis mais altos da hierarquia. Se a organização

não possuir um organograma formalmente defi nido, devem ser

buscadas informações com seus gestores, de modo a traçá-lo.

Isto porque, mesmo que ele não exista, certamente a estrutura

informal de fato já está estabelecida.

— Você pode consultar fontes como o histórico, dados e organograma da

empresa (documentos internos, textos provenientes do site, entrevistas,

etc.), citando direta ou indiretamente trechos das fontes pesquisadas

segundo as normas metodológicas.

As fontes utilizadas também devem ser apresentadas ao fi nal

do trabalho, no item “Referências”. Suponha que, durante

a apresentação dos dados básicos, você decida apresentar a

missão da empresa, consultada no documento de planejamento

estratégico. Então poderá utilizar o recurso de citação direta,

como segue:

A empresa XYZ (2007, p. 3) segundo o seu planejamento estratégico tem como missão,

Desenvolver as oportunidades de negócios, presentes e futuras, oferecendo ao consumidor produtos de alta qualidade e de valor agregado, a preços competitivos, antecipando as necessidades e aspirações de nossos parceiros, apoiada em valores éticos.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Ao fi nal do trabalho, deverá apresentar no item “Referências”,

a fonte consultada no formato completo, segundo as normas da

ABNT vigentes:

Referências:NOME DA EMPRESA POR EXTENSO. Planejamento estratégico. local, ano.

Observe que, como o documento não possui um elaborador

específi cos, nele consta o nome da empresa como autor da

referência. Se você desejar apresentar de forma integral algum

documento que não seja de sua autoria e que considere essencial

para o entendimento do projeto, utilize o item “Anexos” para

isso. Não se esqueça de informar a existência deste documento

em algum ponto do texto (Ex.: “Veja o documento completo no

Anexo X”).

O que fazer, se meu objeto de estudo não está localizado em uma empresa?

Se este é o seu caso, é provável que a sua unidade de análise seja um indivíduo, um sistema, um portal na Internet, um segmento social, um evento, etc.

Neste caso, você irá apresentar as informações de forma adaptada.

Veja na sequência algumas dicas sobre como elaborar estes itens,

segundo Flores (2008).

Na parte referente ao contexto histórico,a) para

contextualizar outro tipo de objeto de estudo (pessoas,

espaços virtuais, evento, software, etc.), siga a mesma

linha de orientação dada para a organização. Descreva

o objeto através da sua posição no espaço/tempo, tendo

como base os dados colhidos na sua pesquisa. Se o seu

objeto de estudo é um software, apresente as informações

que você conseguir a respeito dele, tais como, a história

de sua criação, equipe e organizações envolvidas, os

motivos que levaram ao seu desenvolvimento, a data do

início de seu desenvolvimento, informações históricas

sobre mudanças de versões, de plataforma, etc. Se você

estiver descrevendo um evento ou grupo social, proceda

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

da mesma forma, apresentando fatos relacionados ao

surgimento do evento ou do grupo, motivos, datas

importantes, situação atual, etc.

Na parte referente aos dados básicos,b) descreva

as características do objeto de estudo. Para um

grupo social, por exemplo, cabe apresentar dados

de identifi cação que podem ser coletados durante a

sua pesquisa (faixa etária dos envolvidos, escolaridade,

renda, etc.). Se for um software, pode-se descrever

seu layout, ergonomia, função, linguagem, utilidade,

funcionamento, etc.

No que se refere à estrutura,c) se possível, apresente

a estrutura funcional ou processual envolvida no seu

objeto de estudo, como por exemplo: se for um produto

(software, portal, etc.) informe qual a organização que

o desenvolve, quem são os usuários potenciais, etc. No

caso de um evento ou grupo social, informe, se houver,

quais os organismos que se relacionam com o seu objeto,

tais como, entidades públicas, empresas, organismos

não-governamentais, etc. Se não for possível enquadrar

em nenhuma desta possibilidades, apenas desconsidere

este item na apresentação dos dados básicos do objeto de

estudo.

Análise da realidade observada

Esta etapa é a base sobre a qual a análise do trabalho será feita,

relacionando-se as informações obtidas com as proposições

estabelecidas no início da elaboração do relatório de

pesquisa. Com relação aos critérios para interpretação

dos dados, as análises e inferências, em Estudos

de Caso, são feitas por analogia de situações e

buscam responder às questões “por que” e “como”

inicialmente formuladas.

Para construir esta parte do relatório, você aplicará a

sua pesquisa, seja em forma de entrevistas, consulta

a documentos, ou mesmo, através da observação do

participante.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

A análise deve ser feita com base nos dados coletados norteados pelo tema escolhido e na pesquisa realizada.

É na análise da realidade observada que tabulamos os dados

coletados através dos instrumentos de coleta escolhidos e

aplicados na etapa anterior. Estes dados coletados são

transformados em informações ordenadas e agrupadas em forma

de tabelas, quadros, gráfi cos e/ou descrições textuais. De posse

das informações coletadas, segundo Amboni e Amboni (2005),

você deve organizar o material e, se necessário, subdividi-lo para

proceder à sua interpretação à luz dos objetivos defi nidos para a

pesquisa.

Mas o que signifi ca ANALISAR no contexto do Estudo de Caso?

A Análise deve responder à pergunta: “Como o tema escolhido para a pesquisa ocorre na organização e/ou meio pesquisado?”

Na análise, o pesquisador deve descrever a situação abordada.

Observe que nem a apresentação e nem a análise do problema

podem ser feitos com base em “achismos”. Todas as afi rmações

devem ter fundamento nos dados e informações coletados sobre a

realidade pesquisada ou, ainda, na literatura especializada.

Importante: Como já dissemos, podemos organizar os dados levantados em quadros, tabelas ou gráfi cos se a natureza dos dados assim permitir. Desta forma, é conveniente nos reportarmos ao livro “TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNISUL: Apresentação gráfi ca para TCC, Monografi a, Dissertação e Tese”, para sabermos como apresentar, dentro das regras da ABNT, os gráfi cos, tabelas e quadros.

Vamos agora explicar como devemos apresentar e analisar os

dados coletados através de documentos, arquivos, entrevistas e

observações cujo objeto de estudos seja uma empresa. E, em

seguida, remeteremos, de forma adaptada, como fazer a

apresentação inicial em outros tipos de objeto de estudo.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Conforme afi rma Campomar (apud BRESSA, 2006), entre os

vários itens de natureza metodológica do estudo de caso, o que

apresenta maior carência de sistematização é referente à análise e

interpretação dos dados.

Para Arantes (2007), o estudo de caso vale-se de procedimentos

de coleta de dados os mais variados, e assim o processo de análise

e interpretação pode, naturalmente, envolver diferentes modelos

de análise.

Segundo Yin (2005), ao desenvolver estes componentes do Relatório de Pesquisa, o investigador é forçado a construir uma teoria inicial relativa ao estudo a ser empreendido. Esta teoria deve ser formulada antes do início da coleta de dados e irá ajudar a cobrir, de forma incremental, as questões, as proposições ou o propósito do estudo, as unidades de análise, e possibilitará a ligação dos dados às proposições e fornecerá os critérios para a análise dos dados.

Vale destacar que o mais importante na análise e interpretação

de dados no estudo de caso é a preservação da totalidade da

unidade social. Um dos maiores problemas na interpretação dos

dados no estudo de caso deve-se à falsa sensação de certeza que

o próprio pesquisador pode ter sobre suas conclusões. Arantes

(2006) nos alerta ser conveniente que o pesquisador desenvolva,

logo no início da pesquisa, um quadro de referência teórico com

vista a evitar especulações no momento de análise.

Uma recomendação que se faz é escrever e reescrever. Quanto mais se reescrever, especialmente em resposta aos comentários dos outros, melhor o relatório provavelmente fi cará. Quanto a isso, o relatório do estudo de caso não é muito diferente dos outros relatórios de pesquisa.

Com o objetivo de auxiliá-lo (a) na construção desta parte do

relatório, cabe seguir o roteiro apresentado por Flores (2008)

sobre esta montagem:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

recorde, de forma analítica, as informações coletadas

através dos instrumentos de coleta para reforçar a sua

análise (percentuais, números de clientes, números

de cheques/semana, falas dos entrevistados, dados da

empresa, etc.);

inclua citações sobre os tópicos analisados. Sugere-se

o uso de referencial teórico de pelo menos 3 autores

diferentes. Intercale as citações, diretas ou indiretas,

longas ou curtas, com as suas frases durante a análise,

reforçando o que você escrever (tal como fulano, veja o

que nos diz ciclano, e assim por diante). Nunca deixe

uma citação solta no meio do texto, sem fazer a ligação

com o parágrafo anterior e posterior a ela.

A seguir, veja um exemplo com o uso de citação direta em uma

situação de análise da realidade observada:

A empresa não tem um sistema de controle de estoque adequado e integrado ao processo de vendas, o que está gerando perdas fi nanceiras. Muitas vezes os clientes querem determinado produto, mas não está disponível. Esta é uma área essencial para empresas, tal como mostra Dias (1990, p. 28),

O controle de estoque é uma área muito importante de uma empresa, grande ou pequena, pois é através dele que ela será capaz de prever o quanto que será necessário comprar no próximo pedido ao fornecedor, além de fornecer informações úteis sobre as vendas, já que muitas vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros e não condizem com a realidade, afi nal, os setores de vendas querem comissões. O principal objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso efi ciente dos meios internos de uma empresa, e minimizar as necessidades de capital investido em estoque.

