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ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE O DESEMPENHO EM DIFERENTES TAREFAS DE FUNÇÕES EXECUTIVAS PÓS-AVC Caroline de Oliveira Cardoso **, Charles Cotrena**, Laura Branco* & Rochele Paz Fonseca Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Palavras-chave: funções executivas; tomada de decisão; acidente vascular cerebral Resumo A neuropsicologia tem avançado, nas últimas décadas, em termos de teorias, modelos e métodos que possibilitam a obtenção de novas evidências, em busca de um maior entendimento dos diversos processos cognitivos e de sua base biológica. As funções executivas tem sido alvo de muitas pesquisas por corresponderem a um dos maiores desafios teóricos e metodológicos atuais. Englobam diversas habilidades neurocognitivas essenciais para controlar o processamento da informação e coordenar o comportamento orientado ao objetivo. Dependendo da participação no processamento emocional, os componentes executivos podem ser “frios” ou “quentes”, cuja inter- relação ainda não foi suficientemente compreendida. Este estudo visou a investigar a relação entre tomada de decisão (componente “quente”), avaliado pelo Iowa Gambling Task (IGT), com outros componentes executivos “frios” (flexibilidade cognitiva, memória de trabalho e controle inibitório), em uma amostra de adultos após acidente vascular cerebral. Como hipótese, supõe-se que haveria uma dissociação entre os escores do instrumento que avalia componentes “quentes” das funções executivas e aqueles que avaliam as habilidades “frias”. Participaram adultos pós-acidente vascular cerebral isquêmico. Os escores de desempenho foram correlacionados pelo coeficiente de correlação de Pearson. Conforme hipótese inicial, de modo geral, não se observaram correlações significativas entre as principais variáveis do IGT e dos outros instrumentos de funções executivas - Teste Wisconsin de Classificação de Cartas Modificado (MWCST), Trail Making Test, Teste Hayling e do Span auditivo de palavras em sentenças do NEUPSILIN. No entanto, evidenciou-se uma associação entre o primeiro bloco do IGT e algumas variáveis do MWCST, do Teste Hayling e do Span auditivo de palavras em sentenças do NEUPSILIN. Os achados vão ao encontro da maioria dos estudos que buscaram correlacionar diferentes escores de instrumentos que mensuram desempenho em tarefas de funções executivas e no IGT. Sugere-se que esta dissociação vai ao encontro tanto da discussão sobre a multidimensionalidade do construto, como também da proposta de categorizar os componentes em “quentes” e “frios”. Outra hipótese explicativa geral para a ausência de correlações é que o IGT é considerado um paradigma mais ecológico do que os demais instrumentos. Sugere-se para os próximos estudos a utilização de outro paradigma que também avalie um componente executivo “quente”, na tentativa de melhor compreender as associações e dissociações entre as próprias funções executivas quentes e destas com as frias. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, Fapergs

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ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE O DESEMPENHO

EM DIFERENTES TAREFAS DE FUNÇÕES EXECUTIVAS PÓS-AVC

Caroline de Oliveira Cardoso**, Charles Cotrena**, Laura Branco* &

Rochele Paz Fonseca

Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Palavras-chave: funções executivas; tomada de decisão; acidente vascular cerebral

Resumo

A neuropsicologia tem avançado, nas últimas décadas, em termos de teorias, modelos e métodos

que possibilitam a obtenção de novas evidências, em busca de um maior entendimento dos diversos

processos cognitivos e de sua base biológica. As funções executivas tem sido alvo de muitas

pesquisas por corresponderem a um dos maiores desafios teóricos e metodológicos atuais.

Englobam diversas habilidades neurocognitivas essenciais para controlar o processamento da

informação e coordenar o comportamento orientado ao objetivo. Dependendo da participação no

processamento emocional, os componentes executivos podem ser “frios” ou “quentes”, cuja inter-

relação ainda não foi suficientemente compreendida. Este estudo visou a investigar a relação entre

tomada de decisão (componente “quente”), avaliado pelo Iowa Gambling Task (IGT), com outros

componentes executivos “frios” (flexibilidade cognitiva, memória de trabalho e controle inibitório),

em uma amostra de adultos após acidente vascular cerebral. Como hipótese, supõe-se que haveria

uma dissociação entre os escores do instrumento que avalia componentes “quentes” das funções

executivas e aqueles que avaliam as habilidades “frias”. Participaram adultos pós-acidente vascular

cerebral isquêmico. Os escores de desempenho foram correlacionados pelo coeficiente de

correlação de Pearson. Conforme hipótese inicial, de modo geral, não se observaram correlações

significativas entre as principais variáveis do IGT e dos outros instrumentos de funções executivas -

Teste Wisconsin de Classificação de Cartas Modificado (MWCST), Trail Making Test, Teste

Hayling e do Span auditivo de palavras em sentenças do NEUPSILIN. No entanto, evidenciou-se

uma associação entre o primeiro bloco do IGT e algumas variáveis do MWCST, do Teste Hayling e

do Span auditivo de palavras em sentenças do NEUPSILIN. Os achados vão ao encontro da maioria

dos estudos que buscaram correlacionar diferentes escores de instrumentos que mensuram

desempenho em tarefas de funções executivas e no IGT. Sugere-se que esta dissociação vai ao

encontro tanto da discussão sobre a multidimensionalidade do construto, como também da proposta

de categorizar os componentes em “quentes” e “frios”. Outra hipótese explicativa geral para a

ausência de correlações é que o IGT é considerado um paradigma mais ecológico do que os demais

instrumentos. Sugere-se para os próximos estudos a utilização de outro paradigma que também

avalie um componente executivo “quente”, na tentativa de melhor compreender as associações e

dissociações entre as próprias funções executivas quentes e destas com as frias.

Apoio financeiro: CAPES, CNPq, Fapergs

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ESTUDO DE CASO: A IMPORTÂNCIA DO SEGUIMENTO APÓS A AVALIAÇÃO

NEUROPSICOLÓGICA

Fabiana Silva Ribeiro ** (Laboratório de Neuropsicologia, Unesp, câmpus Assis-SP)

Drª Flávia Heloísa dos Santos (Laboratório de Neuropsicologia, Unesp, câmpus Assis-SP)

A avaliação neuropsicológica é fundamental no diagnóstico diferencial de transtornos

específicos, sobretudo no contexto escolar. Dentre os Transtornos de Aprendizagem, o Transtorno

de Matemática é caracterizado por prejuízos acentuados em habilidades aritméticas em crianças

com inteligência normal, sob adequadas oportunidades de escolarização (DSM-IV, APA, 2002).

Segundo Gross-Tsur et al. (1996) está presente em cerca de 3 a 6% da

população e pode apresentar comorbidade com Transtornos Hipercinéticos pelo CID-10

(OMS,1993). O diagnóstico preciso é de extrema importância para a adequada reabilitação. O

presente trabalho apresenta um estudo de caso de um menino de 8 anos de

idade, com queixas de dificuldade de concentração nas atividades escolares e lentidão para a

aprendizagem escolar, avaliado antes e depois da intervenção, nos seguintes domínios cognitivos:

Inteligência, Capacidade Atencional, Memória Operacional, Memória de longo prazo, Linguagem,

Cognição Numérica, Praxias, Gnosias, Funções Executivas e Desempenho Escolar, além de escalas

de comportamento. Na Anamnese, conforme relato materno, a criança não apresentou

anormalidades no desenvolvimento neuropsicomotor; aos 7 anos, a criança obteve diagnóstico de

TDAH em consulta neurológica, sendo prescrito o tratamento com a medicação Amytril®

(Amitriplina: 25 mg) que foi após 30 dias substituída por Ritalina® (Metilfenidato: 2,5 mg); família

de nível econômico alto (ABEP, 2008). O tratamento medicamentoso foi iniciado após a avaliação

neuropsicológica, portanto os resultados condizem com as reais habilidades e capacidades da

criança. Na primeira avaliação o paciente preencheu os critérios para diagnóstico de Transtorno da

Matemática, pois seu desempenho para Cognição Numérica foi muito abaixo do esperado para a

idade em testes padronizados e especializados para a matemática. Por outro lado, em medidas

de Funções Executivas, atenção e memória operacional foi observada capacidade adequada à idade,

além disso, a criança não possuía comportamentos compatíveis com o TDAH, conforme as escalas

de rastreio. As demais funções cognitivas estavam dentro do esperado para a idade. Foi indicado o

acompanhamento psicopedagógico com estratégias de ensino e aprendizagem para desenvolver as

habilidades matemáticas de forma lúdica; as sessões de psicopedagogia foram realizadas durante 7

meses, em seguida 3 meses de reforço escolar particular. Após 16 meses, na segunda

avaliação neuropsicológica evidenciou-se uma mudança no desempenho das habilidades para a

Cognição Numérica; seus resultados nos testes foram acima do esperado para a idade,

diferentemente da primeira avaliação. Como conclusão, a criança demonstrou uma

evolução favorável, mediante a psicopedagogia e o reforço escolar. Este estudo revela a importância

do seguimento após o diagnóstico, posto que as queixas atencionais não se confirmaram por

parâmetros objetivos e as dificuldades matemáticas foram transitórias em vez de persistentes.

