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IVANA DE SOUSA ESCOBAR ALTERAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR E DA QUALIDADE DE VIDA DE UMA PACIENTE ADULTA JOVEM COM ESPONDILOARTROPATIA INDIFERENCIADA APÓS 8 SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA Tubarão, 2006

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IVANA DE SOUSA ESCOBAR

ALTERAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR E DA QUALIDADE DE VIDA DE

UMA PACIENTE ADULTA JOVEM COM ESPONDILOARTROPATIA

INDIFERENCIADA APÓS 8 SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA

Tubarão, 2006

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IVANA DE SOUSA ESCOBAR

ALTERAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR E DA QUALIDADE DE VIDA DE

UMA PACIENTE ADULTA JOVEM COM ESPONDILOARTROPATIA

INDIFERENCIADA APÓS 8 SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Profº. Esp. Aderbal Silva Aguiar

Tubarão, 2006

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais (in

memorian) que me ensinaram todos os

valores morais e me deram toda base de

educação para que eu pudesse chegar até

aqui. Aos meus filhos Sérgio e Thales que

sempre estiveram ao meu lado me ensinando

a ver o mundo de forma amena com olhos de

crianças. Ao meu marido Valério que nunca

me deixou faltar nada para completar mais

esta etapa e que esteve sempre ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, criador de todas as coisas, por me dar

oportunidade e forças para concluir meus estudos; a minha familia por toda dedicação

durante todos esses anos; agradeço pelo apoio inestimável de todos os meus sinceros

amigos, em especial aos amigos Guilherme e Jamile pela amizade construída dia-a-dia

durante todo o curso e ao meu orientador Aderbal pela paciência e compreensão durante

toda a realização desta pesquisa.

.

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“A grandeza não consiste em receber

honras, mas em merecê-las”.

(Aristóteles)

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RESUMO

O termo espondiloartropatia abrange um grupo inter-relacionado de doenças que apresentam peculiaridades epidemiológicas, clínicas, anatomofisiologicas, radiológicas e imunogenéticas que permitem sua caracterização com clinicas definidas. Realizamos um estudo de caso de HMSR 29 anos, sexo feminino, com diagnóstico de Espondiloartropatia indiferenciada, com queixa de dores intensas causando grandes limitações funcionais. Faz uso de medicamentos e fisioterapia. Para proceder este estudo foi utilizado os seguintes instrumentos: ficha de identificação, questionário de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-abreviado), escala análoga visual de dor, avaliação da força e avaliação da composição corporal. Os exercícios de força apresentaram respostas positivas sobre a qualidade de vida da paciente nas quatro primeiras semanas reduzindo a dor e aumentando a força, porém com a interrupção da pratica dos exercícios mostraram que as dores voltaram, o que demonstra a importância da prática constante de exercícios físicos bem como o fortalecimento muscular. Palavras-chave: espondiloartropatia indiferenciada, fortalecimento muscular.

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ABSTRACT

The term spondyloarthropathy comprises an inter-related group of diseases that present epidemiologic, clinical, anatomopathologic, radiologic and immunogenetic peculiarities that permit their characterization with definable clinics. The following tools were used to go on this study: identification form, quality of life questionnaire (WHOQOL – ABREVIADO), pain visual analogous scale, strength evaluaton and corporal composition. Patient HMSR, 29 years old, female, with the diagnosis of undifferentiated spondyloarthropathy (EAI), complaining about intense pains that cause great functional limitations. The presented exercises were positive in the patient´s quality of life within the first four weeks, decreasing the pain, increasing the sthength, improvin the humor and self-esteem. However, it was shown that the pains came back when the patient stopped practicing exercise. This demosntrates the importance of a constant exercise practice as well as the muscular strengthening. Key-words: undifferentiated spondyloarthropathy, muscular strengthening.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Alongamento ...................................................................................................... 41

Figura 2 – Abdominal.......................................................................................................... 41

Figura 3 – Máquina abdutora .............................................................................................. 46

Figura 4 – Ramada frontal ................................................................................................... 47

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LISTA DE TABELA

Tabela 1: Avaliação e reavaliação da dobra cutânea após o treinamento de força..................51

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 – Avaliação da dor segundo a escala análoga de dor nas 8 semanas de treinamento de força...................................................................................................................52

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13

2 ESPONDILOARTROPATIA INDIFERENCIADA ................................................... 15

2.1 Histórico ....................................................................................................................... 15

2.2 Classificação ................................................................................................................. 16

2.2.1 Síndrome de Reiter .................................................................................................... 18

2.2.2 Artropatias reativas .................................................................................................... 19

2.2.3 Artropatia crônica juvenil .......................................................................................... 20

2.2.4 Artrite pisoriásica ....................................................................................................... 21

2.2.5 Artrites enteropáticas.................................................................................................. 22

2.2.6 Uveíte anterior ............................................................................................................ 24

2.3 Diagnóstico ................................................................................................................... 24

2.4 Fatores hereditários..................................................................................................... 25

2.5 Fatores etiológicos ....................................................................................................... 26

2.6 Sinais e sintomas ......................................................................................................... 27

2.7 Treinamento de força .................................................................................................. 28

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 37

3.1 Caracterização da Pesquisa ........................................................................................ 37

3.2 Sujeito da amostra ....................................................................................................... 37

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados........................................................... 38

3.4 Programa de treinamento ........................................................................................... 39

3.5 Aparelhos e suas funções .............................................................................................43

3.6 Procedimentos utilizados para coleta dos dados........................................................48

3.7 Procedimentos para análise dos dados........................................................................48

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..................................................................... 50

4.1 Caracterização da amostra ......................................................................................... 50

4.2 Analise dos dados quantitativos ................................................................................. 50

4.3 Analise dos dados da variável da dor ........................................................................ 52

4.4 Analise dos dados da variável qualidade de vida ..................................................... 53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 57

APÊNDICES ..................................................................................................................... 59

APÊNDICE A – Ficha de avaliação e reavaliação.............................................................. 60

ANEXOS ........................................................................................................................... 62

ANEXO A - Termo consentimento livre e esclarecido....................................................... 63

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ANEXO B - Termo consentimento para fotografias, vídeos e gravações........................... 65

ANEXO C – Escala análoga visual de dor .......................................................................... 68

ANEXO D - Questionário de Qualidade de vida - WHOQOL .......................................... 70

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INTRODUÇÃO

O termo espondiloatropatia abrange um grupo inter-relacionado de doenças que

apresentam peculiaridades epidemiológicas, clínicas, anatomofisiológicas, radiológicas e

imunogenéticas que permitem sua caracterização com clínicas definidas. Pertencem a esse grupo

de enfermidade: as espondilites anquilosantes, as artrites reativas e seu modelo mais completo, a

síndrome de Reiter, a artrite psoriásica, as artrites das entesopatias, as espondiloatropatias

indiferenciadas e as espondiloartropatia juvenis.

A denominação espondiloatropatias indiferenciadas (EAI) faz referência a pacientes

que apresentam alterações clínicas e radiográficas sugestivas de espondiloartropatias, mas que

não preenchem critérios diagnósticos para uma das enfermidades estabelecidas do grupo.

A prevalência de distúrbios músculos-esquelèticos aumentou 24% na última década.

O maior impacto das doenças músculos-esquelèticos em termos populacionais é em relação à

morbidade e incapacidade física. No Brasil desde 1970, as doenças reumáticas são a terceira

causa de afastamento do trabalho e são também a terceira causa de aposentadoria por invalidez,

sendo superadas apenas pelas doenças psiquiátricas e cardiovasculares, (BRAUM; SIEPER,

2002).

