Apostila Curso Trabalho Em Altura- Vertice

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1 Técnicas de Trabalho em Altura – Nível 1 Vértice Flex - Engenharia e Altura

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Técnicas de Trabalho em Altura – Nível 1

Vértice Flex - Engenharia e Altura

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Índice de texto

1 - Introdução 04

2 - Objetivo 04

3 - Regras gerais para trabalho em altura 05

4 - Ordem de Serviço 05

5 - Permissão par a trabalho 05

6 - Legislação

6.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)

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7- Referências Normativas

7.1 NR6 – Equipamento de proteção individual – EPI

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7.2 - NR7 – Programa de controle Médico e Saúde ocupacional 07

7.3 - NR10 – Seguran ça e Instalações e Serviços em Eletricidade 07

7.4 - NR18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil 08

7.5 - NR33 -Norma Regulamentadora De Segurança e Saúde nos Trab alhos em Espaços Confinados 08

8 - Equipamentos para Tra balho em Altura 09

8.1 Cinto tipo paraquedista 09

8.2 Trava-quedas 10

8.3 Talabarte 11

8.4 Capacete 12

8.5 Fitas 12

8.6 Mosquetões 13

8.7 Utilização de Mosquetões 14

8.8 Estribos 14

9- Aparelhos de Segurança 15

9.1 Descensores 15

9.2 Bloqueado res 16

9.3 Bloqueadores para sistemas de distribuição de f orças ou de içamento 17

10 - Roldanas 18

11 - Cordas 19

11.1- Degradação da corda

11.2 – Vida Útil da Corda

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12 - Conservação do equipamento 21

13 - Nós 21

13.1 Nó simples 21

13.2 Azelha ou alça simples 21

13.3 Meio Pescador 22

13.4 Pescador Duplo 22

13.5 Nó de Fita 23

13.6 Nó de oito simples 23

13.7 Oito Duplo 23

13.8 Oito de união 24

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13.9 Oito de duas alças (coelho) 24

13.10 Laís de guia 25

13.11 Borboleta alpina 26

13.12 Volta do fiel 26

13.13 Meia-Volta -Fiel (Dinâmico ou UIAA) 27

13.14 Blocagem do meia -volta -fiel 28

14 - Laçada de Prussik 29

15 - Sistemas de ancoragens 30

16 - Avaliação de riscos 32

17 - Planejamento de um trabalho com acesso por corda 32

18 - Práticas de trabalho 32

19 - Equipes de trabalho 33

20 - Checagem de rotina dos equipamentos de acesso por c orda 33

21 - Procedimento de trabalho 33

22 - Sistemas de comunicação 34

23- Proteção de outras pessoas 34

24 - Finalização de um tur no 34

25 - Conclusão de um trabalho 34

26 - Método de descida e ascensão usando técnicas de ace sso por corda 35

26.1 Método para descida 35

26.2 Método para ascensão 35

27 – Fracionamento

27.1- Método para descida 27.2 Método para ascensão

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28- Desvio de corda 37

28.1 Método para descida

28.2 Método para ascensão

29- Transferência de corda

29.1 -Método para descida

29.2- Método para ascensão

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30- Checagem de pré -utilização de equipamentos 38

31 - Uso do equipame nto de trava -quedas 39

32 - Progressão e posicionamento com talabarte 39

33 - Posicionamento e movimentação com linhas de vida 40

34 - Fator de queda 41

35 - Içamento de cargas 42

36 - Resgate 43

37 - Resgate Simples 43

38 - Conclusão 45

39 - Bibliografia 45

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1. Introdução

A área de trabalho em altura no Brasil desde os anos 90 até os dias atuais sofreu grandes mudanças com relação a segurança e execução de trabalhos. No inicio, o fator segurança ficava sempre em segundo plano, a falta de orientação profissional, resistência dos empregadores para aquisição de equipamentos, falta de treinamentos adequados era a realidade da área nessa época. Até então, os funcionários, de alguma forma eram obrigados a realizar trabalhos onde o risco de queda era fator predominante, não existia planejamento de segurança e os equipamentos eram precários para execução das atividades. Por falta de acesso as informações e treinamentos adequados, as estatísticas de acidentes envolvendo trabalho em altura atingiam grandes proporções, a porcentagem de quedas de altura resultantes em acidentes grave ou gravíssimo era muito alta. Com a chegada das grandes empresas multinacionais no Brasil, as exigências por segurança aumentaram, empresas americanas e européias começaram a exigir segurança e velocidade na execução dos trabalhos. As mudanças foram significativas e muito positivas, o desempenho dos trabalhadores em altura na execução de suas tarefas mudou drasticamente. Sendo assim, os trabalhos que anteriormente eram executados de maneira desordenada, ganharam dimensões técnicas e profissionais e evoluíram a cada dia. Empresas nacionais exerceram papel importante no desenvolvimento de equipamentos de segurança mais confiáveis e adquiriram selos de normatização (CA – Certificado de Aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emp rego - MTE ) que garante a padronização na fabricação e qualidade dos produtos oferecidos no mercado nacional.

2. Objetivo :

Estabelecer critérios e procedimentos necessários para a realização de trabalhos em altura.

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3. Regras gerais para trabalho em altura

1. Todo trabalho a ser executado pela contratada ou prestadora de serviços sobre área produtiva, deve possuir prévia autorização do setor.

2. O local deverá ser sinalizado através de placas indicativas e ser feito isolamento para prevenir acidentes com transeuntes ou pessoas que estejam trabalhando embaixo. Ex.: Cuidado - Homens trabalhando acima desta área.

3. É obrigatório o uso do cinto de segurança, tipo pára-quedista, para trabalhos em altura superior a dois metros.

4. O transporte do material para cima ou para baixo deve ser feito preferencialmente com a utilização de cordas, em cestos especiais ou de forma mais adequada.

5. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais de trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada, para evitar acidentes com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas.

