ANEXO I - PLANO DE ATIVIDADES REMOTAS EXCEPCIONAIS
Transcript of ANEXO I - PLANO DE ATIVIDADES REMOTAS EXCEPCIONAIS
ANEXOI-PLANODEATIVIDADESREMOTASEXCEPCIONAIS
PLANODEDISCIPLINA-ATIVIDADESACADÊMICASREMOTAS
NOMEDADISCIPLINA/ATIVIDADENATUREZA,SOCIEDADEECOLONIALISMOS
CÓDIGOGSO00221
CHT:60
PRÁTICA:
TEÓRICA:
ESTÁGIO:
DEPARTAMENTO/COORDENAÇÃODECURSORESPONSÁVELPELADISCIPLINA:SOCIOLOGIAEMETODOLOGIADASCIÊNCIASSOCIAIS
CURSO(S)PARAO(S)QUAL(IS)ADISCIPLINAÉOFERECIDA:SOCIOLOGIA,CIÊNCIASSOCIAIS,ANTROPOLOGIA,GEOGRAFIA,HISTÓRIA,CINEMA,SERVIÇOSOCIAL
ATIVIDADESACADÊMICASREMOTAS(SÍNCRONA–SOUASSÍNCRONA–A)
1-SOUA S–Aulassemanaiscomduashorasdeduração,queserãogravadasedisponibilizadasnoGoogleDrive
2-SOUA A–Vídeosdepalestrasefalasdosautoresdebatidosnocursonoyoutube(indicaçõesposteriores)
3-SOUA A–Áudiossemanaisenviadospeloprofessor,comcercade30minutosdeduração
4-SOUA S–Emfunçãodoáudioedabibliografiaindicadas,algunsmomentosdasaulaspoderãoserdedicadosaodebatedequestõeseproblemastrazidospelosalunos
5-SOUA A/S–ParteI,Introduçãodocurso:pondoSahlinseHarawayparadialogaredebaterentresi(debateson-lineeleiturasporpartedosalunos)
6-SOUA A/S–ParteII,Fundamentosdacosmologiaocidental:osconceitosde“cultura”e“natureza”(e,emalgumgrau,“sociedade”)(debateson-lineeleiturasporpartedosalunos)
7-SOUA A/S–ParteIII,ColonialismoeConquista,conhecimentoepoder(debateson-lineeleiturasporpartedosalunos)
8-SOUA
9-SOUA
10-SOUA
AMBIENTESVIRTUAISINSTITUCIONAISUSADOS(EX.GOOGLECLASSROOM,PLATAFORMACEAD-MOODLE)
GoogleClassroom
FERRAMENTASDETECNOLOGIAEINFORMAÇÃO(EX.E-MAIL,SITES,REDESSOCIAIS,ENTREOUTRAS)
Email,Classroom,Youtube
AVALIAÇÃOFORMATIVA(EX.PORTFÓLIO,FÓRUNS,LISTADEEXERCÍCIOSETESTES,ESTUDODECASO,DEBATES,RESENHAS,ENTREOUTRAS).OBSERVAÇÃOQUANTOÀNECESSIDADE
DOUSODECÂMERAEMALGUMAATIVIDADE
Aavaliaçãodocursoenvolverádoistrabalhos:
a) noprimeiromomento,oalunodeveráindicaraoprofessor,emumapágina,umapropostadetrabalhofinal,apresentandoentãoumesboçodoargumentoquepretenderádesenvolvernesseúltimo,apropósitodealgumaquestãoquelheinteresseequepossasertrabalhadaàluzdaliteraturaindicadanoprograma.
b) numsegundomomento,aofimdocurso,otrabalhofinaldeveserentregue,utilizandonomínimotrêsdosautorespresentesnabibliografia.
Nãoseránecessárioousodecâmera
ESTRATÉGIASUTILIZADASPARAATENDERESTUDANTESQUENÃOTÊMACESSODIGTALADEQUADOOUAPRESENTAMALGUMANECESSIDADEESPECIAL
Usodoáudio;aulasgravadas;consultasaoprofessorporemail
REFERÊNCIASDISPONÍVEISONLINE
OstextosserãodisponibilizadosnapáginadoGoogleClasrromdocurso
____________________________________PROFESSOR
DATA_____/_____/_____
___________________________________CHEFEDEDEPARTAMENTO/COORDENADOR
DATA_____/_____/_____
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E METODOLOGIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: GSO00221 – Natureza, Sociedade e Colonialismos TURMA: I1 CURSO: Ciências Sociais, Sociologia, Antropologia, História, Geografia, Serviço Social, Cinema SEMESTRE: 2020.2 PROFESSOR: ANDRÉ DUMANS GUEDES ([email protected]) DIAS: Segundas HORÁRIO: 18/22h
A conquista da terra, que significa basicamente tomá-la dos que possuem uma compleição diferente (...) da nossa, não é uma coisa bonita, se você olhar bem de perto. O que a redime é apenas a ideia. Uma ideia por trás dela; não uma ficção sentimental, mas uma ideia; e uma crença altruísta na ideia – algo que você pode erigir, e curvar-se diante dela, e lhe oferecer um sacrifício...