A falta de integração entre estas duas áreas é ainda mais acentuada pela falta de um organograma que defi na corretamente quem é quem dentro da organização, bem como, a falta de um funcionograma que defi na corretamente quais atividades serão desenvolvidas pelos colaboradores da empresa.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Recorde que, ao apresentar uma citação no texto, a

referência completa deve ser apresentada no fi nal do

trabalho, no local específi co para este fi m, tal como

segue:

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

Apresente, ao fi nal de sua análise os pontos fracos e

fortes e justifi que-os. Acompanhe um exemplo simples

de análise no quadro que segue.

Problema de pesquisa Ponto Forte Ponto Fraco Justifi cativa

- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?

Empresa oferece benefícios relacionados à motivação dos funcionários.

Desconhecimento do nível de motivação e satisfação dos funcionários.

Falta de mapeamento da motivação e satisfação no trabalho.

Quadro 4.1 - Análise.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

Lembre-se!

Você deve apresentar todos os pontos fortes e fracos da organização, no que se refere ao problema de pesquisa estudado. Delimitados estes, parte-se então para as ações corretivas. Esta etapa é muito importante no estudo de caso, pois, no capítulo seguinte, você irá apresentar as sugestões para os pontos negativos encontrados no decorrer desta análise.

Amboni e Amboni (2006) afi rmam que a análise da realidade

observada pode ocorrer em três níveis.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Análise pessoal dopesquisador em relaçãoao assunto pesquisado.

Confronto da teoria coma prática observada

Checagem da análisepessoal do pesquisadorem relação ao assuntopesquisado com a equipeda organização

Figura 4.1 – Análise de dados.Fonte: Amboni e Amboni (2006, p. 63).

A partir dos dados analisados nesta etapa, o aluno deve partir

para o prognóstico, ou, como preferimos chamar, “proposta de

solução da situação problema”. Veja, a seguir, 2 exemplos sobre a

Apresentação e Análise da Realidade Observada.

Exemplo 1: Criado pelo autor Marcelo Cavalcante (2006) especifi camente para ilustrar este livro.

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE

OBSERVADA

A história da empresa Hoteleira Alfa iniciou

suas atividades em 1989, conforme contrato de sociedade

limitada 11111, de 06/12/1989, devidamente registrada na

Junta Comercial, em 07/12/89, arquivado sob o número

1111111111-1.

Alfa destaca-se pela facilidade de acesso e é

reconhecida pelo requinte e conforto de suas excelentes

acomodações. Possui suítes e apartamentos climatizados,

equipados com ar condicionado, TV a cabo, frigobar,

banheiro privativo e aquecimento central; telefone com

discagem direta e cofre individual.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Atualmente está situada na Rua Tudo Azul, 2008,

Bairro do Mar, Palhoça, SC, e conta com 45 funcionários

diretos e 10 indiretos.

Estrutura Organizacional

Administrador geral

DiretoriaFinanceira

Marketing

Vendas

Eventos

Recepção

Hospedagem

Lazer Recepção Reustaurante

Diretoriade RecursosHumanos

Figura 10 - Organograma GeralFonte: Empresa Alfa (2007).

Observação dos autores: Se preferir, na sua construção, defi na em linhas gerais cada um destes níveis hierárquicos, com as respectivas funções e cargos. Nada muito extenso apresente em linhas gerais. Ex.: Dispõe, também, de um Restaurante que satisfaz os mais exigentes paladares com os deliciosos pratos da cozinha nacional e internacional. Possui, também, completa estrutura e amplos espaços para realização de convenções, dos mais diversos eventos, com salas de apoio e equipamentos.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

A Alfa é uma empresa de pequeno porte

em fase de crescimento, mantém uma rede de serviços

adicionais, voltados à satisfação dos clientes, tais

como: translado aeroporto / hotel / aeroporto cortesia;

recepcionistas bilíngües, room service, lavanderia, capitão

porteiro, mensageiros e estacionamento com manobristas.

Importante assinalar que a oportunidade de

mercado foi amplamente aproveitada pela empresa, que

se aprimorou como fornecedora de espaço para eventos.

Atualmente, a empresa dispõem de dois salões de eventos

para atender o público interessado.

O crescimento extremamente signifi cativo, em

poucos anos, foi obtido graças ao atendimento diferenciado,

pois a empresa procura receber o cliente de forma especial

e cercá-lo dos melhores serviços de hotelaria, entretanto a

empresa vem deixando de lado o aparato tecnológico, que é

fator essencial no atual ambiente competitivo.

Tendo como base o diagnóstico apresentado, é

possível, então, relatar os seguintes pontos fortes e fracos a

partir do problema apresentado para esta pesquisa:

Problema de pesquisa

Ponto Forte Ponto Fraco Justifi cativa

- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?

Empresa oferece benefícios relacionados à motivação dos funcionários.

Desconhecimentodo nível demotivação e satisfação dos funcionários.

Falta de mapeamento da motivação e satisfação no trabalho.

Quadro 5 - Análise da realidade observadaFonte: Elaboração dos autores, 2006.

Fonte: Moreira e Cavalcanti (2006). Com modifi cações

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA REALIDADE

OBSERVADA

A organização onde se desenvolve este estudo

teve sua fundação em 15/10/2001.

A história da empresa, ao longo dos últimos 6

anos, foi de conquistas importantes, como por exemplo, a

representação exclusiva na região, de marcas de bebidas

importantes no mercado nacional.

A empresa XYZ (2007, p. 3), segundo o seu

planejamento estratégico, tem como missão,

Desenvolver as oportunidades de negócios, presentes e futuras, oferecendo ao consumidor produtos de alta qualidade e de valor agregado, a preços competitivos, antecipando as necessidades e aspirações de nossos parceiros, apoiada em valores éticos.

Com base nesta missão, a empresa pretende

crescer cada vez mais e torna-se uma grande distribuidora

no setor de bebidas no estado de Santa Catarina.

A empresa estudada tem como razão social

“XYZ Distribuidora”, com sede na Rua das Flores, 1.000, no

bairro Ponte do Imaruim, na cidade de Palhoça, SC.

A empresa atua no ramo de distribuidora de

bebidas e seus derivados, com um quadro de 15 funcionários,

encaixando-se no perfi l de uma organização de pequeno

porte.

Exemplo 2: Exemplo básico deste livro, extraído e adaptado do relatório de pesquisa de Alexandre José Bitencourt.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

DIREÇÃO

FinanceiroEstoquee Logística

Supervisãode Vendas

Equipede Vendas

Figura 3 - Sugestão de organograma para empresa XYZFonte: Elaboração do autor, 2006.

Em relação à área de TI, a empresa não tem

uma área específi ca: quem realiza estas atividades é a sócia

proprietária.

A empresa possui um micro computador Pentium

4, com HD de 80, 512 de memória RAM e demais periféricos.

Também tem uma impressora matricial de 80 colunas e uma

laser monocromática e uma impressora fi scal.

O sistema operacional é o Windows XP

Professional. Tem como editor de texto e planilha eletrônica

o Microsoft Offi ce 97. Utiliza-se do programa aplicativos

comerciais, sistema este desenvolvido pela empresa Compufor

da cidade de Concórdia-SC.

A empresa não possui um organograma

formalizado. Os 15 funcionários da empresa atuam nas áreas

de direção, setor fi nanceiro, estoque e vendas.

Sugere-se o seguinte organograma para a

empresa:

Seus clientes são pequenas e médias empresas da

cidade de Palhoça e região.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

A empresa em estudo é uma distribuidora de

bebidas que atua, principalmente na cidade de Palhoça. Seu

sistema de distribuição é feito, utilizando-se de veículos que

saem com carga completa da empresa e visitam os clientes,

efetuando venda direta aos mesmos.

Nas visitas realizadas na empresa, observou-

se que a empresa não possui nenhum tipo de controle

informatizado dos produtos por ela vendidos. Utiliza-se de

planilhas manuais de entrada e saída de mercadoria e relatórios

de carga. O pagamento das comissões dos vendedores é feito,

tendo-se como base as notas fi scais emitidas.

O registro do corpus nas entrevistas vai ser

mostrado no decorrer deste capítulo. O primeiro fragmento

deste corpus é do vendedor “A” (2006) o qual comenta que:

[...]o acerto das comissões é feito em dias de muito movimento, geralmente no fi nal do expediente, e como são muitas notas, fi ca difícil conferir uma a uma para ver se os cálculos dos valores estão corretos; geralmente não batem com o meu controle[...]

Os vendedores reclamaram que a empresa não

disponibiliza uma relação atualizada dos clientes já visitados,

por isso “geralmente visitamos duas vezes na semana o

mesmo cliente, pois seguimos uma lista geral de clientes

que a empresa entrega para nós”, conforme disse o vendedor

“B”.

O responsável pelo setor de vendas (2006) relatou

que a maior difi culdade do seu setor é o controle dos clientes

da empresa:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

[...]o aplicativo comercial que utilizamos não gera relatórios de controles adequados. Fica difícil controlarmos as vendas realizadas pelos vendedores, bem como não sabemos quem são nossos principais clientes[...]

Acompanhando o vendedor num dia de trabalho,

percebeu-se que o mesmo sai com um caminhão carregado

de diversas mercadorias e uma lista dos clientes a serem

visitados, fornecida pelo departamento de vendas da empresa.