Os aspectos clínicos na EAI são muito variados. O início dos sintomas sobre jovens

de qualquer idade; as artrites assimétricas que afetam poucas articulações e geralmente membros

inferiores; são as manifestações mais freqüentes. Uma grande porcentagem de pacientes

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apresentam dor lombar, que não melhora com repouso e a rigidez matutina, em mais da metade

dos casos apresentam “entes opatia”. Entre as manifestações extra-articulares que ocorre com

maior freqüência é a infecção ocular e com menor freqüência infecção da pele e mucosas.

A fisioterapia tem um papel importante no tratamento das doenças do sistema

músculo-esquelético. Raramente se prescreve apenas a fisioterapia, porém normalmente ela é

associada a medidas medicas e ortopédicas, como drogas analgésicas e antiinflamatórias e

aplicações locais de esteróides. Assim, o método utilizado treinamento de força com o intuito de

proporcionar benefícios a saúde da paciente e de uma melhor qualidade de vida.

Contudo, tem-se o seguinte problema de pesquisa: “O treinamento de força, é

eficiente na reabilitação de uma paciente com espondiloartropatia indiferenciada?”.

A pesquisa realizada possui caráter de estudo de caso, com o intuito de avaliar a

evolução da paciente antes e após o exercício de treinamento de força tendo como objetivos: 1)

analisar a recuperação funcional da paciente (força), 2) analisar se houve melhora em relação ao

alivio da dor 3) e proporcionar uma melhor qualidade de vida para a mesma.

Para isso, este trabalho será baseado em um referencial teórico, abordando a doença

reumatológica a espondiloatropatia indiferenciada, a importância da sobrecarga, o qual

fundamentará esta pesquisa. Sendo estruturado em cinco capítulos, sendo eles: introdução,

referencial teórico, delineamento da pesquisa, análise e discussão dos dados e considerações

finais.

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2 ESPONDILOARTROPATIA INDIFERENCIADA

2.1 Histórico

A espondiloartropatia indiferenciada (EAI) foi estabelecido em 1974, quando os

pesquisadores ingleses Moll e Wright propuseram que se englobasse dentro de um mesmo

conjunto algumas doenças até então consideradas completamente distintas entre si, mas que na

verdade apresentavam diversas características comuns. Estas características englobavam

aspectos clínicos (dor axial inflamatória, associada à artrite predominante em grandes

articulações de membros inferiores, e entesopatias periféricas), radiológicos (sacroiliite) e

laboratoriais (soronegatividade para o fator reumatóide, pois, até a década de 70, alguns

pesquisadores consideravam a espondilite anquilosante como o componente axial da artrite

reumatóide), em indivíduos com predisposição genética (ligada ao antígeno de

histocompatibilidade HLA-B27), (MOLL; HASLOCK, 1794).

Segundo Goldman e Ausiello (2005), este conjunto de espondiloartropatia inclui a

espondilite anquilosante, a artrite psoriásica, a artrite reativa e a síndrome de Reiter, e as

artropatias enteropáticas (associadas às doenças inflamatórias intestinais).

Nos últimos 20 anos, devido ao crescente numero de pacientes que apresentam um

diagnostico provável, mas que não conseguem preencher os critérios diagnósticos para uma

doença definida dentro do grupo, foi criado o conceito das espondiloartropatias indiferenciadas.

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Recentemente, especialistas internacionais puseram a mudança de nome para

espondiloartropatias, suprimindo o termo soronegativas, (BRAUM; SIEPER, 2002).

As várias espondiloartropatias podem ser diferenciadas umas das outras de acordo

com as articulações periféricas particulares afetadas, as características clínicas associadas (isto é,

uretrite, conjuntivite, acometimento cutâneo) e a maneira pela qual a doença progride (isto é,

remissão ou recaída), (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

Antígenos de histocompatibilidade humana (HLA – human leucocyte antigen) estão

presentes na superfície da maioria das células nucleadas. Devido à facilidade de acesso, os

leucócitos são as células mais utilizadas no estudo do HLA. Foi determinado que algumas

doenças humanas são associadas com a presença ou ausência de certos antígenos HLA. Cinco

séries de HLA foram identificadas. Os “loci” A, B, C, D, ou DR (relacionado ao D) foram

localizados no cromossomo 6. Nas uveítes, o exemplo clássico de associação é com o HLA-B27

que desde sua descoberta é encontrado em 80-90% dos pacientes com síndrome de Reiter e

espondilite anquilosante (5 -8% na população normal). Também está presente em 40% dos

pacientes com ARJ, (CARVALHO et al, 1999).

2.2 Classificação

Dependendo das diferentes manifestações articulares, periarticulares e ou as diversas

manifestações clínicas, como, conjuntivite, uretrite, envolvimento cutâneo e evolução clínica, as

diversas espondiloartropatias são classificadas.

2.2.1 Espondilite Anquilosante

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Considerada antigamente como uma enfermidade rara, sabe-se agora que a doença

comporta uma prevalência comparável aquela da artrite reumatóide. A distribuição da espondilite

anquilosante acompanha a freqüência populacional de HLA-B27, sendo mais comum em brancos

do que em pretos, (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

Segundo Goldman e Ausiello (2005), apesar de a espondilite anquilosante ter sido

considerada anteriormente como uma doença predominantemente masculina, agora vários

estudos sugerem que pode haver uma distribuição sexual mais uniforme. A maioria das grandes

séries relata uma relação de 2,5:1 a favor dos homens. A condição nas mulheres é diagnosticada

menos freqüentemente, talvez porque os médicos e radiologistas podem relutar em diagnosticar

uma enfermidade que eles consideram como sendo raras em mulheres.

O relato de algumas das cinco seguintes características sugere doença vertebral

inflamatória: inicio insidioso com desconforto, idade inferior a 40 anos, persistência por mais de

3 meses, associação com rigidez matinal e melhora com o exercício. Se este teste simples de

triagem for positivo, a evidencia radiológicas de sacroilíte confirma a espondilite anquilosante,

(GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

O teste para HLA-B27 não deve ser usado como um procedimento de triagem de

rotina: é caro e costuma ser desnecessário. A elevação da velocidade de hemossedimentação

(VHS) é observada na maioria dos pacientes, porém pode ser normal apesar de doença grave. A

elevação nos níveis de imunoglobulina A (IgA) e a presença de complexos imunes sugerem

imunidade aberrante. Os níveis séricos de creatina-cinase e fosfotase alcalina podem estar

elevados. Os linfócitos predominam no líquido sinovial e os achados histológicos sinoviais são

inespecíficos, (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

A espondilite anquilosante é uma condição cujo reconhecimento e tratamentos

precoces são gratificantes: pode-se fazer muito no sentido de melhorar os sintomas e, talvez, de

prevenir a deformidade vertebral. Os objetivos primários consistem em aliviar a dor, reduzir a

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inflamação, indicar os exercícios corretivos de fortalecimento e manter uma boa postura e

função.

2.2.2 Síndrome de Reiter

A causa mais comum de uma oligoartropatia em um homem jovem é a síndrome de

Reiter. Esta tríade clássica de uretrite, conjuntivite e artrite representam o distúrbio reumático

crônico relacionado tanto com antecedentes genéticos específicos (HLA-B27) quanto com uma

infecção específica. Com certa freqüência esta síndrome não é autolimitada. A doença

progressiva pode resultar em grande incapacidade, (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

A síndrome de Reiter surge em pelo menos 1% dos pacientes com uretrite

inespecífica. A disenteria por Shigella é acompanhada pela síndrome de Reiter em 1 a 2% dos

casos (isto é, 20% dos pacientes B27-positivos). B27 está presente em 6 a 14% dos brancos e em

0 a 4% dos pretos.

