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JANINE COLOMBI DALSASSO
FIBRO EDEMA GELÓIDE: UM ESTUDO COMPARATIVO DOS EFEITOS
TERAPÊUTICOS, UTILIZANDO ULTRA-SOM E ENDERMOLOGIA-
DERMOVAC, EM MULHERES NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO
FÍSICO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado em Fisioterapia.
Orientador: Inês Almansa Vinadé.
Tubarão 2007
JANINE COLOMBI DALSASSO
FIBRO EDEMA GELÓIDE: UM ESTUDO COMPARATIVO DOS EFEITOS
TERAPÊUTICOS, UTILIZANDO ULTRA-SOM E ENDERMOLOGIA -
DERMOVAC, EM MULHERES NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO
FÍSICO.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de bacharelado em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 22 de junho de 2007.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer aos meus pais Jayme Luiz e Ana Maria, que
sempre acreditaram e pela oportunidade a eu oferecida, para minha formação.
Ao meu esposo Andersom que compartilhou os melhores momentos da
minha vida.
Em especial aos meus filhos Hercílio e João por compreender com amor e
proporcionar segurança a mim através de um sorriso.
A minha irmã Jayana, que em situações difíceis estendeu a mão para eu
superar os obstáculos da vida.
Não poderia faltar minha tia Mariléia, que além de ajudar a cuidar dos meus
filhos, acreditou e incentivou este trabalho nos momentos que pensei em desistir.
Por fim, uma pessoa especial minha amiga Morgana, que compartilhei
alegria e travessuras na minha infância e na vida adulta muito contribuiu com início
deste trabalho.
“Jamais poderemos compreender o que o outro espera de nós. Mas ainda é preferível fazer, a nada fazer pelo medo de errar”. (Peter Bamm).
RESUMO
A disfunção fibro edema gelóide trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido
dérmico e subcutâneo, podendo levar a quadros álgicos na área acometida, pode levar
até problemas psicossomáticos. O objetivo desta pesquisa foi confrontar os efeitos da
aplicação do ultra-som terapêutico, e a endermologia na redução do FEG grau-2 na
região glútea de mulheres jovens não praticantes de atividade física. O estudo foi
realizado com 10 participantes do sexo feminino, com quadro de FEG na região glútea.
As participantes foram submetidas a 10 atendimentos, 2 vezes por semana, com duração
média de 30 minutos para as duas técnicas utilizadas na pesquisa. Protocolo de
tratamento com US utilizada na freqüência 3MHZ, com intensidade de 1,0 w/cm2, modo
contínuo, o protocolo de tratamento da endermologia-DERMOVAC utilizado foi
intensidade ajustada de acordo com conforto da participante e cabeçote tamanho grande.
No pós-teste foi possível observar redução visual no quadro do FEG grau 2, para as
duas técnicas de tratamento. Conclui-se que o US e a endermologia, são recursos
eficazes no tratamento do FEG, porém, os benefícios entre eles não apresentaram
diferença estatística significativa neste estudo, havendo necessidade de mais pesquisas
na área em busca do embasamento científico que comprove seus reais efeitos.
Palavras-chave: Celulite. Dermato-funcional. Fibro-edema-gelóide.
ABSTRACT
The lipodystrofic is about a located clutter that affects the fabric dermic and
subcutaneous, being able to take the pictures in the area attack, can lead until
psychosomatic problems. The objective of this research was to collate the effect of the
application of the ultrasound the endermologia in the reduction of the FEG degree-2 in
the glutea region of women not practicing of young activity . O study was carried
through with 10 participants of the feminine sex, with FEG picture picture of FEG in
the glutea region. The participants had been submitted the 10 sessios, 2 times per week,
with average duration of 30 minutes for the two techniques used in the research.
Protocol of treatment with US used in frequency 3MHZ, with intensity of 1,0 w/cm2,
continuous way, the protocol of treatment of endermologia-DERMOVAC used was
adjusted intensity in accordance with comfort of the participant and great so great
headstock. In the after-test it was possible to observe visual reduction in the picture of
the FEG degree 2, for the two techniques of treatment. It is concluded that with US and
the endermologia, to be a resource, efficient in the treatment of the FEG, however, the
benefits between them had not presented difference significant statistics, has necessity
of more research in the area in search of the scientific basement that proves Reals effect.
Palabras-clave: Cellulite. Dermato-Functionary. Lipodystrofic
1 INTRODUÇÃO
O ideal de beleza no início do terceiro milênio é o “corpo perfeito”. A
presença de tecido adiposo é pouco aceita e as irregularidades deste tecido, a “Celulite”,
é um pavor das mulheres, já que é provocada e atraída permanentemente para estar de
acordo com os padrões de beleza atual. A disfunção aparece cada vez mais cedo,
afetando jovens e adolescentes, não respeitando até mesmo as mulheres magras.
Além de ser desagradável aos olhos do ponto de vista estético, o fibro
edema gelóide acarreta problemas álgicos nas zonas acometidas e diminuição das
atividades funcionais. É uma afecção que provoca sérias complicações, podendo levar
até a quase total imobilidade dos membros inferiores, além de dores intensas e
problemas psicossomais.
O termo celulite foi inicialmente utilizado na década de 20, onde era
conhecida na comunidade científica como lipodistrofia localizada, que se traduz pelo
acumúlo de gordura em uma ou várias zonas específicas do corpo. Atualmente outras
denominações são utilizadas para designar “Celulite”, como: fibro edema gelóide,
lipodistrofia genóide, paniculose, entre outras.
Várias hipóteses foram encontradas na literatura para criar um conceito
básico da disfunção. Segundo Guirro e Guirro (2002), sem dúvida trata-se de uma
desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo com alterações
musculares e lipodistróficos com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto
macroscópico. O FEG atinge 90% dos indivíduos do sexo feminino; a prevalência é em
países desenvolvidos onde há um maior consumo de proteínas e gordura nas dietas.
(PINTO; SAENGER; GOVANTES, 1995).
O fibro edema gelóide apresenta problemas patogênicos complexos e
dúvidas quanto à sua etiologia. Não se fala em “causa” específica, visto que diversos
fatores associados contribuem para o aparecimento da disfunção, não sendo possível
isolar cada um dos fatores.
O tratamento do fibro edema gelóide envolve diversos profissionais, sendo
que existe uma gama de tratamentos e recursos no mercado, porém, é necessária a
eleição da técnica mais eficaz em sua resolução. No entanto, há uma escassez no
embasamento científico que comprove reais efeitos.
A fisioterapia vem ampliando cada vez mais sua área de atuação, visando
sempre equilíbrio entre saúde física e qualidade de vida. A fisioterapia dermato -
funcional é uma área da fisioterapia que vem acabando com o empirismo dos
tratamentos estéticos amplamente utilizados por profissionais não capacitados, uma vez
que atua na comprovação científica dos métodos e técnicas abordados para o tratamento
de diversas patologias, como caso do fibro edema gelóide.
Esse conhecimento proporciona uma abordagem direcionada à forma mais
eficaz de tratamento para cada paciente, potencializando e assegurando resultados
efetivos, sem causar riscos a saúde.
Vários recursos são utilizados para o tratamento do FEG, no entanto, há
falta de embasamento cientifico que comprove os reais efeitos. Nos últimos 15 anos
vários tratamentos surgiram, entre eles encontra-se o ultra-som terapêutico 3MHz e a
endermologia. Todas as técnicas de tratamento são tentativas de melhorar o aspecto da
pele e de agir nas várias etapas que participam da disfunção. Sendo o ultra-som
terapêutico e a endermologia os que apresentam resultados favoráveis.
O uso do ultra-som terapêutico no tratamento do FEG está vinculado aos
efeitos fisiológico associado á sua capacidade de veiculação de substâncias através da
pele (fonoforese), além de promover neovascularização com conseqüente aumento da
circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas, e melhora das
propriedades mecânicas do tecido.
Já a endermologia é uma técnica terapêutica, que permite dupla ação
sinérgica de aspiração e mobilização profunda da pele e tela subcutânea, em que é
utilizada a pressão negativa na sucção associada ao rolamento, permitindo assim um
incremento na circulação.
Desta forma, houve o interesse e a necessidade de pesquisar: “Qual forma
de tratamento é mais eficaz na redução visual do FEG, ultra-som?”. De acordo com
Guirro e Guirro (2004), o principal fator na obtenção de um bom resultado terapêutico é
o correto diagnóstico aliado à escolha da melhor técnica de tratamento. A tendência
moderna é de associação ou alternância de grupos terapêuticos para maior facilidade de
controle da patologia. Desta forma, este estudo justifica-se pelos resultados já
alcançados utilizando tais técnicas e pela fundamental importância, aprimoramento e
aperfeiçoamento para os fisioterapeutas que atuam na área de dermato funcional, em
busca da eleição da melhor técnica de tratamento.
Para realização desta pesquisa foram traçados objetivos gerais e específicos.
O objetivo geral foi confrontar os efeitos da aplicação do ultra-som terapêutico e a
endermologia-DERMOVAC na redução do fibro edema gelóide grau-2, na região glútea
de mulheres jovens e não praticantes de atividade física. Como objetivos específicos:
verificar o grau de acometimento do FEG em mulheres não praticantes de atividade
física; avaliar o efeito do ultra-som terapêutico associado a fonoforese sobre o FEG;
julgar o efeito da endermologia-DERMOVAC sobre o FEG; comparar as alterações
visuais encontrados no tratamento com ultra-som terapêutico associado a fonoforese e o
tratamento com endermologia-DERMOVAC sobre o FEG em mulheres não praticantes
de atividade física; analisar a satisfação da amostra tratada com as respectivas técnicas
de tratamento para redução visual do FEG neste estudo.
2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO NA DISFUNÇÃO FIBRO EDEMA GELÓIDE
2.1 SISTEMA TEGUMENTAR
O tegumento é o maior órgão do corpo, constituindo 16% do peso corporal
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
De acordo com Dângelo e Fattini (2002), o sistema tegumentar trata-se de
um sistema que inclui a pele e seus anexos (pêlos, unhas e mamas), proporcionando ao
corpo regulação da temperatura corporal, além de cumprir outras funções.
Figura 1: Arquitetura típica do tegumento.
Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 14). Junqueira e Carneiro (1999) relatam que a pele, que recobre a superfície do
corpo apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a
epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Também relatam
que abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme, que embora tenha a
mesma origem da derme, não faz parte da pele, apenas lhe serve de suporte e união com
os órgãos subjacentes.
Os anexos da pele representam apenas 0,1% da superfície total da pele e
incluem as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e as unhas.
Todos, exceto as unhas, atravessam a epiderme. (SIMÕES, 2001).
As funções realizadas pelo sistema tegumentar são múltiplas, entre as quais,
raças à camada córnea que reveste a epiderme, protegem o organismo contra a perda de
água por evaporação e contra o atrito, além disso, através das suas terminações
nervosas, recebe estímulos do ambiente; por meio dos seus vasos, glândulas e tecido
adiposo, colaboram na termorregulação do corpo. Suas glândulas sudoríparas
participam na excreção de várias substâncias. A melanina, que é produzida e acumulada
na epiderme, tem função protetora contra os raios ultravioleta. (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 1995).
2.1.1 Pele
Segundo Dangelo e Fattini (2000, p. 73), “no adulto a área total de pele
corresponde a aproximadamente 2 m², apresentando espessura variada (1 a 4 mm)
conforme a região.”
A pele representa 12% do peso seco total do corpo com peso de aproximadamente 4,5 quilos, e é o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente. Um pedaço de pele com aproximadamente 3 cm de diâmetro contém: mais de 3 milhões de células, entre 100 e 340 glândulas sudoríparas, 50 terminações nervosas e 90 cm de vasos sanguíneos.(GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 14).
Ao mesmo tempo em que proporciona um revestimento para os tecidos
moles subjacentes, a pele desempenha muitas outras funções, incluindo proteção contra
dano, invasão bacteriana e dessecamento; regulação da temperatura corporal.
(GARTNER; HIATT, 1999).
Para Kerr (2000), a pele possui funções que incluem a proteção,
sensibilidade sensorial, termorregulação, produção de vitamina (D), várias propriedades
de secreção, de permeabilidade, defesa imunológica e cicatrização de ferimentos. A pele
também desenvolve os pêlos e unhas, que possuem funções protetoras especializadas.
