APOSTILA de LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS_Raimundo N Silva.pdf

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Faculdade de Administração Departamento de Gestão da Qualidade INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO . Autor: Prof. Eng. Mecânico Raimundo N Silva _Esp Manaus - 2009

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Desenho Técnico - Mecânica

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  • Faculdade de AdministraoDepartamento de Gesto da Qualidade

    INTERPRETAODE DESENHO

    TCNICO .

    Autor:Prof. Eng. Mecnico Raimundo N Silva _Esp

    Manaus - 2009

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    1. Objetivo

    O presente trabalho tem como objetivo apresentar, de forma sinttica, as normas e convenes usuais referentes a representao de desenhos tcnicos. Tem como finalidade servir como material de apoio para as disciplinas de Desenho Mecnico e Interpretao de desenho tcnico ministradas nos cursos Gesto da Qualidade do Centro Universitrio do Norte - UNINORTE.

    2. Materiais necessrios

    Com o uso cada vez mais freqente do computador no auxlio na elaborao dedesenho, parte dos instrumentos convencionais deixou de ser usado. Apenas alguns deles ainda continuam sendo teis na preparao de rascunhos e esboos. A seguir listamos aqueles ainda teis:_ Lpis 0,5mm HB, 2B e 2F;_ Borracha;_ Compasso;_ Transferidor;_ Par de esquadros simples 45 e 60 graus;_ Rgua graduada (preferencialmente escalmetro).

    Estes instrumentos devem ser adquiridos por cada aluno.Neste tpico, sero apresentados alguns dos instrumentos, acessrios e materiais convencionais, com comentrios sobre seus usos atualmente, aps o surgimento de meios computacionais usados com a mesma finalidade e os instrumentos, acessrios e materiais utilizados atualmente.

    3. Definies bsicas

    O desenho tcnico uma forma de expresso grfica que tem por finalidade arepresentao de forma, dimenso e posio de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e tambm da arquitetura. Utilizando-se de um conjunto constitudo por linhas, nmeros, smbolos e indicaes escritas normalizadas internacionalmente, o desenho tcnico definido como linguagem grfica universal da engenharia e da arquitetura.Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetizao, a execuo e ainterpretao da linguagem grfica do desenho tcnico exigem treinamento especfico, porque so utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaborao do desenho bidimensional possvel entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana. Na prtica pode-se dizer que, para interpretar um desenho tcnico, necessrio enxergar o que no visvel e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana chamada viso espacial.

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    4. O que Viso Espacial

    Viso espacial um dom que, em princpio todos tm, d a capacidade de percepo mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto.Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado carro, da sua casa etc..Ou seja, a viso espacial permite a percepo (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos. Apesar da viso espacial ser um dom que todos tm, algumas pessoas tm mais facilidade para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.

    A habilidade de percepo das formas espaciais a partir das figuras planaspode ser desenvolvida a partir de exerccios progressivos e sistematizados.

    5. Classificao dos desenhos

    O desenho no necessariamente um fim em si mesmo, podendo vir a assumir uma funo. Entre as vrias modalidades de desenho, incluem-se:5.1 Desenho tcnico - uma forma padronizada e normatizada de desenho, voltado representao de peas, objetos e projetos inseridos em um processo de produo.5.2 Desenho arquitetnico - desenho voltado especialmente ao projeto de arquitetura.5.2 Ilustrao - um tipo de desenho que pretende expressar alguma informao,normalmente acompanhado de outras mdias, como o texto.5.4 Croquis ou esboo - um desenho rpido, normalmente feito mo sem a ajuda de demais instrumentos que no propriamente os de traado e o papel, feito com a inteno de discutir determinadas idias grficas ou de simplesmente registr-las. Normalmente so os primeiros desenhos feitos dentro de um processo para se chegar a uma pintura ou ilustrao mais detalhada.

    6. Entendo os Desenhos Tcnicos e artsticos

    O desenho a linguagem grfica mais antiga, atravs da qual a inteligncia espacial se manifesta. O desenvolvimento dela ocorre ao longo de vrios anos desde o nascimento, ao rolar no bero, at a adolescncia, com o uso dos sistemas sensoriais do ser humano. Atribuda ao hemisfrio direito do crebro, principalmente a parte posterior, o processamento espacial (viso espacial) a habilidade fundamental para a elaborao de desenho tcnico. O desenvolvimento da percepo tridimensional se d com a vivncia do espao atravs da captao de estmulos, como brilho, sombra, cor, frio ou quente, tipo de contato etc. Esses estmulos vo para o crebro que os interpreta elaborando conceitos de forma, proporo, posio e orientao. Toda nova informao que chega ao crebro interpretada, classificada, comparada e armazenada luz dos conceitos tridimensionais j formulados. Assim, todo esse processamento leva

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    formulao de novos conceitos ou ao refinamento dos j existentes, o que nos faz seres nicos.

    O que percebemos pode no ser a realidade, como por exemplo, na figura 1, abaixo, conhecida como o tringulo impossvel.

    Figura 1: Tringulo impossvel

    Nesta figura vemos diferentes formaes triangulares dependendo do vrtice em que focamos nossa viso.Assim, representar a nossa percepo visual graficamente exige muito da geometria e da viso espacial.

    Usualmente utilizamos em desenho tcnico, para representar a nossa percepo visual, dois sistemas de representao: as perspectivas e as projees ortogonais. Ambas as representaes so desenhos do tipo projetivo, porm a perspectiva representa a pea no espao em um nico desenho tridimensional; j s projees so fotos bidimensionais na direo dos trs eixos dimensionais (comprimento, altura e profundidade).

    Entendemos que no ensino de desenho tcnico o maior problema ou dificuldade que os alunos enfrentam a percepo e no a habilidade motora, mais especificamente de saber ver, pois para desenhar, preciso olhar para o que se est desenhando no no nvel simblico e interpretativo, mas no nvel de forma, linhas e relaes entre esses elementos. Gardner, nos trs um exemplo deste olhar: A viso de John Dalton do tomo como um minsculo sistema solar, so produtivas figuras que originam e ajudam a incorporar concepes cientficas chave. (GARDNER, 1994, p. 137).

    Para que se desenvolva esta habilidade podemos utilizar trabalhos onde se exercite a perspectiva linear, que se constitui num artifcio que permite ao desenhista criar uma iluso de profundidade numa superfcie plana, ou seja, criar a iluso tridimensional numa superfcie bidimensional, como o papel, sendo, portanto um bom indicativo da capacidade de viso espacial do indivduo. Podemos verificar na Figuras abaixo as representaes que podemos chamar de infantil e profissional respectivamente.

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    importante, para se chegar a uma representao profissional aprimorada, saber diferenciar os vrios elementos que determinam a configurao do objeto representado, e as iluses de ptica criadas por sua representao, na percepo do observador.

    Essa reflexo torna-se atraente para a anlise das dificuldades enfrentadas pelos alunos, pois a ausncia da disciplina de desenho geomtrico e da geometria descritiva no currculo do ensino fundamental e mdio, faz com que no se desenvolva a percepo como poderia, e com isto a habilidade de desenhar fica comprometida. Neste sentido, Machado (2005, p.4 ), enfatiza: O desenho uma importante forma de expresso da criana. Ela se revela antes mesmo das competncias lingsticas e lgico-matemtica. Depois, justamente por valorizar essas ltimas habilidades, a escola abandona a atividade.

    6. O desenho e o Esboo

    Certos analistas da arte referem mesmo o desenho como base das artes visuais.O desenho de esboo est sempre presente no atelier de quem projeta. a partir dele que os pintores, arquitetos (fig. 14)*, designers, trabalham. Pensam, recolhem dados, formulam hipteses, projetam.Cineastas, coregrafos, cengrafos, fazem constante uso dele no decurso do seu trabalho de concepo e nos projetos que elaboram.O recurso ao desenho esquemtico, ao esboo, feito praticamente por todas as pessoas, quando individualmente ou em grupo, organizam raciocnios, fatos, constataes, estudos, percursos e fases de trabalho.

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    Desenho de sntese e de esboo

    7. INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO

    7.1 Definio e Pr-Requisitos

    Ler um desenho significa entender a forma espacial do objeto representado no desenho bidimensional resultante das projees ortogonais.Enquanto o leitor no conseguir associar, automaticamente, as projeesresultantes com os rebatimentos dados na pea, haver dificuldade paravisualizao mental da forma espacial representada.A resoluo sistematizada de exerccios ir desenvolver o raciocnio espacial,tambm chamado de viso espacial, e naturalmente desenvolver a habilidade naleitura e interpretao de desenhos tcnicos.

