Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
-
Upload
andre-farias -
Category
Documents
-
view
225 -
download
0
Transcript of Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
1/64
Universidade Federal da Paraba
Centro de Cincias Sociais Aplicadas
Servio de Estgio Supervisionado em Administrao
Andr Arruda de Farias
FERRAMENTAS DE CONTROLE DA QUALIDADE APLICVEIS NA MELHORIA
DOS PROCESSOS DA MICROEMPRESA SC SERVIOS DE CLIPPING LTDA .
- Trabalho de Concluso de Estgio -
ADMINISTRAO DA QUALIDADE
Joo Pessoa PB
2005
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
2/64
Andr Arruda de Farias
Trabalho de Concluso de Estgio,
apresentado ao Servio de Estgio
Supervisionado em Administrao, da
Universidade Federal da Paraba, em
cumprimento s exigncias para a
obteno do grau de Bacharel emAdministrao.
Professor Orientador: Rosivaldo de Lima Lucena
Supervisor da Empresa: Mrio Gomes de Arajo Jnior
Coordenador do SESA: Prof Ivan Ramos Cavalcanti
Nome da Empresa: SC Servios de Clipping Ltda.
Perodo de realizao do estgio: Incio - 31/01/2005
Trmino - 04/06/2005
Joo Pessoa PB
2005
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
3/64
IDENTIFICAO
Do Aluno
Nome: Andr Arruda de Farias
Matrcula: 19823051
Endereo: Avenida Campos Sales, 164, apto. 103 Bessa.
Telefone: 83 3245 2417 83 9991 3346
DO ESTGIO
rea: Administrao da Qualidade
Incio: 31/01/2005
Trmino: 04/06/2005
Horrio: Diurno
Professor Orientador: Rosivaldo de Lima Lucena
Coordenador do Estgio: Prof Ivan Ramos Cavalcanti
DA EMPRESA
Nome: SC Servios de Clipping Ltda.
Endereo: Avenida 12 de outubro, 73 Jaguaribe.
Telefone: 83 3241 8002
Supervisor: Mrio Gomes de Arajo Jnior
Cargo: Scio-Gerente
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
4/64
Do Estagirio: Andr Arruda de Farias.
Matrcula n 19823051, aluno do Curso de Graduao em Administrao do Centro
de Cincias Sociais Aplicadas da UFPB.
Ao: Servio de Estgio Supervisionado em Administrao SESA
Senhor Coordenador,
Em obedincia s normas estabelecidas pelo Centro de Cincias Sociais Aplicadas Servio de Estgio Supervisionado em Administrao, apresento a V. S o
TRABALHO DE CONCLUSO DE ESTGIO, realizado junto Empresa SC
Servios de Clipping Ltda.
Joo Pessoa, 20 de maio de 2005
____________________________Andr Arruda de Farias
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
5/64
Ao Professor Rosivaldo de Lima Lucena.
Solicitamos examinar e emitir parecer ao TRABALHO DE CONCLUSO DE
ESTGIO do aluno Andr Arruda de Farias.
Joo Pessoa, 20 de maio de 2005
Prof Ivan Ramos CavalcantiCoordenador do SESA
PARECER DO PROFESSOR ORIENTADOR:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
6/64
Com saudades, dedico ao meu pai Joo
Bosco (in memorian) por tudo que fez emvida para que eu alcanasse este momento.
Com amor, dedico minha me Lizete, e
esposa Rosangela. Com esperana, dedico
este projeto minha filha Kayne.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
7/64
AGRADECIMENTOS
Ao meu Orientador Prof Rosivaldo de Lima Lucena, que soube compreender
minhas dificuldades, ensinando-me os caminhos mais inteligentes na conduo
deste trabalho. Lamento no ter sido um de seus alunos em sala de aula, mas
sempre vou consider-lo como um Mestre.
Professora Clia Cristina Zago, pelos primeiros ensinamentos na Administrao de
Qualidade.
Aos Professores Luciano Cah, Ktia Ayres, Maria Valria, Mrcio Machado, Pierre
Andrade, pelos ensinamentos.
Ao Professor Ivan, pela sua simplicidade e dedicao frente Coordenao do
Curso de Administrao de Empresas. Enfim, a todos que contribuem para que eu
seja algum melhor.
Marlene, pela organizao aplicada ao SESA (Servio de Estgio Supervisionado
em Administrao).
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
8/64
Educao e Treinamento significa estudar
e aprender, mas, sobretudo fazer, tentar,
cair, levantar, tentar de novo. Para que um
Programa da Qualidade d certo no h
necessidade de eruditos, mas sim de
pessoas que queiram colocar em prtica
as coisas simples da Qualidade Vicente
Falconi.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
9/64
SUMRIO
1. INTRODUO ............................................................................................ 13
1.1 Justificativa da Escolha do Tema .................................................................. 13
1.2 Delimitao do Problema .............................................................................. 14
1.3 A Importncia do Tema em Estudo .............................................................. 15
1.4 Contribuies Tericas do Tema Pesquisado ............................................... 16
1.5 A Empresa Escolhida para a Pesquisa ......................................................... 17
1.6 Objetivos ....................................................................................................... 19
1.6.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 191.6.2 Objetivos Especficos ................................................................................... 19
2. FUNDAMENTAO TERICA ..................................................................... 20
2.1 Administrao da Qualidade: Conceitos e Origem ........................................ 20
2.2 O Controle da Qualidade Total - TQC ........................................................... 24
2.3 Ferramentas de Controle da Qualidade Aplicveis ao Setor de Servios ..... 25
2.3.1 Diagrama de Causa-efeito ............................................................................. 26
2.3.2 Ciclo PDCA ................................................................................................... 272.3.3 Fluxograma ................................................................................................... 28
2.3.4 Folha de Verificao ...................................................................................... 29
2.3.5 Histograma .................................................................................................... 30
2.3.6 Diagrama de rvore ...................................................................................... 32
2.3.7 Diagrama de Inter-Relaes .......................................................................... 32
2.3.8 Programa 5S ................................................................................................. 33
2.3.9 Benchmarking............................................................................................... 352.3.10 Diagrama de Pareto ...................................................................................... 36
2.3.11 Brainstorming................................................................................................ 37
2.3.12 CCQ (Crculo de Controle da Qualidade) ...................................................... 37
2.3.13 Anlise Por que - por qu .............................................................................. 38
2.4 Abordagem de Processos em Servios......................................................... 39
2.5 Microempresas Prestadoras de Servios ...................................................... 39
2.5.1 Conceito de Servio ..................................................................................... 39
2.5.2 Caractersticas dos servios ......................................................................... 40
2.5.3 Classificao dos servios .......................................................................... 41
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
10/64
2.5.4 Expectativas dos consumidores em relao qualidade de servio ............. 42
2.6 A Microempresa Brasileira ............................................................................ 44
2.6.1 Caractersticas Gerais da ME's ..................................................................... 45
2.6.2 Embasamento Legal...................................................................................... 45
2.6.3 Obrigaes Tributrias de uma Microempresa .............................................. 47
2.6.4 A Microempresa em Nmeros no Brasil ........................................................ 50
2.6.5 Micro e Pequenas Empresas em Nmeros na Paraba................................. 50
3 METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................. . 51
3.1 Quanto Natureza da Pesquisa.................................................................. .. 51
3.2 Quanto ao Mtodo de Procedimento..............................................................51
3.3 Quanto Tcnica da Pesquisa.................................................................. .... 523.4 Quanto ao Tratamento de Dados.................................................................. . 52
4 ANLISE E INTERPRETAO DOS DADOS............................................... 53
5 CONCLUSES E RECOMENDAES....................................................... . 61
REFERNCIAS ....................................................................................................... 62
APNDICES I
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
11/64
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Participao dos segmentos nas micro e pequenas empresas de
prestao de servios ............................................................................ 17
Figura 2 Diagrama de Causa-Efeito ..................................................................... 28
Figura 3 Ciclo PDCA de Deming .......................................................................... 29
Figura 4 Modelo de um Fluxograma ..................................................................... 30
Figura 5 Exemplo de Folha de Verificao ........................................................... 31
Figura 6 Histograma de uma Varivel Qualitativa ................................................ 32
Figura 7 Exemplo de Histograma para Varivel Contnua.................................... 32Figura 8 Exemplo de Diagrama de rvore ........................................................... 33
Figura 9 Exemplo de Diagrama de Inter-Relao ................................................ 34
Figura 10 Exemplo de um Diagrama de Pareto ..................................................... 37
Figura 11 Exemplo de uma Anlise Por que por qu .......................................... 39
Figura 12 Modelo de qualidade de servio ............................................................. 44
Figura 13 A microempresa antes do Dia do SOL................................................. 58
Figura 14 A microempresa depois do Dia do SOL ............................................... 58Figura 15 Imagem reduzida do site da empresa SC Servios de ClippingLtda ..... 59
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
12/64
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Critrios de Enquadramento das Microempresas .................................... 45
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
13/64
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Sntese de Tributos e Encargos Trabalhistas das MEs ............................ 49
Tabela 2 Micro e Pequenas Empresas em Nmeros na Paraba ............................. 50
Tabela 3 Situao dos equipamentos da empresa no incio do estgio ................... 54
Tabela 4 Situao do quadro de pessoal da empresa no incio do estgio ............. 54
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
14/64
13
1. INTRODUO
Katz e Kahn (1978) afirmam que as organizaes so sistemas imperfeitos eabertos, feitos pelo homem, que podem durar muito tempo ou romper-se de um
momento para outro. E mais: essas estruturas sociais existem em ambientes que se
encontram em mudana constante.
As microempresas nacionais esto cada vez mais inseridas em um mercado
dinmico, competitivo e globalizado. Ao longo das ltimas dcadas, foram
desenvolvidas novas competncias nos processos de manufatura e/ou em
operaes de servios. Porm, a origem da maioria dessas tcnicas e metodologiasutilizadas, se deu no ambiente manufatureiro, na produo de bens materiais.
