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NOÇÕES SOBRE ACÚSTICA 1. ACÚSTICA – Ciência que estuda a interação entre o som e o ambiente, onde o mesmo é “produzido ou reproduzido”.A Acústica se preocupa com os fenômenos físicos da propagação do som, tais como: reflexão, absorção, reverberação, etc... O QUE É SOM? É qualquer mudança na pressão do ar que os nossos ouvidos conseguem detectar ou processar. Porém, a movimentação do ar tem que ser forte o suficiente para mover os tímpanos dos ouvidos. Quanto mais forte for a pressão, mais alto será o som. Percebemos o som quando este está dentro de certa faixa de freqüência. Esta faixa de freqüência, para o ouvido humano, varia de 20Hz(20 oscilações/s) à 20.000Hz (20.000 oscilações/s). 2. A.F.(Áudio Frequency) – Freqüências Audíveis São as freqüências audíveis ou captadas pelo ouvido humano. Variam de 20 a 20.000Hz, aproximadamente. 3. NOÇÕES BÁSICAS DE FREQÜÊNCIAS – Hertz: Unidade de medida de freqüência = número de vibrações (ciclo) de uma onda/segundo. O nome homenageia o físico alemão HEINRICH RUDOLF HERTZ (1857-1894). É representada pelo símbolo Hz (KHz = 1Hz X 1.000). 1

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NOÇÕES SOBRE ACÚSTICA

1. ACÚSTICA – Ciência que estuda a interação entre o som e o ambiente, onde o mesmo é “produzido ou reproduzido”.A Acústica se preocupa com os fenômenos físicos da propagação do som, tais como: reflexão, absorção, reverberação, etc...

O QUE É SOM?

É qualquer mudança na pressão do ar que os nossos ouvidos conseguem detectar ou processar. Porém, a movimentação do ar tem que ser forte o suficiente para mover os tímpanos dos ouvidos.

Quanto mais forte for a pressão, mais alto será o som.Percebemos o som quando este está dentro de certa faixa de

freqüência. Esta faixa de freqüência, para o ouvido humano, varia de 20Hz(20 oscilações/s) à 20.000Hz (20.000 oscilações/s).

2. A.F.(Áudio Frequency) – Freqüências Audíveis – São as freqüências audíveis ou captadas pelo ouvido humano. Variam de 20 a 20.000Hz, aproximadamente.

3. NOÇÕES BÁSICAS DE FREQÜÊNCIAS

– Hertz: Unidade de medida de freqüência = número de vibrações (ciclo) de uma onda/segundo. O nome homenageia o físico alemão HEINRICH RUDOLF HERTZ (1857-1894). É representada pelo símbolo Hz (KHz = 1Hz X 1.000).

– Bass (Graves): Define as baixas freqüências (menores de 200Hz). Alguns técnicos ou músicos consideram valores de 250Hz, ou mesmo “500Hz”.

– Low Mid (Médio Grave): Faixa de freqüências entre 250Hz e 800Hz, ou ainda, até 1KHz(1.000Hz).

– High Mid (Médio Agudo): Faixa de freqüências entre 1KHz e 5KHz. Alguns consideram que os médios vão de 500HZ a 4KHZ, e que os médios graves vão de 300Hz a 800Hz. As freqüências médias são as principais componentes da voz e da maioria dos instrumentos musicais. São os sons mais percebidos pelo ouvido humano.

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– High (Agudo): São as altas freqüências. Em geral, acima de 5Khz, estendendo-se até 20.000Hz, ou 20KHz. Alguns consideram os Agudos à partir de 2KHz.

Obs.: Brilho – “Mais Brilho”- “mais agudo”.

– Harmonic (Harmônicos): São freqüências geradas, múltiplas de uma freqüência fundamental.

– Oitava: É a freqüência dobrada. Ou seja, quando você dobra uma freqüência, obtêm-se uma “oitava acima”. Se você dividi-la por dois, terá uma “oitava abaixo”. Ex.: 300Hz está “uma oitava abaixo” de 600Hz; e “uma oitava acima” de 150Hz.

