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LOGSTICA E SUPRIMENTOS

PORQUE ESTUDAR LOGSTICA Os valores envolvidos so cada vez maiores, principalmente aps o surgimento do global sourcing e do e-commerce: desafiadora: torna-se cada vez mais complexa, sabe-se pouco e faltam modelos de fcil manejo; estratgica: cada vez mais a logstica decide negcios; Est desequilibrada: faltam profissionais e empresas que faam a diferena. INTRODUO A LOGSTICA O termo Logstica de origem militar. Neste mbito, est relacionado com a aquisio de todos os bens e materiais necessrios para cumprir uma misso. Este termo passou para o domnio civil e est a ser utilizado por organizaes com um conjunto de pontos de abastecimento geograficamente dispersos e com um mbito nacional ou internacional. A Logstica preocupa-se com a gesto dos fluxos fsicos que comeam na fonte de abastecimento e terminam no ponto de consumo. claramente mais do que uma preocupao com os artigos finais a viso tradicional da Distribuio Fsica.

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A Logstica preocupa-se tanto com a localizao da unidade produtiva e do armazm, como com os nveis de inventrio, com os sistemas de informao e com o transporte e armazenamento. O processo logstico tanto interno como externo a uma Empresa Interno no sentido em que o abastecimento e a distribuio fsica tm de ser geridos pela prpria empresa. Externo porque os fornecedores e os clientes esto no exterior da empresa. H nfase ainda maior na responsividade (Qualidade de responder as exigncias dos Clientes), refletindo a crescente volatilidade da demanda em muitos mercados. OPERAES LOGSTICAS Obteno de materiais: especificao, seleo, negociao e compra; Fluxo ao longo da cadeia de suprimentos: transporte, inspeo, armazenagem, movimentao interna, abastecimento, coleta e disposio dos rejeitos; Fluxo ao longo da cadeia de distribuio: embalagem, formao de carga, formao de rota, transporte, armazenagem intermediria, transbordo, entrega; e Fluxo de informaes nos dois sentidos. AGREGAO DE VALOR PELA LOGSTICA Valor de localizao: colocao de itens no ponto em que agreguem valor operao; Valor de temporizao: armazenagem de itens at o momento em que passem a agregar valor operao; e Valor de sequenciamento: entrega de itens na sequncia em que agregam valor operao. DIMENSES DE AGREGAO DE VALOR PELA LOGSTICA Qualidade: Conformidade s exigncias de clientes; Custo: Operaes devem prover ganho de escala; Entrega: Devem ter velocidade e confiabilidade; e Flexibilidade: A cadeia deve poder variar seus atributos de entrega.Pgina 2

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SUBSISTEMAS LOGSTICOS Planejamento: Estipula uma previso de materiais e servios a serem requeridos pela cadeia logstica; Suprimentos: Compreende o agrupamento de materiais de vrias origens e a coordenao dessa atividade com a previso da demanda de produtos ou servios; Distribuio: a movimentao e o transporte de produtos acabados entre a operao, armazenagem intermediria, CDs, comrcio e o consumo; e Logstica reversa: ocupa-se do retorno e do reprocessamento de embalagens e resduos resultantes do uso do produto. ENFOQUES ESTRATGICOS DA LOGSTICA Avanos na tecnologia: a otimizao no projeto do sistema de informaes permite a gesto integrada dos componentes logsticos; Mudanas econmicas: a globalizao, o aumento das incertezas, os menores ciclos de vida dos produtos e as maiores exigncias de servios tornam a logstica uma fonte potencial criadora de vantagem competitiva.

Previso de Vendas

Planejamento da Produo

Fornecedor

Suprimentos

Operaes

Distribuio

Comrcio

materiais informaoConsumo

MISSO DA LOGSTICA A logstica de qualquer empresa um esforo integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possvel.Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 3

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A logstica existe para satisfazer s necessidades do cliente, facilitando as operaes relevantes de produo e marketing. Do ponto de vista estratgico, os executivos de logstica procuram atingir uma qualidade predefinida de servio ao cliente por meio de uma competncia operacional que represente o estado-da-arte. O maior desafio equilibrar as expectativas de servios e os gastos de modo a alcanar os objetivos do negcio. HISTRICO DA LOGSTICA A Logstica um termo blico que designava a agilidade necessria ao posicionamento de tropas, provises e munies. Tal agilidade sempre significou a diferena entre vencer ou perder uma guerra, independentemente do grau tecnolgico envolvido. Toda vez em que houver uma movimentao de um material, ou de uma informao, de um lugar a outro, estaremos no campo da Logstica e certamente estaremos envolvidos com atividades de Transporte, Movimentao e Armazenagem, Planejamento e Controle de Estoques, Processamento de Pedidos e Documentos e Planejamento e Controle Logstico. IMPORTNCIA DA LOGSTICA E SUPRIMENTOS Administrar recursos escassos nos dias atuais constitui-se num dos grandes desafios dos administradores e praticamente de todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas s atividades produtivas, seja na produo de bens tangveis ou na prestao de servios. Esta atividade requer que se concentre grande parte da estratgia e esforo para garantir ao negcio a eficincia e a eficcia desejada. Requer atingir metas e obter resultados positivos. Atingir as metas significa cumprir a produo e atender a demanda com plena satisfao do cliente no atendimento de suas necessidades, ao menor custo possvel. GESTO DE MATERIAIS A Gesto de Materiais o ramo da Cincia da Administrao que trata especificamente dos materiais necessrios ao funcionamento da organizao. Compreende o agrupamento de materiais de vrias origens e a coordenao dessa atividade com a demanda de produtos ou servios da empresa.

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a tcnica da utilizao de princpios e meios, atravs dos quais fazemos render em plenitude, os equipamentos, as matrias-primas, as ferramentas e os materiais, e conseguimos sua devida conservao e controle. A Gesto de Materiais engloba a sequncia de operaes que tem seu incio na identificao do fornecedor, na compra do bem, transporte do bem do fornecedor empresa, em seu recebimento, sua movimentao interna e armazenagem, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuio ao consumidor final.

ENFOQUE DA GESTO DE MATERIAIS Os principais enfoques dos administradores de materiais como sendo dirigidos administrao de recursos, sistemas de controle e de informaes e processos. A administrao de recursos baseada em tcnicas que integram os elementos de tecnologia de manufatura otimizando a utilizao das pessoas, materiais e instalaes ou equipamentos.Tcnicas: Just-in-time; fornecedor preferencial; programao de fornecedores; Kanban; qualidade em tempo real; simulao; configurao do fluxo; justificativa de investimentos; tecnologia de agrupamento de processos; grupo de trabalho.

A Gesto da Aquisio assume papel estratgico nos negcios, assumindo alm do relacionamento puramente comercial com os fornecedores baseados em preo, prazo e qualidade a funo de procurement, envolvendo a pesquisa e o desenvolvimento dos mesmos, sua qualificao e o suporte tcnico. Com o fenmeno da globalizao, hoje se, fala em mercado global (produtos mundiais), em compras globalizadas (global sourcing) onde peas e componentes so comprados no mundo inteiro. Com a tecnologia para transmisso de dados eletronicamente (EDI eletronic data interchange) dando rapidez, segurana ao processo, reduo de custos ePgina 5

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facilidade para colocao de pedidos, o tempo mdio de atendimento e armazenagem reduziu-se consideravelmente.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES A melhor tcnica da administrao de materiais no existe, cada empresa deve desenvolver a que seja mais adequada ao momento que ela est vivendo. Levando em conta: o meio-ambiente (cliente, situao econmica e poltica) a concorrncia a disponibilidade de recursos e de tecnologia de informao o conhecimento dos recursos humanos da empresa a rede de suprimentos a rede interna de transformao e a rede de distribuio o uso correto do benchmarking sabendo aproveitar os modelos de excelncia de seu ramo.

So considerados vetores para a competitividade das empresas, no sculo XXI: A disponibilidade e distribuio da informao O rpido desenvolvimento de novas tecnologias A globalizao de mercados e da competio por negcios Mudanas nos salrios e competncias disponveis globalmente Responsabilidade ambiental O aumento ainda maior das expectativas dos consumidores.

Uma anlise detalhada dos estoques uma exigncia no somente em decorrncia dos volumes de capital envolvidos, mas, principalmente pela vantagem competitiva que uma empresa pode obter, dispondo de mais rapidez e preciso no atendimento aos clientes. Na busca de tais objetivos pode-se dispor de vrios indicadores, tais como: Giro do estoque, cobertura, acurcia, frequncia de entrega, anlise ABC tradicional e critcidade de itens de baixo custo e pequena rotatividade (job stopper) A globalizao uma palavra turbinada que serve para mostrar o nvel de atualizao e modernidade que algumas vezes regem as regras das empresas, levando a conseqncias fatais.