Entretanto, com a evoluo da humanidade, os servios passaram a constituir um
importante diferencial, j que o desempenho dos produtos concorrentes se torna
cada vez mais similar.
Neste contexto, a Qualidade torna-se um pr-requisito nos mais diversos
setores da microempresa (indstria, construo, comrcio e servios). Uma vez que,
a busca pela qualidade envolve todos os processos organizacionais e exige ocomprometimento total de seus integrantes.
Moreira (1998), citando Walton (1989), evidencia a importncia do conceito de
reao em cadeia, quando diz que a melhoria da qualidade traz benefcios
significativos para empresa como um todo, pois proporciona a reduo do trabalho,
dos erros, dos atrasos, dos empecilhos, como tambm, o melhor uso dos materiais e
do tempo de utilizao das mquinas, obtendo, desta forma, o aumento da
produtividade e possibilita o incremento das chances de crescimento ou mesmo depermanncia da empresa no mercado.
1.1 Justificativa da Escolha do Tema
Uma vez detectada a importncia dos servios, algumas ferramentas
aplicadas com xito na indstria de bens materiais se mostraram difceis ou
inadequadas quando transpostas aos servios, e, grande parte desta dificuldade
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
15/64
14
reside no entendimento incompleto das caractersticas especficas da prestao de
servios.
Segundo as estatsticas mais recentes do IBGE, o total de microempresas
formais no Brasil alcanava 4.605.607 unidades, representando 93,6% do total de
firmas. Deste total, os setores de servios possuam 1.712.418 unidades. Na mesma
pesquisa, as microempresas, em seu total, so responsveis pelo emprego de
9.967.201 pessoas, sendo o setor de servios o segundo que mais emprega, com
3.374.388 pessoas ocupadas. Por outro lado, um relatrio divulgado pelo Sebrae
evidencia a alta taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Em relao ao nmero
de pessoas ocupadas, as empresas extintas pesquisadas apresentam a seguinte
distribuio por porte: 21% ocupavam uma pessoa; 75%, de 02 a 09 pessoas; 3% de
10 a 19 pessoas e 1% acima de 20 pessoas. So, portanto, predominantemente
microempresas (96% do total), sendo os ramos principais de atividades o comrcio
(51%), servios (46%), e indstria, com 3%. A gerao mdia de postos de trabalho
de 3,2 pessoas.
Os principais motivos da mortalidade dessas empresas, de acordo com o
relatrio, concentra-se na falta de capital de giro, na escassez de clientes, na
recesso econmica, nos problemas financeiros e na falta de conhecimentos
gerenciais.
Os dados apresentados no relatrio do Sebrae so alarmantes e reforam a
tese de que a microempresa prestadora de servio necessita de um suporte tcnico
para administrar seus empreendimentos de maneira mais eficaz. Justifica-se, desta
forma, a utilizao de mtodos e/ou ferramentas da qualidade necessria
sobrevivncia e o aperfeioamento contnuo da empresa.
1.2 Delimitao do Problema
Segundo Martins (1994), um problema de pesquisa cientfica surge em funo
das inquietaes do pesquisador , uma questo que geralmente versa a respeito
das relaes entre fenmenos ou variveis, de tal forma, que a busca da resposta
desta questo, o motivo da pesquisa.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
16/64
15
O ponto de partida, cuja discusso e elucidao d corpo a este projeto de
pesquisa ocorre atravs da seguinte pergunta: QUAIS FERRAMENTAS DA
QUALIDADE SO APLICVEIS NO APERFEIOAMENTO DOS PROCESSOS DA
MICROEMPRESA SC SERVIOS DE CLIPPINGLTDA?
1.3 A Importncia do Tema em Estudo
As abordagens para a Gesto de Qualidade tm firmado com mais freqncia
nas reas de produo de bens, do que as destinadas para o setor de servios.
Observa-se, desta forma, a grande quantidade de publicaes e artigos dando
nfase qualidade de produtos manufaturados.
Juran (1990) especifica alguns aspectos, que segundo ele, dificultam
gerenciar a qualidade nos servios. So eles: a subjetividade presente na prestao
de um servio, a dificuldade de mensurao da qualidade do servio, o tamanho das
empresas no setor de servios e a nfase em se desenvolver metodologias e
ferramentas voltadas para o controle de qualidade de manufatura.
J Ros & Benavent (2002, p.7) credita que a investigao sobre qualidadedirigida s empresas prestadoras de servios justifica-se por duas razes
fundamentais: o auge e a importncia que o setor de servios vem adquirindo cada
vez mais nas sociedades atuais, e o menor nmero de estudos realizados nesse
setor se comparado ao setor industrialem matria de gesto de qualidade.
A presente pesquisa procura abordar como tema central, a aplicabilidade das
diversas ferramentas de controle de qualidade, com o intuito de servirem como
instrumentos para a coleta, disposio e o processamento das informaes quesero usadas na manuteno e na melhoria dos resultados nos processos em
operaes de servios de uma microempresa especializada em recortes jurdicos.
Segundo dados de uma pesquisa do IBGE em relao estrutura do setor de
servios, destacaram-se as micro e pequenas empresas de servios prestados s
empresas, com a maior representao no faturamento deste segmento, ou seja,
27,8% do total. Esses servios so constitudos basicamente por servios tcnico-
profissionais, que englobam os servios jurdicos, de contabilidade, auditoria,consultoria empresarial, publicidade e propaganda, servios tcnicos de engenharia
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
17/64
16
e arquitetura, etc., e tm como caracterstica principal utilizao de mo-de-obra
qualificada, conjugando elevada receita por empresa e gerao de valor agregado
por unidade de faturamento, para os padres das micro e pequenas empresas. As
micro e pequenas empresas nessa atividade tinham um faturamento mdio de R$
111,0 mil e agregavam R$ 0,73 para cada unidade de faturamento.
O grfico a seguir demonstra a participao dos segmentos nas micro e
pequenas empresas de prestao de servios, no ano de 2001.
Figura 1 Participao dos segmentos nas micro e pequenas empresas de prestao de serviosFontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Servios e Comrcio, Pesquisa Anual deServios 2001.
1.4 Contribuies Tericas do Tema Pesquisado
O desenvolvimento desta monografia visa proporcionar comunidade
acadmica, algumas hipteses acerca do que pode ser feito para amenizar os
efeitos socioeconmicos na sobrevivncia e permanncia das microempresas
prestadoras de servios.
Preti (2001, p.33) diz que hiptese a tentativa de dar antecipadamente uma
resposta, uma soluo ao problema levantado. J Marconi e Lakatos (1996, p.26)conceituam hiptese desta forma,
Empresa Pessoal ocupado Receita
9,1%
2,4%4,8%
4,3%
9,8%
9,0%
10,0%17,8%
32,8%
10,8%
5,4%
2,7%4,1%
7,6%
22,8%
4,0%
12,1%
30,5%
11,0%
3,4%
5,0%
3,9%
5,3%
5,7%
17,1%
20,8%
27,8%
Servios de alimentao
Representantes Comerciais
Atividades de informtica Servios de alojamento
Servios de manuteno ereparao
Servios prestados s empresas Transportes e servios
auxiliaresAtividades imobilirias e dealuguel de bens
Outros servios
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
18/64
17
[...] uma proposio que se faz na tentativa de verificar a validade deresposta existente para um problema. uma suposio que antecede aconstatao dos fatos e tem como caracterstica uma formulaoprovisria; deve ser testada para determinar sua validade. Correta ouerrada, de acordo ou contrria ao senso-comum, a hiptese sempre
conduz a uma verificao emprica.
Dentre as contribuies tericas apresentadas neste trabalho. Destacam-se
as seguintes:
Proporcionar um conhecimento mais atualizado sobre as disposies
gerais de uma microempresa prestadora de servios.
Identificao das ferramentas de qualidade mais aplicveis no
processo de modernizao em uma empresa especfica. Aplicao de mtodos e/ou ferramentas na SC Servios de Clipping
Ltda. e a avaliao dos resultados obtidos.
1.5 A Empresa Escolhida para a Pesquisa
A escolha do perfil certo da empresa a ser trabalhada , sem dvidas, o
melhor caminho para o sucesso da pesquisa. Asquini (1943, p.27), no texto
publicado originalmente na Rivista del Diritto Commerciale, j sugeria em que a
empresa teria no aspecto jurdico, quatro perfis, a saber:
Perfil subjetivo a empresa como empresrio, pois este quem exercita a
atividade econmica organizada de forma continuada. Pessoa fsica ou
jurdica, titular de direitos e obrigaes.
Perfil funcional ou dinmico A empresa seria a prpria atividade
empresarial, ou seja, a fora de movimento rotacional que implica atividade
empresarial (capital, trabalho, matria-prima etc), dirigida para determinada
finalidade produtiva (produo de bens ou servios);
Perfil patrimonial e objetivo a empresa como um estabelecimento
composto de bens, distintos, pela sua finalidade, do resto do patrimnio do
empresrio;
Perfil corporativo - a empresa como instituio, considerada umaorganizao de pessoas, formada pelo empresrio e seus colaboradores
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
19/64
18
(dirigentes, empregados, operrios), todos movidos por interesses
individuais, mas formando um ncleo social organizado em funo do fim
econmico comum, qual seja, a consecuo do melhor resultado econmico
na produo.
Com o propsito de estreitar o mximo possvel, a distncia entre a teoria
disposta nesta monografia e, conseqentemente, sua prtica em um laboratrio
especfico. Aplicaram-se as ferramentas da qualidade na SC SERVIOS DE
CLIPPINGLDTA, sito na Av. 12 de Outubro, 73 Bairro de Jaguaribe, na cidade de
Joo Pessoa, Estado da Paraba.
A SC Servios de ClippingLtda. foi regularizada em meados de 2000, e noseu quadro societrio, possui 03 scios, sendo um deles detentor de 98% das cotas.
