Alimentação e o Trabalho “Food at Work” · direitos humanos básicos, mas muitas vezes...

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Alimentação e o Trabalho “Food at Work” Orientado por: Mestre Sónia Mendes Tipo de documento: Monografia Joana Fabíola Gonçalves Pereira da Silva Porto, 2009

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Alimentação e o Trabalho

“Food at Work”

Orientado por: Mestre Sónia Mendes

Tipo de documento: Monografia

Joana Fabíola Gonçalves Pereira da Silva

Porto, 2009

i

ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... iii

RESUMO ..............................................................................................................iv

ABSTRACT............................................................................................................ v

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. ENQUADRAMENTO............................................................................................. 3

3. SAÚDE NO LOCAL DE TRABALHO......................................................................... 6

3.1. DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ..................................................... 7

3.2. MALNUTRIÇÃO ............................................................................................... 7

3.2.1. OBESIDADE ................................................................................................ 8

3.2.2. SUBNUTRIÇÃO ............................................................................................ 9

4. RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES PARA A POPULAÇÃO ACTIVA............................. 10

4.1. BEBIDAS ALCOÓLICAS .................................................................................. 11

5. PROMOÇÃO DA SAÚDE NO LOCAL DE TRABALHO................................................. 12

5.1. PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS NO LOCAL DE TRABALHO ... 12

5.1.1. EDUCAÇÃO ALIMENTAR.............................................................................. 13

5.1.1.1. EDUCAÇÃO ALIMENTAR À DISTÂNCIA........................................................ 13

5.1.2. INTERVENÇÕES AMBIENTAIS....................................................................... 14

5.1.3. FACTORES LABORAIS QUE INTERFEREM COM A ALIMENTAÇÃO ...................... 15

5.1.3.1. SALÁRIOS E RENDIMENTOS..................................................................... 15

5.1.3.1.1. SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO ....................................................................... 15

5.1.3.1.2. VALES DE REFEIÇÃO ........................................................................... 16

5.1.3.1.3. REDUÇÃO DE PREÇOS DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS ................................. 16

5.1.3.2. HORÁRIO DE TRABALHO.......................................................................... 17

5.1.3.3. INSTALAÇÕES DESTINADAS AO CONSUMO DE REFEIÇÕES.......................... 19

ii

5.1.3.3.1. CANTINAS E BARES ............................................................................. 19

5.1.3.3.2. REFEITÓRIOS E KITCHENETTES ............................................................ 21

5.1.3.3.3. PARCERIAS COM AS EMPRESAS DE RESTAURAÇÃO LOCAIS...................... 21

5.1.3.3.4. MÁQUINAS DE VENDA AUTOMÁTICA ....................................................... 22

5.2. PROMOÇÃO DA PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA .............................................. 22

6. ANÁLISE CRÍTICA ............................................................................................ 23

7. CONCLUSÃO................................................................................................... 34

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 36

ÍNDICE DE ANEXOS.............................................................................................. 43

iii

LISTA DE ABREVIATURAS

DL – Decreto-lei

DCNT – Doenças Crónicas Não Transmissíveis

EUA – Estados Unidos da América

FAO – Food and Agriculture Organization

OMS – Organização Mundial de Saúde

OIT – Organização Internacional do Trabalho

iv

RESUMO

As doenças crónicas não transmissíveis têm impacto não só na saúde e

qualidade de vida dos indivíduos afectados e suas famílias, mas também na

estrutura socioeconómica de um país. Surgem em indivíduos cada vez mais

jovens, afectando a população activa.

Existem evidências científicas que relacionam a sua prevenção com a

adopção de hábitos alimentares saudáveis e a prática adequada de actividade

física.

A promoção da saúde nos locais de trabalho deve ser apoiada devido à sua

eficácia na adopção dos hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, por parte

dos trabalhadores, que os transpõem para a vida familiar e social.

Influenciar o comportamento alimentar requer acções de natureza

multifactorial: educação alimentar, intervenções ambientais e modificação de

factores laborais que interferem com a alimentação.

Ao contrário de outros países, em Portugal, a alimentação no local de trabalho

constitui uma área pouco desenvolvida e as empresas estão pouco sensibilizadas

para a importância desta questão. A implementação de programas de promoção

de hábitos alimentares saudáveis nos locais de trabalho portugueses, constitui

uma medida urgente e necessária, no qual o nutricionista deverá ter uma voz

activa.

Palavras-chave: alimentação no trabalho; promoção da saúde; alimentação

saudável; local de trabalho.

v

ABSTRACT

The burden of noncommunicable diseases has an impact not only on the

quality of life of affected individuals and their families, but also on the country’s

socio-economic structure. They appear in young individuals, and affect active

population.

There are scientific evidences that relate their prevention with the adoption of

healthy food habits, and adequate physical activity.

The health promotion in the workplace should be supported due to the

effectiveness of the adoption of healthy food habits and lifestyle, by workers, and

pass it to their families and social environment.

Influencing the food behaviour requires multifactor actions: food education,

environmental interventions and changing labour conditions that interfere with the

eating habits.

In opposite to others countries, in Portugal, food at workplace is a less

developed area, and companies are not aware of the importance of this matter.

The implementation of healthy food promotion programmes, in the Portuguese

workplaces is an urgent and necessary measure in which the nutritionist should

actively participate.

Key words: food at work; health promotion; healthy eating; workplace

1

1. INTRODUÇÃO

O aumento das doenças crónicas não transmissíveis (DCNT) tem vindo a

atingir proporções assustadoras nos últimos anos. Em 2001, representavam 46%

das doenças a nível global e estavam associadas a 60% das mortes no mundo. A

Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, em 2020, as DCNT atinjam os

57%. O estilo de vida sedentário e os maus hábitos alimentares estão associados

ao aparecimento destas doenças, assim como a obesidade, Diabetes Mellitus tipo

2, as doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro. (1) Estas aparecem em

idades cada vez mais jovens, afectando a população activa. (2)

As DCNT têm impacto não só na saúde e qualidade de vida dos indivíduos

afectados e suas famílias, mas também na estrutura socioeconómica de um

país.(1)

A subnutrição atinge quase um milhar de milhões de indivíduos e afecta

directamente a produtividade dos trabalhadores, ao aumentar o seu estado de

fadiga e ao diminuir a sua capacidade de atenção. (2)

Os governos são afectados por custos directos e indirectos. Os custos directos

representam os gastos ao nível do sector da saúde (hospitalizações, medicação,

análises, etc.). Os custos indirectos são distribuídos pelo governo e empresas

através da diminuição da actividade económica: perda de produtividade, altas

taxas de absentismo (baixas devido a doença), acidentes de trabalho e maior

turnover dos funcionários. (2-6)

O local de trabalho é reconhecido pela OMS como sendo apropriado para a

promoção da saúde. (3, 4)A população activa constitui uma grande percentagem da

população em risco, não só pelo número de habitantes que representam, mas

também devido ao facto das actividades profissionais serem cada vez mais

2

sedentárias. (5) Em Portugal, a população activa é constituída por cerca de 5595

milhares de indivíduos, representando cerca de 52,5 % da população. (5) Estima-

se que os trabalhadores passem mais de metade do seu tempo útil a laborar. (2, 6)

A promoção da saúde no local de trabalho poderá modificar estilos de vida de

risco numa população, promovendo o desenvolvimento e crescimento da

actividade económica das empresas e do País. (2-4)

O direito à alimentação e bebida segura e a liberdade para o seu consumo são

direitos humanos básicos, mas muitas vezes ignorados no contexto do trabalho. (2)

Esta monografia tem como objectivos, efectuar uma revisão bibliográfica sobre

o tema da “Alimentação e o Trabalho”, demonstrar a importância que a

alimentação tem neste contexto, e o modo como esta afecta a saúde da

população activa. Poderá ainda ser utilizada como ferramenta pelo profissional da

nutrição, na sua intervenção no local de trabalho.

3

2. ENQUADRAMENTO

Existem evidências históricas de que a alimentação no local de trabalho era já

há muito uma preocupação das populações. Exemplo disso foi a construção da

maravilha arquitectónica, “Great House of Chaco”, edificada no actual Novo

México, Estados Unidos da América (EUA), pelos indígenas, numa zona rodeada

por deserto e montanhas “sagradas”, há cerca de mil anos. Devido à hostilidade

do local e à complexidade da construção, a alimentação dos trabalhadores

constituía uma tarefa difícil, mas de extrema importância para a sua

produtividade. Descobertas recentes revelaram que o milho era transportado

durante milhares de quilómetros de distância para alimentar estes

trabalhadores.(2) A necessidade da alimentação no local de trabalho permaneceu

inalterada ao longo do milénio. Como este exemplo, existem vários que

demonstram que a questão da alimentação no local de trabalho foi evoluindo,

integrando preocupações sociais, recomendações de saúde, diversidade étnica,

questões de status, refinamento da arte de comer e de cozinhar, entre outras.

A importância da promoção da saúde no local de trabalho foi apresentada,

pela primeira vez em 1950, sendo actualizada em 1995 numa parceria entre a

Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS. (3, 4) A promoção da saúde

no local de trabalho tem sido recomendada por outros organismos internacionais

através de cartas e declarações, incluindo a Carta de Ottawa para promoção da

saúde de 1986, (6) Declaração de Jacarta sobre promoção da saúde no mundo

globalizado de 1997 (7) e a Declaração de Filadélfia de 2007, que integra os

princípios e direitos fundamentais no trabalho.

