AMV.pdf

16
O DESENVOLVIMENTO DE AMV DE AMV UIC NO BRASIL Engenheiro Ernesto Roberto P. de Oliveira – Metrô-Rio

Transcript of AMV.pdf

Page 1: AMV.pdf

O DESENVOLVIMENTO DE AMVDE AMV UIC NO BRASIL

Engenheiro Ernesto Roberto P. de Oliveira – Metrô-Rio

Page 2: AMV.pdf

Apesar de historicamente as ferrovias brasileiras terem origem nas inglesas, todo o conglomerado de nossas linhas tem como referência o padrão americano. Com isto, a quase totalidade dos equipamentos de via permanente até meados da década de 1970 eram fabricados de acordo com as das normas AREA, hoje AREMA, porem já atendendo ao preconizado nas Normas Técnicas Brasileiras da ABNT, que em sua totalidade migraram das Normas Americanas.

Desse modo, os aparelhos de mudanaparelhos de mudançça de viaa de via brasileiros, fabricados para atender ao que essas normas estabelecem, são os já conhecidos de agulhas rígidas e retas com elevação uniforme ou graduada e jacarés aparafusados de trilhos ou com núcleo em aço manganês,Que atenderam por muito tempo as necessidades do mercado.

Page 3: AMV.pdf

Na década de 1970 aconteceram muitas melhorias tecnológicas nos trens unidades que atendiam as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, concomitantemente com o surgimento dos metros de ambas as cidades.

Com relação aos trens de subúrbio o aumento de velocidade de tráfego sobre os AMVAMV foi atendido com a implantação de AMVAMV AREA maiores Nº. 12 e Nº. 15 de agulhas curvas secantes, sem nenhum problema, como no caso da CPTM, pois o seu leito permitia o assentamento desses AMV AMV que tinham comprimentos maiores que os tradicionais.

Com relação aos metrôs, o perfil subterrâneo trouxe a necessidade de produzir traçados que propiciassem condições de tráfego com rampas de altos gradientes de elevação conciliadas com curvas horizontais de pequenos raios, para permitir galgar grandes velocidades com altas acelerações. Isso em devido aos obstáculos, naturais ou construídos.

Page 4: AMV.pdf

Nessas condições, ficava claro que a utilização de AMVAMV ABNT /AREMA era impraticável visto que ocupariam espaços muito grandes e a opção à época foi a utilização de AMVAMV no padrão europeu de geometria a tangencial.

Ciente dos fatos os Metrôs optaram pela utilização de AMV europeus tipo UIC-60, 190-1:9, 500-1:14, e 1:11,4 que vêm sendo utilizados até os dias de hoje.

Page 5: AMV.pdf

Como era de se esperar, a melhora da qualidade ficou atrelada aocusto elevado na importação e a demora na entrega. Assim, em 1978, um trabalho pioneiro do Metrô de São Paulo em parceria com a indústria nacional possibilitou na fabricação do 1º Aparelho de Aparelho de Mudança de ViaMudança de Via 100%, o AMVAMV--M.M.

Passando mais de duas décadas de utilização de AMV AMV desse tipo, no ano de 2000 tivemos o desafio de ter que substituir, em caráter de urgência em nossa linha, um jacaré duplo de tecnologia UIC de umcruzamento 190-1:4,444 fraturado na região da solda de caldeamento de uma perna (pata de lebre) com o núcleo.

Page 6: AMV.pdf

“Lay-out” do cruzamento com destaque para o jacaré duplo que fraturou.

Page 7: AMV.pdf

O período de 180 dias para a fabricação na Europa mais o transporte para o Brasil, além do preço proposto pelo fabricante europeu de R$60.000,00 (valor da época) para uma única peça, estimulou-nos a procurar fornecedores nacionais na tentativa do desenvolvimento e fabricação de um similar nacional. A nossa experiência deixava-nos seguros que poderíamos orientar o parceiro no tocante à elaboração do projeto.

Ao encontrarmos um fabricante predisposto ao desafio, iniciamos o trabalho de desenvolvimento conjunto com posterior fabricação de dois exemplares, a um custo unitário de apenas R$26.000,00 (valor da época) tudo dentro de um prazo de apenas 90 dias.

O projeto que desenvolvemos é de um jacaré duplo UIC 60 1:4,444, similar ao original europeu e atendendo perfeitamente a geometria da linha, com a particularidade de ser uma peça inteiriça e inédita, fundida em aço manganês, para qual tomamos como base estrutural o plano AREMA 775.

Page 8: AMV.pdf
Page 9: AMV.pdf

Detalhe de ponto de passagem em diagonal das rodas do núcleo fundido para as pernas.

Page 10: AMV.pdf

O jacaré duplo está assentado na linha desde o segundo semestre de 2001, onde já recebeu um tráfego de aproximadamente 107 milhões de toneladas sem apresentar nenhum problema.

Vendo a economia e o sucesso do do jacaré duplo, partimos com a mesma parceria para desenvolver jacarés simples UIC 190-1:9. O nosso modelo tomou como base os Planos AREMA 320 e 600, na concepção de jacarés com núcleo em aço manganês, contudo mantendo a geometria UIC. À semelhança do que foi feito nos jacarés duplos, a fixação do núcleo aos calcanhares também é através de blocos de fixação aparafusados, com trilhos serrados em diagonal adoçados, para reduzir o contato pontual roda/trilho.

Page 11: AMV.pdf

Jacaré UIC 60, 190-1:9, do AMV 23 de Maria da Graça – Linha 2 à céu aberto.

Page 12: AMV.pdf

Uma particularidade desse jacaré é a utilização de calço separador aparafusado nas patas de lebre na entrada do núcleo (concepção dos novos UIC europeus), e outro calço aparafusado entre a calda do núcleo e os calcanhares na saída do núcleo, ambos para dar mais estabilidade na fixação do conjunto como um todo.

Page 13: AMV.pdf

No caso de agulhas e trilhos de encosto o grande problema era o perfil híbrido ZU-U-60 x UIC-60 para fabricação das agulhas, inexistente no Brasil, pois com relação à elaboração de projeto, tínhamos pleno domínio.

Passada as fases de estudo do traçado e desenvolvimento, por parte do fabricante, dos ferramentais que permitiriam a adaptação do maquinário para a fabricação dos novos produtos, partimos para fabricação de um protótipo de conjunto agulha x encosto.Cabe ressaltar que o fato do fabricante ter conseguido importar os trilhos previamente soldados por caldeamento para usinagem da agulha, possibilitou o sucesso do empreendimento.

Page 14: AMV.pdf

Primeiro conjunto de agulha - trilho de encosto UIC 60, 190-1:9, fabricado no Brasil, operando na linha a céu aberto em zona de manobra de estação terminal, servindo como teste de performance.

Page 15: AMV.pdf
Page 16: AMV.pdf

CONCLUSÂOEsta iniciativa vem a demonstrar que o presente desenvolvimento é tecnicamente possível no Brasil. Porém, há que se considerar que em mercados globalizados os níveis das taxas de câmbio e as alíquotas de importação são sempre fatores preponderantes para tomadas de decisões.