Análise da fabricação de para-choque de caminhão dentro dos requisitos de segurança e...
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NEIMAR LISBOA
ANÁLISE DA FABRICAÇÃO DE PARA-CHOQUE DE CAMINHÃO DENTRO DOS
REQUISITOS DE SEGURANÇA E EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO:
UM ESTUDO DE CASO
Rio verde – GO
2012
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NEIMAR LISBOA
ANÁLISE DA FABRICAÇÃO DE PARA-CHOQUE DE CAMINHÃO DENTRO DOS
REQUISITOS DE SEGURANÇA E EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO:
UM ESTUDO DE CASO
Artigo apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Produção, Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção na linha de Gestão de Operações, Faculdade Internacional de Curitiba/ FACINTER. Orientadora: Profª. Cláudia Mércia Valadares
RIO VERDE – GO
2012
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RESUMO
A pesquisa e o desenvolvimento de produtos adequados ao consumidor passam por etapas complexas até chegar ao mercado. No âmbito empresarial, é imprescindível que o custo de produção seja o mínimo possível, para que a empresa se torne mais competitiva. Para tanto, os processos de fabricação devem seguir uma ordenação que seja possível determinar o acompanhamento produtivo a qualquer instante. Dessa forma, a presente pesquisa, baseada em um estudo de caso de uma fábrica de para-choques, situada em Rio Verde/GO, mostra a necessidade da adoção de processos produtivos mais eficientes, gerando menos desperdício de material e mão de obra, e que atenda as necessidades do mercado e ao mesmo tempo a legislação específica existente, que no caso dos para-choques traseiros para caminhões é regularizada pela Resolução do CONTRAN 152/03. Através de um acompanhamento do processo atual de fabricação do produto estudado, realizado no período entre dezembro de 2011 e abril de 2012, onde foram levantadas as dificuldades encontradas na empresa, foi proposto medidas de melhoria para serem implantadas na empresa, visando à adequação para um produto mais confiável, além de ferramentas de auxílio à produção, a implantação da área de Projetos e da área de Planejamento e Controle da Produção.
Palavras-chave: projetos, processos, planejamento, custo.
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ABSTRACT
The research and development of appropriate products to the consumer go through complex steps to reach the market. In business perspective, it is essential that the production cost is minimized, so the company becomes more competitive. To this end, the manufacturing processes must follow an order that can be established to monitor production at any time. Thus, the present study, based on a case study of a factory bumpers, located in Rio Verde / GO, shows the need to adopt more efficient production processes, generating less waste of material and labor, and that meets the needs of the market while the existing specific legislation, which in the case of rear bumpers for trucks is regulated by CONTRAN Resolution 152/03. By monitoring the actual process of manufacturing the product under study, conducted between December 2011 and April 2012, where they were raised difficulties in the company, it was proposed improvement measures to be implemented in the company, aiming at adapting to a more reliable product, as well as tools of production aid, the deployment area and the area of Project Planning and Production Control. Keywords: design, process planning, cost.
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1 INTRODUÇÃO
Atualmente, existe uma forte tendência em conciliar produtos e métodos de
forma efetiva nas empresas. Isto desencadeia um processo de evolução constante
dentro da organização, em vista que a cada instante surgem novas técnicas de
produção mais eficientes.
Outro fator que fortalece esta evolução constante é a acirrada disputa pelo
mercado consumidor. No entanto, é imprescindível a existência de responsabilidade
pelos produtos por parte dos fabricantes.
Existem situações em que esta responsabilidade deve ser seguida de forma
mais criteriosa e legalizada, é o ponto onde entram leis regulamentando a fabricação
de determinados produtos.
Dentro deste contexto, o presente artigo abordou a importância de se fabricar
um para-choque para caminhão de qualidade e apresentando soluções viáveis para
uniformizar e facilitar o processo produtivo dentro da empresa.
Desta forma, o objeto de estudo, é uma fábrica de para-choques, localizada
em Rio Verde - Goiás, onde foi avaliado o processo de produção atual, identificando
os pontos falhos e que necessitam ser melhorados.
