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  • 8/6/2019 A_Farsa_d..

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    A Farsa da Boa Preguia

    Cenrio: No tnt deve estar duas casas uma que represente toda a fartura do rico, e a outra a

    misria do pobre, um banco no palco que represente uma praa.

    Figurino e acessrios- Arcanjo: Roupa Branca de preferncia tnica

    Manuel: roupa muito simples(camiseta xadrez, cala cor de pele, sandlia simples)

    Aderaldo: camiseta social lisa, cala com suspensrio, sapato social de couro, chapu

    Andreza: Vestido florido simples, sandlia simples, cabelo preso com grampos

    Nevinha: vestido florido simples, mas apertado, flor no cabelo, ps descalos

    Simo: camisa de cor neutra, cala marrom, ps descalos, cabelo desarrumado

    Clarabela: cala social da boca larga, blusa de perua, com colares, anis, pulseiras e uma

    piteira, sandlia de salto baixo. Maquiagem forte.

    Frade: tnica marrom, tero, sandlia como a de Manuel

    Motoriste do caminho: macaco, bon azul, camiseta cinza, sapatos pretos.

    Sonoplastia: Um Cd com msicas de repentes nordestinos dever ser tocado, toda vez que

    Simo cantar mulher trs meu lenol que estou no banco deitado, no nicio uma msica de

    arpas para a entrada do anjo e do santo que tambm estar no CD,

    A Fara Da Boa Preguia

    (Numa praa, um banco a frente e duas casas ao fundo, uma do rico e a outra do pobre,

    entram Arcanjo Miguel e Manuel Carpinteiro)

    Manuel Carpinteiro: Aqui a casa de Simo um pobre poeta, que mesmo na pobreza faz da

    vida uma festa.

    Arcanjo Miguel: Do outro lado, mora o rico Aderaldo Catacao

    Moo trabalhador diferente de Simo, esse pobre preguioso, que detesta o trabalho e tem

    coragem de viver alegre e animado.

    Manuel Carpinteiro: Voc detesta a preguia porque nunca trabalhou, s anjo e do trabalho

    nunca precisou.

    Miguel Arcanjo: Esse tal Joaquim Simo vive espichado tocando viola do bailo, enquanto o

    rico trabalha de sol a sol, de inverno a vero.

    Manuel Carpinteiro: Esse rico tem inveja de Simo, s porque ele poeta, vive contente e no

    tem a doena da ambio. Mas na verdade no isso s que eu vejo...

    Arcanjo Miguel: Ser mesmo?

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    (O arcanjo e o santo saem, entram Aderaldo e Andreza da casa do primeiro)

    Andreza: hoje que seu encontro sai, mais duas cantadas e a mulher do poeta cai

    Aderaldo: Diga a ela que vendi o que tinha na cidade e pro serto me mudarei, invisto em

    cabea de gado vou conseguir muito mais dinheiro, enricarei de vez.

    Esse poeta me irrita, diz que vive como quer, ento vou fazer de tudo pra roubar sua mulher.

    Andreza: Burra ela se no aceitar, se esconda ento, que eu ei de chamar(Catacao se esconde

    atrs do banco) (Andreza Grita) Nevinha, Nevinha, venha c

    (Aparece Nevinha)

    Andreza: E ento, pensou sobre o assunto do seu Catacao?

    Nevinha: No insista comadre a histria de seu Aderaldo no me interessa, sou mulher casada

    da igreja e no cometo uma desonra dessas.

    Andreza: Seu Aderaldo rico e trabalhador, pare com isso mulher, Simo todo preguioso nembonito . No jogue a caada fora, seu Aderaldo ta que no se segura, o homem faria tudo pela

    senhora , que desfrutaria da grande furtuna.

    Nevinha: Deixe dessa prosa, Simo minha fraqueza e minha glria, pode ser pobre de

    preguia , mas safado e me atia.

    Andreza: Comadre deixe de iluso, aceite logo seu Aderaldo ou viver na misria com um

    poeta feito Simo.

    Nevinha: Os folhetos que Simo escreve bom pra danar, inclusive a mulher de seu Aderaldo ,

    Dona Clarabela, vem da cidade para ver, se achar bonito, coloca Simo pra trabalhar e poeta

    conhecido ele vai ser.