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    O principal pr-requisito para fazer a leitura de desenhos tcnicos estarfamiliarizado com a disposio das vistas resultantes das projees ortogonaisassociadas aos rebatimentos dados na pea desenhada.

    7.2 Slidos Geomtricos

    DEFINIO: Slido geomtrico a poro limitada do espao geomtrico. Osslidos so corpos que ocupam o espao de trs dimenses e sua medida chamada de volume. Os slidos classificam-se em dois grandes grupos: Slidos de Arestas (ou Poliedros) e Slidos de Revoluo.

    ELEMENTOS DOS SLIDOS:

    a) Faces: cada um dos polgonos que formam o slido.b) Diagonais das faces: diagonais de cada face.c) Arestas: segmentos de reta resultante da interseo de duas faces.d) ngulos das faces: ngulos de cada polgono.e) ngulos diedros: ngulos formados entre duas faces.f) ngulos triedros ou ngulos slidos: ngulos formados por duas ou mais faces.g) Vrtices: ponto de encontro entre duas ou mais arestas.h) Diagonais: segmentos de reta resultantes da unio de dois vrtices e que nosejam nem arestas, nem diagonais das faces.

    Este slido geomtrico chama-se cubo.

    um prisma em que todas as faces tm a forma de quadrados.

    Este slido geomtrico tem: 8 vrtices, 12 arestas e 6 faces.

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    Chamamos paraleleppedo a este prisma.

    Todas as suas faces tm a forma de retngulos.

    Tem 8 vrtices, 12 arestas e 6 faces.Este slido geomtrico chamado

    prisma triangular porque as suas bases so tringulos.

    Tem 6 vrtices, 9 arestas, 5 faces e duas bases.

    O prisma quadrangular tem nas suas bases quadrados.

    Tem 8 vrtices, 12 aresta, 6 faces e duas bases.

    Este slido chama-se prisma pentagonal, porque as suas bases so pentgonos.

    Tem 10 vrtices, 15 arestas, 7 faces e duas bases.

    Este slido geomtrico denomina-se pirmide triangular porque a sua base

    um tringulo.

    Tem 4 vrtices, 6 arestas, 4 faces e 1 base.

    Chamamos pirmide quadrangular a este slido pois tem um quadrado na sua base.

    Tem 5 vrtices, 8 arestas, 5 faces e 1 base.

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    A base da pirmide pentagonal um pentgono.

    Tem 6 vrtices, 10 arestas, 6 faces e 1 base.

    A esfera um slido geomtrico limitado por uma superfcie curva.

    A sua forma esfrica; no tem bases, no tem vrtices e no tem arestas.

    Este slido geomtrico chama-se cilindro.

    Encontra-se limitado por uma superfcie curva e tem duas bases com a forma de

    circunferncias

    O cone est limitado por uma superfcie curva.

    Tem uma base na forma de circunferncia e tem 1 vrtice.

    7.3 Exemplos de slidos geomtricos usados no cotiado:

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    7.4 Exerccios

    Identifique os slidos geomtricos abaixo e responda o numero de faces, bases, arestas e vrtices:

    1- Nome do slido:2- Vrtices:3- Faces:4-Arestas 5- Bases:

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    1- Nome do slido:2- Vrtices:3- Faces:4-Arestas 5- Bases

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    8. Princpios Bsicos para Leitura de Desenhos

    A visualizao da forma espacial de um objeto s ser possvel a partir daassociao das diversas vistas utilizadas na sua representao, e a associao das projees ortogonais com os diferentes sentidos de observao da pea permitir o entendimento da imagem espacial representada. muito importante que, ao olhar para qualquer vista, se tenha em mente queestamos vendo a representao de um slido, visto ortogonalmente de umadeterminada posio, onde cada linha representa uma interseco de superfcies(cada linha representa um canto da pea) e que existe uma terceira dimensoescondida pela projeo ortogonal.Olhando para a Figura 01 e considerando-a como resultado da projeoortogonal de um determinado objeto, ainda que no seja possvel visualizar a forma espacial do objeto a partir de uma nica vista, pode-se concluir que no desenho esto representadas duas superfcies distintas, identificadas pelos nmeros 1 e 2.

    A linha vertical que separa as duas superfcies tanto pode representar umainterseco das superfcies 1 e 2 como pode representar uma terceira superfcieperpendicular a 1 e a 2.

    Figura 1.

    As indefinies ocorrem porque estamos olhando para uma nica vista, emais uma vez se conclui que impossvel visualizar a forma espacial de qualquerobjeto representado a partir de uma nica vista.A vista mostrada na Figura 1 corresponde a qualquer um dos slidosmostrados na Figura 2, considerando o sentido de observao indicado.

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    Figura 2

    importante olhar para cada vista sabendo que a mesma corresponde representao do objeto numa determinada posio, mas o entendimento da formaespacial s ser possvel atravs da associao de duas ou mais vistas.

    Fazendo a anlise simultnea das duas vistas dadas na Figura 3, possvel descobrir que, neste caso, a linha vertical corresponde interseco das superfcies 1 e 2 e que o desenho est no 1 diedro.Tambm possvel concluir que a superfcie 2 inclinada em relao superfcie 1.

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    Figura 3

    Analisando as outras superfcies possvel entender que as projees dadas correspondem forma espacial representada na perspectiva.

    8.1 Identificao do Diedro Utilizado no Desenho

    Figura: 4

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    8.2 Vistas do 1. Diedro

    Apesar das normas internacionais recomendarem que seja indicado nos desenhos o diedro utilizado na sua elaborao, a maioria dos desenhos tcnicos no trazem tal indicao.Para se fazer a interpretao do desenho e entender a forma espacial representada, o primeiro passo identificar qual foi o diedro utilizado na sua elaborao. Para identificar o diedro utilizado na elaborao do desenho basta analisar as projees ortogonais de uma nica superfcie.Na Figura 4 a superfcie A representada por uma linha cheia na vista 2. Assim sendo, pode-se concluir que, em relao vista 1, a vista 2 corresponde pea sendo olhada por cima.Como a vista superior (2) est localizada embaixo da vista de frente (1), o desenho foi elaborado segundo as regras do 1 diedro. Estando o desenho no 1 diedro, a vista 3 a vista lateral esquerda.

    Como a superfcie B est representada por uma linha cheia na vista 3,comprova-se que, em relao posio da vista 1, a vista 3 corresponde peasendo olhada pela esquerda.

    Figura 4

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    8.3 Vistas do 3 Diedro

    Na Figura 5, como a superfcie A representada por uma linha tracejada na vista 2, em relao posio da vista 1, a vista 2 corresponde vista lateral direita. Considerando 1 como vista de frente, e estando a vista lateral direita sua direita, pode-se concluir que o desenho est no 3 diedro.

    Figura 5

    Na Figura 6, como a superfcie B est representada por uma linha cheia na vista 2, significa que a vista 2 foi obtida olhando a pea na posio 1 pelo lado direito.Considerando 1 como vista de frente, pode-se concluir que o desenho est no 1 diedro porque a vista lateral direita est esquerda da vista de frente.

    Figura 6

    Na Figura 7, como a superfcie A est representada por uma linha cheia em 2, pode-se concluir que a vista 2 foi obtida olhando a pea por cima em relao posio 1.Estando a vista superior em cima, em relao posio 1, pode-se concluir que o desenho est no 3 diedro.

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    Figura 7

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    Teste seu conhecimento!!!!Projete as vistas frontal, Superior e Lateral esquerda?

    9. Vistas auxiliares

    Devido utilizao de projees ortogonais, em nenhuma das vistas principais as superfcies inclinadas aparecem representadas em suas verdadeiras grandezas. Afigura abaixo mostra trs vistas de um objeto com superfcie inclinada, observe que em nenhuma das trs vistas aparece, em verdadeira grandeza, a forma da parte inclinada do objeto.

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    9.1 Exerccios Propostos

    Dadas as projees ortogonais, identifique os diedros utilizados nos desenhos.