A estratégia global sobre a alimentação, actividade física e saúde,

desenvolvida pela OMS em 2004, na 57ª Assembleia Geral para a Saúde Global,

4

estabelece a importância do local de trabalho para a promoção da saúde. (8) No

ponto 62 podemos ler: “ Os locais de trabalho são importantes para a promoção

da saúde e a prevenção da doença. É preciso dar oportunidade às pessoas para

que estas possam fazer escolhas saudáveis nos locais de trabalho, de modo a

reduzir a sua exposição ao risco. O custo da morbilidade atribuída às doenças

crónicas não transmissíveis está a aumentar rapidamente. Os locais de trabalho

devem fazer com que seja possível a realização de escolhas alimentares

saudáveis e apoiando e encorajando a actividade física.” (8)

No Plano Global de Acção para a saúde dos trabalhadores para 2008-2017,

estabelecido pela OMS na 6ª Assembleia de Saúde Pública (9) constata-se a

relevância dada ao local de trabalho na promoção da saúde, no ponto 14: “A

promoção da saúde e a prevenção das doenças crónicas não transmissíveis deve

ser estimulada no local de trabalho, defendendo uma alimentação saudável e a

actividade física dos trabalhadores, e promovendo a saúde mental e familiar no

trabalho”. (9)

A nível Europeu, foram criados documentos que estabelecem a importância da

saúde no local de trabalho, designadamente: Livro Branco – “Uma estratégia para

a Europa em matéria de problemas de saúde ligados à nutrição, excesso de peso

e Obesidade” (10); Livro Verde sobre a promoção de regimes alimentares

saudáveis e da actividade física (11); e Directiva 89/391/CEE (12). A rede europeia

para a promoção da saúde no local de trabalho emitiu várias declarações que

suportam a importância deste tema, incluindo a Declaração de Barcelona sobre o

desenvolvimento de boas práticas de saúde nos locais de trabalho da Europa

(1995) (13); a Declaração de Luxemburgo sobre a promoção da saúde no local de

trabalho na União Europeia de 1997 (actualizada em 2005) (14) e a Declaração de

5

Lisboa, sobre a promoção da saúde no local de trabalho nas pequenas e médias

empresas (2001) (15). Na Conferência Ministerial sobre Combate à Obesidade, da

OMS Europa, realizada em 2006, foi desenvolvida a Carta europeia de combate à

Obesidade que também inclui estratégias para a promoção de saúde na

população activa. (16)

Em Portugal, no ano de 1977, após a revolução de liberdade e numa fase de

estruturação social do país, foi aprovado o primeiro Decreto-lei (DL) nº 305/77 que

instituía a atribuição de um subsídio de refeição aos trabalhadores da

Administração Pública. Portarias subsequentes (portarias nos 478/77, 743/77 e

426/78) (17-19) estabeleceram a composição alimentar e nutricional padrão para as

refeições dos trabalhadores, normas de funcionamento dos refeitórios e alguns

princípios de segurança alimentar.

Em 1982, a portaria nº 879/82 definiu as normas dos concursos públicos para

o fornecimento das refeições nos refeitórios dos serviços e obras sociais da

Administração Central. (20) Devido à dificuldade de aplicação desta, no que diz

respeito à matéria de preços das refeições, foi elaborada a portaria nº 1078/83. (21)

No DL nº 243/86, secção IV, artigo 44º, podemos encontrar os princípios de

estruturação física dos refeitórios, suas normas de higiene e segurança,

elaboradas no âmbito da Regulamentação Geral de Higiene e Segurança no

Trabalho. (22)

No DL nº 305/77, a atribuição do subsídio de refeição, não foi acompanhada

das devidas medidas para a implementação de refeitórios e redimensionamento

dos existentes. Assim, em 1984 foi elaborado o DL nº 57-B/84 que teve como

objectivo rever as condições do subsídio de refeição atribuindo-lhe a natureza de

benefício social, ao compartimentar as despesas das refeições no local de

6

trabalho e ao contemplar as reformas dos refeitórios e suas normas de

funcionamento. (23) Os preços das refeições foram actualizados em 2008 com a

criação da portaria nº 374/2008. (24)

3. SAÚDE NO LOCAL DE TRABALHO

Quando falamos de saúde no local de trabalho, geralmente estabelece-se uma

associação com as consultas de medicina do trabalho. No entanto, segurança e

saúde no trabalho não implicam apenas evitar a exposição dos trabalhadores aos

riscos e perigos existentes no local do trabalho e protegê-los contra os mesmos.(2)

Passa também pela adopção de uma atitude pró-activa na promoção de estilos de

vida saudáveis. A utilização do local de trabalho como uma plataforma de

sensibilização pode ajudar os trabalhadores, servindo ainda como veículo de

transmissão da mensagem às suas famílias e comunidade. (2, 4)

Desde 2001, que a OIT comemora, a 28 de Abril, o Dia Mundial da Segurança

e Saúde no Trabalho. Esta data surgiu como forma de homenagear todas as

vítimas mortais de acidentes de trabalho e todos aqueles que contraíram doenças

profissionais. Em Portugal, este dia foi ainda instituído como o Dia Nacional da

Prevenção e Segurança no Trabalho. O tema das comemorações deste ano mais

uma vez relembrou a necessidade de promoção de saúde neste local: “Saúde e

vida no trabalho: Um direito humano básico”. (25)

7

3.1. DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT)

As DCNT são responsáveis por 60% das mortes a nível global,

correspondendo a cerca de 46% das doenças em todo o mundo. As 5 principais

DCNT são as doenças cardíacas, enfartes, cancros, doenças respiratórias

crónicas e diabetes. A tensão arterial elevada, as altas concentrações de

colesterol sanguíneo, a ingestão inadequada de frutas e hortícolas, o excesso de

peso ou Obesidade, a inactividade física e os hábitos tabágicos representam os

factores majores das DCNT. Destes factores, cinco estão directamente

relacionados com a alimentação e a actividade física. Existem fortes evidências

científicas que relacionam a sua prevenção com a adopção de hábitos

alimentares saudáveis e a prática adequada de actividade física (≥ 30 minutos de

actividade física moderada, ≥ 5 dias por semana). (1, 3) Estima-se que cerca de

80% das doenças cardiovasculares e diabetes Mellitus e 40% dos cancros,

poderão ser prevenidos de forma económica, implementando programas de

promoção da saúde, cuja rentabilidade a médio e longo prazo se reflecte na

melhoria do estado nutricional das populações e poupanças nos cofres dos

estados. (1, 3) (Anexo 1 e 2)

3.2. MALNUTRIÇÃO

De acordo com a OMS, a malnutrição diz respeito não só ao consumo

insuficiente de comida, mas também ao consumo excessivo ou desequilibrado de

nutrientes. É de salientar que, a nível mundial, existem quase um milhar de

milhões de pessoas subnutridas, enquanto que mais de um milhar de milhões

apresentam excesso de peso. Assim sendo, compreende-se que a malnutrição

tenha um impacto económico elevado. (2)

8

3.2.1. OBESIDADE

A epidemia da Obesidade tem aumentado nos últimos 30-40 anos, tendo as

doenças a ela associadas acompanhado este crescimento. De acordo com a

OMS é uma das maiores ameaças de saúde pública. (26) Este aumento não pode

ser explicado por alterações genéticas, mas sim por factores ambientais, que

encorajam o aumento da ingestão energética e a diminuição da actividade física.

(27)

Nas empresas norte-americanas existem pelo menos 20% de trabalhadores

classificados como obesos ou com excesso de peso. A incidência da Obesidade

reflecte-se no tipo de actividade profissional exercida. (28) Os custos económicos

da obesidade representam aumentos significativos nas despesas médicas e no

absentismo dos trabalhadores. (4, 29) Em Portugal, quase metade da população

apresenta excesso de peso ou é obesa. (30) Os custos directos de saúde

representaram aproximadamente 3,8% das despesas nacionais em 1995 e 6,9%

em 1999 e, com o aumento da Obesidade, prevê-se um maior peso desta doença

na balança económica nacional. (30)

Alguns estudos demonstram que os indivíduos com excesso de peso ou

obesos são discriminados nas decisões profissionais, são estereotipados como

sendo emocionalmente debilitados, socialmente inaptos e como sendo pessoas

com relações pessoais negativas. (31) Existem evidências que indicam uma

diferença salarial entre indivíduos obesos e normoponderais, sobretudo nas

mulheres. (28)

O local de trabalho oferece inúmeras vantagens na prevenção da Obesidade,

sendo uma intervenção populacional apoiada empiricamente e tendo apresentado

benefícios económicos para os empregadores e para as nações. (32) Assim, este

9

local deve apresentar aprovisionamento de refeições adequado, fornecimento de

melhores alimentos e iniciativas de educação alimentar.

3.2.2. SUBNUTRIÇÃO

A deficiência de macro e micronutrientes traduz-se em alterações na

produtividade dos trabalhadores e na maior incidência dos acidentes de trabalho,

sobretudo através do aumento da fadiga e da diminuição dos níveis de atenção.(2)

O “4º Relatório Sobre a Situação Nutricional a Nível Mundial” estima que cerca

de 3,5 milhares de milhões de pessoas tenham deficiência de ferro (2 em cada 3

pessoas). A capacidade física de trabalho é afectada pela deficiência em ferro. (33,

34). Estudos experimentais sugerem que esta deficiência prejudica a eficiência

energética e os efeitos podem ser observados, mesmo na ausência de anemia.(35)

Vários estudos indicam que não existe um efeito casual entre a deficiência em

ferro e a baixa capacidade de trabalho. (35) Basta et al (1982) demonstraram que

ao receberem um suplemento de ferro, os trabalhadores que sofriam de anemia

aumentavam a sua produtividade a um nível comparável com os trabalhadores

não anémicos. (36)

O ferro tem um papel essencial na produção de energia por oxidação. A

anemia ferropénica está associada, entre outras coisas, à susceptibilidade à

doença, fadiga e redução do desenvolvimento cognitivo. Esta afecta a actividade

física de 2 formas: assim que a hemoglobina diminui, a quantidade de oxigénio

que o organismo pode utilizar decresce também. Logo que as reservas de ferro se

esgotam a quantidade de oxigénio disponível para os músculos diminui, reduzindo

a resistência individual e provocando um maior esforço cardíaco. (35)

10

Katinka Weinberg concluiu que as políticas de intervenção que tinham como

objectivo melhorar a ingestão de micronutrientes, constituem um bom

investimento para a melhoria da produtividade e dos rendimentos. Melhorar a

ingestão de micronutrientes poderá contribuir significativamente para o

crescimento da economia e o seu desenvolvimento. (34)

4. RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES PARA A POPULAÇÃO ACTIVA

O que constitui uma verdade para a máquina também o é para o Homem: os

humanos necessitam de energia para “trabalhar”. O balanço entre a energia

ingerida e gasta deve ser equilibrado. A energia que é consumida sobre forma de

alimentos e que não é gasta acumula-se no organismo, sobre a forma de reserva,

e é traduzida num aumento de peso. A ingestão inadequada de alimentos, de

modo a que o indivíduo não atinja as suas necessidades energéticas, resulta na

diminuição de peso e colapso do tecido corporal. (2)

As necessidades energéticas variam de acordo com as características

individuais como: altura, idade, nível de actividade física e mental. Os indivíduos

passam mais de 60% do seu dia a trabalhar, portanto a ingestão energética deve

estar de acordo com o tipo de actividade laboral realizada. (Anexo 3)

Quanto à ingestão de macronutrientes e micronutrientes deve estar de acordo

com as recomendações da OMS. (37, 38) (Anexo 4)

As frutas e os hortícolas são componentes essenciais de uma alimentação

saudável, e sua adequada ingestão está associada com a prevenção de várias

doenças, assim como doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro. A OMS

estima que 2,7 milhões de vidas poderiam ser poupadas anualmente se o

consumo de fruta e vegetais fosse significativamente aumentado. (39)

11

4.1. BEBIDAS ALCOÓLICAS

A portaria nº 390/2002 acolhe as recomendações do Plano de Acção Europeia

sobre o Álcool. Este diploma visa estabelecer as prescrições mínimas sobre o

consumo, a disponibilização e a venda de bebidas alcoólicas no local de trabalho.

(40)

O consumo excessivo de álcool pode produzir efeitos negativos ao nível do

absentismo, da produtividade e da relação com utentes dos serviços e colegas de

trabalho. Por outro lado, o consumo excessivo de álcool, ao afectar a capacidade

de reacção e de coordenação motora, bem como a capacidade de decisão, o

discernimento e o comportamento, pode aumentar o risco de ocorrência de

acidentes. (40)

Embora os grandes consumidores de bebidas alcoólicas apresentem maior

predisposição para os acidentes de trabalho, os consumidores moderados, ao

representarem um maior percentagem da população, apresentam maior taxa de

acidentes. Este facto constitui um paradoxo na saúde ocupacional e segurança

dos profissionais. (41)

Os ambientes sociais e culturais parecem influenciar o consumo de bebidas

alcoólicas no local de trabalho. Nalgumas profissões os colegas bebem para

aliviar o stress e criar laços sociais. (42)

Os trabalhadores com actividades profissionais com riscos físicos ou de

segurança, inerentes à sua execução, apresentam maior consumo de bebidas

alcoólicas. (42)

Observou-se também que problemas relacionados com os níveis de stress e

pressão psicológica no trabalho eram maiores nos trabalhadores em que se

verificava um ambiente encorajador do consumo de bebidas alcoólicas. (42)

12

5. PROMOÇÃO DA SAÚDE NO LOCAL DE TRABALHO

A promoção da saúde nos locais de trabalho permite abranger grande parte da

população activa, encorajando a adopção de hábitos saudáveis, a repetirem

esses comportamentos fora do local de trabalho, transpondo-os para a vida

familiar. (2) Os trabalhadores passam cerca de 60% do dia e aproximadamente 5

dias, ou mais, por semana, no seu emprego podendo este ser um local de

educação e de promoção de um estilo de vida saudável. (43, 44) As condições de

trabalho, horário, salário, stress, alimentos disponibilizados, infra-estruturas, são

também fortes condicionantes que podem limitar ou apoiar o indivíduo na

modificação de comportamentos. Este local permite também atingir grupos

específicos de indivíduos que, de outra forma, não participariam numa acção de

promoção da saúde. (45)

5.1. PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS NO LOCAL DE TRABALHO

As acções de promoção de hábitos alimentares saudáveis devem-se

concentrar em: reduzir de barreiras (limitações económicas, temporais, entre

outras) que limitam a disponibilidade ou a escolha alimentar; aumentar opções

alimentares saudáveis tornando-as mais acessíveis, tanto física como

economicamente; ou limitar oferta de alimentos menos saudáveis. (26) (Anexo 5)

13

5.1.1. EDUCAÇÃO ALIMENTAR

As acções de educação alimentar permitem que o trabalhador efectue

escolhas informadas. (26, 46) Os locais de trabalho acolhem muitas vezes

indivíduos com o mesmo nível de formação e que apresentam as mesmas

preocupações com a saúde. Consistem em pequenas comunidades, que contam

geralmente com a sua rede social e com infra-estruturas para a disseminação da

informação ou mensagens. (47) Existem evidências científicas que comprovam que

a venda de determinados alimentos aumenta quando estes são promovidos

através de intervenções de educação alimentar. (48) Os indivíduos que trabalham

em conjunto partilham informação, podendo assim aprender através destes

canais informais. Os colegas podem ainda providenciar apoio e motivação mútua

à medida que aprendem, experienciam e adoptam novos comportamentos

saudáveis. (29)

5.1.1.1. EDUCAÇÃO ALIMENTAR À DISTÂNCIA

O aconselhamento à distância constitui uma ferramenta mais económica e

acessível que as intervenções tradicionais, pois estas últimas requerem que os

participantes visitem um centro de tratamento durante o horário do expediente e

que o façam com regularidade. (45) O uso do telefone e da internet, para

aconselhamento alimentar permite tornar a tarefa de educação e aconselhamento

mais prática, cómoda e exequível. (45)

Os meios de comunicação como o mail, da chamada telefónica, ou das

mensagens de texto (SMS) abrangem um maior número de trabalhadores, de

forma mais económica, aumentando a taxa de aderência à iniciativa, através da

14

diminuição do grau de compromisso e da possibilidade de obtenção de mais

privacidade, sem medo de represálias.

Block, G. et al demonstrou que apenas 7% das pessoas com acesso à internet

a usam para procurar informações relacionadas com a saúde, ao passo que 52%

a utilizam para receber e enviar mails. Uma vantagem particular destes

programas é que não necessitam que a procura de informação seja feita de forma

voluntária. Esta chega até ao consumidor, em vez deste ter que a procurar. (49)

5.1.2. INTERVENÇÕES AMBIENTAIS

Perceber os ambientes alimentares e nutricionais e promover a sua melhoria é

um passo essencial para a melhoria do comportamento alimentar e da saúde

pública. (50, 51)

As intervenções ambientais passam pelas mudanças que facilitam e

promovem as escolhas alimentares saudáveis através da modificação no

ambiente de trabalho. Podem ser definidas como “todas as estratégias que não

necessitam que o indivíduo se auto seleccione para um programa definido de

educação”. (52) Incluem, por exemplo, a implementação de rotulagem nutricional,

maior disponibilidade e variedade das opções alimentares saudáveis, modificação

na preparação e confecção dos alimentos, políticas de catering e políticas de

preço, entre outras. (53)

Neste âmbito, foi desenvolvida, na Austrália, em 1995, uma lista de verificação

denominada CHEW (Checklist of Health Promotion Environments at Worksites)

que permite auditar os locais de trabalho, de forma a avaliar os ambientes

alimentares e nutricionais, escolhas efectuadas nas cafetarias, máquinas de

venda automática e indícios de escolhas alimentares saudáveis. Esta ferramenta

15

poderá ser adaptada a vários locais, embora não tenham sido encontrados

registos da sua aplicação, ate à data. (54) (Anexo 6)

5.1.3. FACTORES LABORAIS QUE INTERFEREM COM A ALIMENTAÇÃO

Além da educação alimentar e práticas que promovam uma alimentação

saudável, é necessário melhorar as condições de trabalho, designadamente os

salários e rendimentos dos trabalhadores, o horário de trabalho e as instalações

destinadas ao consumo de refeições. (2)

5.1.3.1. SALÁRIOS E RENDIMENTOS

Os trabalhadores não podem garantir uma alimentação adequada com baixos

rendimentos e salários. (2) O empregador necessita de garantir que a alimentação

adequada do trabalhador se encontra assegurada. Algumas das estratégias

adoptadas pelas empresas incluem a atribuição de um subsídio de refeição, a

entrega de vales de refeição ou a redução de preços de alimentos saudáveis.

5.1.3.1.1. SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO

A entidade empregadora é responsável por disponibilizar as refeições aos

seus trabalhadores, abrangidas no seu horário de trabalho, sempre que estes

permaneçam no interior das suas instalações. Caso tal não seja possível, deve

assegurar que o trabalhador se alimenta de forma adequada. Uma das formas de

o garantir, é através da atribuição do subsídio de refeição em espécie. Na função

pública, esse valor é publicado em Diário da República e actualizado anualmente.

Muitas empresas privadas regem-se por este valor, ou então definem outros, com

16

base em critérios salariais, função ocupada, negociações com sindicatos ou com

representantes de trabalhadores, ou outras. (55)

5.1.3.1.2. VALES DE REFEIÇÃO

Os vales de refeição proporcionam descontos ou pagamento de alimentos ou

refeições para os trabalhadores e suas famílias. As lojas e restaurantes aderentes

ao processo são pré-seleccionadas pelo empregador, podendo a escolha passar

por aqueles que oferecem opções alimentares com maior qualidade nutricional.