J no aspecto funcional, conta atualmente com 06 colaboradores e presta servios
de leitura e envio de recortes jurdicos, conhecidos popularmente como Clipping, dos
dirios da justia, dirio da Unio e outras publicaes do ramo. O servio
destinado para advogados associados ou autnomos e outras instituies jurdicas,
inclusive para profissionais de outros estados. Outro servio desta microempresa o
acompanhamento processual junto ao poder judicirio paraibano.Clipping o processo de seleo e extrao de notcias, notas e informaes
que so publicadas na mdia, relacionadas a um determinado assunto.
Atravs do Clipping, um autnomo ou uma determinada empresa e seus clientes
podem se manter atualizados com as informaes que realmente so importantes
para o seu negcio, sem desperdcio de tempo e de recursos. A atividade de
Clipping baseia-se no conceito de Reproduo definido pela lei 9.610, de 19 de
fevereiro de 1998.
Apesar do servio diferenciado, a SC no foge a regra da maioria das
microempresas jovens de todo o territrio nacional. Constatam-se problemas
comuns, como falta de capital de giro, concorrncia, falta de motivao de seus
integrantes, dificuldades de financiamentos etc.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
20/64
19
1.6 Objetivos
1.6.1 Objetivo Geral
Indicar para os proprietrios da SC Servios de ClippingLtda., as ferramentas
de qualidade aplicveis na melhoria dos processos da referida microempresa.
1.6.2 Objetivos Especficos
Identificar os principais mtodos e/ou ferramentas de controle daqualidade existentes nos processos em operao de servios, e que so
compatveis com a rea em estudo;
Selecionar e aplicar as ferramentas de controle da qualidade na
microempresa SC Servios de ClippingLtda;
Verificar os resultados alcanados, e;
Sugerir uma metodologia a ser aplicada junto aos proprietrios da
microempresa pesquisada.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
21/64
20
2. FUNDAMENTAO TERICA
2.1 Administrao da Qualidade: Conceitos e Origem
Constata-se, atualmente, um intenso movimento em busca da qualidade, seja
ela, na vida pessoal de cada um ou no desenvolvimento e organizao de uma
empresa. O assunto bastante difundido na sociedade, pois se tornou uma espcie
de sinnimo de produtividade, competitividade, integrao, bem estar social, dentre
outros.
Com abrangncia to ampla, difcil encontrar uma definio nica, quesatisfaa a todas as situaes. Vrios autores conceituam Qualidade de forma
simplificada, mas sempre objetivando esclarecer a amplitude do seu significado.
Porm, percebe-se s vezes, focos distintos em relao s definies de cada autor.
Garvin (1984) caracterizou as mais diversas definies de qualidade em
cinco abordagens de qualidade. So elas:
Abordagem transcendental a qualidade definida como a melhor
possvel em termos da especificao do produto ou servio. Ex.: aproduo de um automvel Rolls Royceou um relgio Rolex;
Abordagem baseada em manufatura aquela em que os produtos
tenham sido feitos ou entregues conforme suas especificaes de
projeto. Ex.: um carro popular ou um relgio da marca Swatch.
Abordagem baseada no usurio o produto no deve estar apenas de
acordo com as especificaes do projeto, mas, tambm, atender ao
seu propsito. Ex.: um relgio fabricado dentro das especificaes e
feito para durar algum tempo;
Abordagem baseada em produto a qualidade um conjunto
mensurvel e preciso de caractersticas, que so requeridas para
satisfazer ao consumidor. Ex.: no caso do relgio, ele produzido para
durar pelo menos cinco anos sem precisar de assistncia tcnica;
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
22/64
21
Abordagem baseada em valor define a qualidade em termos de custo
e preo, por exemplo, um consumidor poder aceitar um produto ou
servio de menor especificao de qualidade, se o preo for menor.
Para Oliveira, O.J. (2001) a abordagem baseada em produto poder ser
vlida para a prestao de servios. Uma vez que, esta abordagem pressupe que,
um produto ou servio, caso no atenda positivamente suas especificaes
proporcionar menos satisfao ao consumidor.
Segundo Kotler (1998, p. 65) Qualidade a totalidade de aspectos e
caractersticas de um produto ou servio que proporcionam a satisfao de
necessidades declaradas e implcitas.Slack (2002, p. 551) tenta conciliar as diferentes vises sobre o termo
qualidade nas operaes, e de forma sucinta define: qualidade a consistente
conformidade com as expectativas dos consumidores.
Para Feigenbaum (1994), a qualidade um modo de vida corporativo, uma
maneira de gerenciar que requer a participao de todos, pois o controle de
qualidade total produz impacto por toda empresa. Neste caso, a qualidade total
deve ser guiada para excelncia e no pelos defeitos.
J para Juran (1991, p.16), a funo da qualidade o conjunto das
atividades atravs das quais atingimos a adequao ao uso, no importando em que
parte da Organizao essas atividades so executadas.
Qualidade pode ser compreendida, tambm, como sendo um conjunto de
atributos que tornam um produto ou servio plenamente adequado ao uso para o
qual foi concebido, atendendo a inmeros critrios: Custo, Moral, Atendimento,
Segurana etc
Uma coisa certa, engana-se quem pensa que conceitos como estes algo
recente. J por volta de 2150 a.C., o cdigo de Hamurabi j demonstrava uma
preocupao com a resistncia e funcionalidade das habitaes produzidas na
poca, a ponto de prejudicar ou at sacrificar o construtor, se a obra viesse a
desabar. Outra curiosidade semelhante a esta encontrada junto aos povosfencios, que amputavam a mo do fabricante de determinados produtos que no
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
23/64
22
fossem produzidos, segundo as especificaes governamentais. Enfim, a evoluo
da qualidade acompanha intrinsecamente o prprio desenvolvimento do ser humano
em sociedade, e ainda ter um longo caminho a ser percorrido, inclusive em pases
como o Brasil, que possui muitos contrastes histricos e econmicos.
Esta evoluo da qualidade, citada anteriormente, passou por trs grandes
fases: a era da inspeo, era do controle estatstico e era da qualidade total.
A era da inspeo teve seu auge durante a Revoluo Industrial, quando os
prprios artesos eram responsveis pela deteco de eventuais defeitos de
fabricao. J na era seguinte, a do controle estatstico por processo (CEP), houve a
necessidade de utilizar tcnicas estatsticas por amostragem para detectar falhas
nos produtos manufaturados, pois a inspeo produto a produto tornava-se invivel
em virtude do crescimento da demanda. Aps a Segunda Guerra Mundial, esta
segunda fase deslocou-se para o controle do processo de produo, que englobava
toda a produo, do projeto ao acabamento, focando a segurana e o alcance do
erro zero.
O controle do processo de produo possibilitou o surgimento das condies
necessrias para o incio da era da qualidade total, que se embasava em algunsconceitos e teorias, dentre os quais destacam-se: custos da qualidade, engenharia
da confiabilidade e zero defeito (MAXIMIANO, 2000).
Autores modernos definem administrao da qualidade total como sendo
uma abordagem organizacional ampla para melhoria contnua da qualidade de
todos os seus processos, produtos e servios (KOTLER, 1998, p. 64).
A Gesto da Qualidade Total desenvolveu-se nos anos 50 a partir dos
trabalhos de Armand V. Feigenbaum, Joseph M. Juran e Winston Edwards Deming,dentre outros.
Nesta poca, o Japo estava destrudo pela Segunda Guerra e comeou a
enfrentar uma grande crise econmica e social. Com o intuito de reorganizar sua
economia, o governo japons comeou a enviar grupos para o exterior em busca de
tcnicas e mtodos com o objetivo de alcanar a qualidade e a produtividade para o
setor industrial. Descobriram ento a literatura estrangeira sobre a qualidade, e
convidou o fsico e estatstico, Edwards Deming, discpulo de Shewhart e de Fisher,
para transmitir seus conhecimentos na rea. Com os resultados positivos
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
24/64
23
alcanados na introduo destes conceitos na indstria japonesa, Deming tornou-se
um dos mais conhecidos estudiosos da qualidade total, quando evidenciou o
consumidor como a pea mais importante da linha de produo, e resumiu seus
ensinamentos em 14 pontos, sejam eles:
01. Estabelecer constncia de finalidade para melhorar o produto e
servio;
02. Adotar a nova filosofia;
03. Acabar com a dependncia da inspeo em massa para garantir a
qualidade;
04. Cessar a prtica de avaliar as transaes apenas com base nos
preos;
05. Melhorar sempre e constantemente o sistema de produo e
servios;
06. Instituir o treinamento e o retreinamento;
07. Adotar e instituir a liderana;
08. Afastar o medo, de modo a que todos possam trabalhar
eficazmente na empresa;
09. Romper as barreiras entre os diversos setores de pessoal;
10. Eliminar slogan, exortaes e metas para os empregados;
11. Suprimir as cotas numricas;
12. Remover as barreiras ao orgulho da execuo;
13. Instituir um slido programa de formao e autodesenvolvimento;
14. Agir no sentido de concretizar a transformao;
J na dcada de 80, trs abordagens distintas a respeito da gesto da
qualidade evoluram e se consolidaram. No Japo, o foco maior era a formao do
homem, organizao do trabalho e criao de um ambiente de fidelidade mtua
entre a empresa e o profissional; Nos Estados Unidos, a viso de qualidade ficou
centrada em assegurar que o produto final atendesse s especificaesestabelecidas, esta abordagem ficou conhecida como Garantia da Qualidade, e na
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
25/64
24
Europa, enfatizou-se a relao fornecedor-cliente pelo lado da certificao do
fornecedor, uma vez que, os pases europeus precisavam criar regras para manter
um mercado comum, surgiu a partir da, a certificao ISO-9000.
O novo Sculo XXI est sendo marcado pela tendncia da qualidade total se
transformar em regra geral, integrando cada vez mais o homem, a empresa e o meio
ambiente. Deve-se a isto, a exigncia dos novos padres de comportamento da
sociedade de consumo, como tambm, pelas leis de proteo ao consumidor, que
estimulam a adoo da gesto da qualidade.