    10. Leitura de Desenhos

    A identificao do diedro utilizado permite a identificao dos sentidos dos rebatimentos utilizados na obteno do conjunto de vistas do desenho.Conhecendo-se os rebatimentos possvel associar as projees ortogonais com os sentidos de observao e entender a forma espacial da pea desenhada. A visualizao da forma espacial depender da capacidade individual de cada um para interpretar e associar as projees ortogonais aos rebatimentos dados na pea.Porm, dependendo da complexidade da pea, a maioria das pessoas no consegue, mentalmente, visualizar integralmente todos os detalhes que constituem a forma espacial representada nas projees ortogonais.A dificuldade de visualizao integral da forma espacial pode ser superada fazendo-se o estudo parcial das projees ortogonais analisando separadamente cada superfcie do objeto. A imagem integral da forma espacial, representada nas projees ortogonais, ser obtida a partir do somatrio da forma espacial de cada superfcie que compe a pea desenhada.

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    Para ler um desenho com facilidade o leitor dever interpretar, em cada vista, o que representa cada linha das projees ortogonais. Na interpretao das

    linhas que compem cada vista do desenho, o esforo mental para visualizao da forma espacial ser tanto menor quanto maior for a intimidade com os rebatimentos normalizados para cada diedro. O posicionamento espacial de cada superfcie que compe a pea resultar no entendimento integral da forma espacial da pea.

    11. Definio de Projeo Ortogonal

    Nos desenhos projetivos, a representao de qualquer objeto ou figura ser feita por sua projeo sobre um plano. A Figura 7 mostra o desenho resultante daprojeo de uma forma retangular sobre um plano de projeo.Os raios projetantes tangenciam o retngulo e atingem o plano de projeoformando a projeo resultante.

    Figura 7

    Como os raios projetantes, em relao ao plano de projeo, so paralelos e perpendiculares, a projeo resultante representa a forma e a verdadeira grandeza do retngulo projetado.Este tipo de projeo denominado Projeo Ortogonal (do grego ortho = reto + gonal = ngulo), pois os raios projetantes so perpendiculares ao plano de projeo.

    Das projees ortogonais surgem as seguintes concluses:

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    (a) ( b) ( c )

    Toda superfcie paralela a um plano de projeo se projeta neste planoexatamente na sua forma e em sua verdadeira grandeza, conforme mostra a Figura b.A Figura c mostra que quando a superfcie perpendicular ao plano deprojeo, a projeo resultante uma linha. As arestas resultantes das intersees de superfcies so representadas por linhas, conforme mostra a Figura 3.

    11.1 Como Utilizar as Projees Ortogonais

    Como os slidos so constitudos de vrias superfcies, as projees ortogonais so utilizadas para representar as formas tridimensionais atravs de figuras planas.

    A Figura 8 mostra a aplicao das projees ortogonais na representao das superfcies que compem, respectivamente, um cilindro, um paraleleppedo e um prisma de base triangular. Pode-se observar que as projees resultantes so constitudas de figuras iguais.

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    Figura 8

    Olhando para a Figura 9, na qual aparecem somente as projees resultantes da Figura 8, impossvel identificar as formas espaciais representadas, pois cada uma das projees pode corresponder a qualquer um dos trs slidos.

    Figura 9

    Isto acontece porque a terceira dimenso de cada slido no est representada pela projeo ortogonal. Para fazer aparecer a terceira dimenso necessrio fazer uma segunda projeo ortogonal olhando os slidos por outro lado.A Figura 10 mostra os trs slidos anteriores sendo projetados nos planos vertical e horizontal e fazendo-se, posteriormente, o rebatimento do plano horizontal at a formao de um nico plano na posio vertical.

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    Figura 10

    Olhando para cada um dos pares de projees ortogonais, representados na Figura 11, e sabendo que eles correspondem, respectivamente, s representaes dos trs slidos vistos por posies diferentes, pode-se obter a partir das figuras planas o entendimento da forma espacial de cada um dos slidos representados.

    Figura: 11

    Os desenhos resultantes das projees nos planos vertical e horizontal resultam na representao do objeto visto por lados diferentes e as projees resultantes,desenhadas em um nico plano, conforme mostra a Figura 2.9 (b) representam as trs dimenses do objeto.

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    Figura 12

    Na projeo feita no plano vertical aparecem o comprimento e a altura do objeto e na projeo feita no plano horizontal aparecem o comprimento e a largura do mesmo objeto.Os desenhos mostrados na Figura 12 (b) tambm correspondem s projees do prisma triangular desenhado na Figura 13

    Figura 13

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    Assim sendo, pode-se concluir que duas vistas, apesar de representarem as trs dimenses, podem no ser suficientes para representar a forma do objeto desenhado.Uma forma mais simples de raciocnio para utilizao das projees ortogonais em planos perpendiculares entre si obter as vistas (projees resultantes) fazendo-se o rebatimento direto da pea que est sendo desenhada. A Figura 14mostra que, raciocinando com o rebatimento da pea, pode-se obter o mesmo resultado do rebatimento do plano horizontal.

    Figura 14

    Assim como na Figura 2.9, em que as projees resultantes no definem a forma da pea, a Figura 2.12 mostra que as duas vistas (projees resultantes) obtidas na Figura 2.11 tambm podem corresponder a formas espaciais completamente diferentes. Mais uma vez se conclui que duas vistas, apesar de representarem as trs dimenses do objeto, no garantem a representao da forma da pea.

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    A representao das formas espaciais resolvida com a utilizao de uma terceira projeo. A Figura 2.13 mostra a utilizao de um plano lateral para obteno de uma terceira projeo, resultando em trs vistas da pea por lados diferentes.

    Para que o desenho resultante se transforme em uma linguagem grfica, osplanos de projeo horizontal e lateral tm os sentidos de rebatimentoconvencionados, e sempre se rebatem sobre o plano vertical.Mantendo o sentido dos rebatimentos dos planos horizontal e lateral resultarsempre nas mesmas posies relativas entre as vistas.

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    O lado da pea que for projetado no plano vertical sempre ser considerado como sendo a frente da pea. Assim sendo, em funo dos rebatimentosconvencionados, o lado superior da pea sempre ser representado abaixo da vista de frente e o lado esquerdo da pea aparecer desenhado direita da vista de frente.A manuteno das mesmas posies relativas das vistas permite que a partir dos desenhos bidimensionais, resultantes das projees ortogonais, se entenda(visualize) a forma espacial do objeto representado.Os desenhos da Figura 2.14 mostram as trs vistas das quatro peas queanteriormente haviam sido representadas por somente duas vistas na Figuras 2.9(b), 2.10 e 2.12. Observe-se que no existe mais indefinio de forma espacial, cada conjunto de vistas corresponde somente uma pea.

    importante considerar que cada vista representa a pea sendo observada de uma determinada posio. Ou seja, nas projees ortogonais, apesar de estarmos vendo desenhos planos (bidimensionais), em cada vista h uma profundidade, no visvel, que determina a forma tridimensional da pea representada.

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    Para entender a forma da pea representada pelas projees ortogonais preciso exercitar a imaginao e a capacidade de visualizao espacial fazendo aassociao das projees ortogonais feitas por lados diferentes.Cada superfcie que compe a forma espacial da pea estar representada em cada uma das trs projees ortogonais, conforme mostra a figura 2.15, onde osplanos que compem a forma espacial da pea foram identificados com letras e nas projees pode-se analisar os rebatimentos de cada um destes planos.

    Observe, na Figura 2.15, que as vistas resultantes so conseqentes das concluses mostradas nas Figuras 2.2, 2.3 e 2.4. Por exemplo, o plano A, sendoparalelo ao plano vertical de projeo, aparece na vista de frente na sua forma e em sua verdadeira grandeza, enquanto nas vistas superior e lateral, o plano A representado por uma linha devido sua perpendicularidade aos respectivos planos de projeo.

    Exerccios Propostos

    Visando melhorar o entendimento das projees ortogonais, nos desenhos abaixo faa a identificao dos planos que compem as formas espaciais das peas dadas e analise seus rebatimentos nas vistas correspondentes.