Estes constituem benefícios sociais regulados pelas leis nacionais. A lei

estipula o máximo de taxa de isenção e a contribuição do trabalhador, assim

como o tipo de lojas e restaurantes aderentes, quais os géneros que poderão ser

comercializados (proibição da venda de tabaco e bebidas alcoólicas) e regras

para a sua utilização. As leis variam de país para país. (2)

Os vales de refeição apresentam vantagens uma vez que limitam o seu uso

exclusivamente a géneros alimentícios (ao contrário dos subsídios de refeição

pagos sobre a forma de numerário), obrigam os estabelecimentos a conservar as

transacções e facilitam as cobranças fiscais. A criação de novos restaurantes,

como resultado da crescente utilização dos vales de refeição, pode ajudar à

revitalização dos centros urbanos e proporcionar a criação de novos postos de

trabalho. (2)

5.1.3.1.3. REDUÇÃO DE PREÇOS DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS

A redução dos preços dos alimentos pode constituir uma medida eficaz, de

forma a influenciar as escolhas alimentares dos indivíduos. (48, 56, 57) Esta

17

intervenção tem efeitos positivos nos padrões de compra de alimentos saudáveis

nos locais de trabalho. Estudos comprovaram que estes resultados são

consistentes nos diferentes estratos sociais e faixas etárias. (57)

Ao reduzir o preço dos alimentos saudáveis poderão aumentar os custos com

a alimentação para a entidade empregadora, caso não existam incentivos

governamentais. O aumento do preço dos alimentos menos saudáveis

(hiperenergéticos, com alto teor de gordura, açúcar e sal) tem sido proposto, por

alguns autores, de forma a gerar receitas que possam subsidiar as reduções de

preço dos alimentos saudáveis. (57)

5.1.3.2. HORÁRIO DE TRABALHO

O horário de trabalho pode limitar a alimentação dos trabalhadores, quando

não inclui intervalos destinados às refeições, períodos de tempo demasiado

curtos para o fazerem ou complementa períodos do dia em que os alimentos são

pouco disponíveis ou de difícil acesso. (2)

Permanecer longos períodos de laboração em jejum, prejudica a saúde e

aumenta a sensação de fome. A inconsistência entre a intenção de escolha e o

comportamento saudável poderá dever-se ao facto das intenções serem

desenvolvidas conscientemente, enquanto que as escolhas são realizadas

geralmente de forma impulsiva e mesmo inconscientemente. Quando as decisões

são tomadas com controlo cognitivo, o desejo de recompensas futuras é tido em

conta, tal como a prevenção de doenças. Por outro lado, quando as decisões são

tomadas de forma impulsiva, predomina o desejo de satisfação e prazer imediato.

A sensação de fome pode levar a que o indivíduo, inconscientemente, tenha

como objectivo apenas modificar o estado em que se encontra, o que o poderá

18

fazer esquecer outras motivações para a realização de escolhas saudáveis.

Portanto é essencial que os trabalhadores desfrutem de intervalos destinados à

alimentação, que limitem as horas que estes permanecem em jejum. (58)

O trabalho por turnos é uma prática cada vez mais comum na sociedade

actual. Estudos demonstram que, nestes trabalhadores, se verifica um aumento

do índice de massa corporal, prevalência de Obesidade e outros problemas de

saúde. (59)

O comportamento alimentar do empregado pode estar alterado devido a

perturbações do sono e do ritmo circadiano e do padrão social e familiar. (59)

Existem evidências científicas que demonstram que a privação de sono está

relacionada com uma maior dificuldade de manutenção do peso, e uma menor

restauração da actividade cerebral. O ritmo circadiano alterado poderá influenciar

os comportamentos alimentares, embora ainda não existam evidências científicas

sobre a sua interacção nas respostas metabólicas e endócrinas. No entanto, está

demonstrado que a tolerância à glicose diminui ao longo do dia e que a

alimentação nocturna aumenta o colesterol sanguíneo, assim como a

concentração dos triacilgliceróis plasmáticos. (59)

Nos trabalhadores que laboram em turnos rotativos ou nocturnos, foi relatado

uma maior percentagem de distúrbios gastrointestinais, nomeadamente:

alterações do apetite; funcionamento irregular do intestino; dispepsia; azia; dores

abdominais e flatulência. Esta sintomatologia pode provocar alterações do

comportamento alimentar. (59)

Assim, ao estabelecer programas de promoção de estilos de vida saudáveis, é

necessário considerar factores sobre a saúde e o balanço energético dos

19

trabalhadores, que participam em laboração por turnos, que envolvam as

dimensões psicológicas, fisiológicas e sociológicas destes.

5.1.3.3. INSTALAÇÕES DESTINADAS AO CONSUMO DE REFEIÇÕES

As instalações destinadas ao consumo de refeições podem afectar a

qualidade e segurança da refeição. Em 1956, a OIT publicou um documento com

guidelines específicas para as cantinas, refeitórios e outras instalações

destinadas à alimentação. (60) Desde essa altura, as necessidades de alimentação

evoluíram e actualmente o problema não consiste só em garantir uma quantidade

suficiente de alimento, mas também em assegurar a qualidade nutricional destes.

(Anexo 7)

5.1.3.3.1. CANTINAS E BARES

As cantinas podem ser um óptimo local para empresas que se situem em

regiões remotas. Podem oferecer benefícios psicológicos e físicos aos

trabalhadores. Permite que estes se alimentem de forma a desfrutar de um

período de lazer, ajudando no alívio do stress e escapando à monotonia do local

de trabalho. Este espaço promove a camaradagem entre os trabalhadores,

tornando-os mais unidos e possibilitando a formação de equipas de trabalho mais

coesas. Tem a vantagem de não obrigar os trabalhadores a procurarem um local

para efectuar a refeição, permitindo que estes usufruam de um maior período de

descanso, uma vez que não têm de abandonar as instalações do local de

trabalho. O espaço e o layout devem ter em conta que, quanto menor o tempo de

20

espera do trabalhador, maior será o período de tempo que este terá para

descansar. (2)

A constituição dos menus pode ser controlada pela empresa, podendo

oferecer refeições que acompanhem as necessidades dos trabalhadores. Tem

ainda o poder de controlar os preços e subsidiar apenas as opções mais

saudáveis, mantendo sempre presente o direito de escolha. (2)

As cantinas apresentam como desvantagens o investimento inicial e de

manutenção por parte da empresa e as limitações geográficas e económicas,

sobretudo nas zonas urbanas que estão limitadas devido à escassez de terrenos

livres ou ao seu custo elevado. (2)

O horário de funcionamento da cantina deve ter em conta que todos os

trabalhadores deverão ter igual acesso a esta e à mesma variedade alimentar

oferecida. (2)

As cantinas podem ser geridas pelas próprias empresas ou ser

concessionadas a uma empresa de restauração colectiva. Uma cantina bem

estruturada deve contar com pessoal competente e com formação, oferecer

garantias de segurança e qualidade alimentar, boas instalações e um menu que

se adapte às necessidades nutricionais, culturais e religiosas dos funcionários. (2)

Os bares são, por norma, locais de menor dimensão que as cantinas. Servem

sobretudo pequenas refeições e são frequentemente procurados para o consumo

de merendas. Constituem um bom local de convívio e lazer, podendo

proporcionar aos trabalhadores momentos de descanso e descontracção, onde

podem escapar à monotonia do trabalho, podendo aliviar o stress. O investimento

económico é menor que nas cantinas, devido à sua menor dimensão e reduzido

21

equipamento, constituindo uma opção para as empresas que apresentem

restrições financeiras e/ou empresas de menores dimensões.

5.1.3.3.2. REFEITÓRIOS E KITCHENETTES

Os refeitórios e as kitchenettes são opções mais económicas do que as

cantinas, requerem menos espaço e constituem um local de manutenção fácil. (2)

Os refeitórios são locais onde os trabalhadores podem consumir uma refeição

preparada e confeccionada noutro local. Estes podem ser equipados com

equipamento destinado à armazenagem e à regeneração. A kitchenette é uma

pequena cozinha, apresentando geralmente locais e equipamentos destinados à

armazenagem de produtos alimentares e não alimentares e à confecção ou

aquecimento de refeições. (2)

Estas áreas podem ser utilizadas como locais de convívio, lazer e descanso,

podendo resultar bem em locais de trabalho com características de informalidade.

(2)

Deve-se ter em atenção a manutenção dos espaços de modo a que a

segurança alimentar esteja assegurada. (2)

5.1.3.3.3. PARCERIAS COM EMPRESAS LOCAIS DE RESTAURAÇÃO

As parcerias com os vendedores locais constituem uma solução mais

económica do que as cantinas e os bares mas que pode garantir uma

alimentação adequada aos funcionários. (2)

As empresas podem apoiar os vendedores locais para que estes melhorem a

qualidade das refeições. Nos locais onde não existem infra-estruturas e

22

equipamentos capazes de garantir a segurança alimentar, estas poderão ser

disponibilizadas pelas empresas. Deve ser garantido o acesso a água potável e a

instalações sanitárias adequadas e devidamente higienizadas. (2)

Estes locais apresentam muitas vezes refeições ricas em açúcares e gordura.

No entanto, existem alternativas saudáveis que devem ser apoiadas pelas

empresas. Estabelecer parcerias com os mercados é uma medida que requer

pouco investimento e pode beneficiar os trabalhadores através da disponibilização

de fruta e legumes/hortícolas frescos. (2)

Formar parcerias com os empresários/vendedores locais pode melhorar a

relação da empresa com a comunidade e apresenta-se como um benefício para o

negócio.(2)

5.1.3.3.4. MÁQUINAS DE VENDA AUTOMÁTICA

As máquinas de venda automática são opções económicas. (2) São locais

onde os trabalhadores podem aceder a alimentos e bebidas independentemente

do horário de laboração, necessitam de pouco espaço e não requerem mão-de-

obra para a distribuição de refeições (apenas para a reposição, higienização e

manutenção). As empresas podem apoiar a disponibilização de alimentos mais

saudáveis e refeições quentes através de negociações com os fornecedores.

5.2. PROMOÇÃO DA PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA

O balanço energético equilibrado é o resultado de entre a energia ingerida e a

dispendida. Ao abordar o tema da alimentação no local de trabalho é essencial a

23

inclusão da prática de actividade física, sobretudo devido ao aumento crescente

do trabalho sedentário.

Assim, os programas de promoção da prática de actividade física são também

vitais para a promoção da saúde e para o aumento da eficácia dos mesmos. O

presente trabalho aborda o tema da alimentação no trabalho, mas é necessário o

nutricionista ter em conta que, para o sucesso das acções de promoção de saúde,

é preciso adoptar estratégias que apoiem o aumento da prática de actividade

física, adequadas à população e local de trabalho. (3, 8, 11, 47, 61-66)

6. ANÁLISE CRÍTICA

A promoção da alimentação saudável é uma questão muitas vezes esquecida

no planeamento e implementação de programas que visam a melhoria das

condições de trabalho, quanto à segurança e saúde ocupacional. Estudos indicam

que estas intervenções específicas podem levar à adopção de hábitos

alimentares saudáveis dos trabalhadores no local de trabalho, transpondo estas

aprendizagens para o ambiente familiar e social.