As visitas são realizadas de forma empírica, não havendo

uma rota a ser seguida. O vendedor chega ao estabelecimento

do cliente e pergunta se o mesmo está precisando reabastecer

algum item. Se a resposta é afi rmativa, o vendedor verifi ca se

tem a mercadoria disponível no caminhão. Caso não tenha,

anota a necessidade em um caderno. Se tiver a referida

mercadoria, ele emite uma nota fi scal avulsa para o cliente.

Se o cliente pagar no ato, ele dá a quitação no verso da nota.

Se o cliente não pagar no ato, fi ca agendado para que os

cobradores retornem ao estabelecimento do cliente na data

por ele estabelecida para pagamento.

O vendedor “A” (2006) comentou que:

[...]às vezes quando falta mercadoria no caminhão e dependendo da quantidade que o cliente quer, voltamos à empresa e reabastecemos o caminhão, e voltamos para entregar ao cliente, pois é uma venda garantida, isto faz com que fi quemos andando da empresa para os clientes e dos clientes para a empresa, causando muita perda de tempo[...]

Em relação à cobrança dos valores de vendas

é feita sempre no fi nal do dia, ou quando do retorno do

caminhão. O motorista presta conta do que foi vendido,

tendo-se como base o que sobrou em cima do caminhão.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

As vendas a prazo são relacionadas em caderno, onde, em

alguns casos, são emitidas notas fi scais e gerado boleto de

cobrança. Geralmente o pagamento destes valores a prazo é

cobrado em carteira pelo próprio motorista na data agendada

pelo cliente.

Em algumas situações, a cobrança é feita por

motoboy, que pega os boletos de cobrança repassados pela

empresa e vai cobrar dos clientes; às vezes esta cobrança é

feita através de recibo.

Quanto aos valores das comissões de vendas,

a empresa efetua o pagamento das comissões de quinze

em quinze dias e estas são feitas tendo-se como base as

anotações realizadas durante a prestação de contas por parte

dos motoristas. Não existe uma planilha para esses controles,

apenas pequenas anotações em cadernos que são repassadas,

posteriormente, ao setor fi nanceiro para pagamento dos

funcionários.

Em relação ao setor de logística, na tabela

abaixo se apresenta uma planilha dos valores gastos com

combustível e manutenção de um caminhão. Estes valores

foram coletados junto à empresa, através das notas fi scais de

pagamento destas despesas.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2 - Despesas com combustível de um caminhão no mês de junho de 2007

Data Velocímetro Litros Valor

Km inicial 221720 - -

04/06/07 222141 136,99 258,91

06/06/07 222672 165,32 312,45

11/06/07 223118 145,05 274,14

13/06/07 223478 113,62 214,74

18/06/07 224000 171,99 325,06

22/06/07 224560 178,64 337,62

25/06/07 224842 94,33 178,28

26/06/07 225221 111,15 210,07

29/06/07 225573 139,82 264,25

3.853km rodados 1.256,91 2.375,52

Fonte: Elaboração do autor, 2006.

Na planilha abaixo se apresentam os gastos que

a empresa teve com manutenção do veículo no mês de junho

de 2007.

Tabela 3 - Despesas com manutenção do caminhão no mês de junho de 2007

Data Descrição Valor

04/06/07 Ofi cina 753,00

06/06/07 Lavação 100,00

13/06/07 Borracharia 230,00'

18/06/07 Eletricista 285,00

1.368,00

Fonte: Elaboração do autor, 2006.

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Page 125: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

As despesas apresentadas acima foram obtidas

junto às notas pagas pela empresa aos fornecedores dos

referidos serviços.

Em relação ao atual sistema para o controle

de pagamentos, foi relatado que em algumas situações

de cobrança posterior à venda, o cliente alega já ter

efetuado o pagamento ao motorista, restando uma situação

constrangedora. A falta de controle abre precedentes para

que as pessoas cobrem e não façam a prestação de contas

junto à empresa, gerando assim prejuízos e desgastes junto

aos clientes.

Trata-se de situação que costuma ocorrer

uma ou duas vezes por semana, sendo que, às vezes,

passam-se meses sem que ocorra este problema. A

responsável pelo setor fi nanceiro (2006) comentou que:

[...]temos clientes que se negam em pagar o boleto para o cobrador (motoboy), eles geralmente alegam que já pagaram para o motorista do caminhão. Esta situação ocorre esporadicamente, às vezes passam-se meses sem ocorrer este problema, mas tem situações que isto ocorre duas a três vezes por semana[...]

A gerente fi nanceira (2006) também comentou

que:

[...]este problema de cobrança é porque não temos um controle rigoroso sobre as vendas que são feitas através de faturamento, pois, em alguns casos gera-se o boleto de cobrança, mas o vendedor cobra o cliente em carteira, e não informa ao setor fi nanceiro que já teria cobrado do cliente[...]

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Em relação ao relacionamento de pessoal e

estrutura da empresa, observou-se, nas visitas realizadas,

que existe grande difi culdade por parte dos funcionários em

trabalhar em equipe, bem como, não existe uma estrutura

organizacional adequada.

Observa-se que a sistemática de distribuição

adotada pela empresa XYZ Distribuidora de bebidas provoca

inúmeros problemas, tais como: o não-atendimento de toda

a lista de clientes fornecida previamente, devido à falta de

mercadorias, retorno para reabastecer-se de mercadoria e o

retorno das visitas sem efetuar nenhuma venda.

A empresa também está tendo muito custo com

manutenção dos veículos, pois os mesmos rodam muito e

têm um desgaste acima no normal, visto que a rota é urbana,

com muitas paradas em decorrência das visitas realizadas.

Além dos custos com manutenção, tem-se também um custo

elevado com o combustível.

Na planilha de gastos com combustíveis

(Tabela 2), verifi ca-se que a empresa teve um gasto com

combustível de R$ 2.375,52, onde rodou aproximadamente

3.853km; dividindo-se estes, tem-se uma média de 1,62km/l.

Informações levantadas junto a uma concessionária que

trabalha com vendas de caminhões da mesma marca do

veículo analisado, mostram que “este tipo de caminhão em

viagem (fora do perímetro urbano) costuma fazer uma média

de 3,055km/l. Se o mesmo for utilizado num transporte

urbano, deve fazer uma média de 2,28km/l”. Percebe-se

nesta informação que o veículo está gastando mais do que

deveria. Pelo acompanhamento feito em um dia de vendas,

observou-se que o caminhão fi ca parado por muito tempo,

com o motor ligado, aguardando que o motorista faça a

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Page 127: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

abordagem ao cliente, confeccione o pedido do mesmo e a

descarga dos produtos que estão na carroceria.

Segundo a responsável pelo setor fi nanceiro,

estes gastos ocorrem com freqüência. “Temos gastado

aproximadamente R$ 1.000,00 por mês com a manutenção

dos caminhões. É difícil passar um mês sem ter que colocar

um caminhão na ofi cina para fazer conserto, ou problema

com pneu furado, cortado”.

Quanto a não-existência do relatório de vendas

por clientes, sem as Informações sobre histórico de vendas

individual por cliente, pode-se dizer que causa graves

problemas no controle do processo. Para Chiavenato (1993,

p. 263).A fi nalidade do controle é assegurar que os resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. A essência do controle reside na verifi cação se a atividade controlada está, ou não, alcançando os objetivos ou resultados desejados.

Na visão do responsável pelo setor de vendas (2006) a

utilização da TI é fundamental para o crescimento da

empresa: [...]na atual conjuntura de mercado é necessário ter-se todos os controles possíveis e imagináveis, pois estes facilitarão a empresa no planejamento de suas atividades e conseqüentemente ela se tornará mais competitiva no mercado[...]

Para o SEBRAE/ES (2007, p. 15), no processo de

informatização, uma organização no setor de distribuição de

bebidas deverá preocupar-se com,

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Universidade do Sul de Santa Catarina

[...] um projeto abrangente que atenda toda a empresa, desde o gerenciamento de conteúdo para websites, até os controles administrativos (fi nanceiro, estoque, caixa, cadastro de clientes, etc.), passando pela automação inclusive: caixas eletrônicas, impressoras para preenchimento automático de cheques, código de barras nos produtos, etc.

Esta falta de controle por parte da empresa

também já gerou a perda de clientes potenciais, pois os

mesmos sentiram-se constrangidos com a presença do

cobrador, relacionada a uma conta paga.

Em outra situação, houve a perda por parte dos

funcionários da caderneta de cobrança, o que gerou um

prejuízo considerável para a empresa, pois ela não tinha

como saber qual o cliente que estava devendo.

Quando do acerto das comissões com os

funcionários, geralmente ocorre divergências de valores entre

o que está sendo pago e o controle feito pelos funcionários

comissionados, gerando confl itos entre os mesmos. Isso tudo

é devido à falta de controle diário das vendas realizadas por

caminhão.

A empresa não tem um sistema de controle de

estoque adequado e integrado ao processo de vendas, o que

está gerando perdas fi nanceiras. Muitas vezes os clientes

querem determinado produto, mas não está disponível.

Esta é uma área essencial para empresas, tal

como mostra Dias (1990, p. 28),

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

O controle de estoque é uma área muito importante de uma empresa, grande ou pequena, pois é através dele que ela será capaz de prever o quanto que será necessário comprar no próximo pedido ao fornecedor, além de fornecer informações úteis sobre as vendas, já que muitas vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros e não condizem com a realidade, afi nal, os setores de vendas querem comissões. O principal objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso efi ciente dos meios internos de uma empresa, e minimizar as necessidades de capital investido em estoque.