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2 REVISÃO DA LITERATURA
Muito já foi escrito, revisado e comentado sobre administração moderna, mas
é sempre importante salientar que suas bases referenciais são imutáveis, e isto não
é algo que se possa ser questionado de forma simplória, em vista que já é possível
determinar que até os povos primitivos tiveram uma forma de administrar a sua
sociedade.
Ao analisar, especificamente, o ambiente empresarial, encontram-se
conceitos desenvolvidos para que se possa obter o máximo de eficiência e eficácia
nas suas operações. Estes conceitos modernos de administrar tiveram suas origens
nos primórdios da Revolução Industrial ocorrida no entre os séculos XVIII e XIX. A
ação do administrador de uma indústria, nesta época, era focada em estruturar toda
a empresa, com os conhecimentos mínimos de que dispunha, isto também
acarretava em treinar as pessoas para as funções delegadas e acompanhar o
desenvolvimento de suas tarefas (AKTOUF, 1996).
Taylor e Fayol, no decorrer da segunda década do século XX, realizaram
estudos para tentar amenizar a dissonância na produção das fábricas em virtude do
crescimento da industrialização que o mundo estava vislumbrando naquela época, o
que muitas vezes não acompanhava uma gestão eficiente.
Recentemente foram publicados estudos dos mais variados tipos e
aplicações, todos, invariavelmente, também partiram dos estudos pioneiros da
administração moderna de Taylor e Fayol. Mas hoje existe consenso universal de
que práticas de administração aplicada nas indústrias obtêm grande retorno, desde
que devidamente bem planejada a sua implantação. Ainda nas palavras de Aktouf
(1996, p. 25):
quando falamos de administração, se trata de uma atividade, ou, mais precisamente, de uma serie de atividades integradas e interdependentes, destinadas a permitir que certa combinação de meios (financeiros, humanos, materiais etc.) possa gerar uma produção de bens ou serviços economicamente e socialmente úteis, e se possível para a empresa, com finalidade lucrativa, rentáveis.
Atualmente, com o mercado globalizado e altamente competitivo, a utilização
de ferramentas administrativas é uma forma de garantir a permanência no mercado,
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além de ser o diferencial causador de uma gestão eficiente e controlada, donde se
obtêm dados confiáveis dos processos produtivos.
2.1 Princípios da Organização, Sistemas e Métodos.
Os estudos da Organização, Sistemas e Métodos (OSM) na Administração
começaram a ser desenvolvidos no início do século XX nos Estados Unidos da
América (EUA), mas não ganharam muita relevância no meio empresarial à época
(ROCHA, 1987).
As empresas tiveram mais aceitabilidade deste estudo no decorrer da 2ª
Guerra Mundial, pois, com os esforços de guerra, grandes volumes de produção
eram exigidos e qualidade e padronização não eram uma constante deste período.
As concepções da OSM começaram a ser difundidas no Brasil por volta de
1955, muito tempo depois de outras nações as terem adotado, principalmente, a
Inglaterra, onde este movimento tomou mais força.
Com o advento da Era da Informática, muito se evoluiu neste conceito, e, para
as empresas, tornou-se mais fácil estruturar, organizar, monitorar e colher os
resultados da produção. Com base nisto, também, foi possível departamentalizar
melhor a empresa e definir sua estrutura funcional para a adequação conforme seu
ramo da atividade.
2.1.1 Desenvolvimento de Produtos
Nas empresas de industrialização, a OSM possibilitou que as áreas de
projetos (Engenharia de Produtos e Engenharia de Processos) pudessem
acompanhar melhor o desenvolvimento do produto, através da comunicação
existente entre outros departamentos. Ainda hoje existem empresas desestruturadas
que fazem com que os departamentos internos travem uma verdadeira guerra fria
entre si, prejudicando os resultados finais da companhia.