As cartas e declarações desenvolvidas neste âmbito apresentam falhas

relativas à descrição de estratégias específicas para as acções de promoção de

estilos de vida saudáveis. Torna-se assim importante a definição de

recomendações alimentares específicas para os vários tipos de actividade

profissional, discussão do papel dos empregadores e de acções que resultem na

obtenção e manutenção de estilos de vida saudáveis.

Foram desenvolvidas declarações que visam sensibilizar para a importância

das acções na saúde no local de trabalho, mas que não focam a importância da

alimentação e da actividade física para obtenção deste objectivo, designadamente

24

a Declaração de Lisboa. (15) No entanto, a promoção de hábitos alimentares

saudáveis e da prática de actividade física são tão importantes para a saúde e

segurança no local de trabalho, como as acções que protegem contra os riscos e

perigos existentes neste local (químicos, poeiras, barulho, etc.). Desta forma, será

possível prevenir os problemas de saúde, aumentar o bem-estar e a moral dos

trabalhadores, bem como a produtividade e competitividade das empresas.

A legislação portuguesa ainda é escassa no sentido de regular e promover

estas acções, com a agravante de a sua consulta ser ainda de difícil acesso.

O papel do ferro no aumento da actividade laboral, permite compreender a

importância dos micronutrientes na alimentação dos trabalhadores. Assim sendo,

o apoio à alimentação saudável deve passar não só pela limitação de alimentos

com alto teor de gordura, açúcar e sal, mas também pela promoção de alimentos

com maior valor nutricional.

Embora o abuso de bebidas alcoólicas tenha efeitos significativos na saúde e

produtividade, muitos empregadores contam apenas com normas escritas, em

vez de programas de educação que sensibilizem e combatam o problema, de

modo a solucioná-lo. A legislação portuguesa sobre o álcool permite o consumo

de 1 bebida alcoólica no momento da refeição principal (25 cl de vinho ou 33 cl de

cerveja), (40) no entanto, está provado que, o consumo moderado de bebidas

alcoólicas, tem uma relação com a incidência de acidentes laborais, (41) devendo

por isso ser equacionada a sua proibição, principalmente nas actividades de

trabalho de maior risco.

Estudos efectuados em diferentes zonas do mundo demonstraram que as

refeições realizadas fora de casa contribuem para uma alimentação menos

saudável. (26, 57, 67) Geralmente, nestas circunstâncias, os consumidores têm

25

pouca influência na porção servida e na composição nutricional dos pratos.

Adicionalmente, o tamanho das porções tem vindo a aumentar significativamente,

ao longo dos anos. Este facto pode encorajar uma maior ingestão através de

vários mecanismos psicológicos. (57) A relação quantidade/preço é muitas vezes

menor, induzindo os consumidores a realizarem as suas escolhas baseados no

preço e não em necessidades nutricionais. (57)

As refeições servidas fora de casa apresentam, na maioria das vezes, uma

composição nutricional com altos teores de gordura, sal e açúcar, tornando-as

organolepticamente mais apetecíveis. (57)

Actualmente, a maioria dos trabalhadores realiza as suas refeições fora de

casa. Assim, é necessário adoptar medidas que combatam esta tendência,

passando pela diminuição das porções servidas, aumento dos preços das

refeições menos saudáveis e diminuição dos mesmos nas opções alimentares

mais saudáveis.

O estabelecimento de guidelines claras nos locais onde os trabalhadores

realizam as suas refeições é essencial para a promoção de hábitos alimentares

saudáveis.

Segundo Mcabe-Sellers et al menos de 50% da população norte-americana

pratica realmente o nível recomendado de actividade física. Menos de 25%

consome 5 ou mais peças de fruta e hortícolas por dia e 58,9% ingerem mais do

que o teor recomendado de gordura saturada, apesar da vasta disseminação de

informação, através dos órgãos de comunicação social. (68) Torna-se assim

essencial desenvolver os programas de promoção de saúde que promovam a

adopção de hábitos alimentares saudáveis. Segundo o Nutrition Resource, 70%

dos empregados apoiam o envolvimento dos seus empregadores em programas

26

de promoção da saúde no local de trabalho e 85% acreditam que estes

programas podem aumentar a saúde e diminuir os gastos relativos a esta. (2)

Tentar perceber e influenciar positivamente as escolhas alimentares é um

processo extremamente complexo. A alimentação é essencial para a vida e

constitui um papel integrante das diferentes culturas. É um dos comportamentos

relacionados com a saúde, mais pessoal e potencialmente privado do ser

humano. Ser capaz de perceber, com precisão, como o ambiente envolvente

afecta as decisões relacionadas com os alimentos e com a alimentação, constitui

uma tarefa muito complicada e provavelmente impossível. (56, 69, 70)

As escolhas individuais são influenciadas por uma grande variedade de

factores ambientais e individuais. (56) Existem três dimensões relacionadas com as

escolhas alimentares: as características organolépticas, o valor (que inclui a

relação entre o preço e o tamanho da porção) e a composição nutricional/calórica

da refeição. Os alimentos variam muito ao longo destas dimensões, bem como a

importância delegada por cada indivíduo a cada uma delas. Por exemplo,

indivíduos com baixo poder económico podem dar uma maior importância ao

valor, enquanto que aqueles que dão mais importância à saúde terão em conta a

qualidade nutricional dos alimentos. (57)

Existe assim a necessidade de alertar os consumidores para a escolha de

alimentos/refeições com boa qualidade nutricional.

A educação nutricional permite aos consumidores realizarem escolhas

informadas. (26, 46) Existem evidências científicas que comprovam o aumento do

consumo de determinados alimentos saudáveis, após a sua promoção através de

intervenções de educação alimentar. (57, 71) Verificou-se também que os utentes

consideram a informação nutricional útil e muitos deles a utilizam no seu

27

quotidiano, na realização de escolhas alimentares. (72) Sugere-se que, tal como

existe informação nutricional no rótulo dos alimentos pré-embalados, também

exista nos menus de restaurantes, ementas, produtos presentes em máquinas de

venda automática, bares, etc. Só assim o trabalhador/consumidor poderá fazer

uma selecção informada dos alimentos que ingere.

Para além dessa informação relativa à composição dos produtos alimentares,

as instalações destinadas ao consumo alimentar podem constituir um bom local

para comunicação de outras informações úteis para as escolhas alimentares. (72)

Um estudo realizado por Buscher provou que as escolhas dos utentes são

influenciadas quando estes conhecem a informação nutricional relativa às suas

escolhas alimentares. (73) Os consumidores podem tolerar melhor as alterações

relacionadas com o sabor dos alimentos quando estes são rotulados como

“saudáveis” e a informação nutricional é disponibilizada. (74)

Campbell et al demonstraram que a adaptação e individualização das

informações melhora a eficácia das mensagens. (49) Bowen e Beresford

comprovaram que, de modo geral, o aconselhamento individual realizado por

profissionais resulta em maiores níveis de mudança, do que estratégias

destinadas a grupos populacionais. (56) No entanto, este método não é viável no

combate e prevenção das doenças relacionadas com a alimentação,

nomeadamente as DCNT, devido ao número limitado de indivíduos abrangidos e

às suas restrições económicas. As intervenções de educação, baseadas no uso

de recursos tecnológicos, demonstraram ser mais eficazes uma vez que, através

do uso de software, é possível adaptar a informação transmitida aos indivíduos,

assegurando que as mensagens são do seu interesse e estão adaptadas às suas

necessidades. Porém, esta estratégia pode funcionar em pessoal administrativo

28

que trabalha diariamente com computadores mas, em trabalhadores de uma

unidade de produção, como por exemplo, uma fábrica é necessário equacionar

outros veículos de comunicação colectivos.

Estudos relatam que a informação nutricional pode ter um efeito benéfico em

escolhas alimentares mais saudáveis, quando estes realizam refeições fora de

casa, embora este efeito seja limitado em magnitude. (75) Este resultado reflecte a

natureza multifactorial das escolhas alimentares. A educação nutricional por si só

não é suficiente para que ocorram alterações nos hábitos comportamentais dos

indivíduos, é necessário realizar mudanças ambientais que permitam facilitar a

escolha de alimentos saudáveis. A utilização de listas de verificação para avaliar

as condições ambientais é uma ferramenta útil, que poderá ser equacionada,

desde que adaptada à realidade de cada empresa.

Está provado que a distribuição gratuita de fruta, pode incentivar o seu

consumo. (26, 48, 57, 76) Em Portugal, esta prática já se verifica em várias empresas,

devendo ser uma acção apoiada pelas empresas, em conjunto com a distribuição

de outros produtos alimentares como por exemplo, lacticínios ou snacks de

vegetais. (77-79)

Reduzir os preços das opções alimentares saudáveis é comprovadamente um

bom método de apoiar o seu consumo. (57, 75) Contudo, é necessário encontrar,

em conjunto com as empresas de restauração colectiva, uma solução viável para

a redução dos preços que satisfaça ambas as entidades envolvidas. (57) Torna-se

assim necessário adoptar medidas que promovam a manutenção ou aumento dos

lucros, através da adopção de novas estratégias.

Na avaliação da eficácia dos programas, onde se implementam a redução dos

preços ou a disponibilização de alimentos mais saudáveis, é necessário verificar

29

se o aumento das vendas se deve a uma alteração dos comportamentos dos

utentes habituais ou a uma adesão de novos consumidores (por exemplo, quando

se introduz um prato vegetariano numa ementa, podem aderir ao mesmo pessoas

que anteriormente trariam a sua alimentação de casa).

