Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas...

30
Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários Artigo de Revisão Bibliográfica Ana Mafalda Moreira Pedroso Orientador Prof. Doutor João Cardoso Ferreira Porto 2014

Transcript of Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas...

Page 1: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva

aos Tecidos Dentários – Artigo de

Revisão Bibliográfica

Ana Mafalda Moreira Pedroso

Orientador

Prof. Doutor João Cardoso Ferreira

Porto 2014

Page 2: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

2

Artigo de Revisão Bibliográfica

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva

aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

Orientador

Prof. Doutor João Cardoso Ferreira

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, 4200-392 Porto-Portugal

E-mail: [email protected]

Porto 2014

[Type a quote from the document or the summary of an interesting point. You can

position the text box anywhere in the document. Use the Drawing Tools tab to change the

formatting of the pull quote text box.]

Page 3: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

3

AGRADECIMENTOS

Certamente não irei conseguir agradecer, como deveria, a todas as pessoas que

ao longo desta minha passagem pela FMDUP me ajudaram, direta ou indiretamente, na

concretização desta etapa da minha vida.

Sendo assim, deixo apenas algumas palavras, poucas, mas com sentido de

profunda gratidão.

Ao Prof. Doutor João Cardoso Ferreira, expresso o meu profundo agradecimento

pela orientação, auxílio e total disponibilidade que sempre revelou para comigo. A sua

ajuda foi determinante na elaboração desta monografia. Um sincero obrigada!

À D. Filomena, pela amabilidade, amizade, boa disposição e simpatia com que

sempre me recebeu.

Às minhas companheiras de casa e amigas Sandra, Ana, Rita, Sandra Freitas,

Vânia, Rita Zão e Joana, pelos estímulos nas alturas de desânimo. Agradeço-lhes pela

companhia nas longas noites de trabalho, pelo carinho, amizade, apoio, companheirismo

e preocupação. Muito obrigada!

À minha família, em especial aos meus pais e à minha irmã, a quem devo tudo,

um enorme obrigada pelo apoio e amor incondicional, por acreditarem em mim e

naquilo que faço.

Ao meu avô. A ele dedico esta monografia.

Page 4: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

4

ÍNDICE

ABSTRACT .................................................................................................................................. 7

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 9

Esmalte ...................................................................................................................................... 9

Dentina ...................................................................................................................................... 9

Smear layer ............................................................................................................................. 10

Adesão ..................................................................................................................................... 10

Sistemas Adesivos e sua Classificação ................................................................................... 11

Objetivo ................................................................................................................................... 12

MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................... 13

DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................. 14

Condicionamento Ácido .......................................................................................................... 14

Evolução dos Sistemas Adesivos ............................................................................................ 16

Adesão ao Esmalte e à Dentina ............................................................................................... 17

Testes de Adesão ..................................................................................................................... 20

CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 25

ANEXOS..................................................................................................................................... 28

Page 5: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

5

RESUMO

Introdução

Os tecidos dentários sobre os quais se efetua a adesão das restaurações com

resinas compostas são o esmalte e a dentina. A adesão aos tecidos dentários

compreende, para além de outros fatores, a existência de um adesivo e de forças de

adesão. Para avaliar as forças de adesão, têm sido utilizados vários testes de força de

resistência adesiva, especificamente a resistência adesiva ao cisalhamento (SBS) e à

tração (TBS), teste de resistência à microtração (µTBS) e ao microcisalhamento

(µSBS).

Objetivos

O objetivo desta revisão bibliográfica consiste em perceber quais as

características e fatores que influenciam as forças de resistência adesiva no esmalte e na

dentina.

Materiais e métodos

A pesquisa da literatura científica foi realizada na base de dados eletrónica

PUBMED procurando incluir-se informação dos artigos publicados nos últimos dez

anos mas ressalvando a informação base dos artigos mais antigos sobre o tema.

Foram analisados estudos laboratoriais (in vitro) e artigos de revisão.

Desenvolvimento

Um dos maiores problemas da dentisteria restauradora da primeira metade do

século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores, foi em

parte resolvido quando, em 1955, Buonocore introduziu a técnica de condicionamento

ácido do esmalte. Dependendo da forma como interagem com a smear layer, os

sistemas adesivos podem ser classificados em etch-and-rinse ou self-etch. A adesão ao

esmalte é a mais favorável, pois este tecido é menos complexo ultraestruturalmente e

muito mais hidrofóbico.

Entretanto, na dentina a adesão é mais problemática. O teste de resistência

adesiva ao cisalhamento tem sido muito utilizado devido à sua relativa facilidade de

preparação das amostras e a um protocolo de testes mais simples. Pelo contrário, no

teste de resistência à tração é difícil garantir o alinhamento das amostras na máquina de

Page 6: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

6

testes sem criar um stress nocivo.

Conclusão

O adesivo com melhor desempenho na dentina são os self-etch de 2 passos pois

originam boa morfologia, baixa percentagem de nanoinfiltração e valores de resistência

adesiva elevados.