A falta de integração entre estas duas áreas é

ainda mais acentuada pela falta de um organograma defi nindo

corretamente quem é quem dentro da organização, bem como,

a falta de um funcionograma que defi na corretamente quais

as atividades que serão desenvolvidas pelos colaboradores

da empresa.

Segundo Faria (1982, p. 66):

O organograma é o gráfi co que representa a organização formal, confi gurada na estrutura que foi delineada [...]. Visualiza os órgãos competentes, a via hierárquica, a subordinação, o itinerário das comunicações e a independência entre as partes do todo.

Já o Funcionograma segundo Faria (1994), é

o gráfi co que amplia partes setoriais de um organograma,

respeitando suas características estruturais, para realizar a

descrição funcional e mostrar detalhes importantes, fazendo

a confi guração e a localização das funções de cada um dos

órgãos componentes.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Um ponto positivo da empresa é a sua

independência em relação aos fornecedores, pois não tem

exclusividade de nenhuma “bandeira”, possui, sim, uma

diversifi cação de produtos que fazem com que ela possa

competir no mercado com as outras distribuidoras existentes

na cidade. Seus produtos são de ótima aceitação por parte

dos clientes, pois são produtos de grande consumo por parte

dos consumidores fi nais. A alta rotatividade dos produtos

distribuídos faz com que a empresa tenha um estoque sempre

renovado, pois os produtos fi cam muito pouco tempo dentro

da empresa.

Na seqüência, apresenta-se um quadro com os

pontos fortes e fracos levantados na observação realizada na

empresa em estudo.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Quadro 4 - Pontos fortes e fracos dos processos na empresa XYZ Fonte: Elaboração do autor, 2006.

Problema Pontos Fortes Pontos fracos Justifi cativa

Como otimizar e informatizar os processos da empresa, com foco no setor de vendas, visando reduzir os custos e prospectar novos clientes na empresa XYZ Distribuidora, de Palhoça (SC)?

Empresa disponibiliza lista de clientes a serem visitados e está disposta a alterar o sistema de trabalho.

Falta de roteiro para as visitas (seqüência), informando clientes já visitados na semana, bem como antecipando os pedidos. Alto número de retornos para reabastecimento e muitas visitas sem efetuar vendas.

Trata-se de perda de vendas e altos gastos com combustível e manutenção dos veículos.

Existem dados de pagamentos disponíveis pelos vendedores (motoristas) ou pelo motoboy.

Falta de controle automatizado do processo de cobrança.

Perda de clientes provocada pelo transtorno e constrangimento da cobrança indevida.

Preocupação da empresa em solucionar este problema.

Falta de controle automatizado das comissões a pagar aos vendedores.

Pagamento das comissões não fecha com os valores anotados pelos vendedores.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 2 - Proposta de solução da situação-problema

Neste item, você irá defi nir as estratégias ou ações recomendadas

para a maximização dos pontos críticos observados na realidade

analisada.

Partindo deste princípio, deixe claro no seu texto o que é

a proposta de melhoria (o que você sugere em relação aos

problemas identifi cados), o que são os resultados esperados (o

que será alcançado após implementar as sugestões propostas)

e qual é a viabilidade (quais as condições que impedem e as

condições que permitem ser a proposta seja implementada).

Os resultados esperados, bem como a viabilidade da sua proposta

estarão relacionados com a sua proposta de melhorias.

Nesta etapa, você poderá colher informações sobre outros casos

que foram investigados em outras situações ou localidades, mas

que sejam consistentes, para testar generalizações no seu próprio

estudo de caso, conforme Bonoma (1985).

Para Yin (2005), essa capacidade de unir um novo estudo de caso

a pesquisas anteriores é inestimável, semelhante à capacidade de

rememorar resultados experimentais anteriores ao se ler sobre um

novo conjunto de experimentos.

O aspecto crítico desta etapa, segundo Bressan (2006),

reside na necessidade, por parte do pesquisador, de estar

aberto para o fato de muitas das suas generalizações não

serem bastante gerais, mas circunscritas a situações

particulares, para tratar as desconformidades como

um estímulo para o desenvolvimento de novas

generalizações ou de modifi cações nas já realizadas.

Esta etapa é divida em 3 partes distintas:

a. proposta de melhoria para a realidade estudada;

b. resultados esperados; e

c. viabilidade da proposta.

Veja como se organiza e se estrutura cada uma das partes.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

a. Proposta de melhoria para a realidade estudada

É a etapa onde se apresenta a proposta de melhoria para a

realidade estudada. O prognóstico compreende, assim, as

estratégias ou ações recomendadas para a maximização dos

pontos críticos observados na realidade analisada. Para auxiliá-lo

(a) nesta tarefa, o quadro a seguir apresenta uma síntese de ações

recomendadas dentro de cada exemplo que vem sendo citado ao

longo deste livro, tendo por base os pontos críticos levantados na

seção anterior, e que pode ser útil na elaboração do prognóstico

de seu Estudo de Caso.

Flores (2008) nos apresenta algumas dicas sobre o conteúdo a ser

apresentado neste tópico. Veja:

na sua proposta de melhoria comece observando

novamente os objetivos traçados no início do projeto,

pois as ações recomendadas devem tê-los como um norte;

desenvolva sua proposta de melhoria sempre em

etapas, pois fi ca mais organizada. Pense na proposta de

melhorias, como um roteiro a ser implementado. Na

seqüência, descreva cada uma destas etapas;

a sua proposta deve estar sempre ligada ao contexto

do projeto, evitando a impressão de que está apenas

descrevendo uma teoria difícil de implementar na prática.

A fundamentação teórica é essencial, mas, além dela

você deve mostrar exatamente como ocorre no contexto

analisado e como a teoria será aplicada;

observe a descrição da realidade que você apresentou e

verifi que se a melhoria da situação atual cumprirá um

passo essencial: a proposta de levantamento e melhoria

nos processos organizacionais.

Consulte os materiais didáticos do curso sobre o assunto de seu relatório, procure sites atualizados, pesquise e também peça ajuda de seu professor sobre outras referências a serem consultadas.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Como gestor (a) pense sempre em uma proposta ideal, mas

integrada, visando atender não apenas a uma tendência de

mercado, mas, principalmente, o alcance de seus objetivos e da

organização (se for o caso).

Na área de projetos há sempre alguns aspectos que são comuns

na maioria das propostas das organizações, independentemente

do tema: a sensibilização de todos os envolvidos no projeto,

encontros para levantamento de expectativas, a capacitação,

apresentação da proposta aos envolvidos, dentre outras.

Avalie se os aspectos acima podem fazer parte da sua proposta de melhorias, mas não se preocupe se nem sempre forem aplicáveis. Lembre que cada projeto é diferente de outros, e este livro não tem a intenção (e nem conseguiria) cobrir todas as situações

Veja um exemplo que segue em continuidade ao Exemplo 1 da

seção anterior, para auxiliá-lo (a) nesta construção:

Problema de pesquisa Pontos críticos Ações recomendadas

- Qual o nível de motivação dos funcionários do Hotel X, do município de Palhoça, SC?

Desconhecimento do nível de motivação e satisfação dos funcionários com o trabalho.

Realizar pesquisas periódicas de motivação.Criar política motivacional de benefícios para os funcionários.Fazer confraternizações entre chefi a e funcionários, para fortalecer o relacionamento interpessoal.

Quadro 4.2 - Problema de pesquisa.Fonte: Elaboração dos autores, 2008.

b. Resultados esperados

Deve-se descrever quais os resultados esperados, se a proposta

de solução for implementada. Quando for possível, pode-se

também apresentar esboços da implementação da proposta,

de modo a exemplifi car os tipos de resultados previstos. Se

a proposta já está em fase de aplicação, pode-se apresentar

resultados preliminares.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Se a proposta para a solução de um problema for o estudo e modelagem de processos organizacionais, na proposta poderão ser incluídos exemplos de processos já modelados na forma de fl uxogramas. Isto só será possível, entretanto, se o projeto amadurecer o sufi ciente para que se atinja tal resultado, o que dependerá também da complexidade do tema/problema abordado.

Leve em conta que você está desenvolvendo um trabalho em

gestão, por isso apresente detalhes sobre a área de gestão (ex:

ganhos com integração entre os setores, com melhoria dos

processos, etc.), bem como detalhes dos resultados que podem ser

alcançados com o uso de determinados sistemas de informação

ou com o uso de determinados fl uxos administrativos, em relação

ao que estava posto (dependendo do que estiver na proposta de

melhorias).

Você está lembrado da justifi cativa, quando você informou porque este projeto era importante? Este é o momento de apresentar, de forma mais concreta, os ganhos esperados com o projeto. Assim, apresente informações, incluindo todos os pontos de vista (da organização, da sociedade, dos gestores, dos usuários e demais envolvidos).

c. Viabilidade da proposta

Nesta etapa, você deve procurar mostrar ao administrador/

proprietário da organização estudada que as estratégias e

ações, ou seja, a proposta de melhoria apresentada é viável

ao objeto de estudo. Para Amboni e Amboni (2006),

a viabilidade das estratégias propostas deve levar em

consideração a realidade da empresa (se for o caso). Assim, nas

sugestões, alguns aspectos devem ser considerados tais como:

recursos fi nanceiros disponibilizados pela empresa; recursos

humanos qualifi cados à execução das ações; recursos materiais

e tecnológicos que facilitarão a implementação das estratégias; a

infra-estrutura física da empresa.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Lembre-se que cabe a você considerar outros aspectos os quais infl uenciarão a implementação da proposta sugerida. Cabe a você justifi car a necessidade de implementações das ações recomendadas, conforme a necessidade da organização estudada. Lembre-se que você está “vendendo” a proposta de melhoria ao administrador, assim precisa ser o mais convincente possível. Portanto exponha por que sua proposta é necessária à empresa, por que ela é viável do ponto de vista fi nanceiro, humano, tecnológico, etc. Pode ainda, acrescentar em sua argumentação as possíveis melhorias advindas com a implantação de sua proposta.