É difícil definir a distribuição sexual da síndrome de Reiter, pois ela só é

diagnosticada com bastante dificuldade em mulheres, nas quais a uretrite e a cervicite são

clinicamente inaparentes com certa freqüência, (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

Essa síndrome deve ser considerada mais como um complexo sintomático do que

como a associação de três características específicas. Ela pode manifestar-se como uma tétrade

(isto é, com acréscimo de ulceração bucal ou balnite a tríade clássica).

Ainda não foi esclarecido se a presença de HLA-B27 se correlaciona com uma maior

gravidade da síndrome de Reiter. Uma paciente com a síndrome grave pode ter uma VHS dentro

dos limites da normalidade ou então de até 100 mm por hora ou mais. A análise do líquido

sinovial só raramente se diagnóstica, a não ser pelo fato de revelar um nível do complemento

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relativamente alto, em vez do nível baixo observado na artrite reumatóide, (GOLDMAN,

AUSIELLO, 2005).

Não existe cura para essa síndrome. O tratamento sintomático inclui o uso de

indometacina, fenilbutazona ou outros AINE. Pacientes com uveíte recidivante podem necessitar

de gotas oculares esteróideas ou de preparados subconjuntivais. A síndrome pode regredir,

recidiva ou continuar inalterada apesar da terapia esteróidea ou até mesmo citotóxica. Para os

pacientes com doença progressiva, a azatioprina ou o metotrexato podem ser eficazes.

2.2.3 Artropatias Reativas

A artropatia reativa refere a uma artrite inflamatória que acompanha uma infecção na

qual não ocorre invasão microbiana do espaço sinovial. As artropatias ligadas a B27 após

infecções pro Shigella, Salmonella, Yersina e Campylobacter jejuni enquadram-se nesse grupo.

Não se sabe por que alguns pacientes desenvolvem apenas uma artropatia, enquanto que outros

exibem todo o espectro da doença de Reiter após exposição a um desses agentes, (GOLDMAN,

AUSIELLO, 2005).

Segundo Lorda (2005), são enfermidade em que as artrites ocorrem devido a resposta

imune, desencadeada por uma infecção bacteriana, fundamentalmente localizada no tracto-

gastrointestinal e urogenital e que se apresenta com maior freqüência em pacientes que tem

marcador genético HLA-B27.

O mesmo ainda cita que clinicamente os pacientes afetados podem apresentar febre

moderada (em geral mais que 38°), artrites assimétricas com predomínio em membros inferiores

e acompanhadas de uretrites (infecção uretral) que às vezes é assintomática.

Os tratamentos das artropatias reativas são o mesmo que o da síndrome de Reiter,

realizado com fármacos.

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2.2.4 Artropatia Crônica Juvenil

A artrite crônica em uma criança ou adolescente persiste com freqüência até a vida

adulta; portanto, é muito relevante lembrar da artropatia crônica juvenil ao atender pacientes

adultos. Até recentemente o termo “artrite reumatóide juvenil” era usado erroneamente para

descrever todas as formas de artrite na infância. Como nos adultos, a artrite em crianças pode

estar associada com psoríase, doença intestinal inflamatória e outras condições. A forma

sistêmica aguda, ou doença de Still se manifesta com febre, erupção e toxemia em crianças

pequenas que são negativas para B27 e para fator reumatóide (IgM anti-IgC), (GOLDMAN,

AUSIELLO, 2005).

O comprometimento articular periférico nas espondiloartropatias é geralmente

periarticular e de membros inferiores. O envolvimento das articulações periféricas é mais comum

quando a doença tem início antes dos 21 anos como observamos em 96,1% dos nossos pacientes.

Em nossa casuística as articulações periféricas mais comumente acometidas foram as dos

joelhos, tornozelos e coxo-femorais. O comprometimento axial é mais raro na infância. No nosso

estudo ocorreu em 38,4% dos pacientes. A forma de início com comprometimento axial isolado

ocorre com menor freqüência e foi por nós observada em apenas um paciente que iniciou o

quadro de EAJ com 12 anos e 8 meses, (FAUSTINO, et al, 2001).

As espondiloartropatias na infância fazem parte de uma forma rara de artrite crônica,

sendo menos comuns que a ARJ, o que explica o pequeno número de pacientes acompanhados

em nosso serviço com este diagnóstico. A proporção de pacientes com espondiloartropatia de

início juvenil visto em clínicas reumatológicas pediátricas aumentou de 0-16% na década de 70

para 31% nos anos 80 após a disponibilidade de melhores técnicas para diagnóstico,

(FAUSTINO, et al, 2001).

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Algumas crianças maiores (predominantemente do sexo feminino) desenvolvem uma

doença soropositiva, nodular e erosiva, que se assemelha à artrite reumatóide adulta.

2.2.5 Artrite Psoriásica

A artrite psoriásica é uma artrite inflamatória soronegativa para o fator reumatóide,

associada a psoríase cutânea. A psoríase cutânea é uma doença bastante freqüente, podendo

acometer até 1 a 2% da população; em media, 5 a 10% dos pacientes com psoríase cutânea

evoluirão com artrite psoriasíca.

Costuma iniciar-se entre a 3° e a 5° décadas de vida: a artrite psoriasica juvenil é rara,

e em mais da metade dos casos pode manifestar-se inicialmente apenas por artrite (geralmente

oligoartrite assimétrica), evoluindo posteriormente com acometimento cutâneo. Não costuma ter

predomínio de sexo, exceto em subtipos específicos, com predomínio do sexo feminino na forma

poliarticular simétrica e do sexo masculino na forma espondilítica, (GOLDMAN, AUSIELLO,

2005).

Embora ainda existam muitas etapas a serem elucidadas na etiopatogenia da artrite

psoriásica, acredita-se que, num indivíduo geneticamente predisposto, a presença de um fator

ambiental possa funcionar como “gatilho” para desencadear as alterações imunológicas que

darão origem á doença.

Dentre os fatores ambientais, podemos citar infecção (retrovírus ou bactérias Gram-

positivas, como o estreptococo, e mais recentemente o HIV) e trauma articular (principalmente

em crianças); o estresse emocional representa importante papel no desencadeamento tanto da

psoríase cutânea quanto articular, porém os mecanismos neuro-imuno-endócrinos envolvidos

neste processo ainda necessitam a ser esclarecidos.

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Classicamente a artrite proriásica apresenta cinco forma clinicas: Oligoartrite

assimétrica (70%), é a forma clínica mais freqüente, acometendo grandes e/ou pequenas

articulações; Poliartrite simétrica (15%), apresenta quadro articular muito semelhante à artrite

reumatóide, pode acometer as articulações interfalangeanas distais, comumente não afetadas na

artrite reumatóide: Distal (5%), acomete exclusivamente as articulações interfalangianas distais,

geralmente associada a lesões ungueais; Artrite mutilante (<5%), é a forma mais clínica menos

freqüente e mais grave, acometendo geralmente indivíduos jovens, na 2° e 3° décadas de vida e

por ultimo a Espondilite (5%), os sintomas clínicos costumam ser indistinguíveis daqueles

apresentados pela espondilite anquilosante, (CARVALHO et al, 1999).

Sendo a artrite psoriásica é uma daquelas onde o estresse embional representa um

importante fator desencadeante da crise tanto articular quanto cutânea; sendo assim, o suporte

psicológico é importante e indispensável na condução dos pacientes psoriásicos, principalmente

para assegurar-lhes que a doença é controlável na maioria dos casos.