Estabelecer intervalos de trabalho adequados é fulcral para garantir uma boa

nutrição dos trabalhadores. Definir intervalos de tempo simultâneos para toda a

comunidade de trabalhadores poderá resultar numa grande afluência às

instalações destinadas à aquisição ou consumo de refeições, levando a que o

tempo determinado para a pausa do trabalho, seja dispendido no período de

espera e não na alimentação, ao contrário do que seria desejado. Uma das

soluções apresentadas passaria pela divisão dos horários dos trabalhadores, para

que as refeições fossem realizadas em horários desfasados.

Os intervalos curtos levam a que estes os funcionários não tenham tempo

para despender na linha de aquisição ou distribuição de alimentos, assim como

na procura de um local adequado para a realização da refeição. Estas limitações

de tempo conduzem muitas vezes a aquisição de alimentos prontos a comer,

designadamente sandes, que geralmente não cumprem as necessidades

nutricionais dos trabalhadores. Em alternativa, os indivíduos podem trazer os

alimentos de casa, o que poderá ser prejudicial no que concerne à segurança

alimentar, no transporte e armazenagem dos mesmos.

A escassez de tempo pode incentivar o consumo de refeições, prontas a

comer, no próprio local de trabalho. Este factor pode constituir um risco em

termos de segurança alimentar devido à contaminação das superfícies.(80) Deve

ser apoiado a criação e venda, no local de trabalho, de produtos prontos a comer

com melhor qualidade nutricional e salubres.

30

O número limitado de empregados a laborar em determinado turnos,

nomeadamente no nocturno, não permite que seja viável o funcionamento

constante das cantinas, refeitórios e bares. Estes são obrigados a recorrer às

máquinas de venda automática, levando a que a predisposição para o consumo

de alimentos com maior densidade energética aumente. (59) Existe assim a

necessidade de criar opções mais saudáveis, que incluam refeições quentes

(como por exemplo sopa), hortícolas e frutas. (2, 48, 56) A necessidade da criação

destas mudanças ambientais está aumentada, uma vez que para este regime de

trabalho o recrutamento e a permanência dos indivíduos se tem verificado difícil.

(59)

Harrington identificou as melhorias nos serviços de catering e nas instalações

recreativas como sendo factores de melhoramento, a curto prazo, nos problemas

nutricionais causados pelos trabalhos por turnos. (59)

As escolhas alimentares dos trabalhadores em regime de trabalho por turnos

são obviamente influenciadas por factores externos, assim como os horários e a

disponibilidade da comida.

As características das empresas poderão influenciar o tipo e a eficácia do

programa. Estas podem diferir quanto ao tamanho, número de trabalhadores,

localização, poder económico e interesse que eventualmente poderão ter na

melhoria das condições de trabalho e da saúde dos seus trabalhadores.

A sensibilização das empresas para a importância de intervenções para a

promoção da saúde é essencial, pois sem a sua aprovação e colaboração, não é

possível garantir a sua implementação e sucesso. A intervenção deverá ser

sempre realizada por um especialista em nutrição, podendo integrar uma equipa

mulltidisciplinar constituída pelo médico do trabalho, enfermeiro, responsável dos

31

recursos humanos, psicólogo, representante dos trabalhadores, ou outros.

Quando as empresas têm serviços organizados de higiene, saúde e segurança no

trabalho, este tipo de intervenção poderá ser também integrada no programa de

saúde ocupacional.

Os locais de trabalho com um número reduzido de trabalhadores têm menor

probabilidade de oferecer programas de promoção da saúde, sendo essencial

desenvolver estratégias adequadas e atractivas para os empregadores e

funcionários deste tipo de empresas. As limitações económicas e a ausência de

instalações destinadas à alimentação podem ser alguns dos entraves

encontrados para a implementação destes programas.

Os horários das refeições são por norma mais organizados nos grandes locais

de trabalho, uma vez que os trabalhadores podem substituir-se mutuamente

sempre que necessário.

São necessários mais estudos que avaliem quais os incentivos e acções que

promovem a implementação deste tipo de programas em pequenas empresas.

Nas empresas sem limitações económicas ou geográficas, as cantinas

poderão constituir a melhor opção. Estas representam um espaço onde a

qualidade das refeições e as condições de ambiente podem ser controladas.

Eva Roos et al demonstraram que a realização de refeições nas cantinas dos

trabalhadores está associada com uma melhor qualidade da sua alimentação. As

cantinas dos locais de trabalho servem refeições quentes e incluem hortícolas na

sua composição, servindo regularmente pratos de peixe, podendo apoiar o

consumo destes alimentos. (67)

De forma a aumentar a eficácia dos programas implementados é necessário

trabalhar com as empresas que distribuem as refeições, para que estas cumpram

32

as recomendações estabelecidas pelos programas, em matéria de composição

nutricional das refeições, (81) variedade de alimentos saudáveis disponibilizados e

regulação de preços das refeições. Quando se trata de empresas de restauração

colectiva subcontratadas, este tipo de obrigações devem ser incluídas nos

requisitos dos cadernos de encargo, assim como capitações adequadas à

população alvo.

Contudo, é necessário fazer algumas considerações sobre o tipo de serviço

apresentado nas cantinas. Segundo um estudo que comparou as cantinas com

serviço de buffet e à la carte, verificou-se que as primeiras encorajam as pessoas

a combinar diferentes opções, incluindo saladas, frutas e snacks de hortícolas,

podendo assim aumentar a variedade da refeição. (48) Este estudo apresenta

limitações, pois não se encontra descrita a forma como os hortícolas foram

consumidos pelos participantes, os métodos de confecção, se lhe foi adicionada

gordura e qual o tipo e quantidade adicionada, que molhos estavam disponíveis,

etc. As cantinas com um serviço a la carte podem promover a ingestão de frutas e

hortícolas, utilizando como estratégias a venda de uma refeição, em conjunto com

uma salada ou fruta, a preço fixo, podendo este ser menor, do que nos outros

pratos. No entanto, existem evidências científicas que relacionam a variedade

(das cantinas com serviço do tipo buffet) com uma maior ingestão de alimentos.

Este aumento deverá ser desprezado caso corresponda a uma maior ingestão de

fruta e hortícolas, devido à composição nutricional destes alimentos (grande

volume, alto teor de água e baixa densidade energética). (48)

Os refeitórios e as kitchenettes apresentam uma variedade alimentar

geralmente menor do que as cantinas, uma vez que o equipamento disponível é

mais limitado do que numa cozinha de maiores dimensões, podendo

33

comprometer a qualidade organoléptica dos alimentos (sabor, textura, aroma e

cor). Se estas instalações não se adequarem às características da empresa

(número de trabalhadores, locais reservados, sem ambientes poluídos, poeiras,

barulho, odores, etc.) não atingirão o objectivo desejado, levando à fraca adesão

por parte dos trabalhadores. (2)

O comércio local pode constituir uma alternativa nutritiva e económica. Estas

opções são boas para o sector de trabalho informal, como o da construção civil ou

outras actividades laborais semelhantes que não tenham infra-estruturas de

trabalho. A Food and Agriculture Organization (FAO) e a OMS têm levado a cabo

acções que visam melhorar a segurança alimentar do comércio de rua. (2) Nestes

casos, a localização do trabalho está em constante mudança e as condições em

que se efectuam as refeições variam de local para local, conforme o tipo de

estabelecimentos e serviços disponíveis. É necessário ter este factor em atenção,

pois se estas não apresentarem equipamento confortável e limpo, e um ambiente

agradável, poderão afectar de forma negativa a qualidade da refeição.

No caso de grandes empresas de construção civil, por exemplo, justifica-se a

utilização de “cantinas móveis”, adequada do ponto de vista de segurança

alimentar e com condições de conforto para os seus trabalhadores realizarem as

suas refeições.

Para que as acções de promoção da saúde alcancem a eficácia desejada é

necessário garantir a adesão e participação dos indivíduos ao longo do programa.

(56, 82) A escolha da população alvo e sua caracterização poderão servir para o

planeamento de estratégias, assegurando que estas atinjam as necessidades,

interesses e prioridades dos trabalhadores. (4, 52)

34

Existem algumas características dos trabalhadores que podem afectar a sua

participação nos programas. Vários estudos comprovaram que os indivíduos do

sexo masculino demonstravam menor preocupação com questões de saúde,

quando comparados com os seus pares do sexo feminino. O nível de formação

académico e o estrato social também parecem influenciar a sua participação

nestas iniciativas e, consequentemente, determinar o seu sucesso. (52, 82)

Sorensen G. et al sugeriram que a abordagem de outras questões

relacionadas com a saúde no local de trabalho nestes programas (como por

exemplo, a exposição potencial a riscos ocupacionais) poderia constituir um bom

método para aumentar a participação dos trabalhadores. (52)

7. CONCLUSÃO

A alimentação no local de trabalho representa um papel essencial não só na

melhoria da saúde dos trabalhadores e da população em geral, mas também no

aumento da produtividade e competitividade das empresas. Os benefícios

económicos para estas, bem como para as nações é um factor muitas vezes

desconhecido e desvalorizado.

Ao contrário de outros países, em Portugal, a alimentação no local de trabalho

constitui uma área pouco desenvolvida e as empresas estão pouco sensibilizadas

para a importância desta questão. A implementação de programas de promoção

de hábitos alimentares saudáveis nos locais de trabalho portugueses, constitui

uma medida urgente e necessária, no qual o nutricionista deverá ter uma voz

activa.

São necessários mais dados em relação à população activa portuguesa e

estudos analíticos relacionados com a saúde dos trabalhadores e respectivos

35

custos. Adicionalmente, é ainda indispensável conhecer e perceber quais as

condições de trabalho que vigoram em Portugal.

Os programas de promoção de hábitos alimentares saudáveis realizados

noutros países necessitam de ser implementados e avaliados na população

portuguesa, de modo a testar a sua eficácia.

Apesar da alimentação no trabalho ser uma área pouco desenvolvida em

Portugal, constitui uma oportunidade laboral para o nutricionista alargar o seu

campo de actuação.