— Não é pretensão aqui solicitar que você crie um plano fi nanceiro

completo sobre a relação Custo X Benefício da sua sugestão. Mas alguns

pontos orçamentários se fazem necessários dependendo do objeto de

estudo escolhido.

A seguir apresentamos algumas questões que lhe poderão servir

de base ao viabilizar sua proposta, contudo as particularidades de

cada empresa merecem especial atenção. Veja em sequência.

Infra-estrutura física: o objeto de estudo possui infra-

estrutura física sufi ciente para implementar as ações

propostas?

Recursos fi nanceiros: o objeto de estudo possui os

recursos fi nanceiros que darão sustentação à viabilidade

da proposta?

Recursos humanos: existem pessoas disponíveis e

qualifi cadas para viabilização das ações propostas?

Recursos tecnológicos: os recursos tecnológicos existentes

e disponíveis difi cultam a implementação da proposta?

Estrutura: a estrutura organizacional é apropriada para

implementação das ações propostas?

Em se tratando de um estudo de caso onde o objeto

de estudo não é uma organização, podemos adaptar

este item. Como por exemplo, quando o objeto

de estudo for um Hardware, vale ressaltar que

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

esta ação vai um pouco mais longe que a própria aquisição ou

reconfi guração de equipamentos. A importância de um projeto de

implementação fi ca após a sensibilização dos gestores e antes do

investimento em reestruturação de novos sistemas ou estrutura

de hardware. Este é o caminho mais seguro para o sucesso deste

tipo de projeto. Provavelmente, não haverá tempo para que a

organização realize esta atividade de mapeamento por completo

ainda dentro de seu projeto. Assim, o que constará pode ser

apenas a proposta de que esta etapa deve ser realizada, e no

máximo, como ela poderá ser realizada, sem entrar em detalhes

dos processos propriamente ditos.

Quando houver a sugestão para a aquisição de sistemas,

hardware, serviços em TI, mão de obra, matéria-prima, etc., não

escreva apenas que deverá usar esta ou aquela tecnologia, esta

ou aquela marca, este ou aquele perfi l de indivíduos. Procure ser

mais específi co (a), não necessariamente indicando um produto,

mas mostrando diversas possibilidades no mercado.

Apresente ainda a metodologia sobre como a organização pode

fazer a escolha do produto ou serviço mais adequado. Mais à

frente, no item da viabilidade, mostre os benefícios e limitações

de cada uma das possibilidades listadas neste tópico.

Se você apresentar uma proposta de terceirização, faça ampla

pesquisa de empresas que oferecem este serviço e apresente

um plano sobre a melhor forma de contratação destes serviços.

Coloque como limitação que esta ação não deve inviabilizar

a participação interna, que esta integração entre contratante e

contratado é essencial para o sucesso do projeto.

Novamente remetemos aos conselhos de Flores (2008), para nos

auxiliar nesta construção.

Faça um plano relacionado ao tempo necessário para

as mudanças propostas, interligando com as etapas

previstas.

Detalhe este item com um cronograma sugerido,

apresentando para cada etapa/ação proposta a viabilidade

do ponto de vista de recursos humanos, fi nanceiro etc.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Uma sugestão é montar uma tabela após o texto inicial

da viabilidade, com uma linha para cada item proposto,

uma para recursos humanos, uma para recursos

fi nanceiros entre outros. Na última coluna da tabela,

justifi que a viabilidade, ou não, de cada um dos itens

apresentados.

Apresente o máximo de informações que dê suporte à

tomada de decisões para os gestores sobre a implantação,

ou não, da proposta de melhoria.

Acompanhe em seguida o nosso exemplo padrão do relatório de

Bitencourt (2006).

6 PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA SITUAÇÃO-

PROBLEMA

Nesta seção apresenta-se propostas de melhoria,

resultados esperados e a viabilidade da proposta.

6.1 PROPOSTA DE MELHORIA PARA A

REALIDADE ESTUDADA

A partir da situação analisada, sugere-se que

a empresa XYZ Distribuidora faça, com urgência, uma

reestruturação administrativa, elaborando um organograma

e um funcionograma, importantíssimos para demonstrar a

estrutura e funcionamento da organização.

As mudanças na estrutura organizacional que

deverão ser realizadas pela empresa são determinantes

para o seu crescimento no mercado de atuação. Deve-se

considerar que as propostas apresentadas neste trabalho

estão direcionadas ao setor de vendas da empresa, mas não

adianta implantá-las, se não for realizada, primeiramente, a

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

reestruturação de toda a organização, incluindo a integração

entre os departamentos da empresa.

O processo de integração deve ser realizado

após o mapeamento dos processos existentes dentro da

organização. Esta análise vai proporcionar uma modelagem

correta dos processos, facilitando a identifi cação e o

mapeamento das fases de sua tramitação.

Assim, neste projeto propõe-se alternativas para

a atual situação da empresa, direcionando-as principalmente

para auxiliar no aumento e controle das vendas, mas vale

ressaltar que estas sugestões devem estar integradas com as

mudanças descritas acima.

O papel da tecnologia da informação será

essencial neste contexto, uma vez que contribuirá para que a

organização possa ter informações de todos os seus setores

e, conseqüentemente, colaborar na melhoria da sua estrutura

organizacional. Assim, como comentado por Rodrigues

(2006 p.30), “Cada vez mais se torna necessário que TI

consiga prover informações e infra-estrutura para que as

áreas de negócios possam fazer o que deve ser feito de forma

rápida e efi ciente: gerar novos negócios e aumentar o lucro”.

A XYZ Distribuidora conta hoje com um sistema

de informações muito incompleto, não possui ferramentas

específi cas para o uso rotineiro, e as de que dispõe são

incapazes de fornecer dados precisos em tempo real.

Um sistema inadequado torna inefi cientes os

demais processos: com isso o desencontro de informações

é uma constante, trazendo prejuízos consideráveis para a

organização.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Visando minimizar os problemas relatados,

apresentam-se a seguir algumas ações e estratégias para

um passo a passo, em busca dos objetivos traçados nesta

proposta.

a) Solução em TI nos setores de vendas e

retaguarda

Esta ação consiste na aquisição de um sistema de

pré-venda, entrega, controle de estoque físico e fi nanceiro,

capacitação dos usuários.

A proposta é a aquisição de um sistema que

forneça, em tempo real, qual é a atual situação do estoque,

informações precisas, ágeis e confi áveis (quando lançadas e

utilizadas de forma correta); também servirá para calcular as

comissões dos vendedores da empresa, e controlar os boletos

a prazo.

O processo de vendas, carga e entrega das

mercadorias contemplaria as etapas descritas a seguir:

• a partir do momento que um item é

cadastrado, tão logo seja carregado o

PDA. – Palmtop do vendedor (todos

os dias, no fi m da tarde), esse item

automaticamente é lançado para o mix do

PDA;

• no dia seguinte, após serem efetuadas as

vendas, todos os PDAs são descarregados

no computador da empresa,

conseqüentemente o sistema de estoques

irá dar a baixa nos estoques dos produtos

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

vendidos, será emitido um remanejo de

carga, através do qual são carregados os

caminhões;

• paralelamente à etapa b, são emitidas as

notas fi scais e boletos das mercadorias

pelo gerente de estoque, que confere a

carga e faz a liberação da mesma;

• em seguida, enquanto o motorista

confere as notas fi scais e acerta o roteiro

a ser percorrido no dia seguinte, o

caminhão é enlonado e fi ca até o próximo

dia, quando irá fi nalmente para a rota

realizar as entregas;

• quando há algum retorno (mercadoria

devolvida pelo cliente por qualquer

razão), a nota é cancelada. Será dada

a baixa do pedido no sistema, então

o sistema automaticamente repõe a

mercadoria daquele pedido no estoque e

refaz o cálculo da comissão do vendedor,

retirando o valor recebido por ele,

referente ao pedido devolvido.

Mediante as ferramentas mencionadas, para

a real melhoria na gestão do estoque da empresa XYZ

Distribuidora, é necessário o treinamento e capacitação dos

funcionários que manuseiam o sistema informatizado da

empresa, uma vez que o software atual é altamente avançado

e capaz de atender a todas as necessidades da organização.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Em pesquisa realizada, verifi cou-se que o

treinamento é fornecido gratuitamente pela empresa

fornecedora do sistema, basta que seja previamente

agendado.

b) Ampliação da equipe de vendas

Após analisar o quadro de vendedores, a forma

de atuação da equipe e compará-los aos concorrentes,

chegou-se à conclusão de que o número ideal de vendedores

para a região de atuação da XYZ Distribuidora hoje é de

cinco vendedores, e não quatro. Esse é um dos passos para

que a empresa possa viabilizar um melhor atendimento aos

seus clientes.