– Equalização: Alteração da curva de resposta de uma onda emitida por um equipamento, por meio de filtros, com a finalidade de uma resposta final plana ou com efeitos especiais.

– Equalizador: Aparelho utilizado para atenuar ou realçar freqüências de áudio, interagindo com a acústica local e com outros equipamentos (caixas de som, amplificadores, compressores, etc...), buscando um som mais agradável e mais próximo possível do som original.

1. -MIXAGEM: É a mistura de sons e volumes dos canais da “mesa de som”.

- Overload (OL): “Acima da capacidade”. É quando um sinal de áudio ultrapassa a capacidade de um circuito eletrônico, causando a sobrecarga, saturação e “distorção do som”. Diz-se, comumente, “clipagem”.

–Realimentação Acústica (Feedback): Efeito que ocorre quando as ondas sonoras emitidas são captadas e reamplificadas pelo microfone que as originou. É muito conhecida como “microfonia”. Isso pode acontecer, também, com as freqüências graves.

– Dinâmica: É a diferença entre o sinal de áudio mais fraco e o mais forte. Ela é parte fundamental da música, portanto, depende muito do músico. É a dinâmica que destaca os trechos musicais. Muitas vezes, o uso incorreto de compressores e gates, prejudicam a dinâmica.

– Ambiência: É a percepção do som produzido com a acústica local.

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– Tom: Freqüência geral percebida de um som. Tons altos – médios e agudos; Tons baixos – graves (isso como um resumo).– Fenômenos Acústicos: São alterações naturais causadas pelo ambiente. Tais como:

a) Absorção – Quando uma onda sonora é absorvida no todo ou em parte. As freqüências agudas são facilmente absorvidas, as graves são de difícil absorção;

b) Reverberação – Os dicionários a definem como sinônimo de “reflexão”. É o fenômeno que, na maioria das vezes, mais dificulta uma boa mixagem. Porém, é um efeito muito utilizado em ambientes “abertos”.

- Tempo de Reverberação: É o tempo que um determinado som permanece audível em um dado ambiente, desde sua emissão até o momento em que deixa de ser audível. Este tempo pode variar de 0(zero) há vários segundos. Em “ar livre”, sem paredes e sem reflexões, o tempo de reverberação é nulo. Pode ser definido, também, como o tempo necessário para que um som emitido com 0dB caia a –60dB. Por isso que o tempo de reverberação é apresentado pelo símbolo RT-60.

O QUE É TOM?

Um tom é um som que se repete a uma determinada freqüência.Um tom é formado por uma freqüência ou uma pequena quantidade

de freqüências relacionadas. Quando se reúne uma combinação aleatória de freqüências,

chamamos de “ruído”.O som do vento balançando as folhas, um papel sendo rasgada, a TV

sintonizada num canal inexistente, são exemplos de “ruído”.

AFINAÇÃO

Para se afinar um instrumento, utiliza-se um “instrumento” acústico chamado DIAPASÃO, que pode ser de 2 tipos: de percussão e de sopro. O primeiro é feito de metal e possui duas pontas; o segundo é parecido com uma gaita. O diapasão produz um som que reproduz uma freqüência de vibração de 440HZ(nota Lá). Esse som foi estabelecido, internacionalmente, pelo CONGRESSO DE LONDRES, em 1939.

Todas as notas musicais produzem uma determinada freqüência. Vamos conhecer algumas delas.

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FREQÜÊNCIAS (Hz) DAS CORDAS SOLTAS DO VIOLÃO

6Mi = 82,4 Hz5Lá = 110Hz4Ré = 146,85Hz3Sol = 196Hz2Si = 246,95Hz1Mi = 329,65Hz

CONTRABAIXO (Cordas Soltas)

Mi = 41,2HzLá = 55HZRé = 73,42HzSol = 98HZ

Obs.: Baixos de 5 cordas têm a nota Si = 30,87Hz

Esses detalhes (comentários) iniciais são de suma importância, não só para quem é instrumentista, mas também para quem vai operar um sistema de som através de uma mesa de som.

CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA UMA BOA OPERAÇÃO DA MESA DE SOM

INTRODUÇÃO:

Na maioria das vezes, o maior problema enfrentado pelos operadores da mesa de som de um determinado lugar, é a falta de conhecimento dos recursos oferecidos pela mesma.

Para amenizar isso, aqui vão algumas informações básicas, bem como dicas para um resultado de mixagem final mais satisfatório.

01 – MIXAGEM: A palavra MIXAGEM vem do inglês “MIX”, que significa “MISTURA”.

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Mixar um som significa “misturá-lo”. Ou seja, quando ligamos vários instrumentos, juntamente com vários microfones, cada um deles ocupa um “canal da mesa”. Daí começa o trabalho de mixagem, que consiste em mandar todos esses canais individuais para um mesmo destino:“as caixas de som”!

Mas para isso ser executado com satisfação deve-se seguir alguns passos bem como conhecer a função de cada botão da mesa.

*Dica importante - Leia o manual do equipamento, pois a maioria das pessoas tem o péssimo costume de começar a usar um novo equipamento sem ler o manual do mesmo.

02 – O CONTROLE DE GANHO (em inglês: gain ou trim)

É o primeiro botão na parte de cima da mesa de som e ocupa esta posição em cada canal da mesa.

O seu ajuste determina a atuação do circuito de pré-amplificação, o que garante a qualidade do sinal para que ele não esteja fraco ou forte demais.

Este botão controla uma variação muito grande de amplificação do nível de sinal. Portanto, um pequeno deslocamento do botão de ganho, pode alterar toda a concepção de volume.

O seu ajuste tem que ser bem equilibrado, pois se o sinal não estiver forte o bastante, com relação aos demais canais, o operador irá elevá-lo no fazer (botão deslizante que fica abaixo dos controles de cada canal) e aumentará este mais do que deveria, aumentando também o ruído elétrico dos circuitos por onde o sinal passou. Porém, se o sinal estiver forte demais, quando o músico tocar ou cantar “mais forte”, poderá exceder a capacidade do circuito de pré-amplificação e distorcer o sinal, causando a “clipagem”! Clip, em inglês, significa corte ou ceifamento. E é isto que acontece com as extremidades das ondas, que acabam reproduzidas sem fidelidade.

A técnica que se usa para manter um sinal limpo durante o seu processamento é chamado de ESTRUTURA DE GANHO, cuja é considerada a principal técnica de mixagem.

Estrutura de ganho correta garante a máxima faixa dinâmica ao sinal.Faixa dinâmica é o espaço compreendido entre os limites mínimos e

máximos de um sistema de som.A técnica da ESTRUTURA DE GANHO consiste em ajustar o

controle de ganho para que o sinal entre de modo mais forte possível na mesa, sem distorcê-lo.

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03 – PFL – PRÉ FADER LISTING (audição independente da posição do fader)

Ao pressionar-se esse botão (PFL), o sinal é enviado diretamente ao VU (as luzes acima do Fader Geral da Mesa) da mesa, para que ali se observe a intensidade do sinal, quando se está ajustando o botão de ganho.

Obs.: O VU não deve ultrapassar o O dB.

04 – EQUALIZAÇÃO – Diz respeito ao ajuste dos graves, médios e agudos (no contexto da mesa de som), através da atuação nos seus controles.

Quando partimos para uma equalização, temos que tomar cuidado para não cometermos alguns erros.

O maior deles é o do exagero de equalização.Como podemos evitar isso? Muito simples... através da referência de

som. Ou seja, escutar muitos tipos de música (de qualidade lógico), com fones de ouvido de qualidade, para criar uma boa referência.

Quando o operador faz isso, automaticamente ele irá buscar a mesma qualidade na hora da equalização.

Outra dica importante: Para problemas eletrônicos, soluções eletrônicas; para problemas acústicos, soluções acústicas.