6. As ferramentas não podem ser transportadas soltas ;

7. Utilizar sacolas especiais ou cintos apropriados.

8. Todo trabalho em altura deverá ser previamente autorizado pelo SEESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho ) ou pelos bombeiros da empresa contratante.

9. Somente poderão trabalhar em altura os empregados que possuírem a "Autorização para Trabalho em Altura". Que será emitida com a apresentação de atestado médico do trabalho capacitando-o para o trabalho, ASO (Atestado de saúde ocupacional )

4.Ordem de Serviço

Os serviços de Trabalho em Altura devem ser precedidos de Ordem de Serviço específica, emitida pelo contratado e aprovada por trabalhador autorizado, contendo no mínimo, o tipo de trabalho, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.

5. Permissão para Trabalho

Antes de realizar um serviço que envolva trabalho em altura, faz-se necessária uma permissão que torne o trabalho em um ambiente seguro.

Este documento é emitido pelo responsável da empresa contratante e define o escopo do trabalho, identifica os riscos, estabelece medidas de controle que eliminam ou minimizam riscos desnecessários e deve ser preenchida e assinada por pessoas responsável e capacitada, apresentada a todos os envolvidos no trabalho para que a equipe conheça e entenda a atividade a ser realizada.

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6.Legislação. 6.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)

A legislação que trata de EPI no âmbito da segurança e saúde do trabalhador é estabelecida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A Lei 6514 de dezembro de 1977, que é o Capítulo V da CLT, estabelece a regulamentação de segurança e medicina no trabalho.

A Seção IV desse capítulo, composta pelos artigos 166 e 167, estabelece a obrigatoriedade de a empresa fornecer o EPI gratuitamente ao trabalhador, e a obrigatoriedade de o EPI ser utilizado apenas com o Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Artigo 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Artigo 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho”. A regulamentação sobre o uso do EPI é estabelecida pelas Normas Regulamentadoras 6 e 9, do MTE.

7. Referencias Normativas

7.1 - NR-6 – Equipamento de proteção individual – E PI

6.1 - Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.1.1 - Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.2 - O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. (206.001-9 /3)

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7.2 - NR-7 – Programa de controle Médico e Saúde oc upacional

7.1. Do objeto. 7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de

elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

7.3- NR-10 – Segurança e Instalações e Serviços em Eletricidade 10.1- OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO 10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. 10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. 10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE 10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho. (210.001-0/I=3) 10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho. (210.002-9/I=1)

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7.4 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho n a Indústria da Construção Civil

18.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

18.1.2. Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.

7.5 NR-33 - Norma Regulamentadora De Segurança e S aúde nos Trabalhos em Espaços Confinados 33. Objetivo e definição 33.1.1 - Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. 33.1.2 - Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

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8. Equipamentos para Trabalho em Altura Equipamentos de Proteção Individual (EPI), (Certificações, tipos, utilização e cuidados)

O Objetivo é oferecer conceitos e orientação sobre o funcionamento dos equipamentos a serem utilizados nas mais variadas atividades, para que possam reconhecer e identificar a qualidade dos equipamentos e técnicas e utilização dos mesmos.

Os equipamentos utilizados precisam conter especificações e certificação das instituições competentes.

8.1 Cinto tipo paraquedista , é composto por 5 pontos de ancoragem, sendo 2 frontais(peitoral e abdominal), 2 laterais para posicionamento e um abdominal, possui cinturão abdominal almofadado que garante uma boa liberdade de movimento ,conforto e um elevado padrão de segurança.

É utilizado para a restrição de quedas, movimentação e posicionamento em trabalhos realizados em altura. Os anéis, esterno ou dorsal, podem ser utilizados como ponto de conexão para trava quedas e talabarte de proteção contra quedas, o anel ventral para descensores e os anéis laterais para posicionamento de trabalho.

Fig. 1 Cinto tipo paraquedista

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8.2 Trava-quedas

Equipamento mecânico de segurança de travamento automático destinado a travar a movimentação do profissional quando ocorrer uma queda, o qual bloqueia automaticamente quando uma carga súbita é aplicada.

Existem trava-quedas específicos para corda e cabo de aço, são confeccionados em duralumínio e aço inox.

Fig. 2 Trava- queda para cabo de aço Fig.3 Trava-quedas para corda

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8.3 Talabarte

Equipamento componente de conexão de um sistema de segurança, regulável ou não, para sustentar, posicionar e limitar a movimentação do trabalhador, equipado com absorvedor de energia equipamento destinado a reduzir possíveis impactos sobre o corpo do trabalhador ou sobre os sistemas de segurança.

Fig. 4 talabarte y

Fig.5 talabarte de posicionamento

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8.4 Capacete Um capacete deve proteger dos impactos, das quedas de objetos e não pode ser uma fonte de incomodo. devem possuir casco resistente, fita jugular, suporte para lanternas de cabeça e regulagens internas para maior conforto do usuário.

8.5 Fitas

As fitas são confeccionadas geralmente em poliamida, (devem suportar uma carga igual ou superior a 2,2kn de tração ou 2200 kg) com formatos de confecção diferente(tubulares ou planas), são utilizadas para montagens de ancoragem, fracionamentos, direcionamento de corda,etc.

Fig.7 Fita anel

Fig, 6 Capacete

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8.6 Mosquetões

Mosquetões são conectores metálicos, que tem como principal função manter o elo com outros elementos de um sistema vertical seja um operário a corda, a corda em uma proteção, uma série de equipamentos a cadeirinha ou a corda na ancoragem. São equipamentos extremamente resistentes, pois precisam suportar incríveis forças tracionais, seu gatilho deve permanecer fechado de forma segura.

Existem no mercado mosquetões com diferentes tipos de formatos e material, devem possuir sistema de travamento nos gatilhos para que não abram acidentalmente.