A pele constitui o mais extenso órgão sensorial do corpo, para recepção de
estímulos táteis, térmicos e dolorosos. O seu teor de água é de cerca de 70% do peso da
pele livre de tecido adiposo, contendo perto de 20% do conteúdo total de água do
organismo. Sua espessura situa-se entre 0,5 e 4 milímetros.(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Nos dias atuais Dângelo e Fattini (2002), relatam que são reconhecidas duas
camadas na pele: a epiderme, mais superficial, e a derme, subjacente a ela. A epiderme
é constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado.
Figura 2: Epiderme e Derme
Fonte: Epiderme (2006) Para Guirro e Guirro (2002, p. 14) “a pele é composta de duas camadas
principais: a epiderme, camada superficial composta de células epiteliais intimamente
unidas, e a derme, camada mais profunda composta de tecido conjuntivo denso
irregular”.
A derme é rica em fibras colágenas e elastina, as quais conferem à pele sua
capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao estado original desde que
cesse a tração. Relatam ainda que a derme seja ricamente irrigada, com extensas redes
capilares. (DANGELO; FATTINI, 2002).
De acordo com os mesmos autores o limite entre a epiderme e a derme não é
regular, mas caracteriza-se pela presença de saliências e reentrâncias das duas camadas
que se imbrica e se ajustam entre si, formando as papilas dérmicas. “A derme repousa
sobre a tela subcutânea (hipoderme), rica em tecido adiposo gordura”. (DANGELO;
FATTINI, 2000, p. 173).
Para Gartner e Hiatt (1999) a derme é constituída de tecido conjuntivo
denso, não modelado, que contém principalmente fibras colágenas e redes de fibras
elásticas, que sustentam a epiderme e ligam a pele à hipoderme subjacente.
Guirro e Guirro (2002) dizem que a hipoderme é o tecido sobre qual a pele
repousa, e é formado por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ou adiposo ao
denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A mesma não faz parte da
pele, mas é importante porque fixa as estruturas subjacentes.
Cormack (2003) cita que a epiderme é altamente resistente ao desgaste e as
infecções, suas camadas superficiais são virtualmente impermeáveis à água, prevenindo
contra a dessecação e também contra a passagem de água através da superfície corporal
externa.
A epiderme é em geral descrita como constituída de quatro ou cinco camadas ou estratos. Podem-se observar da derme para a superfície as seguintes camadas celulares:
Figura 3: Estrutura da Epidérme
Fonte: Epitélio (2006) - Camada germinativa ou basal: é a camada mais profunda, responsável
pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que
são perdidas pelas vinte e duas camadas córneas. (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Para
Gartner e Hiatt (1999), esta camada se apóia na derme, formando uma interface
irregular.
- Camada espinhosa: é a camada mais espessa da epiderme constituída de
células de poliédricas a pavimentosas. (GARTNER; HIATT, 1999). Segundo Guirro e
Guirro (2002, p. 17), “suas células tem importante função na manutenção da coesão das
células da epiderme e, conseqüentemente, na resistência ao atrito”.
- Camada granulosa: segundo Comarck (1996, p. 212) “o estrato granuloso
possui apenas células de espessura. Consiste em células bastante achatadas que contém
grânulos basófilos característicos”.
- Camada lúcida: para Gartner e Hiatt (1999), é uma camada de células
finas, claras, homogêneas e pouco coradas, que se encontram imediatamente acima do
estrato granuloso. É mais proeminente em áreas de pele espessa e pode estar ausente em
outros locais (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
- Camada córnea: Guirro e Guirro (2002) dizem que esta camada é a mais
superficial da epiderme. Consiste de vários planos de células mortas intimamente
ligadas. “Estas células não possuem núcleos nem organelas, mas apresentam muitos
filamentos de queratina, embebidos na matriz amorfa”. (GARTNER; HIATT, 1999, p.
255).
Para Azulai e Azulai (1999), a derme, é uma camada com estrutura própria,
que fica abaixo da epiderme e acima da hipoderme. A derme é rica em fibras colágenas
e elastina, as quais conferem à pele sua capacidade de distender-se quando tracionada,
voltando ao estado original desde que cesse a tração. Relatam ainda que a derme é
ricamente irrigada, com extensas redes capilares.(DANGELO; FATTINI, 2002).
A camada papilar é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, e
assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua parte mais importante.
Admitem alguns que a função das papilas é aumentar a zona de contato derme-
epiderme, trazendo maior resistência à pele. (GUIRRO; GUIRRO, 2002). “A interface
entre a camada papilar e a camada reticular da derme é indistinguível, porque as duas
camadas são constituídas uma a outra”. (GARTNER; HIATT, 1999, p. 258).
Para Guirro e Guirro (2002) a camada reticular é a mais espessa, constituída
por tecido conjuntivo denso, e é assim denominada devido ao fato de que os feixes de
fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se em um arranjo semelhante a uma rede.
Ambas as camadas contém muitas fibras elásticas, responsáveis, em parte, pelas características de elasticidade da pele. [...] Através de sua elasticidade a pele permite os movimentos do corpo; ela está distendida além de seu ponto de equilíbrio elástico, tanto que se retrai quando há solução de continuidade. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 19).
Segundo Junqueira e Carneiro (1999), a hipoderme é formada por tecido
conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme e aos órgãos subjacentes.
“Funcionalmente, a hipoderme além de depósito nutritivo de reserva, participa no
isolamento térmico e na proteção mecânica no organismo às pressões e traumatismos
externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes”.
(SAMPAIO; SAMPAIO; RIVITT, 1985).
Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, poderá ter uma
camada variável de tecido adiposo, constituindo o panículo adiposo.
Conforme Guirro e Guirro (2004, p.15), “a aparência da pele depende de
uma série de fatores: idade, sexo, clima, alimentação e estado de saúde do indivíduo”.
2.2 FIBRO EDEMA GELÓIDE
Para descrever ou definir o fibro edema gelóide é preciso ficar clara a
inadequação do termo para se designar esta afecção, a qual não afeta preferencialmente
o elemento celular. Este erro de conceituação existe há muitos anos e ainda hoje conduz
a várias controvérsias e discussões. (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
De acordo com Parienti (2001) “celulite”, palavra de origem latina, cellulite,
quer dizer inflamação do tecido celular, derivada do adjetivo celulae, que significa
células, mais o sufixo ite, indicativo de inflamação, o que não define o seu verdadeiro
significado.
Alguns outros termos são utilizados para designar a celulite, na tentativa de adequar o nome às alterações histomorfológicas encontradas, dentre eles estão: a Lipodistrofia Ginóide – Lipodistrofia significa gordura com crescimento anormal e Ginóide faz referência ao sexo feminino; Paniculopatia Fibroesclerótica – Paniculopatia é uma doença do tecido adiposo e Fibroesclerótica quer dizer endurecimento pelo tecido fibroso; Lipodistrofia Edematofibroesclerótica – onde Edematofibroesclerótica significa inchaço, retração e endurecimento. Contudo, a denominação de Fibro Edema Gelóide (FEG) tem-se demonstrado como o conceito mais adequado para descrever o quadro historicamente conhecido e erroneamente denominado de celulite. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 348).
Ciporkin e Paschoal (1992) descrevem como: a FEG é uma infiltração
edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização
da substância fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica
consecutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de
geleificação.
O fibro edema gelóide afeta os tecidos cutâneo e adiposo em diversos graus,
portanto ocorre comprovadamente nesta disfunção uma série de alterações estruturais na
derme (pele), na microcirculação e nos adipócitos. (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Para Cardoso (2002), o fibro edema gelóide resulta, na maioria dos casos, de
um problema circulatório, uma vez que a circulação se processa lentamente. Assim, os
capilares se enfraquecem, propiciando a perda do plasma para o exterior dos vasos
sanguíneos e conseqüentemente levando ao aumento de líquido nos espaços
intercelulares. O organismo então reage criando uma barreira fibrosa, que encarcera as
células adiposas desenvolvendo, então, o fibro edema gelóide.
Sem dúvida trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico
e subcutâneo, com alterações vasculares e lipodistrofia com resposta esclerosante, que
resulta no inestético aspecto macroscópico. (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Guirro e Guirro (2002, p. 352) citam que “trata-se de um tecido mal
oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau
funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações no tecido
conjuntivo”.
Já para Campos (2000), o FEG decorreria de um déficit microcirculatório
causado por vários fatores exógenos ou endógenos. A má oxigenação dos tecidos,
causada por uma estase devida à presença de varizes, favorece a formação do FEG, pois
a estagnação do sangue não permite uma boa nutrição.
Pinto, Saenger e Govantes (1995), analisando dados clínicos concretos, têm-
se observado que a FEG afeta 95% das mulheres, podendo considerar quase que uma
característica sexual secundária.
Guirro e Guirro (2002) ressaltam que a mulher apresenta um número duas
vezes maior de adipócitos em relação ao homem e que, o corpo feminino tem tendência
ao acumúlo graxo nos glúteos e coxas, gordura sexo específica, ao passo que no
homem, tal acúmulo situa-se predominantemente no abdome. As fibras do tecido
conjuntivo das mulheres são mais separadas que as dos homens, mas não é entrelaçado
em forma reticular, o que favorece a insuflação das células gordurosas depositadas.
Figura 4: Diferença estrutural na camada subcutânea, masculino à esquerda e feminino à direita.
Fonte: Ribeiro et al., 2001.
A incidência é exclusiva na mulher. Sua topografia é de tipo genóide, localizada nos quadris, membros inferiores, e, em menor escala, no abdome, na região sub umbilical. Sua ocorrência mais freqüente durante a puberdade ou um episódio da vida genital; às vezes, como conseqüência de hormônio-terapia maciça demorada, por estrógenos ou corticóides. O papel das pílulas anticoncepcionais tem sido lembrado, sendo que, parece bastante evidente e restringe-se, na pior das hipóteses, a um número limitado de casos. (CARIEL, 1982, p. 15).
Figura 5: Localizações Preferenciais do FEG
Fonte: Ribeiro (2001) Acredita-se que uma alteração do fibroblasto causada por diversos fatores
faz com que as glicosaminoglicanas sofram alterações estruturais (hiperpolimerização),
elevando seu poder hidrofílico e a pressão osmótica intersticial. (GUIRRO; GUIRRO,
2002). Segundo Pariente (2001), esta alteração leva a hiperviscosidade da substância
fundamental ligada à estase capilovenular e linfática, desencadeiam-se, então, uma série
de sinais com transformação do tecido adiposo, em tecido celulítico. Isso traduz uma
dêscompensação histoangiológica que evolui em quatro fases:
1ª fase: estase venosa e permeabilidade capilar anormal. Ela se traduz por
uma congestão do tecido subcutâneo com vasodilatação, bloqueios conjuntivos,
seguidos de uma exsudação plasmática com formação de um edema intersticial.
2ª fase: organização progressiva e colagenização do exsudato plasmático. O
fenômeno de estase acentua-se. A parede dos vasos capilares torna-se porosa e por esse
motivo deixa de filtrar, no tecido subcutâneo, o soro que contém mucopolissacarídeos e
sódio. Esta etapa vai dissociar a trama das fibras conjuntivas. Por essas razões, a pele
perde sua elasticidade.
3ª fase: sulcos celulíticos. O fibrócito desencadeia a produção de elementos
fibrosos inelásticos que se entremeiam até dividir a hipoderme em compartimentos com
múltiplos alvéolos. A quantidade de adipócitos organiza-se em micronódulos.
4ª fase: fase fibrocicatricial com alteração dos capilares. Os micronódulos
comprimem as arteríolas, os nervos. As fibras conjuntivas aderem superficialmente à
pele e em profundidade às aponeuroses musculares.
Moretti (1997), explica que a fáscia superficial do tecido adiposo dá formato
às vigas ou septos que bloqueiam as zonas edemaciadas e dá aspecto a zonas elevadas e
zonas de covinhas. Além disso, as regiões de espessamento da fáscia superficial
provocam a formação de aderências íntimas entre pele e tecidos profundos. Tais zonas
são diferentes em ambos os sexos. Nos homens, a fáscia superficial se espessa e
engrossa na região da crista ilíaca. Isso provoca afundamento localizado no contorno
corporal e o acumúlo de tecido adiposo. Nas mulheres, a fáscia superficial sofre as
mesmas mudanças, mas vários centímetros abaixo da crista ilíaca, na altura do sub
glúteo.
