Anemia e sindrome nefrótica
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Centro Técnico Macedo de Amorim – CTMA Curso Técnico em Enfermagem Docente: José Carvalho Disciplina: Clínica Médica
Discente:Laura Emanuella
ANEMIAS e
SÍNDROME NEFRÓTICA
ANEMIAS
O QUE É ANEMIA ?
Anemia é a diminuição ou deformidades de glóbulos vermelhos no sangue, por falta de ferro,vitamina B¹²,zinco, proteínas.
São responsáveis por transportar O², dos pulmões para os tecidos.
As síndromes anêmicas podem ser classificadas quanto à proliferação quanto à morfologia.
Atualmente considera-se por anemia a constatação clinica e laboratorial deuma pessoa com valor de hemoglobina abaixo do esperado para sua faixa etária:
Faixas Etárias Hb (g/dL)*
Sangue de cordão (RN)
Primeiro dia de vida
Crianças de 1 mês a 6 anos
Crianças/Adolescentes 6 anos a 14 anos
Homem acima de 14 anos
Mulheres acima de 14 anos
13,0 – 20,0
15,0 – 23,0
10,5 – 14,5
11,5 – 14,5
12,5 – 16,5
11,5 – 15,5
DIAGNÓSTICO• A avaliação inicial do paciente com anemia inclui anamnese e
exame físico minuciosos ( principal é verificação de palidez mucocutânea ), além de exames laboratoriais.
• A investigação laboratorial inicial consiste na realização dos seguintes exames:
- Hematócrito, hemoglobina e contagem de eritrócitos para avaliar o grau de anemia.
- Exame microscópico da distensão sanguínea (lâmina de sangue periférico) para avaliar o aspecto dos eritrócitos e as alterações concomitantes dos leucócitos e das plaquetas.
TIPOS DE ANEMIAS
ANEMIAS
FERROPRIVA
TELASSEMIA
HEMOLÍTICA
FALCIFORME
De DOENÇAS CRÔNICAS
PERDA AGUDA DE SANGUE Esferocitose
Hereditária
G6PD –Deficiência da
Glicose 6 Fosfato
Desidrogenase
Hemolítica Autoimune
Hemolítica Microangiopática
ANEMIA FERROPRIVAA deficiência de ferro representa a causa mais comum de anemia.
Diagnóstico: Hemograma com anemia microcítica e hipocrômica. Ferritina < 10 ng% Ferro sérico < 30mcg% , o que denota baixo estoque Capacidade de ligação ao ferro (TBIC) alta.
Tratamento: Suporte nutricional, Reposição de ferro, preferencialmente por via oral: 900mg/dia (180mg de ferro elementar), divididos em 3 tomadas.
Nos casos de intolerância gastrointestinal ou falha de resposta ao ferro oral, pode ser utilizado ferro por via parenteral: 10ml ou 200mg de hidróxido de ferro, diluídos em 200ml de soro fisiológico, durante uma hora. Administração semanal, em ambiente hospitalar.
A transfusão de hemácias deverá ser reservada para pacientes com sintomas que denotam grave hipóxia tecidual.
TALASSEMIA É doença hereditária resultante de um defeito genético na síntese de
uma ou mais cadeias globínicas da hemoglobina. Há dois principais tipos de talassemia - alfa e beta – que podem se
manifestar como menor (ou traço talassêmico), intermédia ou maior.
Diagnóstico: Hemograma com microcitose, hipocromia e reticulócitos aumentados. A eletroforese de hemoglobina apresenta elevação da hemoglobina A2 nas beta-talassemias.
Conduta: O tratamento varia de simples observação e acompanhamento, nas formas mais brandas (alfa talassemia ou, nas formas mais severas (beta talassemia minor), até transfusões sanguíneas frequentes e esplenectomiaeta talassemia major).
Condutas Gerais: - Controlar a infecção urinária.- Prescrever ácido fólico: 5mg/dia, VO.- Não administrar suplementos ferruginosos.
HEMOLÍTICA Esferocitose Hereditária Representa a mais comum desordem congênita da
membrana heritróide. É caracterizada por disfunção de uma ou mais proteínas
de membrana, gerando alteração na flexibilidade da hemácia com destruição periférica precoce.
Clinicamente varia desde anemia discreta compensada até grave anemia hemolítica.
O tratamento: inclui reposição de ácido fólico e esplenectomia para os pacientes com anemia mais
grave. A transfusão de concentrados de hemácias deverá ser reservada para pacientes em crise aplásicas ou
hemólise grave.