Mosquetão oval com trava auto e manual: Forma oval polivalente para posicionar os aparelhos de forma otimizada (roldanas,bloqueadores, etc.). Ideal para sistemas de redução de forças. Mosquetão D assimétrico com trava auto e manual: Particularmente adaptado à fixação de aparelhos, forma em D para uma relação resistência e leveza excepcional. Mosquetão Pêra com trava auto e manual: Mosquetão de grande abertura e capacidade, facilitando a conexão de vários elementos. Forma em pêra permitindo a segurança e descer com um nó dinâmico.

Fig.8 oval automático Fig.9 D assimétrico manual Fig.10 Pêra automático

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8.7 Utilização de Mosquetões:

A correta utilização de um mosquetão envolve que a carga seja aplicada ao longo do seu eixo maior. A parte mais fraca do mosquetão é o gatilho, conseqüentemente, a aplicação de carga lateral no gatilho do mosquetão causa fadiga e traciona o mosquetão de forma inadequada, reduzindo sua força ou carga admissível.

Antes que um equipamento seja selecionado ou utilizado, o mesmo deve estar em conformidade com as NBR ou identificado com o certificado de aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego, caso os equipamentos complementares não estejam relacionados nas NR, devem atender às normas internacionais.

8.8 Estribos confeccionados em fitas resistentes, são peças fundamentais nos trabalhos em tetos e negativos, onde os pontos de apoio são inexistem, eles tem a função de auxiliar na movimentação e posicionamento para o trabalho. Fixados aos ascensores, ajudam muito nas longas subidas pela corda. Fig.12 estribo 4 degraus

Fig.11 Tração mosquetão

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9. Aparelhos de Segurança: 9.1 Descensores: para trabalho em altura ou resgate, o acesso por cima é privilegiado já que permite aproveitar a gravidade (economia de esforços).

Os descensores são feitos para ajustar o travamento e controlar a descida ao longo de uma corda fixa. Permitindo depois posicionar-se num ponto da corda para trabalhar. Certos descensores preenchem igualmente a função de aparelhos de segurança com o fim de dar segurança à progressão do primeiro em técnica de escalada industrial. Propomos dois tipos de descensores autoblocantes :

Fig.14 Industrial descensor

Fig.13 Gri gri

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9.2 Bloqueadores Os bloqueadores são destinados à progressão em corda, à realização de sistemas de distribuição de forças ou de içamento. Os bloqueadores de progressão Garantem uma eficácia durante a progressão, em desvios e fracionamentos os bloqueadores devem ser simples e rápidos ao serem montados. Para tal, a blocagem da corda é assegurada por um mordente retrátil equipado com pontas, travado na posição aberto, o mordente libera totalmente a passagem da corda de modo a facilitar a instalação do bloqueador. Ascension : Punho bloqueador utilizado nas práticas de técnicas verticais subir em uma corda, com auxilio de uma fita ou estribo.

Croll : Bloqueador ventral, utilizado juntamente com o punho bloqueador para que dois pontos intercalados de contato com o usuário e a corda.

Fig.15 Ascension Fig.16 Croll

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9.3 Os bloqueadores para sistemas de redução de for ças ou de içamento Utilizados de forma menos intensiva que os equipamentos destinados à progressão, estes bloqueadores integram geralmente uma came móvel para imobilizar a corda. Este mecanismo garante uma ligação permanente entre a corda e o bloqueador mas implica a desmontagem da came para instalar a corda. De acordo com a utilização prevista, os bloqueadores de came dispõem de um eixo rebitado ou de um freio de travamento, mais fácil de manipular.

Basic: Bloqueador polivalente, tem a função de anti-retorno num sistema redução de forças, auto-segurança ou subida em corda fixa. • Orifício inferior para conectar uma solteira • Orifício superior para mosquetonar a corda

Rescuecender: Bloqueador de came com eixo removível, para instalar ou retirar o bloqueador em qualquer ponto da corda. Possui um freio de travamento para limitar o deslocamento da corda involuntariamente.

Fig.17 basic

Fig. 18 rescuecender

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10. Roldanas As roldanas servem para içar material e no domínio do resgate para içar uma

pessoa. Podem eventualmente integrar um bloqueador para facilitar as manobras. Certas roldanas permitem também a progressão em corda ou cabo de aço, progressão de cargas ou evacuação de uma pessoa em resgate . Roldanas bloqueadoras integram um sistema de anti-retorno para instalar sistemas de redução de forças rapidamente. Roldanas simples podem ser integradas em todos os sistemas. Roldanas Prusik são feitas para realizar um sistema de anti-retorno leve com a ajuda de uma laçada autoblocante Prussik. Roldanas de progressão são feitas para tirolesas ou slides em corda ou cabo de Aço. Roldanas especializadas são dedicadas a certas aplicações específicas (progressão em cabos de aços de remontes mecânicos, passagem de nós, etc.)

Fig. 21 roldana prussik

Fig.19 roldana bloqueadora

Fig.20 roldana simples

Fig.23 roldana especial

Fig. 22 roldana de progressão

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O formato da roldana determina o seu modo de instal ação na corda: As roldanas de placas fixas necessitam da utilização de um mosquetão de forma oval. Instalam-se simples e rapidamente. As roldanas com placas móveis necessitam que se abra a roldana para montar na corda. Funcionam com qualquer tipo de mosquetão.

11. Cordas

Corda Estática : O tipo de corda mais recomendado e utilizado na área de trabalho em altura são as de (capa e alma), tecidas com alta tecnologia, a capa protege os filamentos internos da alma e esse conjunto, torna o material resistente a tração e a abrasão, em acesso por corda são utilizadas as cordas a partir de 11mm.

Fig.24 corda estática

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11.1 Degradação da corda

Produtos químicos: São dois grupos de produtos relativamente comuns (principalmente em ambientes industriais) que não devem entrar em contato com cordas: ácidos e hidrocarbonetos derivados de petróleo.

Existem vários relatos de acidentes por rompimento de corda devido ao enfraquecimento do material causados por esses grupos de produtos. E é ao mesmo tempo interessante e assustador saber que uma parcela considerável dessas contaminações ocorrem dentro de carros. A água (ácido) das baterias tem sido um dos vilões da história juntamente com resíduos de óleo, querosene, gasolina e diesel.