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No tocante aquisio de materiais globalmente global sourcing imagina-se que independentemente das distncias geogrficas de onde so providos os materiais (insumos) para o processo produtivo, o importante adquiri-los a um preo mais baixo e que nada impacta na administrao de materiais. Muitas vezes, apesar da aquisio do material sair por um preo mais baixo ela implica numa administrao com altos custos (capital investido no estoque de segurana, armazenagem e manuseio do material, seguro) que no so levados em considerao no clculo da negociao por um fornecedor no local. DESEMPENHO, MATERIAIS ENFOQUE E TENDNCIAS DA ADMINISTRAO DE

Uma medida de desempenho uma maneira de medir o desempenho de uma determinada rea, e de agir sobre os desvios em relao aos objetivos traados. Assim, derivada do prprio conceito de medida de desempenho, a mensurao deve possibilitar uma tomada de ao. Alm disso, ela deve ainda ser compreendida por todos os membros da organizao, aceita pelas pessoas envolvidas e reprodutveis e orientada para resultados. Algumas medidas teis ao gerenciamento da empresa Clientes: desempenho em relao a suas exigncias e satisfao; Processo produtivo: tempo de ciclo, qualidade do produto ou servio, desempenhos de custos (mo de obra direta, matria-prima, gastos indiretos) e confiabilidade de entregas; Fornecedores: nvel de qualidade das entregas e cumprimento de prazos, quantidades e mix de entrega; Recursos financeiros: nvel de alavancagem do capital, rentabilidade da empresa ou de uma linha de produtos; Recursos humanos: nvel de absentesmo e nmero de sugestes homem/ano.

Avaliando a medida de desempenho coletada a partir de dados precisos e completos; Realmente interessa empresa ou s mais nmero? No ir confundir as pessoas (j temos tantas medidas)? Ser entendida por todos? direta e especfica?

Indicadores da rea de Compras Erros em ordens de compras/ordens de compras auditadasPgina 7

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Valor total/comprado Gastos totais em compras/nmero de ordens colocadas Itens entregues no prazo/total de itens entregues

Enfoques da Administrao de Materiais Os principais enfoques dos administradores de materiais sero dirigidos administrao de recursos, sistemas de controle e de informaes e processos.

ADMINISTRAO DE RECURSOS A administrao de recursos em grande parte baseada em tcnicas que integram elementos de tecnologia de manufatura e otimizam a utilizao de pessoas, materiais e instalaes ou equipamentos. JUST-IN-TIME (JIT) = Sistema em que os fornecedores devem mandar os suprimentos medida que eles vo sendo necessrios na produo. O JIT busca a eliminao de tudo o que no agrega valor ao produto ou servio, utilizando-se de baixos inventrios desde o fornecedor at o produto acabado posto no cliente. Contempla a reduo do inventrio, melhora contnua da qualidade, reduo de custo do produto e agilizao do prazo de entrega. Fornecedor preferencial = Tcnica que consiste em selecionar fornecedores egarantir qualidade, eliminando testes de recebimento e garantindo feedback e correo de defeitos na fbrica do fornecedor. O conceito de fornecedor

preferencial com qualidade assegurada visa assegurar que o produto final atenda s expectativas dos clientes e pode evoluir para parcerias e consrcio de fornecedoresProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 8

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Programao de fornecedores = Manter um esquema de alimentao contnuada Programao e Controle da Produo (PCP) do fornecedor com as necessidades de entrega, via EDI (Eletronic Data Interchange), evitando o trnsito de papis.

ECR (Efficent Consumer Response) ou Resposta Eficiente ao Consumidor = uma estratgia bastante utilizada nosetor de supermercados na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor e minimizao de custos.Os produtos so identificados com cdigos de barras, h intenso uso de EDI, padronizao de transportes e, o mais importante, uma forte aliana entre fornecedor e distribuidor. Entre as vantagens do ECR esto o aumento das opes de produtos, a reduo de itens em falta, a diminuio dos custos de estoque e o maior conhecimento do cliente da empresa.

Kanban (carto) = Tecnologia de controle de fbrica pela qual as necessidades deentregas determinam os nveis de estoque no decorrer do processo. O Kanban no empurra a produo. Ele a puxa. O Kanban repousa em medidas do trabalho adequadas, melhorias na flutuao dos volumes, sequncias corretas, engenharia de mtodos e layout, gerenciamento de capacidades, monitoramento (produtos com defeito no devem ser passados para frente) e controle de programas.

Sistemas de Controle e Informaes (SCI) = Os sistemas de controle einformaes envolvem as operaes de manufatura, definies de produtos e processos e integrao de sistemas tecnolgicos. Nas operaes de manufatura as

pessoas responsveis pela administrao de materiais lidam com previses de demanda, ordens, compras, controle de produtividade, controle de inventrios e sistemas de feedback. Manufaturabilidade do produto = So tcnicas que permitem, j na fase de projeto, otimizar os fatores de produo, tais como qualidade, entrega, custo e flexibilidade. Dever ser criada uma transio projeto/produo que permita conciliar altos investimentos em fbrica com ciclos cada vez mais curtos de vida do produto A DIMENSO DO SERVIO AO CLIENTE Servios so produzidos e consumidos simultaneamente,ou seja, no podem ser estocados para serem consumidos, e isto significa que qualquer defeito na produo do servio j afetou o consumidor,o que no ocorre necessariamente na produo de bens. O servio prestado ao cliente o elemento essencial no desenvolvimento de uma estratgia logstica. Definies Tpicas de Servio ao Cliente

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Todas as atividades necessrias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha. Todas as atividades necessrias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha. Entrega pontual e exata dos produtos pedidos pelos clientes, com um acompanhamento cuidadoso e resposta s perguntas, incluindo o envio pontual da fatura. O Servio ao Cliente pode ser examinado sob trs aspectos : 1 . Elementos da pr - transao . Poltica formal de servio ao cliente . Acessibilidade . Estrutura organizacional . Flexibilidade do sistema 2 . Elementos da transao . Ciclo do pedido . Disponibilidade de estoque . Taxa de cumprimento do pedido . Informaes sobre a posio do pedido 3 . Elementos da ps - transao . Disponibilidade de peas de reposio . Tempo de atendimento de chamada . Rastreabilidade do produto . Queixas e reclamaes do cliente "As pessoas no compram produtos, elas compram benefciosTheodore Levitt ( Pensador em Marketing )

Os possveis elementos do Servio ao Cliente : o o o o o o o o o o Ciclo do pedido Disponibilidade de estoque Restries de tamanho do pedido Facilidade de colocao do pedido Frequncia de entregas Confiabilidade de entrega Qualidade da documentao Procedimentos para reclamaes Pedidos entregues completos Suporte tcnicoPgina 10

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o Informao sobre a posio do pedido O resultado liquido da execuo de todas as atividades do composto logstico o servio ao cliente. As empresas investem em pessoas, equipamentos, tecnologia, redes de informao e sistemas de transporte inteligentes. Buscando criar um projeto logstico de valor percebido pelo cliente, capaz de diferenci-las e posicion-las em vantagem competitiva.

A logstica contribui para o sucesso das organizaes fornecendo aos clientes entregas de produtos precisas e dentro de prazos.

Do ponto de vista da logstica, o cliente : a entidade, a porta de destino de qualquer entrega. Destinos tpicos vo desde a residncia do consumidor a empresas varejistas e atacadistas at os locais de recebimento das fbricas. Independentemente do motivo e da finalidade da entrega, o cliente que est sendo atendido a fora motriz para o estabelecimento dos requisitos de desempenho logstico. Marketing focado no cliente A lgica deste principia est no entendimento da maneira pela qual a competncia logstica contribui para o cumprimento da estratgia de Marketing. O objetivo da atividade de Marketing penetrar em mercados especficos e gerar transaes lucrativas. Esta postura frequentemente chamada de conceito de marketing emergiu como parte das mudanas ocorridas no perodo ps Segunda Guerra Mundial: de mercados dominados por vendedores para mercados dominados compradores. as necessidades do cliente vm antes de produtos e servios, os produtos e servios tm valor apenas quando disponveis e posicionados considerando a perspectiva do cliente, e a rentabilidade mais importante que o volume.Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 11

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Logstica como Competncia Estratgica Central A competncia logstica um meio concreto para atrair clientes que valorizam o desempenho em termos de tempo e lugar. importante entender que o desempenho da logstica num ambiente competitivo depende de sua compatibilidade com a estratgia de marketing. O servio ao cliente um processo cujo objetivo fornecer benefcios significativos de valor agregado cadeia de suprimento de maneira eficiente em termos de custoFleury,Paulo Fernando-Coleo Coppead de Admnistrao-Logstica Empresarial Perpectiva Brasil,Editora Atlas,2000 1 edio.