Muitas vezes, quando o operador não ouve claramente um instrumento ou uma das vozes, ele tende a aumentar o volume deste sinal. A dica é: reforçar a equalização das freqüências características desse instrumento ou voz. Isso, com certeza, irá destacá-lo mais, sem precisar mexer no volume do mesmo.

Se isso não resolver, o recomendado é abaixar os demais sinais.No caso das igrejas de pequeno a médio porte, é comum que o som

dos instrumentos acústicos “apareçam” mais que os demais, devido ao seu som natural (bateria, percussão, metais, etc...). Às vezes nem há necessidade de amplificá-los, ou seja, mandá-los para as caixas de som.

Porém, se quisermos amplificá-los, o instrumentista terá que tocá-lo mais baixo (fraco).

Como a dinâmica é algo difícil de ser dominado pela maioria dos músicos, recomenda-se a técnica da “EQUALIZAÇÃO SUBTRATIVA”. Ou seja, observe as freqüências do(s) instrumento(s) que esteja(m) chegando acusticamente e sem reforço do sistema de som. Feito isso, abaixe-os o máximo que puder na mesa (ou equalizador). O que sobrar será um complemento do som ouvido direto do instrumento. Isso chama-se“corrigir psicoacusticamente” o som.

Muitas vezes não é necessário alterar a equalização de um canal. E, se tiver que mexer, experimente cortar, para depois, se precisar... reforçar freqüências.

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Outro grande segredo é usar bons microfones, bons instrumentos e bons equipamentos. Assim, tanto menos se fará necessário “mexer” na sonoridade.

Equalização não faz milagres. Um instrumento ruim será no máximo, um instrumento ruim melhorado. Isso vale também para voz. Ou seja, tem que ter o mínimo de conhecimento para cantar, senão não terá equalização que dará jeito.

Portanto, qualquer equipamento que não tiver qualidade compatível, acabará prejudicando o nível de qualidade final e isso será irrecuperável.

05 – FADER: Em inglês significa perder intensidade (ou força), até o ponto de desaparecer.

Cada canal tem um potenciômetro, geralmente deslizante, com o qual aumentamos ou diminuímos o volume da voz ou do instrumento.

06 – VOLUME GERAL: É um potenciômetro, também geralmente deslizante, que controla o volume geral da mesa de som. Ou seja, quando se mexe nele, altera o volume geral do sistema. Recomenda-se nunca ultrapassar o 0dB.

07 – RETORNO: A função do retorno é que cada um ouça o mínimo necessário dos outros elementos para que possam tocar em conjunto.

7.1 - Auxiliares - Geralmente, cada canal possui, individualmente, botões de auxiliares, que servem para aumentar ou diminuir, individualmente, o sinal daquele canal no retorno.

7.2 - Volume geral dos auxiliares - São botões, geralmente localizados próximos ao MASTER (volume geral da mesa) que servem para aumentar ou diminuir o volume do retorno. Quando se mexe no geral do auxiliar (retorno), altera-se o volume geral de todos os canais no retorno.

“CUIDADO COM O VOLUME DO RETORNO”

Como as freqüências graves não são direcionais, ou seja, vazam para todos os lados, quanto menos grave ou “peso” houver no retorno, mais limpo será o som do P.A,

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Portanto, quanto mais baixo o som do retorno, mais limpo será o som do P.A., e consequentemente o som geral do ambiente.

O som excessivo do palco (retorno) pode prejudicar a inteligibilidade da mensagem – aquela que pode mudar o destino das pessoas.

Às vezes penso: “quantos instrumentistas não terão de prestar contas à DEUS, porque, ao invés de servirem à comunidade, levando inteligibilidade do Evangelho, ficaram tão preocupados com mais peso e volume do som que a mensagem de DEUS se perdeu em meio à poluição sonora causada pelo excesso de som.” Já pensou nisso?

Enfim, para encerrar esse assunto, apesar de tantas regras, teorias e dicas, quem deve determinar se o som ficou bom ou não, é a assembléia. Ou seja, aqueles que vão buscar refúgio na palavra de DEUS.