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    12. Representao de Arestas Ocultas

    Como a representao de objetos tridimensionais, por meio de projeesortogonais, feita por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da formaespacial do objeto, algumas de suas superfcies podero ficar ocultas em relao ao sentido de observao.Observando a Figura 2.16 v-se que a superfcie A est oculta quando apea vista lateralmente (direo 3), enquanto a superfcie B est oculta quando a pea vista por cima (direo 2). Nestes casos, as arestas que esto ocultas em um determinado sentido de observao so representadas por linhas tracejadas.As linhas tracejadas so constitudas de pequenos traos de comprimentouniforme, espaados de um tero de seu comprimento e levemente mais finas que as linhas cheias.

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    Deve-se procurar evitar o aparecimento de linhas tracejadas, porque avisualizao da forma espacial muito mais fcil mediante as linhas cheias querepresentam as arestas visveis. importante destacar que evitar o aparecimento de linhas tracejadas nosignifica omiti-las, pois, em relao ao sentido de observao, as linhas tracejadas so vitais para compreenso das partes ocultas do objeto.As linhas tracejadas podem ser evitadas invertendo-se a posio da pea emrelao aos planos de projeo (mudar a posio da vista de frente).As Figuras 2.17 e 2.18 mostram exemplos da mudana de posio da pea em relao vista de frente para evitar linhas tracejadas.

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    Exerccios Propostos

    Nos desenhos abaixo, faa a identificao dos planos que compem as formas espaciais das peas dadas e analise seus rebatimentos nas vistas correspondentes.

    13. Elaborao de Esboos (DESENHOS MO LIVRE)

    Ainda que o objetivo deste livro seja o de ensinar a interpretar a linguagem grfica do desenho tcnico para os estudantes de engenharia, muito importantedesenvolver a habilidade de desenhar mo livre.A elaborao de esboos, alm favorecer a anlise grfica das projeesortogonais, ajuda a desenvolver o sentido de proporcionalidade.Os materiais necessrios para elaborao de esboos so: lpis, borracha epapel.Na elaborao de desenhos mo livre, ainda que a perfeio dos traos seja importante, muito mais importante o rigor das propores e a correta aplicao das normas e convenes de representao. tendncia dos principiantes

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    dedicar excessiva ateno perfeio dos traos em detrimento das outras condies.Para desenhar mo livre no necessrio possuir dons especiais, bastadominar os msculos do pulso e dos dedos e praticar com persistncia e coerncia que a habilidade para esboar ser adquirida naturalmente com a prtica.Existem algumas recomendaes que devem ser seguidas para facilitar a elaborao de desenhos mo livre.

    O antebrao deve estar totalmente apoiado sobre a prancheta. A mo devesegurar o lpis naturalmente, sem forar, e tambm estar apoiada na prancheta.Deve-se evitar desenhar prximo s beiradas da prancheta, sem o apoio doantebrao. O antebrao no estando apoiado acarretar um maior esforo muscular, e, em conseqncia, imperfeio no desenho.O antebrao deve estar totalmente apoiado sobre a prancheta. A mo devesegurar o lpis naturalmente, sem forar, e tambm estar apoiada na prancheta.Deve-se evitar desenhar prximo s beiradas da prancheta, sem o apoio doantebrao.O antebrao no estando apoiado acarretar um maior esforo muscular, e,em conseqncia, imperfeio no desenho. Os traos verticais, inclinados ou no, so geralmente desenhados de cima para baixo e os traos horizontais so feitos da esquerda para a direita.

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    13.1. Traado de Retas

    Para traar um segmento de reta que une dois pontos, deve-se colocar o lpis em um dos pontos e manter o olhar sobre o outro ponto (para onde se dirige o trao). No se deve acompanhar com a vista o movimento do lpis.

    Inicialmente desenha-se uma linha leve para, em seguida, reforar o traocorrigindo, eventualmente, a linha traada.No se pode pretender que um segmento reto traado mo livre sejaabsolutamente reto, sem qualquer sinuosidade. Como j foi destacado, muito mais importante que a perfeio do traado a exatido e as propores do desenho.

    13.2. Traado de Arcos

    O melhor caminho para desenhar circunferncias (arcos) marcar previamente, sobre linhas perpendiculares entre si, as distncias radiais, e a partir da fazer o traado do arco, conforme mostra a Figura 2.20.

    13.3. Traado das Projees (VISTAS)

    Para desenhar mo livre as projees ortogonais de qualquer objeto, conveniente seguir as recomendaes seguintes: Analisar previamente qual a melhor combinao de vistas que representa a pea, de modo que no aparea ou que aparea o menor nmero possvel de linhas tracejadas. Esboar, com trao muito leve e fino o lugar de cada projeo, observando que as distncias entre as vistas devem ser visualmente iguais. A escolha da distncia entre as vistas importante porque, vistasexcessivamente prximas ou excessivamente afastadas umas das outras, tiram a clareza e dificultam a interpretao do desenho. Desenhar os detalhes resultantes das projees ortogonais, trabalhando simultaneamente nas trs vistas. Reforar com trao definitivo (trao contnuo e forte) os contornos de cada vista. Com o mesmo trao (contnuo e forte) acentuar em cada vista os detalhes visveis. Desenhar em cada vista, com trao mdio, as linhas tracejadas correspondentes s arestas invisveis.

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    Apagar as linhas de guia feitas no incio do desenho. Conferir cuidadosamente o desenho resultante.A Figura 2.21 mostra as sucessivas fases para elaborao de um desenho mo livre.

    Como projees desenhadas representam uma mesma pea sendo vista por lados diferentes, o desenho deve resguardar, visualmente, as propores da pea, deste modo, os lados que aparecem em mais de uma vista no podem ter tamanhos diferentes.Na Figura 2.21, pode-se ver que: as dimenses de largura da pea aparecem nas vistas lateral e superior, as dimenses de altura aparecem nas vistas de frente e lateral e as dimenses de comprimento aparecem nas vistas de frente e superior.Assim sendo, as vistas devem preservar: Os mesmos comprimentos nas vistas de frente e superior. As mesmas alturas nas vistas de frente e lateral. As mesmas larguras nas vistas lateral e superior.

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    Exerccios Propostos

    Aplicando as recomendaes do item anterior desenhe as trs vistas das peas mostradas abaixo, tomando o cuidado para que tenham o menor nmero delinhas tracejadas possveis.

    14. Representao de Superfcies Inclinadas

    A representao de superfcies inclinadas pode ser dividida em dois casosdistintos:

    14.1. Quando a superfcie perpendicular a um dos planos de projeo einclinada em relao aos outros planos de projeo.

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    A projeo resultante no plano que perpendicular superfcie inclinada ser um segmento de reta que corresponde verdadeira grandeza da dimenso representada. Nos outros dois planos a superfcie inclinada mantm a sua forma,mas sofre alterao da verdadeira grandeza em uma das direes da projeo resultante.A representao mantendo a forma e a verdadeira grandeza de qualquer superfcie inclinada s ser possvel se o plano de projeo for paralelo superfcie. As Figuras 2.23, 2.24 e 2.25 mostram exemplos de representao de peas com superfcies inclinadas, porm, perpendiculares a um dos planos de projeo.

    14.2. Superfcie Inclinada em Relao aos Trs Planos de Projeo

    As projees resultantes nos trs planos de projeo mantero a forma dasuperfcie inclinada, contudo, no correspondero sua verdadeira grandeza.

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    importante ressaltar que, mesmo que as projees resultantes nocorrespondam verdadeira grandeza da superfcie representada, seu contorno nosofre alteraes, pois, em todas as vistas, uma determinada linha sempre mantersua posio primitiva em relao as outras linhas que contornam a superfcieinclinada. As Figuras 2.26 e 2.27 mostram exemplos de representao de superfciesinclinadas em relao aos trs planos de projeo.

    Na Figura 2.27 pode-se observar que o paralelismo existente entre as arestasrepresentadas pelos segmentos de retas [(1,2) ; (3,4)] e [(1,5);(2,3)] so mantidosnas trs projees.

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    Exerccios Resolvidos com Superfcies Inclinadas

    Exerccios PropostosDesenhar, mo livre, as trs vistas de cada pea dada abaixo.

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    15. Representao de Superfcies Curvas

    As Figuras 2.28, 2.29 e 2.30 mostram as projees ortogonais de superfciesplanas, circulares e paralelas a um dos trs planos de projeo.Observe que no plano paralelo superfcie, a projeo resultante mantm aforma e a verdadeira grandeza do crculo, enquanto nos outros dois planos aprojeo resultante um segmento de reta, cujo comprimento corresponde aodimetro do crculo.