DESEMPENHO OPERACIONAL No projeto de sistema logstico, a unidade de anlise o ciclo de atividades Velocidade: a velocidade do ciclo de atividade medida pelo tempo decorrido desde o momento que um pedido colocado at a chegada de remessa ao cliente. Consistncia: Embora a velocidade do servio seja essencial, a maioria dos executivos da mais importncia a consistncia. Consistncia a capacidade da empresa executar seus servios dentro do prazo de entrega esperado de maneira constante. Flexibilidade: a capacidade da empresa de lidar com solicitaes extraordinrias dentro de servio do cliente. A competncia da empresa esta diretamente relacionada a maneira como so tratadas as situaes inesperadas, de ser malevel. ESTRATGIA DE DISTRIBUIO Escolha dos Canais de Distribuio Existem muitos meios para fazer com que o produto acabado trilhe seu caminho desde a sada do ponto de fabricao at chegar ao consumidor final. Alias, disso que se encarrega distribuio fsica dentro de um sistema logstico. As diferentes alternativas para o produto final ser colocado disposio do consumidor so chamadas de canais de distribuio. A escolha da rede de distribuio depende basicamente do tamanho do mercado e das caractersticas do produto CANAIS DE DISTRIBUIO

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O Canal o meio atravs do qual um sistema de livre mercado realiza a transferncia de propriedade de produtos e servios. o campo de batalha onde determinado o sucesso ou o fracasso final da empresa Define-se um canal de distribuio como a estrutura de unidades organizacionais dentro da empresa, e agentes e firmas comerciais fora dela, atacadistas e varejistas, por meio dos quais uma mercadoria, um produto ou um servio so comercializados. Tecnicamente, um canal um grupo de entidades interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza sua troca durante o processo de comercializao, do fornecedor inicial at o comprador final. Aspectos Econmicos da Distribuio Especializao Quando uma empresa se especializa na execuo de uma funo ela alcana a escala e o escopo adequados para atingir economias operacionais. Estas vantagens econmicas, somadas experincia adquirida, representam a competncia central da empresa especializada. Dentro do processo de distribuio existem vrios especialistas em algumas funes de distribuio, por exemplo, armazenagem, transportes, movimentao de materiais, despachantes aduaneiros, fornecedores de paletes, projetistas e embalagens, etc. Mais recentemente um novo servio foi incorporado s funes de distribuio, que so os servios de empacotamento personalizado, encarte de promoes de marketing, resgate de cupons de mercadorias e outros servios de valor agregado. Sortimento o processo de definio e separao de uma combinao de produtos desejada pelo cliente. Em locais estrategicamente determinados no canal de distribuio, os produtos devem ser agrupados, separados e enviados para o local seguinte na cadeia de suprimentos. O processo de sortimento tem trs fases bsicas: Concentrao o agrupamento de uma grande quantidade de um nico produto ou de vrios produtos diferentes, com a finalidade de expedio em conjunto. Uma alternativa utilizar os servios de um atacadista ou distribuidor industrial. O princpio bsico da concentrao conhecido como mnimo total de transaesEx.: Depsito de Consolidao de Cargas. Quando recebido um pedido de um cliente, cada item ou produto pedido reunido num sortimento especfico.

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Customizao o processo de separar e agrupar produtos em combinaes especficas para cada cliente chamado customizao. a separao dos pedidos dos clientes. Estes lotes combinados permitem que os clientes mantenham um estoque mnimo de produtos, obtendo assim as vantagens de um custo de transporte mais baixo resultante da consolidao. A capacitao de uma empresa para gerar uma customizao eficaz o ponto central para o xito na cadeia de suprimentos. Para que a empresa venda e entregue todos os produtos em uma nica fatura, um desafio a ser vencido. Disperso- A disperso consiste na expedio dos sortimentos para os clientes, no momento e para todos os locais determinados. a fase final do sortimento. As empresas que consideram a logstica como uma competncia central ganham vantagem competitiva por meio de sua capacitao para executar o todo, ou a parte fundamental do processo de sortimento. A atividade primria dos atacadistas executar o sortimento de maneira a reduzir o custo e o risco para outros membros do canal. OS ARMAZNS E SEU PAPEL NA DISTRIBUIO Os armazns de estoques, ou os Centros de Distribuio(CD), se bem gerenciados, e estrategicamente localizados (perto dos clientes, ou prximos aos insumos) podem dar agilidade no atendimento e produzir depois de implantados, custos menores de distribuio. Formas de se trabalhar com os armazns. Entrega Descentralizada - o material separado na fbrica e em quantidade pedidas pelo cliente, retirado pelo veculo escolhido e enviado diretamente ao cliente final, no passando por operaes intermedirias de armazenagem.

Entrega Centralizada - Com estocagem no Centro de Distribuio(CD) o material separado na fbrica no mix e em quantidades necessrias para o centro de distribuio. L feita uma estocagem at a liberao dos pedidos dos clientes regionais, o material separado, consolidado por cliente e enviado.

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Entrega Centralizada com Cross Docking - O material j separado e consolidado por cliente na fbrica. No centro de distribuio, a carga apenas redistribuda por veculo e roteiro regional. GESTO ESTRATGICA DA ARMAZENAGEM Armazm, depsito e/ou almoxarifado so palavras usuais na logstica e ao mesmo tempo sinnimas. O maior desafio do gerenciamento de armazns encontra se na organizao dos processos internos destes galpes. Basicamente, um armazm tem como funo principal a guarda de materiais, contra perdas, avarias, prejuzos e do tempo. Porm, as empresas insistem em gerenciar seus estoques de qualquer maneira. H algum tempo, o conceito de ocupao fsica se concentrava mais na rea do que na altura. Em geral, o espao destinado armazenagem era sempre relegado ao local menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espao tornou-se um comportamento antieconmico. No era mais suficiente apenas guardar a mercadoria com o maior cuidado possvel. Racionalizar a altura ocupada foi soluo encontrada para reduzir o espao e guardar maior quantidade de material. A armazenagem dos materiais assumiu, ento, uma grande importncia na obteno de maiores lucros. Os termos "armazenagem" e "estocagem" so frequentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas, alguns preferem distinguir os dois, referindo-se guarda de produtos acabados como "armazenagem" e guarda de matrias-primas como "estocagem.

A armazenagem aparece como uma das funes que se agrega ao sistema logstico, pois na rea de suprimento necessrio adotar um sistema de armazenagem racional de matrias-primas e insumos. No processo de produo, so gerados estoques de produtos em processo, e, na distribuio, a necessidade de armazenagem de produto acabado , talvez, a mais complexa em termos logsticos, por exigir grande velocidade na operao e flexibilidade para atender s exigncias e flutuaes do mercado.

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A importncia da Armazenagem" na Logstica que ela leva solues para os problemas de estocagem de materiais que possibilitam uma melhor integrao entre:

O planejamento desta integrao deve ser efetuado segundo os seguintes fatores: Estratgico atravs de estudos de localizao. Tcnico atravs de estudos de gerenciamento. Operacional atravs de estudos de equipamentos de movimentao, armazenagem e layout. As atividades logsticas absorvem uma parcela significativa dos custos envolvidos nos processos organizacionais, sendo em mdia 25% das vendas e 20% do produto nacional bruto (PNB). No entanto, para que se possa obter sucesso no processo logstico de suma importncia ter um sistema de informaes que possa atender a todos os requisitos que compem sua estrutura, atendendo assim a rapidez das respostas ao desejo do consumidor.

A armazenagem possui quatro atividades bsicas

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Na definio do local adequado para o armazenamento devemos considerar: Volume das mercadorias / espao disponvel; Resistncia / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); Nmero de itens; Temperatura, umidade, incidncia de sol, chuva; Manuteno das embalagens originais / tipos de embalagens; Velocidade necessria no atendimento.

MANUSEIO DE MATERIAIS uma atividade intimamente relacionada com a armazenagem e tambm apia a manuteno de estoques. Para que os produtos possam entrar, ser movimentados e sair de um armazm precisam ser manuseados Carregamento e Descarregamento Armazenamento Alimentao Deslocamento/transporte contnuo

Entende-se por manuseio de materiais as tecnologias de movimentao do processo com um mnimo de distrbios na capacidade e fluxo. As empresas de transporte rodovirio de cargas tm uma relao estreita com esta tarefa, pois a interface entre os veculos (caminho) e os armazns atingida mediante o manuseio (processo de cargas de caminhes). MOVIMENTAO DE MATERIAIS Para que a matria-prima possa transformar-se ou ser beneficiada, um dos elementos principais deve movimentar-se:

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Na maioria dos processos produtivos, o material o elemento mvel. Porm em casos especiais, como na construo pesada, homem e mquina convergem ao material, movimentando-se. A movimentao e o transporte de material so atualmente classificados de acordo com a atividade funcional a que se destina: Granel = Abrange os mtodos e equipamentos de transporte usados desde a extrao at a armazenagem de toda a espcie de material a granel, incluindo gases, lquidos e slidos. Cargas Unitrias = Basicamente so cargas contidas em um recipiente nico. Embalagem = Conjunto de tcnicas usadas no projeto, seleo e utilizao de recipientes para o transporte de produtos em processo e produtos acabados. Armazenamento = Compreende o recebimento, empilhamento ou colocao em prateleiras ou em suportes especiais. Tambm a expedio de cargas em qualquer fase do processamento ou distribuio. Vias de Transporte = Abrangem o estudo do carregamento, fixao do transporte, desembarque e transferncia de qualquer tipo de materiais nos terminais das vias de transporte, ou seja, portos, ferrovias e rodovias. Anlise de Dados = Aspectos analticos da movimentao de materiais: levantamento de mapas de transportes, disposio fsica do equipamento, organizao, treinamento, segurana, manuteno, padronizao, anlise de custos. Os custos de movimentao de materiais influenciam diretamente no custo final do produto.