2.2 O Controle da Qualidade Total - TQC
De acordo com Campos (1992, p.15):
[...] numa era de economia global no mais possvel garantir asobrevivncia da empresa apenas exigindo que as pessoas faam omelhor que puderem ou cobrando apenas resultados. Hoje so necessriosmtodos que possam ser utilizados por todos em direo aos objetivos desobrevivncia da empresa; estes mtodos devem ser aprendidos epraticados por todos. Este o princpio da abordagem gerencial do TQC.
Para Ishikawa (apud WERKEMA, 1995, p.09), praticar um bom controle da
qualidade desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade
que seja mais econmico, mais til e sempre satisfatrio para o consumidor. Neste
sentido, necessrio o comprometimento de todos.
Para Campos (1992, p. 41), o controle da qualidade total :
[...] um novo modelo gerencial centrado no controle do processo, tendocomo meta satisfao das necessidades das pessoas. O objetivo maisimportante deste controle garantir a qualidade do seu produto (seja ele
qual for) para o seu cliente externo ou interno.
Desta forma, este mesmo autor afirma que o controle de qualidade pode ser
abordado mediante objetivos:
Planejar a qualidade desejada pelos clientes preciso conhecer suas
necessidades, e transforma-las em caractersticas mensurveis.
Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padres e
atuando na causa dos desvios;
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
26/64
25
Aperfeioar a qualidade desejada pelo cliente; localizando e corrigindo
possveis falhas operacionais.
Percebe-se, ento, diante das definies destes autores, que necessrio
fazer o controle da qualidade, tanto para a produo de bens como em operaes
de servios. Ainda em Campos (1992), algumas caractersticas bsicas para a
empresa atingir o Controle da Qualidade Total (TQC):
Orientao pelo cliente;
Qualidade em primeiro lugar;
Ao orientada por prioridades;
Controle de processos;
Respeito pelo empregado como ser humano;
Comprometimento da alta direo.
2.3 Ferramentas de Controle da Qualidade Aplicveis ao Setor de Servios
Para alcanar o propsito da qualidade total, indispensvel utilizao de
mtodos e tcnicas. O primeiro conjunto dessas tcnicas envolve as ferramentas de
controle da qualidade, que segundo Paladini (1997, p.66):
[...] so dispositivos, procedimentos grficos, numricos ou analticos,formulaes prticas, esquemas de funcionamento, mecanismos deoperao, enfim mtodos estruturados para viabilizar a implantao daQualidade Total.[...]. As ferramentas dispem de nfase especfica, quepode referir-se a uma anlise prtica do processo produtivo para, porexemplo, determinar previses acerca de seu desenvolvimento; ou a anliseda ao de concorrentes em uma mesma faixa de mercado ou, ainda, acomo melhor atender um grupo de consumidores.
A evoluo da Qualidade Total nas empresas proporcionou o avano dessas
ferramentas da qualidade, e atualmente pode-se agrupa-las em trs classes, a
seguir:
Ferramentas tradicionais (histograma, fluxograma, diagramas de causa-
efeito etc.).
As derivadas de novas estruturas dos sistemas produtivos (Crculos da
qualidade, Kanban, Qualidade na origem etc.); e
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
27/64
26
As novas ferramentas da qualidade (Diagrama rvore, Diagrama-matriz,
Diagrama de similaridade etc.).
Este trabalho delimita-se a pesquisar as ferramentas da qualidade voltadas
para o setor de servios, uma vez que, a SC Servios de Clipping Ltda uma
microempresa prestadora de servios. Dentre as ferramentas da qualidade
aplicveis na melhoria dos processos dessa empresa, destacam-se as seguintes:
Diagrama de Causa-Efeito;
Ciclo PDCA;
Fluxograma;
Folha de Verificao;
Histograma;
Diagrama de rvore;
Diagrama de Inter-Relaes;
Programa 5S
Benchmarking;
Diagrama de Pareto;
Brainstorming;
CCQ ( Crculo de Controle da Qualidade) , e;
Anlise Por que - por qu
2.3.1 Diagrama de Causa-efeito
O diagrama de causa-efeito, tambm conhecido como diagrama de espinhade peixe, foi criado por Ishikawa, em 1943, e permite pesquisar as razes de
problemas e so muito usados em programas de melhoramento.
Segundo Werkema (1995, p. 01),
[...] o diagrama de Causa e Efeito uma ferramenta utilizada paraapresentar a relao existente entre um resultado de um processo (efeito)e os fatores (causas) do processo que por razes tcnicas, possam afetaro resultado considerado.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
28/64
27
Para Paladini (1997, p.68), a construo do diagrama Causa-efeito comea
com a identificao do efeito que se pretende considerar, colocando-o no lado direito
do diagrama.
Slack (2002, p. 615) descreve os seguintes procedimentos para se desenhar
um diagrama causa-efeito:
Passo 1 Coloca-se o problema na caixa de efeito
Passo 2 Identifica as principais categorias para causas possveis do
problema.
Passo 3 Usa a busca sistemtica de fatos e discusso em grupos para
gerar possveis causas sob essas categorias
Passo 4 Registra-se todas as causas potenciais no diagrama sob cada
categoria, em seguida discutido cada item para combinar e esclarecer as causas.
Figura 2 Diagrama de causa-efeito
2.3.2 Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA estabelece que todos os processos devem ser continuamente
estudados e planejados, inclusive fazendo algumas modificaes e melhorias, em
seguida, essas mudanas devero ser implementadas e controladas (medio e
observao dos efeitos), encerrando o ciclo com a avaliao dos resultados. Este
ciclo dever desenvolver-se de forma contnua e indefinidamente. A sigla PDCA
Mquinas Mo-de-obra
Materiais Mtodos Dinheiro
Efeito
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
29/64
28
origina-se das seguintes palavras em ingls: PLAN(planejar), DO(fazer), CONTROL
(controlar) e ACTION(ao).
Conhecido tambm como a roda de Deming, em homenagem ao famoso
estudioso da qualidade W. E. Deming. O PDCA a seqncia de atividades que
so percorridas de maneira cclica para melhorar atividades (SLACK, 2002, p. 605).
A Figura 3 representa o ciclo de controle de processos contnuo de Deming.
Figura 3 Ciclo PDCA de Deming
2.3.3 Fluxograma
O fluxograma uma representao grfica dos passos de um processo, com
um encadeamento lgico das atividades e decises subseqentes, apresentando
uma viso integrada do fluxo do processo, o que permite visualizar falhas e
oportunidades de melhoria.
Paladini (1997, p.72) define fluxogramas como sendo:
PD
A
PLAN (planejar)Estudar um processo e
planejar seu
aprimoramento
DO (fazer)Implementar a
mudanaCONTROL(controlar)
Observar os efeitos
ACTION(ao)
Estudar os resultados
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
30/64
29
[...] ferramentas recomendadas em qualquer atividade de programaocomputacional. Sua utilizao na rea da qualidade refere-se determinao de um fluxo de operaes bem definido. O fluxo permiteviso global do processo por onde passa o produto e, ao mesmo tempo,ressalta operaes crticas ou situaes em que haja cruzamento de vrios
fluxos (que pode, por exemplo, constituir-se em ponto decongestionamento).
Os fluxogramas tendem a empregar smbolos padres que iro identificar
cada operao bsica ou secundria de um processo. Os fluxogramas registram
estgios na passagem de informao, produtos, trabalho ou consumidores; de
qualquer coisa que flua por meio da operao (SLACK, 2002, p. 612). A seguir, a
Figura 6 representa um modelo de fluxograma.
Figura 4 Modelo de um FluxogramaFonte: Paladini (1997, p. 73)
2.3.4 Folha de Verificao
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
31/64
30
um formulrio onde os itens a serem verificados esto listados. utilizado
para quantificar a freqncia com que certos eventos ocorrem num perodo de
tempo.
A Figura 5, a seguir, demonstra um exemplo prtico de uma Folha de
Verificao implantada em uma escola qualquer. (Programa de Modernizao e
Melhoria da Educao Bsica do Cear, disponvel em
http://www.indg.com.br/escolasdoceara/guia/spg/exemplo.asp . Acesso em:
19/02/2005).
Figura 5 Exemplo de Folha de Verificao
2.3.5 Histograma
O histograma um grfico de barras que mostra a distribuio de dados por
intervalos, de modo que seja possvel visualizar a distribuio de freqncia e a
percepo do valor central e a disperso dos dados em torno deste. Os histogramas
podem ser utilizados para anlise de variveis e atributos.
Werkema (1995, p.119), define histograma como sendo:
[...]um grfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vriospequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma varivel deinteresse. Para cada um destes intervalos construda uma barra vertical,
http://www.indg.com.br/escolasdoceara/guia/spg/exemplo.asphttp://www.indg.com.br/escolasdoceara/guia/spg/exemplo.asphttp://www.indg.com.br/escolasdoceara/guia/spg/exemplo.asp -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
32/64
31
cuja rea deve ser proporcional ao nmero de observaes na amostracujos valores pertencem ao intervalo correspondente.
A Figura 6 demonstra um exemplo de histograma de uma varivel qualitativa,
neste caso a prpria folha de coleta de dados j mostra o histograma, outra forma elaborar um grfico de barras das freqncias observadas, que conhecido por
histograma de uma varivel contnua, como mostra a Figura 7 (Virthu Ferramentas
da Qualidade. Disponvel em: http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf.
Acesso em: 19/05/2005).
Figura 6 Histograma de uma Varivel Qualitativa
Figura 7 Exemplo de Histograma para Varivel Contnua
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
33/64
32
2.3.6 Diagrama de rvore
Esta ferramenta permite desdobrar o objetivo, repetidamente, at se chegar a
aes executveis ou suficientemente detalhadas, o que fornece uma viso global
do problema.