FAPESP: 2011/01907-4

Palavras-chaves: Avaliação Neuropsicológica; Diagnóstico; Transtorno da matemática;

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AVALIAÇÃO DE MODELO DE FRACIONAMENTO INIBITÓRIO EM POPULAÇÃO

ADULTA

Sabrina de Sousa Magalhães**, Amer Cavalheiro Hamdan

(LABNEURO, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)

Inibição pode ser definida como o ato cognitivo de impedir a ocorrência, em todo ou em parte, de

respostas dominantes, automáticas ou prepotentes. Pesquisas recentes indicam que o domínio

executivo da inibição pode ser fracionado em processos distintos e interdependentes. O objetivo

principal deste estudo é avaliar o modelo de fracionamento dos processos de inibição em população

de adultos a partir da proposta de fracionamento executivo e inibitório proposto por Fournier-

Vicente et al. (2008). Este modelo considera três fatores como representativos do controle

inibitório: Acesso à Memória de Longo Prazo e Inibição de Respostas Prepotentes (Fator 1),

Atenção Seletiva e Controle Inibitório de Estímulos Distratores (Fator 2) e Flexibilidade Cognitiva

e Alternância entre Sets Mentais (Fator 3). Para o Fator 1, foram utilizados os instrumentos:

Geração Aleatória de Números (RNG), Fluência Verbal Semântica (animais e frutas) e Teste

Hayling (TH); para o Fator 2: Teste de Stroop, Teste dos 5 Dígitos (5D) e Teste d2; e, para o Fator

3: Tarefa de Mais ou Menos (TMM), Teste das Trilhas (TMT) e índice de alternância do 5D.

Também foram utilizadas uma entrevista de dados demográficos e de condições de saúde, a escala

de traço de ansiedade IDATE-T e o Termo de Consentimento Livre e esclarecido. Os critérios de

exclusão para participação foram histórico neurológico, uso atual de medicação psicoativa, diabetes

e acometimento cardíaco grave. Este estudo piloto foi desenvolvido com 38 voluntários saudáveis,

de ambos os sexos, com média etária de 33,32 anos (± 15,95) e escolaridade média de 13 anos

(±2,63). Os resultados iniciais indicaram ausência de correlação entre os índices do Fator 1,

correlações significativas para as medidas do Fator 2 (Stroop e 5D r=0,73, p<0,01; Stroop e d2 r=-

0,51, p<0,01, 5D e d2 r=-0,56, p<0,01) e para duas medidas do Fator 3 (TMT e 5D r=0,72, p<0,01),

com exceção do índice do TMM. Alguns índices associaram-se significativamente com variáveis de

outros fatores. O Fator 2 foi o único a apresentar uma associação indicativa de sua estrutura. Os

dados preliminares indicaram uma reorganização diferente do controle inibitório do que o

estabelecido como hipótese e, portanto, não puderam corroborar o modelo estudado. No entanto,

investigações mais aprofundadas, com amostras maiores e mais representativas, precisam ser

conduzidas para verificar a consistência desse padrão, aumentar o poder de previsão e generalização

dos dados e possibilitar a análise da estrutura fatorial da inibição.

Fomento: CAPES

Palavras chaves: controle inibitório, fracionamento, inibição.

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NEUROPSICOLOGIA E ALCOOLISMO: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Gisele Roessler*(UNICENTRO-Irati-Pr)

Plínio Marco de Toni (DEPSI-UNICENTRO-Irati-Pr)

Atualmente, o álcool etílico é considerado a substância psicoativa de uso mais disseminado

em todos os países. Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem há mais de 8 000 anos. a partir

da Revolução Industrial iniciou-se sua produção em série, tendo como consequência o aumento

significativo do número de consumidores, bem como, o aumento dos problemas resultantes do

abuso no consumo do álcool. Estima-se que 90% da população adulta do mundo ocidental consuma

algum tipo de bebida alcoólica e que, entre os bebedores, 10% irá apresentar uso nocivo de álcool e

outros 10% se tornará dependente Em curto prazo, o álcool ocasiona um estado de confusão mental,

diminuição do nível de atenção, dificuldades motoras, tempo maior de reação aos estímulos e

decréscimos na memória, prejuízos que são reversíveis quando em sobriedade. O objetivo deste

trabalho é realizar uma sistematização da produção acadêmica brasileira sobre a temática do

alcoolismo sobre a perspectiva da neuropsicologia. Foi realizado levantamento nas bases de dados

dos sites Scielo e Pepsic, nas línguas portuguesa e inglesa, utilizando-se dos descritores álcool

(alcohol), alcoolista (alcoholic) e alcoolismo (alcoholism) em combinação com neuropsicologia

(neuropsycology), avaliação neuropsicológica (neuropsycological assessment) e reabilitação

neuropsicológica (neuropsycological rehabilitation). Esses artigos foram avaliados quanto às

categorias: ano, objetivos, participantes, tipo de metodologia empregada (qualitativa, quantitativa

ou revisão teórica) e resultados. Foram encontrados 5631 artigos sobre a temática geral do

alcoolismo, em língua inglesa, sob diferentes perspectivas teóricas e 2492 artigos em língua

portuguesa. No que diz respeito à temática especifica do álcool sob a perspectiva da

neuropsicologia, foram encontrados 8 artigos na língua inglesa e 7 na língua portuguesa. Quanto à

categorização por objetivos das pesquisas, foram encontrados artigos que comparavam o efeito

agudo e crônico do etanol sobre o desenvolvimento do sistema nervoso, avaliavam a impulsividade

em dependentes de álcool, faziam associação entre fobia social e alcoolismo, correlação entre

expectativas positivas sobre os efeitos do álcool e o padrão de consumo entre adolescentes e relação

entre danos cerebrais e seus efeitos na cognição e no comportamento do indivíduo. No que diz

respeito à metodologia foram encontrados 3 artigo de revisão de literatura e 3 artigos quantitativos.

A produção científica a cerca do tema alcoolismo, de modo geral, é grande, tanto em língua

portuguesa quanto inglesa. Já a produção na área da neuropsicologia não é tão significativa, e tatá,

em sua maior quantidade para estudos de revisão e avaliações dos comprometimentos cognitivos

associados ao uso da substância, demonstrando-se frágil no que diz respeito à reabilitação desses

danos. A partir de tais considerações indica-se a necessidade da ampliação dos estudos nessas

temáticas, bem como a efetivação de estudos na área de reabilitação neuropsicológica.

Palavras chave: neuropsicologia; alcoolismo; revisão de literatura.

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UMA PROPOSTA DE (RE)HABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE CRIANÇA

INFECTADA PELO VÍRUS HIV

Ana Paula Cunha**, Camila Quintana Ribas*, Juliane Kristine Lima*, Angélica Molossi*, Ana

Paula Almeida de Pereira, Tony Tonous Tahan, Cristina Rodrigues da Cruz, Isac Bruck.

(Departamento de Psicologia, Laboratório de Neuropsicologia, Universidade Federal do Paraná,

Curitiba, PR)

Apenas no ano de 2011, foram diagnosticados no Brasil 493 novos casos da infecção do vírus HIV

(Vírus da Imunodeficiência Humana) entre crianças e adolescentes. Crianças infectadas podem

apresentar prejuízos cognitivos mais significativos que adultos, devido ao vírus acometer o sistema

nervoso central ainda em formação. A neuropsicologia pode contribuir para o enfrentamento desta

problemática, uma vez que identifica os potenciais e déficits cognitivos do paciente por meio das

informações coletadas pela avaliação neuropsicológica (AN), as quais têm grande relevância para o

planejamento do programa de reabilitação. A reabilitação neuropsicológica (RN) se caracteriza por

inserir estratégias que visem superar as dificuldades do próprio ambiente ou que estejam

relacionadas a limitações funcionais ocasionadas por lesões cerebrais. A RN busca promover ao

indivíduo maior autonomia e independência para que se integre ao seu cotidiano. Tendo isto em

vista, este trabalho buscou avaliar um programa de reabilitação neuropsicológica desenvolvido

junto a um paciente infectado pelo HIV, por transmissão vertical, através do método do estudo de

caso. O participante foi do sexo masculino, com idade de 9 anos e 9 meses, escolaridade de 4ª série,

e não necessitou do tratamento com medicamentos antirretrovirais. O plano de RN foi elaborado

com base na anamnese semi-estruturada, realizada com a responsável, e a partir dos resultados da