Os AINH são utilizados de rotina no tratamento da artrite psoriásica, cursando com

evidente melhora da dor articular, mas não são capazes de alterar sua evolução: devem ser

utilizados de forma intermitente, enquanto houver atividade de doença, (CARVALHO et al,

1999).

2.2.6 Artrite enteropáticas

As doenças inflamatórias intestinais (DII) podem acometer de 2 a 20 indivíduos em

cada 200.000 pessoas, já o acometimento articular pode afetar 2 a 26% dos pacientes com

doença inflamatórias intestinais.

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Classicamente podemos observar manifestações articulares associadas a retocolite

ulcerativa e a doença de Crohn, e, em menor proporção, a doença de Whipple, doença celíaca e

cirurgia de bypass intestinal.

De acordo com Carvalho, et al (1999), os acometimentos articulares nas DII podem

ser subdivididos em oligoartrites periférica, poliartrite periférica e espondilite enteropática. A

oligoartrite periférica acomete preferencialmente grandes articulações de membros inferiores,

associado a entesopatias periféricas (notadamente em inserção de tendão de Aquiles e fascia

plantar); não tem predomínio de sexo ou antígeno de histocompatibilidade específico, e sua

evolução está invarialmente associada à atividade da doença intestinal, lesões cutâneas, tipo

eritema nodoso, podem ocorrer em 10 a 25% destes pacientes. Uma poliartrite periférica,

geralmente não deformante, pode ocorrer na doença de Whipple e após cirurgia de bypass

intestinal, quadro semelhante, porém potencialmente mais agressivo e deformante, pode ocorrer

em pacientes com doença de Crohn.

A espondilite esteropática pode acometer 2 a 12% dos pacientes com retocolite

ulcerativa e doença de Crohn; predomina no sexo masculino (2:3:1), sendo que 50 a 75% destes

pacientes apresentam HLA-B27 positivo, o quadro clínico e radiológico da espondilite

enteropática é semelhante ao observado na espondilite anquilosante, e sua evolução costuma ser

independente do quadro intestinal, (CARVALHO et al, 1999).

Devido à possibilidade de causarem ulceração e/ou sangramento intestinais,

confundindo o médico sobre a atividade intestinal da doença, os antiinflamatórios não hormonais

não são prescritos de rotina em pacientes com artrite enteropática. É preferível o uso de

corticosteróides em baixas doses para o alívio da artrite ou entesopatia periféricas.

2.2.7 Uveíte anterior

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As uveítes anteriores, não granulomatosas, com crises agudas geralmente unilaterais e

recorrentes, são encontradas com freqüência dentro do grupo das espondiloartropatias. Podem

ocorrer em até 40% dos pacientes com EA, sendo menos freqüentes nas outras doenças do grupo.

Podem representar o primeiro sintoma clínico de uma espondiloartropatias indiferenciada.

Nas formas crônicas, reicidivantes, podem ser encontradas alterações no segmento

posterior, tais como vitreite, edema de mácula e edema do disco óptico. A presença do HLA-B27

geralmente não indica pior prognóstico oftalmológico, e sim maior possibilidade de desenvolver

sintomas articulares e evoluir para EAI. As uveítes anteriores associadas ao HLA-B27 são mais

freqüentes em homens e tendem a aparecer em indivíduos mais jovens, (CARVALHO et al,

1999).

Quando um paciente com espondiloartropatia apresenta uma crise aguda de uveíte

anterior, deve-se encaminhá-lo a um oftalmologista para confirmar o diagnóstico. Confirmado o

diagnóstico o mesmo indicará o uso de corticosteróide tópico (para diminuir a inflamação) e

modriáticos (para dilatar a pupila), (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

2.3 Diagnóstico

O diagnóstico de Espondiloartropatias indiferenciada é realizado principalmente em

indivíduos com formas precuminante precoces ou abortivas. Eles mostram uma combinação de

características típicas de EaP.

Muitas configurações de critérios geralmente para diagnóstico de EAI tem sido

propostas em adultos e crianças. Quatro estudos foram reunidos para definir EaP num estágio

precoce da doença, mas somente um deles foi testado num longo tempo de seguimento de estudo

de 10 anos e muito bem realizado.

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As artrites, entesopatia e sacroíliete (SI), são as principais características clínicas para

diagnóstico diferencial de EAI.

Segundo Zeidler et al (1992), a artrite tem que ser diferenciada principalmente da

artrite reumatóide soronegativa, artrite reativa e artrite psoriática, mas o grande espectro da

artrite deve ser levado em conta e excluído antes do diagnóstico de EAI ser realizado.

O uso indevido do tipo HLA-B27 na prática reumatológica implica que alguns

pacientes com sintomas reumáticos e lombalgia de outra origem pode ser diagnosticada como

EaPi. Este problema que tem sido extensivamente discutido por EA ou outra EaP poderia ser

idêntico e mais importante pela EAI; na ausência de artrite periférica.

Por outro lado, a HLA-B27 é freqüentemente a chave de um teste laboratorial para

suportar diagnósticos clínicos e radiológicos de EAI. O diagnóstico de artrite com HLA-B27

positiva ou entesopatia ou ambas não freqüentemente pode focar mais atenção aos sintomas

mínimos na coluna de acordo com identificação radiológica da SI assintomática ou minimamente

sintomática.

2.4 Fatores Hereditários

Os fatores hereditários desempenham um papel importante no surgimento das

espondiloartropatias. Cerca de 10 a 20% dos indivíduos HLA-B27-positivos desenvolvem

espondilite anquilosante após um evento ambiental desconhecido ou apresentam síndrome de

Reiter após exposição a Shigella ou a outros agentes ambientais, (GOLDMAN, AUSIELLO,

2005).

Segundo o autor supracitado, a proli de um indivíduo com HLA-B27 comporta uma

probabilidade de 50% de ser portador do mesmo antígeno e assim sendo, uma probabilidade

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global de 10% de vir a desenvolver espondilite anquilosante ou síndrome de Reiter ser for

exposta a um desencadeante artritogênico específico.

A explicação para o elo entre HLA-B27 e as espondiloartropatias continua

desconhecida. As hipóteses incluem: (1) B27 age como um local receptor para um agente

infeccioso; (2) B27 é um demarcador para um gene de resposta imune que determina a

suscetibilidade a um desencadeante ambiental; (3) B27 pode induzir tolerância aos antígenos

estranhos com os quais entra em reações cruzadas.

Sabemos agora que o risco de vir a desenvolver espondilite anquilosante para um

parente B27-positivo de um paciente B27-positivo é de 25 a 50% em comparação com cerca de

5% para um individuo B27-positivo. Isso fala a favor de diferenças entre os grupos B27. A

divisão de B27 por anticorpos monoclonais e células T citotóxica não forneceu uma explicação

para essas diferenças devendo existir outros genes de suscetibilidade (e talvez gravidade). Os

cromossomos 2,14 e 19 também podem participar, (GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

2.5 Fatores etiológicos

São reconhecidos muitos desencadeantes infecciosos para as artropatias reativas

(Shigella, Salmonella, Chlamydia etc). Em contraste, o evento ambiental artriogênico na

espondilite anquilosante não foi devidamente definido. Entretanto, um grande interesse foi

dirigido para Klelsiella e os plasmídeos ou outro material genético extra cromossômicos que

emana dos bacilos entéricos Gram-negativos, (ZEIDLER, et al 1992).

2.6 Sinais e sintomas

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Segundo Blacklow e MacBryde (1986), a dor músculo esquelética, seja oriunda das

articulações, dos tendões, dos músculos, das sinovias ou dos ligamentos costuma ser descrita

“dor nas juntas”. O paciente que se queixa de dor coxo-femoral pode estar na verdade

descrevendo dor ao longo da crista ilíaca, dor na região trocanteriana (bursite trocanteriana), dor

nas nádegas com a síndrome de ciática ou dor verdadeira na articulação coxo femoral na coxa ou

na área posterior correspondente nas nádegas.