Os hidrocarbonetos ainda são detectáveis em maior ou menor grau devido ao cheiro e cor. Mas os ácidos são extremamente perigosos sendo que muitas vezes a corda se mantém em perfeito estado visual, mesmo quando consideravelmente degradada.

Abrasão: Causada pelas quinas e arestas durante uma operação, tem sido um problema uma vez que normalmente resultam em danos localizados. Muitas vezes a corda está perfeita na sua totalidade exceto num determinado ponto onde acabou abrindo um talho na capa ou coisas assim. Na pior das hipóteses o dano pode resultar em rompimento da corda durante o uso. A capacidade para conseguir visualizar os possíveis pontos de abrasão, evitá-los quando possível e protegê-los quando necessário faz parte da habilidade do usuário. Choque: As cordas estáticas não têm a capacidade de absorção de choque como as dinâmicas. Assim sendo não é recomendável utilizá-la em sistemas de impacto. No caso de choque, não apenas o trabalhador, mas também a ancoragem seria submetida à grande força de impacto.

11.2 Vida útil da corda

A vida útil de uma corda não pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de vários fatores como grau de cuidado e manutenção, freqüência do uso, tipo de equipamentos que foram utilizados em conjunto, tipo e intensidade da carga, abrasão física, degradação química, exposição a raios ultravioleta, tipo de clima,etc. qualquer corda está sujeita a falha se for mal conservada ou utilizada em condições abusivas ou extremas como ação de arestas cortantes ou abrasivas. Independentemente do tempo de uso uma corda deve ser posta de lado quando verificada uma ação considerável de abrasão, sofrer dano localizado na capa, submetida a um severo choque, suspeita de contaminação química ou de qualquer outra natureza.

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12. Conservação do equipamento Evite lavar freqüentemente o equipamento, salvo em situações onde a

contaminação prejudique a integridade do mesmo, porém é necessário que se verifique freqüentemente as condições do equipamento.

Quando for preciso lavar, para materiais têxteis, mergulhar em água fria com no máximo um pouco de sabão neutro, escovar com cerdas macias e enxaguar bem, secar a sombra

Para materiais metálicos, mergulhar em água morna para soltar as impurezas e secar a sombra, quando necessário lubrificar com óleo de máquina retirando todo o excesso.

13. Nós

13.1 Nó simples

Faz-se um anel com a corda e enfia-se a ponta dentro deste anel. Este nó útil para arrematar a ponta da corda de um nó e impedir que ele se desfaça.

13.2 Azelha ou alça simples.

É um nó simples feito pela alça, serve para ancoragens auxiliares.

Fig.25 nó simples

Fig.26 Azelha

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13.3 Meio Pescador

Fazem-se dois anéis sobrepostos e em seguida enfia-se a ponta da corda no centro deles. É muito útil para arrematar nós como o pescador duplo. É importante lembrar que um nó bem feito dispensa de arremate, porém este nó ajuda a encurtar a ponta que sobra da corda depois de se fazer o nó principal.

13.4 Pescador Duplo

São realizados dois “meios pescadores” em cada ponta de corda, de modo que um vá de encontro ao outro. É o nó mais usado para emendar cordas, apresenta a vantagem de permitir uma conexão confiável entre cordas de diâmetros diferentes.

Fig.27 meio pescador

Fig.28 pescador duplo

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13.5 Nó de Fita

Obtém-se fazendo um nó simples em uma das pontas e enfiando a outra ponta em direção oposta fazendo o nó. Importante deixar uma sobra de pelo menos 10 cm, pois os nós quando solicitados tendem a se acomodar.

13.6 Nó de oito simples

Muito interessante e prático, sua função pode ser de limitar a descida do trabalhador confeccionando este nó na ponta da corda de trabalho e de segurança.

13.7 Oito Duplo

È obtido fazendo um nó de oito sobre dois trechos paralelos de corda. È essencial que os trechos de corda em seu interior estejam paralelos. Caso estejam encavalados é difícil saber se foi bem confeccionado e também pode ser difícil de desfazer.

Fig.29 nó de fita

Fig.30 oito simples

Fig.31 oito duplo

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13.8 Oito de união

Obtém-se um nó oito na ponta de uma das cordas e em seguida enfia-se a ponta da outra corda na direção oposta, fazendo com que passe paralela à primeira corda no interior do nó. Este nó é muito prático para emendar cordeletes usados em tracionamentos e reduções e cordas nas descidas mais longas.

13.9 Oito de duas alças (coelho)

Este nó é um dos principais usados para a instalação das cordas e das amarrações durante os trabalhos, garante boa estabilidade e resistência a tração e impacto, outra característica importante é que este nó é fácil de desfazer mesmo sob solicitação de cargas pesadas.

Fig.32.oito de união

Fig.33 oito coelho

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13.10 Laís de guia

Nó de grande utilidade, usado para formar uma laçada não corrediça. É um nó de grande confiabilidade pois além de não estrangular sob pressão, é fácil de desatar. Ao executá-lo deve-se tomar cuidado uma vez que, se mal feito, desmancha-se com facilidade.

Fig.34 lais de guia

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13.11 Borboleta alpina

Nó utilizado para aplicar desvio de força no seio de uma corda ou para dividir direções de ancoragem. Após realizado oferece uma alça que pode ser utilizada para unir outra corda ou fazer desvio no posicionamento do cabo principal.

Permite a aplicação de força em direção oposta nos dois chicotes.

13.12 Volta do fiel

É feito colocando-se um primeiro anel de corda no mosquetão e em seguida regula-se o comprimento de corda desejado, por fim se insere um segundo anel no mosquetão que, tendo a corda por cima, vai travar o primeiro.Pode ser feito ainda da maneira enfiada.

Fig.35 borboleta

Fig.36 fiel

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13.13 Meia-Volta-Fiel (Dinâmico ou UIAA)

È um nó clássico para dar segurança. Supondo ter a corda de carga a esquerda, faz-se um anel de maneira que a corda de carga fique por cima e coloca-se o mosquetão. Se pega a corda livre e recoloca-se no mosquetão pela esquerda.

