Aplicação de herbicidas em caráter preventivo

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18 O manejo químico de plantas daninhas através de herbicidas já é algo bastante difundido na cultura canavieira. Mas como prevenir é melhor do que remediar, o uso de herbicidas pré-emergenciais aplicados em pré e pós- -plantio da cultura tem se tornado algo cada vez mais comum nas usinas. Segundo o professor doutor do Departamento de Produção Vegetal da Esalq/USP (Escola de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), Pedro Christoffoleti, a aplicação em Pré-Plantio Incorporado (ppi) é realizada normalmente em áreas de alta infestação de plantas daninhas de difícil controle. “Áreas com plantas daninhas do tipo gramíneas, principalmente com alta infestação de capim-braquiária (Brachiaria decumbens) e capim-co- lonião (Panicum maximum), são tratadas com herbicidas de pré-plantio de ação graminicida. Dentre os principais herbicidas utilizados para con- trole pré-plantio destas plantas daninhas, destacam-se a trifluralina e o isoxaflutole, sendo que o primeiro necessita de uma incorporação ime- diata após a aplicação devido a sua acentuada fotodegradação e volatili- zação. No entanto, o isoxaflutole é incorporado apenas com o objetivo de melhorar o contato do herbicida com as sementes das plantas daninhas”, explica Christoffoleti. Após a aplicação do herbicida de pré-plantio é feito o plantio da cana, preferencialmente com a ocorrência de uma chuva entre a aplicação do tec. agrícola

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O manejo químico de plantas daninhas através de herbicidas já é algo

bastante difundido na cultura canavieira. Mas como prevenir é melhor do

que remediar, o uso de herbicidas pré-emergenciais aplicados em pré e pós-

-plantio da cultura tem se tornado algo cada vez mais comum nas usinas.

Segundo o professor doutor do Departamento de Produção Vegetal da

Esalq/USP (Escola de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São

Paulo), Pedro Christoffoleti, a aplicação em Pré-Plantio Incorporado (ppi)

é realizada normalmente em áreas de alta infestação de plantas daninhas

de difícil controle.

“Áreas com plantas daninhas do tipo gramíneas, principalmente com

alta infestação de capim-braquiária (Brachiaria decumbens) e capim-co-

lonião (Panicum maximum), são tratadas com herbicidas de pré-plantio

de ação graminicida. Dentre os principais herbicidas utilizados para con-

trole pré-plantio destas plantas daninhas, destacam-se a trifluralina e o

isoxaflutole, sendo que o primeiro necessita de uma incorporação ime-

diata após a aplicação devido a sua acentuada fotodegradação e volatili-

zação. No entanto, o isoxaflutole é incorporado apenas com o objetivo de

melhorar o contato do herbicida com as sementes das plantas daninhas”,

explica Christoffoleti.

Após a aplicação do herbicida de pré-plantio é feito o plantio da cana,

preferencialmente com a ocorrência de uma chuva entre a aplicação do

tec. agrícola

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ppi e o plantio da cana.

Depois do plantio pode ser aplicado um herbicida de pré-

-emergência com o objetivo de controlar os fluxos de emergên-

cia que surgem após o plantio da cana. Segundo Christofolleti,

a diferença fundamental dos herbicidas de ppi com os de pré-

-emergência pós-plantio da cana está na dose do herbicida pré

que deve estar fundamentada na seletividade para a cultura.

O pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas)

da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de

São Paulo, Carlos Alberto Mathias Azania, afirma que dar uma

recomendação específica para aplicação de pré-emergenciais

na cana é uma questão complexa.

“O produtor deve conhecer as características físico-quí-

micas dos herbicidas e a característica física do solo. Depois

deve escolher as moléculas herbicidas de acordo com a épo-

ca do ano. Em períodos de estiagem, os herbicidas a serem

escolhidos deverão atender as características físico-químicas

específicas a estiagem e, se for período de chuvas, as caracte-

rísticas físico-químicas dos herbicidas devem atender as es-

pecificações de umidade no solo. Em todo caso, para ambas

as épocas, o produtor deve também conhecer as plantas da-

ninhas presentes por meio de levantamentos fitossociológi-

cos”, diz Azania.