Figura 6: Mecanismo que leva ao aspecto “casca de laranja” no FEG
Fonte: Ribeiro et al., 2001.
Segundo Guirro e Guirro (2002), não se podem falar em causa, visto que
seria impossível garantir sua verdadeira influência, não sendo possível isolar cada um
desses fatores, que somados, contribuem para o aparecimento do distúrbio.
De acordo com Guirro e Guirro (2002, p. 353), “de maneira geral pode-se
delinear uma etiologia para o FEG, enumerando e subdividindo os fatores que
provavelmente desencadeiam o processo em três classes”:
●Fatores predisponentes: causas genéticas, idade, sexo e desequilíbrio
hormonal.
●Fatores determinantes: estresse, fumo, sedentarismo; desequilíbrios
glandulares; perturbações metabólicas; maus hábitos alimentares; disfunção hepática.
●Fatores condicionantes: aumentar a pressão capilar; dificultar a reabsorção
linfática; favorecer a transudação linfática nos espaços intersticiais.
Além disso, várias teorias se postulam como candidatas para tentar explicar
o desenvolvimento do fibro edema gelóide. Cada uma guarda propriedades que
justificam seu grau de aceitação e se complementam entre si.Dentre as diversas teorias
quanto à origem do FEG, as mais descritas pelos autores são: teoria alérgica, tóxica,
circulatória, metabólica, bioquímica e hormonal.Lagéze apud Guirro e Guirro (2004), na
teoria alérgica reconheceu três etapas do processo: presença de soro no espaço
intersticial, hiperplasia e formação fibrosa e retração esclerótica.
Campos (2000) relata na teoria tóxica que o FEG seria decorrente de uma
substância nociva proveniente do sangue e pela retração dos tecidos que distendem essa
substância. Tal retração fixaria o edema, impedindo sua difusão e drenagem. “Já para
outros autores, o FEG deve ser considerado como uma reação do organismo às toxinas
que o invadem, por insuficiência hepática ou renal”. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p.
356).
Segundo Guirro e Guirro (2002), causas mais diversa têm sido invocadas
para explicar o déficit circulatório: restrições mecânicas externas, como o uso de certos
vestuários muito apertados, ou causas endógenas, como certas modificações do estado
físico-químico da substância fundamental conjuntiva, impedindo a livre circulação dos
líquidos intersticiais.
Durval (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), descreve na teoria metabólica
uma perturbação nutritiva histológica de natureza metabólica e de caráter distrófico, a
qual propõe a diminuição do metabolismo protéico e aumenta o metabolismo lipídico.
Conforme Cariel (1982), na teoria bioquímica quaisquer que sejam as
causas, o FEG resulta em uma perturbação da fisiologia molecular no íntimo da matriz
intercelular conjuntiva e, muito especialmente de uma polimerização dos
mucopolissacarídeos. Na teoria hormonal Weil-Fage, considera o início do FEG como
resultado de uma defesa hormônio-glandular e depois atribuída a um estado de hiper-
hormonal paratireóide.
Para Ciporkin e Paschoal (1992), o FEG é um processo distrófico com uma
fisiopatologia complexa com múltiplos fatores interligados, que atuam por diferentes
mecanismos em vários elementos alvos no tecido conjuntivo adiposo hipodérmico.
3.3 ULTRA-SOM TERAPÊUTICO 3MHZ
O ultra-som foi originalmente produzido através de um cristal de quartzo
vibrante quando submetido a uma corrente de alta freqüência. Sua primeira aplicação
prática foi em 1917 com a criação de sanares para a detecção de submarinos, utilizando
o método pulso-eco. Alguns anos mais tarde, descobriram que o ultra-som produzia
aumento da temperatura em tecidos biológicos, entre 1930 e 1940 ele foi introduzido na
prática médica como um recurso terapêutico, usado particularmente para produzir calor
em tecidos profundos. De 1940 até os dias atuais, o ultra-som vem sendo extensamente
usado em áreas médicas e industriais, e novos efeitos e aplicações do ultra-som vêm
sendo pesquisados. (BASSOLI, 2001, FUIRINI; LONGO, 1996, GUIRRO; GUIRRO,
2004).
O ultra-som é produzido por uma corrente alternada fluindo através de um
cristal piezoelétrico, produzindo contrações e expansões deste cristal. Esta vibração
causa a produção mecânica de ondas sonoras de alta freqüência. (STARKEY, 2001,
XAVIER; DUARTE, 1983).
O equipamento de ultra-som terapêutico consiste de um gerador de corrente
elétrica de alta freqüência, conectado a uma cerâmica piezoelétrica sintética (titanato
zirconato de chumbo – PZT), a qual se deforma na presença de um campo elétrico. Os
transdutores ultra-sônicos convertem a energia elétrica em energia mecânica e vice-
versa. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, GUIRRO et al., 1997).
O efeito piezoelétrico direto, no qual os cristais com propriedades
piezoelétrica, produzem cargas elétricas positivas e negativas quando são comprimidos
ou expandidos, e o efeito piezoelétrica inverso ou indireto, sendo esses os mesmos
cristais que se expandem ou se contraem quando uma corrente elétrica os atravessa.
(STARKEY, 2001, XAVIER; DUARTE, 1983).
Podem ser produzidos três tipos de ondas: as longitudinais, as transversais e
as estacionárias. A longitudinal ou compressional é a onda mais comum, as partículas se
deslocam paralelamente à direção do som. A alternância de pressão alta e baixa exercida
pelo feixe de ultra-som resultam em regiões de compressão (elevada densidade de
partícula) e de rarefação (baixa densidade de partícula) ao longo do caminho da onda.
Ondas longitudinais são transportadas em meios líquidos não viscosos. Na transversal
ou de cisalhamento, as partículas se deslocam perpendicularmente à direção da onda
sonora. Ondas transversais são formas comuns de propagação de ondas em meios
sólidos. As ondas estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas forem refletidas por
uma interface entre meios com impedâncias acústicas diferentes, como, por exemplo,
osso e músculo. Ondas estacionárias poderão ser produzidas se a onda que incide na
interface e a onda refletida na interface se tornarem superpostas a tal ponto que seus
picos de intensidade se somem. (FUIRINI; LONGO, 1996).
Pode-se definir como comprimento de onda à distância entre duas cristas
adjacentes, ou entre duas depressões. A amplitude (a) seria a distância entre uma crista
(ou expressão) e sua projeção no eixo horizontal de simetria, estando intimamente
ligada competência da onda, estabelecendo seu alcance. O período seria o tempo gasto
pela onda em uma oscilação completa, podendo assim ser definido como a distância que
a onda corre em um período. A freqüência (f) seria o número de oscilações na unidade
de tempo, é lida em Hertz (Hz), sempre que o tempo for medido em segundos;
velocidade (v) é definida como a distância percorrida pela onda por unidade de tempo,
dependendo das constantes elásticas do meio em que se propaga, decrescendo dos meios
sólidos para os meios líquidos e destes para os gasosos. (BASSOLI, 2001).
A energia numa onda de ultra-som caracteriza-se pela intensidade, expressa
em watts por centímetro quadrado (W/cm2), que representa a força das ondas sonoras
em uma dada área, dentro dos tecidos tratados. (HARR, 1998, STARKEY, 2001).
O feixe ultra-sônico apresenta um comportamento não-homogêneo, o qual
pode ser expresso por um coeficiente de não uniformidade. (GUIRRO; GUIRRO,
2002). O grau de variação da intensidade dentro de um feixe de ultra-som é medido em
termos de relação de não-uniformidade do feixe (RNF). Essa relação corresponde à
maior intensidade dentro do feixe, isto é, a intensidade espacial de pico e intensidade
média registrada no marcador de saída. A RNF ideal, porém clinicamente impossível de
ser obtida, é 1:1. Uma RNF maior que 8:1 pode ser considerada inaceitável.
(STARKEY, 2001).
Segundo Low e Reed (2001), as ondas emitidas de diferentes locais na face
do transdutor correrão até o mesmo ponto no espaço na frente da face do transdutor, por
diferentes caminhos e assim chegarão fora de fase. Algumas ondas se cancelam entre si,
outras se reforçam de modo que o resultado final é um padrão muito irregular de ondas
sonoras na região próxima da face do transdutor, chamada de campo próximo ou zona
de Fresnel ver (Fig. 5). Na região seguinte, o campo distante ou zona de Fraunhofer ver
(Fig. 5), o campo sonoro se alastra um pouco mais e torna-se mais regular porque o
comprimento diferente dos percursos a partir dos pontos no transdutor se torna
insignificante com distâncias maiores.
Figura 7: Intensidade irregular de um feixe ultra-sônico.
Fonte: Low e Reed (2001).
A forma do feixe ultra-sônico, chamado de campo acústico, determina a
distribuição espacial da energia entregue ao meio irradiado. No campo ultra-sônico
existem parâmetros que variam em função tanto do espaço quanto do tempo, por
exemplo, pressão, densidade e deslocamento, além das suas derivadas temporais e
espaciais tais como velocidade da partícula e gradiente de pressão e temperatura. Com
relação aos parâmetros do campo ultra-sônico, uma distinção deve ser feita entre os
parâmetros primários, que são medidos diretamente, e outras quantidades que podem ser
estimadas através de cálculos (GUIRRO et al., 1996b).
Existem diferentes métodos de medição de energia do campo ultra-sônico,
de sua intensidade e de grandezas derivadas que podem ser divididos em três grupos
principais: métodos que medem pressão acústica, força de radiação e temperatura.
(GUIRRO; GUIRRO, 2004, SANTOS, 1997). Dos três grupos apresentados, a pressão
pode ser medida diretamente utilizando o hidro-fone, a força de radiação pode ser
medida utilizando a balança de radiação e a temperatura pode ser medida utilizando
sensores térmicos. (GUIRRO et al., 1996b).
A onda ultra-sônica ao se propagar através do tecido, gerando a vibração das
moléculas. Conseqüentemente, com a propagação nas diferentes camadas do tecido, há
uma redução da intensidade da energia durante a passagem pelo tecido (atenuação)
devido à absorção e o espalhamento da onda. A absorção da energia emitida pelo feixe
ao tecido está relacionada com a natureza do tecido (proteína e conteúdo de água) e
freqüência/comprimento da onda ultra-sônica. Com relação à natureza do tecido, a
propagação da onda ultra-sônica tem maior penetração em tecidos que contém mais
água (ex. gordura) do que em tecidos que contem mais proteína (ex. músculo). Por outro
lado, o espalhamento é causado por reflexões e refrações que ocorrem entre os tecidos,
isto normalmente ocorre quando há uma grande diferença de impedância acústica (Z). O
valor de impedância acústica depende da densidade e da elasticidade do meio. Portanto,
quanto maior a diferença de impedância acústica entre as camadas do tecido, menor será
a penetração. A impedância acústica do tecido é o produto de sua densidade pela
velocidade de propagação da onda no tecido, para ondas planas. (LOW; REED, 2001).
O efeito mecânico, portanto, também é chamado de micro massagem, e esta
consiste na reação mecânica dos tecidos devido à pressão da onda ultra-sônica.
(GUIRRO et a.l., 1996b). Sob efeito da micro massagem, os gases existentes nos
tecidos podem resultar em pequenas bolhas de ar que oscilam através do campo ultra-
sônico, fenômeno este denominado de cavitação. (GUIRRO et al., 1996b).
Os efeitos não térmicos resultantes principalmente da cavitação exercem efeitos marcantes na estimulação celular e em microorganismos, alterando a permeabilidade de membranas. Já a cavitação instável pode promover danos teciduais decorrentes das altas temperaturas e pressões geradas em razão da liberação de energia no instante da ruptura da bolha de ar. O colapso dessas bolhas libera energia que pode romper as ligações moleculares, provocando a produção de radicais livres, altamente reativos. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 1994).