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A área de Engenharia de Desenvolvimento de Produto é de suma importância
para empresa, pois, é dela que se cria o produto desejado pelo cliente, é onde se
materializa o conceito desenvolvido através de contato com as suas necessidades,
ou como define Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 118):
os projetistas de produtos tentam realizar projetos esteticamente agradáveis que atendam ou excedam as expectativas dos consumidores. Também tentam projetar um produto que desempenha bem e é confiável durante seu tempo de vida útil. Além disso, deveriam projetar o produto de forma que possa ser fabricado fácil e rapidamente.
Para que isto seja possível, recorre-se a uma ferramenta usada pelos
projetistas de produtos que é o Desenho Assistido por Computador, ou em inglês
Computer Aided Design (CAD), com o qual é possível criar um produto virtual e fazer
os seus ajustes sem a necessidade de criação de um modelo físico de imediato.
Seguindo o pensamento de Slack, Chambers e Johnston (2002), esta
ferramenta CAD apresenta vantagens como:
- Rapidez no desenvolvimento do produto.
- Simulação e manipulação de um protótipo virtual do produto.
- Arquivos dos componentes virtuais, sem ocupação de espaço físico.
- Observação de detalhes mínimos através de ampliação da tela.
- Redução de custos com a criação de protótipos físicos.
Sob estes pontos de vista, observa-se a clara necessidade de adoção desta
ferramenta para que a empresa reduza custos e se mantenha competitiva com
produto de qualidade.
Ainda conforme Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 159), “simulações
baseadas em realidade virtual permitem que empresas testem novos produtos e
serviços, bem como visualizem e planejem os processos que os produzem”.
2.1.2 Planejamento e Controle da Produção
Dentro do estudo da OSM, tem-se também a abrangência de Planejamento e
Controle da Produção (PCP). Isto se faz necessário para garantir que o produto
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desenvolvido virtualmente seja construído fisicamente dentro dos parâmetros
estabelecidos, garantindo assim a qualidade do produto. Dentro do conceito de
Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 314), “Esse é o propósito do planejamento e
controle – garantir que os processos da produção ocorram eficaz e eficientemente e
que produzam produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores”.
Com o PCP é possível planejar a capacidade de produção da empresa, e
antever as necessidades operacionais, sejam elas de mão-de-obra, energia,
máquinas, estrutura física, materiais, logística, etc., enfim, tudo o que for relativo à
produção.
Segundo a definição de Corrêa, Gianesi e Caon (2000, p.18):
os sistemas de administração da produção para cumprirem o seu papel de suporte ao atingimento dos objetivos estratégicos da organização, devem ser capazes de apoiar o tomador de decisões logísticas a:
Planejar as necessidades futuras de capacidade produtiva da organização.
Planejar os materiais comprados.
Planejar os níveis de estoque de matérias-primas, semi-acabados e produtos finais, nos pontos certos.
Programar atividades de produção para garantir que os recursos produtivos envolvidos estejam sendo utilizados, em cada momento, nas coisas certas e prioritárias.
Ser capaz de saber e de informar corretamente a respeito da situação corrente dos recursos (pessoas, equipamentos, instalações, materiais) e das ordens (de compra e produção).
Ser capaz de prometer os menores prazos possíveis aos clientes e depois fazer cumpri-los
Ser capaz de reagir eficazmente.
Como se pode notar, são situações que se mal planejadas, podem pôr a
imagem da empresa em risco de descrédito, por qualquer falha que venha a ocorrer
no processo e que acaba por comprometer a satisfação do consumidor.
2.1.3 Manuais Administrativos
Nas definições da OSM, o fluxo de informações que correm em uma empresa
é grande e aumentam a cada dia que passa, em face de novas informações obtidas
e mais atualizadas.
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Uma maneira de conseguir repassar as informações de forma precisa e
uniforme é a adoção de manuais administrativos pela organização e que são
distribuídos pelas dependências da empresa para o fácil acesso. Na definição de
Araujo (1994, p.144), “o objetivo da manualização é permitir que a reunião de
informações dispostas de forma sistematizada, criteriosa e segmentada atue como
instrumento facilitador do funcionamento da organização.”