Superficialmente, podemos dizer que reduzir os trajetos a serem percorridos podia reduzir os custos Um sistema de movimentao de materiais em uma indstria deve atender a uma srie de finalidades bsica de reduo de custos: Atravs da reduo dos custos de inventrio, utilizao mais vantajosa do espao disponvel e aumento da produtividade. Aplicando um sistema de movimentao de materiais, pode-se alcanar:

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Reduo de Custos de Mo-de-obra Utilizao de equipamentos visando a substituio do servio braal humano pelo mecnico. Esta mo-de-obra pode ser utilizada para servios mais nobres, com menor esforo fsico. Reduo dos Custos de Materiais Melhor acondicionamento dos materiais e transporte mais racional, significam perdas reduzidas ao mnimo Reduo de Custos em Despesas Gerais Com a reduo dos custos de materiais tambm caem os custos de despesas gerais, pois ficar mais fcil manter os locais limpos, alm de evitar riscos de acidentes de pessoal e sinistro AUMENTO DA CAPACIDADE PRODUTIVA Efeitos da avaliao dos sistemas de movimentao de materiais: Aumento de Produo possvel com a intensificao no fornecimento da matria-prima s linhas de produo, atravs de transporte e armazenagem mais eficiente Aumento da Capacidade de Armazenagem Utilizao de equipamentos que possam explorar toda a altura e comprimento do local, proporcionando um melhor acondicionamento dos materiais Melhor Distribuio de Armazenagem Utilizao de dispositivos para formao de cargas unitrias, organizando melhor o sistema de armazenagem. Aplicao de pallets, corredores, estantes e endereamentos MELHORES CONDIES DE TRABALHO A melhoria no processo de produo pelos sistemas de movimentao de cargas reflete-se em melhores condies de trabalho para as pessoas envolvidas. Maior Segurana Uso de dispositivos destinados s cargas unitrias, com a aplicao de equipamentos de manuseio, com reduo dos riscos de acidentes, desde que o sistema seja utilizado corretamente. Reduo da Fadiga / Maior Conforto para o Pessoal Utilizao de equipamentos de manuseio de cargas reduz a fadiga dos trabalhadores. MELHOR DISTRIBUIO A distribuio, como uma atividade global, que se inicia na preparao do produto e termina no usurio, grandemente melhorada com a racionalizao dos sistemas de manuseio:Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 19

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Melhoria na Circulao Criao de corredores bem definidos, endereamento fcil e utilizao de equipamentos eficientes (fbrica). Integrao da unidade produtora com as unidades regionais de armazenamento de produtos acabados, para distribuio aos pontos de venda. Utilizao de mtodos eficientes de armazenagem, carga e descarga (externa) Localizao Estratgica de Almoxarifado Integrao possibilita a instalao de unidades de armazenamento em diversos pontos, prximo aos mercados consumidores. Possvel com a utilizao de equipamentos de movimentao e armazenagem. O uso de cargas unitrias minimiza os custos do processo. Melhoria nos Servios ao Usurio / Maior Disponibilidade Mercadorias mais prximas aos consumidores proporcionam produtos de maior disponibilidade, com menores riscos de deteriorao/quebra, com menores custos e, por sua vez, com melhores preos ao consumidor final. Estudo dos Sistemas de Movimentao Homens com cargas superiores a 30kg e mulheres 10kg. Materiais desviados do destino direto e natural para inspeo ou conferncia. Produo realizando trabalho de transporte. Intersees ou cruzamentos frequentes nas trajetrias de materiais em movimento. Produo parada por falta de matria-prima. Materiais vo e voltam por mais de uma vez no processo de transformao. Cargas >50kg levantadas mais de 1 metro sem ajuda mecnica AS LEIS DE MOVIMENTAO Para se manter eficiente um sistema de movimentao de materiais existe certo leis que devem, sempre que possvel, ser observadas: Obedincia ao Fluxo das Operaes Trajetria dos materiais tambm como sequncia das operaes, sempre que possvel manter uma trajetria linear Mnima Distncia Reduo das distncias e transporte pela eliminao de ziguezagues no fluxo de materiais. Mnima Manipulao Reduo da frequncia de transporte durante o ciclo de processamento. Segurana e Satisfao Levar em conta na escolha do equipamento de transporte de materiais a segurana dos operadores e pessoal circulanteProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 20

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Padronizao Utilizao de equipamento padronizado sempre que possvel. Custos de aquisio e manuteno mais baixos. Evite equipamentos especializados. Flexibilidade O valor do equipamento proporcional a sua flexibilidade. Capacidade de satisfazer ao transporte de diversos tipos de materiais em condies variadas de trabalho Mxima Utilizao do Equipamento Manter o equipamento ocupado o maior tempo possvel. Evitar o acmulo de materiais nos terminais do ciclo de transporte. Mxima Utilizao da Gravidade Utilizao da gravidade sempre que possvel. Utilize trechos motorizados para levar as mercadorias at certa altura para que possam completar o trajeto com a fora da gravidade. Mxima Utilizao do Espao Disponvel Utilizao do espao sobre cabeas sempre que possvel, atravs de empilhamento ou suporte especial. Mtodo Alternativo Insero de mtodo alternativo de movimentao caso o principal falhe. Pode ser bem menos eficiente, porm ser a resposta mais rpida ao problema. Ex.: Uso de empilhadeira substituindo a ponte rolante. Menor Custo Total Selecione o equipamento na base de custos totais, e no somente do custo inicial, custo operacional ou de manuteno. O equipamento escolhido deve ter o menor custo total para uma vida til razovel, e um taxa de retorno de investimento adequado. TRANSPORTE E DISTRIBUIO Transporte em sentido geral a ao ou o efeito de levar pessoas ou bens de um lugar a outro. O sistema de transportes vital para o comrcio interno e externo, a fixao dos custos de bens e servios, a composio dos preos e a regularizao dos mercados. Os marcos mais importantes modalidades de transporte so: da operao econmica das diversas

Inveno da Mquina a Vapor Incio do Transporte Ferrovirio Incio da utilizao comercial do Automvel Incio da Aviao Comercial.

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At a dcada de 1950, a economia brasileira se fundava na exportao de produtos primrios, e com isso o sistema de transportes limitou-se aos transportes fluviais e ferrovirios. Com a acelerao do processo industrial na segunda metade do sculo XX, a poltica concentrou os recursos no setor rodovirio, com prejuzo para as ferrovias, especialmente na rea da indstria pesada e extrao mineral. Como resultado, o setor rodovirio, o mais caro depois do areo, movimentava no final do sculo mais de sessenta por cento das cargas. O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o pas nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial de Getulio Vargas e Juscelino Kubitscheck . Naquela poca, o smbolo da modernidade e do avano em termos de transporte era o automvel. Isso provocou uma especial ateno dos governantes na construo de estradas. Desde ento, o Brasil tem sua malha viria baseada no transporte rodovirio. Transporte Rodovirio As primeiras rodovias brasileiras datam do sculo XIX, mas a ampliao da malha rodoviria ocorreu no governo Vargas, com a criao do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em 1937. Em 1973 passou a vigorar o Plano Nacional de Viao, que modificou e definiu o sistema rodovirio federal. As dificuldades econmicas do pas a partir do final da dcada de 1970 causaram uma progressiva degradao da rede rodoviria. A construo de novas estradas foi praticamente paralisada ou se manteve apenas setorialmente e em ritmo muito lento e a manuteno deixou de obedecer a requisitos elementares. Este o principal meio de transporte no Brasil tanto em relao ao transporte de cargas quanto o de pessoas, embora no seja o mais indicado para todos os fins devido a seu custo e poluio ambiental. Transporte Ferrovirio Primeiras iniciativas nacionais, relativas construo de ferrovias remontam ao ano de 1828, quando o Governo Imperial autorizou por Carta de Lei a construo e explorao de estradas em geral. O propsito era a interligao das diversas regies do Pas. importante destacar que, at a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte terrestre de mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas carroveis. As ferrovias tm sofrido um processo de desestatizao devido a dificuldade do governo em mant-las e explor-las devidamente. Dentre as ferrovias, salienta-se a implantao da Paranagu Curitiba, que se constituiu um marco de excelncia da

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engenharia ferroviria brasileira, considerado, poca, por muitos tcnicos europeus, como irrealizvel. Transporte Hidrovirio As hidrovias, uma alternativa sempre lembrada dadas as condies privilegiadas da rede fluvial nacional, pouco se desenvolveram. A navegao fluvial nunca foi bem aproveitada para o transporte de cargas. Entre os fatos de maior repercusso no transporte martimo no sculo XX destacam-se: a substituio do carvo pelo petrleo como combustvel. O litoral de 9.198 km e possui uma rede hidroviria enorme e ainda no explorada adequadamente para o transporte martimo. So oito bacias com 48 mil km de rios navegveis, reunindo, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. O transporte martimo tem grande importncia na exportao de alimentos, minrios e madeira por seu alto volume de transporte. Transporte Areo A aviao iniciou-se no Brasil com um vo de Edmond Plauchut, a 22 de Outubro de 1911. O aviador que fora mecnico de Santos Dumont em Paris. A extenso do pas e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviao comercial tivesse uma expanso excepcional no Brasil. Em 1960, o pas tinha a maior rede comercial do mundo em volume de trfego depois dos Estados Unidos. O resultado da falta de investimentos e da deficincia da gesto da estrutura dos transportes gerou a preocupante situao: desvantagem competitiva do Pas em relao a seus concorrentes no mercado internacional. Alguns sintomas presentes: Frota rodoviria com idade mdia de cerca de 17,5 anos Locomotivas com idade mdia de 25 anos Estradas com condies pssima, ruim ou deficiente em 59,1% dos casos Baixa disponibilidade de infra-estrutura ferroviria Baixssima disponibilidade de terminais multimodais Hidrovias sendo ainda pouco utilizadas para o escoamento de safra agrcola.

