Anorexia e Bulimia - Viviane
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Terapia nutricional na Anorexia e Bulimia Nervosas
Nut. Viviane C. Borges Hafez
Restrição Alimentar
Aumenta em 20 vezes o risco do aparecimento da AN e BN*
Em pacientes obesos, dietas para perda de peso podem levar à BN
35% dos americanos que fazem dieta progridem para dietas patológicas. Destes, 20-25% desenvolvemtranstornos alimentares
A AN pode ser desencadeada, em pacientes susceptíveis, com obesidade mórbida submetidos à cirurgia bariátrica e que perdem quantidade importante de peso de forma aguda
*Cordás T. A. “Anorexia Nervosa e Bulimia”, entrevista concedida em 11/2002 e publicada no endereço: www.drauziovarella.com.br/entrevistas/anorexia_cordas.aspNakano K. Nippon Rinsho 2001; Mar; 59(3): 528-33 Shisslak,CM;Crago,M, EstesLS 1995. International Journal of Eating DisordersBonne et al, 1996; Atchison et al, 1998; Thomas et ac, 1999; Deitel 2002, Cordás et al 2004
Keys et al (1950)
Voluntários eutróficos (homens) se submeteram à restrição alimentar por 6m até perderem 25%do PU
Resultados:- Coleção de receitas, gosto por cozinhar- Irritação e aborrecimento- Apatia, letargia, menor interesse em sexo
Após o estudo desenvolveram compulsão alimentar
O papel da restrição alimentar
Distúrbios do comportamentoque levam apadrões bizarros de alimentação,alterações de humor e comportamentos obsessivo-compulsivos
Atingem principalmente o sexo feminino
Caracterização da AN e BN
Limitações dietéticas auto-impostas, com padrão alimentar bizarro:- na qualidade- na quantidade- nos horários- nos rituais
Razões (entre outras)Distorção da auto-imagem corporalPavor intenso de ganhar pesoDesejo constante de perder peso
Alteração do padrão alimentar na AN
Perda de controle sobre a ingestão alimentar (voracidade)Ingestão de enorme quantidade de alimentos em pouco tempoUso de práticas "compensatórias” (purgativas ou não)
Alteração do padrão alimentar na BN
Razões (entre outras)
Medo de ganhar pesoDistorção da auto-imagem corporal
Padrão alimentar descrito como
“caótico/bizarro”
Restrição tem papel fundamental no início
e perpetuação do quadro.
Compulsão desencadeada por restrição e
fatores emocionais.
Padrão alimentar na BN
Caso clínico 1
A.L., 47 anos, sexo femininoSolteira, sem filhos3ª filha (1 irmão e 3 irmãs)bióloga, reside com a família Pai (grande aliado)Mãe autoritária, pai submisso e protetor
Aumento de peso na adolescência. Durante as festas as tias a chamavam de balofa. Tinha muita vergonha. Sentava com almofada na barriga e não levantava.
Tinha muito medo de sua mãe e relacionamento estreito com o pai.
Aos 17 anos começou a fazer dieta.
Inicialmente excluia alguns alimentos das refeições e posteriormente fazia períodos de jejum.
Após 1 ano apresentava IMC de 16 e se achava muito gorda.
Pensava o dia todo na angústia que era ter que comer e como fazer para eliminar.
Como era obrigada a comer com a família passou a vomitar o que comia, escondido de todos. Odiava alimentos salgados.
Vomitava sempre após ingestão de alimentos
“Detesto comida salgada”. “Amo doces”. ”Vomito porque preciso”.“Morro de medo de ficar mais gorda do que já sou”.