A manualização de uma empresa vai de encontro conforme a sua
necessidade. Numa colocação de Rocha (1987, p. 231):
nas empresas de grande porte, o emprego de manuais é quase obrigatório, face à multiplicidade de seus controles e abrangência de seus sistemas operacionais. Já em empresas de médio e pequeno porte, seus dirigentes podem colocar dúvida quanto à validade da confecção e utilização de manuais, pelo simples fato de desconhecer quais os tipos mais necessários para suas organizações.
Está aí o grande ponto de consenso organizacional e maturidade de mercado
para decidir sobre esta questão.
2.1.3.1 Codificação
Com a criação dos manuais administrativos, também é recomendável a
criação de um tipo de código para a sua rápida localização (MARTINS, 2003). Isto
se justifica mais com a pluralidade de manuais que se pretende trabalhar
2.1.3.2 Roteiro de Produção
O roteiro de produção aplica-se como uma ferramenta para padronizar as
etapas de fabricação de maneira clara e uniforme. Com o roteiro de produção é
possível acompanhar o caminho percorrido da peça a ser fabricada pelo interior da
indústria. Com esta padronização, consegue-se também melhorar o layout interno,
visando alocar máquinas e equipamentos mais próximos possíveis da sequência de
operação.
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Na visão de Araujo (1994, p.147) “Devem descrever as fases e as operações
de cada rotina, citando os órgãos e as pessoas que as executam, bem como os
volumes de trabalho em cada fase, os tempos de execução e as distâncias
percorridas.” Se pode considerar esta uma forma mais sucinta de descrever o
processo.
No entanto, Araujo (1994, p.147), ainda afirma sua posição com o seguinte
comentário: “Tem a desvantagem de aprisionar o executante, na medida em que
estabelece limites de tempo, de distância e de volume. Positivamente, não é o
manual que mais se recomenda, tratando-se de Brasil.”
Ao analisar sob outro ponto de vista, afirmar que determinada técnica não é
aplicável no Brasil, o autor mostra desconhecimento quanto ao universo de
empresas existentes no país, bem como a área de atuação de cada uma.
Esta adoção de manuais está baseada nas normas da ISO 9000 e suas
variantes. A própria ISO determina que deva existir no mínimo um manual de
procedimentos operacionais na empresa. Então já podemos perceber que é muito
mais frequente do que supôs Araujo (1994).
2.1.3.3 Instrução de Trabalho
Este manual detalha especificamente como deve ser executada determinada
tarefa, conforme Rocha (1987, p. 234): “Este tipo de Manual nada mais é do que o
conjunto de instruções escritas, elaborado para destacar em todos os seus detalhes
a rotina a ser seguida de uma função específica.”
2.1.3.4 Procedimento Operacional
O manual de Procedimento Operacional demonstra a correta maneira de
operar determinado equipamento ou máquina. Isto se justifica pelo fato de que cada
máquina ou tarefa tem a sua particularidade de operação. Na colocação de Oliveira
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(2005, p. 394), “é a indicação de como são executados os trabalhos dentro do
processo administrativo.”
2.2 Legislação de Trânsito
2.2.1 Para-choques Para Veículos Pesados
A legislação brasileira regulamenta a fabricação de itens de segurança em
veículos automotores, esta regulamentação é formulada pelo DENATRAM. No caso
específico de veículos de carga com peso bruto total acima de 4.600 quilos, existe a
resolução nº 152, de 29 de outubro de 2003.
Tal resolução se justifica para que as empresas sigam um padrão de
fabricação e assegurem a integridade dos ocupantes dos veículos em caso de
acidente. Ainda conforme a própria resolução define: “Estabelece os requisitos
técnicos de fabricação e instalação de parachoque traseiro para veículos de carga”
(CONTRAN, Res. 152/2003).
Em decorrência de análise dos mais variados tipo de acidentes de trânsito
envolvendo caminhões de carga, averiguou-se que muitos fabricantes deste
equipamento de segurança não seguiam normas específicas, e o resultado era que
os para-choques não suportavam o impacto traseiro de um veículo de passeio
comum, provocando o mortal efeito guilhotina na carroceria do caminhão. Este efeito
é a entrada demasiada do veículo na parte inferior da traseira do caminhão
chegando até o habitáculo dos passageiros.