Paladini (1997, p. 81) define Diagrama de rvore como sendo uma
ferramenta que detalha a programao de atividades requeridas para que uma meta
seja atingida, procurando-se determinar como estes objetivo pode ser alcanado.
Ainda em Paladini (1997), o autor cita exemplos tpicos onde este tipo de
diagrama pode ser empregado, a saber:
a) Diagnstico do processo produtivo;
b) O atendimento pleno de um grupo de clientes depende da satisfao de
algumas necessidades detectadas;
c) Alteraes no desempenho do produto acabado podem ser devidas no
apenas a uma, mas a vrios grupos de causas;
d) Detectar informaes diversas, quando estabelecidos nveis de
desempenho para um conjunto de fornecedores.
A Figura 8 mostra um exemplo de Diagrama de rvore.
Figura 8 Exemplo de Diagrama de rvore
2.3.7 Diagrama de Inter-Relaes
Diagrama que mostra as relaes lgicas entre fatores de um processo. aplicado
em situaes complexas e de muitos fatores interdependentes, como uma possvel
causa de um problema nos processos de tomada de deciso (Virthu Ferramentas
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
34/64
33
da Qualidade. Disponvel em: http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf.
Acesso em: 19/05/2005).
A Figura 9, a seguir, exibe um exemplo de diagrama do tipo Inter-relaes.
Figura 9 Exemplo de Diagrama de Inter-relaes
2.3.8 Programa 5S
Atravs do Programa 5S, torna-se possvel atingir mudanas de
comportamento e de atitude das pessoas, possibilitando o desenvolvimento de uma
ambincia (pessoa tarefa ambiente) propcia obteno da qualidade total.
A filosofia do 5S estabelece uma ponte que liga a educao para a vida com o
necessrio treinamento para o trabalho. Haroldo Ribeiro destaca em sua obra a
importncia do 5S da seguinte forma:
A iniciativa de implantao do 5S em uma organizao apenas umaquesto de tempo. Todas as organizaes que esto procurando tornarseus processos mais produtivos, e se deparam com deficincias
comportamentais das pessoas que para elas trabalham, devem implantar o5S. Se ainda no o fazem porque desconhecem o problema (carnciaeducacional) e /ou a soluo (o 5S). (RIBEIRO, 1994, p. 11)
O 5S vem sendo implantado em todos os ambientes em que h carncias
educacionais de seus usurios. a base para a Qualidade Total dentro da empresa.
(RIBEIRO,1994, p. 12). Outros autores consideram esta tcnica como um startda
qualidade dentro da organizao.
Osada (1996, p. 10)refora este princpio da seguinte forma:[...] O primeiro passo deve ser o movimento dos 5Ss e sua nfase em umambiente de trabalho limpo e bem organizado. Sem isso, impossvel
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
35/64
34
diagnosticar os problemas. Sem procedimentos operacionais bem definidose adotados de forma consistente, impossvel dizer o que est certo e oque est errado. Sem o movimento dos 5Ss, de nada valero as outrascampanhas e inovaes inventadas para melhorar as condies detrabalho e criar produtos superiores.
Ribeiro, H. (1994, p. 24)ainda destaca que dependendo do meio e do nvel demotivao, o conhecimento pode modificar uma atitude e um comportamento
individual e conseqentemente poder promover uma mudana no comportamento
grupal.
Implantar o 5S uma maneira eficiente de promover o gerenciamento da
rotina de trabalho dentro de uma organizao, pois o 5S pertence simplesmente a
todas as pessoas (CAMPOS, Vicente Falconi, 2004, p.40).
A denominao 5S vem das iniciais de 5 palavras japonesas iniciadas com aletra S. So elas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke. Na interpretao dos
ideogramas que representam destas palavras, do japons para o ingls, conseguiu-
se encontrar palavras que iniciavam com a letra S e que tinham um significado
aproximado do original em japons. Porm, o mesmo no ocorreu com a traduo
para o portugus. A melhor forma encontrada para expressar a abrangncia e
profundidade do significado desses ideogramas foi acrescentar o termo "Senso de"
antes de cada palavra em portugus que mais se aproximava do significado original.Assim, o termo original 5S ficou mantido, mesmo na lngua portuguesa (5S por
Reginaldo Lapa, Disponvel em : http://www.ptnet.com.br/5sensos/. Acesso em
19/05/2005).
De acordo com o site, os cinco sensos podem ser resumidos da seguinte
forma:
Senso de Seleo - Ter senso de seleo identificar materiais,
equipamentos, ferramentas, utenslios, informaes e dados
necessrios e desnecessrios, descartando ou dando a devida
destinao quilo considerado desnecessrio ao exerccio das
atividades;
Senso de Ordenao - Possuir Senso de Ordenao definir local
apropriado e critrios para estocar, guardar ou dispor materiais,
equipamentos, ferramentas, utenslios, informaes e dados de modo a
http://www.ptnet.com.br/5sensos/http://www.ptnet.com.br/5sensos/http://www.ptnet.com.br/5sensos/ -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
36/64
35
facilitar o seu uso e manuseio, facilitar a procura, localizao e guarda
de qualquer item;
Senso de Limpeza - Ter Senso de Limpeza eliminar a sujeira ouobjetos estranhos para manter limpo o ambiente (parede, armrios, o
teto, gaveta, estante, piso etc.) bem como manter dados e informaes
atualizados para garantir a correta tomada de decises;
Senso de Bem-estar - Ter Senso de Bem-estar ou Senso de Asseio
significa criar condies favorveis sade fsica e mental, garantir
ambiente no agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas
condies sanitrias nas reas comuns (lavatrios, banheiros, cozinha,
restaurante, etc.), zelar pela higiene pessoal e cuidar para que as
informaes e comunicados sejam claros, de fcil leitura e
compreenso;
Senso de Autocontrole - Este senso visa desenvolver o hbito de
observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender
especificaes, sejam elas escritas ou informais. Este hbito oresultado do exerccio da fora mental, moral e fsica. Poderia ainda ser
traduzido como desenvolver o "querer de fato", "ter vontade de", "se
predispor a", sem a necessidade de coao por parte da autoridade ou
presso de grupo de pessoas.
2.3.9 Benchmarking
Para Slack (2002, p. 594), benchmarking uma abordagem que algumas
empresas usam para comparar suas operaes com aquelas de outras empresas.
Segundo este mesmo autor, o benchmarkingpossui vrios tipos diferentes, a
saber:
Benchmarking interno a comparao entre operaes dentro da
mesma organizao;
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
37/64
36
Benchmarking externo a comparao feita entre diferentes
organizaes;
Benchmarking no competitivo feito contra organizaes externa
que no so concorrentes pelos mesmos mercados;
Benchmarking competitivo uma comparao direta entre
concorrentes do mesmo mercado ou em mercados similares;
Benchmarkingde desempenho uma comparao entre nveis de
desempenho atingidos em diferentes operaes;
Benchmarking de prticas a comparao entre as prticas de
operao de uma empresa com outros procedimentos adotados pela
mesma em outras operaes.
2.3.10 Diagrama de Pareto
Slack (2002, p. 617) define o Diagrama de Pareto como uma tcnica
relativamente direta, que envolve classificar os itens de informao nos tipos de
problemas ou causas de problemas por ordem de importncia. Resulta da aplicao
do Princpio de Pareto, que declara que 20% dos fatores respondem por 80% dos
resultados.
Este diagrama pode ser aplicado para identificar dos principais fatores de um
resultado, identificar as principais causas de um problema e priorizar aes de
melhoria.
A Figura 10 mostra um exemplo de um Diagrama de Pareto (Virthu
Ferramentas da Qualidade. Disponvel em:
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf. Acesso em: 19/05/2005).
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
38/64
37
Figura 10 Exemplo de um Diagrama de Pareto
2.3.11 Brainstorming
Esta ferramenta bastante simples de ser usada, pois o processo
estruturado a partir da gerao de idias, caracterizado pelo efeito multiplicador que
resulta das associaes de idias dos participantes.
Para poder realizar um Brainstorming, preciso reunir um grupo de pessoas
que possam contribuir com idias a respeito de um determinado tema ou umproblema qualquer. Qualquer idia ser registrada a princpio, independente que se
faa algum julgamento precipitado dela, somente aps registrar todas as
informaes, que sero filtradas, junto com a equipe, as mais adequadas (Virthu
Ferramentas da Qualidade. Disponvel em:
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf. Acesso em: 19/05/2005).
2.3.12 CCQ (Crculo de Controle da Qualidade)
Paladini (1997,p. 76) define os Crculos de Controle da Qualidade como
sendo a organizao de mo-de-obra em pequenos grupos, equipes ou times,
tornando-os participantes da produo da qualidade.
Os propsitos fundamentais do CCQ so:
Contribuir para a melhoria e desenvolvimento da empresa;
http://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdfhttp://www.virthu.com.br/download/ferramentas.pdf -
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
39/64
38
Respeitar a natureza humana, construir um local de trabalho alegre e
brilhante no qual valha a pena viver;
Desenvolver as possibilidades infinitas da capacidade mental humana
e permitir a sua aplicao.
O ideal que cada CCQ tenha no mnimo trs e no mximo sete funcionrios
e todas as decises dos Crculos so tomadas em conjunto, atravs de consenso.
2.3.13 Anlise Por que - por qu
uma tcnica simples que se inicia com o estabelecimento do problema e a
pergunta por qu o problema ocorreu. Esse procedimento continua at que uma
causa parea suficientemente autocontida para ser atribuda a ela mesma, ou mais
respostas questo por qu? possam ser geradas (SLACK, 2002, p. 619).
Causa da falhaprevista
erradamente
PROBLEMA
Por qu?
Falta de treino
Falta deconhecimento do
produto
Falta deconhecimento do
consumidor
Por qu?
Por qu?
Por qu?