Considerando este caso qual seria o transtorno alimentar apresentado pela paciente
1. Bulimia nervosa sub-tipo purgativo
2. Anorexia nervosa sub-tipo restritivo
3. Anorexia nervosa sub-tipo purgativo
4. Bulimia nervosa sub-tipo não purgativo
* 50% dos pacientes desenvolvem sintomas de voracidade alimentar
Subtipos da AN
Subtipo: purgativo*Subtipo: restritivo
BN subtipo: purgativo
Prática compensatória:Vômitos auto-induzidosUso de laxantesUso de diuréticos
BN subtipo não-purgativo
Prática compensatória: JejumExercícios vigorosos
Pobre percepção do tamanho corporalNão apresentam medo intenso de ganhar pesoNão têm angústia com a forma corporal, masapresentam náuseas, empachamentoEstão longe da menarca
LimitaLimitaçção do diagnão do diagnóóstico em crianstico em crianççasas
Atenção para:Prática de controle de peso não saudávelPensamento obsessivo com alimentaçãoComportamento alimentar inadequadoFalha no crescimento e maturidade sexual
Sinais e sintomas clínicos da AN
DesnutriDesnutriçção e Desidrataão e Desidrataççãoão
Perda de massa óssea
Redução da pressão sangüínea, pulsaçãoe temperatura corpórea, aritmia cardíaca
Alteração da motilidade gastrointestinal
Desequilíbrio eletrolítico
Amenorréia
Redução do GEB
Pele seca; lanugo; palidez; petéquias; edema
Fisher M, 2004 ASPEN Program Syllabus volume 2
Anorexia e perda de massa óssea
14 meninas com ANDiário alimentar 24h e exame de densitometria óssea
Resultados:Baixa ingestão de cálcio x RDA em todas57- 64% com osteopenia ou osteoporose na coluna e fêmur
CONCLUSÃO: pacientes com AN têm baixa ingestão de Ca que está diretamente relacionado com perdade massa óssea e correlacionada com tempo deamenorréia
Silva de Sá MF. Rev Bras. Ginecol. Obstet. 26(1) ,2004
Hipercolesterolemia na AN
24 pacientes com AN sub-tipo restritivo22 anos
IMC: 14,7+-19,5Grupo controle pareado por idade
Nem pacientes nem controles história de dislipidemia
Hipercolesterolemia (> 192): 51,3%
Valores menores de T3, leptina nos pacientes (p< 0.05)
Correlação positiva nos pacientes entre IMC e T3 e IMC e leptina
Valores maiores nos pacientes de TG, CT e frações (p<0.05)
AGL sem diferença entre AN e controles
Ohwada R et all. Int Journal of Eating Disorders 2006, 39;7 598-601
Ohwada R et all. Int Journal of Eating Disorders 2006, 39;7 598-601
Alta incidência de hipercolesterolemia
Aumento tanto de LDL quanto de HDL
AGL em AN com hipercolesterolemia = controles(AGL precursores da síntese endógena de CT)
Os resultados apontam para um aumento da síntese de CT a partir da utilização dos AGL
O CT na AN retorna aos níveis normais com o ganho de peso.Não é necessário tratamento medicamentoso
Sinais e sintomas clínicos da BN
Peso corporal normal ou pouco acimaDistúrbio eletrolíticoAlterações dos mineraisAlterações gastrintestinaisRedução do GEBErosão dos dentes
Alterações: CardíacasEsofágicasMúsculo-esqueléticasRenaisPulmonares
Aos 30 anos após vários tratamentos sem sucesso a
paciente foi encaminhada ao GANEP com quadro de desnutrição importante, e episódios recorrentes de
internação hospitalar por hipopotassemia
grave. Os vômitos eram provocados várias vezes ao dia
sempre após ingestão de alimentos
A avaliação nutricional antropométrica:
Altura: 160 cmPeso atual: 32 KgIMC: 12,5
Caso clínico
Tratamento
Na AN, o FOCO CENTRAL é a recuperação do peso.Isto ajuda a diminuir sintomas obsessivos e depressivos, e melhora o humor.Serve para recuperar a desmineralização óssea e para reverter a ausência de ciclos menstruais.
Na BN, o FOCO CENTRAL é a regularização do padrão alimentar comredução ou eliminação do comportamento de voracidade e purgação,já que o peso normalmente está dentro do esperado. Isto diminui os episódios compulsivos e as práticas compensatórias.