    Se a superfcie circular no possuir paralelismo com nenhum dos trs planosde projeo, mas for perpendicular em relao a um deles, as projees resultantes tero dimenses em funo do ngulo de inclinao da superfcie.

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    No plano cuja superfcie circular perpendicular, a projeo resultante umsegmento de reta, cujo comprimento igual ao dimetro do crculo.Nos outros planos, a projeo ortogonal diminui um dos eixos da superfcieinclinada e, conseqentemente, a figura circular representada por uma elipse.Na Figura 2.31(b), alm das trs vistas, mostrada uma projeo auxiliar,executada em um plano de projeo paralelo superfcie inclinada, com arepresentao da forma e da verdadeira grandeza da superfcie circular, onde foram identificados 12 pontos no contorno do crculo.Na vista de frente, a superfcie representada por um segmento de reta, cujocomprimento corresponde verdadeira grandeza do eixo central AB.O eixo central CD aparece na vista de frente representado por um ponto,localizado no meio do segmento AB.Nas vistas superior e lateral o eixo central CD aparece em sua verdadeiragrandeza, enquanto o eixo central AB aparece reduzido, em conseqncia daprojeo ortogonal e da inclinao da superfcie.Todas as cordas ( EF, GH, IJ e KL), que so paralelas ao eixo central CD,tambm aparecem nas suas verdadeiras grandezas nas vistas superior e lateral.

    A partir das projees ortogonais dos planos circulares executa-se com facilidade as projees ortogonais de corpos cilndricos, como mostra a Figura abaixo.

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    Como regra para representao, pode-se dizer que, quando no houver arestas, uma superfcie curva gera linha na projeo resultante quando o raio da curva for perpendicular ao sentido de observao.Se houver interseo da superfcie curva com qualquer outra superfcie, haveraresta resultante e, onde tem interseo tem canto (aresta) e onde tem canto napea, tem linha na projeo ortogonal.A forma cilndrica muito comum de ser encontrada como furos. As Figuras 2.33e 2.34 mostram a representao de peas com furos.

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    15.1. Linhas de Centro

    Nos desenhos em que aparecem as superfcies curvas utilizado um novo tipo de linha, composta de traos e pontos que denominada linha de centro. Aslinhas de centro so usadas para indicar os eixos em corpos de rotao etambm para assinalar formas simtricas secundrias.As linhas de centro so representadas por traos finos separados por pontos (o comprimento do trao da linha de centro deve ser de trs a quatro vezes maior que o trao da linha tracejada). a partir da linha de centro que se faz a localizao de furos, rasgos e partes cilndricas existentes nas peas.Os desenhos da Figura 2.35 mostram aplicaes das linhas de centro.

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    Exerccios Resolvidos - com Superfcies Curvas e Linhas de Centro

    15.2. Representao de Arestas Coincidentes

    Quando na tomada de vista, em um determinado sentido de observao, ocorrer a sobreposio de arestas (superfcies coincidentes), representa-se aquela que est mais prxima do observador.Da Figura 2.36 pode-se concluir que uma linha cheia, que representa uma superfcie visvel, sempre ir se sobrepor uma linha tracejada, que representa uma superfcie invisvel. Ou seja, a linha cheia prevalece sobre a linha tracejada.

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    As linhas que representam arestas (linha cheia ou linha tracejada) prevalecemsobre as linhas auxiliares (linha de centro).

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    Exerccios Propostos

    Dadas as perspectivas, desenhar os trs vistas de cada pea, analisando os rebatimentos das suas superfcies

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    16. Esboo em Perspectiva

    Qualquer que seja a forma da pea a ser desenhada, para se elaborar um esboo em perspectiva necessrio desenhar, primeiramente, o paraleleppedo de referncia.Das perspectivas paralelas, o tipo mais adequado para se esboar, com a finalidade de ajudar na interpretao das projees ortogonais, a Perspectiva Isomtrica.Assim sendo, o desenho do paraleleppedo de referncia deve comear pelos trs eixos isomtricos. No Passo 1 da Figura 4.17 v-se que um dos eixos isomtricos traado verticalmente e os outros dois fazem um ngulo de 30 comuma linha horizontal. Traados os eixos isomtricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos proporcionais s medidas de comprimento, largura e altura da pea representadanas projees ortogonais. Seguindo as medidas marcadas, traam-se linhas paralelas aos eixos isomtricos at obter o paraleleppedo de referncia, conforme aparece no Passo 2 da Figura 4.17.

    Outros exemplos:

    No Passo 1: o paraleleppedo de referncia com as indicaes dos sentidos de observao utilizados na elaborao das projees ortogonais.

    No Passo 2: as vistas desenhadas nas respectivas faces do paraleleppedo.

    No Passo 3: a associao das linhas das vistas de frente e superior, definindo-se, no paraleleppedo, a forma espacial da pea.

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    A figura tridimensional mostrada no Passo 4 da Figura 4.15 corresponde sprojees ortogonais dadas e, assim, novamente ficou comprovado que a utilizao dos esboos em perspectiva facilita a visualizao da forma espacial representada nas projees ortogonais. importante destacar que na elaborao dos esboos em perspectiva, paraajudar no entendimento da forma espacial representada nas projees ortogonais, possvel utilizar os dois procedimentos mostrados nas Figuras 4.13 e 4.15. Ou seja, pode-se utilizar simultaneamente o raciocnio dos cortes sucessivos com a associao das vistas desenhadas nos respectivos lados do paraleleppedo. Para facilitar a utilizao dos esboos em perspectivas recomendado que o paraleleppedo de referncia seja desenhado numa posio tal que as faces visveis correspondam s vistas dadas. Dependendo da vista lateral utilizada, deve-se variar a posio do paraleleppedo de referncia, conforme mostra a Figura 4.16.

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    Os Passos 3, 4 e 5 da Figura 4.17 mostram a obteno da forma espacialrepresentada nas projees ortogonais desenhando nas faces do paraleleppedo as vistas correspondentes. Observe que quando a pea no possui superfciesinclinadas, todas as linhas so paralelas a um dos trs eixos isomtricos. Nos desenhos em perspectivas, normalmente, as arestas invisveis no sorepresentadas.

    Exerccios Propostos

    Dadas duas vistas, desenhar o esboo em perspectiva.

    16.1. Esboo em Perspectiva de Superfcies Inclinadas

    As superfcies inclinadas, quando desenhadas em perspectivas, noacompanham as direes dos eixos isomtricos.Nos esboos em perspectivas o traado das superfcies inclinadas no deve ser orientado pelo ngulo de inclinao da superfcie. A forma mais correta para

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    traar as superfcies inclinadas marcar o comprimento dos catetos, que determina a inclinao da superfcie, nas arestas do paraleleppedo de referncia. A Figura 4.18 ilustra a elaborao do desenho do esboo em perspectiva contendo superfcies inclinadas.

    Quando a superfcie inclinada no for perpendicular a nenhum dos planos deprojeo, a melhor forma de represent-la em perspectiva posicionando asprojees ortogonais da superfcie inclinada nas respectivas faces do paraleleppedo de referncia, conforme mostra a Figura 4.19.

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    Exerccios Propostos

    Dadas duas vistas, fazer o esboo em perspectiva e a terceira vista que melhor representa a pea dada.

    16.3. Esboo em Perspectiva de Superfcies Curvas

    Como o crculo pode ser inscrito em um quadrado, conclui-se que um cilindropode ser inscrito em um paraleleppedo de base quadrada, conforme mostra aFigura 4.20.Observe que o crculo inscrito no quadrado em perspectiva tem a forma de uma elipse. O desenho do cilindro em perspectiva ser obtido traando-se elipses nas faces quadradas e unindo-as com retas tangentes s arestas do comprimento do paraleleppedo.

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    Os passos da Figura 4.21 mostram a seqncia de elaborao do desenho daelipse que representa o crculo em perspectiva, e a Figura 4.22 mostra as suasdiferentes posies espaciais.

    O desenho em perspectiva de peas que contenham superfcies curvas elaborado aplicando-se, passo a passo, a metodologia j exposta. A Figura 4.23mostra os passos para elaborao de esboos em perspectiva de peas comsuperfcies curvas.

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    Exerccios Propostos

    Dadas duas vistas, fazer o esboo em perspectiva e desenhar a terceira vista que melhor representa a pea.