As forças de radiação (pressão acústica) podem deslocar distorcer e/ou
reorientar partículas intercelulares, ou mesmo células, com relação às suas
configurações normais. Evitando-se a cavitação instável, a força de radiação produz
uma alteração na permeabilidade da membrana celular, facilita o fluxo sanguíneo, o
suprimento de oxigênio e nutrientes, e aumenta o metabolismo celular, dentre outros
efeitos conseqüentes destas alterações. O micro fluxo acústico é resultado da pressão de
radiação exercida pela onda ultra-sônica quando se desloca através de um meio
compressível como uma suspensão de célula ou tecido. (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
O efeito térmico decorre da absorção das ondas mecânicas pelo tecido e sua
conversão gradual em calor. É predominante na forma de onda contínua, já que essa não
é modulada e emite feixes de onda contínuos, não havendo tempo hábil por parte do
sistema circulatório sanguíneo para o resfriamento do tecido. O aumento da temperatura
está relacionado com o aumento do tempo de aplicação ou da intensidade utilizada,
podendo trazer respostas benéficas ou deletérias ao organismo. Esse aumento da
temperatura tecidual ocasionará um aumento do fluxo sanguíneo local, aumento na
permeabilidade da membrana e na distenssibilidade das fibras colágenas, levando a um
aumento da capacidade de regeneração de tecidos lesados e da elasticidade tecidual.
(GUIRRO et al., 1996b).
Segundo Fuirini e Longo (1996), a transferência de energia poderá ocorrer
de duas formas: contato direto entre o cabeçote e o corpo ou através de tratamento
submerso.
O modo de transferência de energia por contato direto é o mais utilizado.
Nesse o transdutor é colocado diretamente sobre a pele, sendo mais bem realizado
quando a superfície a ser irradiada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades,
permitindo um bom contato de toda superfície metálica do transdutor com a pele.
(FUIRINI; LONGO, 1996, GUIRRO; GUIRRO, 2002, STARKEY, 2001).
Se a superfície do corpo for muito irregular, como as extremidades distais, o
que dificulta o contato entre o cabeçote e a pele faz-se uso da técnica de imersão, que
vai proporcionar uma dose mais uniforme de ultra-som. (STARKEY, 2001, FUIRINI;
LONGO, 1996).
Existe a necessidade da utilização de um meio de acoplamento que está
relacionada às características de absorção e reflexão da energia ultra-sônica nas
interfaces de diferentes impedâncias acústicas. O acoplamento diminui a resistência à
transmissão da onda, evitando a presença de bolhas gasosas, que aumentam a atenuação.
O seu uso consiste na possibilidade de igualar-se às impedâncias acústicas dos
diferentes meios. (GUIRRO et al., 1996b).
A impedância acústica similar à dos tecidos, alta transmissibilidade para o
ultra-som, alta viscosidade, baixa suscetibilidade para a formação de bolhas, natureza
quimicamente inativa, caráter hipoalergênico, esterilidade relativa, além de ser
transparente, e de baixo custo, são requisitos para a escolha do meio de acoplamento.
(LOW; REED, 2000).
Segundo Guirro e Guirro (2002), existe uma grande variedade de agentes de
acoplamento utilizados na prática clínica: gel, glicerina, água desgaseificada, parafina
líquida, entre outros, sendo o gel hidrossolúvel e a água desgaseificada considerados
como os materiais com maior eficiência. Estudos demonstram que a energia transmitida
nos diferentes meios foi sempre inferior à incidente. O mesmo autor cita uma taxa de
19,06% de transmissão da energia ultra-sônica para a parafina líquida, 67,65% para a
glicerina e 72,6% para o gel hidrossolúvel reafirmando, portanto, a eficiência do gel,
considerando a parafina líquida ineficiente.
Segundo Fuirini e Longo (1996), a transferência de energia poderá ocorrer
de duas formas: contato direto entre o cabeçote e o corpo ou através de tratamento
submerso.
O modo de transferência de energia por contato direto é o mais utilizado.
Nesse, o transdutor é colocado diretamente sobre a pele, sendo mais bem realizado
quando a superfície a ser irradiada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades,
permitindo um bom contato de toda superfície metálica do transdutor com a pele.
(FUIRINI; LONGO, 1996, GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Nesta técnica de aplicação pode-se utilizar como agente de acoplamento,
além do gel hidrossolúvel, formulações farmacológicas com fins terapêuticos para
tratamentos específicos, fonoforese, sendo que a base desta formulação deve ser
preferencialmente o gel (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Se a superfície do corpo for muito
irregular, como a extremidade distal, o que dificulta o bom contato entre o cabeçote e a
pele, faz-se uso da técnica de imersão.
Esta técnica também é utilizada quando não for possível o contato direto
devido, por exemplo, à dor. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, FUIRINI; LONGO, 1996). Na
técnica de imersão a parte do corpo em questão é submersa em um recipiente
completamente cheio de água em temperatura agradável. Submerge-se também o
cabeçote e posiciona-se a certa distância da parte a ser tratada. Em certas áreas do corpo
de difícil tratamento, como por exemplo, à superfície interior dos dedos dos pés, pode-
se usar uma placa metálica posicionada no fundo do recipiente.
Esta placa refletirá o ultra-som para que chegue à área a ser tratada no
sentido de baixo para cima. Segundo Fuirini e Longo (1996), uma terceira técnica para o
tratamento de superfícies com forma irregular é a chamada almofada d’água. Trata-se
de uma bolsa de plástico com água se adapta perfeitamente sobre a área a ser tratada. O
cabeçote e a superfície da bolsa em contato com a pele devem ser cobertos com agente
de acoplamento, e então se aplica o cabeçote sobre a superfície da bolsa. Nesta técnica
ocorre, sem dúvida, perda razoável de energia.
Em todos os métodos é importante mover o cabeçote continuamente em
relação aos tecidos devido a grande irregularidade do feixe de ultra-som no campo
próximo, a reflexão e refração no padrão de absorção de energia nos tecidos que é muito
irregular, as ondas estacionárias que podem se formar causando estase temporária das
células sanguíneas circulantes e dano endotelial, e a cavitação instável ou aquecimento
excessivo (com altas intensidades) que poderá causar dano tecidual. O movimento
constante do cabeçote nivelará a dose emitida para os tecidos e eliminará os riscos de
danos. (FUIRINI; LONGO, 1996).
Segundo Fuirini e Longo (1996), é necessário, para o tratamento o mais
uniforme possível, manter o cabeçote em movimento contínuo e lento. O cabeçote pode
mover-se de duas formas: (1) por meio de movimentos curtos, de poucos centímetros,
que se superpõem com a finalidade de assegurar o tratamento uniforme da área; (2) por
meio de pequenos movimentos circulares, sendo estes superposicionados levando a um
movimento praticamente espiral.
2.3.1 Ultra-som terapêutico na fisioterapia
Em Fisioterapia, o transdutor ultra-sônico é circular e normalmente
fabricado da seguinte forma: a) cerâmica piezoelétrica circular, dotada de eletrodos, b)
camada que promove o acoplamento mecânico entre a cerâmica e o meio e c) camada
de retaguarda (backing) que tem como objetivo refletir a onda que se propaga no sentido
oposto ao meio. (ZISKIN; LEWIN, 1993). Estes transdutores, na sua maioria, são
fabricados com cerâmica piezelétrica do tipo titanato zirconato de chumbo (PZT, sigla
em latim) que, normalmente, consiste de um disco com eletrodos em sua superfície
paralela, polarizado no sentido da espessura. Possui uma camada de retaguarda
(backing) formada por ar, para que toda a energia gerada seja transmitida ao meio e o
elemento piezoelétrico revestido por uma camada metálica, conforme citado na
introdução. Essa camada tem a espessura similar ao comprimento de onda ou metade do
comprimento de onda proporcionando um adequado acoplamento e proteção mecânica.
Além dessas características se ajustarem às propriedades eletromagnéticas (MORENO
et al., 2003).
Para o transdutor de um equipamento de ultra-som aplicado à Fisioterapia
atender as normas NBR IEC 60 601- 2-5 (1997) e NBR IEC 61689 (1998) referidas na
portaria da Anvisa nº 444/99, ele deve ser fabricado com cerâmica importada, ou a
cerâmica nacional deve ser escolhida com rejeitos superiores a 50% do fabricado.
(COSTA; AZEVEDO, 2003). Geralmente, os transdutores fabricados com cerâmica
piezoelétrica utilizam menos tensão elétrica para gerar a onda ultra-sônica. Alguns
equipamentos mais modernos possuem uma eletrônica capaz de reconhecer quando o
transdutor está ou não em contato com a pele do paciente. Quando não há contato, o
transdutor deixa de ser energizado, prevenindo danos ao mesmo. (OLAVE, 2004).
Figura 8: Esquema do transdutor ultra-sônico aplicado à Fisioterapia
Autor: Olave (2004)
A onda ultra-sônica ao se propagar através do tecido, gerando a vibração das
moléculas. Conseqüentemente, com a propagação nas diferentes camadas do tecido, há
uma redução da intensidade da energia durante a passagem pelo tecido (atenuação)
devido à absorção e o espalhamento da onda. A absorção da energia emitida pelo feixe
ao tecido está relacionada com a natureza do tecido (proteína e conteúdo de água) e
freqüência/comprimento da onda ultra-sônica. Com relação à natureza do tecido, a
propagação da onda ultra-sônica tem maior penetração em tecidos que contém mais
água (ex. gordura) do que em tecidos que contem mais proteína (ex. músculo). Por outro
lado, o espalhamento é causado por reflexões e refrações que ocorrem entre os tecidos,
isto normalmente ocorre quando há uma grande diferença de impedância acústica. O
valor de impedância acústica depende da densidade e da elasticidade do meio. Portanto,
quanto maior a diferença de impedância acústica entre as camadas do tecido, menor será
a penetração. A impedância acústica do tecido é o produto de sua densidade pela
velocidade de propagação da onda no tecido, para ondas planas. (LOW; REED, 2001).
Existe uma variedade de formas de fonte ultra-sônica na área médica.
(ZISKIN; LEWIN, 1993). Em Fisioterapia, as ondas ultra-sônicas apresentam o
comprimento de onda menor que a face do transdutor, o feixe ultra-sônico é cilíndrico e
com o mesmo diâmetro que o transdutor. No entanto, teoricamente, a fonte ultra-sônica
é circular plana e se propaga apenas na direção perpendicular à superfície da pele.
(DUCK et al., 1998).
O campo ultra-sônico gerado por equipamentos de Fisioterapia não é
homogêneo, proporcionando diferentes graus de aquecimento no tecido identificado
pelo valor de razão de não-uniformidade do feixe, que para efeitos de segurança a
norma NBR-IEC 61689 recomenda que seja menor ou igual a oito. Estes pontos são
chamados de “hot-spots”. Outros parâmetros, além deste, são derivados do campo ultra-
sônico como: ERA que depende do transdutor e do comprimento de onda; tipo de feixe;
parâmetro de assimetria cilíndrico; freqüência acústica de trabalho e o parâmetro mais
básico que é potência acústica de saída. Esta é medida pela balança de radiação.
(HEKKENBERG, 1998).
O transdutor que compõe os equipamentos de Fisioterapia é sem foco
proporcionando um campo acústico que pode ser dividido em duas regiões. A região
próxima da face do transdutor é denominada campo próximo ou zona de Fresnel. Nessa
região há a presença do efeito de difração decorrente do tamanho finito da abertura do
transdutor e, com isso, causando o padrão de interferência espacial que resulta na
variação da intensidade espacial (pressão). Já a região mais afastada da face do
transdutor é denominada campo distante ou zona de Fraunhofer, a partir da qual o feixe
se converte numa frente de onda em fase. A partir da transição entre campo próximo e
distante, o feixe se torna divergente tendo sua secção transversal um formato similar a
uma curva de distribuição normal, tecido, durante o tratamento fisioterapêutico com a
onda ultra-sônica, está exposto no campo próximo ou na zona Fresnel, local onde o
feixe não é uniforme. (ZISKIN; LEWIN, 1993).
A determinação da ERA do feixe, segundo os fabricantes de equipamentos
de US para Fisioterapia, equivale à área geométrica do elemento piezoelétrico, apesar
desta definição não ser correta, uma vez que a cerâmica não vibra com a mesma
amplitude sobre toda a sua superfície. Segundo a Food and Drug Administration
(FDA), a ERA é a área que contém de todos os pontos de um plano perpendicular ao
feixe e a 5 mm da face do transdutor, nos quais a intensidade é pelo menos 5% da
máxima intensidade nesse plano. No entanto, a norma NBR IEC 61689 especifica que a
ERA é o fator de conversão multiplicado pela secção transversal do feixe na face do
transdutor. A secção transversal do feixe na face do transdutor é determinada por uma
regressão linear de 4 medições da área da secção transversal do feixe realizadas para
diferentes distâncias em relação a face do transdutor.(ISHIKAWA, 2000). Estas são
definidas a partir do valor da distância entre a face do transdutor e o último máximo da
pressão acústica axial. A área de secção transversal do feixe é definida como a menor
área que engloba 75% da potência irradiada pelo transdutor, determinada numa região
do plano onde todos os pontos possuem uma intensidade igual ou superior a –32 db.