A contratação de mais um integrante na equipe

de vendas é um ponto importante da solução desenhada

nesse projeto, pois constitui o primeiro passo para a redivisão

das áreas. Estas serão as únicas alterações no quadro de

colaboradores; já, no quadro de funcionários da equipe de

entrega, apenas tem-se o redimensionamento de alguns

membros da equipe. Atente-se para que, o quinto vendedor

será o responsável pelo atendimento aos principais clientes

da organização, incluindo os supermercados e mercados de

maior porte da região de atuação da empresa.

O quinto integrante da equipe de vendas, não

necessariamente terá de ser a pessoa a ser contratada, tendo

em vista que a empresa possui dentro da própria equipe, um

profi ssional que conta com quatorze anos de experiência

no ramo, uma excelente comunicação e tem um profundo

conhecimento tanto da marca, quanto da empresa a qual ele

representa. Por tudo isso, o recomendável é que a organização

remaneje esse profi ssional ao cargo de vendedor de rota AS1

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Unidade 4

e AS2, e contrate um vendedor, não menos gabaritado que os

demais para o cargo de vendedor de rota normal.

c) Alteração do zoneamento de vendas

Este passo consiste em uma equalização nas

rotas, tanto no aspecto fi nanceiro, analisando o potencial

de cada rota, quanto ao número de clientes, proporcionando

uma igualdade (pelo menos em um primeiro estágio) entre

os vendedores, para que, a partir daí possa realizar uma

avaliação do desempenho de cada integrante da equipe de

vendas.

As novas rotas fi carão com um número bastante

próximo de clientes, ocasionando um atendimento mais

adequado e fazendo com que os vendedores encerrem as

rotas quase que simultaneamente.

d) Proposta de capacitação da equipe de

vendas

A profi ssionalização da equipe de vendas e sua

capacitação devem ser iniciadas o mais rápido possível, uma

vez que cursos de atualização são raros por parte da indústria

ou da própria empresa. Os profi ssionais da área de venda

em sua grande maioria são entregadores da própria empresa

e que serão promovidos, sem nenhum tipo de capacitação

adequada, para a função de vendedor.

6.2 RESULTADOS ESPERADOS

A partir das propostas de melhorias espera-se

extinguir ou pelo menos amenizar os elementos que atingem

consideravelmente todo o funcionamento da organização,

almejando uma melhora constante em todos os processos.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

a) Solução em TI nos setores de vendas e

retaguarda

Com a emissão de relatórios de vendas diários

com cópia para os vendedores acompanharem os valores

vendidos de forma acumulativa e o valor da comissão a

receber, haverá redução dos problemas quanto aos valores

pagos na forma de comissão aos vendedores.

Com toda a venda será emitida uma nota fi scal a

vista, e quando for a prazo serão emitidos também os boletos

de cobrança entregues juntamente com as mercadorias.

Assim, espera-se, eliminar também as cobranças em

duplicidade feitas por motoboy.

Espera-se que a reestruturação e integração

dos processos por meio de um sistema informatizado faça

a ruptura do ciclo vicioso de falta de controle, solucionando

problemas já citados como o não-cumprimento do roteiro

estabelecido, devido à falta de mercadorias; o retorno para

reabastecer-se de mercadoria; o retorno das visitas sem

efetuar nenhuma venda; as cobranças em duplicidade de

valores das vendas a prazo; o elevado custo de manutenção

dos veículos e gastos de combustível; a falta de controle das

comissões a pagar aos vendedores, dentre outros citados.

b) Ampliação da equipe de vendas

A contratação de mais um vendedor não deverá

diminuir a remuneração dos vendedores, mas sim instigá-los

a buscar novos clientes, ampliando desta maneira a carteira

de clientes da organização. Ainda: proporcionar um tempo

mais aprimorado no atendimento, fazendo com que, desta

forma, o vendedor possa não apenas “tirar pedido”, (prática

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Unidade 4

essa que vem se tornando cada vez mais comum entre os

vendedores da empresa).

c) Alteração do zoneamento de vendas

A mudança proposta no zoneamento irá

possibilitar maior agilidade no processamento dos pedidos,

na recarga dos PDAs e, conseqüentemente, no carregamento

dos caminhões, além da redução dos gastos com combustível

e custos de manutenção dos caminhões.

d) Proposta de capacitação da equipe de

vendas

Visa-se com tal alcançar uma pré-padronização

da rotina de trabalho, adequando a equipe às novas tecnologias

a serem implantadas na empresa, tais como, palmtop,

terminais de consulta de rotas, provisionamento de vendas

e promoções, consulta de comissões a receber entre outras.

Espera-se com estas ações que os vendedores aprimorem sua

metodologia de trabalho.

Com a implantação das propostas apresentadas

anteriormente, estima-se que a empresa terá um acrescido no

seu faturamento, em torno de 15%, isto já na primeira fase

do projeto, logo após sua implantação.

6.3 VIABILIDADE DA PROPOSTA

Observou-se na empresa que os diretores da

XYZ Distribuidora estão preocupados e dispostos a fazer as

mudanças que forem necessárias para melhorar os controles

da empresa.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Por outro lado, de nada adianta ter boa vontade,

se os custos da proposta apresentada não forem viáveis do

ponto de vista fi nanceiro.

Assim, em relação às propostas elencadas acima,

tem-se a considerar, como segue.

1º A aquisição de um sistema que faça o

gerenciamento físico/fi nanceiro custa aproximadamente

R$ 379,00 (trezentos e setenta e nove reais) a cópia, para a

instalação em um microcomputador. Demais terminais, têm-

se um acréscimo de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) de

licença para cada micro. Nestes valores já estão inclusos o

treinamento dos funcionários para utilização do sistema e

adequação do mesmo junto à empresa contratante.

O curso tem duração de dois dias úteis em horário

comercial: caso os funcionários não tenham atingido a meta

em conhecimento, haverá um adicional de custo de R$ 80,00

(oitenta reais) de diária, mais os valores de deslocamento,

sendo que o treinamento não poderá ultrapassar seis dias

úteis.

A adequação da empresa, ou seja, o cadastramento

dos produtos e clientes deverá ser feito após o treinamento.

2º Aquisição de quatro microcomputadores com

sistema operacional Windows XP e demais componentes a

um custo de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) cada

micro.

3º Aquisição de duas impressoras, sendo uma

laser e uma matricial, com um custo de R$ 2.100,00 (dois

mil e cem reais).

4º Implantação de uma rede interna, com

aquisição de um HUB, cabos e demais componentes, com

um custo de R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais).

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

5º Aquisição de cinco Palmtops a um custo de

R$ 889,00 (oitocentos e oitenta e nove reais) cada.

6º Manutenção mensal do sistema: R$ 120,00

(cento e vinte reais).

A seguir, um resumo dos investimentos no

projeto proposto:

Tabela 5 - Investimentos para implantar sistema de vendas na empresa XYZ

Descrição Unitário Total

Sistema 379,00 379,00

3 Licenças 150,00 450,00

Manutenção mensal 120,00

4 micros 2.500,00 10.000,00

Impressora 2.100,00

5 Palmtops 889,00 4.445,00

Instalação rede 350,00

Total 17.844,00

Fonte: Elaboração do autor, 2006.

Considerando que a empresa terá um incremento

no seu faturamento de, aproximadamente, 15% a partir

do momento da implantação das propostas, o valor a ser

investido (tabela 5) é baixo em relação ao retorno, tendo

em vista que, em dois meses de vendas somente, o que for

acrescido cobrirá os custos de instalação das propostas.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 3 - Considerações fi nais

As considerações fi nais envolvem o momento de descrever

suas constatações e resultados para a conclusão, que deve

também estar neste mesmo item, quando aqui apresentadas as

considerações fi nais e conclusões do seu relatório de estudo de

caso. Aqui se deve responder ao problema, demonstrando que

os objetivos propostos foram alcançados. Recomenda-se que se

utilize o termo “considerações fi nais” ao invés de “conclusão”, já

que se trata de um resgate dos pontos principais do estudo de

caso apresentado.

As considerações fi nais devem contemplar 3 questões

importantes:

a) apresentar os resultados encontrados no estudo e

demonstrar como os objetivos inicialmente propostos

foram atingidos. Observe que os objetivos inicialmente

definidos devem agora ser retomados e avaliados,

prestando contas ao compromisso inicial de atingi-los;

b) descrever quais os dados e obstáculos que você

encontrou no desenvolvimento do seu relatório de

estudo de caso e como eles foram superados ou

contornados;

c) finalmente, como esta é a última atividade do relatório

de estudo de caso, você deverá preencher os elementos

pré-textuais que faltam no início do trabalho, para que

este seja finalizado. Inclua, assim, agradecimentos,

local e data do trabalho nas partes que lhes cabem no

modelo.

Seguem mais algumas dicas:

as considerações fi nais, embora tragam o fechamento

com uma retomada no tema e nos objetivos, não

representam um simples resumo do trabalho feito.