Sem tempo disponvel
Alta rotatividade
No no oramento
Nenhuma anlise de falhas
Documentao deespecificao complicada
Nenhum registro deconsumidor disponvel paraengenheiros
Nenhum conhecimento demodificao no sistema
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
40/64
39
Figura 11 Exemplo de uma Anlise Por que por qu
Fonte: (SLACK, 2004, p. 620)
2.4 Abordagem de Processos em Servios
Processo um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que
transformam entradas em sadas (ISO 9000:2000).
Slack (2002) classifica os processos em operaes de servios em trs tipos,
e que cada tipo implica uma forma diferente de organizao da operao para
atender as caractersticas diferentes de volume-variedade.Quais sejam:
- Servios profissionais: so aqueles em que os clientes
despendem muito tempo no processo do servio. Exemplo:
escritrios de advocacias, arquitetura, engenharia etc;
- Servios de massa: so servios em que o tempo no processo
limitado e h pouca personalizao. Exemplo: transportes
pblicos, comunicaes;
- Lojas de servios: exige nveis de contato com os clientes,
envolvendo personalizao e liberdade de escolha do pessoal.
Exemplo: bancos, restaurantes, shopping centers
2.5 Microempresas Prestadoras de Servios
2.5.1 Conceito de Servio
Kotler (1998, p. 412) define servio como sendo: qualquer ato ou
desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente
intangvel e no resulte na propriedade de nada. Sua produo pode ou no estar
vinculada a um produto fsico.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
41/64
40
Grnroos (1995, p.36) constata em seus estudos que no existe uma clara
fronteira entre a manufatura e o servio, quando traz a seguinte definio:
O servio uma atividade ou uma srie de atividades de natureza mais oumenos intangvel que normalmente, mas no necessariamente, acontecedurante as interaes entre clientes e funcionrios de servios e/ourecursos fsicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor de servios que fornecido como uma soluo ao(s) problema(s) do(s) cliente(s).
Berry & Parasuraman (1992) apudNormann (1993) escreve que:
No existe uma simples dicotomia entre as empresas de fabricao e as deservios (...). Na realidade o servio produzido seno o maior fator desucesso para as companhias de fabricao. Clientes compram no apenasmercadorias ou servios, mas ambos. Se a fonte de benefcio essencial mais tangvel do que intangvel, ele considerado mercadoria. Se o
benefcio mais intangvel, ele servio.
neste sentido que Kotler (1998, p. 412) afirma que o componente servio
pode ser ou no parte da oferta de uma empresa. Neste caso, o autor distingue
cinco categorias de oferta. So elas:
Bem tangvel. Nenhum servio acompanha o produto. Ex. sabo,
creme dental etc;
Bem tangvel acompanhado de servios. O bem tangvel
acompanhado por um ou mais servios. Por exemplo, um fabricante de
automveis precisa investir na qualidade de servios ao consumidor
para garantir suas vendas;
Hbrido. A oferta consiste em partes iguais de bens e servios.
Exemplo: um restaurante deve oferecer ao mesmo tempo, um servio
qualificado e uma alimentao saborosa;
Servio principal acompanhado de bens e servios secundrios. A
oferta consiste em um servio principal junto com alguns servios
adicionais e/ou bens de apoio. Um exemplo dessa categoria, so as
companhias areas.
Servio. A oferta consiste, principalmente, em um servio.
2.5.2 Caractersticas dos servios
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
42/64
41
Para Kotler (1998), os servios possuem quatro caractersticas importantes,
quais sejam:
Intangibilidade no existe a possibilidade de experimentar o servio
antes da execuo, as empresas de servios so desafiadas a
acrescentar evidncias fsicas e imaginrias a suas ofertas abstratas;
Inseparabilidade bastante comum os servios serem produzidos e
consumidos simultaneamente;
Variabilidade os servios so altamente variveis, uma vez que
dependem de quem os executa e de onde so prestados;
Perecibilidade os servios no podem ser estocados. Quando a
demanda flutuante, os servios enfrentam srios problemas. Por
exemplo, as empresas de transporte pblico tm que possuir veculos
e equipamentos sobressalentes nos horrios de rush.
Normann (1993) ratifica o entendimento de Kotler, quando identifica as
seguintes propriedades dos servios:
A. O servio no pode ser estocado;
B. A produo e consumo geralmente coincidem;
C. O servio no pode ser revendido;
D. Freqentemente o servio no pode ser demonstrado com eficcia,
pois ele no existe antes da compra;
E. Geralmente a posse do servio no pode ser transferida;
F. Produo, consumo e, normalmente, as vendas so feitos no mesmo
local;
G. O servio no pode ser transportado;
H. O consumidor/cliente participa diretamente da produo;
I. O servio no pode ser exportado, mas o sistema de prestao de
servios pode;
J. O valor principal produzido em interaes entre o comprador e
fornecedor.
2.5.3 Classificao dos servios
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
43/64
42
Kotler (1998) destaca a dificuldade em classificar os servios. Entretanto,
pode-se classificar algumas generalizaes seguras da seguinte forma:
Quanto base para sua produo
Quanto ao contato com o cliente
Quanto ao tipo do cliente
Quanto ao objetivo
Quanto ao proprietrio
2.5.4 Expectativas dos consumidores em relao qualidade de servio
Baseado emmaquinas e
equipamentos
Baseado empessoas
Inexperientes
Profissionais especializados
Exigem a presena do cliente
No exigem a presena do cliente
Exigem a presena do cliente
No exigem a presena do cliente
Visam lucro
No visam lucro
Particular
Pblico
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
44/64
43
Kotler (1998) citando Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) relaciona cinco
lacunas que causam problemas na prestao de um servio. So elas:
Lacuna entre as expectativas do consumidor e a percepo daempresa. Ocorre quando a administrao no percebe corretamente o
que os consumidores desejam;
Lacuna entre a percepo da empresa e as especificaes da
qualidade do servio. A administrao percebe as aspiraes dos
consumidores, mas no adota um padro de desempenho especfico.
Lacuna entre as especificaes da qualidade do servio e suaexecuo. Os funcionrios podero no estar dispostos a aderirem um
programa de qualidade;
Lacuna entre a execuo do servio e as comunicaes externas.
Falhas na comunicao externa da empresa pode distorcer as
expectativas do consumidor;
Lacuna entre o servio percebido e o esperado. Acontece quando oconsumidor subestima a qualidade do servio e avalia o desempenho
da empresa de forma diferente.
A Figura 12, a seguir, representa graficamente o modelo de qualidade de
servio que relaciona as expectativas dos consumidores para a prestao de um
servio de qualidade.
Divulgaoboca a boca
Necessidadespessoais
Experinciaanterior
Servioesperado
Serviopercebido
Prestaode servio
Transformaodas percepes
emespecificaes
Percepes daempresa sobreas expectativasdo consumidor
Comunicaesexternas comconsumidores
Lacuna 1
Lacuna 2Lacuna 3
Lacuna 4
Lacuna 5
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
45/64
44
Figura 12 Modelo de qualidade de servioFonte: PARASURAMAN, A., ZEITHAML, Valerie A., BERRY, Leonard L. A conceptual model ofservice quality and its is for future research. Journal of Marketing, p. 44, Fall 1985.
2.6 A Microempresa Brasileira
No existe uma definio propriamente dita do que seja uma Microempresa.
Observa-se, na prtica, uma variedade de critrios necessrios para delimita-la no
cenrio das empresas nacionais. Esses critrios podem ser em relao prprialegislao especfica, como por parte das instituies financeiras oficiais e rgos
representativos do setor, ora baseando-se no valor do faturamento, ora no nmero
de pessoas ocupadas, ora em ambos.
A Microempresa traz uma contribuio importante no crescimento e
desenvolvimento do Pas. Uma vez que, constituem uma alternativa de ocupao
para uma pequena parcela da populao que podem desenvolver seu prprio
negcio, e em uma alternativa de emprego formal ou informal, para uma grandeparcela da fora de trabalho excedente, em geral com pouca qualificao, que no
encontra emprego nas empresas de maior porte.
O critrio de classificao das Microempresas por nmero de pessoas
ocupadas no leva em conta as diferenas entre atividades com processos
produtivos distintos, uso intensivo de tecnologia da informao (Internet, e-
commerce, etc.) e/ou forte presena de mo-de-obra qualificada, podendo ocorrer
em algumas atividades realizao de alto volume de negcios com utilizao de
mo-de-obra pouco numerosa, como o caso do comrcio atacadista, das
atividades de informtica e dos servios tcnico-profissionais prestados s empresas
(atividades jurdicas, de contabilidade, consultoria empresarial, etc.).
O Quadro 1 sintetiza os critrios adotados para enquadramento de
microempresas no Brasil.
Critrios de enquadramento Valor de receitaNmeros de pessoas
ocupadas
ConsumidorEmpresa
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
46/64
45
DECRETO N 5.028, de 31 demaro de 2004, que altera os valoresdos limites fixados nos incisos I e IIdo art. 2 da Lei n 9.841 de 5 deoutubro de 1999, que instituiu oEstatuto da Microempresa e daEmpresa de Pequeno Porte.
Receita bruta anual igual ou
inferior a R$ 433.755,14
(quatrocentos e trinta e trs
mil setecentos e cinqenta ecinco reais e quatorze
centavos).
Sebrae Servio Brasileiro de Apoios Micro e Pequenas Empresas
At 9 (nove) pessoasocupadas
BNDES (critrio dos pases doMercosul para fins creditcios)
At 400 mil dlares (cerca de988 mil reais)
Quadro 1 Critrios de enquadramento das Microempresas
2.6.1 Caractersticas Gerais das MEs
De acordo com o relatrio publicado pelo IBGE, em 2001, pode-se identificar
algumas caractersticas em relao s microempresas. So elas:
Baixa intensidade de capital;
Altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada;
Forte presena de proprietrios, scios e membros da famlia como mo-de-obra ocupada nos negcios;
Poder decisrio centralizado;
Estreito vnculo entre os proprietrios e as empresas, no se distinguindo,
principalmente em termos contbeis e financeiros, pessoa fsica e jurdica;
Registros contbeis pouco adequados;
Contratao direta de mo-de-obra;
Utilizao de mo-de-obra no qualificada ou semiqualificada; Baixo investimento em inovao tecnolgica;
Maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e.