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    17. O que escala

    A escala uma forma de representao que mantm as propores das medidas lineares do objeto representado.Em desenho tcnico, a escala indica a relao do tamanho do desenho da pea com o tamanho real da pea. A escala permite representar, no papel, peas de qualquer tamanho real.Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou so mantidas, ou ento so aumentadas ou reduzidas proporcionalmente.As dimenses angulares do objeto permanecem inalteradas. Nas representaaes em escala, as formas dos objetos reais so mantidas.

    No esboo cotado, as medidas do objeto no so reproduzidas com exatido.No desenho tcnico rigoroso, ao contrrio, existe a preocupao com o tamanho exato da representao. O desenho tcnico rigoroso deve ser feito em escala e esta escala deve vir indicada no desenho.

    17.1. Escala natural

    Escala natural aquela em que o tamanho do desenho tcnico igual aotamanho real da pea. Veja um desenho tcnico em escala natural.

    Voc observou que no desenho aparece um elemento novo? a indicao daescala em que o desenho foi feito.A indicao da escala do desenho feita pela abreviatura da palavra escala:ESC , seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral esquerda dos dois pontos representa as medidas do desenho tcnico.

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    O numeral direita dos dois pontos representa as medidas reais da pea. Na indicao da escala natural os dois numerais so sempre iguais. Isso porque o tamanho do desenho tcnico igual ao tamanho real da pea. A relao entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto de 1:1 (l-se um por um). A escala natural sempre indicada deste modo: ESC 1:1. Verifique se ficou bem entendido, resolvendo o prximo exerccio.

    Exerccios Propostos

    Mea, com uma rgua milimetrada, as dimenses do desenho tcnico abaixo. Ele representa o modelo de plstico n 31.

    a) As medidas do desenho coincidem com os valores numricos indicados nas cotas?b) Por que isso ocorre?

    As respostas esperadas so: a) sim, as medidas do desenho coincidem comas cotas indicadas; b) isso ocorre porque o desenho foi feito em escala natural. O tamanho do desenho exatamente igual ao tamanho real do modelo.

    17.2. Escala de reduo

    Escala de reduo aquela em que o tamanho do desenho tcnico menor que o tamanho real da pea. Veja um desenho tcnico em escala de reduo.

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    As medidas deste desenho so vinte vezes menores que as medidas correspondentes do rodeiro de vago real. A indicao da escala de reduo tambm vem junto do desenho tcnico.Na indicao da escala de reduo o numeral esquerda dos dois pontos sempre 1. O numeral direita sempre maior que 1.No desenho acima o objeto foi representado na escala de 1:20 (que se l:um por vinte). Analise o prximo desenho e responda questo seguinte.

    Exerccios PropostosQuantas vezes as medidas deste desenho so menores que as medidas correspondentes da pea real?

    Veja bem! O desenho acima est representado em escala de reduo porque o numeral que representa o tamanho do desenho 1 e o numeral que representa o tamanho da pea maior que 1. Neste exemplo, a escala usada de 1:2 (um pordois). Logo, as medidas lineares deste desenho tcnico so duas vezes menoresque as medidas correspondentes da pea real. Se voc medir as dimenseslineares do desenho ver que elas correspondem metade da cota.

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    17.3. Escala de ampliao

    Escala de ampliao aquela em que o tamanho do desenho tcnico maior que o tamanho real da pea. Veja o desenho tcnico de uma agulha de injeo emescala de ampliao.

    As dimenses deste desenho so duas vezes maiores que as dimensescorrespondentes da agulha de injeo real. Este desenho foi feito na escala 2:1(l-se: dois por um).A indicao da escala feita no desenho tcnico como nos casos anteriores: a palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separadospor dois pontos. S que, neste caso, o numeral da esquerda, que representa asmedidas do desenho tcnico, maior que 1. O numeral da direita sempre 1 erepresenta as medidas reais da pea.Examine o prximo desenho tcnico, tambm representado em escala e depois complete as questes.

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    Exerccios Propostos

    Na indicao da escala o numeral 5 refere-se s ....................... do desenho,enquanto o numeral 1 refere-se s medidas reais da ...................... representada.As medidas do desenho tcnico so ....................... vezes maiores que asmedidas reais da pea.

    Veja, a seguir, as palavras que completam corretamente os espaos em branco:medidas, pea, cinco.Lembre-se: na escala de ampliao o numeral que representa o tamanho dodesenho tcnico sempre maior que o numeral que representa o tamanho real da pea.Agora voc j sabe, tambm, como se interpretam desenhos tcnicos em escala de ampliao.

    17.4. Escala recomendadas

    Voc j aprendeu a ler e interpretar desenhos tcnicos em escala natural, dereduo e de ampliao. Recorde essas escalas:

    Nas escalas de ampliao e de reduo os lugares ocupados pelo numeral 2podem ser ocupados por outros numerais. Mas, a escolha da escala a serempregada no desenho tcnico no arbitrria.Veja, a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, atravs da norma tcnica NBR 8196/1983

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    17.5 Cotagem de ngulos em diferentes escalas

    Observe os dois desenhos a seguir. O desenho da esquerda est representadoem escala natural (1 : 1) e o desenho da direita, em escala de reduo (1 : 2).As cotas que indicam a medida do ngulo (90) aparecem nos dois desenhos.

    Alm das cotas que indicam a medida do ngulo permanecerem as mesmas,neste caso, a abertura do ngulo tambm no muda. Variam apenas os tamanhos lineares dos lados do ngulo, que no influem no valor da sua medida em graus.

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    As duas peas so semelhantes, porm as medidas lineares da pea da direita so duas vezes menores que as medidas da pea da esquerda porque o desenho est representado em escala de reduo.

    Exerccios Propostos

    Observe o modelo representado, mea suas dimenses e depois complete asquestes nos espaos em branco, escolhendo a alternativa correta.

    a) Este desenho est representado em escala ..................................... (natural, deampliao, de reduo).b) As dimenses deste desenho so .................. (duas, cinco) vezes ................(maior, menor) que as dimenses reais da pea.c) A medida real do comprimento da pea .......... (20, 40); logo, a medida docomprimento da pea no desenho ............ (20, 40)d) A abertura do ngulo da pea, no desenho, .............................. (maior que,igual a, menor que) a abertura real do ngulo.e) O comprimento do lado do ngulo, no desenho ................................ (o mesmo, maior que, menor que) o comprimento real do lado do ngulo na pea.

    Agora, vamos s respostas.

    a) Este desenho est representado em escala de ampliao (2 : 1).b) As dimenses deste desenho so duas vezes maiores que as dimenses reaisda pea.c) A medida real do comprimento da pea 20 mm, logo a medida docomprimento da pea no desenho 40 mm.

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    d) A abertura do ngulo da pea, no desenho, igual abertura real do ngulo (120).e) O comprimento do lado do ngulo, no desenho, maior que o comprimentoreal do lado do ngulo, na pea.Se voc respondeu acertadamente a todos os itens, parabns!Voc j pode passar para os exerccios de fixao desta aula para treinar umpouco mais a leitura e a interpretao de desenhos cotados em diversas escalas.Se voc errou algum item melhor reler a instruo e voltar a analisar osexemplos com muita ateno.

    Exerccio 1

    Mea as dimenses do desenho tcnico abaixo e indique, na linha junto dodesenho tcnico, a escala em que ele est representado.

    Exerccio 2

    Assinale com um X a alternativa correta: o tamanho do desenho tcnico emescala de ampliao sempre:

    a) ( ) igual ao tamanho real da pea;b) ( ) menor que o tamanho real da pea;c) ( ) maior que o tamanho real da pea.

    Exerccio 3

    Faa um crculo em volta do numeral que representa as medidas da pea: ESC 10:1

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    Exerccio 4

    A pea abaixo est representada em escala natural. Qual das alternativasrepresenta a mesma pea em escala 2 : 1 ?

    18. Sistemas de Cotagem

    Voc j sabe que, embora no existam regrasfixas de cotagem, a escolha da maneira de dispor as cotas no desenho tcnicodepende de alguns critrios. Os profissionais que realizam a cotagem dosdesenhos tcnicos devem levar em considerao vrios fatores, como por exemplo: forma da pea; forma e localizao dos seus elementos; tecnologia dafabricao; funo que esta pea ir desempenhar e a preciso requerida naexecuo e no produto final.A cotagem do desenho tcnico deve tornar desnecessria a realizao declculos para descobrir medidas indispensveis para a execuo da pea.