Também não representam a repetição da introdução;

as considerações fi nais consistem no enunciado que foi

exposto no desenvolvimento do trabalho;

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

as considerações fi nais podem ser escritas de forma

mais livre; e, independente do tipo de abordagem

que tem a pesquisa (qualitativa ou quantitativa), você

pode emitir juízos de valor sobre os resultados obtidos,

sem perder, é claro, a elegância literária de um texto

científi co. Nas considerações fi nais, você, também,

pode fazer julgamentos a partir dos fatos apresentados,

discutidos e interpretados. Por exemplo: você pode

fazer vários julgamentos acerca das estratégias/ações e/

ou da nova proposta metodológica apresentada para a

elaboração e implementação do planejamento estratégico

para a empresa XXX do Rio de Janeiro, objetivando o

aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico;

nas considerações fi nais, você precisa demonstrar todo o

seu potencial criativo e talento empreendedor para fi car

evidenciado que consegue relacionar os assuntos como

se estivesse driblando as ondas do mar. (AMBONI;

AMBONI, 1999);

por último, deixe sempre uma recomendação de

continuidade ou sugestão para outros estudos nesta área

que você escolheu para realizar o seu estudo de caso.

— É importante lembrar que o item considerações fi nais deve ser feito

com base em todas as etapas anteriormente desenvolvidas. Esta seção

representa uma síntese dos objetivos com seus respectivos resultados.

Um exemplo resumido de considerações fi nais do tema que tem

sido base ao longo deste livro é apresentado a seguir, para maior

compreensão.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na realização deste trabalho, buscou-se

desenvolver propostas de reestruturação e informatização dos

processos organizacionais para a empresa XYZ Distribuidora

de bebidas, com o objetivo de ampliar a participação de

mercado e reduzir os custos operacionais das suas vendas.

Acredita-se que, fazendo uso das propostas

apresentadas neste estudo, a empresa será capaz de

adequar sua equipe de vendas às realidades do mercado,

podendo absorver aspectos positivos de sua estrutura

atual e desenvolver ações de melhoria de acordo com suas

necessidades.

Com a ampliação da equipe de vendas, a

empresa terá vantagens competitivas em relação aos seus

concorrentes, pois estará atuando com um número maior de

vendedores a fi m de melhor atender os seus clientes, já que o

número atual de vendedores é incompatível com a realidade

da área de atuação da empresa.

Em TI nada pode ser tido como defi nitivo para

uma empresa, pois as mudanças no cenário e nas tendências

econômicas ocorrem de maneira instantânea, fazendo com

que as empresas revejam suas estratégias

dia-a-dia. Porém alguns métodos vêm demonstrando-

se imprescindíveis. Como por exemplo, a agilidade das

operações e a qualidade no atendimento prestado.

Acredita-se que, se a empresa implantar o que foi

proposto, terá grandes possibilidades de reduzir seus custos

e prospectar novos clientes, pois terá maior controle dos

processos que estão envolvidos nesta sistemática. Processos

estes que hoje não têm controle nenhum.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

O grande desafi o foi elaborar um projeto de

implantação viável, de fácil entendimento e adequado às

necessidades da empresa, de forma a minimizar os problemas

detectados na fase de observação, por parte do acadêmico.

Os obstáculos encontrados no desenvolvimento do

projeto foram a resistência por parte de alguns colaboradores

da empresa em prestar informações ao acadêmico. Isto,

devido à resistência que existe, por parte das pessoas, em se

adaptarem às novas tecnologias de mercado.

Mas os obstáculos maiores estão por vir, quando

da implantação deste projeto. É um novo desafi o para este

acadêmico.

Fonte: Bitencourt (2006). Com modifi cações.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 4 - Referências, anexos e apêndices

Referências

A referência é o conjunto de elementos que identifi cam as obras

consultadas e/ou citadas no texto. Essa pode ser composta por

livros, jornais, revistas, boletins, ensaios, entrevistas, seminários,

fi lmes, periódicos e outras fontes de pesquisa que deverão

obedecer à orientação para referências bibliográfi cas, conforme as

normas da ABNT.

As referências são normalizadas de acordo com a Norma

6023/2002 (Informação e documentação – Referências –

Elaboração) da ABNT. Por isso, trabalhos que não possuem

referências bibliográfi cas não são considerados de cunho

científi co. Outro detalhe importante é que a ordem alfabética dos

autores constitui a maneira mais fácil de organizar a bibliografi a.

De acordo com Amboni e Amboni (2005) à medida que

fontes de pesquisa forem sendo utilizadas, deve-se registrar as

referências utilizadas. Em hipótese nenhuma, você deverá deixar

para o fi nal o registro das referências.

Lembre-se: sempre que se fi zer uso de alguma citação de outras fontes no texto, deve-se atribuí-la ao seu autor referenciando sua obra. O uso não-referenciado, a não referenciação implica uso indevido da obra de outro autor. Você deve saber que as referências englobam todos os autores e/ou obras que foram citadas no corpo da pesquisa.

Ao pesquisador que vai elaborar as suas referências, recomenda-

se que faça a seguinte pergunta:

O que diz a ABNT?

Lembre-se que todo material usado (livros, revistas, artigos da internet, entrevistas e relatórios) deve ser devidamente referenciado nesta secção do seu estudo de caso.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

As referências devem seguir os padrões da norma da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6023. Elas

devem ser apresentadas em ordem alfabética e não devem ser

numeradas. As referências, de acordo com a norma da ABNT –

NBR 6023 são aquelas que permitem a identifi cação, no todo ou

em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos

tipos de materiais, utilizados como fonte de consulta e citados por

você na pesquisa elaborada.

Toda referência pode ser dividida em elementos essenciais e

complementares, a saber:

elementos essenciais : são as informações indispensáveis

à identifi cação do documento, tais como: autor(es), título,

subtítulo, edição, local, editora e data de publicação.

Todos estes elementos chamados de essenciais devem

constar nas referências utilizadas para o desenvolvimento

da sua pesquisa;

elementos complementares : são os opcionais que

podem ser acrescentados aos essenciais, para melhor

caracterizar as publicações referenciadas, tais como:

volumes, série editorial ou coleção, etc. Alguns elementos

complementares, em determinadas situações, podem

tornar-se essenciais: é o caso do nº da edição (edição da

revista ou ampliada) e do organizador. Estes elementos

são opcionais, ou seja, você menciona se desejar.

Você não pode se esquecer de duas questões fundamentais sobre

as referências:

as referências são alinhadas à esquerda, com espaço entre

linhas simples e separadas entre si por espaço duplo;

o recurso usado para destacar o título - negrito, itálico ou

sublinhado – deve ser uniforme em todas as referências.

Uma vez esclarecido este conceito, vale retomarmos a explicação

sobre a construção das referências segundo os padrões da norma

da ABNT - NBR 6023. Estes exemplos, já os mostramos na

unidade 3, porém vamos vê-los novamente.

Segue, juntamente com este livro, a publicação “Trabalhos Acadêmicos na Unisul”, que tem por objetivo orientá-lo(a) sobre a forma de elaborar a apresentação gráfi ca de trabalhos acadêmicos. É uma publicação ricamente ilustrada, dando ao leitor o passo a passo de como elaborar e apresentar citações, ilustrações, referências, bem como a estrutura de trabalhos acadêmicos.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O que fazer para fi nalizar o Estudo de Caso

Anexos e Apêndices

Aqui é importante que você conheça quais são as informações

que devem ser destinadas como apêndice e/ou anexo, que assim,

não fi cam no corpo do trabalho.

É importante também que você tenha sempre presente que,

no corpo do trabalho devem ser colocadas as informações

extremamente relevantes para o leitor compreender com mais

facilidade o que está lendo, como afi rmam Amboni e Amboni

(2005). As informações que são importantes e que necessitam

registro, mas que não impedem a continuidade da leitura, podem

ser colocadas em apêndices ou anexos.

O que é um anexo?

Os anexos representam todos os documentos produzidos por

outro autor ou pela organização e que não foram elaborados por

você. Evite o uso excessivo de anexos. Apenas as informações

consideradas extremamente relevantes devem ser colocadas como

anexos.

O que é o apêndice?

Os apêndices representam os documentos elaborados por você,

ou seja, pelo autor da pesquisa. Podemos citar, como exemplo,

os roteiros de entrevistas que você utilizou para a coleta de

dados. Estes documentos foram elaborados por você para fi ns

de pesquisa e devem compor o trabalho para documentá-lo e

esclarecer melhor como se deu a coleta de dados.

Entretanto lembre-se que toda informação que o leitor

precisar no momento da leitura do texto e/ou para facilitar a

sua compreensão, como por exemplo, algum gráfi co, deve ser

apresentada no corpo do trabalho, e não como apêndice.

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Metodologia para Estudo de Caso

Unidade 4

Esperamos que você tenha entendido o caminho para seguir

com a sua pesquisa. Ou, pelo menos, que tenhamos conseguido

motivá-lo (a) a buscar outras formas de construção de um

relatório de pesquisa, haja vista não ser intenção deste livro

esgotar o assunto, muito pelo contrário, o que se pretende é

iniciá-lo (a) e dar a você a oportunidade de procurar aprofundar-

se neste ou em outras formas de pesquisa.

Síntese

Nesta unidade, você estudou a forma como se faz uma descrição

detalhada da realidade observada, além de obter subsídios, como

pesquisador (a) para analisar os pontos fortes e fracos desta

realidade observada.

Depois da análise, você teve oportunidade de estudar, na unidade

4, o quanto é importante apontar uma solução viável para

diminuir a incidência dos pontos fracos evidenciados na análise.

Ainda cabe ressaltar que, após estudar esta unidade, você reunirá

condições para também criar suas considerações fi nais, sempre

se preocupando em apontar as formas com que alcançou seus

objetivos específi cos de pesquisa.