Relao de complementaridade e subordinao com as empresas de grande
porte.
2.6.2 Embasamento Legal
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
47/64
46
Ao final da dcada de 80, surgem as primeiras iniciativas mais concretas para
incentivar a abertura de micros e pequenas empresas na economia nacional, dentre
as quais caberia mencionar:
A implantao do primeiro Estatuto da Microempresa (Lei n 7.256 de 27 de
novembro de 1984) e a incluso das micro e pequenas empresas na
Constituio Federal de 1988, que passou a garantir-lhes tratamento
diferenciado (Artigo 179 do Captulo da Ordem Econmica);
A transformao, em 1990, do Centro Brasileiro de Assistncia Gerencial
Pequena Empresa - CEBRAE, criado em 1972, em Servio Brasileiro de
Apoio s Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE, com funes mais amplas;
A criao de linhas especiais de crdito no BNDES, Caixa Econmica Federal
e Banco do Brasil;
A Lei n 9.317 de 5 de dezembro de 1996, que instituiu o Sistema Integrado
de Pagamentos de Impostos e Contribuies das Microempresas e das
Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES;
A Lei n 9.841 de 5 de outubro de 1999, que instituiu o Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte;
O estabelecimento de um Frum Permanente das Microempresas eEmpresas de Pequeno Porte, demonstrando a dimenso e a importncia das
micro e pequenas empresas para o crescimento e desenvolvimento da
economia nacional.
O uso da expresso "ME" no nome empresarial no pode ser efetuada no
contrato social e na Declarao de Empresrio. Somente aps ter sido aprovada
pelo rgo competente a comunicao referente ao pedido de enquadramento,independentemente de alterao do ato constitutivo, a microempresa adotar, em
seguida ao final do seu nome, a expresso "microempresa" ou, abreviadamente,
"ME".
O arquivamento, nos rgos de registro, dos atos constitutivos de
empresrio e de sociedades que se enquadrarem como microempresa, bem como o
arquivamento de suas alteraes, dispensado das seguintes exigncias:
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
48/64
47
(a) certido de inexistncia de condenao criminal (exigida pelo inciso II do
art. 37 da Lei no 8.934, de 18/11/1994), que ser substituda por declarao do
titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de no estar impedido de
exercer atividade mercantil ou a administrao de sociedade mercantil, em virtude
de condenao criminal;
(b) prova de quitao, regularidade ou inexistncia de dbito referente a
tributo ou contribuio de qualquer natureza, salvo no caso de extino de firma
mercantil individual ou de sociedade.
No se aplica, tambm, s microempresas, a exigncia do visto do advogado
no Contrato Social (conforme disposto no 2o do artigo 1o da Lei 8.906, de04/07/1994).
2.6.3 Obrigaes Tributrias de uma Microempresa
Tributo toda prestao pecuniria (compulsria, recebendo ou no o
contribuinte o servio do Estado, a obrigatoriedade de pag-lo absoluta, sob pena
de execuo), em moeda corrente ou cujo valor nela se possa exprimir, que no
constitua sano de ato ilcito (diferenciao entre tributo e multa, que o castigo ao
transgressor da lei tributria), instituda em lei (nenhum tributo pode ser estabelecido
ou majorado seno em virtude da lei) e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada (a autoridade competente no pode se afastar dos ditames dalegislao).
O administrador de uma ME dever observar todos os tributos federais e
estaduais, encargos trabalhistas e controle contbil.
Outros impostos incidem sobre as Microempresas, sendo estes de
competncia estadual ou municipal, por exemplo, o ICMS e o ISS.
O ICMS (imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias e
sobre prestaes de servios de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicao) de competncia dos Estados e do Distrito Federal. Sua
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
49/64
48
regulamentao constitucional est prevista na Lei Complementar 87/1996 (a
chamada Lei Kandir), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97,
99/99 e 102/2000.
J o ISS (Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza), de competncia
dos Municpios e do Distrito Federal, tem como fato gerador prestao de servios
constantes da lista anexa Lei Complementar 116/2003, ainda que esses no se
constituam como atividade preponderante do prestador.
O ISS at 31.07.2003 foi regido pelo DL 406/1968 e alteraes posteriores. A
partir de 01.08.2003, o ISS regido pela Lei Complementar 116/2003.
A Tabela 1 traz uma sntese das contribuies tributrias federais e encargos
trabalhistas das ME, optantes pelo SIMPLES ou no.
Tipo de
Tributao
Optantes pelo
SIMPLES
No optantes
pelo SIMPLESVencimento Formulrio
Receita brutaacumulada em
R$
At 60.000,00 3%
XPagamento atdia 10 do ms
seguinte.
DARF-SIMPLES
60.000,01 a90.000,00 4%
90.000,01 a120.000,00 5%
INSS para oSIMPLES e no
optantes(% retido dosalrio do
empregado)
7,65% -at R$ 752,628,65% - de R$ 758,63 at R$ 780,009,00% - de R$ 780,01 at R$ 1254,3611,0% - de R$ 1254,37 at R$ 2508,72
At o dia 02 doms seguinte GPS
FGTS
8% da remunerao paga ou devida a cada
trabalhador no ms anterior (inclusive 13salrio)
8% daremuneraopaga ou devida a
cada trabalhadorno ms anterior(inclusive o 13salrio deverser antecipado)
Guia derecolhimento
do FGTS einformaes aprevidncia
social.
Encargos trabalhistas e previdencirios
Tipo de
Tributao
Optantes pelo
SIMPLES
No optantes
pelo SIMPLESFrias Vencidas
Frias
Proporcionais
INSSNo h encargosprevidencirios
20%INSS sobreFolha a dePagamentos
Salrio do msem que oempregado
gozar as frias,a ser pago
1/12 sobre osalrio doempregado,
para cada msou frao5,8%
Contribuiopara oSistema "S"
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
50/64
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
51/64
50
2.6.4 A Microempresa em Nmeros no Brasil:
Quanto ao nmero de empresas formais:SETOR ME N
Indstria 439.013
Construo 116.287
Comrcio 2.337.889
Servios 1.712.418
TOTAL 4.605.607
Fonte: IBGE Quanto ao nmero de pessoas ocupadas:
SETORME
N
Indstria 1 . 5 7 1 . 6 0 8
Construo 3 5 6 . 6 6 0
Comrcio 4 . 6 6 4 . 5 4 5
Servios 3 . 3 7 4 . 3 8 8
TOTAL 9 . 9 6 7 . 2 0 1
Fonte: IBGE
Quanto massa salarial: x (R$ 1.000,00)
SETORME
N
Indstria 5 . 4 9 0 . 3 0 8
Construo 1 . 1 7 8 . 6 0 6
Comrcio 7 . 7 0 0 . 7 8 3
Servios 7 . 7 8 7 . 5 1 2
TOTAL 2 2 . 1 5 7 . 2 0 9
Fonte: IBGE
2.6.5 Micro e Pequenas Empresas em Nmeros na Paraba:
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
52/64
51
Prestao de Servios
Unidade daFederao
Nmerode
micro epequenasempresas
Pessoalocupado
em
31.12.2001
Salrios,retiradas e
outrasremuneraes
Valoradicionado
(1)
Receitaoperacional
lquida
1 000 R$
Paraba 4 756 23 657 103 342 255 098 254 919Comrcio
Unidade daFederao
Nmerode
micro epequenasempresas
Pessoalocupado
em31.12.2001
Salrios,retiradas e
outrasremuneraes
Valoradicionado
(1)
Receitaoperacional
lquida
1 000 R$
Paraba 16 594 42 056 103 560 237 406 1 220 659Tabela 2 Micro e Pequenas Empresas em Nmeros na ParabaFonte - IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Servios e Comrcio, Pesquisa Anual de
Comrcio 2001 e Pesquisa Anual de Servios 2001.(1) Clculo direto com os dados da Pesquisa Anual de Comrcio e da Pesquisa Anual de Serviossem os ajustes metodolgicos das Contas Nacionais.
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 Quanto Natureza da Pesquisa
Quanto natureza da investigao o presente estudo pode ser classificado
como de pesquisa descritiva. Segundo Cervo e Bervian (1996, p.49) a pesquisa
descritiva procura descobrir, com a preciso possvel a freqncia com que um
fenmeno ocorre, sua relao e conexo, com os outros, sua natureza e
caractersticas, correlacionando fatos ou fenmenos sem manipul-los. Desta
forma, a pesquisa procurou descrever algumas caractersticas apresentadas pela
ausncia de ferramentas da qualidade aplicveis na melhoria dos processos naMicroempresa SC Servios de Clipping Ltda e estabelecer as relaes entre as
variveis possveis para reverter o quadro atual e os fatos observados.
3.2 Quanto ao Mtodo de Procedimento
A pesquisa tambm classificada como um estudo de caso. Yin (2001)
refere-se a este mtodo de procedimento como uma das muitas maneiras de seefetuar estudos empricos ao se investigar fenmenos contemporneos inseridos
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
53/64
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
54/64
53
dirios, em seguida, vinha a produo dos Clippingsjurdicos, e por fim, a entrega
atravs de portador ou outros meios eletrnicos (fax, e-mail) aos respectivos clientes
da microempresa. As discusses dos resultados foram aliceradas em autores
especializados em Gesto da Qualidade, no tocante as tcnicas e/ou mtodos
aplicveis ao aperfeioamento dos processos em uma empresa. Os dados
evidenciaram pessoas predominantemente jovens, entre 20 e 28 anos, sendo trs
mulheres e trs homens. O nvel de instruo, em sua maioria, o ensino mdio,
com exceo de uma pessoa do sexo masculino, que est cursando Educao
Artstica na Universidade Federal da Paraba. Porm, nenhum integrante tinha
experincia com as ferramentas da qualidade, mas estavam dispostos a colaborar.