08 – AMPLIFICADOR (Potência)

É o coração do sistema de som, pois é ele que distribui energia às caixas acústicas. Os equipamentos de áudio trabalham internamente com níveis baixos de tensão e corrente (milivolts e miliampéres), os quais não são suficientes para excitar os alto-falantes. É aí que entram os Amplificadores, que transformam esses sinais baixos em sinais fortes (altos) o suficiente para estimular os alto-falantes.

09 – CABEAÇÃO

Por serem condutores, os cabos apresentam características que podem auxiliar ou impossibilitar que o som chegue com qualidade ao seu destino.

Regras fundamentais:

a) Os cabos coaxiais são para conectar instrumentos nos equipamentos. Nunca os use para ligar amplificadores nas caixas de som.

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Cabo Coaxial

A: revestimento de plástico ou borrachaB: tela de cobreC: isolador dialétrico internoD: núcleo de cobre

b) Cabos paralelos (ou torcidos) são para interligar amplificadores e caixas de som. Nunca os use para interligar instrumentos ou equipamentos.

Cabo Paralelo

10 – COMO USAR O MICROFONE

Ao usar o microfone, pense numa “lanterna”. Ou seja, ele captará melhor o que estiver mais próximo do centro do seu foco.

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Forma errada de segurar o microfone

11 – SELECIONANDO OS MICROFONES

As principais diferenças entre os microfones está no tipo de transdutor e no padrão de captação. O transdutor é um elemento do microfone que converte as ondas sonoras em impulsos elétricos.

Tipos básicos de transdutor: Dinâmico e Condensador.

Os microfones dinâmicos não necessitam de baterias ou fonte de alimentação. Suportam altos níveis de pressão sonora e são robustos.

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Esquema da cápsula de um microfone Dinâmico

Cápsula de um microfone Dinâmico

Os microfones condensadores utilizam carga elétrica constante, fornecida por uma bateria ou pelo phantom power (corrente fantasma) que vem por um cabo através da mesa de som. É um microfone mais sensível e tem ótima resposta a altas freqüências.

Esquema da cápsula de um microfone de Condensador

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Exemplo de microfone

condensador

Padrões de captação:

Omnidirecional – Capta o som de todas as direções. Muito utilizado para captação de som ambiente e grupos vocais.

Padrão Omnidirecional

Cardióide - Capta o som somente na frente do microfone. É o tipo mais comum.

Captação Unidirecional Cardióide

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Supercardióide – Padrão de captação mais estreito. Ideal onde são usados múltiplos microfones.

Captação Supercardióide

Utilização de Microfone para Coral

a) Para uma boa captação de um coral, deve-se, em primeiro lugar, posicionar os microfones adequadamente. Faz-se isso utilizando-se da regra básica 3 para 1. Ou seja, um microfone deve estar afastado do outro, no mínimo, 3 vezes a distância entre ele e a fonte sonora.

b) Use o menor número de microfones possível.c) Não amplifique demais o coral, deixando o mesmo se

mixar naturalmente.d) Não cante “no microfone”, cante bem naturalmente.e) Evite a captação da mesma fonte sonora com mais de

um microfone.f) Finalmente, equalização para esse tipo de microfone,

só em último caso e... lembre-se: equalização subtrativa, ou seja, cortando freqüências e não aumentando-as.

12 – CALIBRANDO RETORNO COM P.A.

As ondas médias e agudas têm o tamanho máximo de 34cm. Já as médio-graves e graves são bem maiores que isso.

Por isso “muito cuidado” com as freqüências graves. É a primeira regra para se conciliar o retorno com o P.A.

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A segunda regra é “reduzir” ao máximo os volumes no retorno, principalmente os instrumentos que já têm, por natureza, o volume alto (bateria, percussão, metais, etc...).