A disponibilidade de infra-estrutura de transporte no pas incompatvel com sua grandeza e riqueza, constituindo-se em grave problema para o desenvolvimento econmico e social do Brasil. MODAL OU MODALIDADE

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O termo Modal ou Modalidade refere-se ao tipo de transporte que utilizado Critrios para escolha do Modal de Transporte Critrios para escolha do Modal de Transporte Qual o produto a ser transportado? Qual a quantidade? Onde ser coletado e onde ser entregue? Quais os cuidados com o produto? Qual o tipo de embalagem? Por conta de quem o transporte? Seguro por conta de quem? Custo Velocidade Distncia Capacidade Confiabilidade

MULTIMODAL E INTERMODAL Combinao de vrias modalidades de transporte visando agilizar a entrega e diminuir custos. OS MODAIS DE TRANSPORTES

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A importncia relativa de cada modal pode ser medida em termos da quilometragem do sistema, volume de trfego, receita e natureza da composio do trfego. Matriz Brasileira Atualmente o Brasil conta com uma rede de infra-estrutura que no opera eficientemente os modais em todas as regies, causando, assim, um grave desequilbrio na matriz de transporte.

O transporte areo vem enfrentando sucessivas crises relacionadas ao controle e infra-estrutura operacional, o que acaba gerando atrasos de viagens, queda no nvel de servio prestado pelos transportadores areos e descrena do usurio no sistema No transporte rodovirio verifica-se um alto ndice de rodovias em precrias condies de conservao e funcionalidade, o que aumenta a quebra mecnica dos veculos dos usurios e ocasiona graves acidentes com perdas de vidas. A idade mdia da frota no transporte rodovirio muito elevada, fato que contribui para uma grande emisso de poluentes.Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 25

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No transporte ferrovirio ocorre uma estagnao de investimentos do Governo Federal na ampliao da malha para localidades que apresentam grande oferta de cargas a granel. Nas grandes reas urbanas, a qualidade do servio ferrovirio sofre o impacto do avano da urbanizao irregular sobre a rea de jurisdio da ferrovia. No transporte aquavirio, referente aos portos martimos, ocorrem problemas relativos ao impacto e presso da urbanizao sobre a infra-estrutura. H dificuldades na acessibilidade de veculos terrestres rea porturia. Grande parte dos portos martimos brasileiros de maior volume de movimentao de carga tem restries na expanso de cais e rea porturia devido urbanizao, ou seja, as cidades cresceram no entorno do porto, causando, assim, um maior custo para a expanso. Comparativo de Fretes por Modal

Importncia estratgica dos Transportes Maior concorrncia = Transporte barato e de alta qualidade incentiva de forma indireta a concorrncia, ao disponibilizar produtos onde normalmente no teria condies de arcar com os custos de transportes e concorrendo com preos competitivos. Economias em escalas = Mercados ampliados significam custo de produo mais baixos, e um sistema de transporte eficaz possibilita a descentralizao de mercados e de locais de produo. Preos reduzidos = O transporte barato contribui igualmente para a reduo dos preos dos produtos em outros mercados. Uma tonelada de ouro no subsolo no vale nada, a menos que ela possa ser entregue a quem compra. O que d o valor dos produtos a logstica

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IMPORTNCIA DE UM SISTEMA DE TRANSPORTE EFICAZ Fazer o material certo chegar: Na quantidade certa No lugar certo No tempo certo Nas condies adequadas No custo mais baixo possvel Modal Areo Vantagens Logsticas Transporte mais rpido Transportes emergenciais Reduo de nveis de inventrio e consequente reduo de custo de estoque Prioridade para produtos perecveis

Desvantagens Logsticas Restrio de capacidade Impossibilidade de transporte granel Inviabilidade de produtos de baixo custo unitrio Restrio a artigos perigosos Custo de transporte elevado prejudicado pelo tempo e pelo trfego

Modal Rodovirio Vantagens Logsticas Flexibilidade do servio em reas geogrficas dispersas Manipulao de lotes relativamente pequenos Servio extensivo e adaptvel Servio rpido Entrega domiclio ou porta a porta Transportam todo tipo de cargas e embalagens Altas frequncias

Desvantagens Logsticas Custos elevados para distncias superiores 700Km Volume transportado menor em comparao ao transporte ferrovirio e martimo (at 45 Tons) Custo mais elevado em comparao ao transporte ferrovirio e martimo prejudicado pelo tempo e pelo trfegoProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 27

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Maior intensidade de risco Modal Ferrovirio Vantagens Logsticas Transportam grande quantidade de carga por viagem Percorre longas distncias Flexvel quanto s mercadorias Custo menor em relao ao rodovirio para grandes volumes de mercadoria A velocidade boa para longas distncias No so prejudicadas pelo tempo ou trfego competitivo Pode utilizar o vago ou o prprio container para o transporte

Desvantagens Logsticas Tem custos altos e baixa segurana (Brasil) para produtos de alto valor agregado e pequenos volumes Tem frequncias de sadas menores em relao ao rodovirio Seu tempo de trnsito maior Anti-econmica e ineficiente para curtas distncias Os custos de manuseio so altos No serve para servio domiclio ineficiente para alguns produtos Modal Aquavirio Vantagens Logsticas Transporta grande quantidade de carga por viagem Percorre longas distncias Flexvel quanto s mercadorias Transportam produtos perigosos, carga granel, lquido, gasoso e veculos ou containers Custo operacionais menores Caracterstica de produtos com menor valor agregado Desvantagens Logsticas No serve para cargas pequenas ou emergenciais Perda de tempo nas descargas e transferncia de transporte Altos nveis de danos sobre a mercadoria Tempo de trnsito longo Baixa frequncia / peridica

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MARTIMO = O transporte martimo aquele realizado por navios em oceanos e mares, podendo ser de cabotagem ou longo curso. FLUVIAL = Navegao fluvial aquela realizada em rios, portanto, interna, ou seja, ocorrendo dentro do pas e/ou continente. a tpica navegao de interligao do interior. LACUSTRE = Navegao lacustre aquela realizada em lagos, e tem como caracterstica a ligao de cidades e pases circunvizinhos, sendo, tambm, uma navegao interior, a exemplo da fluvial. um tipo de transporte bastante restrito, em face de serem poucos os lagos navegveis.

Modal Dutovirio Refere-se modalidade de transporte em que o veculo utilizado compe a prpria infra-estrutura construda (dutos), o qual foram desenvolvidos devido ao avano tecnolgico, permitindo a remessa de produtos a longas distncias, como petrleo bruto, gs, minrios.Oleodutos: cujos produtos transportados so petrleo, leo combustvel, diesel, querosene, entre outros. Gasodutos: cujo produto transportado o gs natural. Minerodutos: cujos produtos transportados so o sal-gema, minrio de ferro e concentrado fosftico.

Modal Virtual todo sistema de entrega de um produto no fsico, entregue ao cliente ou consumidor via Internet ou por transmisso eletrnica de dados. A designao de Modal Virtual bastante complexa e discutida, principalmente por se tratar de uma modalidade, que embora na prtica no seja nova, ainda muito pouco citada. A tecnologia da informao criou um novo modal de transporte, o infovirio. Na infovia, trafegam quantidades enormes de dados para facilitar e agilizar os processos no transporte de cargas. download de msica e-book ou livro eletrnico Pay-Per-View e-learning ou educao distncia software feito sob demanda encomenda pode ser entregue ao cliente atravs de link

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LOGSTICA NO E-COMMERCE Com a Internet e os avanos nas telecomunicaes, profundas mudanas se deram no comrcio. Essa mudana, aliada s tcnicas de reduo de estoques, torna ainda mais complexas as formas de entrega at o consumidor (ponta da cadeia). Comrcio Eletrnico: uma forma de fazer negcios atravs do computador que envolve a entrega de mercadorias ou servios. Logstica do Comrcio Eletrnico: Processo de atendimento dos pedidos e entrega dos produtos (a logstica de distribuio). Tipos de comrcio eletrnico B2B: Business to Business = comercializao somente entre pessoas jurdicas. - Cadeia de Suprimentos da Toyota. B2C: Business to Consumer = comercializao entre pessoas fsicas e jurdicas. - Submarino, Amazon C2C: Consumer to Consumer = comercializao entre pessoas fsicas. - Mercado-Livre VANTAGENS DO COMRCIO ELETRNICOProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 30

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Insero instantnea no mercado; Analise mercadologica facilitada; Funciona 24h, 7 dias por semana; Baixo custo operacional. Riscos do comrcio eletrnico Fraude Propriedade intelectual Confidencialidade DESAFIOS DA LOGSTICA Entregar na hora marcada: Ao cliente interessa, em maior medida, receber os produtos ao menor custo, no horrio estipulado, nem muito antes nem muito depois Delivery-on-time - DOT: - para um cliente receber um produto mais rapidamente, um custo maior haver de lhe ser cobrado em contrapartida Operao com produtos unitrios Entrega de pequenos volumes em um espao geogrfico maior, da empresa para o consumidor final. O B2C tem aumentado muito as entregas em casa, gerando, muitas vezes, um pacote para cada viagem; Se o cliente no est em casa, gera-se a necessidade de uma segunda entrega, dobrando os custos com as entregas. Custo Econmico baixa densidade = alta disperso geogrfica, em que o valor unitrio do pedido, quando baixo, no justifica os gastos de transportes; Porta fechada = o destinatrio pode no se encontrar; Logstica reversa = devoluo do produto; Mltiplas tentativas de entrega = aumentando os custos da operao logstica. e-Logstica um termo usado no comrcio eletrnico. Ele pode ser definido como um componente essencial do e-commerce, compreendendo a totalidade da cadeia logstica que pode ser composta de:Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 31

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Recepo e condicionamento de produtos; Estocagem; Picking (deslocamento de produtos para a preparao do pedido); Interveno das transportadoras assumindo a entrega.