Joseph Conrad, Coração das Trevas (via Edward Said).
O desafio era (...) conectar a crítica dos fundamentos metafísicos do colonialismo (...) com a crítica dos fundamentos colonialistas da metafísica.
Eduardo Viveiros de Castro, Transformação na Antropologia, Transformação da Antropologia
OBJETIVOS DA DISCIPLINA/ATIVIDADE: Apresentar e discutir – filosófica e teoricamente – aos alunos a relevância das ideias de natureza e de sociedade/cultura na formação da modernidade e do Ocidente, bem como assinalar algumas discussões recentes em torno desta oposição e de seus efeitos e consequências políticos e epistemológicos/ontológicos.
DESCRIÇÃO DA EMENTA: A oposição entre natureza e sociedade (ou “cultura”) revelou-se central na constituição do que conhecemos como mundo moderno: por exemplo, por possibilitar e revelar os avanços científicos, tecnológicos e econômicos acelerados a partir dos séculos XVII e XVIII; por fundamentar outras oposições constitutivas de nossa existência no “Ocidente” (objeto/sujeito; corpo/mente; feminino/masculino; primitivo/civilizado); ou por tornar possível, dois séculos após o surgimento das modernas ciências naturais e em oposição a elas, as ciências sociais. Por outro lado, nas últimas décadas uma série de movimentos intelectuais e políticos – as lutas anticoloniais, antirracistas e os pós(de)colonialismos; os movimentos negro, indígena e de povos e comunidades tradicionais; os feminismos e os movimentos LGBTQIA+; os ambientalismos; as filosofias e teorias pós-estruturalistas, pós-modernas, anti-humanistas e pós-sociais; as críticas e os estudos sociais da ciência e tecnologia – têm denunciado tal oposição
pelo papel que desempenha em processos de dominação e construção hierárquica de alteridades e visões de mundo. Na esteira de tais posicionamentos, cientistas e filósofos vêm problematizando o lugar e os efeitos desta oposição no âmbito da produção de conhecimento, seja no que diz respeito à relação entre as ciências sociais e naturais ou a relação destas ciências com outros saberes. Buscamos assim, nesse curso, apresentar aos alunos estes dois momentos da relação entre a natureza e sociedade/cultura: sua composição e consolidação, e sua posterior problematização. Privilegiaremos uma perspectiva panorâmica, que recorrerá à discussão de “clássicos” de diferentes campos do saber e que privilegiará os esforços de estabelecer conexões entre debates diversos em detrimento do aprofundamento em cada um deles.
1. CULTURA, SOCIEDADE E NATUREZA NA COSMOLOGIA OCIDENTAL
SAHLINS, Marshall. O ‘pessimismo sentimental’. Por que a cultura não é um ‘objeto’ em vias de extinção. Mana n. 3, v.1, 1997. THOMAS, Keith. Capítulo 1, "O predomínio humano" (pp. 21-60). O Homem e o Mundo Natural. Mudanças de Atitudes com Relação às Plantas e aos Animais. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. PRIGOGINE, Ilya e STENGERS, Isabelle. "O projeto da ciência moderna" (pp. 19-41). A Nova Aliança. Metamorfose da Ciência. Brasília: Editora da UnB, 1984. KOYRÉ, Alexander. "Apresentação" (pp. V-XIII), "Prefácio" e "Introdução" (pp. 1-7). Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1971. DIAS DUARTE, Luiz Fernando. “A pulsão romântica e as ciências sociais no Ocidente". Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 19, n. 55. Complementar WHITE, Lynn. “The historical roots of our ecological crisis”. Science, 10 march 1967, v. 155, n. 3767. LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História” (pp. 328-366). Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976. SAHLINS, Marshall. “A Primeira Sociedade de Afluência” (pp. 7-44). In: Carvalho, E. A. (org.) Antropologia Econômica. SP: Livraria Ciências Humanas, 1974. CASSIRER, Ernst. Ensaio sobre o Homem. Introdução a uma Filosofia da Cultura Humana. Capítulo 1, “Crise no conhecimento do homem sobre si mesmo”; Capítulo 2, “Uma pista para a natureza humana: o símbolo”; Capítulo 3, “Da reação animal à resposta humana” (pp. 15-61). São Paulo: Martins Fontes, 1994.