Para Christoffoleti não existe uma recomendação padrão

para os herbicidas aplicados em pré, porém sua recomenda-

ção é baseada nos parâmetros culturais como suscetibilidade

varietal, tipo de solo e clima, principalmente com relação a

quantidade de chuvas.

“A aplicação de herbicidas pré-emergenciais após o plan-

tio podem representar menores riscos de perdas do potencial

produtivo da cana, quando comparado com sistemas que ado-

tam a aplicação de herbicidas apenas em pós-emergência. Es-

tes riscos estão associados à necessidade de aplicação rápida

durante o período chuvoso, pois caso haja matocompetição

nesta época, as perdas são significativas. A aplicação pós-

-emergente pode gerar sintomas severos de fitotoxicidade,

principalmente quando a superfície foliar é atingida durante

o processo. Ela exige, normalmente, aplicações em jato dirigi-

do. O período de 90 dias após o corte e sem aplicação de um

pré-emergente, pode representar uma perda de cerca de 35%

da produção final”, explica Christoffoleti.

Azania afirma que herbicidas pré-emergentes têm como

vantagem a contenção dos fluxos de emergência e persistência

no solo, que chegam até aproximados 100 dias. “Uma das des-

vantagens é quando a modalidade é usada em período de es-

tiagem. Nessas ocasiões a pouca umidade no solo desfavorece

a dinâmica do herbicida no solo e os ventos, que são constantes

no período, podem remover parte do herbicida que fica depo-

sitado sobre a superfície do solo ou palha do canavial. Assim,

quando iniciam as chuvas, é possível encontrar clareiras (re-

boleiras) sem o controle de plantas daninhas.”

Já para Caio Querne de Carvalho, Marketing Developer parar

Cana-de-açúcar da Dow AgroSciences, além de facilitar o pro-

cesso de manejo dos canaviais, visto que agilizam o processo

de limpeza das áreas, a aplicação pré-emergente ainda reduz a

necessidade de maior número de máquinas em uma determina-

da propriedade. “Quanto as desvantagens, devido a mudança

da flora em anos subsequentes, podem surgir na área plantas

daninhas que ainda não haviam sido identificadas. Caso o pro-

duto não seja a melhor ferramenta para aquela determinada

planta daninha, pode haver escapes.”

Marcelo Montezuma, coordenador de Desenvolvimento Tec-

nológico da Monsanto aponta os prós e contras do tratamento

pré-emergencial (vide quadro abaixo).

- a cultura se desenvolve em solo limpo;

- permite melhor dimensionamento do parque de máquinas e

mão de obra para manejo de herbicida por conta do maior pe-

ríodo útil de manejo;

- há menor fitotoxicidade visual da cultura;

- são mecanismos de ação alternativos;

- há a possibilidade de se associar a aplicação ao manejo de cul-

tivo da soqueira.

- maior dependência das condições de preparo de solo e das con-

dições climáticas para performance;

- atrasos de manejo podem levar a menor eficiência de controle

pelo início de germinação das plantas daninhas;

- operação de quebra de lombo para nivelamento do terreno em

cana planta ou o cultivo da área em cana soca, pode demandar

uma nova aplicação de manejo;

- baixa eficiência em áreas com muita presença de palha;

- eficiência relativa à expressão do banco de sementes presente

no solo.

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tecnologia agrícola

Dentre os herbicidas pré-emergentes pa-

ra a cana-de-açúcar, a Dow AgroScience

oferece o Combine (Tebuthiuron), o Com-

binado (Tebuthiuron e Hexazinona), o Goal

(Oxyfluorfen) e o Coact (Diclosulam).