Essas etapas devem ser inseridas em ferramentas de rastreamento dos pedidos, permitindo um melhor controle das diferentes operaes, e dando aos clientes informaes em tempo real da fase em que se encontra o produto adquirido. Alternativas de gerenciamento da logstica Gerenciar sua prpria logstica x Delegar a atividade logstica, utilizando plataformas logsticas externas. No incio de atividade de uma loja virtual o volume de pedidos normalmente baixo e possvel se gerenciar internamente a logstica. medida que se torna mais popular, a loja virtual passa a entregar um volume cada vez maior de pedidos. Nesses casos, a delegao da atividade logstica passa a ser uma opo interessante. Terceirizao da atividade logstica implica em: Dispor de uma interface de gesto da plataforma logstica, o que significa que cada pedido feito no site ser levado em conta. Apos o envio do pedido a loja virtual e o cliente podero fazer o tracking do pedido, e a loja pode gerenciar o estoque de seus produtos. A logstica poder fazer a recepo, o controle e o estoque dos produtos, alm de fazer o picking, empacotar e enviar os pedidos aos clientes. Fazer uma melhor gesto do retorno dos pedidos. Cada produto devolvido pode ser reintegrado ao estoque ou ento descartado caso esteja em ms condies. Propor aos clientes vrios tipos de entrega (Expressa, econmica...). Empresas de logstica possuem frequentemente parcerias com transportadoras, conseguindo melhores preos para as lojas virtuais. OPERADOR LOGSTICO Operador Logstico a empresa prestadora de servios, especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logsticas, nas vrias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos dos mesmos.

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Caracterizao do Operador Logstico Para que uma empresa prestadora de servios logsticos possa ser classificada como Operador Logstico, a mesma deve, no mnimo, prestar simultaneamente servios nas trs atividades bsicas seguintes: Controle de estoque Armazenagem Gesto de transportes AS ATIVIDADES BSICAS DO OPERADOR LOGSTICO Controle de estoque Para efetuar um eficiente controle de estoque, o prestador de servios logsticos deve: Obter de cada cliente (ou ajud-lo a estabelecer) a poltica a ser seguida na gesto dos estoques do mesmo; Controlar e responsabilizar-se por quantidades, localizao e valores do estoque fsico do cliente, enquanto o mesmo estiver sob sua guarda; Utilizar tcnicas e meios modernos para acompanhar a evoluo dos estoques no tempo, em termos de quantidades e localizao para informar o cliente a respeito, com a prioridade adequada; Emitir relatrios peridicos sobre os estoques; Garantir a rastreabilidade dos produtos; Armazenagem Para prestar servios eficientes de armazenagem, o prestador se servios logsticos deve: Dispor de instalaes adequadas para o exerccio da atividade de armazenagem: De acordo com a legislao e com as regras das entidades legais (Corpo de Bombeiros, Vigilncia sanitria, etc); Em condies de atender s necessidades dos clientes, em termos de docas de recebimento e expedio, de equipamento de movimentao, de sistemas de estantes ou reas convenientes quando no forem necessrias estantes, climatizao quando necessrio, entre outras;

Dispor de sistema de administrao de armazns adequado a cada caso, incluindo, quando necessrio, sistemas de impresso e leitura de cdigos de barra e de rdio freqncia;Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 33

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Ser capaz de controlar e responsabilizar-se pelas avarias; Realizar o controle de qualidade adequado, na entrada dos bens e materiais armazenados, quando necessrio; Possuir aplices de seguro para as instalaes e para os bens materiais; Emitir a documentao de despacho, de acordo com a legislao; Executar unitizao (paletizao e conteinerizao), quando necessrio; Gesto de Transportes Para prestar servios eficientes de gesto de transportes, o prestador de servios logsticos deve: Qualificar e homologar transportadoras Contratar ou realizar transportes Negociar o nvel de servio desejado das transportadoras Pesquisar periodicamente os valores de fretes nas praas desejadas Coordenar de forma eficaz a chamada de transportadoras Conferir e realizar o pagamento de fretes Medir e controlar o desempenho das transportadoras frente aos padres estabelecidos Emitir relatrios de acompanhamento do nvel de servio VANTAGENS E DESVANTAGENS DO OPERADOR LOGSTICO Vantagens Enfoque na atividade da empresa: Desenvolvimento, marketing e vendas. despreocupao com assuntos relacionados com a regulamentao; Utilizao dos melhores mtodos e experincias: Aproveitamento dos sistemas e mtodos, que os Operadores desenvolvem em busca de novas oportunidades para se manterem competitivos; Aumento da competitividade: Melhor reao s necessidades dos clientes, aumento de flexibilidade, reduo de tempos de entrega; Reduo de custos: Aproveitamento de economias de escala e sinergias, libertao de capital (equipamentos, infra-estruturas, segurana), reduo de recursos, reduo do risco de quebras. Desvantagens Necessidades de Reengenharia: Reestruturao das equipes, reduo de pessoas, formao, mudana de funes; Comportamento das Pessoas: Resistncia mudana; Dependncia: A integrao de processos e sistemas tende a criar dependncia. Receio de perda de capital intelectual (conhecimento e experincia).Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 34

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Dvidas sobre a qualidade, capacidade de execuo e confiabilidade. Dificuldade de seleo de um Operador qualificado. Receio de transferncia de conhecimento. A GESTO DE ESTOQUE A gesto de estoque , basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econmico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organizao. Os investimentos no so dirigidos por uma organizao somente para aplicaes diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em mquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produo e, conseqentemente, das vendas. Outros tipos de investimentos, aparentemente, no produzem lucros. Entre estes esto s inverses de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstncias imprevisveis e de soluo imediata. o caso dos investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situao potencial de risco presente. Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a no realizao de vendas, a paralisao de fabricao, a descontinuidade das operaes ou servios etc., alm dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em importncia estratgica e econmica, os investimentos em estoque aos investimentos ditos diretos. Porm, toda a aplicao de capital em inventrio priva de investimentos mais rentveis uma organizao industrial ou comercial. Numa organizao pblica, a privao em relao a investimentos sociais ou em servios de utilidade pblica. A gesto dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventrio, em constante equilbrio em relao ao nvel econmico timo dos investimentos. E isto obtido mantendo estoques mnimos, sem correr o risco de no t-los em quantidades suficientes e necessrias para manter o fluxo da produo da encomenda em equilbrio com o fluxo de consumo. Em resumo: Os estoques so uma forma de a organizao proteger-se da imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou est envolvida, a falta de qualidade de seus processos internos bem como dos externos dos quais depende pressionam no sentido de elevar o volume de estoques. Conclui-se que nveis elevados de estoques tendem a gerar conformidade com o erro e as causas dos problemas no so atacadas.