AN, realizada com a criança. A AN foi composta por instrumentos que possibilitaram analisar

aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais da criança. A RN também foi delineada a partir

das potencialidades observadas no indivíduo e objetivou fomentar as funções executivas e o

desenvolvimento de habilidades verbais, através do treino cognitivo em diferentes atividades que

incluíssem tanto as áreas de interesse como as necessidades da criança. O programa foi

desenvolvido em 32 sessões que ocorreram semanalmente, com duração de uma hora e aconteceram

na Clínica de Psicologia da UFPR. O plano de RN teve inicialmente como metas estimular a

atenção e o planejamento da ação. Posteriormente, buscou-se estimular a comunicação e a escrita, a

fazer síntese sobre o assunto, refletir sobre sua história, sua família, suas preferências e o desejo de

mudanças. E, por último visou desenvolver sua percepção sobre seu desempenho, houve a

devolutiva para os pais e fechamento das atividades. A estimulação cognitiva se deu principalmente

pela repetição das instruções no início das diferentes atividades e pelo uso de dicas verbais que

favorecessem a escolha correta no planejamento da ação e no processo de tomada de decisão. Após

a última sessão foi realizado novamente AN a fim de avaliar o desempenho da criança e analisar se

esta se beneficiou com o programa de RN. Seus resultados nesta AN mostraram-se estáveis em

tarefas executivas e apresentaram-se melhores naquelas que envolveram compreensão verbal e

atenção concentrada. Diante deste desempenho, pode-se sugerir que o programa de RN contribuiu

para minimizar as principais dificuldades cognitivas vivenciadas pelo paciente. No decorrer dos

atendimentos a criança começou espontaneamente a reproduzir dentro do espaço clínico mais

estratégias para atingir o objetivo em diferentes tarefas e relatou melhora na escola e mais facilidade

em escrever e compreender textos.

Palavras-chave: HIV, crianças, reabilitação neuropsicológica.

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DESEMPENHO DE CRIANÇAS COM SINTOMAS DE DESATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE NO TESTE DE FIGURA COMPLEXA DE REY

Marcos Vinícius Alexandrino Bovo de Loiola**, Mariana Richartz, Ana Paula Almeida de Pereira,

Sergio Antoniuk, Daniele Fajardo Nascimento

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Introdução: O teste Figura de Rey (FR) avalia essencialmente as funções de habilidade

visomotora, planejamento e memória visual. Pode ser um instrumento útil na avaliação de crianças

com sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) para complementar a

investigação de funções executivas e para verificar possíveis déficits nas habilidades

visoconstrutivas e de memória visual. Há, contudo, uma escassez de estudos brasileiros sobre a

avaliação do TDAH utilizando-se a FR. Objetivos: Analisar o desempenho de crianças com

sintomas de desatenção e hiperatividade na FR; verificar correlação entre intensidade dos sintomas

e o desempenho no teste; avaliar correlação entre a FR e outros testes neuropsicológicos nessa

população específica. Método: Participaram 14 crianças de primeira a quarta série de uma escola

pública de Curitiba com critérios para TDAH a partir da escala SNAP-IV. A idade média foi de

8,93 anos (DP 1,27), sendo 8 meninos (57,1%). Foram utilizados FR e WISC-III. Para as

correlações foi utilizado o teste de Pearson, considerando a normalidade da amostra. Resultados:

Todos os participantes apresentaram nível intelectual dentro do esperado para idade de acordo com

o WISC-III, sendo que todos os subtestes tiveram médias dos pontos ponderados acima de 8,5. No

escore de cópia da FR, 42,9% da amostra obteve percentil abaixo de 20 e, para o escore de memória

aos 3 minutos, esse resultado foi de 71,4%. Não houve correlação significativa entre escore de cópia

e memória aos 3 minutos. Em contrapartida, foi encontrada correlação positiva entre escore de

memória aos 3 e aos 25 minutos (r= 0,978, p=0,000) e também entre o escore de cópia na FR e os

escores brutos dos subtestes Códigos (r= 0,978, p=0,000), Cubos (r=0,805 p=0,001) e Labirinto

(r=0,728, p=0,03). Em relação ao tempo nas tarefas, 21,3% e 50% da amostra obtiveram percentil

menor que 20 na cópia e na memória aos 3 minutos, respectivamente. Houve correlação positiva

entre tempo na cópia e: idade (r = 0,688, p=0,009), escore da cópia da FR (r= 0,601, p=0,023),

Aritmética (r=0,607, p =0,021), Completar Figuras (r=0,654, p=0,011), Cubos (r=0,593, p=0,026) e

Labirinto (r=0,599, p=0,023). O tempo aos 3 minutos se correlacionou com os escores de Cubos

(r=0,664, p=0,010) e Labirinto (r=0,545, p=0,044). Não houve correlação entre escores do SNAP-

IV e medidas da FR Conclusões: Considerando-se os percentis, grande parte de grupo de crianças

com sintomas de TDAH apresentou desempenho abaixo do esperado na FR na cópia e

especialmente na memória aos 3 minutos. Isso pode ser devido à impulsividade e/ou desatenção o

que implicaria em déficit na organização perceptual e planejamento, com interferência importante

na tarefa de memória visual. A tarefa de cópia da FR mostrou correlação com outras atividades que

envolvem planejamento e atenção em modalidade visoconstrutiva, mas não em modalidade verbal.

O maior tempo despendido na FR mostrou estar relacionado à idade e ser fator positivo para o

desempenho na própria tarefa e também em outros testes. Isso apresenta implicações para

estratégias de reabilitação e treino cognitivo, de forma a trabalhar a organização do tempo.

Palavras-chave: TDAH; Figura de Rey; Planejamento

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UM ESTUDO PRELIMINAR SOBRE FLUÊNCIA VERBAL SEMÂNTICA E FLUÊNCIA

VERBAL FONÉTICA

KASPCHAK-ARENT, Mariana. RUBERT, Mauren Carneiro da Silva; OTTAVIANO,, Schennia;

KURBAM, Layla; FREITAS P. Samarah. MÄDER-JOAQUIM, Maria Joana

Programa de Atendimento Integral as Epilepsias do Hospital de Clínicas UFPR

Os exercícios neuropsicológicos de Fluência Verbal (FV), ou Produção Controlada de palavras, são

mundialmente conhecidos e utilizados em protocolos clínicos e de pesquisa. Estas tarefas, simples,

mas de bastante utilidade clínica em neuropsicologia, foram inicialmente desenvolvidas por

Thurstone, em 1938 como parte do "Primary Mental Abilities (PMA) Test” posteriormente

reelaboradas pelo neuropsicólogo americano A. Benton e atualmente são amplamente divulgadas

em trabalhos científicos. Os exercícios neuropsicológicos de Fluência Verbal são utilizados em

pesquisa e em vários contextos clínicos inclusive nas avaliações pré-operatórias para cirurgia de

epilepsia conforme preconizam os protocolos. Contam com um grande número de referências

nacionais e internacionais, no Brasil os estudos sobre o método incluem tanto grandes amostras

como estudos clínicos.O teste é formado por tarefas breves, de fácil aplicação e que possibilitam

múltiplas respostas. O exercício consiste em solicitar ao examinando que fale o máximo possível de

palavras iniciando com uma determinada letra, ou dentro de uma categoria. O objetivo da pesquisa

foi verificar o desempenho de pessoas sem queixas neurológicas e sem uso de medicações, no

exercício de Fluência Verbal Fonético (FVFon) e Semântico (FVSem) Os testes de Fluência Verbal

são importantes métodos de avaliação neuropsicológica e diversos estudos comprovam sua eficácia

para indicar alterações relacionadas às funções de linguagem e produção controlada de palavras. A

análise mostrou uma porcentagem maior de palavras citadas no exercício de FVSem comparado

com o de FVFon. Observou-se uma correlação positiva moderada e estatisticamente significativa

entre o número de palavras fonéticas com o número de palavras semânticas nas avaliações.Para

investigar o efeito da aprendizagem na repetição do teste, este este estudo investigou o desempenho

de pessoas sem queixas neurológicas em duas ocasiões diferentes para verificar a influência da

repetição do teste dentro de 7 a 15 dias. Verificou uma tendência para melhores resultados ao

repetir o teste de FVFon, e não apareceu diferença significativa na repetição do teste de FVSem.

Estudos mais aprofundados a partir destes dados são necessários para avançar na compreensão dos

fatores que interferem e influenciam nos exercícios de fluência verbal.

Palavras-chaves: Fluência Verbal, Fluência Semântica e Neuropsicologia.