(ALVARENGA et al., 2001).
O ideal é que a escolha de um aparelho se baseia nas seguintes orientações:
segurança; NBR - use aparelhos que tenham transdutores com baixas BNR (5-6). Isto
significa que o campo de ultra-som é relativamente uniforme através da face do
transdutor, e que não apresenta pontos críticos de alta intensidade; freqüência – a
profundidade de penetração e a escolha do mecanismo físico desejado (térmico ou
antitérmico) dependem da freqüência, além disso, a aquisição de um aparelho que
ofereça a maior variedade de freqüência, p.ex. 0,75-3,0 MHz, dará ao fisioterapeuta
maior flexibilidade na sua possibilidade de tratamento; controle, e mostradores digitais
– estes controles são de fácil uso e mais precisos que os medidores e mostradores
analógicos, que são obsoletos; atualmente, muitos aparelhos possuem circuitos
integrados diagnósticos, que testam à saída do gerador a cada vez que o aparelho entra
em operação. Caso ocorra um defeito no equipamento, este sistema garante um rápido
diagnóstico deste defeito e permite que a manutenção seja realizada mais eficazmente e
timer automático. (KITCHEN; BAZIN, 1998).
A fundamental razão da aplicação deste recurso se deve pela absorção da
onda ultra-sônica associada com o aquecimento no tecido, que dependendo das
circunstancia, é benéfico. Além do aquecimento, a propagação da onda ultra-sônica no
tecido produz outros efeitos que foram descritos na secção anterior. Apesar de não se
conhecer com exatidão os padrões de aquecimento gerado pela onda, acredita-se que há
uma modificação do fluxo sanguíneo e conseqüentemente alívio na região tratada. A
variação da temperatura pode chegar a 6-9 ºC (WELLS, 1977). Para Lehmann e Castel
(apud KOLLMANN et al., 2005), o aumento de 1 ºC na temperatura do tecido resulta
no aumento de 13% na taxa do metabolismo. Geralmente, o aquecimento moderado da
onda ultra-sônica estimula a perfusão no local tratado, visto que o aumento de
temperatura pode proporcionar a redução das propriedades visco elástica do colágeno.
2.3.2 Terapia ultra-sônica no fibro edema gelóide
Sabe-se que quanto maior for a freqüência utilizada, maior será a absorção
nos tecidos superficiais e menor será a profundidade de penetração, por isso as
freqüências mais elevadas são utilizadas nos tratamentos de tecidos superficiais, como
ocorre no fibro edema gelóide. Sendo assim, a faixa de freqüência ideal no tratamento
do fibro edema gelóide é de 3 MHz.(ROSSI, 2001, GUIRRO; GUIRRO, 2002).
As ondas ultra-sônicas podem ser emitidas de modo contínuo ou pulsadas.
Na emissão contínua predomina o efeito térmico. Na emissão pulsada entre um impulso
e outro há um tempo que facilita a dispersão do calor. Com isso, o seu efeito térmico é
menor, e o efeito mecânico é predominante obtendo-se, deste modo, uma ação
analgésica, antiinflamatória e antiedematosa. No tratamento do fibro edema gelóide
recomenda-se o uso do ultra-som em emissão contínua, exceto se existir alguma
circunstância que contra indique a aplicação de calor. (ROSSI, 2001).
A dose do ultra-som é expressa em W/cm². Em geral para o tratamento do
fibro edema gelóide recomenda-se iniciar com doses baixas e aumentar a intensidade
progressivamente. Porém, estas não devem ultrapassar 2 W/cm², sobretudo quando se
trabalha em emissão contínua. Caso a aplicação seja em emissão pulsada a intensidade
pode variar de 2 a 3 W/cm².(ROSSI, 2001).
Como regra geral segundo Guirro e Guirro (2002), pode estabelecer o tempo
de dois minutos para áreas próximas de 10 cm². Pariente (2001) cita que a sessão de
ultra-som não deve exceder 10 minutos, e que a zona de atuação é de 10x15cm. Já
Longo (2001), não aconselha uma aplicação por mais de 15 a 20 minutos contínuos em
uma mesma sessão de tratamento, pois podem ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além
de outros efeitos colaterais. Isto limita, portanto, a área de tratamento. Com esses
parâmetros verifica-se que a máxima área de tratamento não é grande, sendo bem menor
que um glúteo ou uma coxa. Então se recomenda concentrar a utilização do ultra-som
nas regiões mais afetadas. O ultra-som pode ser instituído no tratamento em dias
alternados, de 2 a 3 vezes na semana. Deve-se aplicar, no máximo, 20 sessões. Após o
término destas deve-se aguardar 1 a 2 meses para então reiniciar o tratamento (ROSSI,
2001).
No caso do fibro edema gelóide se utiliza a aplicação móvel por contato
direto, a qual consiste em manter o cabeçote emissor do ultra-som em contato direto
com a pele que se deseja tratar. A aplicação deve ser realizada via um agente de
acoplamento, sendo que este deve ser suficientemente viscoso para agir como
lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para evitar contaminação e não apresentar
bolhas de ar no seu interior, o que favoreceria a atenuação do feixe. (GUIRRO;
GUIRRO, 2002). O transdutor deve ser mantido sempre perpendicular à área a ser
tratada, o que minimiza a energia refletida e refratada. É essencial que durante a
emissão da energia ultra-sônica o transdutor esteja em constante movimentação e que
seja mantido a todo o momento o contato com a mesma. A velocidade de movimento
não deve ser rápida, nem se deve manter o transdutor fixo. Simples rotações contínuas
deverão ser feitas com o cabeçote, e gel deverá ser acrescentado caso necessário. O
paciente não deve sentir pinçamentos ou aquecimentos excessivos, apenas uma ligeira
sensação de calor. (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Em virtude dos efeitos mecânicos, térmicos e químicos, o ultra-som produz
uma série de efeitos terapêuticos no fibro edema gelóide. (ROSSI, 2001). Sua ação
metabólica é extremamente benéfica, produzindo micro vibrações moleculares que se
traduzem como micro massagem, mais intensa nas junções tissulares. (ROSSI, 2001). A
ação térmica resultante das fricções produzidas pela micro massagem estimula de
maneira marcante a micro circulação, sendo que a melhora desta deve ser uma das
principais preocupações no tratamento do fibro edema gelóide. Além disso, o efeito
térmico associado com a liberação de substâncias vasodilatadoras leva a uma ativação
do metabolismo local. (ROSSI, 2001, CARDOSO, 2002). O aumento da permeabilidade
das membranas celulares associados com o estímulo circulatório favorece os
intercâmbios celulares e a reabsorção de líquidos e resíduos metabólicos. Com isso,
obtém-se um efeito de reabsorção de edemas. (ROSSI, 2001).
O ultra-som tem efeitos fibrolíticos, que diminuem a esclerose tecidual com
as fricções moleculares. Produz-se uma despolimerização ou fragmentação das
moléculas grandes de modo a diminuir a viscosidade do meio, que no fibro edema
gelóide encontra-se aumentada (ROSSI, 2001). De acordo com Longo (2001), onde
ressalta outro efeito do ultra-som em tecidos adiposos, onde é observado o
esvaziamento de adipócitos, sob ação do ultra-som, sem quebra da membrana celular.
Além da preservação da membrana celular verificou-se manutenção da integridade
física de todas as estruturas, como mitocôndrias, arteríola, ramos nervosos e outros,
mostrando que o ultra-som, quando utilizado nas doses terapêuticas recomendadas
(máximo de 3 W/cm²), não causa dano a tecidos sãos. Este fato demonstra a
inadequação do conceito, há muito repetido e afirmado, de que o ultra-som “quebra” o
fibro edema gelóide.
Em parte pelo efeito enriquecido com princípios ativos, que contenham
cafeína, extrato de alecrim, extrato de gingko biloba, extrato de centella asiática. Dentre
outros efeitos do ultra-som Guirro e Guirro (2002) destacam a neovascularização com
conseqüente aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras
colágenas, e melhora das propriedades mecânicas do tecido.
2.4 ENDERMOLOGIA
A endermologia é uma técnica terapêutica, que se utiliza um aparelho que
permite uma dupla ação sinérgica de aspiração e mobilização dérmica, onde é utilizada
a pressão negativa na sucção, associada ao rolamento (manobra do “palper-rouler”),
sendo um método de origem francesa, que é exercido pelos rolos presentes no cabeçote.
(GUIRRO; GUIRRO, 2002). O cabeçote faz a função de “apalpar-sugar rolar”, logo é
formado por uma câmara de aspiração onde o estancamento é garantido por válvulas
laterais e longitudinais. A pele é aspirada pela depressão de ar criada entre os dois
roletes motorizados que deslizam sobre a pele, e o espaço entre eles é determinado pela
espessura da dobra cutânea. Esta técnica permite a redução do fibro edema gelóide bem
como uma melhor condição da pele. (LOPES, 2003, GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Segundo Lopes (2003), antes de iniciar aplicação do tratamento com a
endermologia a paciente é preparada com óleo ou gel, para atenuar eventual desconforto
provocado pela aspiração e pinçamentos da prega cutânea pelo cabeçote, e facilitar as
manobras e o deslizamento dos roletes em todas as regiões do corpo. As funções do
tratamento com a endermologia no fibro edema gelóide consistem em melhorar a
maleabilidade do tecido, com ação inclusive nas etapas mais avançadas do distúrbio,
suavizando o aspecto acolchoado da pele, logo, a endermologia estimula a dissolução
dos nódulos e libera as aderências teciduais, bem como favorece na diminuição dos
transtornos circulatórios. A endermologia visa, através de ação puramente mecânica,
reverter o processo patológico do fibro edema gelóide instalado no tecido conjuntivo
hipodérmico. (SILVA, 2002).
Além disso, Lopes (2003) cita como ações resultantes do tratamento com
endermologia a ação lipolítica (pela ação mecânica), drenagem linfática e eliminação
dos resíduos metabólicos (através da ação de hipervascularização associada ao
desfibrosamento do tecido conjuntivo, garantindo uma melhor circulação dos fluidos),
tonificação da pele (pelo estímulo gerado no fibroblasto associado ao
descongestionamento dos tecidos) e desestresse muscular (por diminuir as tensões e
otimizar as trocas tissulares).
Figura 9: Ação sinérgica de aspiração (sucção) associada à mobilização da pele e tecidos subcutâneos.
Fonte: Endermologie (2005).
A utilização da pressão negativa como técnica de massagem corporal,
associada à mecânica dos roletes para simular o exercício das mãos de um (a)
massagista, tem como objetivos a diminuição do transtorno circulatório, a redução da
gordura localizada, o auxilio na drenagem linfática, bem como um auxiliar poderoso no
tratamento da celulite. (BIOSET, 2001).
A técnica de massagem, combinada com o vácuo do aparelho com a pressão
pelos roletes, atua como descongestionante e revascularizador do tecido conjuntivo
hipodérmico, drenando os excessos de gordura do local, o que faltará as trocas iônicas e
metabólicas das células, normalizando a região submetida a tratamento. (BIOSET,
2001).
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este capítulo tem por finalidade descrever o delineamento da pesquisa que
Gil (1994, p.70), revela que, “[...] o delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa
na sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto à previsão de
análise e interpretação dos dados”. Ainda considera as formas de controle das variáveis
e o ambiente em que os dados são coletados.
3.1 TIPO DA PESQUISA
Esta pesquisa caracteriza-se em pesquisa quase experimental, tendo como
projeto experimental o delineamento de experimentos “pré-teste e pós-teste”. Segundo
Gil (2002), numa pesquisa quase experimental não se verifica o pleno controle da
aplicação dos estímulos experimentais, ou seja, não tem grupo controle. É o caso dos
estudos sem grupo controle, ou que aplicam pré-teste e pós-teste a um único grupo
sendo o sujeito seu próprio controle.