São numerosos os estudos que comprovam que os adesivos etch-and-rinse são

os melhores adesivos para o esmalte.

Palavras-chave

“adhesion to enamel”, “etch-and-rinse adhesives”, “self-etch adhesives”, “shear

bond strengths” e “dentin”.

Page 7: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

7

ABSTRACT

Introduction

Dental tissues in which it makes the adhesion of composite resin restorations are

enamel and dentin. Adherence to dental tissues includes, in addition to other factors, the

existence of an adhesive and adhesion forces. To evaluate the adhesion forces, various

tests of strength adhesive strengths have been used, specifically the shear bond strength

( SBS ) and tensile strength ( TBS ) , resistance microtensile ( μTBS ) and microshear (

μSBS ) test.

Objectives

The purpose of this literature review is to understand the characteristics and

factors influencing forces bond strength to enamel and dentin.

Material and methods

A search of the scientific literature was performed in the electronic database PUBMED

include looking up information from articles published in the last ten years, including

also older articles. Were analysed in vitro laboratory studies and review articles.

Development

One of the biggest problems of restorative dentistry in the first half of the

twentieth century, the adhesion to dental tissues by the restorative materials was partly

resolved when, in 1955, Buonocore introduced the technique of etching enamel.

Depending on how they interact with the smear layer, the adhesive systems can be

classified into etch-and -rinse or self - etch. The adhesion of the resin on the enamel is

the most favourable, because when the enamel is conditioned, the adhesive resin

penetrates in the spaces that are created in the enamel by adhering mechanically.

However, dentin adhesion is more difficult. The test adhesive shear strength has been

widely used due to their relative easier preparation of the samples and protocol. On the

other hand, in the tensile test is difficult to ensure the alignment of the samples in the

testing machine without creating harmful stress.

Conclusion

The best adhesives for dentin are the self-etch 2-step because it creates a good

Page 8: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

8

morphology, low percentage nanoleakage values and high bond strength.

Some studies shows that the etch-and-rinse adhesives are the best adhesives to

enamel.

Keywords

"Adhesion to enamel", "etch-and-rinse adhesives", "self-etch adhesives", "shear bond

strenghts" and "dentin"

Page 9: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

9

INTRODUÇÃO

No âmbito da dentisteria minimamente invasiva, a adesão entre os materiais

restauradores e os tecidos dentários tem sido objeto de grande pesquisa científica (1).

Tendo em conta as exigências estéticas atuais, os adesivos dentários e as técnicas de

adesão apresentam grande relevância por permitirem a realização de preparos cavitários

mais conservadores, melhorando assim as propriedades mecânicas e estéticas das

restaurações adesivas (1).

Os tecidos dentários sobre os quais se efetua a adesão das restaurações com

resinas compostas são o esmalte e a dentina. Desta forma é fundamental descrever os

tecidos dentários, os detritos resultantes do corte dos mesmos (como a smear layer), os

principais conceitos relacionados com a adesão e sistemas adesivos bem como a

classificação dos mesmos (2).

Esmalte

Tecido de origem epitelial, apresenta-se como uma camada de revestimento da

coroa dos dentes. Corresponde ao tecido mais mineralizado do organismo contendo,

97% de conteúdo inorgânico (cristais de fosfato de cálcio sob a forma de

hidroxiapatite), 1% de matéria orgânica e 2% de água (3).

Dentina

Tecido de origem conjuntiva, menos duro e mineralizado do que o esmalte. O

conteúdo mineral na forma de hidroxiapatite corresponde a 70% do seu peso, possuindo

cerca de 18% de material orgânico e 12% de água (3). A sua estrutura tubular confere-

lhe uma certa elasticidade. É avascular, apresentando apenas prolongamentos dos

odontoblastos no interior dos túbulos (3). A dentina superficial é composta

principalmente por dentina intertubular e possui uma quantidade mínima de túbulos. Por

outro lado, a dentina profunda apresenta menos dentina intertubular e túbulos amplos. O

diâmetro dos túbulos sofre um crescimento contínuo em direção à polpa (4).

Page 10: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

10

Smear layer

Durante o preparo cavitário, os túbulos dentinários são obliterados pela

produção de um biofilme superficial, a smear laye (5). A smear layer é uma camada

uniforme de estrutura amorfa resultante da abrasão mecânica aquando da preparação das

paredes do preparo cavitário (5). Os detritos produzidos durante este procedimento e

que entram nos túbulos, diminuindo a permeabilidade dentinária em cerca de 86%, são

conhecidos por smear plugs (6). Estes impedem a interação entre o sistema adesivo e o

substrato. Para além disso as bactérias presentes na smear layer podem sobreviver e

multiplicar-se debaixo das restaurações. Por outro lado, a smear layer impede que

ocorra uma maior sensibilidade pós-operatória (6). Pelos motivos supracitados, os

sistemas adesivos atuais utilizam estratégias de interação ou remoção desta camada de

forma a permitir a ocorrência de um processo adesivo (6).