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RELAÇÕES DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS E DA MEMÓRIA EPISÓDICA COM A

EVOCAÇÃO DO DISCURSO NARRATIVO NO TCE LEVE AGUDO

Natalie Pereira**¹, Maila Holz*², Fabiola S. Casarin **3, Andressa Hermes Pereira*

4, Renata

Pereira*5, Nicolle Zimmermann

6 & Rochele Paz Fonseca7.

*Alunos de graduação, **Alunos de pós-graduação.

¹Mestranda bolsa CAPES/PROSUP do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição

Humana) da PUCRS, ² Bolsista de iniciação científica CNPq/PIBIC de Psicologia Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ³ Doutoranda bolsa CAPES do Programa de

Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da PUCRS, 4 Bolsista de iniciação científica

FAPERGS do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da PUCRS, 5

Psicóloga, mestre, colaboradora e subcoordenadora da subequipe neuropsicologia do projeto de

traumatismo cranioencefálico no Grupo de Neuropsicologia Clínica e Experimental (GNCE), 6 Prof.

Adjunta da Faculdade de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Cognição

Humana), PUCRS, Coordenadora do GNCE, bolsista produtividade CNPq.

O traumatismo cranioencefálico (TCE) pode causar déficits comunicativos diferentes daqueles

observados nos quadros de afasia. Devido às características clínicas do TCE, na grande maioria dos

casos são observados múltiplos focos de lesão cerebral que podem causar prejuízos cognitivos-

comunicativos em um amplo espectro. As tarefas de discurso narrativo são ferramentas de avaliação

que demandam uma interação complexa e ainda pouco compreendida entre habilidades linguísticas,

funções mnemônicas e executivas. O objetivo desse estudo foi investigar se há relação do

desempenho em tarefas de memória episódica e de funções executivas com o desempenho do

discurso narrativo em uma amostra de pacientes com TCE. Participaram 23 adultos com TCE agudo

leve, com idade entre 18 e 58 anos e entre 5 e 15 anos de estudo de ensino formal. A avaliação foi

realizada durante a internação hospitalar, ainda no quadro agudo, entre 0 a 15 dias pós-TCE. A

bateria neuropsicológica flexível foi composta por subtestes de Fluência Verbal Livre (FVL) e

Discurso Narrativo (DN) da Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação Breve – versão

abreviada – MAC Breve (MAC-B) e pelo subteste de evocação tardia do Mini Exame do Estado

Mental (MEEM). A análise dos dados foi realizada através da correlação de Spearman (p≤0,05). Os

resultados indicaram correlações moderadas entre o escore do subteste de evocação do MEEM e os

escores de 4 de 16 medidas de avaliação do discurso narrativo, referentes às pontuações dos 3

parágrafos e das perguntas sobre a tarefa. Por outro lado, encontraram-se 11 correlações de fracas a

moderadas referentes ao escore total de palavras da FVL com os mesmos escores do DN. Nessa

amostra, as habilidades executivas de organização, controle e planejamento do pensamento parecem

estar mais relacionadas com o desempenho no discurso narrativo do que a memória episódica,

ressaltando-se a limitação de variabilidade da tarefa breve de evocação utilizada neste estudo. Esse

resultado também pode ser explicado pelas características de gravidade, nesse caso TCEs leves, em

que existe uma menor prevalência de quadros amnésicos. Por último, enfatiza-se a necessidade de

uma pontuação padronizada e mais detalhada, que considere análise das estruturas micro e

macrolinguísticas possibilitando a verificação das relações existentes com outras habilidades

envolvidas. A primeira refere-se à forma da mensagem transmitida, propondo uma análise lexical e

morfo-sintática dos aspectos da linguagem (erros fonológicos, parafasias semânticas e verbais, etc),

a segunda, relacionada ao conteúdo, avalia as habilidades pragmáticas e os aspectos no nível do

discurso (coesão e coerência global e entre os parágrafos, formulação mental de uma história ou

procedimento). Por último, enfatiza-se a necessidade do entendimento das relações existentes entre

as habilidades aqui citadas, a fim de estruturar programas de reabilitação frente aos déficits

comunicativos e cognitivos.

Palavras-chaves: traumatismo cranioencefálico (TCE), discurso narrativo, funções executivas.

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ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DA PATIENT COMPETENCY RATING SCALE PARA O

PORTUGUÊS BRASILEIRO

Nicolle Zimmermann¹, Ana Paula Almeida de Pereira², Rochele Paz Fonseca³

¹Psicóloga, mestre, colaboradora e subcoordenadora da subequipe neuropsicologia do traumatismo

cranioencefálico no Grupo de Neuropsicologia Clínica e Experimental (GNCE).² Prof. Adjunta do

Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Paraná.³Prof. Adjunta da Faculdade de

Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Cognição Humana), PUCRS,

Coordenadora do GNCE, bolsista produtividade CNPq.

O processo de avaliação neuropsicológica inclui o uso de diferentes ferramentas e investigação de

dados, a fim de compreender o perfil cognitivo dos pacientes e suas implicações na vida diária. O

uso de escalas para avaliar aspectos funcionais da cognição se torna relevante na medida em que

permite a definição dos prejuízos funcionais associados ao desempenho; ou, em alguns casos, a

identificar dificuldades que os instrumentos de desempenho não alcançam. Além disso, pela

possibilidade de familiares ou cuidadores responderem essas ferramentas, o uso delas permite a

investigação de anosognosia ou autoconsciência de dificuldades cognitivas/funcionais. Apesar da

riqueza da utilização dessas ferramentas, no Brasil há uma falta de instrumentos devidamente

adaptados de avaliação funcional da cognição. Por esta razão, este artigo teve como objetivo

apresentar a adaptação e validação de conteúdo da versão brasileira revisada da Escala de

Competências do Paciente (Patient Competency Rating Scale). Em função dos pacientes-alvo do

desenvolvimento e presente adaptação da escala apresentarem déficits executivos, mnemônicos e de

atenção, a presente adaptação teve foco na avaliação desses componentes. O processo incluiu cinco

fases: (1) traduções e retraduções; (2) análise de itens pelos autores; (3) análise de especialistas; (4)

revisões dos autores e reformulações; (5) estudo piloto com uma amostra TCE. Os pacientes com

TCE leve e moderado/grave foram comparados com o teste Mann-Whitney no escore total da

escala, bem como as respostas de seus familiares (p≤0,05). A versão final da escala contou com 17

itens. A análise de concordância de construtos pelos especialistas foi em geral alta, exceto pelos

itens que avaliavam diferentes funções executivas em contextos que demandavam funções como

comunicação e linguagem. Esse achado pode ser justificado pela falta de consenso frente ao

construto das funções executivas. As perguntas foram adaptadas da primeira para a terceira pessoa,

tendo em vista as dificuldades de compreensão e atenção, além dos diferentes níveis de

escolarização. Um item de alternativa de resposta foi incluído, que diz respeito a tarefas ou funções

que o paciente não tem. Os grupos de TCE leve e moderado/grave não se diferenciaram no escore

total da escala. No entanto, o relato dos familiares foi significativamente diferente entre os grupos,

sendo que os familiares de pacientes com TCE moderado/grave tiveram uma percepção mais

negativa. O processo de adaptação foi considerado bem-sucedido pelos seus índices de validade e

discriminabilidade entre familiares de pacientes com TCE de diferentes níveis de gravidade.

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RELAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO EXECUTIVO DE PACIENTES COM TRAUMATISMO

CRANIOENCEFÁLICO E A AUTOCONSCIÊNCIA EXAMINADA

PELA ESCALA PCRS-R-BR.

Maila Holz*¹, Natalie Pereira**², Andressa Hermes Pereira*³, Renata Pereira*, Nicolle

Zimmermann & Rochele Paz Fonseca⁴. *Alunos de graduação, **Alunos de pós-graduação.

¹ Bolsista de iniciação científica CNPq/PIBIC do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da PUCRS), ²

Mestranda bolsa CAPES/PROSUP do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da PUCRS, ³ Bolsista de

iniciação científica FAPERGS do Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da PUCRS, 4 Psicóloga, mestre,

colaboradora e subcoordenadora da subequipe neuropsicologia do traumatismo cranioencefálico no Grupo de Neuropsicologia

Clínica e Experimental (GNCE) 5 Prof. Adjunta da Faculdade de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia

(Cognição Humana), PUCRS, Coordenadora do GNCE, bolsista produtividade CNPq.