Anemia Hemolítica Autoimune
Ocorre quando há destruição precoce das hemácias. Pode ocorrer de forma idiopática, induzido por drogas ou
de forma secundária a processos autoimunes,infecciosos ou neoplásicos.
O quadro clínico típico demonstra sinais e sintomas de anemia associada à icterícia, dor abdominal e febre.
O tratamento: consiste em administração de glicocorticóides. Nos casos refratários pode ser realizada
esplenectomia ou terapia com imunossupressores. A transfusão deverá ser reservada para pacientes com sinais de falência circulatória.
Deficiência de Glicose 6 Fosfato Desidrogenase (G6PD)
Representa a anormalidade mais comum do metabolismo da hemácia.
É uma desordem genética ligada ao cromossomo X. A deficiência desta enzima diminui a capacidade da
hemácia de manter-se íntegra frente aos agentes oxidantes.
Infecções, alterações metabólicas e exposição a alguns fármacos provocam episódio hemolítico agudo com hemólise intravascular.
Anemia Hemolítica Microangiopática
Caracterizada por hemólise microvascular causada por fragmentação de eritrócitos normais passando por vasos anormais.
Clinicamente constata-se a tríade clássica: anemia microangiopática, plaquetopenia e insuficiência renal aguda.
O tratamento: consiste em plasmaférese, observando-se que a transfusão de plaquetas é contraindicada por resultar em agravamento da trombose microvascular.
ANEMIA FALCIFORME Ocorre por mutação que substitui o ácido glutâmico por valina. A
hemácia com a globina mutante quando desoxigenada torna a clássica forma de foice, perdendo a flexibilidade necessária para atravessar os pequenos capilares.
DIAGNÓSTICO: Anemia crônica, crises de dor osteoarticular, icterícia e história familiar frequentemente positiva. O diagnóstico é feito pela eletroforese de hemoglobina que detecta a presença da hemoglobina mutante.
CONDUTA: Investigar infecção urinária. Suplementar ácido fólico: 5mg/dia, VO. Ferro é contraindicado. Transfusões com concentrado de hemácias lavadas nos casos de hemoglobina < 7g%. Evitar a ocorrência de fatores que precipitam a crise falcêmica, como desidratação, acidose, hipotensão arterial, hipoxemia e infecção. A indicação de operação cesariana está condicionada a fatores obstétricos. As pacientes com anemia falciforme devem ser encaminhadas para aconselhamento genético.
ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS Cursa com anemia normocítica e normocrômica, geralmente
leve a moderada. Sua causa é multifatorial e as doenças infecciosas, autoimunes, neoplasias e insuficiência renal crônica são condições associadas.
Os exames laboratoriais demonstram ferritina normal ou alta, com ferro sérico baixo, em decorrência de desordem no metabolismo do ferro.
O tratamento da doença de base deve ser realizado sempre que possível. O tratamento de suporte pode ser realizado com reposição de eritropoetina para os casos onde há deficiência e administração de ferro por via parenteral, enquanto que a transfusão de concentrados de hemácias deverá ser reservada para os pacientes sintomáticos.
PERDA AGUDA DE SANGUE É causa comum de anemia hiperproliferativa. Perdas de até 15%
do volume sanguíneo são normalmente toleradas por mecanismos compensatórios. Perdas maiores levam a hipotensão e choque.
No choque hipovolêmico ocorre perda sanguínea global de tal forma que os valores hematimétricos podem permanecer normais e não refletem imediatamente a extensão da perda sanguínea.
O tratamento inicialmente deve ser feito com reposição de cristalóides para manutenção do volume plasmático.
Para a perda moderada e de curta duração, a infusão de solução cristaloide costuma ser suficiente. A indicação de transfusão de hemocomponentes deve ser avaliada individualmente. Se a perda sanguínea for maior que 1500 ml ou maior que 30% do volume plasmático haverá necessidade de reposição de concentrados de hemácias.
Choque hipovolêmico Classe I Classe II Classe III Classe IV
Perda sanguínea (ml) Até 750 750-1500 1500-2000 >2000
Volume de sangue (%) Até 15% 15%-30% 30%-40% >40%
Frequência cardíaca <100 >100 >120 >140
Pressão arterial Normal Normal Diminuída Diminuída
Débito urinário (ml/h) >30 20-30 5-20 <5
Cristalóide Cristalóide Cristalóide Cristalóide
Reposição volêmica + + hemocom- hemocom- ponente ponente
SÍNDROME NEFRÓTICA
DIFERENÇASSÍNDROME NEFRÓTICA SÍNDROME NEFRÍTICA
A síndrome nefrótica pode ser causada por diversas doenças que acometem os rins.