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    18.1. Cotagem em cadeia

    Observe a vista frontal de uma pea cilndrica formada por vrias partes comdimetros diferentes.

    Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem em cadeia, cada parte da pea cotada individualmente. A parte identificada pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. J a cota 12 indica o comprimento da parte C. Analise voc mesmo as demais cotas.Voc deve ter reparado que a cotagem da pea no est completa. Foram inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da pea, para ilustrar a aplicao do sistema de cotagem em cadeia.

    Este sistema de cotagem s pode ser utilizado quando um possvel acmulo de erros na execuo da pea no comprometer a sua funcionalidade. Em outraspalavras, quando a exigncia de preciso na execuo de cada parte da pea muito grande, este sistema de cotagem no deve ser adotado.

    18.2. Cotagem por elemento de referncia

    Na cotagem por elemento de referncia as cotas so indicadas a partir de uma parte da pea ou do desenho tomado como referncia. Este elemento dereferncia tanto pode ser uma face da pea como tambm uma linha bsica, isto, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve ser escolhido sempre que necessrio evitar o acmulo de erros construtivos naexecuo da pea.Cotagem por face de referncia Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal apresenta a cotagem completa.

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    A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referncia, como se observa na perspectiva. A partir desta face de referncia foram indicadas ascotas: 35 e 45.Voc notou que foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referncia tomada como base para indicao das cotas de comprimento: 35 e 45?No desenho tcnico da pea no se usa a expresso: face de referncia.Vamos interpretar a cotagem deste desenho tcnico na vista frontal? Acompanhe.A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o dimetro da pea. As cotas 45 e 35 indicam o comprimento de cada parte da pea partindo da face escolhida como referncia. Os dimetros de cada parte da pea esto indicados pelas cotas 16 e 26. Neste exemplo a localizao dos furos foi determinada a partir de duas faces de referncia. Analise a cotagem no desenho tcnico.

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    18.3. Cotagem por linha bsica

    Na cotagem por linhas bsicas as medidas da pea so indicadas a partir delinhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementosou qualquer outra linha que facilite a interpretao dos procedimentos construtivos da pea. Acompanhe um exemplo, para compreender bem.Observe a prxima pea, representada em perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, esto representadas apenas as cotas indicadas a partir da linha bsica vertical, apontada na perspectiva.

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    As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha bsica vertical. A expresso linha bsica no aparece no desenho tcnico. Voc deve deduzir qual foi a linha do desenho tomada como referncia analisando a disposio das cotas. claro que a cotagem do desenho anterior no est completa. Foram indicadas apenas as cotas relacionadas com a linha bsica escolhida, para que voc identificasse com facilidade este tipo de cota. Agora voc vai analisar um exemplo de desenho tcnico cotado por mais de uma linha bsica.

    18.4. Cotagem aditiva

    Este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitao de espao e desde que no cause dificuldades na interpretao do desenho. Veja a mesma placa com 6 furos, que voc estudou cotada em paralelo, agora com aplicao decotagem aditiva.

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    A partir da face tomada como referncia foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas so indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretao das cotas semelhante da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distncia do primeiro furo da esquerda face tomada como referncia, que contm o ponto 0; a cota 18 indica que a distncia da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distncia do terceiro furo em relao ao mesmo elemento de referncia e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos ter cotagem aditiva em duas direes. o que voc vai aprender, a seguir.

    Esta placa apresenta 7 furos, de dimetros variados, dispostos irregularmente na pea. A cotagem aditiva em duas direes uma maneira prtica de indicar a localizao dos furos. O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicao das cotas em duas direes, como voc pode ver no desenho tcnico, a seguir.

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    Exerccio 1

    Analise o desenho tcnico e assinale com um X as cotas que foram indicadas a partir da linha bsica vertical.

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    Exerccio 2

    Analise a perspectiva cotada e faa a cotagem em paralelo apenas das cotasdeterminadas a partir do elemento de referncia.

    19. Vistas em Corte

    Definio

    Quando a pea a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, detalhes invisveis, as projees ortogonais tero muitas linhas tracejadas e podero dificultar a interpretao do desenho. A Figura 5.1 mostra o exemplo de uma pea com vrios detalhes internos nas vistas de frente e lateral esquerda, que esto representados por linhas tracejadas.

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    Para facilitar a interpretao dos detalhes internos, representados por linhastracejadas, foi normalizada a utilizao de vistas em corte.Uma vista em corte uma projeo ortogonal feita a partir de um determinadoponto da prpria pea. A Figura 5.2 mostra a aplicao de corte, onde pode serobservado que a projeo da vista de frente corresponde quilo que visto, nadireo indicada, a partir do plano secante AB.

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    Ou seja, a vista de frente corresponde ao desenho da pea cortada pelo planosecante no ponto indicado pela linha de corte que vai de A at B, considerando o sentido de observao, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte.A linha utilizada para indicar o local onde a pea ser cortada, linha de corte, uma linha grossa constituda de traos e pontos. A linha de corte identificada por letras colocadas em suas extremidades e o sentido de observao identificado por setas perpendiculares linha de corte. As mesmas letras que identificam a linha de corte so utilizadas para identificar a vista resultante do corte. Onde houver interseco do plano secante com a pea sero colocadashachuras.

    19.1. Hachuras

    A finalidade das hachuras indicar as partes macias, evidenciando as reas de corte.As hachuras so constitudas de linhas finas, eqidistantes e traadas a 45 em relao aos contornos ou aos eixos de simetria da pea, conforme mostra a figura abaixo

    O espaamento entre as hachuras dever variar com o tamanho da rea a serhachurada [Figura 5.4(a) e (b)]. Quando a rea a ser hachurada for muito grandepode-se colocar as hachuras acompanhando o contorno da pea [Figura 5.4(c)].

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    Havendo necessidade de fazer qualquer inscrio na rea hachurada, deve-se interromper as hachuras para deixar bem ntida a inscrio feita, como mostra a Figura abaixo

    Existem normas especficas que permitem a utilizao das hachuras para indicar o tipo do material da pea. A Figura 5.8 mostra algumas hachurasconvencionadas para representar o tipo de material utilizado na construo da pea.

    19.2. Regras para Traado de Vistas em Corte

    1. Elementos tais como: eixos, pinos, parafusos, porcas, dentes de engrenagem,chavetas, rebites e nervuras, quando seus eixos longitudinais estiverem no plano de corte, no sero cortados, portanto, no sero hachurados. Observe na Figura 5.7(b) que a Nervura do Suporte (item 2) e os itens 1 e 2 (Pino e Eixo) no aparecem cortados no desenho de conjunto.2. Nas vistas em corte no se deve colocar linhas tracejadas. As arestas invisveis que esto situadas alm do plano de corte s devem ser representadas se forem necessrias compreenso da pea.3. A disposio das vistas em corte deve seguir a mesma disposio das vistasprincipais. 4. Em peas simples, nas quais seja bvio a localizao da posio do plano de corte, pode ser dispensado o desenho da linha de corte, como mostra o exemplo da Figura 5.9.

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    5. Quando o corte da pea for constitudo de planos secantes paralelos, as hachuras devem ter a mesma direo, porm, sero deslocadas para distinguir os planos de corte, como mostra a Figura 5.10

    19.3. Corte total

    Corte total aquele que atinge a pea em toda a sua extenso. Veja.

    Lembre-se que em desenho tcnico mecnico os cortes so apenas imaginrios.Os cortes so imaginados e representados sempre que for necessrio mostrar elementos internos da pea ou elementos que no estejam visveis na posio em que se encontra o observador. Voc deve considerar o corte realizado por um plano de corte, tambm imaginrio. No caso de corte total, o plano de corte

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    atravessa completamente a pea, atingindo suas partes macias, como mostra a figura a seguir.

    Os cortes podem ser representados em qualquer das vistas do desenho tcnico mecnico. A escolha da vista onde o corte representado depende doselementos que se quer destacar e da posio de onde o observador imagina ocorte.

    19.4. Corte na Vista frontal

    Considere o modelo abaixo, visto de frente por um observador.