O conhecimento das estruturas anatômicas nas quais podem surgir inflamação e dor

mecanismo e padrões das dores articular e periarticular constituem a base para um diagnóstico

exato e um tratamento apropriado.

Não só é importante para identificar quais as estruturas inflamadas, mas também para

dividir as condições inflamatórias, musculo-equelética naquelas em que a inflamação é parte de

um processo patológico generalizado e naquelas que refletem problemas locais.

Para compreender as implicações diagnósticas da dor, é preciso conhecer sua

natureza, sua localização e sua distribuição, sua constância ou variação e as características que

acentuam ou aliviam. Diferentes pacientes podem descrever a dor de maneira bastante diferente.

A dor pode ser influenciada por inúmeros fatores além da natureza do estímulo doloroso,

(GOLDMAN, AUSIELLO, 2005).

Alguns pacientes queixam-se bastante da dor, enquanto que outros podem considerá-

la trivial. Há uma enorme variação na tolerância e no limiar de dor. A dor é descrita comumente

como surda, constante, em caráter de queimação, em caráter de pontadas, opressiva e em termos

semelhantes. É preciso tentar identificar as estruturas envolvidas através da descrição da dor e

decidir quais os processos patológicos responsáveis mais prováveis, (BLACKLOW;

MACBRYDE, 1986).

A dor oriunda de articulações menores, como por exemplo, as das mãos e dos pés

tendem a ser mais localizada, enquanto que a dor proveniente das articulações maiores (quadril e

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ombros) geralmente tem uma distribuição mais segmentar. Assim sendo, o quadro álgico

proveniente de patologias na articulação coxa femoral e no músculo quadríceps crural é sentido

mais amiúde no joelho, enquanto que a dor proveniente do músculo tibial anterior pode localizar-

se no tornozelo, (BLACKLOW; MACBRYDE, 1986).

2.7 Treinamento de Força

O treinamento consiste no processo de aplicar estímulos conhecidos, os quais produz

no organismo uma alteração controlada de diversos micro sistemas e, em conseqüência,

conseguir diferentes níveis de adaptação que, normalmente, se ajustam a previsões iniciais, os

quais conduzem a melhora do rendimento em uma modalidade desportiva.

A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima de força que um

músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, e é considerada

uma capacidade física importante para o condicionamento físico não só para atletas como

também para indivíduos não atletas, (BAECHLE ; GROVES, 2000).

De acordo com Fleck e Kraemer (1999) o termo treinamento de força tem sido usado

para descrever um tipo de exercício que requer que os músculos se movam (ou tentem se mover).

Assim, funcionam contra uma determinada resistência, sendo que esta é normalmente

representada por algum tipo de equipamento, seja em forma de máquinas ou pesos livres.

Estudos demonstraram que o treinamento de força induz a hipertrofia das fibras do

tipo I e II, além disso, gera pouco ou nenhum aumento das atividades enzimáticas associadas à

fonte de energia ATP- CP e da fonte de energia da glicólise anaeróbia, (FLECK e KRAEMER,

1999).

Parece que as alterações nas atividades enzimáticas dependem do tipo de protocolo de

treinamento empregado. Entretanto, no que se refere à densidade da mitocôndria e capilar, o

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treinamento de força parece diminuir ou não causar alteração dependendo do protocolo de

treinamento utilizado. Estas adaptações podem levar a uma atenuação da capacidade oxidativa

dos músculos. Sendo assim, após o resultado destes estudos muitos atletas de resistência como

corredores de longa e curta distância e triatletas, passaram a não utilizar o treinamento de força

muscular temendo comprometer seu desempenho de resistência, (BAECHLE ; GROVES, 2000).

• Mùsculo

Segundo Davies, Blakeley e Kidd (2002), o tecido muscular é de origem

mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o

que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido

muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

Músculo liso que é o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos,

aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração

dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

O músculo estriado esquelético que é inervado pelo sistema nervoso central e, como

este se encontra em parte sob controle consciente, chamam-se músculo voluntário. As contrações

do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

E o músculo cardíaco que forma a maior parte do coração dos vertebrados. O

músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.

O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo,

formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o

esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.

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Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido

conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se

derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários,

secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio,

manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras

musculares.

A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros;

o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro),

tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que

se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites,

fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um

pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta, (GUYTON;

HALL, 2002).

Segundo o autor supracitado, no citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas

miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de

proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam

um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa

estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por

isso chamado músculos estriados.

Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o

retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons

cálcio.

As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu

comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia

ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I,

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contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais

intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de

actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por

filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais

clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre

duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da

fibra muscular com capacidade de contração e distensão, (GUYTON; HALL, 2002).

A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos

filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem

pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina,

quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina,

forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas

e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à

aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer, (DAVIES; BLAKELEY; KIDD,

2002)

Estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à

fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras

musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali

armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio

desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a

contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o

interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a contração, (GUYTON; HALL, 2002).

A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas

durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua

separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se

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unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se

o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis), (DAVIES; BLAKELEY; KIDD, 2002).

A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas

alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia nas células

musculares é uma substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato).

Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é

armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular

necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos

da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP, (GUYTON; HALL, 2002).

Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques

de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o

glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível.

Qualquer programa de treinamento de musculação deve estar relacionado a objetivos

pré-determinados que orientem a prescrição dos exercícios. Somente a partir dos objetivos

propostos é que poderemos traçar as estratégias de trabalho com mais eficiência, rapidez e

segurança.

• Volume de treinamento

O volume (quantidade de trabalho realizado) incorpora, além da duração em horas de

treinamento, o número de quilos, libras ou toneladas erguidas por sessão, o número de exercícios

realizados e o número de séries e repetições feitas por exercício. Um alto volume de treinamento

é usado para o desenvolvimento da resistência muscular, em virtude das muitas repetições

realizadas. Na medida em que se adaptam a volumes maiores de treinamento, os indivíduos

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começam a sentir uma melhor recuperação entre séries d exercícios e as sessões de treinamento,

(FLECK; KRAEMER, 1999).

• Intensidade de treinamento

No treinamento de força, a intensidade é expressa como uma porcentagem da carga

ou uma repetição máxima (1RM). A intensidade é determinada pelo esforço do sistema muscular

e nervoso central. A intensidade é regulada pela carga, velocidade do movimento e variação dos

intervalos de repouso entre as repetições. A carga de treinamento expressa como intensidade,

refere-se à massa em kg ou pesos erguidos, (BAECHLE; GROVES, 2000).

No treinamento de força se emprega as seguintes escalas de intensidades:

a) Carga Supermáxima = aquela que excede a força o indivíduo. Na maioria dos casos,

cargas entre 100 e 125% podem ser usadas pela aplicação do método excêntrico (cede à força da

gravidade). Ao usar cargas supramáximas, há necessidade de duas pessoas observando, postadas

em cada lado dos halteres, para evitar acidentes. Apenas atletas com uma forte história de

treinamento de força devem usar cargas supramáximas.

b) Carga Máxima= representam de 90 a 100% da máxima.

c) Carga Pesada =representa 80% a 90% de 1 RM.

d) Carga Média = representa 50 a 80% de 1 RM.

e) Carga Baixa = representa 30 a 50% de 1 RM.

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A carga deve relacionar-se ao tipo de força que está sendo desenvolvida e, mais

importante, deve estar de acordo com a combinação específica ao esporte, resultando da mescla

de força com velocidade e da força com resistência.

