Aia
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O Reino da terrível rainha
A rainha desesperada pela ausência do rei enviou um exército numeroso em busca do seu espo-
so, pensando ela na possibilidade dele estar morto. Passaram-se dias e dias, e nem sinais do seu ama-
do nem do exército. A rainha era uma mulher bastante dependente do rei.
Foram passando cada vez mais meses, e a rainha já não resistia à ansiedade de cuidar do reino
sozinha. Via cada vez menos o seu filho. O pobre príncipe era criado pelas amas, pois passava os dias
a chorar e a pensar numa maneira de encontrar o rei. Cada vez mais desesperada decidiu começar a
cuidar do reino, pois as esperanças do regresso do rei eram escassas, e o seu filho ainda era muito
pequeno para governar.
Com o tempo, a rainha tornou-se numa pessoa maléfica. Queria destruir o reino porque acredi-
tava plenamente que o rei a tinha deixado. A população ficou desesperada com as suas torturas. Ela
mandava matar os inocentes, aumentava os impostos e não tolerava quem fosse contra as suas ideias.
Passaram-se doze anos e a rainha ainda continuava á espera que o rei voltasse.
Um dia, alguns soldados do exercito que ela tinha enviado para procura-lo regressaram, sem
qualquer noticia sobre o seu paradeiro. A rainha desolada mandou matar todos os soldados. O seu
filho, que entretanto crescera, não concordava com a crueldade da mãe e queria construir o seu pró-
prio reino noutro sítio, sem injustiças e maldades.
Um dia, a rainha ficou completamente sozinha. Já nem o seu filho queria estar com a mãe. Dos
criados, uns fugiram, outros foram mortos. A rainha chorou muito, por perceber que se encontrava na
ruína, por perceber que tinha destruído tudo à sua volta. E completamente louca, acabou por morrer.
E, o que restou, foi um castelo abandonado e uma rainha morta.
Carolina Silva, Ana Figueiredo, Mara Mendes
A aia de Eça de Queirós
Uma possível continuação
A aia de Eça de Queirós Outra possível continuação
Três Longas Luas
Três longas luas haviam passado, com a rainha rezando fervorosamente todas as noites, esperando que o rei
voltasse ao palácio.
Uma sombra escura abatera-se sobre o reino, num luto antecipado.
Todas as noites, a aia ia ter com a rainha para lhe fazer um pouco de companhia. Numa dessas intermi-
náveis noites, a rainha confessou:
- Ele voltará.
- Não se iluda senhora. Será pior para si.
- Ele voltará.
A aia reduziu-se ao silêncio.
Ao nascer do novo dia, uma espessa camada de neve cobria o reino. Um cavalo branco, quase invisível,
apareceu ao longe. E em linha, atrás dele, um exército estendia-se vitoriosamente. Gritos de alegria ecoaram
por todo o palácio.
A rainha permanecia impávida diante da janela do palácio. Sem se virar para trás, sentiu a presença da
aia.
- Ele voltou.
Telma Pais, Madalena Dias, Catarina Santos, Ana Galego
A aia de Eça de Queirós Mais uma possível continuação
O rei patriota
Passaram anos e anos e não chegava nenhuma notícia do campo de batalha.
A incerteza dominava e a revolta estava sobremaneira presente. A rainha envelhecia, e ia-se habituando a
passar os dias sem o marido. Ela era sucessivamente assediada, visto que muitos homens pretendiam a mão da
rainha em casamento. Porém, a rainha acreditava que o Rei iria regressar vitorioso e esperava ansiosamente por
suas notícias. O seu filho ia crescendo e tornava-se cada vez mais independente e responsável.
Entrava o príncipe na fase da adolescência quando o Rei e as suas tropas regressaram ao reino. Foi uma festa
total e a batalha tinha sido vencida. Foi agendada uma grande festa para comemorar este marco tão importante.
O rei estava cansado, velho e desgastado. Observava que o seu filho estava feito um homem e inevitavelmente
era o seu único herdeiro.
Então, na festa, é oferecido um punhal ao rei como prémio da representação patriota na guerra. O soberano
emocionado, diz:
- Já dei tudo pelo meu reino. O meu filho está muito responsável e então, cabe-lhe a ele dar continuidade ao
reino.
E crava o punhal no coração.
Miguel Garção, André Calado, Francisco Antunes e David Jorge