Segundo Carvalho, todos os produtos

são seletivos para a cultura de cana. “As

aplicações mais comuns são realizadas de

forma tratorizada, em plantios, soqueiras,

quebra–lombos e em diferentes estágios da

cultura. Quanto à época de aplicação, há

uma diferença com relação a cada molécu-

la. O produto Combine (Tebuthiuron) pode

ser utilizado durante o ano todo, tanto nas

águas como na época seca, em qualquer es-

tágio da cultura, conferindo controle em um grande espectro

de plantas daninhas, tanto de folhas largas como estreitas.”

O produto Goal (Oxyfluorfen) é específico para épocas úmi-

das, devido a sua baixa solubilidade. Pode ser aplicado desde a

cultura pré-emergida até o estágio de esporão da cultura. Con-

fere enorme residual e controle de diversas plantas daninhas

que estão se tornando problema na cultura de cana-de-açúcar,

como a mamona.

O Coact (Diclosulam) também é ideal

para aplicação em época úmida em qual-

quer estágio da cultura e apresenta bom

controle em plantas daninhas de folha lar-

ga.

De acordo com Carvalho, além do mane-

jo dos herbicidas, existem outros cuidados

durante o plantio que a usina deve tomar

para um melhor resultado, como seguir as

indicações de quando e como proceder a

aplicação de cada herbicida a ser utilizado.

“Outro fator fundamental refere-se à

qualidade da água que será utilizada co-

mo veículo para a aplicação de herbicida.

Nunca aplicar produto com água de rios,

açudes ou tanques, devido as impurezas presentes nestes lo-

cais, tais como os sedimentos de argila que geram, em diversos

casos, redução da eficiência”, salienta Carvalho.

A Basf oferece o Plateau, registrado na cultura de cana-de-

-açúcar para controle de folhas largas e gramíneas. Marcus

Brites, gerente de Cana e Citrus da Basf conta que a empresa,

com o intuito de reduzir o consumo de água nas aplicações de

A Lipow apresenta a tecnologia Penta para preparo do solo,aumente a produtividade do seu canavial em até 12 t/ha.

Penta, tecnologia desenvolvida pelaMafes Inteligência Agrícola, eproduzido pela Lipow.

O Penta, conjuga 5 funções operacionais em uma única máquina. Tecnologia já utilizada em extensas áreas de cultivo de cana-de -açúcar, apresenta ótimo rendimento gerando redução do custo de 30% com o preparo do solo e incremento de até15% de produtivi-dade, além da melhoria na conservação de solo e melhor controle de plantas daninhas e ainda facilita a colheita mecanizada.

subsola - aplica corretivo - alera a palha - destorroa o solo - incorpora o corretivo

Av Shozo Sakai, 66808745 100 Mogi das Cruzes - SP Brasiltel: 55 11 4790 2904

lipow.com.br

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herbicidas na cultura da cana e trazer ganhos econômicos e

ambientais, criou o Projeto “Provar” com o uso do herbicida

Plateau.

“Os estudos do Provar tiveram início em 2007 sob a coor-

denação do diretor do Centro de Engenharia e Automação do

IAC, Hamilton Ramos. No terceiro ano do projeto também foi

feita uma parceria com a Ufscar (Universidade Federal de São

Carlos) para estudo do banco de sementes nas áreas do pro-

jeto. Quanto maior o volume de água, menor o rendimento

operacional e maior o custo do seu transporte. Assim, a ade-

quação do volume de água pode reduzir sensivelmente o custo

de aplicação de herbicidas. A adoção de menores volumes de

água pode representar para as usinas redução no custo opera-

cional da aplicação, que varia de 4% a 30% do total investi-

do”, revela Brites.

A pesquisa constatou que é possível diminuir o volume de

calda em até 60% e aumentar o ganho ope-

racional em até 30%.

Paulo Donadoni, gerente de Cultura da

Cana da Bayer CropScience afirma que o

destaque da empresa para aplicação em

pré-emergência é o Provence, que pode ser

usado em qualquer época do ano e propor-

ciona controle para gramíneas e todas as

plantas daninhas do gênero Digitaria, es-

pecialmente a Digitaria nuda.