A corda que entra no mosquetão deve ser controlada para evitar formação de “cocas”. A corda de carga deve no lado da barra do mosquetão e a corda controlada no lado da abertura, porém esta deve sair pela direita para evitar que a corda solte a rosca da trava do mosquetão.

Fig.37 UIAA

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13.14 Blocagem do meia-volta-fiel

A alça de blocagem do meia-volta-fiel é feita da seguinte forma: tendo a segurança com uma mão pega-se a corda livre com a outra mão, mantendo o polegar para baixo, gira-se em seguida a corda até que o polegar fique paro o alto, tendo assim um anel.Pega-se um outro trecho de corda livre e passa por trás da corda de carga e enfia no anel. Em seguida aperta o nó sobre o mosquetão. Nesse momento a alça vai travar o meia volta-volta-fiel e o pequeno deslizamento da carga que pode ocorrer é aceitável.

Em fim se faz a contra alça de segurança dando um nó simples com alça sobre as duas cordas, tanto a de carga quanto a livre.

Fig.38 blocagem

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14. Laçada de Prussik Este nó é obtido enrolando um anel de cordelete (no mínimo três voltas) ao redor

da corda, enfiando cada corda uma dentro das outras, finaliza-se apenas apertando o a laçada. Deve-se deixar o nó de união do cordelete para fora desta espiral.

Deve-se observar atentamente o seu funcionamento durante o uso, pois ele pode torcer e dificultar a desblocagem.

Fig.39 prussik

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15. Sistemas de ancoragens. Defini-se ponto de ancoragem, o ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexão de cordas flexíveis ou cabos de aço de trabalho, corda flexível de segurança, trava quedas retráteis ou talabartes simples, duplos e de posicionamento podendo ser definitivo ou temporário,

Ancoragens

Os exemplos de pontos de ancoragens são: - chapeletas com chumbadores. - caixas de fosso de elevador em blocos de torre, vigas. - saliências em pontos com características geológicas naturais.

A resistência de todos os pontos de ancoragens (exceto as utilizadas em desvios) não deve ser inferior a 18 kN. Nos pontos de ancoragens temporários, podendo ser artificiais ou naturais, a resistência mínima pode ser obtida pela ligação e pelo igual carregamento de dois ou mais pontos de ancoragens,ou seja, equalização de forças.

As cargas que submetemos às ancoragens nas manobras de trabalho em altura são muito elevadas, de tal modo que é necessário distribuir o esforço sobre vários pontos. Em geral são usados anéis de corda ou de fita para unir todos os pontos de ancoragem. Devem ser feitos com muito cuidado para que, caso um ponto arrebente, este não cause maiores conseqüências ao sistema, por isso deve-se evitar anéis muito grande que podem causar um grande deslocamento para baixo, caso ocorra falha no ponto de ancoragem.

O ângulo interno formado pelas cordas entre dois pontos de ancoragens não deve ser superior a 90°.

Onde não houver nenhum ponto de ancoragem artificial no qual se possa fixar as cordas diretamente, outros sistemas de ancoragens devem ser usados (eslingas de cabos de aço ou têxteis).

Fig.40 ancoragens

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Fig.41angulos

Fig. 42 Laçadas de ancoragem

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16. Avaliação de riscos

A análise preliminar de risco deve identificar todos os riscos previsíveis no trabalho, incluindo aqueles que afetem a outras pessoas além de seus empregados, e definir os passos a serem seguidos para que os riscos sejam reduzidos. Pode também incluir referência aos padrões de treinamento, competências dos profissionais, da organização, das equipes de trabalho e procedimentos de trabalho e resgate.

17. Planejamento de um trabalho com acesso por cord a:

O Planejamento é de extrema importância, pois com a organização de procedimentos e das funções cabíveis a cada funcionário, o desempenho melhora e o desgaste dos trabalhadores é menor.

a) com que facilidade e segurança um profissional em altura será capaz de utilizar determinados materiais, equipamentos ou ferramentas necessárias para o trabalho e, em particular, se a reação a partir de qualquer ferramenta poderá colocar o profissional em risco.

b) se o trabalho puder desprender materiais que possam cair nas pessoas ou equipamentos que se encontram embaixo;

c) se o trabalho em dado local for tão lento em que os profissionais possam estar em risco de níveis inaceitáveis de exposição;

d) se seria possível resgatar o profissional rapidamente, usando técnicas de acesso por corda, a partir de qualquer posição potencial em que possam se encontrar.

e) uma visita prévia ao local pode ser necessária para determinar o meio de acesso e regresso, riscos a outras pessoas além dos empregados e a natureza do ambiente de trabalho.

18. Práticas de trabalho

Princípios de trabalho:

A corda de trabalho e a corda de segurança devem estar ancoradas separadamente. Entretanto, as duas ancoragens podem ser ligadas uma a outra para segurança adicional. Os supervisores são responsáveis pela checagem, verificando se as cordas estão corretamente guarnecidas.

Deve ser evitada a possibilidade de o profissional descer inadvertidamente para além do limite final da corda de trabalho ou de segurança. Isto pode ser evitado, por exemplo, mediante o uso de um nó de retenção (ou seja, um nó de figura oito) atado a um ponto apropriado em cada uma das cordas.

Os profissionais de acesso por corda que utilizam a progressão guiada e algumas técnicas de progressão horizontal devem utilizar os sistemas de frenagem que visam minimizar o fator de queda, estes são distintos daqueles usados para técnicas tradicionais de trava-quedas. Estas técnicas só devem ser utilizadas somente após uma avaliação específica dos riscos e da escolha apropriada dos equipamentos.