A autoconsciência de déficits é a capacidade de reconhecer as próprias dificuldades. Com isso, uma

das formas de avaliação desse parâmetro é analisar o desempenho dos pacientes em testes formais e

verificar a relação com o seu autorelato e o relato de seus familiares. Desta forma, a Patient

Competency Rating Scale (PCRS-R-BR) é um instrumento recentemente adaptado para a realidade

brasileira que permite a avaliação dessas habilidades e a comparação das respostas entre os

informantes e pacientes. A aplicabilidade desta escala é indubitável na neuropsicologia do

traumatismo cranioencefálico (TCE), uma vez que neste quadro comumente percebe-se prejuízos de

autoconsciência, e esses prejuízos podem causar baixa motivação para reabilitação e interferir no

funcionamento cognitivo e social do indivíduo no seu cotidiano. A partir disso, o objetivo deste

estudo foi verificar se há relação entre o desempenho executivo de pacientes com TCE e a

autoconsciência deles próprios e também da percepção de seus familiares em relação ao

funcionamento cognitivo dos pacientes. Participaram deste estudo 89 adultos entre 18-72 anos de

uma amostra heterogênea de pacientes com TCE não-penetrante (38 leve; 51 moderado/grave),

representativa da rotina hospitalar e ambulatorial de hospitais-referência de Porto Alegre e região

metropolitana. A gravidade da lesão foi classificada conforme informações disponíveis nos

prontuários médicos, em ordem de prioridade por: Glasgow Coma Scale, perda de consciência ou

tempo de amnésia pós-traumática. Foram excluídos desta amostra os participantes que tinham

abaixo de 2 anos de escolaridade, afasias moderadas a graves ou pela incapacidade cognitiva de ser

avaliado por instrumentos formais (sonolência, dores agudas, pacientes acamados). Foram incluídos

na amostra pacientes com transtornos psiquiátricos pré e pós-TCE devido à grande prevalência de

comorbidades nesta população. Para a avaliação dos participantes utilizaram-se PCRS-R-BR, Teste

Hayling, Wisconsin Card Sorting Test – versão modificada de 48 cartões (WSCT-M), Trail Making

Test (TMT), fluência verbal fonêmica (FVO) e semântica (FVS) da Bateria Montreal de Avaliação

da Comunicação (MAC) e Span Auditivo de Palavras em Sentenças do NEUPSILIN.

Correlacionaram-se os escores Z dos testes e o escore bruto de pontuação da PCRS-R-BR total e

por item pelo coeficiente de correlação de Spearman. Os resultados apontaram poucas correlações

fracas entre o desempenho nos testes e a autoconsciência avaliada pela PCRS-R-BR por parte dos

pacientes. Já o relato dos familiares apresentou correlações moderadas, sendo essas mais frequentes,

principalmente entre os escores desta escala e os do tempo A do TMT e da FVS. Desta forma, os

resultados indicam que os pacientes perceberam menos suas dificuldades do que seus familiares as

perceberam, corroborando, assim, a necessidade do relato de informantes para a avaliação

neurocognitiva funcional do paciente com TCE. Outro aspecto importante foi a verificação da

validade ecológica dos testes padronizados utilizados, a partir da análise de correlação com dados

de uma escala funcional. Em futuros estudos, sugere-se o uso de análise fatorial para a compreensão

dos componentes cognitivos avaliados na PCRS-R-BR e a verificação da relação entre os fatores e

dificuldades na execução dos testes padronizados.

Palavras-chaves: autoconsciência, traumatismo cranioencefálico (TCE), Patient Competency Rating

Scale (PCRS-R-BR).

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A IMPUSIVIDADE COGNITIVA NA TOMADA DE DECISÂO EM IDOSOS – DADOS

PRELIMINARES

ANDRÉ FIGUEIRAS RUTZ** (Programa de Mestrado em Psicologia - UFPR - CTBA/PR)

AMER CAVALHEIRO HAMDAN (Orientador)

A tomada de decisão (TD) é uma função cognitiva complexa e multidimensional. Seu processo

envolve a escolha entre duas ou mais opções, bem como a análise preditiva das consequências

resultantes. A neuropsicologia tem avançado de forma marcante neste campo devido a implicações

práticas e imediatas sobre avaliação da capacidade mental e gerenciamento autônomo da própria

vida, o que levou a criação da expressão “neurociência da tomada de decisão”. Mesmo que ocorra

de forma saudável o envelhecimento acarreta em transformações fisiológicas do lóbulo frontal. Tais

mudanças afetam de forma mais acentuada a parte mais anterior do cérebro, o chamado córtex pré-

frontal. Os idosos também são requisitados a tomar diversas decisões importantes sobre suas vidas:

residência, ocupação, saúde, decisões financeiras, questões sobre aposentadoria, seleção de

cuidadores ou enfermeiros e sobre sua segurança pessoal. De maneira geral os estudos atuais

indicam que à medida que envelhecemos ocorrem perdas nas capacidades cognitivas que podem

interferir com o desempenho ideal de nossas atividades de vida diária, inclusive com a capacidade

de tomada de decisão. Nem sempre as escolhas melhores e mais vantajosas estão claras a primeira

vista. Idosos com frequência são vítimas de golpistas sendo o alvo predileto para propagandas

enganosas que tiram proveito da condição de vulnerabilidade biológica e psíquica, bem como das

habilidades decisórias que podem estar comprometidas nas pessoas de idade avançada. A

complexidade das escolhas quando se é idoso pode chegar a extremos como decisões que envolvem

a determinação da continuação ou não da própria vida como no caso da eutanásia. Um importante

fator da qualidade das decisões tomadas é a impulsividade. A previsão e o julgamento das possíveis

conseqüências decorrentes das escolhas são primordiais para a tomada de decisão vantajosa e

adaptativa. Escolhas precipitadas ou mal-planejadas podem trazer prejuízo e conseqüências por

vezes irreversíveis. O objetivo da pesquisa é: analisar a influência que a impulsividade cognitiva

tem na tomada de decisão em idosos saudáveis, em comparação com uma amostra de adultos jovens

saudáveis. Até o momento foram avaliados 29 participantes (n=29, 17 homens e 12 mulheres) com

média de idade M=60.87 anos e escolaridade média M=15.62. Os instumentos utilizados para a

pesquisa são: ficha de caracterização de dados demográficos; IGT-BR (Iowa Gambling Task)

considerado gold standard para avaliar tomada de decisão; BIS-11 (escala tipo likert de

Impusividade Barratt versão 11) e o Object Alternation task (OA) que é um instrumento sensível a

alterações de córtex orbitofrontal. Os resultados obtidos até o momento são: IGT-BR (M=5.72 net

escore), BIS-11 com escore médio da amostra de (M=57.97) e OA com escore médio de

(M=39.10). As conclusões até o momento são limitadas pelo tamanho da amostra e pela

necessidade de coleta dos dados de adultos jovens para um comparativo estatístico mais preciso e

robusto.

Descritores: tomada de decisão, impulsividade, envelhecimento.

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ESCALA BAPTISTA DE DEPRESSÃO (EBADEP-IDS) – versão para idosos: estudo

preliminar

(Francis Lessnau Coutinho)**, Amer Cavalheiro Hamdan - Programa de Pós-Graduação em

Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba/PR, Makilim Nunes Baptista -

Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade São Francisco (USF) – Itatiba/SP.

INTRODUÇÃO: Os testes para depressão no Brasil ainda consistem, na sua maioria, em traduções

e/ou adaptações de estudos desenvolvidos em outros países. A Escala Baptista de Depressão para

idosos (EBADEP-ID) é uma escala brasileira que utiliza critérios de classificação para transtorno

depressivo maior, segundo padrões internacionais, mas adaptados às características culturais

específicas em nosso meio. Ao final será uma versão da escala original para adultos de acordo com

o manual técnico da Escala Baptista de Depressão (versão adulto) EBADEP-A já editada e

aprovada pelo Conselho Federal de Psicologia. OBJETIVO: Buscar evidencia de validade de

construto e validade convergente da escala para idosos e avaliar o índice de discriminação dos itens

da EBADEP-ID. METODOLOGIA: A amostra foi composta de 207 participantes idosos de centro

de convivência, asilos e hospitalizados. Foram aplicados os seguintes instrumentos: a) Ficha de

Caracterização – para coletar informações pessoais, variáveis sócios demográficas e estado geral de

saúde, b) Mini Exame do Estado Mental (MEEM) - para avaliar comprometimentos cognitivos, c)

Escala de Depressão Geriátrica (GDS) – escala adaptada e padronizada no Brasil, d) Escala Baptista

de Depressão para Idosos (EBADEP-ID) – instrumento autoaplicável, composto de 70 itens que

avaliam a sintomatologia depressiva (aspectos cognitivos, emocionais e sociais) com respostas

dicotômicas (sim/não). A análise estatística dos itens foi realizada mediante a correlação Ponto-

Bisserial da Teoria Clássica dos Testes (TCT) e da Teoria de Resposta ao Item (TRI) – Modelo de

Rasch, através do programa R. RESULTADOS: A idade dos participantes variou entre 58 e 90

anos, com média de 68 anos e desvio-padrão 7,34. O MEEM dos participantes obteve média de 25

pontos e desvio-padrão de 5,38. O GDS apresentou média de 4 pontos e desvio-padrão de 3,26.