Tratamento
Nutricional:Reabilitação Ambulatorial
Orientação nutricional
Hospitalização: internação ou hospital-diaAplicação de terapia nutricional
Psicoterápico
Medicamentoso
Reabilitação Nutricional ambulatorial
História clínica
Anamnese alimentar
Avaliação nutricional
Cálculo das necessidades calóricas
Plano de tratamento
História clínica
Início do quadro e história pregressa (desde nascimento)
Como é a família: número de irmãos, pai outrosfamiliares
Relação com os pais e irmãos
Quem decidiu procurar tratamento
Situação atual: estuda, trabalha
Prática de atividades que consomem energia
Anamnese na anorexia
Normalmente se encontra:
• Refeições irregulares (< 3 refeições/dia);
• Duração maior das refeições;
• Regras individuais de horários;
• Ordem particular de se alimentar;
• Prática de jejum;
• Ingestão de ligth e diet;
• Ingestão acentuada de café;
• Exclusão de carnes;
• Prática do vegetarianismo.
HUSE e LUCAS, 1984; SUNDAY e HALMI, 1996; ROCK & CURRAN-CELENTANO,1996
- 1 c/sopa de purê de batatas
- 1 pastel de queijo
- 1 fatia de carne de panela
- 1 sonho de valsa
- 1 lata de coca-cola
15 minutos depois vomitei15 minutos depois vomitei
Jantar
(20:30)
- ½ maçã
- 1 copo de suco de maracujá10 minutos depois vomitei10 minutos depois vomitei
Lanche
(17:30)
- 1 filé de frango
- 1 espumadeira de arroz
- 1 concha de feijão
- 1 alpino
- 1 lata de coca-cola
10 minutos depois vomitei10 minutos depois vomitei
Almoço
(14:25)
- 1 Iogurte de morango
- 1 pão francês com queijo branco
- 1 lata de coca-cola
15 minutos depois vomitei15 minutos depois vomitei
Café da manhã
(7:50)
Diário AlimentarHora
Caso clínico
Qual seria seu comentário a respeito desta anamnese
1. Padrão alimentar usual, quantidade excessiva de alimentos emtodas as refeições e seleção de alimentos menos calóricos
2. Padrão alimentar usual, quantidade normal de alimentos por refeição e seleção de alimentos menos calóricos
3. Padrão alimentar inadequado, quantidade mínima de alimentos por refeição e seleção de alimentos menos calóricos
4. Padrão alimentar inadequado, quantidade normal de alimentos por refeição e ausência de seleção de alimentos
Recordatório alimentar
Estudo de SysKo e col, mostra que pacientes com anorexia
nervosa superestimam sua ingestão calórica da
ordem de 460 Kcal/ refeição quando comparados com
indivíduos da mesma idade e peso sem doença.
Estes por sua vez subestimam seu consumo por volta
de 60 Kcal/refeição
Nutrition research newsletter. 2005;82:296-301
Parâmetros de avaliação nutricional
antropométrica
PESOALTURAIMCCBPCTPSEBIA
A avaliação nutricional antropométrica:
Altura: 160 cmPeso atual: 32 KgIMC: 12,5
BIA: MGC- inferior ao mínimo recomendadoMLG- inferior ao mínimo recomendadoÁgua corporal total bem abaixo do recomendado
Caso clínico
Cálculo do gasto energético total na AN e BN
GET= GEB +termogênese induzida pela dieta+ termogêneseinduzida pela atividade física
Anorexia nervosaAnorexia nervosaGET menor ou igual a de controlesGEB menor (quando corrigida para a MLG = controles)TID = controles (aumenta durante a realimentação)TIA > controles (gasto com atividades não consideradas como esporte)QR > controles (maior lipogênese)
O aumento de lipídeos na dieta levaria a conservação de energia durantea realimentação
Bulimia NervosaBulimia Nervosa-- dados inconsistentes
Zwaan M. Int J Eat Disord 2002, vol28, 2:127-134
Cálculo do gasto energético total na AN e BN
Valores recomendados na AN- Usar o peso atual
Início: 10-40 Kcal/Kg peso/dia Ganho de peso: 70-110 Kcal/Kg peso/diaManutenção: 40-60 Kcal/Kg peso/dia
Valores recomendados na BN- Usar o peso atual
Ganho de peso: 35-40 Kcal/Kg peso/dia
Manutenção: 30 Kcal/Kg peso/dia
APA 2000; STROUD et al, 2003; ADA 2006
Meta para ganho de peso: 0,5-1,0 Kg/semana – hospital0,5 Kg/semana- ambulatorial
Caso clínico
Orientação nutricionalElaboração de cardápio (doce) + suplemento alimentar e complexo vitamínico e mineralExclusão de alimentos salgadosPermissão para não ter que comer nas refeições familiares