OLIVEIRA, Bernardo Jefferson de. Francis Bacon e a Fundamentação da Ciência como Tecnologia. Capítulo VIII, “A transformação da natureza” (pp. 125-140). Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002. SHIVA, Vandana. “Recursos Naturais” (pp. 300-316). In: Sachs, Wolfgang. Dicionário do Desenvolvimento: Guia para o Conhecimento como Poder. Petrópolis: Vozes, 2000
2. COLONIALISMO E CULTURA, CONHECIMENTO E CONQUISTA, PODER E SABER HARAWAY, Donna. Antropologia do Ciborgue: as Vertigens do Pós-humano. “Manifesto ciborgue. Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX” (pp. 33-117). Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
PRATT, Mary Louise. Os Olhos do Império. Relatos de Viagem e Transculturação. Capítulo 2, “Ciência, consciência planetária, interiores”. Santa Catarina: Edusc, 1999.
CASTRO-GÓMEZ, SANTIAGO. La Poscolonialidad Explicada a los Niños (pp. 11-64). Bogotá: Editorial Universidad del Cauca, Instituto Pensar, Universidad Javeriana, 2005.
SMITH, Neil. Capítulo 1, "A ideologia da natureza (itens I) A natureza na ciência; e II) A natureza poética e a paisagem americana" (pp. 27-46). Desenvolvimento Desigual. Natureza, Capital e a Produção do Espaço. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1988.
ADORNO, Theodor e HORKHEIMER, Max. “O conceito de esclarecimento” (pp. 19-39; atenção: é só este trecho do artigo, até antes do parágrafo que começa com << No mundo esclarecido, a mitologia invadiu a esfera profana >>). In: Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
SOUZA SANTOS, Boaventura; MENESES, M. P.; NUNES. J. A. 2004. “Introdução: para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo” (Itens 1, pp. 1-5). In: Souza Santos, Boaventura. (org.). Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Porto: Afrontamento. MARQUES, Ana Claudia. “Pioneiros de Mato Grosso e Pernambuco. Novos e velhos capítulos da colonização do Brasil”. RBCS Vol. 28 n° 83 outubro/2013.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ALBERT, Bruce. “O ouro canibal e a queda do céu: uma crítica xamânica da economia política da natureza (Yanomami)”. In: Albert, Bruce; Ramos, Alcida (Orgs.). Pacificando o Branco: Cosmologias do Contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Unesp, 2002. BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Capítulo 1, “Experiência e fantasia” (pp. 1-18); Capítulo 2, “Terras incógnitas” (pp. 19-42); Capítulo 7, “Paraíso perdido” (183-226). Visões do Paraíso. Os Motivos Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2000.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. “A noção de colonialismo interno na etnologia”. In: A sociología do Brasil indígena. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978.
CLASTRES, Pierre. “Copérnico e os Selvagens” (pp. 5-24). A Sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac Naify, 2012. CLASTRES, Pierre. “Entre o silêncio e o diálogo” (pp. 87-90). In: Lévi-Strauss. São Paulo: L'arc Documentos, 1968. DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. “Devir-intenso, devir-animal, devir-imperceptível”. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia, vol.4. São Paulo: Editora 34, 1997. DUSSEL, Enrique. Capítulo 1, “História” (pp. 8-21). Filosofia da Libertação na América Latina. São Paulo: Edições Loyola, 1977 GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Capítulo 1 (pp. 19-64). Rio de Janeiro: Record, 2017.
HOBSBAWM, Eric. Capítulo 3, “A era dos impérios” (pp. 57-83). A Era dos Impérios. São Paulo: Paz e Terra, 1987. HONNETH, Axel. “Teoria Crítica”. In: Giddens, A. & Turner, J. (Orgs.). Teoria social hoje. São Paulo: Editora Unesp, 1999. LATOUR, Bruno. Capítulo 2, "Constituição" (pp. 19-52); Capítulo 3, "Revolução" (pp. 53-89). Jamais Fomos Modernos. São Paulo: Editora 34, 1994. LATOUR, Bruno. Capítulo 6, “Centros de cálculo” (“Prólogo” e “Parte A”, pp. 349-377). Ciência em Movimento. Como Seguir Cientistas e Engenheiros Sociedade Afora. São Paulo: Unesp. 2000. MIGNOLO, Walter. “Introdução” (pp. 23-78). Histórias Locais-Projetos Globais: Colonialidade, Saberes Subalternos e Pensamento Liminar. Belo Horizonte: UFMG, 2003 SAID, Edward. Capítulo 1, "Territórios sobrepostos, histórias entrelaçadas" (pp. 34-73, até antes do item "experiências divergentes"). Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. SOUZA SANTOS, Boaventura; MENESES, Maria Paula; NUNES, João Arriscado. “Introdução: para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo” (Itens 1 e 3 pp. 1-17; 42-56). In: Souza Santos, Boaventura. (org.). Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Porto: Afrontamento, 2004. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Fragmentos selecionados (pp. 25-28; 34-37; 114-124). Metafísicas Canibais. Elementos para uma Antropologia Pós-Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015.