Atividades de auto-avaliação

Agora, para praticar os conhecimentos conquistados nesta unidade, realize as atividades propostas.

1. O que é um relatório de pesquisa?

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Universidade do Sul de Santa Catarina

2. Como você pretende tabular os dados coletados no projeto, para poder completar o seu relatório de pesquisa?

Saiba mais

AMBONI, N; AMBONI, M. F. Pesquisa de avaliação. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.

BOOTH, Wayne; COLOMB, Gregory; WILLIAMS, Joseph. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia, 4. ed. Saraiva: São Paulo, 2003.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho científi co: nova ABNT. 13. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2004.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

RAUBER, J. (Coord.) et al. Apresentação de trabalhos científi cos: normas e orientações práticas. Passo Fundo: UPF Editora, 2002.

VIEIRA, L. A. Projeto de pesquisa e monografi a. 2 ed. Curitiba: Ed. do autor, 2004.

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Page 157: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

Para concluir o estudo

Tenha sempre presente que a elaboração de um trabalho de

pesquisa requer muita dedicação e responsabilidade. Exige

planejamento e revisão sistemática de cada etapa.

Lembre que o projeto e o relatório de pesquisa constituem

um processo e que cada etapa deve ser cuidadosamente

pensada. Os objetivos do projeto precisam ser

constantemente consultados, para que você possa ter

êxito no resultado fi nal, que é a apresentação do relatório.

Lembre, também, que você será acompanhado (a) por um

professor e que toda a dúvida será sanada. Então você não

estará sozinho (a). É importante que você conheça as bases

científi cas da pesquisa e os pressupostos teóricos, para que

você realize uma excelente prática!

Bons estudos!

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Page 159: Apostila - Metodologia Para Estudo de Caso (Unisul - 2009)

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Sobre os professores conteudistas

Enzo de Oliveira MoreiraMestre em Ciências da Linguagem pela Universidade

do Sul de Santa Catarina – UNISUL. É Administrador,

também graduado pela UNISUL. Atualmente,

além de professor universitário atuante em cursos de

graduação e pós-graduação, é coordenador do programa

de Disciplinas a distância do ensino presencial da

UNISUL, atuando ainda na capacitação de professores

da UnisulVirtual. Suas produções científi cas incluem

trabalhos na área de E-learning e de Novas Tecnologias

para a Educação publicados em congressos e revistas

científi cas. É consultor de várias escolas na implantação

da Informática Educacional.

Como professor de pós-graduação, ministra as

disciplinas de Novos Meios Educacionais e Informática

no ensino das Ciências Humanas. Sua atuação como

professor na graduação inclui disciplinas como Gestão da

Informação e do Conhecimento I e II, Administração da

Informática, Administração e Sistemas, Fundamentos de

Sistemas de Informação, Informática Educacional, entre

outras.

Marcelo CavalcantiFormado em Administração de Empresas pela

Escola Superior de Administração e Gerência -

ESAG (UDESC). Pós-graduando em nível de

especialização em Organização, Sistema e Métodos pela

Universidade Federal de Santa Catarina. Mestrando

pelo Departamento de Engenharia e Gestão do

Conhecimento pela Universidade Federal de Santa

Catarina. Doutorando em História e Filosofi a pela

Universidade de Leon – Espanha.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Professor da Unisul nos cursos de Administração, Direito e

Relações Internacionais na modalidade presencial. Professor

da UnisulVirtual nos Cursos de Gestão Estratégica das

Organizações, Administração Pública, Comércio Exterior e

Administração.

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Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação

Unidade 1

1. Como o método representa a orientação geral do pesquisador ao elaborar a sua pesquisa, torna-se importante, neste momento, você apresentar a sua defi nição mais completa, com o intuito de fi car bem claro o trajeto a ser percorrido no decorrer do desenvolvimento da pesquisa.

Resposta: Nesta atividade, você deve estabelecer a diferença entre o método dedutivo e indutivo, pois, desta forma, você terá sucesso na escolha do tipo de procedimento a ser utilizado durante a evolução da pesquisa.

2.a. Resposta

Método dedutivo e indutivo: é importante, nesta atividade, você colocar os principais pontos que caracterizam cada um desses tipos de pesquisa, sabendo que cada um deles guarda uma intimidade bastante signifi cativa com os demais.

2.b. Resposta

Pesquisa descritiva, exploratória e explicativa: partindo do referencial que os meios de investigação são muito importantes para a colocação da pesquisa em prática, nesta atividade você deverá defi nir a pesquisa documental e pesquisa bibliográfi ca. Lembre que a pesquisa documental é em primeira mão, não sofreu nenhum tipo de tendência por parte dos autores.

3.a. Resposta

Documental: Muito semelhante à pesquisa bibliográfi ca, a pesquisa documental diferencia-se por valer-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico. Trata-se, portanto, de uma investigação realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados, ou

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de pessoas que a partir da interpretação do pesquisador, poderão dar origem a uma obra.

3.b. Resposta

Bibliográfi ca: É o estudo sistematizado desenvolvido a partir de material já elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científi cos. O propósito deste tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de pesquisa. Quanto às fontes, poderão ser primárias, se coletadas em materiais originais que deram origem a outros estudos, ou secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas.

Unidade 2

1. Nesta Unidade, estudamos as etapas do Estudo de Caso. Agora, para memorizar, vamos voltar e descrever a defi nição dos itens:

a. seleção e delimitação do caso;

b. o trabalho de campo;

c. a organização e redação do relatório.

Resposta: Ao responder a questão, além de ter cuidado ao selecionar e delimitar o caso a ser investigado dentro de uma organização, sob pena de a pesquisa não ter sucesso, é preciso que você organize e redija, de forma objetiva e direta, a redação do relatório fi nal.

2. Delimite duas habilidades exigidas ao pesquisador de estudo de caso, descritas por YIN (2005).

Resposta: Não adianta o pesquisador ter somente vontade de descrever uma realidade observada dentro de uma organização, além de sua análise e sua posterior solução para o problema apontado. Sem ter habilidade na elaboração do mesmo, segundo o autor citado, fi ca inviável ter sucesso no processo.

3. Cite 2 vantagens do método de estudo de caso, apresentadas por Bruyne et al (1994) .

Resposta: Quanto maior for a clareza no estabelecimento do método do estudo de caso, mais organizada será a pesquisa, trazendo ao pesquisador tranqüilidade na evolução do processo. Portanto, nesta atividade você deve trazer vantagens de um método bem estruturado de estudo de caso.

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Unidade 3

1. No seu entender, por qual motivo, a introdução é a última etapa a ser vencida ao elaborarmos um estudo de caso?

Resposta: Nesta atividade você deve apontar os motivos que levam o pesquisador a elaborar por último uma introdução. Cabe ressaltar que a introdução tem a mesma função de motivar o leitor a continuar a ler o trabalho como um todo. Por isso a sua importância é fundamental.

2. No seu entender, por quais motivos o seguinte exemplo de tema de pesquisa não se converterá em uma pesquisa em forma de estudo de caso?

Tema: “Proposta metodológica de identifi cação do nível de satisfação dos clientes das Lojas Bahia”.

Resposta: É importante, ao se criar um tema de pesquisa, que seja muito bem delimitado em termos de tempo e espaço. Desta forma, analise o exemplo desta atividade e verifi que se o mesmo terá possibilidade de se transformar em pesquisa. Veja com atenção como está a descrição do tempo e espaço.

3. Baseado no exemplo de objetivo geral citado pelos autores, crie três objetivos específi cos de pesquisa pelo menos.

Objetivo geral de pesquisa: “A presente pesquisa tem por objetivo geral o de apresentar uma proposta metodológica de elaboração e implementação de um Plano de Marketing para a Empresa Alfa, durante o segundo semestre de 2007, que vise o aprendizado contínuo e o alinhamento estratégico da referida instituição”.

Resposta: Os autores mais famosos da Metodologia Cientifi ca afi rmam que os objetivos específi cos de pesquisa devem apontar os caminhos para se alcançar o objetivo geral. Desta forma, você deve criar alguns objetivos específi cos de pesquisa, baseando-se no exemplo exposto nesta atividade, com verbos no infi nitivo. Esta resposta é subjetiva, pois podemos retirar do exemplo apresentado diversos tipos de objetivos específi cos.

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Unidade 4

1. O que é um relatório de pesquisa?

Resposta: Como primeira análise, diríamos que o relatório de pesquisa é o documento que mostra como a pesquisa foi planejada, como foi executada, que dados foram coletados, como esses dados foram analisados e que resultados pode-se extrair deles.

Salomon (1999) afi rma que o relatório de pesquisa, fundamentalmente, se destina a demonstrar a realização de um estudo científi co ou a prestar contas de uma atividade. Por essas razões, a ênfase do relatório deve, de modo geral, situar-se sobre os resultados, sobre as aplicações da pesquisa.

O objetivo de um relatório é demonstrar a realização de um estudo. Dessa maneira, um relatório de pesquisa pode apresentar formas diversas, de acordo com o tipo de estudo. Mas podem-se apresentar, de maneira geral, as partes que devem compor um relatório.

2. Como você pretende tabular os dados coletados no projeto para poder completar o seu relatório de pesquisa?

Resposta: Nesta atividade, é importante você defi nir a forma de tabular os dados coletados na pesquisa de campo. Uma forma lógica, clara e objetiva induz uma interpretação de igual forma, facilitando a obtenção dos resultados.

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