Equipamentos aprovados nos testes de segurança exigidos pela legislação
atual possuem plaqueta de identificação com aprovação do componente, conforme
laudo técnico apresentado por órgão de certificação ligado ao DENATRAN.
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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
O presente estudo foi desenvolvido seguindo a concepção de estudo de caso,
tomado na Ludwig Indústria, fabricante de implementos rodoviários, no período entre
dezembro de 2011 e abril de 2012.
A Ludwig Indústria foi fundada em 1999, instalando-se na cidade de Rio
Verde – GO, Atuando na fabricação de componentes rodoviários para veículos de
carga. A empresa conta com uma área superior a 24 mil metros com mais de 3.500
de área construída e 35 funcionários.
A presente pesquisa é classificada como descritiva e observativa, uma vez
que descreve as tarefas rotineiras de produção do para-choque e ao mesmo tempo
observa as deficiências no processo produtivo.
Para o desenvolvimento do estudo de caso, iniciou-se com a avaliação da
conjuntura atual da empresa. Nesta etapa, buscou-se acompanhar o processo atual
de fabricação dos equipamentos e verificar as falhas do processo, para isto, utilizou-
se de apontamentos avulsos e entrevistas informais tomados junto à produção. Com
este levantamento, foi possível determinar quais os pontos principais a serem
abordados na proposta de melhoria.
Em um segundo momento, foi pesquisado o embasamento teórico. Depois de
acompanhar a fabricação e constatadas as falhas do processo de produção atual, foi
necessário ordenar e processar os dados para em seguida encontrar estudos,
publicações, livros, revistas e contatos com profissionais da área para coletar
informações a fim de elaborar uma proposta para sanar estas deficiências.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Situação Atual na Empresa
Na observância do processo de fabricação atual dos para-choques
constataram-se algumas deficiências:
- Fabricação com medidas tomadas ao acaso (sem projeto padrão);
- Construção sem seguimento das normas do CONTRAN;
- Montagem dos componentes sem sequência adequada;
- Desperdício de material (uso de materiais desnecessários);
- Alto tempo de fabricação;
Nestas condições de fabricação, fica evidente que existe possibilidade de
melhoria a ser implantada.
Toma-se, por exemplo, o desperdício de material, pois não ter um projeto
padrão de construção acaba-se por utilizar mais material do que realmente
necessário. Fabricar uma peça com uma espessura de material superdimensionada
acarreta maior custo de fabricação sem que se consiga agregar maior valor no preço
final de venda ao consumidor.
Mais uma situação, é o alto tempo de fabricação do para-choque, muito em
função das necessárias correções do dimensional para a instalação no caminhão,
que varia de dimensão das longarinas para fixação conforme cada fabricante
oferece.
4.2 Situação Proposta
Após levantamento do processo de fabricação atual dos para-choques foi
realizado consulta com engenheiros e administradores com experiência no
segmento para encontrar sugestões de quais métodos seriam os mais indicados
para a melhoria do processo de fabricação.
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Nesta consulta, foi constatado que o primordial é ter um projeto específico
para o modelo de para-choque para caminhão e que o mesmo atenda à legislação
de trânsito vigente, podendo chegar a um custo de fabricação mínimo. Também é
aconselhável o acompanhamento da produção através de algum meio de
informação que, tanto a alta administração tivesse acesso como o nível operacional.
Assim foram apresentadas possíveis alternativas para a empresa adotar, as
quais consistem em elaboração dos projetos e manuais como ferramentas para
melhorar a eficiência do processo e a eficácia do produto.
4.2.1 Implantação da Área de Desenvolvimento de Produtos
Com esta área, será possível fazer um levantamento da capacidade
operacional da indústria, e quais as máquinas e equipamentos disponíveis para a
fabricação de peças. Estruturar e dimensionar o para-choque conforme as
exigências do CONTRAN e, em seguida, desenhado o produto virtualmente em
ambiente CAD, onde será visualizado em primeira instância o que será o produto
final da empresa.