    Andreza: Trabalhar? Essa eu quero ver..

    Nevinha: Ai vem ele, chego esmorecer .

    (entra Simo)

    Simo: Eita vida desmantelada, olhe quem est aqui ,Dona Andreza, o que foi minha amada?

    Andreza: Nada!

    Simo: Eita mulher danada. (d-lhe um tapa na bunda)

    Andreza: Deixe de liberdade seu Simo, se no sua cara vai conhecer a minha mo.

    (Sai Andreza)

    Nevinha: Meu filho deixe dessas brincadeiras, se Dona Clarabela aparece , e te v falando

    besteiras, por voc ela perde o interesse.

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    Simo: Interesse por mim s o teu meu pudim de mamo, sou o dono da graa, sou Joaquim

    Simo.

    Nevinha: Pois ela se interessou pelos seus versos, e entende de arte, pode nos salvar levando

    sua poesia pra tudo quanto parte.

    Simo: Salvar? No tem ningum aqui perdido. Voc est perdida Nevinha? Meu Deus quedesgosto, sou um pssimo marido. No diga isso mulher se no me mata de tristeza, essa

    prosa toda me deu um baita de um cansao vou aproveitar esse banco e ficar descansado. (

    mulher trs meu lenol que estou no banco deitado).

    Nevinha: No brinque com isso, temos filhos a dar de comer, se Dona Clarabela se engraar

    com seus versos, compra tudo o que voc fizer.

    Simo: Ningum nunca viu essa dai, nunca andou com marido, nem se quer mora aqui, deve

    olhar s pro prprio umbigo.

    Nevinha: Ela mulher estudada, entende de poesia, no vive nessa vida atrasada, sabe da arte

    e da psicologia.

    Simo: Mulher boa voc que no larga de mim, nem se fosse estudada , sairia daqui, ficar

    longe do marido coisa de mulher safada.( mulher trs meu lenol que estou no banco

    deitado)

    (Simo vai para deitar no banco nevinha o puxa)

    Nevinha: Meu filho deixe de preguia, v trabalhar, que a bolacha dos meninos pra hoje no

    est garantida. L na estao precisam de carregador, v pegar as malas do povo que chegou.

    Simo: Bem pensado, l vou eu me arrumar (Simo se posiciona pra sair, mas volta a trs)...

    Mas na verdade um trabalho pesado, e as minhas costas podem no aguentar, quer saber

    mais ( mulher trs meu lenol que estou no bando deitado)

    (Simo volta a cochilar e Nevinha o interrompe novamente)

    Nevinha: Homi, Deixe de aperreio, o po em casa ainda falta, v para construo ser ajudante

    de pedreiro.

    Simo: Por que no? V pegar minha cala velha ( Nevinha se vira pra sair, mas Simo

    interrompe) Pera minha fia, no vai no, j pensou se na minha cabea cai uma telha, sem

    marido voc vai ficar, ainda tenho muita coisa pra fazer e filhos pra criar( mulher trs meu

    lenol que estou no banco deitado)(Simo cochila de vez)

    (Nevinha se lamenta, Aderaldo aparece e lhe fala ao ouvido)

    Aderaldo: Bom dia flor do dia! H quanto tempo eu no te via!

    Nevinha: Seu Aderaldo que susto! Quase morro do corao, mas deixe disso tudo, versos pra

    mim s os de Simo.

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    Aderaldo: Te desejo tanto minha flor, sinto um fogo um desejo, me d por favor um ardente e

    demorado beijo.

    Nevinha: Somos os dois casados, ento deixe de salincia pro meu lado.Alis quando sua

    mulher chega pra acabar logo com essa besteira?

    Aderaldo: Chegou ontem, j est na cidade, mas aqui nada de errado tem, a senhora que spensa em maldade. At agora no estive com ela, o que acha de matar minha vontade no lugar

    de Clarabela?

    Nevinha: Seu Aderaldo isso pecado...

    Aderaldo: Pecado nada, no tem nada de errado, vamos me diga o que acha.

    Nevinha: S Simo meu visgo, tudo isso aqui muito esquisito.

    Aderaldo: Minha esposa muito bela, mas quando conheci voc Nevinha, vi que valia umas

    sete Clarabela. Mas cuidado que ai vem ela.

    (Entra Clarabela