Retorno após 1 semana:Interrupção dos episódios de vômitosNormalização do potássio séricoIngestão somente de alimentos doces
Orientação e educação nutricional na AN
Conscientizar das complicações da restrição alimentar e das mudanças fisiológicas
Eliminar conceitos errôneos sobre os alimentos, a água e ganho de peso
Eliminar os rituais para a alimentação
Mudar o comportamento alimentar
Criar um plano alimentar
American Psychiatric Association. AM J Psychiatry 150:2, February 1993:212-228
Energia adequada para interromper a perda de peso
Aumento energético progressivo para ganho de peso
Grupos alimentares em porcentagens adequadas
Lipídeos, mais é favorável - densidade calórica/g
Micro: suplementação não é imprescindível. Algunsautores recomendam zinco, cálcio(1500mg/dia)* e de vit D (400UI/dia)*
(Su & Birmingham, 2004; Kent, 2000). * ADA 2006
Plano alimentar na AN
50% do ganho de peso são de massa gordurosa, embora haja ganho também de massa livre de gordura
Ocorre depósito de massa gordurosa abdominal
Não se sabe ainda se o fenômeno desse depósito é de curto ou longo prazo, pois parece ocorrer redistribuição da massa gordurosa abdominal quando o peso normal é mantido por longo prazo
Ganho de peso na AN
Megan Rauscher. American Journal of Clinical Nutrition. Junho 2005
Orientação e educação nutricional na BN
Conscientizar sobre complicações nutricionais e mudanças fisiológicas
Explicar da perpetuação do ciclo: jejum-voracidade-purgação-jejum...
Eliminar os conceitos errôneos sobre como controlar o peso
Elaborar um plano alimentar
Ressaltar a importância do diário alimentar
American Psychiatric Association. AM J Psychiatry 150:2, February 1993:212-228
Spangler DL. 1999 JCLP/VOL55(6):699-713ADA 2006
Valor calórico adequado para manter o peso e suprir a fome
Alimentação regular: 3 refeições principais e refeições intermediárias
Escolha dos alimentos que não levem à purgação
Evitar indução de vômito, sobretudo nas 2 horas após as refeições
Verificação semanal do peso, a fim de garantir que não estáocorrendo ganho excessivo de peso
Plano alimentar na BN
Coca-cola- 500ml
Broa fubá- 6 unidades
desesperoPão queijo-5 unidades
gorduravômitoBolacha waffle- 1 pc
vergonha2 cp laxantesozinhaSorvete- 4 bolas
2:00h
mal estar1 cp laxanteamigosPizza- 1 fatia20:00h
carne- 2 c/sopa
arroz 1c/sopa
insegurança1 cp laxantemeus paisSalada de alface14:00h
bem estar1 cp laxantemeus paisnada10:00h
CompensatóriaQuantidadeHora
SentimentoPráticaCompanhiaAlimentoData
Perda de peso >30% PU
ADA: <75% PI*
APA: IMC<16
Instabilidade metabólica
Falha no tratamento ambulatorial
Paciente não-cooperativo
Beumont PJV et alii. Acta Paediatrica Scandinavica, 74,230-236; *ADA.Journal of the American Association2006,vol16,n12
Equipe multiprofissional com experiênciaem distúrbios alimentares
Hospitalização na AN e BN
Risco de auto ou hetero-agressividade;
Rápido e persistente declínio da ingestão alimentar e do peso
Presença de quadro psiquiátrico comórbido grave e resistente à intervenção
Impossibilidade de reduzir ou interromper comportamentos purgativos e restritivos;
Recusa de tratamento apesar da gravidade da situação;
Falta de suporte familiar
Alterações clínicas, tais como:bradicardia < 40 b.p.mtaquicardia > 110 b.p.mdesidratação gravehipotermiahipotensão ortostática grave com aumento do pulso ≥ 20 b.p.mhipopotassemia ou outros distúrbios hidroeletrolíticos gravesarritmia cardíacainsuficiência renalcrise epilépticarisco fetal
Cordás,2009
Ganho de 400g a 1,0 Kg/semana
Tratar as complicações da desnutrição e da realimentação
Retornar ao padrão alimentar saudável
Reverter as distorções cognitivas frente ao alimento e àimagem corporal
Evitar recidivas
Hospitalização na AN
Practice Guideline for the Treatment of Patientswith Eating Disorders, Second Edition. American Psychiatric Association (APA)2000
Alta hospitalização na AN
Não existe consenso de quanto de peso seria necessário para a alta hospitalar e continuidade do tratamento em nível ambulatorial.