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19. Equipes de trabalho Devido aos riscos do trabalho de acesso por corda, as equipes de trabalho devem ser supervisionadas separadamente. Uma equipe de trabalho deverá, portanto, consistir em pelo menos dois profissionais presentes no local de trabalho. O supervisor deve assegurar antes do inicio do trabalho que os procedimentos de resgate de um profissional da equipe foram planejados, e que os recursos estejam prontamente disponíveis para que estes procedimentos possam ser executados.

20. Checagem de rotina dos equipamentos de acesso p or corda No começo de cada dia, a equipe de trabalho deve revisar os riscos que possam afetar o resultado seguro, eficiente e efetivo do trabalho. Esta revisão deve incluir referencia à declaração de método de segurança e à avaliação de risco já preparada.

Todos os equipamentos devem ser cuidadosamente verificados antes do início e durante o trabalho. No começo de cada dia de trabalho e em outras ocasiões, quando necessário (por exemplo, mudança de equipe de trabalho, mudança de local, uso inadequado e suspeita de dano), o supervisor deve verificar visualmente se todas as ancoragens e cordas (de metal ou têxteis), além das estruturas que os apóiam.

Em caso de cordas molhadas, pode existir o risco de descargas elétricas. Se o acesso por corda é usado em tais circunstâncias, precauções adequadas tais como, o aterramento, devem ser tomadas.

Deve ser designado um membro da equipe para ficar atento à área de trabalho e ancoragem. Alternativamente, a área deve ser isolada e sinalizada prevenindo o acesso não autorizado à área de trabalho.

21. Procedimento de trabalho

O supervisor deve designar uma zona de exclusão em relação à ancoragem para assegurar que profissionais da equipe não estejam em risco de queda nos limites do trabalho. As ancoragens e pontos de ancoragens preferencialmente devem estar fora da zona de exclusão de modo que o profissional possa colocar seus EPI e EPC e anexar-se às cordas de trabalho e segurança antes de entrar na zona de exclusão. Ninguém deve ser autorizado a entrar na zona de exclusão a menos que e esteja conectado a uma corda de vida ou ponto de ancoragem.

Deve-se prevenir contra danos às cordas quando em uso. As cordas devem estar guarnecidas a fim de evitar que corram sobre as bordas agudas de estruturas de aço, pedra, concreto ou alvenaria, ou sobre superfícies quentes. Onde isto não pode ser feito, é essencial que a corda esteja protegida, por exemplo, pelo uso de protetor para cordas. Os profissionais devem descender verticalmente com o mínimo de movimentos pendulares para reduzir o risco de danificar ou sobrecarregar as cordas ou as ancoragens.

Os efeitos do vento sobre as cordas devem ser levados em conta. Deve ser garantido que o excesso das cordas não entre em contato com objetos que possam danificar as cordas.

NOTA : Recomenda-se que em descidas longas, ancoragens intermediárias sejam ajustadas para manter os profissionais na sua posição.

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22 Sistemas de comunicação Um sistema de comunicação deve ser estabelecido entre todos os profissionais e, quando necessário,entre os profissionais e terceiros. O sistema deve ser acertado e configurado antes que o trabalho tenha início e durante todo o tempo em que os profissionais estiverem em atividade.

Recomenda-se que um sistema de rádio seja utilizado para fins de comunicação, a menos que a área de trabalho seja tal que todos os envolvidos estejam sempre visíveis uns em relação aos outros e dentro de um raio audível.

Sinais de voz e de mão podem ser responsáveis por mal-entendidos. Portanto, quaisquer sinais especiais devem estar bem acordados e ensaiados antes que o trabalho tenha início. Estes devem incluir um sinal que habilitaria o profissional a comunicar a necessidade de ajuda, quando qualquer outro método de comunicação adotado tenha falhado.

23 Proteção de outras pessoas Precauções devem ser tomadas para prevenir que equipamentos ou materiais caiam de tal forma que possam causar danos a outras pessoas. Estas precauções devem ser definidas para cada situação.

Usualmente, isto é necessário para estabelecer uma zona de exclusão na base da área do trabalho de acesso por corda. Uma zona de exclusão deve ser grande o suficiente para manter as pessoas livres de qualquer risco de queda de objetos. Em circunstâncias ideais, o comprimento de uma zona de exclusão deve ser pelo menos igual a altura da posição de trabalho. Contudo, isto muitas vezes é impossível de se conseguir devido à proximidade de outras construções, de modo que o comprimento da zona de exclusão deve ser apropriado ao máximo à situação de trabalho. Deve-se ter em conta a possibilidade de materiais se desviarem de uma queda retilínea pela ação do vento ou após desprender-se da estrutura ou resvalar no chão. As pessoas devem ser avisadas para não entrarem na zona de exclusão pela colocação de avisos, pelo provimento de sinais de alerta ou isolando a zona de exclusão, mediante instalação de alarmes ou posicionamento de observadores. As vias e passagens ou portas de acesso que conduzem para a zona de exclusão devem estar trancadas ou fechadas por uma barreira.

24 Finalização de um turno Ao final de cada turno de trabalho, equipamentos tais como cordas, ferramentas e componentes devem ser removidos ou acondicionados com segurança. Deve acontecer um encerramento formal até o próximo turno, de acordo com os procedimentos e regulamentos locais, em cuja ocasião qualquer informação relevante deve ser registrada.

25Conclusão de um trabalho Ao ser concluído um trabalho, deve-se tomar cuidado de liberar o local, com uma inspeção final da área antes que qualquer permissão de trabalho seja novamente providenciada.

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26 étodo de descida e ascensão usando técnicas de a cesso por corda

Ascensão e descida

O profissional deve manter sempre sua corda de trabalho tencionada antes de iniciar a ascensão ou descida.

26.1 Método para descida

- A aproximação da área de descida deve ser feita com segurança, usando um sistema adicional de proteção de queda se for necessário.

- Ao se aproximar da corda primeiramente coloque o dispositivo de trava quedas na corda de segurança, ao fazer esse procedimento minimizamos risco de quedas.

- Instale o descensor na corda de trabalho, cheque se a instalação do descensor esta correta, faça a chave de bloqueio ou um nó abaixo do descensor.