• Ordem de execução

Exercitar os grandes grupos musculares antes dos grupos pequenos é uma abordagem

aceita por muitos autores. Sempre que formos elaborar um programa de musculação para

iniciantes, a ordem de incidência dos exercícios sobre a musculatura deve permitir que os

grandes grupos musculares sejam trabalhados antes dos pequenos, pois estes últimos tendem a

fadigar-se mais rapidamente, (BAECHLE ; GROVES, 2000).

• Número de repetições dos exercícios e velocidade de execução

Conforme Fleck e Kraemer (1999), tanto o número de repetições quanto a velocidade

de execução dos exercícios de força são funções da sobrecarga de treino. Quanto maior a carga,

menor o número de repetições e mais lentamente serão realizadas. Para o desenvolvimento da

força máxima (85 a 105%), o número de repetições e muito baixo (1 a 7). Para exercícios com a

finalidade de desenvolver potência (50 a 80% de 1RM) o número de repetições é moderado (5 a

10).

• Número de séries

Uma série é um número de repetições por exercício seguido por um intervalo de

descanso. Exemplo: 3 x 8 (três séries de oito repetições).

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O número de séries depende do número de exercícios e da combinação de força:

a) Séries básicas = 1 a 2 séries de exercício

b) Intermediárias = de 3 a 4 séries de exercícios

c) Avançada = mais de 5 séries

De acordo com Fleck e Kraemer (1999), existe alguma controvérsia quanto ao fato de

séries múltiplas (2 ou mais) serem melhores do que séries únicas, para desenvolver força,

hipertrofia e/ou resistência muscular. Enquanto o treinamento de 1 série funciona bem durante os

primeiros estágios (10 semanas), existe uma crescente evidência a favor de séries adicionais nos

estágios mais avançados do treinamento. Séries múltiplas proporcionam um estímulo melhor,

pois recrutam todas as fibras de um músculo. “Quando três ou mais séries são realizadas, a

probabilidade de recrutar fibras adicionais torna-se maior”.

• Intervalo de descanso entre as séries

O intervalo de descanso é uma função da carga empregada no treinamento, do tipo de

força que está sendo desenvolvida e da taxa de explosão envolvida na realização do exercício.

Conforme Baechle e Groves (2000), períodos de descanso mais longos entre as séries

proporcionam tempo para que os “energizantes” (fosfatos) da contração muscular se

reconstruam, possibilitando que os músculos exerçam força maior.

Um descanso completo por 30 segundos restaura aproximadamente 50% do ATP e

CP gasto; Um intervalo de um minuto entre várias séries de 15 a 20 repetições é insuficiente para

restaurar a energia muscular e permitir a execução de alta tensão muscular; Um intervalo de 3 a 5

minutos ou mais permite uma reposição quase completa de ATP/CP. Depois do trabalho até a

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exaustão, um intervalo de 4 minutos é insuficiente para eliminar o ácido lático dos músculos que

trabalharam ou para repor todas as exigências de energia (glicogênio), (FLECK e KRAEMER,

1999).

A qualidade de vida esta diretamente influenciada pelo ambiente que, pode ser

compreendido como um conjunto de relações sociais, biológicas, culturais, econômicas,

religiosas, políticas e ecológicas, que formam um contexto que interage com o ser humano onde,

a partir desta interação (ser humano e ambiente), ambos podem ser modificados ou

transformados, (ROEDER, 2003).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA 3.1 Caracterização da Pesquisa

A pesquisa avaliou a influência do treinamento de força sobre a independência

funcional e qualidade de vida da paciente com espondiloartropatia indiferenciada. O estudo foi

realizado com base estudo de caso, sendo uma variação do plano clássico, (GIL, 1994).

Segundo Luciano (2001), a pesquisa quantitativa é o conhecimento traduzido em

números, opiniões e informações com vistas a analise. Este tipo de pesquisa requer a utilização

de recursos e de técnicas estatísticas.

Já na pesquisa qualitativa o mesmo autor cita que considera a existência da relação

entre a realidade e o sujeito, ou seja, a indissociabilidade entre o fenômeno objetivo e a

subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números.

3.2 Sujeito da amostra

O estudo realizado compreendeu de uma paciente do sexo feminino com idade de 29

anos que possui como diagnóstico espondiloartropatia sendo esta inscrita na lista de atendimento

da Clinica Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

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Paciente HMSK, sexo feminino, nacionalidade brasileira, residente em Tubarão,

estado civil solteira, graduada em pedagogia com diagnóstico médico de Espondiloartropatia

Indiferenciada. Tendo como queixa principal dores intensas que causam grandes limitações

funcionais.

Iniciou no dia 12 de outubro de 2004 com uma dor na região central do glúteo direito

irradiando até as pernas e pés, tornando-os dormecidos parcialmente. Após consulta com

reumatologista onde foi solicitada uma cintilografia óssea, foi constatado lesões na região sacro-

ilíaca bilateral e no externo-clavicular à direita. Foi solicitada cirurgia para investigação, onde foi

constatado a Espondiloartropatia Soronegativa Indiferenciada.

Segunda a paciente nos anos anteriores sentia dores semelhantes as que começaram

em 2004. Nestes períodos sofria varias quedas devido aos falseio nas pernas.

Os medicamentos que a mesma faz uso são: prednisona (5mg), diazepan (10mg),

mitotrixate (2,5mg), loxonin (60mg), fluoxitina (20mg), amitriptilina (25mg), tylex (30mg),

tramadol (50mg), acído fólico (5mg), omeprasol (20mg), bromoprida (10mg), dimeticona

(125mg), paracetamol (500mg), muvinor (625mg) e dramim B6.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para proceder este estudo foi utilizado os seguintes instrumentos:

• Ficha de identificação, onde constaram os dados pessoais do paciente e o tipo de

medicamentos utilizados, conforme Apêndice A;

• Questionário de Qualidade de vida da OMS (WHOQOL – Abreviado) que foi utilizado

para avaliação da qualidade de vida, conforme Anexo A;

• Escala análoga visual de dor, que tem pontuação de 0 que significa dor nenhuma até 10

que significa dor insuportável, Apêndice B;

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• Avaliação da força, conforme Apêndice C;

• Avaliação composição corporal, conforme Apêndice D;

3.4 Programa de treinamento

No programa de treinamento de força foram realizados em duas etapas A e B:

1° semana A

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 1x10 repetições;

• Crucifixo 1x10 repetições;

• Flexão de joelho 1x10 repetições;

• Tríceps na polia 1x10 repetições;

• Máquina abdutora 1x10 repetições;

• Alongamento.

1° semana B

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 1x10 repetições;

• Extensão de joelhos 1x10 repetições;

• Remada frontal 1x10 repetições;

• Maquina adutora 1x10 repetições;

• Rosca alternada com halteres 1x20 repetições,

• Alongamento.

2° semana A

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 2x10 repetições;

• Crucifixo 2x10 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 2x10 repetições;

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• Tríceps na polia 2x10 repetições;

• Máquina abdutora 2x10 repetições;

• Alongamento.

2° semana B

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 2x10 repetições;

• Crucifixo 2x10 repetições;

• Extensão de joelhos em pé 2x10 repetições;

• Tríceps na polia 2x10 repetições;

• Máquina adutora 2x10 repetições;

• Rosca alternada com halteres 2x20 repetições,

• Alongamento.

3° semana A

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 3x10 repetições;

• Crucifixo 3x10 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x10 repetições;

• Tríceps na polia 3x10 repetições;

• Máquina abdutora 3x10 repetições;

• Alongamento.