Alguns estudos mostram que quando o paciente é liberado ainda combaixo peso apresenta pior evolução do que aqueles que são liberados com o peso próximo do normal.
Baran et al. Am J Psychiatry 1995;152:1070-1072
Controlar o ambiente
Aplicar reforços positivos ou negativos, dependendo do ganho de peso
Supervisionar toda a refeição, que deve ser feita em 30’ a 60’
Supervisionar a ingestão de cafeína
Não permitir alimentação diet, light ou “alternativa”
Controlar a ingestão de água antes de mensurar o peso
Realizar avaliação nutricional
Ações durante a hospitalização na AN
Angras e col. Eating Disorders: Management of obesity, bulimia and anorexia nervosa. Oxford, Pergamon Press, 1987 ; AMBULIM- SP
Raramente é necessária. Está indicada em casos de:
Risco de suicídioAbuso de álcool e drogasFalha no tratamento ambulatorialAlterações cardíacasDesequilíbrio eletrolítico DesidrataçãoSeveridade do ciclo voracidade alimentar-purgação
Hospitalização na BN
Practice Guideline for the Treatment of Patientswith Eating Disorders, Second Edition. American Psychiatric Association 2000
Hospitalização na BN
Supervisionar todas as refeições
Não permitir acesso ao banheiro até 2 horas após as refeições
Monitorar os eletrólitos
Identificar os fatores que levam à compulsão alimentar e àpurgação
Introduzir posteriormente, em pequenas quantidades, os alimentos temidos e que provocavam a compulsão alimentar
Monitorar o peso e realizar avaliação nutricional
Moreno MA e col. eMedicine Journal, April 2, 2002, vol.3,n.4
Indicações da Terapia Enteral
Diagnóstico primário de ANPeso corporal ≤ a 85% do idealRestrição alimentar severa (< 500Kcal) por ≥ 30 diasRestrição hídrica severaIngestão oral baixa por 3 dias no tratamento ambulatorialAusência de contra-indicações clínicas
Contra-indicações
Edema importanteDistúrbio eletrolítico severo
Zuercher JN et alii. JPEN 2003, 27(4):268-276; Robb AS et alii. Am J Psychiatry 2002,August 159:8
Objeções clínicas e éticas
A alimentação forçada leva a maior risco de recidiva da doença ou de evolução para Bulimia Nervosa
Trato digestivo: foco central do distúrbio alimentar
Croner S et alii. Acta Paediatr Scand, 1985, 74:230-236Tiller J, Schmidt U et alii. Br J Psychiatry 1993, 162:679-680
Complicações
Distensão abdominalEstase gástricaÍleo gástrico ou duodenalPancreatite agudaDilatação gástrica aguda com perfuraçãoPneumonia aspirativaEdemaSíndrome da realimentação
Browning CH et alii. Compr Psychiatry 1977;18(4):399-403Keane FBV et alii.Irsih J Med Sci 1978;147(5):191-92Robb AS et alii. Am J Psychiatry, 2002, August, 159:8
Hipofosfatemia secundária à realimentação
3 casos clínicos ANCaso 1- 3000 Kcal/dia intra-hospitalarCasos 2 e 3 - ingeriram grande quantidade de alimentos por alguns dias em casa
Caso 1 : P 0,9 mg/dL Casos 2 e 3: P 1,7 mg/dL Solução: restrição calórica e a suplementação de P
Os autores recomendam monitoramento rigorosodurante a realimentação de pacientes com AN gravemente desnutridos mesmo quando alimentados somente com a via oral
Fisher M et all. Int J Eat Disord 2000, nov: 181-187
DIETA ENTERAL
Polimérica padrão
Isoosmolar inicialmente
Hipogordurosa e baixa em fibras inicialmente
TÉCNICA DE INFUSÃO
Contínua com BI 24h ou cíclica noturna 12h
Intermitente com BI (6 tomadas/dia)