De acordo com Almeida e Ribes (2000, p.98) classifica-se ainda como uma
pesquisa quantitativa, onde, “a utilização dos instrumentos de coleta são de informações
numéricas, medidas ou contadas, aplicados a uma amostra representativa de um
universo a ser pesquisado, fornecendo resultados numéricos, probabilísticos e
estatísticos”. Sendo assim, também será classificada como pesquisa quantitativa.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
A população desta pesquisa caracterizou por funcionárias de um centro
comercial chamado “Vila San Rafhael”, localizado na cidade de Orleans-Santa Catarina,
na Praça Celso Ramos, nº 215, centro. A amostra foi configurada por conveniência,
composta de 10 participantes. Foram selecionadas de acordo com os critérios de
inclusão e critérios de exclusão.
● Critérios de inclusão são os seguintes:
-gênero feminino;
-índice de massa corporal (IMC);
-ciclo menstrual normal;
● Critérios de exclusão são os seguintes:
-praticar algum tipo de atividade física, durante o tratamento, e ou iniciar
durante o período de tratamento;
-dieta alimentar, durante o tratamento;
-fazer uso de fármacos e/ou outras terapias alternativas (exceto
anticoncepcionais);
-ter realizado tratamentos anteriores para FEG;
A amostra foi dividida em dois grupos, cada um contendo 05 participantes
dispostas de acordo com a ordem alfabética, sendo que no grupo experimental-1
(realizou-se a aplicação do ultra-som associado a fonoforese), o segundo; o grupo
experimental-2 (realizou-se a aplicação da endermologia).
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS
Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram os seguintes:
● Termo de Consentimento livre e esclarecimento, do Comitê de ética
(CEP) da UNISUL-Universidade do Sul de Santa Catarina. (Anexo A);
● Ficha para avaliação dermato-funcional, utilizada pela Clínica Saúde Em
Movimento. (Anexo B);
● Geo Celugel da marca Fisio Line, para aplicação do US e óleo de
massagem Hidrat, da marca Fisio Line, para a endermologia;
● Aparelho de ultra-som terapêutico 3MHz da marca IBRAMED, para a
realização do tratamento;
Figura 10: Aparelho Ultra-Som
Fonte: Imagem realizada pela autora 2007 ● Aparelho de Endermologia, Dermovac-D 7010, para realização do
tratamento. (Anexo C)
Figura 11: Aparelho Dermovac D7010
Fonte: Imagem realizada pela autora 2007 ● quadro para avaliação visualização da presença de FEG das participantes,
onde as mesmas atribuirão uma nota de 00,0 a 10,00. (Anexo C).
● questionário quanto à satisfação das participantes. (Anexo D)
● figura para auxiliar na localização do FEG. (Anexo E)
3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS
O procedimento para a coleta de dados foi da seguinte forma: o
encaminhamento do projeto de pesquisa para o Comitê de ética (CEP) da instituição
(Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL). A coleta de dados foi realizada na
Clínica Saúde Em Movimento, localizada na cidade de Orleans-Santa Catarina no
período de abril a maio de 2007. As participantes assinaram o Termo de Consentimento
livre e esclarecimento da instituição (Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL),
aceitando a sua participação, tendo conhecimento das etapas do trabalho e da utilização
dos resultados obtidos.
Para iniciar a pesquisa foi aplicado um protocolo de avaliação, com o intuito
de verificar o grau de acometimento do fibro edema gelóide, onde foi utilizada uma
ficha para avaliação dermato-funcional específica da disfunção do fibro edema gelóide
que consiste de anamnese (dados gerais e hábitos de vida) e exame físico (inspeção e
palpação).
Na anamnese foi realizada uma entrevista para coletar os dados gerais e
hábitos de vida de cada participante.
O exame físico consta de inspeção e palpação:
Inspeção: foi realizada com a participante em posição ortostática, despida da
cintura para baixo usando apenas calcinha, sendo avaliado as alterações em relevo, além
das alterações associadas como, a coloração tecidual, varizes, equimoses, estrias,
hiperceratose folicular e tonicidade muscular. A inspeção também determinou o grau do
FEG, sendo observado o resultado do tratamento apenas no FEG de grau –2(dois).
Palpação: a participante ficou na posição ortostática para ser avaliado a
flacidez muscular, aderência tecidual e a forma do FEG. A participante ficou na posição
decúbito ventral, para ser realizado os testes específicos:
● “teste da casca de laranja”: a participante na posição decúbito ventral
pressionasse o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador (GUIRRO; GUIRRO,
2004).
Figura 12: Teste da casca de laranja.
Fonte: Guirro e Guirro, (2004).
● “teste de preensão” (pinch test): a participante na posição decúbito ventral
o teste é realizado com a preensão da pele juntamente com a tela subcutânea entre os
dedos, promove-se um movimento de tração (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Figura 13: Teste de pressão.
Fonte: Guirro e Guirro, (2004). Para dar continuidade a pesquisa foi aplicada um protocolo de tratamento
como descrito a seguir:
- Grupo experimental 1: Formado por 05 participantes, onde foi aplicado
ultra-som associado a fonoforese. Os parâmetros que foram utilizados são: freqüência
de 3 MHz, no modo contínuo, acoplamento direto, numa intensidade de 1,5 W/cm², com
tempo de 2 (dois) minutos para uma área de 10cm2, tempo total de 10(dez) minutos de
aplicação em cada hemicorpo; a participante foi posicionada em uma maca, em decúbito
ventral, com membro inferior semi-despido usando apenas calcinha, logo foi realizada a
limpeza da região a ser tratada com álcool 70% e algodão. Para aplicação foi utilizado
um gel (Celugel) da marca Fisio Line, com os seguintes princípios ativos:
●Extrato de centella asiática: aumenta circulação sanguínea. (FISIO LINE).
●Algas: promove hidratação da pele. (FISIO LINE).
- Grupo experimental-2: Formado por 05 participantes, onde foi aplicado
endermologia-DERMOVAC. Os parâmetros que foram utilizados são: intensidade
variando de acordo com a tolerância de cada paciente (pressão disponível no aparelho é
de 0 a -550 mmHg), com roletes grandes, com tempo de 10(dez) minutos de aplicação
em cada hemicorpo; da participante foi posicionada em uma maca, na posição decúbito
ventral com membro inferior semi-despido usando apenas calcinha, logo foi realizados a
limpeza da região glútea com álcool 70% e algodão. Para aplicação foi utilizado um
óleo para massagem Hidrat que contém óleo de prímula e óleo de mecadâmia, da marca
Fisio Line, com os seguintes princípios ativos:
●Óleo de prímula: promove hidratação da pele. (FIO LINE).
●Óleo de mecadâmia: promove a nutrição, hidratação e revitalização da pele. (FISIO
LINE).
Este protocolo foi aplicado 3 (três) vezes por semana, durante 5 semanas,
perfazendo um total de 10 (dez) atendimentos, com duração de 30 minutos em média
para cada terapia. Após as 10 (dez) sessões foi realizado exame físico seguindo
protocolo da avaliação inicial.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo será apresentadas a análise e discussão dos dados, sendo
utilizados para análise estatística, método de Fisker, para determinar os intervalos de
confiança das razões; o método de Tukey, considerando x=0, 05, para pós-teste de
comparação múltipla, os resultados ficaram apresentados em forma de gráficos e
quadros. Os grupos ficaram identificados, como já descritos no capítulo anterior, grupo
experimental-1 (tratamento com ultra-som terapêutico 3MHz); grupo experimental-2
(tratamento com endermologia-DERMOVAC).
4.1 ANÁLISE DA AVALIAÇÃO DO FEG
Os resultados mais relevantes obtidos na avaliação para chegar ao grau de
acometimento do fibro edema gelóide serão apresentados e descritos a seguir.
Foi realizado no início do estudo o mapeamento dos hábitos de vida e
características das participantes. De acordo com Nogueira et al. (2007), os exercícios
físicos somados aos hábitos de vida saudáveis minimizam os efeitos do FEG.
0 20 40 60 80 100
Três meses sem exercitar-se
Prefere salgados
Dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos
Ingere menos de 2 L de água/dia
Fumante
Muito café ou bebida alcoólica
Tomando hormônios ou anticoncepcionais
Variação de 5% no peso nos últimos 3 meses
Voluntários (%)
Não
Sim
Gráfico 1: avaliação dos hábitos de vida e característica das participantes
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em 2007
De acordo com Conti e Pereira (2003), um dos fatores desencadeantes do
FEG, compreende as alterações de natureza hormonal, tendo o estrógeno como principal
hormônio envolvido, ainda o considera como iniciador do processo sendo responsável
pelo agravamento do FEG.
Verificou-se sobre o uso de medicamentos que a maioria das participantes,
com 70% faz uso de pílulas anticoncepcional. A pílula anticoncepcional por ter em sua
constituição hormônios feminino desencadeiam as alterações nos adipócitos.
(FERNANDES, 2006).
O estrógeno é um dos hormônios femininos encontrados nas pílulas
anticoncepcionais. “O estrogênio predispõe as mulheres a reterem fluidos. Sempre que
há um surto de hormônios sexuais, o corpo está programado para armazenar gordura
para uso posterior (gravidez ou amamentar), [...] quantidades de estrogênio a níveis
excessivos, é um poderoso desencadeador do aparecimento da celulite”.
(ZIMMERMANN, 2004, p. 50).
Guirro e Guirro (2004) estabelecem como fatores determinantes, para uma
pessoa do sexo feminino, fumante, com maus hábitos, será alvo de fácil acesso para o
aparecimento do FEG.
O estudo apontou 60% das participantes ingerem muito café ou bebida
alcoólica. Revelando 80% das participantes são fumantes. E quanto à alimentação,
demonstrou 60% das participantes prefere salgados e com mesmo percentual de
participantes têm uma dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos.
Ribeiro et al. (2001) descreve que uma dieta rica em gordura ou carboidrato
e hábitos alimentares como comer muito à noite e pouco durante o dia, aumenta a
síntese e o armazenamento de gorduras, favorecendo o aparecimento do FEG.
Outro fator desencadeante para o aparecimento do FEG, é a pouca ingesta
de líquido, no estudo 50% das participantes revelam que ingerem menos de 2L de água
por dia. Rosembau et al (1998) afirma que tomar pouca água e abusar do sal dificulta a
troca de líquidos do organismo, favorecendo a retenção de resíduos tóxicos do
metabolismo celular.
Pinto, Saenger e Govantes (1995) concluem que uma sobre alimentação,
assim como dieta rica em gordura e carboidratos, hábitos alimentares errados, como a
má divisão das refeições (aumento da ingesta noturna), condicionarão uma síntese e
armazenamento importante de gordura, por outro lado, a pouca ingesta de líquidos, em
especial a água, assim como a ingesta excessiva de sal, serão fatores predisponentes ao
acúmulo e drenagem de metabólicos, provocando fenômenos de retenção hídrica e
intoxicação dos tecidos.
Em relação à prática de exercício foi encontrado um percentual de 80,00%
das participantes, não realizarão exercícios físicos nos últimos 3(três) meses.
De acordo com Campos (2000), o sedentarismo permite menor solicitação
dos músculos, ocasionando menor consumo de energia das células e conseqüentemente
aumento da gordura. A falta de exercício físico diminui a capacidade circulatória,
diminuindo a drenagem e a oxidação de toxinas.
Segundo Borges (2006) o sedentarismo favorece a retenção e acúmulo de
gordura nas células adiposas que se encontram por baixo da hipoderme, sendo um
problema caracterizado pela presença de pequenas depressões na pele com aspecto
conhecido como “casca de laranja”, porém, vale lembrar que as fibras do tecido
conjuntivo que separam as células adiposas se organizam de forma diferente nos
homens e nas mulheres.
O sedentarismo favorece a retenção e acúmulo de gordura nas células
adiposas que se encontram por baixo da hipoderme, sendo um problema caracterizado
pela presença de pequenas depressões na pele com aspecto conhecido como “casca de
laranja”, porém, vale lembrar que as fibras do tecido conjuntivo que separam as células
adiposas se organizam de forma diferente nos homens e nas mulheres. (BORGES,
2006).
Um outro aspecto importante na patogênese do FEG envolve a
predisposição das mulheres ao seqüestro de gordura devido à estrutura dos septos e seus
arranjos, entre si, que resulta tanto em adipólise e atrofia dérmica. Desta forma, trata-se
de um tecido pouco oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante
de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações do
tecido conjuntivo. (BORGES, 2006). Conclui Zimmermann (2004), que na região
comprometida os sistemas circulatórios e linfáticos não conseguem nutrir e oxigenar os
tecidos e nem drenar as toxinas. Por isso, qualquer fator que favoreça a retenção de
líquidos irá agravar o FEG. Mal oxigenada subnutrida e sem elasticidade o tecido
conjuntivo torna-se disforme e o FEG fica evidente.