EBADEP-IDS demonstrou bons índices de confiabilidade como o alfa de Cronbach de 0,92. A

correlação entre EBADEP-ID e a GDS obteve r = 0,76 com intervalo de confiança de 95% e o valor

P = < 0,001 demonstrando que existe uma correlação significativa entre as duas escalas. A

correlação ponto bisserial evidenciou que 24 itens apresentaram índices inferiores a 0,30, sugerindo

que podem ser suprimidos na elaboração de uma escala mais reduzida. CONCLUSÃO: A pesquisa

para o desenvolvimento da EBADEP-IDS está em sua fase inicial. Os resultados apresentados não

podem ser considerados conclusivos, pois a amostra utilizada é muito pequena. Espera-se que com

o aumento da amostra, além das análises realizadas, outras análises sobre as propriedades

psicométricas (validade de construto e divergente) possam contribuir para a elaboração de um

instrumento para depressão em idosos adaptado ao contexto Brasileiro.

Aluno bolsista REUNI

Avaliação; Validade; Depressão.

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ASPECTOS QUALITATIVOS NA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

UM ESTUDO DE CASO

Marjorie Rodrigues Wanderley* (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)1

Manuela Pimentel Leite* (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)1

Tatiane Maraschin Fermiani* (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)1

Mariana Faoro* (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)1

Amer Cavalheiro Hamdan (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR)

A Avaliação Neuropsicológica (AN) tem por objetivo auxiliar diagnóstico, mensurar a

funcionalidade do paciente e identificar disfunções cognitivas. Porém, como qualquer outra área do

saber científico, sabe-se que nenhuma abordagem teórica é capaz de abarcar com perfeição toda a

realidade de que trata. Assim, a AN deve estar atenta a não apenas utilizar conhecimentos

quantitativos da Psicometria, mas manejar todos os instrumentos de que dispõe para uma avaliação

completa e válida, de forma que esteja atenta a todas as variáveis. Como um desses instrumentos

está a análise dos aspectos qualitativos, que sempre surgem no decorrer de atendimentos. Para

melhor desenvolver esta ideia, o presente trabalho se dispõe a analisar dois casos de demência

(Doença de Alzheimer e Demência Fronto-Temporal) atendidos no Centro de Psicologia Aplicada

da Universidade Federal do Paraná, visando discutir o uso da testagem e destacar a importância da

avaliação qualitativa no entendimento do quadro clínico. Os atendimentos foram realizados em

sessões únicas, tendo os pacientes sido encaminhados por um médico, com solicitação de avaliação

neuropsicológica. Foi aplicado a ambos os casos um protocolo base que levanta informações acerca

de saúde, cognição, funcionalidade, sintomas depressivos e desempenho em testes

neuropsicológicos específicos e de rastreio. No entanto, foi observado que fatores como

escolaridade e a própria condição clínica dificultaram o acesso a algumas informações, sendo

necessária, como complemento, a entrevista com acompanhantes. Através da análise desses dois

casos, é possível perceber que a conclusão da avaliação e da hipótese diagnóstica depende não

apenas do desempenho do paciente na testagem, mas também do entendimento de questões sobre a

vida pessoal do mesmo, seus hábitos, seus comportamentos e até mesmo sua falta de habitualidade

com o instrumento de testagem. Isso porque até mesmo algumas manifestações próprias da

condição clínica também se mostraram um fator que dificultou a testagem, tal como a apatia

presente na Demência Fronto-Temporal. São retomadas algumas publicações da literatura acerca da

Avaliação Qualitativa no trabalho do Neuropsicólogo para que possam ser compreendidas as bases

teóricas utilizadas no estudo dos casos, tais como artigos e capítulos de livros que refletem posições

brasileiras e estrangeiras sobre o uso da avaliação qualitativa na investigação neuropsicológica. O

estudo de casos contido no presente trabalho reafirma o destaque que a análise dos aspectos

qualitativos merece na Avaliação Neuropsicológica, e estimula a divulgação e o incentivo da prática

por outros profissionais da área, que devem se formar tendo em vista a cognição global do

indivíduo como algo atrelado a comportamentos, respostas emocionais e relações afetivas.

Palavras-chave: avaliação neuropsicológica; neuropsicologia; avaliação qualitativa.

1 Alunas do Grupo de Avaliação Neuropsicológica de Pacientes do Ambulatório de Neurologia do Hospital

de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), orientado pelo Prof.º Amer Cavalheiro Hamdan.

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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA – UM ESTUDO DE CASO

Maria Geny Ribas Batista, Mestranda (Labneuro – Universidade Federal do Paraná / Curitiba/PR)

Ana Paula Almeida de Pereira, Profª Dra. (Labneuro- Universidade Federal do Paraná /

Curitiba/PR)

Este estudo retrata as contribuições da avaliação neuropsicológica para traçar o perfil cognitivo e

delinear possíveis intervenções terapêuticas ilustradas em um caso de queixa de dificuldades de

aprendizagem e ansiedade, principalmente para compreender o conteúdo de leituras. Tal queixa

ocorria juntamente à fobia social por parte do paciente. Participou do estudo um homem, com 32

anos de idade, que cursava pós-graduação stricto sensu na área tecnológica. O processo de

avaliação neuropsicológica ocorreu durante 5 (cinco) sessões em, em média, 50 minutos. Durante

essas sessões, os seguintes procedimentos foram realizados: anamnese, para coleta de dados da

história de vida pessoal, acadêmica, familiar e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem

e administração de testes e atividades neuropsicológicas. Foram avaliadas funções cognitivas, tais

como: atenção, linguagem, memória e funções executivas (flexibilidade cognitiva e controle

inibitório). Resultados dos testes da bateria WAIS III: Códigos (52 pontos brutos); Dígitos Spacial

(10 pontos brutos - ordem direta e 9 - ordem indireta); Fluência Verbal (FAR) - total: 35 palavras e

Fluência Verbal (Animais/Ações) - total: 23 palavras; Procurar Símbolos (30 pontos brutos),

Vocabulário (43 pontos brutos), Informação (18 pontos brutos), Compreensão (30 pontos brutos),

Sequência de Números e Letras (9 pontos brutos). Tanto no teste de Atenção (TEACO), no qual ele

fez 80 pontos, quanto no teste de trilhas coloridas, ele foi classificado com desempenho Médio

Inferior para sua idade/escolaridade. Também foram aplicados também alguns testes de linguagem

(oral e escrita) da bateria Neuropsilin, nos quais ele obteve o desempenho esperado para sua

idade/escolaridade. Discussão: Os resultados demonstram que embora o paciente apresente

desempenho médio inferior em testes que avaliam atenção, concentração, e controle inibitório,

quando comparada a sua performance em atividades que avaliam outras funções (linguagem e

escrita), este desempenho parece estar aquém de suas potencialidades. Este caso ilustra a

necessidade de se considerar os resultados do indivíduo não apenas comparando-o com o grupo

normativo, mas também analisando as potencialidades e dificuldades encontradas, ou seja, as

diferenças entre funções no próprio indivíduo.

Palavras-chave: avaliação neuropsicológica, estudo de caso.

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A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE AUTISMO

Yanne Ribeiro Gonçalves **; Ana Paula Almeida de Pereira. Universidade Federal do Paraná,

Curitiba, PR.

O menor A.J., de 7 anos, foi encaminhado pelo seu neuropediatra com a demanda de avaliação

diagnóstica. Na anamnese realizada com os pais, eles relataram que no nascimento A.J. teve

amarelão e foi necessário “banho de luz”. Posteriomente, aos 5 meses, teve meningite viral e passou

12 dias internado. Foram feitos exames de neuroimagem e nenhuma alteração foi encontrada. No

entanto, quando pequeno chorava muito e era agitado. Além disso recusava-se a comer. Teve

desenvolvimento motor normal, mas dificuldade no desenvolvimento da fala. Ao longo da infância,

os pais observaram um brincar atípico, pequenas dificuldades motoras, hipersensibilidade auditiva,

presença de auto e heteroagressividade e olhar “diferenciado”. Devido aos problemas de

comportamento a vida social da família é restrita. A.J. também estava tendo dificuldade de

acompanhar a escola. Em contato telefônico, a pedagoga relatou que ele estava “estacionado em

termos cognitivos”. Apesar de parecer prestar atenção nas aulas, não acompanhava o currículo.