“O herbicida Provence pode ser aplica-

do em ppi reduzindo o banco de plantas

daninhas infestantes, facilitando o controle

destas invasoras e auxiliando na eficácia

do herbicida aplicado no pós-emergência. É

um herbicida com flexibilidade total, pois

pode ser aplicado tanto em cana planta e

soca quanto em cana crua, em qualquer

época do ano, além de poder ser associado

a todos os produtos disponíveis no merca-

do”, destaca Donadoni.

O outro destaque da empresa é o Sencor, graminicida e la-

tifolicida com largo espectro de ação e que controla gramíneas

e folhas largas em pré e pós-emergência das plantas daninhas

e também na pós-cultura.

A DuPont traz em sua linha os pré-emergentes Front e Vel-

par. Segundo Manoel Pedrosa, gerente de Marketing em Cana-

-de-açúcar da DuPont, a empresa recomenda o uso dos seus

produtos em épocas diferentes.

“O Front é para ser aplicado em soqueira na pré-emergência

na época seca do ano e o Velpar na cana planta e soqueira de

época úmida. Ambos podem ser aplicados via pulverizadores

tratorizados ou avião. O Front, que é um herbicida de amplo

espectro, controla as principais plantas daninhas infestantes

em cana-de-açúcar como capim colonião, complexo de digi-

tarias (incluindo Digitaria nuda), complexo de braquiarias e

complexo de cordas-de-viola”, salienta Pedrosa.

A Arysta LifeScience possui em sua linha de herbicidas pa-

ra cana-de-açúcar o Dinamic, desenvolvido com o exclusivo

ingrediente ativo amicarbazone que controla plantas daninhas

com sucesso.

“Oferecemos ainda, o Lava 800 (tebuthiuron), de uso des-

tacado em plantio e comercializado em moderna formulação

WDG, que facilita o manuseio e descarte das embalagens, e

o herbicida Dizone (hexazinona + diuron), molécula padrão

de mercado para o manejo das principais espécies de plantas

daninhas, com excelente desempenho em épocas de transição

entre período úmido e chuvoso”, afirma José Gambassi, coor-

denador do Mercado de Cana Brasil, da Arysta LifeScience.

Segundo ele, os herbicidas fornecidos

pela empresa podem ser aplicados nas di-

versas fases da cultura, desde a dessecação

com Glifosato, passando pelo pré-plantio

incorporado (ppi), pós-plantio, quebra-lom-

bo e em cana soca. “Destacamos aqui a uti-

lização do Dinamic como importante herbi-

cida para controle das difíceis espécies de

plantas daninhas como mamona, mucuna

e várias espécies de ipoméas ou corda-de-

-violas, entre outras”, salienta Gambassi.

A Ihara possui o herbicida Flumyzin,

chamado de herbicida flex, pois funciona

tanto em épocas secas quanto úmidas, em

cana planta e em cana soca, além de con-

trolar folhas largas e estreitas.

José Antonio de Souza Junior, adminis-

trador Técnico de Pesquisa da Ihara, explica

que o Flumyzin deve ser utilizado essen-

cialmente em pré-emergência das plantas

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daninhas. “Devido as características

físico-químicas únicas, é um produto

eclético e pode ser utilizado em época

seca, úmida, semisseca e semi úmida.

Sua alta seletividade permite que seja

aplicado em cana planta, em épocas

de seca ou umidade. Pode ser traba-

lhado em cana soca também, inclusive

em áreas de colheita mecanizada que

apresentam alto volume de palha sobre

a superfície do solo. Herbicidas pré-

-emergentes impedem que a população

de infestante se estabeleça. Pesquisas

mostram redução de até 40% na pro-

dução de colmos devido a infestação

de plantas daninhas”, destaca Souza

Junior.

A Syngenta, ao longo dos anos, trouxe para o mercado os

produtos Dual Gold, Gesapax e Gesaprim GRDA.

Segundo Benedito Aparecido Braz, gerente de Novas Tec-

nologias para Cana da Syngenta, a aplicação dos produtos

pode ser feita via trator, via aérea e em cobertura total.