Qualitativamente, foi identificado os possveis fatores determinantes da faltade investimentos na rea da qualidade, sejam eles: falta de capital de giro (indicando
descontrole de fluxo de caixa), problema financeiro (situao de endividamento
regular), falta de conhecimentos gerenciais e falta de crdito bancrio.
4. ANLISE E INTERPRETAO DOS DADOS
O autor desta monografia recebeu uma oportunidade mpar, ao assumir oestgio na SC Servios de ClippingLtda. Uma vez que, obteve autorizao de seus
scios para aplicar possveis ferramentas da qualidade no aprimoramento dos
processos da referida microempresa sem qualquer tipo de interveno na
continuidade do trabalho. Para este tipo de procedimento ter sucesso, foi necessrio
conhecer toda a ambincia (pessoa-tarefa-ambiente) da empresa pesquisada, e
aplicar as novas ferramentas sem comprometer os processos j existentes,
prejudicando assim, a imagem da empresa perante seus clientes. O primeiro passoseria conhecer os aspectos estruturais e de pessoal da empresa. Este procedimento
foi realizado atravs de observao direta e anlise tcnica dos equipamentos.
O Quadro 2 descreve as caractersticas dos equipamentos, condies de
funcionamento no inicio do estgio e suas respectivas funes dentro da
microempresa pesquisada antes de iniciar o aperfeioamento nos processos.
Tipo do equipamento Condies defuncionamento Funo no processooperacional
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
55/64
54
05 computadores do tipoPC,
Sendo 03 em bom estadode funcionamento e 01apresentando instabilidadeno manuseio e um outro
impossibilitado de funcionardevido a um problema naplaca-me.
Os computadores tmgrande importncia naceleridade dos processosde produo dos Clippings,
quando a fonte depublicao eletrnica(Internet).
02 impressoras Sendo 01 do tipo Laser eoutra do tipo Matricial(desabilitada)
Impresso dos Clippingsdos clientes que solicitamentrega via portador
01 modem ADSL paraconexo a Internet
Funciona regularmente A conexo em banda largafacilita o processo dedownload das editoraeseletrnicas (Dirio daJustia PB 1 Caderno eDirio da Unio)
01 mquina xerogrfica Apresentava problemasocasionalmente, atrasandoa entrega dos Clippingsaosrespectivos clientes daempresa.
Serve para copiar aspublicaes que nopossua editoraoeletrnica. Ex.: Dirio daJustia 2 Caderno eDirio do Estado.
01 aparelho Fax Funciona Regularmente Enviar as publicaes paraclientes de outros estados.
02 motos Funciona Regularmente Transporte utilizado parafazer as entregas dosClippings.
Quadro 2 Situao dos equipamentos da empresa no incio do estgio
Fonte: Pesquisa do autor
Quadro 3 descreve as caractersticas das funes de cada integrante, da
microempresa pesquisada antes de iniciar o aperfeioamento nos processos.
Colaboradores Funo Domnio da funo
04 pessoas ocupadas dosexo feminino
Fazer a leitura daspublicaes eletrnicas,seleo dos recortes,confeco dos Clippings ea reviso final com oobjetivo de no deixar deregistrar uma possvelpublicao (a empresaclassifica este tipo de falhacomo passar batido).
Todas tm domnio dafuno, sendo que duasdelas apresentava grau deinsatisfao no trabalhodevido a fatores pessoas, ede certa formacomprometia o rendimentodas outras pessoas maisenvolvidas com o processo
04 pessoas ocupadas dosexo masculino
Fazer leitura do Caderno02 do dirio da justia e o
Apenas trs tmconhecimento dos
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
56/64
55
Dirio Oficial do Estado daParaba, seleo dosrecortes nestas publicaese xerografar os respectivosrecortes. Outra funo
fazer as entregas e efetuarpossveis cobranas.
procedimentos utilizadosna empresa, observava-secerto sub aproveitamentode um funcionrio.
Quadro 3 Situao do quadro de pessoal da empresa no incio do estgio
Fonte: Dados coletados a partir de entrevistas com cada integrante da microempresa.
Aps a realizao desta anlise primria, utilizando entrevistas com cada um
dos integrantes da microempresa, j poderia constatar indcios de falhas
operacionais dentro dos processos da mesma, mas foi preciso aplicar algumas
ferramentas da qualidade sugerida na Reviso Literria desta monografia para se ter
um embasamento terico consistente e resultados satisfatrios.
A primeira tcnica utilizada na busca pela melhoria dos processos dentro da
microempresa SC Servios de Consultoria Ltda, foi uma ferramenta simples, que
estava ao alcance de todos os integrantes, e que de certa forma, identificou vrios
aspectos negativos. Esta ferramenta da Qualidade foi o Brainstorming, e na medida
em que as idias fluam dos membros da equipe, pode-se filtrar situaes
emergenciais dentro do funcionamento da empresa, dentre essas idias
destacaram-se:
Desinteresse porparte de alguns
membros daempresa
Consumoexcessivode papel
Ausncia de regrasespecficas para os
novosprocedimentos
Falta demanuteno
preventiva nose ui amentos
Local de trabalhosem o asseio
devido
Ausncia deestratgia de
marketing
Atraso nasentregas daspublicaes
Atraso desalrios
Medo daconcorrncia
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
57/64
56
Figura 13Brainstormingdos Problemas da Empresa
A partir desta projeo inicial, foi possvel corrigir algumas falhas operacionais
da microempresa, focalizando a reduo dos custos e otimizao dos processos, a
saber:
a) Em relao ao consumo excessivo de papel foi verificado que o
problema maior de consumo deste material de expediente era o processo feito a
partir da copiadora, que alm do consumo excessivo do tonnerda prpria mquina,
desperdiava muito papel e cola, pois era realizado da seguinte forma: o colaborador
selecionava a publicao no dirio, tirava a cpia da mesma, recortava com uma
tesoura e finalmente colava em uma outra folha de papel com os dados do cliente.
Observava-se, neste caso, o consumo de duas folhas para uma mesma publicao.
Outra forma de desperdcio constatado com este material de expediente era o
processo de captura das publicaes atravs do Software Livre Adobe Reader,
usado para capturar os recortes jurdicos nas editoraes eletrnicas. Neste caso a
captura era selecionada por imagem e no por texto, ocasionando gasto excessivono consumo de tonner da impressora do tipo Laser, e conseqentemente um
consumo excessivo de papel, j que as imagens do texto ocupavam um espao
considerado dentro da folha.
Em relao s solues implantadas na correo deste tipo de falha,foi feito
um investimento na compra de dois equipamentos de leitura tica (Scanner), num
total de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), os quais j vinham acoplados com o
sofware de reconhecimento ptico de caracteres (Optical Character Recognition OCR). Em seguida foi instalado em dois computadores e realizado um treinamento
intensivo com as pessoas que manuseavam a mquina copiadora, com o objetivo de
ficarem aptas ao equipamento o mais breve possvel, logo aps sentir segurana no
domnio da nova funo, que foi desabilitada a mquina copiadora. Em relao ao
consumo excessivo em relao produo dos Clippingscom a utilizao do Adobe
Reader, foi redimensionado o modelo do layout (Apndice I), e a seleo das
publicaes seria feita a partir de ento em modo texto, e no mais em imagem.
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
58/64
57
Como resultados alcanados, observou-se o aproveitamento de pessoal
subtilizado com a implantao de novos processos, reduo de gastos com material
de expediente, a economia mensal passou de onze resmas, em mdia, para apenas
quatro resmas. Uma economia de mais de 50% s com papel, sem contar com a
reduo nos gastos com cola, tonnerda mquina copiadora, energia etc.
b) Em relao falta de manuteno preventiva dos equipamentos
atravs de uma anlise realizada pelo autor desta pesquisa nos computadores da
empresa, constatou-se a presena de diversos lixos eletrnicos, por exemplo,
arquivos danificados, vrus de computador, cookers, Trojansetc.
Em relao s solues implantadas na correo deste tipo de falha, foi feitauma formatao geral nos HDs dos computadores, e em seguida, a reinstalao de
todos os softwares envolvidos com o processo da empresa.
Esta soluo aplicada proporcionou uma melhor performance no
processamento dos dados dos microscomputadores, e desta forma, foi possvel
fazer um controle do que realmente deveria ficar instalado nos computadores da
empresa.
c) Desinteresse por parte de alguns membros da empresa este aspecto
foi o mais delicado de todos, j que envolvia o relacionamento interpessoal dentro da
empresa, neste caso, algumas reunies foram realizadas para divulgar e estimular
as novas metas da empresa e suas perspectivas de crescimento, a maioria absorveu
as informaes novas com mais motivao. No entanto, j com a aplicao dos
primeiros ajustes, houve a necessidade de dispensar do quadro funcional, trs
pessoas, sendo duas dela por subtilizao da funo antiga e uma por criarobstculos s modificaes propostas. Tambm foi feita uma recontratao de uma
pessoa do sexo feminino que conhecia bem os procedimentos da empresa.
Em relao s solues implantadas na correo deste tipo de falha, j a
partir do segundo ms aps a demisso, houve uma reduo nos gastos da folha de
pessoal em quase R$ 800,00 (oitocentos reais).
d) Ausncia de regras especficas para os novos procedimentos com a
otimizao dos processos j implementados na microempresa SC Servios de
-
8/3/2019 Andre Farias Monografia Graduacao UFPB
59/64
58
ClippingLtda, h a necessidade de suprir esta deficincia de informao baseando-
se numa ferramenta de qualidade bastante comum nas empresas, o fluxograma.
A utilizao desta ferramenta na rea da qualidade total est relacionada
diretamente com a determinao de um fluxo de operaes, de forma precisa. A
elaborao e implantao do fluxograma