Copiava o que era solicitado, mas não compreendia. Em relação ao comportamento mordia muito a

própria mão e não admitia que as pessoas encostassem nele. Segundo a pedagoga, convivia com as

crianças mas não tinha amizades. Foram realizadas quatro sessões com A.J., envolvendo aplicação

de testes padronizados, atividades planejadas e observação comportamental através de brincadeiras.

Foram utilizados testes padronizados como Código, Procurar símbolos e Bender. Em relação ao

aspecto cognitivo foi observada a percepção preservada, no entanto, A.J. apresentava dificuldade na

percepção de detalhes e diferenciação figura e fundo. Tal dificuldade perceptual reflete no

raciocínio lógico que apresentou-se concreto, atendo-se a funcionalidade. Nas provas Piagetianas

demonstrou desconhecimento a cerca de termos comparativos como maior/menor, mais/menos,

grande/pequeno, dificuldade que já havia sido relatada pelos pais. A linguagem, por sua vez, é auto

centrada, descritiva e focada no momento presente com algumas tentativas de falar sobre situações

do passado sob estimulação, mas ainda incoerente. Apresentava dificuldade também na

compreensão de ordens complexas. Na avaliação também foram observados aspectos importantes

em relação ao comportamento. O primeiro deles foi a presença de repertório restrito de interesses

(Museu Oscar Niemeyer, ônibus, mercado municipal), observada no discurso e nas brincadeiras. No

brincar, apresentava jogo simbólico mas dentro do seu repertório restrito, assim como no diálogo,

no qual não conseguia se manter na linha de raciocínio e retornava a seus interesses. Ainda em

relação ao comportamento foi observada estereotipia motora (flapping das mãos) em momentos de

excitação. No aspecto social A.J. apresentou contato ocular pobre e ausência de sorriso social. Foi

observado ainda dificuldade em compreender emoções alheias e pouco manejo em relação a elas.

Sua expressão facial e corporal também apresentou-se pobre. A partir da avaliação realizada

chegou-se a hipótese de comprometimento do desenvolvimento global com fortes indicadores do

quadro de autismo. Devido as necessidades educativas especiais observadas, foi recomendado

acompanhamento em escola especializada para fomentar o aprendizado individualizado dos

conteúdos acadêmicos adequados a idade. Foi recomendado também que profissionais das áreas da

psiquiatria pediátrica, terapia ocupacional e fonoaudiologia fossem consultados, assim como um

psicólogo para orientações referentes ao manejo do comportamento.

Palavras chave: Diagnóstico; Avaliação Neuropsicológica; Autismo.

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ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS DA TOMADA DE DECISÃO EM ADULTOS

Ana Paula Almeida de Pereira (Universidade Federal do Paraná)**

Mariana Abuhamad (Universidade Federal do Paraná)*

Tomada de decisão é definida, a nível conceitual, como o uso de informações que guiam o

comportamento humano ao longo de múltiplos cursos de ações possíveis, como se mover em uma

direção, ingerir algo ou não, ou decidir a favor de um determinado romance em detrimento de

outros. Essas escolhas determinam a maneira como o organismo trilha seu caminho no mundo, que

consequentemente o leva a um passo em direção ao sucesso ao encontrar desafios da vida. O

objetivo geral desse trabalho é estudar como as pessoas tornam-se aptas a realizar um certo tipo de

tomada de decisão em detrimento de outro, decisões verídicas ou adaptativas. E, como objetivos

específicos: estudar o desenvolvimento dos processos de tomada de decisão; identificar as

diferenças entre os sexos referente ao estilo de tomada de decisão; investigar se os estilos de tomada

de decisão podem ser influenciados pelo nível de escolaridade e, estudar a relação da memória de

trabalho e das funções executivas com a capacidade de tomada de decisão. A pesquisa justifica-se

pela tentativa de trazer novas contribuições para pesquisas na área de neuropsicologia das

diferenças individuais e de grupos, pois sabe-se que atualmente os testes neuropsicológicos e

psicológicos vem sendo utilizados como instrumentos para diagnóstico diferencial em variados

âmbitos. A princípio iriam participar dessa pesquisa adultos da cidade de Curitiba e região

metropolitana, com idades entre dezoito e quarenta anos, universitários e não universitários, a

participação era voluntária e a divulgação foi feita em universidade e instituições que oferecem

cursos pré-vestibulares. Os critérios de exclusão para participação na pesquisa foram: estudantes e

adultos com transtornos psiquiátricos ou doenças neurológicas. Os instrumentos utilizados foram:

questionário socioeconômico e cultural, tarefa de tendência cognitiva, teste de alternância de

objetos, teste dos dados, teste Stroop de cores e palavras, teste de atenção concentrada D2, subteste

Dígitos da Escala Weschler de Inteligência para adultos (WAIS), sequência de Número e Letras da

escala Wechsler de inteligência para adultos (WAIS- III), teste Matrizes Progressivas de Raven

Avançado. Para análise de dados utilizou-se testes de significância não paramétricos, por considerar

a amostra pequena e não considerar sua distribuição próxima ao normal. Participaram da pesquisa

32 sujeitos, sendo 16 do sexo feminino e 16 do sexo masculino, destes participantes 12 ainda não

haviam ingressado em curso superior e 20 frequentavam ensino superior. Não foram observadas

diferenças significativas entre os sexos, entretanto o nível de escolaridade mostrou-se influente no

desempenho das tarefas e no tipo de escolhas no âmbito da tomada de decisão realizada pelos

participantes. Também demonstrou importância considerável em tomada de decisão o bom

desempenho das funções executivas, como atenção concentrada, memória operacional, raciocínio

abstrato e aprendizado de regras. Todavia, ressalta-se a importância de estudar populações maiores

para maior fidedignidade dos resultados. Conclui-se que o estudo pode contribuir para o fomento do

estudo da tomada de decisão, e a ressaltar a importância do nível de escolaridade nas avaliações e a

influência das funções executivos em todos os nossos passos a caminho da socialização e escolhas

que somos forçados a realizar dia-a-dia.

Palavras-chave: Tomada de decisão; neuropsicologia; adultos.

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(RE)ABILITAÇÃO NEUROPSICOLOGICA DE UMA CRIANÇA COM HIV.

*CAMILA QUINTANA RIBAS – UFPR - LABNEURO

Segundo os dados atualizados, em 2010, 34 milhões de pessoas vivem no mundo com HIV, destes

30.1 milhões são adultos e 3.4 milhões são crianças menores de 15 anos. Somente na América

Latina são aproximadamente 42.000 crianças vivem com a infecção e a cada ano 3.500 novas

infecções acontecem nessa população. Sabe-se que o vírus HIV pode comprometer as áreas

motoras, comportamental e cognitiva e em crianças esses comprometimentos podem ser ainda mais

significativos, pois a infecção acomete um cérebro imaturo, isto é, em desenvolvimento, podendo o

acometimento do sistema nervoso central (SNC). Atualmente, pacientes tratados precocemente com

esquemas combinados de medicamentos antirretrovirais mantêm-se clinicamente estáveis, dessa

maneira a avaliação neuropsicológica precoce de crianças soropositivas possibilita a identificação

de possíveis alterações nas funções cognitivas específicas e, posteriormente, pode guiar e

fundamentar a reabilitação neuropsicológica a fim de minimizar os danos causados pelo vírus no

sistema nervoso central. A reabilitação neuropsicológica se caracteriza por inserir estratégias que

visem superar as dificuldades impostas pelo contexto ou pelas próprias limitações funcionais

ocasionadas por lesões cerebrais, tendo em vista o desempenho do indivíduo em relação ao seu

contexto e promovendo maior autonomia e independência para se integrar ao seu cotidiano. Sendo

assim, este trabalho visa investigar a ocorrência de comprometimentos das funções executivas em

crianças com HIV e desenvolver um programa de intervenção de reabilitação neuropsicológica com

enfase nas funções executivas. O plano de intervenção foi desenvolvido junto a um paciente

infectado pelo HIV, através do método do estudo de caso. O participante foi do sexo feminino, com

idade de 9 anos, cursando o 4° ano, e faz uso da terapia antiretroviral.O programa de reabilitação

neurológica levou em consideração a infecção pelo HIV, pois diante das suas possíveis implicações

psicológicas e cognitivas, torna-se importante acompanhar o caso, oferecendo apoio psicológico ou

fomentando algumas habilidades e dificuldades cognitivas, foram também considferados para a

realização do plano a entrevista de anamnese semi-estruturada com a responsável, as dificuldades

cognitivas e emocionais encontradas na avaliação neuropsicológica.Cada atividade proposta no

plano de intervenção foi pensada e estudada para estimular uma função executiva comprometida

específica, objetivando trabalhar de forma mais eficiente e utilizando-se de estratégias. O trabalho

realizou-se através de atividades lúdicas em 20 sessões que ocorreram semanalmente e com duração

de cincoenta minutos. Após a última sessão foi realizado novamente avaliação neuropsicológica a

fim de avaliar a performance da criança e analisar se esta se beneficiou com o programa de

reabilitação neuropsicológica. Os resultados da paciente após a intervenção mostraram

consideráveis melhores nas funções executivas, evolução da memória visual e auditiva e aumento

do QI de execução. Sendo assim, diante dos resultados quantitativos e das informações colhidas da

responsável e da própria paciente pode-se sugerir que a estimulação cognitiva constituída através do

programa de reabilitação neuropsicológica contribuiu para minimizar as principais dificuldades

cognitivas e ajudaram a criança no seu desenvolvimento como um todo.