“Eles podem ser aplicados em pré ou pós-emergência das

plantas infestantes na cana-de-açúcar devido à boa seletivida-

de proporcionada. O Dual Gold controla muito bem as gramí-

neas como o capim-colonião, braquiária, capim pé-de-galinha,

capim-marmelada e todas as espécies de capim-colchão. Esse

produto oferece também um bom controle para trapoeraba,

caruru, beldroega, apaga-fogo e poaia-branca. O Gesapax pro-

porciona bom controle para capim-colchão, capim-marmelada

e as folhas largas em geral. E o Gesaprim é eficiente para as

folhas largas em geral. A associação dos herbicidas da linha

Syngenta propicia bom controle de gramíneas e folhas largas

em cana”, destaca Braz.

No entanto, Braz salienta que apesar de o mercado ter

dado preferência para aplicação em pré-emergência, existem

produtos com alta seletividade para pós-emergência. “Não so-

mos a favor apenas da aplicação em pré-emergência. Quando

se aplica em pós, podemos escolher as áreas que receberão

o produto, pois as plantas daninhas já emergiram e a admi-

nistração do produto é feita apenas onde é necessário. Isto

pode representar economia, pois, de acordo com trabalhos

técnicos, as plantas daninhas não emergem entre 30% e 40%

das áreas de cana.”

Apesar de possuir o registro de alguns herbicidas de carac-

terística pré e pós-inicial como o Boxer (alacloro + atrazina),

o Laço EC (alacloro) e o Fist EC (acetocloro), Montezuma diz

que a Monsanto não comercializa estes produtos por decisão

mercadológica.

O controle total de plantas daninhas

é algo que dificilmente pode ser obtido.

E não existe receita mágica para erradi-

cação total destas pragas.

Segundo Azania, cada canavial pode

ser comparado ao metabolismo de uma

pessoa, cada qual com suas particulari-

dades. Além da aplicação dos herbici-

das, existem outros cuidados preventi-

vos que podem minimizar o ataque de

plantas daninhas como o uso do espa-

çamento correto, que proporciona o fe-

chamento mais rápido do talhão de ca-

na e, consequentemente, traz à sombra,

um agente de controle sobre as plantas

daninhas.

“Além disso, deve-se tomar cuidado com plantio de mudas

que tenham tido contato com espécies daninhas e observar

se a torta de filtro está livre de sementes de plantas dani-

nhas. Deve-se ainda manter os canais de vinhaça limpos de

plantas daninhas porque as sementes pequenas de algumas

espécies podem facilmente circular entre a tubulação dos

equipamentos e contribuir com a disseminação das espécies”,

explica Azania.

Montezuma diz que é importante fazer um planejamento

de controle para cada época do ano com foco na melhor per-

formance de cada herbicida e das condições de infestação,

clima e período de controle esperado, sendo que, para cana

planta ou cana soca, em algumas situações específicas, deve

se programar duas aplicações no ano safra, principalmente nos

primeiros anos de instalação da cultura, para que se permita

um canavial mais limpo e com maior potencial de longevida-

de em número de cortes.

Ainda segundo ele, o planejamento de atividades das di-

versas áreas da usina deve se ajustar aos planejamentos de

ações para que o preparo, plantio, adubação, cultivo, colheita

e manejo de herbicida ocorram dentro de um planejamento

mais assertivo, de forma que uma operação não comprometa

ou interfira na performance da outra.

Montezuma faz um alerta com relação ao conhecimento e

o entendimento dos mecanismos de ação herbicidas, o correto

planejamento de produtos ao longo das safras, de forma a se mi-

nimizar ou mitigar possíveis casos de resistência ou tolerância

que se possam fazer presentes. “Ainda é preciso estar atento na

dose correta, momento e condição de manejo correto, tecnologia

de aplicação adequada, ter cuidado na limpeza de máquinas e

implementos e das divisas e carreadores, que são focos de in-

festação potencial para entrada nos talhões”, finaliza.