- Após instalar os dois equipamentos deixe que seu peso sobre a corda de trabalho.

- Se tudo estiver “OK” desconecte-se do sistema adicional de segurança (se apropriado) e movimente-se para uma posição a ponto da descida.

- retire a chave de bloqueio ou nó da corda e comece a descida controlada (de acordo com o tipo de descensor utilizado) sempre posicionando o trava quedas acima da linha do descensor.

- Sempre utilize a chave de bloqueio no descensor durante as paradas realizadas na descida.

- O posicionamento do trava-quedas sempre deve estar em posicionado pra evitar o fator de queda.

30.2 Método para ascensão

Fig.43 descida

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- Cheque todos os equipamentos necessários para realizar a ascensão, descensor, ascensores, trava-quedas e estribos etc..

- primeiramente coloque o dispositivo de trava quedas na corda de segurança, ao fazer esse procedimento minimizamos risco de quedas.

- instale o descensor na corda de trabalho, o mesmo funcionará como ascensor.

- Posicione o ascensor de punho acima do ascensor descensor (também na corda de trabalho) instale o estribo no ascensor de punho.

- Para começar a ascender, retese o descensaor e suspenda o ascensor de punho até aproximadamente à altura do capacete.

- Pise no estribo fazendo com que o peso corporal passe a ficar no ascensor de punho liberando o descensor

- retese o descensor ate que o peso passe a ficar sobre o e repita o processo até que a ascensão esteja concluída.

- Mova o equipamento de trava quedas com o objetivo de manter o potencial de queda ao mínimo possível acima da corda de segurança durante a ascensão, tomando cuidado para evitar o afrouxamento.

- Atingindo o topo da ascensão, conecte-se a uma ancoragem segura ou sistema de segurança. - Remova o ascensor ventral da corda primeiro, então faça o mesmo com o ascensor de punho. - Quando uma posição segura tenha sido atingida, remova o equipamento de trava quedas. NOTA : É essencial que os ascensores sejam usados somente em tensão sobre a corda e que eles nunca sejam usados de modo que possam sujeitar-se a cargas dinâmicas (a força de uma queda)

Fig.44 Ascensão

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27- Fracionamento

27.1- Método para descida - Ao chegar à altura do nó do fracionamento, bloquear o descensor.

- Conectar o talabarte no conector do fracionamento.

- Desbloquear o descensor, continuar a descida até a tensão do descensor, passar para o talabarte (que está conectado ao conector do fracionamento).

- Desconectar o descensor da corda de trabalho, instalando-o em sua continuação abaixo do nó do fracionamento, realizando o bloqueio logo em seguida.

- Desconectar o trava-quedas da corda de segurança, instalando-o em sua continuação abaixo do nó do fracionamento, posicionando-o de forma a evitar uma queda de fator maior que 1.

- Remover o talabarte e continuar a descida.

27.2 Método para ascensão

- Conectar o talabarte no conector do fracionamento.

- Desconectar o trava-quedas da corda de segurança, instalando-o em sua continuação acima do nó do fracionamento, posicionando-o de forma a evitar uma queda de fator maior que 1.

- Desconectar o ascensor ventral da corda de trabalho, instalando-o em sua continuação, acima do nó do fracionamento.

- Desconectar o ascensor de punho da corda de trabalho, instalando-o em sua continuação, acima do nó do fracionamento.

- Remover o talabarte e continua a subida.

28 - Desvio de corda

28.1 Método para descida

- Ao chegar à altura do desvio da corda, bloquear o descensor. - Conectar o talabarte no desvio da corda, evitando o pêndulo. - Remover as cordas de trabalho e de segurança do conector do desvio, conectando-as acima do descensor e do trava-quedas.

- Remover o talabarte e continua a descida.

28.2 Método para ascensão

- Ao chegar à altura do desvio da corda, conectar o talabarte no desvio da corda, evitando o pêndulo.

- Remover as cordas de trabalho e de segurança do conector do desvio, conectando-as abaixo do descensor e do trava-quedas.

- Remover o talabarte e continuar a subida.

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29- Transferência de corda

29.1 -Método para descida

- Antes de se realizar a manobra, bloquear o descensor e conectar-se a um terceiro ponto.

- Desconectar o trava-quedas e o instalar na segunda corda de segurança, posicionando-o de forma a evitar uma queda de fator maior que 1.

- Desbloquear o descensor e liberar a corda de trabalho instalando-o na segunda corda de trabalho.

29.2- Método para ascensão

- Conectar-se ao terceiro ponto, desconectar o trava-quedas e o instalar na segunda corda de segurança, posicionando-o de forma a evitar uma queda de fator maior que 1.

- Desbloquear o ascensor e liberar a corda de trabalho instalando-o na segunda corda de trabalho.

30 - Checagem de pré-utilização de equipamentos Todos os equipamentos devem ser submetidos a uma checagem de pré-utilização para assegurar que estejam em boas condições e funcionando corretamente. Itens suspeitos não devem ser usados e devem ser retirados de serviço. Além disso, antes de abordar o ponto de descida ou subida ou iniciar a ascensão ou a descida, checagens devem ser feitas para assegurar que:

- o(s) cinto(s) estejam afivelados e ajustados apropriadamente; - os talabartes e conectores estejam fixados apropriadamente; - as ancoragens estejam seguras (pontos e sistemas); - as cordas de trabalho e de segurança estejam apropriadamente ancoradas e livres de

danos; - os nós de fim de curso (quando aplicável) estejam apertados nas terminações inferiores de ambas as cordas (de trabalho e de segurança) e numa posição apropriada, considerando o alongamento;

-as ferramentas e outros objetos estejam seguros e que não possam cair.

Quando o ponto de ancoragem é alcançado, novas checagens devem ser feitas para assegurar que:

- as cordas estejam amarradas de modo que se evitem danos durante a operação de trabalho;

- os equipamentos de ajuste nas cordas estejam seguros e apropriadamente instalados (ou seja, descensores, ascensores, trava-quedas e talabartes).