Além disso, com este projeto, podem-se determinar todos os detalhes do
produto, desde o aproveitamento do material até o conjunto de montagem, além de
checagem das interferências que porventura venham a ocorrer, sendo possível
também ajustar o dimensional antes mesmo de ser fabricado.
4.2.2 Implantação da Área de Planejamento e Controle da Produção
Com o projeto do produto detalhado, será possível determinar quais as
operações necessárias para que as peças tomem forma final, e a área de
Planejamento e Controle da Produção tem a responsabilidade de assegurar que isto
seja possível.
Com o PCP implantado, poderá ser feito o levantamento prévio de custo do
produto final, pois, com o planejamento da produção, serão identificados quais os
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custos de cada etapa, do valor do material empregado para a fabricação, a
quantidade de horas tomadas para a execução de cada tarefa, quais as máquinas
necessárias, etc.
O PCP também tem a responsabilidade de programar as compras de
materiais, máquinas e equipamentos necessários para atender à produção, em vista
que terá a informação da quantidade de matéria-prima a ser usada em cada peça.
4.2.3 Elaboração de Manuais Operacionais
Outra sugestão proposta foi a adoção de manuais operacionais pela empresa
que tem o intuito de facilitar o entendimento da maneira correta de fabricação do
produto, tanto em cada etapa do processo, como em detalhamento de cada tarefa
orientada pelo processo.
Para chegar ao desenvolvimento dos manuais, foi observado o atual processo
de fabricação e suas deficiências, onde um dos principais pontos relacionados era a
falta de uniformidade de execução do produto, tanto em projeto como em
construção.
4.2.3.1 Desenvolvimento de Sistema de Codificação
É necessária definir uma codificação para os manuais como forma de
diferenciá-los de suas diversas aplicações, e mesmo a sua localização correta e
exata no momento em que for solicitado. Para esta aplicação é sugerido o
desenvolvimento de uma codificação baseada em grupos, subgrupos e classe.
4.2.3.2 Implantação de Roteiro de Produção
A aplicação de um roteiro de fabricação para as peças na indústria se
conseguirá acompanhar melhor a sua construção, bem como avaliar o tempo
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necessário para a sua fabricação e estabelecer uma previsão de entrega dos
pedidos dos clientes.
O roteiro de fabricação deve acompanhar o seu respectivo desenho de
produto, para que seja distinguível dos demais componentes que formam o produto
final. Sendo que, este é o mesmo desenho que vai para a indústria para ser
fabricado, e, em seu verso, também vai o processo de fabricação (roteiro), para ser
acompanhado em todas as áreas de produção, seguindo a ordem dos passos
conforme está descrita, assim, evitará ser entregue em local não condizente com a
sua montagem.
4.2.3.3 Implantação de Manual de Instrução de Trabalho
O modelo de Instrução de Trabalho proposto para a empresa se baseia na
complexidade de operações que são necessárias para as execuções da cada tarefa
do processo. Uma peça passa por várias etapas de transformação até adquirir sua
forma final, que será montada no conjunto do para-choque.
A Instrução de Trabalho está inserida no roteiro de processo. Esta instrução
pode servir a várias peças com fabricação semelhante ou a uma única peça, em
virtude de suas particularidades exclusivas, que não possuem outra característica de
construção em comum às demais.
4.2.3.4 Implantação de Manual de Procedimento Operacional
O manual de Procedimento Operacional aplica-se mais frequentemente a
máquinas e equipamentos da indústria. A empresa analisada, por possuir vasta
gama de máquinas operacionais, deve elaborar um manual operacional para cada
tipo de máquina.
Após levantamento de todas as máquinas operacionais disponíveis na
indústria estudada, e a localização de seus respectivos manuais de operação e
manutenção, foram destacados os principais pontos necessários ao funcionamento
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básico da cada máquina e, com estes pontos foi desenvolvido um manual mais
prático e compacto para uso no dia a dia da produção.
A intenção deste manual é justamente para ser de uso diário e de fácil
entendimento pelo operador, de maneira que siga o mesmo procedimento para
operar a máquina, ou equipamento.