Do ponto de vista étnico, observa-se uma maior incidência da distribuição
morfológica ginecóides nas mulheres de raça mediterrânea do que nas de raça nórdica,
que freqüentemente apresentam quadris menos largos e menor formação de celulite,
possivelmente ligado ao fator genético (PINTO; SAENGER; GOVANTES, 1995). De
acordo com Zimmermann (2004), sempre que a mulher sofre um aumento excessivo de
peso devido à alimentação hipercalórica, este ocorre primeiro nas áreas ginecóides,
antes de se estender ao resto do corpo e estas regiões são preferenciais ao
desenvolvimento da celulite.
Sendo afirmado por Hexsel e Oliveira (2000), as regiões mais afetadas pelo
FEG, em geral, são aquelas em que ocorre obesidade na mulher. Meirelles et al (1996),
conclui que o acúmulo de gordura na mulher ocorre nas regiões ginecóides.
Como pode ser visto no quadro abaixo, a distribuição da adiposidade
localizada nas participantes do estudo apresentando a seguinte distribuição: em flancos
60%, quadril 80%, trocantérica 30%, joelhos 10%, abdômen 70%.
Adiposidade Localizada %
Flanco 60 Quadril 80 Trocantérica 30 Joelho 10 Abdômen 70
Estrias/ Insuficiências venosas % Micro varizes 30 Equimoses 00 Edema 00
Quadro 1: dados coletado na inspeção, em relação às características das participantes.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em 2007 O quadro a cima também mostra a presença de micro-varizes em 30% das
participantes. De acordo com Ciporkin e Paschoal (1992), a pressão mínima sobre os
vasos sanguíneos, existe um acúmulo de sangre entre a pele e os músculos. A circulação
faz-se mais lenta, as veias se dilatam, provocando o aparecimento de varizes, veias,
varicosas, ramificações de micro vasos. Completando Borges (2006), as mulheres com
FEG apresentam sinais, como micro-varizes e telangectasias, em decorrência da
fragilidade capilar na tentativa de revascularização.
Quanto ao grau do FEG, foi possível observar que nenhuma participante
apresentou apenas o grau-1, 10% das participantes apresentavam grau-1 e grau-2, 70%
apresentavam apenas grau-2, 20% delas apresentavam grau-2 e grau-3.
Grau apresentado do FEG %
Grau-1 e Grau-2 10 Grau-2 70 Grau-2 e Grau-3 20
Quadro 2: Grau do FEG apresentado pelas participantes.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2007.
O FEG grau-2 é freqüentemente encontrado em mulheres com antecedentes
hereditários, vida sedentária, em emagrecimento mal conduzido (efeito sanfona). A
celulite é visível pela contração voluntária sem a necessidade de toque. (PINTO;
SAENGER; GOVANTES, 1995). Confirmado por Nogueira et al. (2007), em seu
estudo observou diferenças significativas entre as praticantes de exercício físico e as
mulheres sedentárias, sendo encontrado na maioria das praticantes de atividade física
apenas o grau-1. Enquanto, que em todas as sedentárias avaliadas o grau mínimo
encontrado foi o grau-2.
È importante saber que, “os estágios do FEG não são totalmente
delimitados, podendo ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma área de uma
mesma paciente”. (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 364).
De acordo com Ciporkin e Paschoal (1992) na palpação encontramos quatro
sinais clássicos, que são: aumento da sensibilidade à dor; aumento da espessura celular
subcutânea; aumento da consistência; e diminuição da mobilidade por aderência.
Alterações encontradas na palpação %
Flacidez muscular 40 Aderência tecidual 30 Sensibilidade à dor 60
Quadro 3: Resultados encontrados na palpação, realizados nas participantes.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2007.
Quanto à flacidez muscular, foi possível observar que 40% das participantes
apresentavam associada ao FEG. Justificado através de Guirro e Guirro (2004), Campos
(2004) quando descrevem a associação do FEG com a flacidez muscular um fato
importante e decorrente da falta de exercícios, uma vida sedentária onde não conseguem
manter ou obter hipertrofia muscular.
Foi observado em relação à aderência tecidual, que 30% das participantes
apresentavam a mesma. Rossi e Vernani (2000), afirmam que a aderência tecidual como
um dos sinais encontrados na palpação, devido à diminuição da mobilidade tecidual aos
planos mais profundos. Confirmado por Guirro e Guirro (2004), quando descrevem as
transformações ocorridas no tecido epitelial, principalmente o aumento da sua
densidade, em vez de permitir a mobilidade da pele, fixam-na aos planos profundos.
Tais alterações nem sempre se fazem por igual, de maneira que a pele apresentará um
aspecto acolchoado, o pregueamento cutâneo, em espessamento aparente, irregular, que
nos mostra uma sucessão de saliência e depressões.
A seguir será apresentado no quadro-3(três) o resultado da avaliação do
IMC (Índice de Massa Corpórea). Foram registrados a idade, peso e altura das 10
participantes para o cálculo do índice de massa corporal (IMC), no pré-teste e pós-teste.
Peso (Kg) IMC = peso/(altura)2 Voluntário
Pi Pf
Altura (m) Variação de Peso Idade
Ti Tf
1 59,20 57,50 1,63 1,7 27 22,28 21,64
2 52,10 52,30 1,57 -0,2 28 21,14 21,22
3 61,00 59,30 1,74 1,7 22 20,15 19,59
4 53,00 52,80 1,56 0,2 27 21,78 21,70
5 60,00 59,30 1,58 0,7 30 24,03 23,75
6 59,10 59,00 1,74 0,1 25 19,52 19,49
7 61,10 61,00 1,60 0,1 50 23,87 23,83
8 61,00 61,00 1,72 0,0 49 20,62 20,62
9 59,10 59,30 1,72 -0,2 25 19,98 20,04
10 59,20 59,30 1,59 -0,1 29 23,42 23,46
Quadro 4: Avaliação do IMC (Índice de Massa Corpórea), das participantes.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em 2007
Quadro 5: Legenda para situação do IMC
Fonte: Powley e Howley, (2000). A idade média das participantes ficou em 32,2 anos, a altura das
participantes está entr 1,56m-1,74m, a variação de peso durante o tratamento apresentou
máximo de 1,7Kg para mais e máximo de 0,2Kg para menos, o IMC das participantes
ficou entre 19,49-23,83.
Todas as participantes apresentaram índice de massa corpórea (IMC) entre
18,5 – 24,9, sendo possível observar através do quadro que todas as participantes
encontram-se em situação de normalidade em relação ao IMC.
Situação IMC
Abaixo do peso Menor de 18,5
Normal 18.5 - 24,9
Sobre peso 25,0 - 29,9
Obseo leve 30,0 -34,9
Pbeso moderado 35,0 - 39,9
Obeso mórbido 40,0 - acima
Neste estudo não foi utilizado medidas morfométricas para avaliar a redução
do FEG, sendo justificado pela literatura a seguir. De acordo com Guirro e Guirro
(2002), o FEG é confundido ou relacionado com a gordura corporal por muitas pessoas,
porém, atualmente pode-se afirmar que são processos nosologicamentes diferentes,
sendo este fato fundamentado por observações clínicas (não é preciso ser obeso para
possuir o quadro) e histológicas. Guirro e Guirro (2004) o que acontece nos indivíduos
com acúmulo de gordura corporal: é que no tecido patológico algumas células adiposas
estão aumentadas em volumes, podendo assim ser confundida com o FEG.
Campos (2004), afirma que se o FEG fosse unicamente obtido pelo volume
do tecido adiposo, poder-se-ia dizer que homens e mulheres com quantidades iguais de
tecido adiposo demonstrariam FEG na mesma proporção e sua presença não se
justificaria em indivíduos magros, no entanto sua prevalência indica que o FEG está
ligado às diferenças na organização do tecido conjuntivo.
Rosembaum et al. (1998), contribuíram muito com o estudo a respeito da
morfologia e bioquímica do FEG e observaram que o desenvolvimento das herniações
do tecido adiposo areolar para a derme, determinava o aparecimento da patologia. E
ainda, o tecido conjuntivo das mulheres, por apresentar septos verticais finos separando
os lóbulos adiposos, permitia a herniação do tecido adiposo para a derme reticular. Ao
contrário, nos homens os septos dispostos obliquamente não favorecem a herniação nem
ao aparecimento do FEG. Este trabalho esclarece uma evidência muito clara, O FEG
não é somente um problema relacionado ao tecido adiposo, porque se fosse assim,
homens e mulheres com a mesma quantidade de gordura iriam mostrar depressões
similares na pele e ainda mulheres magras não seriam acometidas pela patologia, porém,
homens obesos raramente apresentam o FEG, por outro lado mulheres extremamente
magras, com excelente trofismo muscular podem apresentar o FGE.
Outro estudo importante foi realizado por Nurmberger e Muller (1978),
onde apresentou a maioria dos homens afetada pelo FEG era hipoandrogênicos,
sugerindo que é a presença dos andrógenos, e não a ausência dos estrógenos, que
determina a estrutura do tecido subcutâneo.
Ciporkin e Paschoal (1992) descrevem que atividades físicas ou dietas
alimentares podem influenciar na avaliação da evolução do FEG. Contrapõe Borges
(2006),quando cita um estudo realizado, onde foram feitas análises de correlação entre
os dados antropométricos e os resultados de porcentagem da redução do FEG. Onde não
houve correlação significativa entre as variáveis analisadas, assim pode-se concluir que
a redução do porcentual do FEG não se correlacionou com as variáveis de peso e
medidas, sendo, portanto, a redução atribuída ao efeito do tratamento.
4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA VISUAL
A seguir será descrito o resultado da avaliação clínica visual realizada pela
autora, para verificar a redução do fibro edema gelóide grau-2 com grupo que recebeu
tratamento com ultra-som terapêutico 3MHz, e redução do fibro edema gelóide grau-2
com grupo que recebeu tratamento com endermologia-DERMOVAC, e por fim
comparar os dois grupos de estudo.
4.2.1 Análise do tratamento com ultra-som terapêutico 3MHz
Guirro e Guirro (2002) descrevem: como um dos recursos terapêutico no
tratamento do fibro edema gelóide, a técnica por ondas ultra-sônicas na freqüência de 3
MHz, intensidade de 1,5 W/cm2, no modo contínuo para realizar a absorção do princípio
ativo, indicada para o tratamento do FEG onde produzem alterações fisiológicas na
disfunção do FEG.
De acordo com Contie e Pereira (2003) o ultra-som é uma das principais
técnicas de tratamento terapêutico no FEG, pois emite vibrações sonoras de alta
freqüência, que no tecido irá causar um ativo nos complexos celulares, produzindo uma
micro-massagem, tendo como conseqüência aumento do metabolismo celular e quebra
do FEG.
Os resultados obtidos analisando a região de glúteos do grupo experimental-
1, que foi submetido à técnica de tratamento com ultra-som 3MHz, revelaram redução
do FEG grau-2 em todas as participantes, sendo que 3 participantes apresentaram
resultado satisfatório, e 2 participantes o resultado foi regular.
De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, o ultra-som 3MHz
associado a fonoforese, mostrou-se uma técnica eficaz na redução do FEG. Sendo assim
pode se afirmar que há redução do FEG com o tratamento utilizando ultra-som 3MHz.
Demonstrado no gráfico abaixo o número de participantes que apresentaram redução
dos sinais visíveis do fibro edema gelóide com contração voluntária dos glúteos, para o
grupo (experimental-1), pode ser visto abaixo.
2
3
Regular
Satisfatório
Gráfico 2: Participantes que apresentaram redução dos sinais visíveis do fibro edema gelóide(grupo
experimental-1)
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em 2007 Em um estudo realizado por Weinmann (2004), com 05(cinco) participantes
submetidas ao tratamento de FEG com ultra-som, após 20 sessões constatou que a
técnica mostrou-se eficaz no tratamento de fibro edema gelóide, uma vez que diminuiu
o grau de acometimento.
Oenning (2002, p.8) observou, “redução significativa, tanto do FEG grau- 1,
quanto o de grau 2, com melhora no aspecto da pele em “casca de laranja”. Outro
estudo foi realizado por Corrêa (2005), onde o ultra-som associado a fonoforese
mostrou-se um método eficaz no tratamento do FEG, reduzindo sua quantidade e
aparência.