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    Nesta posio, o observador no v os furos redondos nem o furo quadrado da base. Para que estes elementos sejam visveis, necessrio imaginar o corte.Imagine o modelo secionado, isto , atravessado por um plano de corte, comomostra a ilustrao.

    O plano de corte paralelo ao plano de projeo vertical chamado planolongitudinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio, em toda suaextenso, atingindo todos os elementos da pea.Veja as partes em que ficou dividido o modelo atingido pelo plano de cortelongitudinal vertical.

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    Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, voc poder analisar com maior facilidade os elementos atingidos pelo corte. Acompanhe a projeo do modelo secionado no plano de projeo vertical.

    Na projeo do modelo cortado, no plano vertical, os elementos atingidos pelo corte so representados pela linha para arestas e contornos visveis.A vista frontal do modelo analisado, com corte, deve ser representada comosegue.

    As partes macias do modelo, atingidas pelo plano de corte, so representadashachuradas. Neste exemplo, as hachuras so formadas por linhas estreitas inclinadas e paralelas entre si.As hachuras so formas convencionais de representar as partes maciasatingidas pelo corte.

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    O tipo de hachura usado no desenho anterior indica que o material empregado na confeco deste modelo metal.Os furos no recebem hachuras, pois so partes partes ocas que no foramatingidas pelo plano de corte. Os centros dos furos so determinados pelas linhas de centro, que tambm devem ser representadas nas vistas em corte.

    19.5. Indicao do plano de corte

    Observe novamente o modelo secionado e, ao lado, suas vistas ortogrficas.

    A vista superior e a vista lateral esquerda no devem ser representadas em corte porque o observador no as imaginou atingidas pelo plano de corte. A vistafrontal est representada em corte porque o observador imaginou o corte vendoo modelo de frente. Sob a vista representada em corte, no caso a vista frontal, indicado o nome do corte: Corte AA.

    Observe, na figura anterior, que a vista superior atravessada por uma linhatrao e ponto estreita, com dois traos largos nas extremidades. Esta linha indicao local por onde se imaginou passar o plano de corte. As setas sob os traos largos indicam a direo em que o observador imaginou o corte.As letras do alfabeto, prximas s setas, do o nome ao corte. A ABNT determinao uso de duas letras maisculas repetidas para designar o corte: AA, BB, CC etc.Quando o corte representado na vista frontal, a indicao do corte pode serfeita na vista superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda,como mostra a ilustrao a seguir.

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    Segundo a ABNT, sempre que a representao do corte for clara, no hnecessidade de indicar o plano de corte em outra vista.

    Exerccios de fixao

    Analise o desenho tcnico abaixo e responda: a) em que vista est representadoo corte?; b) em que vista aparece indicado o corte? c) qual o nome deste corte?

    As respostas corretas so: a) vista frontal; b) vista superior; c) corte AA.

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    19.6. Corte na vista superior

    Como o corte pode ser imaginado em qualquer das vistas do desenho tcnico, agora voc vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior.Imagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um observador.

    Para que os furos redondos fiquem visveis, o observador dever imaginar um corte. Veja, a seguir, o modelo secionado por um plano de corte horizontal.

    Este plano de corte, que paralelo ao plano de projeo horizontal, chamado plano longitudinal horizontal. Ele divide a pea em duas partes. Com o corte, os furos redondos, que antes estavam ocultos, ficaram visveis.Imagine que o modelo foi removido. Veja como fica a projeo do modelo noplano horizontal.

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    Observe novamente o modelo secionado e, ao lado, suas vistas ortogrficas.

    O corte aparece representado na vista superior. As partes macias atingidas pelo corte foram hachuradas.A vista frontal e a vista lateral esquerda esto representadas sem corte, porque o corte imaginado atingiu apenas a vista superior.O nome do corte: Corte AA aparece sob a vista superior, que a vistarepresentada em corte.A indicao do plano de corte, na vista frontal, coincide com a linha de centro dos furos redondos.As setas, ao lado das letras que do nome ao corte, indicam a direo em que o corte foi imaginado.

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    Quando o corte imaginado na vista superior, a indicao do local por ondepassa o plano de corte pode ser representada na vista frontal ou na vista lateralesquerda.

    Exerccios de fixao

    Observe o modelo representado esquerda, com corte, e faa o que se pede:

    a) faa hachuras nas partes macias, na vista representada em corte; b) escreva o nome da vista em que o corte aparece indicado; c) escreva o nome do plano de corte que secionou este modelo.

    19.7. Corte na vista lateral esquerda

    Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base. Imagine um observador vendo o modelo de lado e um plano de corte vertical atingindo o modelo, conforme a figura a seguir.

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    Observe na figura seguinte, que a parte anterior ao plano de corte foi retirada, deixando visvel o furo quadrado.

    Finalmente, veja na prxima ilustrao, como ficam as projees ortogrficasdeste modelo em corte.

    O plano de corte, que paralelo ao plano de projeo lateral, recebe o nome de plano transversal. Na vista lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado pela linha para arestas e contornos visveis. As partes macias, atingidas pelo corte, so representadas hachuradas.

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    O furo redondo, visvel pelo observador, tambm representado pela linha para arestas e contornos visveis.Nas vistas ortogrficas deste modelo em corte transversal, a vista frontal e a vista superior so representadas sem corte.Quando o corte representado na vista lateral, a indicao do plano de cortetanto pode aparecer na vista frontal como na vista superior.

    Exerccios de fixao

    Resolva o prximo exerccio: Observe o modelo secionado, representado emperspectiva, e faa o que pedido: a) indique, na vista superior, o plano de corte;b) faa o hachurado das partes macias, na vista em que o corte deve serrepresentado; c) escreva o nome do corte AA.

    Caso voc tenha entendido bem todos os assuntos demonstrados nesta aula,prossiga resolvendo os exerccios a seguir. Se ficou com alguma dvida, releia asexplicaes antes de passar para frente.

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    20. Meio Corte

    Em peas simtricas conveniente fazer com que o plano de corte v somente at a metade da pea. Deste modo, a vista em corte representarsimultaneamente a forma externa e interna da pea.

    Modelos simtricos longitudinal e transversalmente Observe o modelo a seguir, representado em perspectiva. Em seguida, imagine este modelo dividido ao meio por um plano horizontal e depois, dividido por um plano vertical.

    Voc reparou que, nos dois casos, as partes resultantes da diviso so iguaisentre si? Trata-se, portanto, de um modelo simtrico longitudinal e transversalmente.Neste modelo possvel imaginar a aplicao de meio-corte. Analise o desenho a seguir (modelo de plstico n 35) e imagine-o cortado longitudinal e transversalmente.

    20.1. Representao do meio-corte

    Acompanhe a aplicao do meio-corte em um modelo simtrico nos dois sentidos.

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    Imagine o modelo atingido at a metade por um plano de corte longitudinal (P1). Depois, imagine o modelo cortado at a metade por um plano de corte transversal (P2).

    Imagine que a parte atingida pelo corte foi retirada.

    Observando o modelo com meio-corte, voc pode analisar os elementos internos. Alm disso, ainda pode observar o aspecto externo, que corresponde parte no atingida pelo corte.O modelo estava sendo visto de frente, quando o corte foi imaginado. Logo, a vista onde o corte deve ser representado a vista frontal.Analise a vista frontal representada em projeo ortogrfica com aplicao do meio-corte.

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    A linha trao e ponto estreita, que divide a vista frontal ao meio, a linha desimetria.As partes macias, atingidas pelo corte, so representadas hachuradas. O centro dos elementos internos, que se tornaram visveis com o corte, indicado pela linha de centro. Neste exemplo, os elementos que ficaram visveis com o corte so: o furo passante da direita e metade do furo central.Metade da vista frontal no foi atingida pelo meio-corte: o furo passante daesquerda e metade do furo central no so representados no desenho. Isso ocorre porque o modelo simtrico. A metade da vista frontal no atingida pelo corte exatamente igual outra metade. Assim, no necessrio repetir a indicao dos elementos internos na parte no atingida pelo corte. Entretanto, o centro dos elementos no visveis deve ser indicado.Quando o modelo representado com meio-corte, no necessrio indicar os planos de corte. As demais vistas so representadas normalmente. Analise mais uma vez a perspectiva do modelo e, ao lado, suas vistas ortogrficas.

    Exerccios de fixao

    Pense e responda.O modelo abaixo pode ser representado com meio-corte? Por qu?

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