A situação de aplicação do Manual de Procedimentos Operacionais é através
do seguimento do roteiro de processo, onde em determinado passo está definido
para executar uma operação que envolva uma máquina, então será indicado junto
ao roteiro qual máquina será usada e o seu correspondente manual de
procedimento.
4.2.3.5 Placa de Identificação
A placa de identificação do equipamento de segurança é de exigência do
CONTRAN. Esta plaqueta assegura que o produto foi aprovado nos testes de
segurança a que foi submetido, e fica fixada em cada para-choque daquele modelo
produzido. Nela fica caracterizado o nome da empresa que produziu o equipamento,
a descrição da norma a que está sendo seguida além da empresa responsável por
emitir o laudo de aprovação do equipamento.
Esta plaqueta indica somente que o produto está conforme, e não tem relação
direta com o processo de fabricação adotado pela empresa. Isto que dizer que é
possível ter um produto de boa qualidade fabricado sem observância de nenhum
método ou processo produtivo, ou mesmo ter os mais completos procedimentos
operacionais e o produto final apresentar irregularidades por causa de um projeto
mal elaborado.
No entanto, a união entre produto, métodos e processos resultará numa
natural busca pela perfeição, onde sempre será possível obter algum ganho de
produtividade em alguma parte envolvida.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No levantamento do processo produtivo da empresa, constatou-se que
simplesmente se fabrica o para-choque conforme dimensional tirado ao acaso no
instante de montá-lo, ou seja, a empresa possui um estoque de peças (vigas e
perfis) de medidas padrões e, no instante da montagem, estas peças são cortadas e
soldadas conforme a necessidade e possibilidade de instalação, o que gera formatos
de para-choques os mais variados possíveis.
Diante do exposto, foi possível chegar a algumas considerações sobre os
produtos e processos da empresa. No caso do para-choque traseiro, este se
mostrou como um produto que pode ser melhorado e dado a sua devida importância
como item de segurança, cuja funcionalidade é ajudar a preservar vidas.
Conjuntamente, o processo atual de fabricação mostra-se ineficiente gerando
desperdício de material e mão de obra, elevando o custo de fabricação.
Desta forma, foi sugerida a diretoria da empresa implantar integralmente as
propostas aqui apresentadas.
Com a Área de Desenvolvimento de Produto, poderá ser definido o projeto
construtivo padrão do para-choque. Este projeto será elaborado com o auxilio do
CAD.
Com a implantação completa do PCP e dos manuais operacionais será
possível mensurar detalhadamente cada etapa de produção, levantar custos de
materiais e de serviços executados, assim ter maior controle dos custos de
fabricação para poder determinar o preço final de venda.
Estas propostas não representam por si só a solução definitiva das
deficiências apontadas na empresa, mas faz parte de um conjunto de ações que
devem ser alavancadas pela diretoria.
Outras ações que deverão ser somadas as aqui apresentadas devem
contemplar contratação de profissionais qualificados e com experiência no ramo de
atividade da empresa ou mesmo promover treinamentos internos para familiarizar os
funcionários com os novos procedimentos.
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REFERÊNCIAS
AKTOUF, Omar. A administração entre a tradição e a renovação. Organização, adaptação e revisão da edição brasileira de: Roberto C. Fachin e Tânia Fischer. São Paulo: Atlas, 1996.
ARAÚJO, Luiz César Gonçalves de. Organização e métodos: integrando
comportamento, estrutura, tecnologia e estratégia. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1994.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia.
Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Rio de Janeiro: Bloch, 1994.
CORRÊA, Henrique L; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP: conceitos, uso e implantação.
3. Ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de Materiais e recursos patrimoniais.
São Paulo: Saraiva, 2003.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização e métodos: uma
abordagem gerencial. 15. Ed. São Paulo: Atlas, 2005.
ROCHA, Luís Osvaldo Leal Da. Organização e métodos: uma abordagem prática.
3. Ed. São Paulo: Atlas, 1987.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert; Administração da produção. 2. Ed. Tradução de: Maria Teresa Corrêa de Oliveira e Fábio Alher. São Paulo: Atlas, 2002.