VELOCIDADE DE INFUSÃO
20ml/hora
40ml/hora
70ml/hora
Estudos clínicos
Robb 100 pacientes oral+TNE/N Maior ganho de peso2002 IMC 15 oral Ansiedade;retirada SNE
Epistaxe
Georges B 1 paciente TNE Ganho de peso 2004 35 anos supl P Hipofosfatemia grave
Zuercher 421 pacientes oral+TNE Maior ganho de peso 2003 IMC 15 oral Aumento maior AMB
Sinusite
Silber TJ 14 pacientes oral+TNE/N Maior ganho de peso2004 oral Menor tempo de
hospitalização
Nutrição enteral na anorexia nervosa
24 pacientes femininosIdade média de 18,5 +- 6,18 anos19 sub-tipo restritivo e 5 sub-tipo purgativoTodas em risco biológico **
Fase I-ExamesNE < 1000 Kcal/dia (polimérica, contínua BI) Período NE: 20,7 +-7,1 dia
Fase II- NE + VOSuspensa: VO > 50% da ingestão anterior
Fase III- Follow-up por 1 ano
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
Critério mínimo para intervenção com NE
IMC <13 e perda de peso >10% nos últimos 15-30 dias
IMC <13 e perda de peso <10% nos últimos 3 meses + arritmia
IMC <13 + desidratação
IMC < 13 + alteração eletrolítica
IMC<15 + episódios repetidos de hipotensão, lipotímia, hipoglicemia etc
IMC<15 + exacerbação sintomas depressivos
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
Variação laboratorial durante a NE
Dosagens Fase I Final fase II p
Eritrócitos mil/mm3 4,4 4,0 0,01
Hg g/dL 13,5 12,4 0,008
Ht % 40,0 36,9 0,002
CT mg/dL 198,0 148,0 0,003
TG mg/dL 76,7 49,8 0,001
K mEq/L 4,0 4,4 0,08
P mg/dL 4,0 6,3 0,03
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
Ingestão calórica durante estudo
0
500
1000
1500
2000
Antes
Hosp
Fase I Fase II Saída
Hosp
Fase III
Período do estudo
Kca
l/dia
Via oral Via enteral
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
0
10
20
30
40
50
Fase I Fase II Fase III
Peso corpóreo e IMC durante o estudo
Peso corpóreo (Kg) IMC
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
33
40
46
1316
17
Pacientes com sintomas gastrintestinais (%)
020406080
100
Do
r a
bd
Ob
stip
açã
o
Bx
mo
tilid
ad
e
Re
tard
o
gá
str
ico
Dis
ten
sã
o
ab
d
Sa
cie
da
de
pre
c
Sintomas
%
Antes da NE Depois da NE p< 0,001
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
PACAGNELLA A. et all. JPEN VOL30,N.3, 2006
Medo do ganho de peso presente antes, durante e após a NE
Aceitação passiva da NE durante a hospitalização
Maior cooperação no final da fase II quando o risco nutricional era menor mas o risco psicológico máximo
Dificuldade em identificar sensações viscerais o que leva a NE ser melhor aceita do que a DO
Efeito positivo da NE na habilidade de aceitar e ingerir a DO
A NE não melhorou os aspectos psicológicos da doença
Indicações
Pacientes que não responderam ao tratamentoConvencional
Quando a TNE não puder ser utilizada
Perda de peso recente maior do que 25% do peso usual
Piora do estado psicossomático
Jejum e risco de vida
American Psychiatric Association. AM J Psychiatry 150:2, February 1993:212-228Croner S et alii. Acta Paediatr Scand, 1985, 74:230-236Pertschuk MJ Biological Psychiatry,1981,16(6): 539-550
Terapia nutricional parenteral na AN
Calorias e proteínas
• 10-40 Kcal/kg/dia• Proteína: 0,8 - 1,5 g/kg/dia• Glicose: <4 mg/Kg/min• Lipídes: até no máximo 0,6 g/Kg/dia
Velocidade de infusão:20ml/h40ml/h60ml/h
Complicações
Complicações mecânicas e metabólicas comuns às de pacientes desnutridos