3° semana B

• Bicicleta por 10 minutos;

• Abdominal 3x10 repetições;

• Extensão de joelhos 3x10 repetições;

• Remada frontal 3x10 repetições;

• Máquina adutora 2x10 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

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4° semana A

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Crucifixo 3x15 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x15 repetições;

• Tríceps na polia 3x15 repetições;

• Máquina abdutora 3x15 repetições;

• Alongamento.

4° semana B

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Extensão de joelhos 3x15 repetições;

• Remada frontal 3x15 repetições;

• Máquina adutora 3x15 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

5° semana A

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Crucifixo 3x15 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x15 repetições;

• Tríceps na polia 3x15 repetições;

• Máquina abdutora 3x15 repetições;

• Alongamento.

5° semana B

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Extensão de joelhos 3x15 repetições;

• Remada frontal 3x15 repetições;

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• Máquina adutora 3x15 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

6° semana A

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Crucifixo 3x15 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x15 repetições;

• Tríceps na polia 3x15 repetições;

• Máquina abdutora 3x15 repetições;

• Alongamento.

6° semana B

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Extensão de joelhos 3x15 repetições;

• Remada frontal 3x15 repetições;

• Máquina adutora 3x15 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

7° semana A

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Crucifixo 3x15 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x15 repetições;

• Tríceps na polia 3x15 repetições;

• Máquina abdutora 3x15 repetições;

• Alongamento.

7° semana B

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• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Extensão de joelhos 3x15 repetições;

• Remada frontal 3x15 repetições;

• Máquina adutora 3x15 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

8° semana A

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Crucifixo 3x15 repetições;

• Flexão de joelhos em pé 3x15 repetições;

• Tríceps na polia 3x15 repetições;

• Máquina abdutora 3x15 repetições;

• Alongamento.

8° semana B

• Bicicleta por 15 minutos;

• Abdominal 3x15 repetições;

• Extensão de joelhos 3x15 repetições;

• Remada frontal 3x15 repetições;

• Máquina adutora 3x15 repetições;

• Rosca alternada com halteres 3x15 repetições,

• Alongamento.

3.5 Aparelhos e suas funções

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Figura 1: Alongamento

Abdominal porção supra umbilical:

• Exercícios para abdominais: motores primários; reto abdominal (parte superior). Serratil

anterior; intercostais.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após o aquecimento.

• Intervalo de descanso: 1 minuto.

Figura 2: Abdominal

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Crucifixo reto

• Exercícios para o peito: motores primários; peitoral maior (porção média), deltóide

anterior.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após abdominal.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Flexão de joelho

• Exercícios para posteriores da coxa: motores primários; semi tendinoso, semi

membranoso.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após crucifixo.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Tríceps na polia

• Exercícios para tríceps: motores primários; cabeça lateral e medial do tríceps.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: flexão de joelho.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Maquina abdutora

• Exercícios para os músculos abdutores: motores primários; glúteo Maximo e tensor da

fascia látea.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após tríceps na polia.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

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Figura 3: Maquina Abdutora

Extensão do joelho

• Exercícios para coxa: motores primários; vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e

reto femoral.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após abdominal.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Remada frontal

• Exercícios para as costas: motores primários; grande dorsal, trapézio, rombóide e reto

espinhal.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após estensao de joelho.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

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Figura 4: Remada frontal

Maquina adutora

• Exercícios para músculos adutores da coxa: motores primários; adutor longo.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após remada frontal.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Rosca direita com barra

• Exercícios para bíceps: motores primários; bíceps braquial e braquial.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após maquina adutora.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Gêmeos sentado com duas pernas

• Exercícios para panturrilha: motores primários; gastrocnêmico e sóleo.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

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• Ordem de execução: após rosca direita com barra.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

Elevação frontal

• Exercícios para trapézio e deltóide: motores primários; deltóide anterior.

• Volume de treinamento: 1x10, 2x10, 3x10 e 3x15.

• Intensidade: carga baixa para (1x10 e 2x10) e carga média (3x10 e 3x15).

• Ordem de execução: após gêmeos.

• Intervalo de descanso: 30 segundos a 1 minuto.

3.5 Procedimentos utilizados para coleta

As coletas referentes aos questionários, os testes e escalas foram realizadas na Clinica

Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. No dia 22 de março

de 2006, onde a paciente foi submetida a responder os questionários WHQOL, a escala de dor

EVA que foram aplicados pela pesquisadora.

Após a aplicação dos instrumentos de medida, no mesmo dia, deram-se início as

atividades de treinamento de força na academia escolhida pela pesquisadora.

Os atendimentos foram realizados semanalmente, 3 dias por semana no horário das

16:00 horas as 17:00 horas, durante o período de 8 semanas.

3.6 Procedimentos utilizados para análise dos dados

Os resultados finais obtidos a partir das aplicações dos questionários e a avaliação da

força muscular e qualidade de vida e dor.

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O questionário de qualidade de vida composto de vinte e seis questões, sendo duas

questões gerais de qualidade de vida e as demais compõe o instrumento original WHOQOL –

100.

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4 ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

O termo espondiloartropatia indiferenciada (EAI) foi introduzido para descrever a

família das artrites de etiologia desconhecida com manifestações axiais e periféricas denotando

dados clínicos e radiológicos bem como fatores de predisposição genética, (ZEIDER, 1992).

4.1 Caracterização da amostra

Paciente HMSR 29 anos, sexo feminino, com diagnóstico médico de

Espondiloartropatia indiferenciada, com queixa de dores intensas causando grandes limitações

funcionais. Faz uso de medicamentos, fisioterapia e para o presente estudo treinamento de força.

4.2 Analise dos dados quantitativos

Os resultados colhidos com o questionário de qualidade de Vida e força muscular na

mostram que a paciente tem uma qualidade de vida abaixo do esperado devido a grande

incapacidade para a realização das tarefas mais simples.

A força muscular poderia ter sido aumentada caso fosse realizado maior numero de

sessões que ficaram limitadas devido à dor.

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Sugere-se que a dor, a inaptidão e a incapacidade vivenciada pela paciente a levem a

problemas maiores dificultando o sono, a mudança constante de humor, a obesidade, a baixa

auto-estima.

Em relação ao IMC a paciente teve um aumento do seu peso de 1,1 kg/ m2, ou seja,

passando de 38,6 kg/ m2 para 39,7 kg/ m2.

Após o programa de exercícios (fortalecimento muscular) durante as primeiras

quatro semanas, houve certa satisfação da paciente bem como a melhora do humor e auto-estima.

Sugere-se que esta melhora se deva aos exercícios aeróbicos, pois o condicionamento

melhora a função cárdiopulmonar, aumentando a flexibilidade, a agilidade, além do mais, vai

aumentar o bem estar emocional, a auto-estima levando a uma atitude positiva, agindo em vários

sintomas que poderiam até levar a depressão.

A tabela 1 apresenta a avaliação e reavaliação da dobra cutânea da paciente na

primeira e oitava semana de treinamento de força.

Tabela 1: Avaliação e reavaliação da dobra cutânea após o treinamento de força Dobra Cutânea Antes Depois Diferença

Antebraço D 27,6 mm 28,1 mm 0,5 Antebraço E 26,8 mm 26,6 mm -0,2 Braço D 38,7 mm 41,5 mm 2,8 Braço E 39,2 mm 40,4 mm 1,2 Coxa D 69,7 mm 71,0 mm 1,3 Coxa E 71,3 mm 70,0 mm -1,3 Panturrilha D 37,1 mm 38,1 mm 1,0 Panturrilha E 39,9 mm 38,5 mm -1,4

Com relação à tabela 1, pode-se notar que não obteve-se diferença significativa. Isso

pode ter ocorrido devido à interrupção do treinamento durante 15 dias.