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31 Uso do equipamento de trava-quedas O equipamento de trava-quedas deve ser utilizado para proteção em toda a situação de risco de queda. Ele deve ser o primeiro item a ser conectado, antes dos ascensores e descensores, e o último a ser removido. Com o objetivo de manter o potencial de queda ao mínimo, recomenda-se que o equipamento de trava-quedas nunca seja posicionado abaixo do nível da conexão do cinto tipo pára-quedista do profissional.

32 Progressão e posicionamento com talabarte São métodos de trabalho onde a pessoa independe de cordas auxiliares para progressão, descida e posicionamento. Fazendo uso do talabarte duplo, as conexões são feitas alternadamente em cada uma das duas extremidades do talabarte, de maneira que o usuário tem sempre um dos dois conectores de grande abertura, conectado à estrutura, protegendo-o contra qualquer possibilidade de queda. Desta forma, o usuário fica todo o tempo de subida ou descida ancorado no andaime, escada ou outro tipo de estrutura onde este esteja trabalhando. O posicionamento do trabalhador nas estruturas é feito através do talabarte de posicionamento conectado aos elos laterais da cadeirinha.

Fig.45 Progressão Fig.46 posicionamento

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33 Posicionamento e movimentação com linhas de vida Antes de qualquer intervenção sobre um telhado, os trabalhadores em altura devem montar um dispositivo de segurança para se protegerem no caso de escorregarem e caírem. O tipo de sistema a instalar é determinado em função da duração da intervenção. Tratando-se de uma intervenção de longa duração o trabalho terá de ser assegurado por proteções coletivas de modo a eliminar qualquer risco, tratando-se de uma intervenção pontual de curta duração o trabalho será assegurado com a ajuda de proteções individuais, os Equipamentos de Proteção Individual são, em qualquer dos casos, sempre necessários para colocar as proteções coletivas se o edifício não estiver pré- equipado. Na ausência de proteções coletivas, o risco de queda é máximo, o trabalhador deve obrigatoriamente usar um sistema de travamento de quedas (composto por um absorvedor de energia, um trava quedas móvel e uma corda de segurança). Se existirem proteções coletivas (redes de proteção, etc), o trabalhador pode instalar um sistema de posicionamento no trabalho com talabarte de posicionamento.

Fig.47 linha de vida

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34 Fator de queda Sabemos que durante os trabalhos, evitarmos sobrecarga nos equipamentos é de extrema importância, porém alguns detalhes devem ser considerados durante os procedimentos para que não soframos quedas, principalmente de fator 2. Fator de queda indica a relação entre a altura da queda de um profissional e o comprimento do equipamento que irá detê-lo.

Fig.48 fator de queda

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35 Içamento de cargas Alguns trabalhos em altura fazem com que nos deparemos com situações onde precisamos elevar objetos pesados e a força dos nossos músculos não é suficiente para tal atividade, por isso, desenvolvemos e aplicamos sistemas de distribuição de forças com anti-retorno para a segurança que o bem estar do trabalhador prevaleça.

Fixação de cargas com sistema de distribuição de forças:

Fig.49 içamento

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36 Resgate Ao realizarmos trabalhos em altura, devemos ter sempre em mente a necessidade de dispormos de um plano de resgate para podermos atuar de forma imediata, em caso de qualquer problema ou queda. Não nos referimos somente ao fato de esse técnico cair no vazio ou ficar suspenso numa linha de vida, mas também na possibilidade de o mesmo sofrer de uma queda de pressão ou tontura (para não pensarmos em nada mais grave) e se encontrar a uma altura de 10, 20, 30 metros ou mais. O problema surge verdadeiramente na hora de fazer descer o técnico desta altura, sobretudo quando ele não o pode fazer por si próprio.

37 Resgate Simples

No caso em que a vítima não está em condições de se auto-evacuar (perda de consciência, ferimento, estado de choque, etc), as outras pessoas presentes no local deverão intervir o mais rápido possível enquanto aguardam uma equipe de resgate exterior. Para uma eficácia e segurança máximas, os trabalhadores em altura devem estar previamente formados e suficientemente treinados. As intervenções são realizadas com a ajuda de um kit de resgate específico ou com o seu próprio material, de acordo com o plano de resgate do local (definido previamente após análise de todos os riscos). Na maioria dos casos, o primeiro resgate consiste em colocar a vítima segura numa zona onde a ajuda médica possa intervir. Procedimentos:

-Equipar-se com EPI

- Preparar material para resgate (gri- gri ou ID, mosquetões, jumar, fitas)

- Acessar a vítima de forma segura - Montar ancoragem acima da vítima

- Conectar a cinto do resgatista ( ventral) ao da vítima através de fita solteira

- Conectar ascensor acima do freio do resgatista junto a um mosquetão - Conectar uma fita tubular junto ao mosquetão da solteira

- Passar a fita tubular pelo mosquetão do ascensor servindo como estribo para o

resgatista.

- Pisar no estribo, retirar a conexão da vítima com a estrutura ou corda.

- Descer junto com a vítima

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Fig.50 resgate simples

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38 conclusão A utilização de equipamentos contra quedas possui uma interferência muito significativa sobre o comportamento humano e, conseqüentemente sobre o ritmo do trabalho. A sensação de segurança e respeito a integridade do trabalhador gera benefícios nem sempre visíveis, com a satisfação e produtividade dos trabalhos a serem realizados.

39 bibliografia BRASIL.Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.junho 2008 GULIN. Equipamentos para telhado junho 2008 GULIN. Acessórios para ancoragem junho 2008 ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO – ANAMT julho 2008 AUDITORIAS DE SEGURANÇA.Jorge Lozano DEZEMBRO 2007

TRABALHO E ALTURA – PREVENÇÃO DE ACIDENTES POR QUEDA. Gianfranco Pampalon julho 2008

CATÁLOGO PETZL 2002, 2003, 2005, 2008

CATÁLOGO KONG 2006.