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NATUREZA DOS ESTOQUES Estoque a composio de materiais - materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados - que no utilizada em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em funo de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produo de seus produtos/servios. Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e servios. So lucros provenientes das vendas e servios, por permitirem a continuidade do processo produtivo das organizaes. Os estoques representam uma necessidade real em qualquer tipo de organizao e, ao mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude funo do porte, da complexidade e da natureza das operaes da produo, das vendas ou dos servios. A manuteno dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados. Evitar sua formao ou, quando muito, t-los em nmero reduzido de itens e em quantidades mnimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de no ser satisfeita a demanda dos usurios ou dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importncia da sua gesto. A acumulao de estoques em nveis adequados uma necessidade para o normal funcionamento do sistema produtivo. Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro. Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessrio para que a empresa possa produzir e vender com um mnimo risco de paralisao ou de preocupao. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcanar uma respeitvel parcela dos ativos totais da empresa. A administrao dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem um estreito relacionamento com a rea de finanas, pois enquanto a Administrao de Materiais est voltada para a facilitao do fluxo fsico dos materiais e o abastecimento adequado produo e a vendas, a rea financeira est preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicao dos recursos empresariais. A incerteza de demanda futura ou de sua variao ao longo do perodo de planejamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da remunerao do capital investido, so as principais causas que exigem estoques permanentemente mo para o pronto atendimento do consumo interno e/ou dasProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 36

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vendas. Isto mantm a paridade entre esta necessidade e as exigncias de capital de giro. essencial, entretanto, para a compreenso mais ntida dos estoques, o conhecimento das principais funes que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de organizao, e que conheamos as suas diferentes espcies. Ter noo clara das diversas naturezas de inventrio, dentro do estudo da Administrao de Material, evita distores no planejamento e indica gesto a forma de tratamento que deve ser dispensado a cada um deles, alm de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, vezes, considerveis montantes de recursos esto vinculados a determinadas modalidades de estoque. Cada espcie de inventrio segue comportamentos prprios e sofre influncias distintas, embora se sujeitando, em regra, aos mesmos princpios e s mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo, os estoques destinados venda so sensveis s solicitaes impostas pelo mercado e decorrentes das alteraes da oferta e procura e da capacidade de produo, enquanto os destinados ao consumo interno da empresa so influenciados pelas necessidades contnuas da produo, manuteno, das oficinas e dos demais servios existentes. J outras naturezas de estoque podem apresentar caractersticas bem prprias que, no esto sujeitas a influncia alguma. o caso dos estoques de sucata, no destinada ao reprocessamento ou beneficiamento e formados de refugos de fabricao ou de materiais obsoletos e inservveis destinados alienao e outros fins. Em uma indstria, estes estoques podem vir a formar-se aleatoriamente, ao longo do tempo, caracterizando-se como contingncias de armazenagem. Acabam representando, mesmo, para algumas organizaes, verdadeiras fontes de receitas ( extra-operacional ), enquanto os estoques destinados ao consumo interno constituem-se, to somente, em despesas. Entretanto, esta diviso por si s, pode trazer dvidas a partir da definio da natureza de cada um destes estoques. Se entendermos por produto acabado todo material resultante de um processo qualquer de fabricao, e por matrias-primas todo elemento bruto necessrio ao fabrico de alguma coisa, perdendo as suas caractersticas fsicas originais, mediante o processo de transformao a que foi submetido, podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia de fundio preparada com a bentonita, o melao e outros produtos que so misturados a ela para dar maior consistncia aos moldes que recebero o ao derretido para a confeco de peas constitui-se em produtos acabados para seus fabricantes, e em matrias-primas para seus consumidores que os utilizaro na fabricao de outros produtos. Do mesmo modo, a terra, a argila, o melao e a areia, em seu estado natural, podem constituir-se em insumos bsicos de produo ou em produtos acabados,Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 37

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dependendo da finalidade ou do uso destes itens para a empresa. As porcas, as arruelas, os parafusos etc., empregados na montagem de um equipamento, por exemplo, so produtos semi-acabados para o montador, mas, para o fabricante que os vendeu, trata-se de produtos-finais. Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classificao: estoques de venda e de consumo interno. Para uma indstria, os produtos de sua fabricao integraro os estoques de venda e, para outra, que os utilizar na produo de outro bem, integraro os estoques de material de consumo. Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-se em estoque de varejo e de atacado. O estoque de consumo pode subdividir-se em estoque de material especfico e geral. Este ltimo pode desdobrar se, ainda, em estoque de artigos de escritrio, de limpeza e conservao etc. Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, considerando a natureza, finalidade, uso ou aplicao etc. dos materiais que os compem. O importante, todavia, nestas classificaes, que procuram mostrar os diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada empresa, que elas servem de subsdios valiosos para a (o): configurao de um sistema de material; estruturao dos almoxarifados; estabelecimento do fluxo de informao do sistema; estabelecimento de uma classificao de material; poltica de centralizao e descentralizao dos almoxarifados; dimensionamento das reas de armazenagem; planejamento na forma de controle fsico e contbil. Em resumo: Os estoques so compostos de: FUNES DO ESTOQUE a) Garantir o abastecimento de materiais empresa, neutralizando os efeitos de:- demora ou atraso no fornecimento de materiais; - sazonalidade no suprimento; - riscos de dificuldade no fornecimento.

matria-prima, material auxiliar, material de manuteno, material de escritrio, material e peas em processos e produtos acabados.

b) Proporcionar economias de escala:- atravs da compra ou produo em lotes econmicos; - pela flexibilidade do processo produtivo; - pela rapidez e eficincia no atendimento s necessidades.

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Os estoques constituem um vnculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo de comercializao em empresas comerciais - e entre as etapas de compra, transformao e venda - no processo de produo em empresas indstrias. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e sadas entre as duas etapas dos processos de comercializao e de produo, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilaes inesperadas de oferta e procura ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependncias das diversas partes da organizao empresarial. CLASSIFICAO DE ESTOQUES Estoques de Matrias-Primas (MPs) = Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais bsicos que ingressam no processo produtivo da empresa. So os itens iniciais para a produo dos produtos/servios da empresa. Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias = Os estoques de materiais em processamento - tambm denominados materiais em vias - so constitudos de materiais que esto sendo processados ao longo das diversas sees que compem o processo produtivo da empresa. No esto nem no almoxarifado - por no serem mais MPs iniciais - nem no depsito - por ainda no serem Produtos Acabados. Mais adiante sero transformadas em Acabados. Estoques de Materiais Semi-acabados = Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento est em algum estgio intermedirio de acabamento e que se encontram tambm ao longo das diversas sees que compem o processo produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estgio mais avanado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados. Estoques de Materiais Acabados ou Componentes = Os estoques de materiais acabados - tambm denominados componentes - referem-se a peas isoladas ou componentes j acabados e prontos para serem anexados ao produto. So, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituiro o Produto Acabado ou Final. Estoques de Produtos Acabados (PA) = Os Estoques de PAs se referem aos produtos j prontos e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estgio final do processo produtivo e j passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semi-acabados e materiais acabados. CONTROLE DE ESTOQUESProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 39

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O objetivo bsico do controle de estoques evitar a falta de material sem que esta diligncia resulte em estoque excessivo s reais necessidades da empresa. O controle procura manter os nveis estabelecidos em equilbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos da decorrentes. Para mantermos este nvel de gua, no tanque, preciso que a abertura ou o dimetro do ralo permita vazo proporcional ao volume de gua que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de gua, o nvel, em unidades volumtricas, chegar, aps algum tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazo, o nvel subir at o ponto de transbordar. Ou, se o dimetro do raio permite a sada da gua, em volume maior que a entrada no tanque, precisar abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para compensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque. De forma semelhante, os nveis dos estoques esto sujeitos velocidade da demanda. Se a constncia da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providncias no forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupo do fluxo de reabastecimento, teremos a situao de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuzos visveis para a produo, manuteno, vendas etc. Se, em outro caso, no dimensionarmos bem as necessidades do estoque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos seus nveis em relao demanda real, com prejuzos para a circulao de capital. O equilbrio entre a demanda e a obteno de material, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, um dos objetivos da gesto. FUNES DO CONTROLE DE ESTOQUE Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descrever suas funes principais que so:1) Determinar "o que" deve permanecer em estoque. Nmero de itens; 2) Determinar "quando" se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; 3) Determinar "quanto" de estoque ser necessrio para um perodo predeterminado; quantidade de compra; 4) Acionar o Depto de Compras para executar aquisio de estoque; 5) Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; 6) Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer informaes sobre a posio do estoque; 7) Manter inventrios peridicos para avaliao das quantidades e estados dos materiais estocados;Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 40

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8) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

CLASSIFICAO ABC A curva ABC um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam ateno e tratamento adequados quanto sua administrao. Obtm-se a curva ABC atravs da ordenao dos itens conforme a sua importncia relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida seqncia dos itens e sua classificao ABC, disso resulta imediatamente a aplicao preferencial das tcnicas de gesto administrativas, conforme a importncia dos itens. A curva ABC tem sido usada para a administrao de estoques, para definio de polticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programao da produo e uma srie de outros problemas usuais na empresa. Aps os itens terem sido ordenados pela importncia relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma ateno especial pela administrao. Classe B: Grupo intermedirio. Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentao, no entanto, requerem ateno pelo fato de gerarem custo de manter estoque.

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A classe "A" so os itens que nesse caso do a sustentao de vendas, podemos perceber que apenas 20% dos itens correspondem a 80% do faturamento. (alta rotatividade). A classe B responde por 30% dos itens em estoque e 15% do faturamento. (rotatividade mdia). A classe "C" compreende a sozinha 50% dos itens em estoque, respondendo por apenas 5% do faturamento. Inventrio O inventrio um processo de avaliao criado dentro da organizao para examinar e avaliar a gesto em determinados perodos. O objetivo assessorar os membros da organizao para que se tenha um controle maior sobre seus produtos. O inventrio fsico a contagem de todos os estoques da empresa, para verificao se as quantidades correspondem aos controles do estoque. O inventrio rotativo um mtodo de inventrio fsico em que o estoque contado em intervalos regulares, dentro de um exerccio. O inventrio rotativo permite que os artigos de alta rotatividade sejam contados com maior frequncia do que os de baixa rotatividade. MTODOS DE PREVISO DE ESTOQUES A previso de consumo ou demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa. Define, portanto, quais produtos, quanto desses produtos e quando sero comprados pelos clientes.