36

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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41

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42

43

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO 1 – Ciclo da má alimentação e da baixa produtividade a1

ANEXO 2 – Perdas de rendimentos de alguns países a5

ANEXO 3 – Gastos de energia com algumas actividades ocupacionais a9

ANEXO 4 – Recomendações nutricionais para a população activa a17

ANEXO 5 – Programa de promoção da saúde no local de trabalho e suas

características a21

ANEXO 6 – Lista de verificação Checklist of Health Promotion Environments at

Worksites (CHEW) a27

ANEXO 7 – Guidelines específicas para cantinas, refeitórios e outras instalações

destinadas à alimentação a45

a1

ANEXO 1 – CICLO DA MÁ ALIMENTAÇÃO E DA BAIXA PRODUTIVIDADE

a3

Figura 1 – Ciclo da má alimentação e da baixa produtividade de um país

Adaptado de: Christopher Wanjek, Food at Work: Wokplace Solutions for

malnutrition, obesity and chronic diseases, ILO, 2005 (2)

a5

ANEXO 2 – PERDAS DE RENDIMENTOS DE ALGUNS PAÍSES

a7

Tabela 1 – Perda do rendimento nacional atribuídos às doenças cardíacas,

enfartes e diabetes de alguns países, 2005-2015 (milhares de milhões de

doláres – valor de 1998).

País Perda Estimada do

Rendimento 2005

Perda Estimada do

Rendimento 2015

Perda Acumulada

do Valor em 2005

Brasil 2,7 9,3 49,2

Canadá 0,5 1,5 8,5

China 18,3 131,8 557,7

Índia 8,7 54,0 236,6

Nigéria 0,4 1,5 7,6

Paquistão 1,2 6,7 30,7

Federação Russa 11,1 66,4 303,2

Reino Unido 1,6 6,4 32,8

República Unida da

Tanzânia 0,1 0,5 2,5

Adaptado: Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet

and Physical Activity, WHO 2008 (3)

a9

ANEXO 3 – GASTOS DE ENERGIA COM ALGUMAS ACTIVIDADES

OCUPACIONAIS

a11

Tabela 2 - Gastos de energia com algumas actividades ocupacionais

Males Females

Activity Average

PAR

Par

RAnge

Average

PAR

PAR

Range

Bakery work 2,5

Brewery Work 2,9

Brickmaker:

Earth cutting 5,6 5,5-5,7

Making mud bricks (squatting) 3,0

Builder:

Carrying wood 6,6

Cement mixing with shovel 5.3

Chipping cement walls 3,3

Chiselling 5,0 4,4-7.1

Nailing 3,0

Planing softwood 5,7

Planing hardwood 8,0

Roofing 2,9

Sanpapering 2,9

Sawing softwood 5,3 5,0-5,6

Sawing hardwood 6,6

Painting 3,6

Firefighter:

Dragging fire hose 9,8

Climbing steps with full gear 12,2

Flight attendant (serving food,

beverages, and galley work) 3,0

a13

Tabela 2 - Gastos de energia com algumas actividades ocupacionais

(continuação)

Males Females

Activity Average

PAR

Par

RAnge

Average

PAR

PAR

Range

Forester:

Tree cutting 6,9 5,4-8,0

Sawing 5,7

Planting trees 4,1

Nursery work 3,6

Military Training:

Digging trenches 6,4 4,6-7,9

Drill 4,5 4,1-4,8

March (slow) 3,18

March 2-4-m/h (3,2-6,4 km/h) with 27

kg load 4,9

Obstacle course 5,7 5,0-6,3

Miner:

Drilling with jackhammer 3,9

Loading operations 3,2

Shovelling 4,6

a15

Tabela 2 - Gastos de energia com algumas actividades ocupacionais

(continuação)

Males Females

Activity Average

PAR

Par

RAnge

Average

PAR

PAR

Range

Office worker:

Filing 1,3

Reading 1,3

Siting at desk 1,3

Standing/moving around 1,6

Typing 1,8

Writing 1,4

Postal worker:

Climbing stairs 8,9 7,7-10,7

Sorting parcels (habitual) 5,4

Shoemaker 2,6

Tailor 2,5

Textile factory worker (average of

spinning, weaving, dyeing) 3,1

Adaptado: “Human energy requirements”, FAO/WHO/UNU, 2001

a17

ANEXO 4 – RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA A POPULAÇÃO ACTIVA

a19

Adaptado de: Christopher Wanjek, Food at Work: Wokplace Solutions for

malnutrition, obesity and chronic diseases, ILO, 2005 (2)

Tabela 3 – Recomendações nutricionais para a população activa

1 Calculada por: Gordura Total (Ácidos Gordos Saturados + Ácidos Gordos Polinsaturados +

Ácidos Gordos Trans).

2 A percentagem de energia total disponível depois de ter em conta o consumo de proteína e de

gordura.

3 O termo “açúcares livres” refere-se a monossacarídeos e dissacarídeos adicionados aos

alimentos pelos produtores, cozinheiros e consumidores, mais os açucares naturais presentes no

mel, xaropes e sumos de fruta.

Gordura Total 15-30% (da energia total)

Ácidos Gordos Saturados 10%

Ácidos Gordos Polinsaturados 6-10%

Ácidos Gordos Polinsaturados Ómega - 6 5-8%

Ácidos Gordos Polinsaturados Ómega - 3 1-2%

Ácidos Gordos Trans <1%

Ácidos Gordos Monoinsaturados Calculada por1

Hidratos de Carbono Totais 55-75% 2 (da energia total)

Açúcares Livre 3 <10% (da energia total)

Proteína 10-15% (da energia total)

Colesterol <300 mg por dia

Sal (sódio) <5g por dia (<2g por dia)

Frutas e Vegetais ≥ 400g por dia

Fibra Alimentar Total >25g por dia

Polissacarídeos Não-Amiláceos >20g por dia

a21

ANEXO 5 – PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO LOCAL DE

TRABALHO E SUAS CARACTERÍSTICAS

a23

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ANEXO 6 – LISTA DE VERIFICAÇÃO Checklist of Health Promotion

Environments at Worksites (CHEW)

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ANEXO 7 – GUIDELINES ESPECÍFICAS PARA CANTINAS, REFEITÓRIOS E

OUTRAS INSTALAÇÕES DESTINADAS À ALIMENTAÇÃO

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Guidelines para as Cantinas, Refeitórios e outras Instalações

Destinadas à Alimentação

The General Conference of the International Labour Organisation,

• Having been convened at Geneva by the Governing Body of the International Labour Office, and having met in its Thirty-ninth Session on 6 June 1956, and

• Having decided upon the adoption of certain proposals with regard to welfare facilities for workers, which is the fifth item on the agenda of the session, and

• Having determined that these proposals shall take the form of a Recommendation, adopts this twenty-sixth day of June of the year one thousand nine hundred and fifty-six, the following Recommendation, which may be cited as the Welfare Facilities Recommendation, 1956:

Whereas it is desirable to define certain principles and establish certain standards concerning the following welfare facilities for workers:

(a) feeding facilities in or near the undertaking;

(b) rest facilities in or near the undertaking and recreation facilities excluding holiday facilities; and

(c) transportation facilities to and from work where ordinary public transport is inadequate or impracticable,

The Conference recommends that the following provisions should be applied as fully and as rapidly as national conditions allow, by voluntary, governmental or other appropriate action, and that each Member should report to the International Labour Office as requested by the Governing Body concerning the measures taken to give effect thereto.

I. Scope

1. This Recommendation applies to manual and non-manual workers employed in public or private undertakings, excluding workers in agriculture and sea transport.

2. In any case in which it is doubtful whether an undertaking is one to which this Recommendation applies, the question should be settled either by the competent authority after consultation with the organisations of employers and workers concerned, or in accordance with the law or practice of the country.

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II. Methods of Implementation

3. Having regard to the variety of welfare facilities and of national practices in making provision for them, the facilities specified in this Recommendation may be provided by means of public or voluntary action--

(a) through laws and regulations, or

(b) in any other manner approved by the competent authority after consultation with employers' and workers' organisations, or

(c) by virtue of collective agreement or as otherwise agreed upon by the employers and workers concerned.

III. Feeding Facilities

A. Canteens

4. Canteens providing appropriate meals should be set up and operated in or near undertakings where this is desirable, having regard to the number of workers employed by the undertaking, the demand for and prospective use of the facilities, the non-availability of other appropriate facilities for obtaining meals and any other relevant conditions and circumstances.

5. If canteens are provided by virtue of national laws or regulations, the competent authority should be empowered to require the setting up and operation of canteens in or near undertakings where more than a specified minimum number of workers is employed or where this is desirable for any other reason determined by the competent authority.

6. If canteens are the responsibility of works committees established by national laws or regulations, this responsibility should be exercised in undertakings where the setting up and operation of such canteens are desirable.

7. If canteens are provided by virtue of collective agreement or in any other manner except as indicated in Paragraphs 5 and 6, the arrangements so arrived at should apply to undertakings where this is desirable for any reason as determined by agreement between the employers and workers concerned.

8. The competent authority or some other appropriate body should make suitable arrangements to give information, advice and guidance to individual undertakings with respect to technical questions involved in the setting up and operation of canteens.

9.

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(1) Where adequate publications are not already in existence, the competent authority or some other appropriate body should prepare and publish detailed information, suggestions and guidance, adapted to the special conditions in the country concerned, on methods of setting up and operating canteens.

(2) Such information should include suggestions on--

(a) location of the canteens in relation to the various buildings or departments of the undertakings concerned;

(b) establishment of joint canteens for several undertakings in so far as is appropriate;

(c) accommodation in canteens: standards of space, lighting, heating, temperature and ventilation;

(d) layout of canteens: dining room or rooms, service area, kitchen, dishwashing area, storage, administration office, and lockers and washroom for canteen personnel;

(e) equipment, furnishing and decoration of canteens: equipment for the preparation and cooking of food, refrigeration, storage and washing up; types of fuel for cooking; types of tables and chairs in the dining room or rooms; scheme of painting and decoration;

(f) types of meals provided: standard menu, standard menu with options, à la carte; dietetic menus where medically prescribed; special menus for workers in unhealthy occupations; breakfast, midday meal or other meals for shift workers;

(g) standard of nutrition: nutritional values of foodstuffs, planned menus and balanced diets;

(h) types of service in the canteen: hatch or counter service, cafeteria, and table service; personnel needed for each type of service;

(i) standards of hygiene in the kitchen and dining rooms;

(j) financial questions: initial capital outlay for construction, equipment and furnishing, continuing overheads and maintenance expenses, food and personnel costs, accounts, prices charged for meals.