Pneumotórax, hidrotóraxLesão do plexo braquialEmbolia pulmonar, embolia gasosa, arritmia cardíaca Trombose venosaSíndrome da realimentação Hipoglicemia, hiperglicemiaAlterações hepáticasAlterações ósseas
Estudos clínicosPertschuk 11 pacientes oral+TC Maior e mais rápido 1981 Peso 50%I oral+TNP+TC ganho de peso
15-34anos PneumotóraxTransaminases
Latzer 1 paciente oral +TNPd Ganho de 10Kg com2000 IMC 12Kgm2 7 meses manutenção após 1 anoestudo 23 anos Redução de laxantescaso Vômitos diários
80cp laxantes
Croner 9 pacientes TNP 3-8/s Ganho de 2,5Kg/s1985 Perda 25-50% 55-70Kcal/Kg Melhora psicossomática
peso usual Aumento enz. hepáticasBradicardia, hipotensão
Sato M 1 paciente 13 dias TNP Síndrome da realimentação2004 24 anos
desn. grave
GANEP- TNEP
Paciente ACP MSM AB LDP AFA AL RC
Idade(anos) 21 14 20 25 14 30 13IMC(Kgm2) 11 11 14 13 12 13 13PCT(mm) 2 3 4 3 2 5 8GEB(kcal) 900 1100 1300 1100 1100 1300 1400Oral(Kcal/d) 250 500 400 - - 800 600TNP(cal/dia) 1500 1100 1500 1200 950 - -TNE(cal/dia) - - - - - 251 400Dias TNP 21 13 28 14 14 - -Dias TNE - - - - - 7 13Complicações P P íleo K P - -
edema
Ganho(Kg) 5 2 12 2 8 2 3Evolução P M M P M M M
25Kg 50Kg 65Kg 25Kg 55Kg 35Kg 36Kg
6:00- ½ copo leite integral com 1 c/café de achocolatado2 bolachas salgadas com requeijão
10:00- 1 xícara de café com leite condensado e 2 cookies com doce de leite
14:00- 1 confete, 1 palitinho de chocolate e 1 copo de suco de frutas
18:00- 1 copo de leite com 1 c/chá de sucrilhos e 1 c/chá de açúcar
22:00- 2 bolachas salgadas com doce de leite, 2 alpinos, 1 bala de ovo
2:00- ½ copo de sorvete com ½ copo de leite e 2 c/chá de NUTREN
Paciente consegue hoje beber Paciente consegue hoje beber áágua, tem maior flexibilidade gua, tem maior flexibilidade de horde horáários e estrios e estáá com IMC de 14,4 = 37kgcom IMC de 14,4 = 37kg
Caso clínico
PrimáriaAntes de o distúrbio aparecer
SecundáriaIdentificação precoce dos casos e tratamento antes que saiam do controle
Programas de prevenção nas escolas
Desenvolvimento de pessoas com auto-estima elevada e que não coloquem na aparência física a chave do seu “sucesso”
Mudança de padrões estéticos
www.nationaleatingdisorders.orgMichael Levine e Margo Maine
Melhorar o vínculo afetivo com os filhos
Compreender a dinâmica familiar
Melhorar a auto-estima dos filhos
Educar as crianças explicando as diferenças naturais de corpo físico
Valorizar a atividade física
Valorizar a alimentação variada
Resistir a determinados padrões estéticos
www.nationaleatingdisorders.orgMichael Levine e Margo Maine
Conclusões
É necessário seguimento a longo prazo
Na AN, 2/3 dos pacientes persistem com fobias ecom comportamentos obsessivo-compulsivos
O tratamento multiprofissional é imprescindível, com abordagem clínica, nutricional e psicológica
O tratamento familiar se faz necessáriona maioria dos pacientes principalmente na AN
Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares- Ambulim
www.ambulim.org.br
Grupo de estudos em Nutrição e transtornos alimentares-
Genta www.genta.com.br
Programa de orientação e assistência a pacientes com
transtornos alimentares - proata www.proata.cepp.org.br
Ribeirão Preto; Marília; Campinas
Paraná; Rio Grande do Sul; Rio de Janeiro; Goiás; Minas
Gerais; Bahia; Ceará