Dicas para se conseguir isso:

a) Aproxime os retornos e cubos de instrumentos o máximo possível dos músicos.

b) Direcione os cubos para os ouvidos do instrumentista.c) Demonstre ao contra-baixista que devido ao comprimento de ondas

produzidas por esse instrumento, muitas vezes ele ouvirá melhor à uma distância de 2 metros do seu cubo do que na frente dele.

d) Convença os músicos à tocarem com dinâmica. Convide um a um para ver como está o som na frente do P.A.

Nota importante: EM ÁUDIO, MENOS É MAIS

Por exemplo, muitas vezes, uma caixa bem projetada e bem equalizada pode proporcionar um som mais puro e agradável do que duas.

Quanto menor o número de microfones abertos, mais limpo será o som.

Quanto menor o número de cubos no “palco”, mais nítido será o som final.

Quanto mais o som ultrapassar o volume máximo do ambiente, mais rápido causará a fadiga auditiva nos ouvintes.

13 – NÍVEIS DE SINAL

Existem, basicamente, 3 níveis de sinal num sistema de som: nível de microfone, nível de linha, e nível de alto-falantes.

Nível de Microfone – conhecido, também, como baixo nível. Opera numa faixa de -52dBu(2mV) até -10dBu(245mV). Os sinais enviados por direct boxes também trabalham nesta faixa.

Nível de Linha – É onde operam os instrumentos musicais ativos (violão, guitarra, teclados, etc...). Esta faixa pode variar de -10dBu(245mV) até +30dBu(24,5V).

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As entradas LINE dos consoles (mesas de som) são projetadas para suportar o nível de linha, por isso têm impedância de entrada mais alta que as entradas de MIC.Nível de Alto-Falante – (alto nível) É o nível de operação de saída dos amplificadores. Estes sinais possuem amplitude maior que +30dBu(24,5V).

Notas Importantes:

a) Não conecte equipamentos que gerem sinal de linha nas entradas MIC da mesa. Isso poderá distorcer o sinal e danificar o pré-amplificador de entrada da mesa de som.

b) Direct-boxes devem ser conectados às entradas MIC, não importando os instrumentos que estejam conectados à ele.

c) Equipamentos que gerem sinal de microfone não devem ser conectados às entradas LINE, pois devido ao baixo nível de sinal e à alta impedância de entrada, causará um volume muito baixo e provavelmente carregado de ruídos.

CURIOSIDADE

Só para ilustrar como é importante tomarmos muito cuidado com o volume geral do som em ambientes fechados, principalmente dentro de igrejas, pegamos dois estudos publicados respectivamente pela GEORGIA STATE UNIVERSITY e pela HEARNET (htt: //www.hearnet.com) sobre a sensibilidade auditiva em função da amplitude, que mostram:

Rua ruidosa 70dBMúsica ao vivo 80dBFábrica 90dBMotor de carro 90dBTrovão 110dBBritadeira 110dBConcerto ao vivo 120dBEnsaio de banda 130dB

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Dance Clubs 140dBAvião decolando 150dB

Considerações Finais

O primeiro parâmetro e o mais importante é, sem dúvida alguma, o volume geral da sala. O volume é primordial. Quanto maior for o volume do ambiente, melhor reprodução sonora poderá ser obtida. Porém, nunca se esqueça: “volume não é sinal de qualidade...” tem que haver um equilíbrio.

Devido à forte interação existente entre os sons e o ambiente, a execução da música ao vivo tem que levar em conta a acústica natural do local, juntamente com a timbragem e volume apropriados para os objetivos musicais propostos.

Daí a importância da auto-crítica, tanto do técnico de som como por parte dos músicos.

Uma dica muito importante... ouça sempre... vários estilos, com várias equalizações e mixagens. Isso vale tanto para o técnico de som como para os músicos. Quanto mais a gente ouve, mais a gente aprende.

Bom... por aqui encerramos a primeira parte de conhecimentos básicos para um som satisfatório dentro das Igrejas Cristãs.

Esperamos ter contribuído e, qualquer dúvida, acesse nosso site.

Obrigado!

Elaborado pela Equipe M.CC.

www.mccsonorizacao.com.br

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