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As informaes bsicas que permitem decidir quais sero as dimenses e a distribuio no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: Quantitativas a) evoluo das vendas no passado; b) variveis que dependem diretamente das vendas; c) variveis de fcil previso (populao, renda, PIB,etc.); d) influncia da propaganda. Qualitativas a) opinio gerencial, b) opinio dos vendedores; c) opinio dos compradores; d) pesquisa de mercado. As tcnicas de previso do consumo podem ser classificadas em trs grupos: Projeo: so aquelas que admitem que o futuro ser a repetio do passado ou as vendas evoluiro no tempo; segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de tcnicas de natureza essencialmente quantitativa. Explicao: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variveis cuja evoluo conhecida ou previsvel. So basicamente aplicaes de tcnicas de regresso e correlao. Predileo: funcionrios experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evoluo das vendas futuras. NVEIS DE ESTOQUES CURVA DENTE DE SERRA = A apresentao da movimentao (entrada e sada) de uma pea dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um grfico.

O ciclo acima representado ser sempre repetitivo e constante se: a) No existir alterao de consumo durante o tempo T;Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 43

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b) No existirem falhas que provoquem um esquecimento ao solicitar compra; c) O fornecedor nunca atrasar; d) Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade. Como sabemos essa condio realmente no ocorre para isso devemos prever essas possveis falhas na operao como representado abaixo:

No grfico acima podemos notar, que durante os meses de junho, julho e agosto e setembro, o estoque esteve a zero e deixou de atender a uma quantidade de 80 peas. A partir dessa anlise conclumos que deveramos ento estabelecer um estoque de segurana.

TEMPO DE REPOSIO; PONTO DE PEDIDO Emisso do pedido - Tempo que se leva desde a emisso do pedido de compras at ele chegar ao fornecedor; Preparao do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir faturamento e deix-los em condies de serem transportados.Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 44

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Transportes - Tempo que leva da sada do fornecedor at o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. Em virtude de sua grande importncia, este tempo deve ser determinado de modo mais realista possvel, pois as variaes ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoques.

ADMINISTRAO DOS SERVIOS DE COMPRAS "Em muitos casos no o custo que determina o preo de venda, mas o inverso. O preo de venda necessrio determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em reduo de custo de compra, que uma parte de despesa de operao de uma indstria, 100% lucro. Os lucros das compras so lquidos".(HENRY FORD)

Embora todos saibam comprar, em funo do cotidiano de nossas vidas, imprescindvel a conceituao da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessrio, a um preo justo, para o funcionamento, a manuteno ou a ampliao da empresa. a funo responsvel pela obteno do material no mercado fornecedor, interno ou externo, atravs da mais correta traduo das necessidades em termos de fornecedor / requisitante. A funo compras um segmento essencial do Departamento de Materiais ou Suprimentos, que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou servios, planej-las quantitativamente e satisfaz-la no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento. Compras so, portanto uma operao da rea de materiais mais essencial entre as que compem o processo de suprimento. Em todo sistema empresarial, para se manter um volume de vendas e um perfil competitivo no mercado e,Prof. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 45

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consequentemente, gerar lucros satisfatrios, a minimizao de custos deve ser perseguida e alcanada, principalmente os que se referem aos materiais utilizados, j que representam uma parcela por demais considervel na estrutura de custo total. Pode-se concluir ento, que os objetivos bsicos de uma seo de compras so: Obter um fluxo contnuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produo. Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mnimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa. Compra materiais e insumos aos menores preos, obedecendo padres de quantidade e qualidade definidos. Procurar sempre dentro de uma negociao justa e honrada as melhores condies para empresa, principalmente em condies de pagamento. ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades requisitantes, compra o material certo, ao preo certo, na hora certa, na quantidade certa e da fonte certa. Material Certo importante que o comprador esteja em situao de certificar-se se o material comprado, de um fornecedor est de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um sentido tcnico a fim de descobrir eventuais discrepncias entre a cotao de um fornecedor e as especificaes da Requisio de Compras. O comprador deve ter condies de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotao, uma economia do custo potencial ou a idia de melhoria do produto. Preo Certo Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Anlise de Compras. Sua funo , entre outras, a de calcular o "preo objetivo" do item (com base em desenhos e especificaes). O clculo desses preo objetivo" feito baseando-se no tempo de execuo do item, na mo de obra direta, no custo da matria prima com mo de obra mdia no mercado; a este valor deve-se acrescentar um valor, pr-calculado, de mo de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos atravs de valores mdios do mercado, e do balano e demonstraes de lucros e perdas dos diversos fornecedores. O "preo objetivo" que vai servir de orientao ao comprador quando de uma concorrncia. No julgamento da concorrncia duas so as possveis situaes: Preo muito mais alto do que o "preo objetivo": nessas circunstncias, eventualmente, o comprador poder chamar o fornecedor e solicitarProf. Jos Salvador de Abreu [email protected] Pgina 46

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esclarecimentos ou uma justificativa do preo. O fornecedor ou est querendo ter um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de fabricao ou um mau sistema de apropriao de custos; Preo muito mais baixo que o "preo objetivo": o menor preo no significa hoje em dia, o melhor negcio. Se o preo do fornecedor for muito mais baixo, dois podem ser os motivos: 1) O fornecedor desenvolveu uma tcnica de fabricao tal que conseguiu diminuir seus custos. 2) O fornecedor no soube calcular os seus custos e nessas circunstncias dois problemas podem ocorrer: ou ele no descobre os seus erros e fatalmente entrar em dificuldades financeiras com possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e ento solicita um reajuste de preo que, na maioria das vezes, poder ser maior que o segundo preo na concorrncia original. Portanto, se o preo for muito mais baixo que o preo objetivo, o fornecedor deve ser chamado, a fim de prestar esclarecimentos. Hora Certa O desenvolvimento industrial atual e o aumento cada vez maior do numero de empresas de produo em srie, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrncia. As diversas flutuaes de preos do mercado e o perigo de estoques excessivos fazem com que o comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira possvel, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa. Quantidade Certa A quantidade a ser adquirida cada vez mais importante por ocasio da compra. At pouco tempo atrs se aumentava a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preo; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados na determinao da quantidade certa ou na quantidade mais econmica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas frmulas matemticas objetivando facilitar a determinao da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja a frmula ou mtodo a ser adotado no elimina a deciso final da Gerncia de Compras com eventuais alteraes destas quantidades devido s situaes peculiares do mercado. Fonte Certa

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De nada adiantar ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preo certo, o prazo certo e a quantidade certa, se no puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliao dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento so fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, o elemento que mantm e deve manter o maior nmero de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento. FUNO DE COMPRA

A Funo Compras uma das engrenagens do grande conjunto denominado Sistema Empresa ou Organizao e deve ser devidamente considerada no contexto, para que deficincias no venham a ocorrer, provocando demoras onerosas, produo ineficiente, produtos inferiores, o no cumprimento de promessas de entregas e clientes insatisfeitos. A competitividade no mercado, quanto a vendas, e em grande parte, assim como a obteno de lucros satisfatrios, devida realizao de boas compras, e para que isto ocorra necessrio que se adquiram materiais ao mais baixo custo, desde que satisfaam as exigncias de qualidade.

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O custo de aquisio e o custo de manuteno dos estoques de material devem, tambm, ser mantidos em um nvel econmico. Essas consideraes elementares so a base de toda a funo e cincia de Compras. A funo Compras compreende: Cadastramento de Fornecedores; Coleta de Preos; Definio quanto ao transporte do material; Julgamento de Propostas; Diligenciamento do preo, do prazo e da qualidade do material; Recebimento e Colocao da Compra.

ORGANIZAO DO SERVIO DE COMPRAS As compras podem ser centralizadas ou no. O tipo de empreendimento que vai definir a necessidade de centralizar. Uma prtica muito usada ter um comit de compras, em que pessoas de todas as reas da empresa participem das decises. As vantagens da centralizao dos servios de compras so sempre postas em dvida pelos departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centralizao apresenta aspectos realmente positivos, pela reduo dos preos mdios de aquisio, apesar de, em certos tipos de compras, serem mais aconselhvel aquisio descentralizada. Vantagens de Centralizar: a) viso do todo quanto organizao do servio; b) poder de negociao para melhoria dos nveis de preos obtidos dos fornecedores; c) influncia no mercado devido ao nvel de relacionamento com os fornecedores; d) anlise do mercado, com eficcia, em virtude da especializao do pessoal no servio de compras; e) controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras associado a um controle de estoques; f) economia de escala na aquisio centralizada, gerando custos mais baixos; g) melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantao do sistema de qualidade; h) sortimento de produtos com mais consistncia, para suportar as promoes nacionais; i) especializao das atividades para o pessoal da produo no perder muito tempo com contatos com os vendedores. Pontos importantes para descentralizao:

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a) adequao da compra devido ao conhecimento dos problemas especficos da rea onde o comprador exerce sua atividade. b) menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de peculiaridades regionais da qualidade, quantidade, variedade. c) coordenao, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor, levando a unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades regionais. d) flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitao das ordens, provocando menores faltas.

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