4.3 Análise dos dados da variável dor

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Os resultados da escala análoga da dor mostram que antes do programa de exercícios

a paciente apresentava uma dor generalizada muito intensa, com escore 9, segundo esta escala,

como apresenta o gráfico 1 .

Gráfico 1: Avaliação da dor segundo a escala análoga de dor nas 8 semanas de treinamento de força.

Escala Visual Análoga

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8

Semana

EVA

(adi

men

sion

al)

Após a realização do programa de exercícios os escores tiveram uma queda, ficando

sua graduação abaixo de nove, porem após há quarta semana a dor voltou com maior

intensidade, sendo que a paciente interrompeu as sessões durante 15 dias, retornando após,

porem com uma queda na qualidade de vida.

A dor é a principal queixa relatada por pacientes com esta patologia, sugere-se que

deva ser principal causa de inaptidão, sedentarismo ou outros sintomas. Pode indicar-se que a

melhora nesta variável deva ser, primariamente pelo exercício de fortalecimento muscular, pela

quebra do sedentarismo pelos efeitos tróficos do exercício.

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Os benefícios fisiológicos e psicológicos, observados após a pratica de exercícios

físicos, podem estar relacionados a alterações bioquímicas envolvidas com liberação de

neurotransmissores, com a ativação de receptores específicos e com a adequação dos níveis

serotoninérgicos, (SONENREICH et al, 1991).

4.4 Analise dos dados da variável qualidade de vida

A qualidade de vida nos pacientes com espondiloartropatia normalmente aparece

reduzida, devido aos inúmeros sintomas decorrentes desta patologia. No quastionarios, aplicado

neste estudo, com o intuito de avaliar a qualidade de vida, apontou uma grande defasagem, isto

pode estar relacionado a severidade da patologia, a forma com que os sintomas se apresentam e

como interferem na vida diária.

Para Ahles et al (1991), a qualidade de vida é a “percepção do individuo de sua

posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos

seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”, que pode ser avaliada através de

questionários.

Silva (1999), diz que a qualidade de vida ligada a saúde aplica-se a pessoas

sabidamente doentes e diz respeito ao grau de limitação e desconforto que a doença e/ou a sua

terapêutica acarretam ao paciente e a sua vida, é, ainda assim, uma concepção pluridimensional,

dado que engloba todos os aspectos da vida da pessoa potencialmente atingidas pelo adoecer e

extrapola a pura e simples limitação física.

A espondiloartropatia provoca um impacto negativo importante na qualidade de vida

dos pacientes. O impacto global envolve aspectos pessoais, profissionais, familiares e sociais,

(MARTINES et al, 1995).

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O impacto na qualidade de vida correlaciona-se fortemente com a intensidade da dor,

fadiga e decréscimo da capacidade funcional. Dessa forma, a utilização desses instrumentos

enquanto método de acompanhamento clinico é bastante interessante, quando associada as

medidas de avaliação dos sintomas, (BURCKHARDT et al, 1991).

Segundo Silva (1999), apesar de não existir cura para as artropatias, cada condição

pode ser controlada por meios médicos e farmacológicos. Os programas de educação dos

pacientes, incluindo exercícios, aconselhamento nutricional e técnicas de modificação

comportamental também evidenciaram benefícios terapêuticos para certos pacientes. Portanto,

muitos pacientes estão internados em tratamento terapêuticos, especialmente exercícios, capazes

de ajudá-los a controlar sua doença e a reduzir seus níveis de incapacidade.

Em geral foi mostrado que os exercícios de reabilitação exercem um impacto

significativo no sentido de diminuir a deteriorização e as incapacidades produzidas pelas

artropatias.

Muitos estudos mostraram que os pacientes com artropatias exibem funções

neuromuscular e cardiorrespiratória mais baixas, assim como seu condicionamento físico

(flexibilidade, desempenho funcional), que os indivíduos sem essa doença. Num sentido muito

geral, isso é devido ao efeito que a dor exerce sobre a capacidade de os pacientes se exercitarem

e até mesmo realizarem suas atividade da vida diária. Esses pacientes são menos ativos por causa

da dor que ocorre com os movimentos, (SONENREICH et al, 1991).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como proposta analisar os efeitos do fortalecimento muscular e

qualidade de vida em paciente com Espondiloartropatia Indiferenciada.

• Os exercícios apresentaram respostas positivas sobre a qualidade de vida da paciente nas

quatro primeiras semanas.

• O exercício de fortalecimento apresentou resposta positiva reduzindo a dor nas quatro

primeiras semanas.

• Porém com a interrupção da prática dos exercícios durante 15 dias, mostraram que as

dores voltaram o que demonstra a importância da prática constante de exercícios físicos

bem como o fortalecimento muscular.

• Para trabalhos futuros como sugestão, o tempo de exercício deverá ser aumentado (mais

que 8 semanas) e sem interrupções para obtenção de melhores resultados.

• É importante compreender, no entanto que nenhuma forma de exercício assim como o

treinamento de força, por exemplo, pode produzir todos os efeitos desejados para cada

pessoa.

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SILVA, M. A. D. Exercício e qualidade de vida. In: ________. BARROS, T; GHORAYEB, N. O Exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, D. A. (Ed.) Cecil: tratado de medicina interna. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GOLDING, D. N. Reumatologia em medicina e reabilitação. São Paulo: Ateneu, 1998.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Ficha de Avaliação e Reavaliação

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Ficha de Avaliação e Reavaliação

Identificação do paciente Nome:______________________________________________Sexo:______ Data de Nascimento:____/_____/_______Idade:_________anos Profissão:____________________________________________ Naturalidade:_________________________________________ Estado Civil: _________________________________________ Data da avaliação: ______________________________________________

Anamnese Queixa principal: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Historia da moléstia atual: a) Localização: __________________________________________________ b) Inicio: _______________________________________________________ c) Sintomas da fase aguda: _________________________________________ d) Sintomas da fase crônica: ________________________________________ e) Período onde mais se acentua a dor: ( )Manhã ( )Tarde ( )Noite Atividades de vida diária (AVD´s): a) tomar banho:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente b) Sentar-se: ( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente c) Subir escadas:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente d) Descer escadas:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente e) Vestir-se:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente f) Locomover-se:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente g)Higiene Pessoal:( )Independente ( )Parcialmente Independente( ) Dependente OBS: Exame Físico: Altura: _________________________Peso:___________________ Circunferências: ____________________________________________ Dobra cutânea:____________________________________________ IMC:_____________________________________________________

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ANEXO C

Escala análoga visual de dor

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ESCALA ANÁLOGA VISUAL DE DOR

1

2

3

4

5

6

7

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ANEXOS

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ANEXO A

Termo de consentimento

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.

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ANEXO B

Termo de consentimento para fotografias, vídeos e gravações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E

GRAVAÇÕES

Eu _________________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional.

Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma.

As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda.

Nome do sujeito da pesquisa e/ou

paciente:

______________________________________________

RG:

______________________________________________

Endereço: ______________________________________________

Assinatura:

______________________________________________

Nome dos pais ou responsáveis: ______________________________________________

RG:

______________________________________________

Endereço:

______________________________________________

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Assinatura:

______________________________________________

Se o indivíduo é menor de 18 anos de idade, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve ser obtido e assinado por seu representante legal.

Data e Local onde será realizado o projeto:

Clínica Escola de fisioterapia UNISUL - Tubarão

Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS

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ANEXO C

Questionário de Qualidade de Vida

WHOQOL – ABREVIADO

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