B. Buffets and Trolleys

10.

(1) In undertakings where it is not practicable to set up canteens providing appropriate meals, and in other undertakings where such canteens already exist, buffets or trolleys should be provided, where necessary and practicable, for the sale to the workers of packed meals or snacks and tea, coffee, milk and other

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beverages. Trolleys should not, however, be introduced into workplaces in which dangerous or harmful processes make it undesirable that workers should partake of food and drink there.

(2) Some of these facilities should be made available not only during the midday or midshift interval but also during the recognised rest pauses and breaks.

C. Messrooms and Other Suitable Rooms

11.

(1) In undertakings where it is not practicable to set up canteens providing appropriate meals, and, where necessary, in other undertakings where such canteens already exist, messroom facilities should be provided, where practicable and appropriate, for individual workers to prepare or heat and take meals provided by themselves.

(2) The facilities so provided should include at least--

(a) a room in which provision suited to the climate is made for relieving discomfort from cold or heat;

(b) adequate ventilation and lighting;

(c) suitable tables and seating facilities in sufficient numbers;

(d) appropriate appliances for heating food and beverages;

(e) an adequate supply of wholesome drinking water.

D. Mobile Canteens

12. In undertakings in which workers are dispersed over wide work areas, it is desirable, where practicable and necessary, and where other satisfactory facilities are not available, to provide mobile canteens for the sale of appropriate meals to the worker.

E. Other Facilities

13. Special consideration should be given to providing shift workers with facilities for obtaining adequate meals and beverages at appropriate times.

14. In localities where there are insufficient facilities for purchasing appropriate food, beverages and meals, measures should be taken to provide workers with such facilities.

F. Use of Facilities

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15. The workers should in no case be compelled, except as required by national laws and regulations for reasons of health, to use any of the feeding facilities provided.

IV. Rest Facilities

A. Seats

16.

(1) In undertakings where any workers, especially women and young workers, have in the course of their work reasonable opportunities for sitting without detriment to their work, seats should be provided and maintained for their use.

(2) Seats so provided should be in adequate numbers and reasonably near the work posts of the workers concerned.

17.

(1) In undertakings where a substantial proportion of any work can be properly done seated, seats should be provided and maintained for the workers concerned.

(2) The seat should be of a design, construction and dimensions suitable for the worker and the work; a footrest should be provided where necessary.

18. Regardless of whether seats for workers are provided and maintained by virtue of national laws or regulations, the competent authority in each country should authorise appropriate government officials to give information, advice and guidance with respect to the technical questions involved in the provision and maintenance of suitable seats for workers, particularly where seats are provided for workers engaged on operations in which a substantial proportion of the work can be properly done seated.

B. Rest Rooms

19.

(1) In an undertaking where alternative facilities are not available for workers to take temporary rest during working hours, a rest room should be provided, where this is desirable, having regard to the nature of the work and any other relevant conditions and circumstances. In particular, rest rooms should be provided to meet the needs of women workers; of workers engaged on particularly arduous or special work requiring temporary rest during working hours; or of workers employed on broken shifts.

(2) National laws or regulations should, where appropriate, empower the competent authority to require the provision of rest rooms in particular undertakings or classes of undertakings in which this is considered desirable by

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the competent authority owing to the conditions and circumstances of employment.

20. The facilities so provided should include at least--

(a) a room in which provision suited to the climate is made for relieving discomfort from cold or heat;

(b) adequate ventilation and lighting;

(c) suitable seating facilities in sufficient numbers.

V. Recreation Facilities

21.

(1) Appropriate measures should be taken to encourage the provision of recreation facilities for the workers in or near the undertaking in which they are employed, where suitable facilities organised by special bodies or by community action are not already available and where there is a real need for such facilities as indicated by the representatives of the workers concerned.

(2) Such measures, where necessary, should be taken by works committees or other bodies established by national laws or regulations if these have a responsibility in this field, or by voluntary action of the employers or workers concerned after consultation with each other. These measures should, preferably, be taken in such a way as to stimulate and support action by the public authorities so that the community is able to meet the demand for recreation facilities.

22. Whatever may be the methods adopted for providing recreation facilities, the workers should in no case be under any obligation to participate in the utilisation of any of the facilities provided.

VI. Management of Feeding and Recreation Facilities

23. While the management of the feeding and recreation facilities provided may be exercised in different ways in accordance with the customs of the country or locality concerned or with arrangements under which special bodies are entrusted with over-all responsibility for welfare facilities, the following are some of the forms of management that competent authorities, employers and workers should take into account:

(a) in respect of feeding facilities--

(i) in countries in which the provision of feeding facilities forms a responsibility of works committees established by national laws or regulations, management of

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such facilities by such works committees or by subcommittees appointed by them; or

(ii) in other countries, management of such facilities by the management of the undertaking or by catering contractors appointed by it, with arrangements for consultation with the workers in the undertaking, for example through a canteen committee consisting of representatives of the workers in the undertaking;

(b) in respect of recreation facilities--

(i) in countries in which the provision of recreation facilities forms a responsibility of works committees established by national laws or regulations, management of such facilities by such works committees or by subcommittees appointed by them; or

(ii) in other countries, management of such facilities by a central recreation committee elected by the workers in the undertaking; with or without a representative or representatives of the management of the undertaking, or by a number of different clubs formed voluntarily by groups of workers in the undertaking interested in particular forms of recreation.

24. The competent authorities of each country should arrange for the consultation of workers' and employers' organisations concerning both the methods of administration and the supervision of the welfare facilities set up by virtue of national laws or regulations.

VII. Financing of Feeding and Recreation Facilities

25. While the financing of the feeding and recreation facilities provided may be exercised in different ways in accordance with the customs of the country or locality concerned or with arrangements under which special bodies are entrusted with over-all responsibility for welfare facilities, the following are some of the forms of financing that competent authorities, employers and workers should take into account:

(a) in respect of feeding facilities--

(i) financing by the employer of expenditure for constructing, renting or otherwise providing the premises for feeding facilities together with the necessary equipment and furnishings and for continuing overheads and maintenance, including heating, lighting and cleaning, rates and taxes, insurance and upkeep of premises, equipment and furnishings;

(ii) payment for meals and other food supplied by the workers using the facilities;

(iii) financing of expenditure for wages and insurance of food service personnel, either by the employer or by the workers through payment for meals and other food supplied;

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(b) in respect of recreation facilities--

(i) financing by the employer of expenditure for constructing, renting or otherwise providing the premises for indoor recreation facilities and the grounds and installations for outdoor recreation facilities, together with the necessary durable equipment and furnishings, and for continuing overheads and maintenance, including heating, lighting and cleaning, rates and taxes, insurance and upkeep of premises, grounds, installations, equipment and furnishing; and

(ii) financing of day-to-day running expenses, including in particular the provision of expendable equipment and supplies, by the workers using the facilities through

payment of membership subscriptions and games fees, and through receipts from charges for admission to matches, or otherwise.

26. In the economically underdeveloped countries, in the absence of other legal obligations concerning welfare facilities, such facilities may be financed through welfare funds maintained by contributions fixed by the competent authorities and administered by committees with equal representation of employers and workers.

27.

(1) Where meals and other food supplies are made available to the workers directly by the employer, their prices should be reasonable and they should be provided without profit to the employer; any possible financial surplus resulting from the sale should be paid into a fund or special account and used, according to circumstances, either to offset losses or to improve the facilities made available to the workers.

(2) Where meals and other food supplies are made available to the workers by a caterer or contractor, their prices should be reasonable and they should be provided without profit to the employer.

(3) Where the facilities in question are provided by virtue of collective agreements or by special agreements within undertakings, the fund provided for in subparagraph (1) should be administered either by a joint body or by the workers.

28.

(1) In no case should a worker be required to contribute towards the cost of welfare facilities that he does not wish to use personally.

(2) In cases where workers have to pay for welfare facilities, payment by instalment or delay in payment should not be permitted.

VIII. Transport Facilities

29. Where, in accordance with national or local custom, workers provide their own

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means of transport to and from work, suitable parking or storage facilities should be provided where necessary and practicable.

30. Where a substantial proportion of the workers experience special difficulties in travelling to and from work owing to the inadequacy of public transport services or unsuitability of transport timetables, the undertakings in which they are employed should endeavour to secure from the organisations providing public transport in the locality concerned the necessary adjustments or improvements in their services.

31. Where the workers' transport difficulties are primarily due to peak transport loads and traffic congestion at certains hours and where such difficulties cannot otherwise be overcome, the undertaking in which they are employed should, in consultation with the workers concerned and with the public transport and traffic

authorities, and, where appropriate, with other undertakings in the same locality, endeavour to adjust or stagger times of starting and finishing work in the undertaking as a whole or in some of its departments.

32. Where adequate and practicable transport facilities for the workers are necessary and cannot be provided in any other way, the undertakings in which they are employed should themselves provide the transport.

33. In particular countries, areas or industries, where public transport facilities are inadequate or impracticable, and as an alternative to the provision of transport by the undertaking, transport allowances should, by agreement between the employer and the workers concerned, be paid to the workers by the undertaking.

34. Wherever necessary, undertakings should arrange for adequate transport facilities to be available, either through the services of public transport or otherwise, to meet the needs of shift workers at times of the day and night when ordinary public transport facilities are inadequate, impracticable or non-existent.

IX. General Provision

35. In the case of a federal State, the term national laws or regulations , as used in this Recommendation, includes the laws and regulations of the federal State and the laws and regulations of the constituent states, provinces or cantons, as may be appropriate under the constitutional system of the Member concerned.

Adaptado de:

“ILO, Recommendation concerning welfare facilities for workers, Geneva, 1956”,

Disponível em: http://www.ilo.org/ilolex/cgi-lex/convde.pl?R10

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