É caracterizada por proteinúria maciça, com tendência a edema, hipoalbuminemiae hiperlipidemia.
A síndrome nefrítica é decorrente de uma inflamação glomerular aguda.
Esta inflamação dos glomérulos pode ocorrer de forma idiopática, como doença primária dos rins, ou ser secundária a alguma doença sistêmica, como infecções e colagenoses.
O RIM
ENTENDENDO O NÉFRON
SÍNDROME NEFRÓTICA NÃO é uma doença, mas um conjunto de sinais e sintomas.
A síndrome nefrótica é a forma de apresentação de várias doenças renais que se manifestam por edema generalizado e proteinúria maciça superior a 0,10g/kg de peso ou 3,5g/1,73 m de superfície corporal.
Síndrome caracterizada pela presença de edema devido a hipoalbuminemia secundária a proteinúria. Na prática, a albuminemia costuma ser inferior a 3,0 g/dL e a proteinúria superior a 3,0 g/24h;
Não são constituintes essenciais da definição hiperlipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos) e lipidúria,embora em geral também estejam presentes
COMO SE DESENVOLVE ?
O modo de início é lento e o edema vai se instalando vagarosamente. Começa pelas pernas e pálpebras, generalizando-se por todo o corpo (anasarca).
Pelo filtro glomerular renal passam diariamente em torno de 60.000g de proteínas, mas somente 0,150 g são excretadas pela urina, sendo que o máximo que o rim pode excretar na urina de 24h é 40 gramas.
As doenças renais que causam 75 a 80% dos casos de síndrome nefrótica primária são :
• A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF);• Glomerulonefrite membranosa idiopática (GNMI);• Alterações glomerulares mínimas (AGM);• Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP);• E mais raramente glomerulonefrite por depósitos
mesangiais de IgA (GNIgA).
PRINCIPAIS CAUSAS
As doenças que causam 20 a 25% dos casos de lesão no filtro renal e causam síndrome nefrótica secundária têm origens :
PRINCIPAIS CAUSAS
INFLAMATÓRIA
INFECCIOSA
OBSTRUTIVA
DEGENERATIVA
CONGÊNITA
NEOPLÁSICAS
Uma vez feito o diagnóstico da síndrome nefrótica, deve-se proceder à investigação etiológica, que terá implicações na conduta terapêutica.
Os exames a serem feitos com esse objetivo incluem:
HEMORRAGIA
GLICEMIA
EXAME DE FEZES
PESQUISA DE ANTICORPOS ANTICLEARES
SOROLOGIA PARA HEPATITES B e C
REAÇÃO SOROLÓGICA PARA SÍFILIS
PESQUISA DE ANTICORPOS ANTI-HIV
EXAMES EXPECÍFICOS PARA OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS COM BASE NA SUSPEITA CLÍNICA
AVALIAÇÃO DIRIGIDA A NEOPLASIAS
TRATAMENTO Na realidade não existe tratamento, são medidas
gerais em caso de síndrome nefrótica, a exemplo de:
• Dieta;• Restauração do volume extracelular;• Prevenir complicações imediatas e tardias;• Controle rigoroso da pressão arterial;• Limitar progressão para insuficiência renal crônica (IRC):
medidas de renoproteção;• Avaliar o risco do uso de drogas imunossupressoras no
caso em questão versus medidas preventivas que podem ser instituídas.
PORTARIA Nº 1320, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2013 Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da
Síndrome Nefrótica Primária em Adultos.
• Art. 2º - É obrigatória a cientificação do paciente, ou do seu responsável legal, dos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de medicamento preconizado para síndrome nefrótica primária em adultos.
• Art. 3º - Os gestores estaduais e municipais do SUS, conforme a sua competência e pactuações, deverão estruturar a rede assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento dos indivíduos com a doença.
REFERÊNCIAS SBN – Sociedade Brasileira de Nefrologia
(Departamento de Nefrologia da AMB, Fundada em 1960 Biênio 2005 / 2006);
MINISTÉRIO DA SAÚDE – SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE / PORTARIA Nº 1320, DE 25 de Novembro DE 2013;
Manual de orientações para crianças, adolescentes e famílias com síndrome nefrótica;