Palavras-chave: HIV, reabilitação neuropsicológica, avaliação neuropsicológica.

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PREJUÍZOS EXECUTIVOS NO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: IMPACTO NA

CAPACIDADE DE TOMADA DE DECISÃO PELO IOWA GAMBLING TASK

Charles Cotrena**, Caroline Oliveira Cardoso**, Laura Damiani Branco*, Nicolle Zimmermman,

Rodrigo Grassi Oliveira, Rochele Paz Fonseca

(Programa de Pós-Graduação em Psicologia – Pontifícia Universidade Católica do RS – PUCRS,

Porto Alegre, RS)

Há um grande número de investigações na literatura acerca dos prejuízos nas funções executivas

(FE) “frias” – mais baseadas no raciocínio lógico - em pacientes acometidos por traumatismo

cranioencefálico (TCE). Contudo, este número sofre importante redução quando o déficit engloba o

processamento das FE “quentes” – mais ligadas a mediadores emocionais. Dentre os componentes

“quentes” mais estudados e discutidos na literatura, destaca-se o processo de tomada de decisão

(TD), sendo o Iowa Gambling Task (IGT) o instrumento mais utilizado na mensuração deste

componente. No que se refere ao processo de TD em pacientes pós-TCE, os achados ainda são

contraditórios. Alguns estudos evidenciam prejuízo claro de TD destes pacientes comparados a

controles saudáveis, enquanto outras investigações não encontraram diferenças significativas.

Entretanto é importante salientar que dentre estes estudos há limitações como a falha no controle de

variáveis sociodemográficas e clínicas, o que pode explicar essa variabilidade de resultados. Fatores

como a variabilidade do tempo pós-lesão, a caracterização psiquiátrica e variáveis como idade e

escolaridade são importantes na interpretacao dos dados obtidos nestas investigações. O objetivo do

presente estudo foi comparar o desempenho de pacientes pós-TCE e participantes sem TCE no

processo de TD mensurado pelo IGT. Além disso, buscou-se comparar o desempenho no IGT entre

pacientes com TCE leve e TCE de severo a moderado. A amostra foi composta por 110

participantes divididos em dois grupos, 55 pacientes pós-TCE (18 TCE com nível de severidade

leve, 37 grave) e 55 participantes saudáveis, emparelhados pelos fatores idade, escolaridade e sexo.

Foram realizadas análises descritivas e inferenciais com a utilização do teste t para amostras

independentes (variável cálculo total), ANOVA para medidas repetidas (cálculo por blocos), Qui-

Quadrado (comparação da distribuicao por deficits conforme ponto de corte, nível de severidade

pós-TCE, local de lesão). Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em relação às

variáveis cálculo total, cálculo por blocos, preferências pelos baralhos na tarefa e classificação do

desempenho geral segundo ponto de corte 0. Não houve impacto do nível de severidade pós-TCE

ou do local de lesão. O grupo clínico apresentou aprendizagem inferior através dos blocos do IGT

além de realizar maior número de seleções dos baralhos desvantajosos na tarefa em relação ao

grupo controle. De maneira geral, os resultados são corroborados pelo grupo de estudos com maior

controle metodológico em que foi evidenciado perfil deficitário de TD no IGT em pacientes pós-

TCE quando comparados a controles saudáveis. Os achados suportam tendência atual dos estudos

que vem se posicionando pela não exclusividade das áreas frontais como substrato neural do

processo de TD. Frente à heterogeneidade clínica do TCE e fatores associados como variáveis

psiquiátricas e sociodemográficas, mais estudos são necessários para melhor compreensão dos

processos neurais e cognitivos envolvidos na TD nestes pacientes.

Agradecemos a CAPES e FAPERGS pelo apoio financeiro fornecido.

Palavras-Chaves: tomada de decisão, Iowa Gambling Task, traumatismo cranioencefálico.

Page 19: ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE O … · Teste Wisconsin de Classificação de Cartas Modificado (MWCST), Trail Making Test, Teste Hayling e do Span auditivo de palavras em sentenças

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E EMOCIONAL NO TRANSTORNO DO HUMOR

BIPOLAR: ESTUDO LONGITUDINAL

Morgana Scheffer** (Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, Porto Alegre-RS);

Júlio Cesar Walz (Centro Universitário Unilasalle e Laboratório de Psiquiatria Molecular do HCPA

e INCT-Med, Porto Alegre-RS);

Rosa Maria Martins de Almeida (Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS, Porto

Alegre-RS)

O Transtorno de Humor Bipolar é um quadro psiquiátrico grave e em muitos casos incapacitante ao

longo dos anos. Dentre os inúmeros prejuízos, encontramos as chamadas perdas cognitivas,

especialmente nas funções executivas, na memória de trabalho e velocidade de processamento. Há

evidências de que estes prejuízos cognitivos podem ser considerados como marcadores de traços ou

endofenótipos do THB. O número de episódios e o tempo de doença são variáveis importantes para

os processos cognitivos, bem como, suas possíveis alterações. O objetivo do estudo foi comparar o

desempenho em funções relacionadas aos circuitos frontais, de um paciente, R.E.S, 29 anos, com

ensino superior incompleto, diagnosticado com THB do tipo I há aproximadamente 6 anos, em dois

diferentes momentos. As avaliações ocorreram num intervalo de 14 meses. Foram utilizados os

seguintes instrumentos: Behavioral Assessment Dysexecutive Syndrome (BADS); Teste de Atenção

Concentrada (AC); Subtestes Dígitos, Aritmética e Sequência de Números e Letras (WAIS-III);

Teste Wisconsin de Classificação de Cartas; Escala de Impulsividade de Barrat(I-BIS11)e

Inventário Beck-II de Depressão, bem como as escalas de HAM-D e Yang-Mania para considera-lo

eutimico, no momento das avaliações. Na segunda avaliação, foram utilizados ainda, para a

avaliação da atenção e velocidade de processamento, o Teste das Trilhas colorido e o subteste de

atenção da Bateria de Avaliação Neuropsicológica Breve-Neupsilin. Na primeira avaliação, R.E.S

estava em uso de Carbonato de Litium (1350mg), Lamotrigina (300mg) , Fluoxetina (10mg) e

Risperidona (2mg) , sendo que na segunda avaliação, fazia uso ainda de Carbonato de Litium

(1350mg), Seroquel (20mg), Lamotrigina (300mg) e Fluoxetina (20mg). R.E.S foi submetido

também à avaliação do Quociente Intelectual estimado através da Wechsler Abbreviated

Intelligence Scale T-2, não sendo evidênciado prejuízo no desempenho, conforme sua idade.

Paciente apresentou níveis elevados de comportamento impulsivo nas duas avaliações (84 e 89,

respectivamente). Em relação ao desempenho cognitivo, R.E.S mostrou atenção e velocidade de

processamento dentro dos limites de normalidade para a sua idade e escolaridade e uma boa

capacidade pra lidar com interferências, e obteve melhora de desempenho em tarefa de atenção

concentrada, evoluindo do médio para o médio superior e manteve o desempenho na memória de

trabalho. Obteve o dobro de respostas perseverativas após 14 meses em tarefa de resolução de

problemas e aumento no número de erros, necessitando de maiores tentativas para obter sucesso,

sendo que os erros perseverativos poderão corresponder ao comportamento impulsivo, o que está de

acordo com o resultado apresentado na autoavaliação. Em tarefas como julgamento temporal e

planejamento obteve uma redução não significativa de seu desempenho. Os resultados sugerem que

R.E.S apresentou piora apenas na capacidade de manutenção das estratégias de resolução de

problemas. Conclui-se que, no presente caso, não houve uma piora geral nos processos cognitivos

num intervalo de14 meses, e sim, apenas nas estratégias de resolução de problemas.

Palavras chave: Cognição; Transtorno do Humor Bipolar; Circuitos frontais.

Apoio: Laboratório de Psicologia e Experimental, Neurociências e Comportamento –LPNeC e

Núcleo de Pesquisa em Neurociência Clínica -NUPENC