Outro estudo foi realizado por Conti e Pereira (2003), onde mostrou
resultados favoráveis com Ultra-som associado a fonoforese para o tratamento do FEG,
o tratamento foi aplicado em 15 sessões, afirmam que o tratamento promoveu a
neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e aumento da
extensibilidade das fibras de colágeno e melhora das propriedades mecânicas do tecido.
Guirro e Guirro (2002) descrevem, além do ultra-som, a endermologia como
um método de tratamento que engloba equipamentos específicos, baseado na aspiração
(sucção), acrescido da mobilização profunda da pele e tela subcutânea.
4.2.2 Análise do tratamento com endermologia-DERMOVAC
A endermologia pode ser utilizada para vários objetivos, como para o
tratamento do FEG. Ela participa da mobilização dos tecidos fibrosados por uma ação
mecânica simples, identificada e trata as dermalgias reflexas, aumentando a
extensibilidade do colágeno, melhorando o trofismo tissular. (ROSSET; COSTA, 1999).
Para Silva (2002), as funções do tratamento com a endermologia no fibro
edema gelóide, consiste em melhorar a maleabilidade do tecido, com ação inclusive nas
etapas mais avançadas do distúrbio, suavizando o aspecto acolchoado da pele. O mesmo
autor descreve que, a endermologia visa, através de ação puramente mecânica, reverter
o processo patológico do FEG. Conclui Borges (2006), por esses efeitos é que a
endermologia torna-se uma técnica de extrema importância para o tratamento do FEG.
Lopes (2003) cita como ações resultantes do tratamento com endermologia,
a ação lipolítica (pela ação mecânica), drenagem linfática e eliminação dos resíduos
metabólicos (através da ação de hipervascularização associada ao desfibrosamento do
tecido conjuntivo, garantindo uma melhor circulação dos fluidos), tonificação da pele
(pelo estímulo gerado no fibroblasto associado ao descongestionamento dos tecidos) e
desestresse muscular (por diminuir as tensões e otimizar as trocas tissulares).
O número de participantes que apresentaram redução dos sinais visíveis do
fibro edema gelóide com contração voluntária dos glúteos, para o grupo (experimental-
2), pode ser visto abaixo.
1
4
Regular
Satisfatório
Gráfico 3: participantes que apresentaram redução dos sinais visíveis do fibro edema gelóide(grupo
experimental-2)
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em 2007 Os resultados obtidos analisando a região de glúteos do grupo experimental-
2, que foi submetido à técnica de tratamento com endermologia-DERMOVAC,
revelaram redução do FEG grau-2 em todas as participantes, sendo que 4 participantes
apresentaram resultado satisfatório, e 1 participantes o resultado foi regular.
Estudos comprovam que a massagem mecânica não-invasiva do contorno
corporal melhora a aparência na disfunção do FEG e alteram a distribuição da gordura
subcutânea, por tracionar verticalmente os tecidos conectivos. (BORGES, 2006).
La Trenta (1999) fizeram um estudo sobre o efeito da endermologia no
contorno corporal e na redução do FEG observou que as participantes submetidas a
tratamento completo com endermologia demonstraram que diminui a intensidade do
FEG, demonstrando ser uma modalidade segura para o tratamento do mesmo. Notou
ainda uma redução de 50% do FEG.
Estudando os efeitos da endermologia em mulheres com FEG Collins et al.
(1999), observaram uma relação inversamente proporcional entre as medidas de
circunferência e o fluxo sanguíneo. Portanto parece que as alterações no metabolismo
lipídico são induzidas pelo incremento circulatório.
Assim sendo o FEG uma alteração determinada, não somente, mas também
pela hipertrofia adipocitária, o aumento do metabolismo lipídico, induzido pelo
incremento circulatório, seria um mecanismo de melhorar os achados clínicos do FEG.
(BACELAR; VIEIRA, 2006).
No estudo realizado por Bertan (2005), observou que o tratamento com
endermologia mostrou-se eficaz na disfunção do FEG, pois conseguiu diminuir e
atenuar a sua presença, aumentando a auto-estima da paciente e proporcionou uma
melhor aparência local.
4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS COM ULTRA-
SOM E COM A ENDERMOLOGIA
A seguir será confrontado o resultado na redução dos sinais visíveis do fibro
edema gelóide com os glúteos contraídos voluntariamente, do grupo experimental-1 e
do grupo experimental-2.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Utra-som Endermologia
Redução (%)
Gráfico 4: Avaliação clínica visual da presença de FEG nas participantes pré-teste e pós teste
Fonte: Autora Como apresenta o gráfico a cima, os resultados em porcentagem de
participantes apresentando resultados satisfatórios na redução dos sinais visíveis do
FEG, ficou em 60% para o grupo experimental-1, e 80% para o grupo experimental-2.
Os valores de redução dos sinais visíveis do fibro edema gelóide com os
glúteos contraídos voluntariamente, para os dois grupos de estudo foi comparado
utilizando o método de Fisker, para determinar os intervalos de confiança das razões
entre os números de participantes que apresentam redução visual subjetiva, do fibro
edema gelóide ou não após 45 dias de tratamento em relação ao estado inicial do FEG
grau-2.
De acordo com os resultados da análise estatística (P>0,005: α=0,05), não
houve diferença estatisticamente significativa na redução visual, subjetiva, do fibro
edema gelóide nas técnicas de tratamento realizadas nesta pesquisa.
Não foi encontrado na literatura pesquisada, estudos comparando às técnicas
de tratamento utilizando ultra-som terapêutico e a endermologia.
Foi encontrado estudo associando as técnicas. Como pode ser visto no
estudo realizado por Togni (2006), onde foram associados às técnicas de ultra-som
(fonoforese) e de endermologia, constatou um progresso no quadro do FEG das
pacientes com o protocolo utilizado. Melhora esta observada na redução dos dados
perimétricos e dos graus de FEG, observados através de alterações visuais, além da
melhora no aspecto geral da pele.
Togni (2006) conclui que cada pessoa é diferente, com diferentes
apresentações do FEG. E de acordo com o estudo realizado, o uso conjunto de métodos
diferentes de tratamento associados a uma dieta alimentar balanceada e exercícios
físicos regulares tende a proporcionar uma melhora significativa do FEG.
Outro estudo associando as técnicas de tratamento foi realizado por Pravatto
(2007), associando ultra-som terapêutico de 3MHz com a endermologia, onde o mesmo
apresentou redução significativa do FEG.
4.4 ANÁLISE DA AVALIAÇÃO REALIZADA PELAS PARTICIPANTES
4.4.1 Avaliação visual das participantes na presença de FEG
As participantes receberam um questionário para avaliação visual subjetiva
dos resultados alcançados nos seguintes itens: firmeza da pela textura da pele;
imperfeições ou ondulações. Como pode ser visto no gráfico a seguir, onde resume o
resultado da avaliação subjetiva realizada pelas participantes, no pós-teste.
Avaliação Clínica Visual da Presença de FEG das Parricipantes
0 2 4 6 8 10
Imperfeições
ou ondulações
Textura da
pele
Firmeza da
pele
Notas Atribuídas
Endermologia
Ultra-som
Gráfico 5: Avaliação subjetiva visual realizada pelas participantes.
Fonte: Realizado pela autora em 2007. O valor médio das notas atribuídas pelos grupos de estudo foi
estatisticamente analisado utilizando o método de análise de variâncias de fator único,
com pós-teste de comparação múltipla de Tukey, considerando x=0,05.
De acordo com os resultados obtidos não houve diferença estatística
significativa entre os grupos selecionados.
4.4.2 Análise da satisfação das participantes após o tratamento realizado
Em relação à satisfação das participantes no dia do pós-teste, apresentou-se
porcentagem de 70% satisfeitas, 20% plenamente satisfeitas e 10% parcialmente
satisfeitas.
Estudos realizados com as técnicas de tratamento com ultra-som e
endermologia, isolados ou associados, apresentaram resultados significantes em termo
de satisfação das participantes como pode ser visto a seguir.
De acordo com Pravatto (2007), em seu estudo, foi visto além da redução do
FEG uma melhora no desenho corporal, apresentando um resultado significante de
satisfação das voluntárias participantes, com o tratamento realizado.
Corrêa (2005) descreve que a participante do seu estudo quando
questionada, no dia da reavaliação, sobre os resultados obtidos com a aplicação do ultra-
som associado a fonoforese sobre a região afetada pelo FEG, a mesma mostrou-se
bastante satisfeita
A satisfação do corpo representa importante papel psicossomais na vida de
uma pessoa principalmente em mulheres. As autoras Meyer; Medeiros e Oliveira (2003)
em um estudo com o objetivo de demonstrar o papel psicossocial da Fisioterapia
Dermato-funcional na melhoria da saúde da população de baixa renda, concluíram que
após o tratamento, a satisfação dos resultados estéticos trouxe benefícios psicossociais,
sendo o mais importante e que sintetiza todas as manifestações psíquicas e
comportamentais analisando, o aumento da auto-estima. E ainda relatam que os
resultados obtidos, além de suavizarem o desconforto físico causado pelas patologias
estéticas, recuperam a harmonia do corpo e o convívio social.
Nogueira et al. (2007), concluíram em seu estudo que um corpo mais
saudável e mais belo, proporciona uma melhora na qualidade de vida das mulheres,
aumentando assim a auto estima das mesmas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um indivíduo só é
saudável quando possui equilíbrio biopsicossomal, sendo que o FEG além de problemas
relacionados com a disfunção o FEG leva à problemas emocionais, logo pode ser
considerado um problema de saúde.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fisioterapia dermato-funcional, também conhecida como fisioterapia
estética, não só trata a estética do paciente, mas ele como um todo, prevendo a
recuperação físico-funcional dos distúrbios endócrinos, metabólicos, dermatológicos e
músculo-esquelético, buscando promover, aperfeiçoar ou adaptar através de uma
relação terapêutica o indivíduo, a uma melhor qualidade de vida. Nos últimos anos, o
interesse por parte de estudantes e profissionais por esta área de atuação tem sido
crescente.
Infelizmente nenhuma mulher está totalmente livre desse deparar com a
indesejável celulite e seus efeitos antiestéticos. Ao contrário do que muitos pensam o
FEG não é causado por gordura localizada, mas sim por uma deficiência circulatória
causada por diversos fatores.
Devido ao fato do FEG ser uma disfunção causada, influenciada e agravada
por múltiplos fatores, não é possível curá-lo. Ele é progressivo (piora com a idade) e
incurável, porém, em todos os casos existem tratamentos para melhorar o aspecto da
pele ou até recuperar o padrão normal.
Por se tratar de uma patologia com impacto significativo à imagem e a auto-
estima, causando também acometimentos físicos, como a dor e o aumento na
sensibilidade, existem inúmeras técnicas que se propõem a resolver o problema do FEG.
Observou-se uma melhora visual, significativa no aspecto da pele, entre os
estados iniciais e após 45 dias, tanto para o tratamento com ultra-som, como para a
endermologia, entretanto, não apresentou diferenças significativas entre os mesmos.
Todas as participantes relataram de maneira subjetiva melhoria quanto aos
atributos: imperfeições e ondulações da pele, textura e firmeza da pele, porém não
houve diferença significativa entre os tratamentos.
Devido a seu caráter crônico e progressivo, modalidades terapêuticas vêm
sendo estudadas para maior facilidade de controle da disfunção do fibro edema gelóide.
Em todos os métodos os objetivos são melhorar o aspecto da pele agindo em várias
etapas da disfunção do FEG. A tendência mais moderna é a associação ou alternância
das diversas técnicas fisioterapêuticas no tratamento do fibro edema gelóide. Como foi
dito por Guirro e Guirro (2002), éramos poucos batalhadores, descriminados até pela
própria classe. Hoje somos muitos, felizmente vencedores, porém, unidos pelo
crescimento desta. Para atingir esse propósito são necessários cientificidade e
reconhecimento. Para ser alcançado o intento da fisioterapia dermato-funcional, cabe
aos profissionais de fisioterapia utilizar todo o seu conhecimento técnico cientifico, com
responsabilidade e cientificidade, buscando sempre as melhores técnicas de tratamento.
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ANEXO A – Termo de consentimento
ANEXO B – Ficha de avaliação fisioterapêutica para FEG
ANEXO C - Guia para identificar a localização do FEG
APÊNDICE A – Tabela de notas atribuída pela participante
APÊNDICE B – Escala de opinião das participantes