Adesão

A adesão pressupõe uma união estrutural entre duas superfícies. A adesão aos

tecidos dentários compreende, para além de outros fatores, a existência de um adesivo e

de forças de adesão (7). O adesivo é um líquido que solidifica entre dois substratos,

estabelecendo ligações micromecânicas/químicas entre ambos (8). A força necessária

para quebrar a ligação adesiva corresponde à força de adesão (8). A força de adesão

depende do tamanho da área de adesão, do substrato, do condicionador, do primer, dos

adesivos e dos procedimentos restauradores (7).

Para avaliar as forças de adesão, têm sido utilizados vários testes de força de

resistência adesiva, especificamente a resistência adesiva ao cisalhamento (SBS) e à

tração (TBS), teste de resistência à microtração (µTBS) e ao microcisalhamento

(µSBS). Quanto às forças de resistência adesiva ao cisalhamento, as forças aplicadas

são paralelas à interface com áreas de superfície entre 3-12 mm2

enquanto nas de

resistência à tração e microtração são aplicadas perpendicularmente com áreas de

superfície de cerca de 1mm2 (9).

Page 11: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

11

Sistemas Adesivos e sua Classificação

Os sistemas adesivos surgiram com a finalidade de promover a adesão dentinária

pela interação de monómeros hidrofílicos com as fibrilas de colagénio expostas nas

superfícies dentinárias após condicionamento ácido. Esta zona de união entre o material

restaurador e a dentina sólida denomina-se camada híbrida (4).

Van Meerbeek et al sugeriram uma classificação simples baseada na interação

dos adesivos com os substratos dentários e o número de passos: etch-and-rinse (two-

step e three-step), e self-etch (one-step e two-step) (10). Os sistemas adesivos etch-and-

rinse utilizam um passo separado para o condicionamento simultâneo do esmalte e da

dentina e para a lavagem, removendo completamente a smear layer e desmineralizando

a superfície dentinária, expondo as fibrilas de colagénio. Dependendo da aplicação

separada ou conjunta de um primer e uma resina adesiva, estes adesivos estão divididos

em three-step e two-step. Nos etch-and-rinse de three-step, o primeiro passo

corresponde à aplicação de ácido, o segundo na aplicação de um primer e o terceiro na

aplicação de resina adesiva. Nos etch-and-rinse de two-step o primer e o adesivo são

combinados numa só solução, reduzindo e simplificando o protocolo (11).

Os sistemas adesivos Self-etch compreendem a utilização de um monómero

acídico sem enxaguamento, que condiciona e infiltra os tecidos dentários

simultaneamente (11). Estes adesivos modificam a smear layer, desmineralizando

parcialmente a superfície dentinária. Os adesivos self-etch podem ser subdivididos em

dois passos e um passo único. Nos self-etch de two-step, o primeiro passo consiste na

aplicação do primer acídico seguido da resina adesiva. Nos self-etch de um passo,

conhecidos também por all-in-one, conjugam as funções de condicionador ácido,

primer e adesivo numa única solução, de modo a facilitar o protocolo (11).

O mercado apresenta uma grande variedade de sistemas adesivos e protocolos

diferentes para cada grupo de materiais. Desta forma, torna-se essencial que o Médico

Dentista tenha conhecimento das características e propriedades químicas e físicas desses

materiais, bem como, da associação destes com as estruturas dentárias de forma utilizá-

los corretamente e obter elevadas forças adesivas, o que consequentemente leva a

restaurações duradouras no tempo (9).

Page 12: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

12

Objetivo

O objetivo desta revisão bibliográfica consiste em perceber quais as

características e fatores que influenciam as forças de resistência adesiva no esmalte e na

dentina visto que, o não conhecimento dos diferentes adesivos, das suas aplicações e do

próprio substrato, pode conduzir ao fracasso das restaurações em resinas compostas.

Page 13: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

13

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa da literatura científica foi realizada na base de dados eletrónica

PUBMED procurando incluir-se informação dos artigos publicados nos últimos dez

anos mas ressalvando a informação base dos artigos mais antigos sobre o tema.

Na pesquisa foram utilizadas diferentes combinações das palavras-chave,

“adhesion to enamel”, “etch-and-rinse adhesives”, “self-etch adhesives”, “shear bond

strenghts” e “dentin”, todas elas termos MESH. Os critérios de inclusão para a leitura

dos artigos foram a disponibilidade do texto integral, a referência no título ou no resumo

de uma das palavras-chave e a disponibilidade dos artigos na língua portuguesa e

inglesa.

Foram analisados estudos laboratoriais (in vitro) e artigos de revisão.

Page 14: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

14

DESENVOLVIMENTO

Condicionamento Ácido

A durabilidade dos procedimentos restauradores depende de uma união efetiva

entre os materiais restauradores e as estruturas dentárias (12). Um dos maiores

problemas da dentisteria restauradora da primeira metade do século XX, a adesão aos

tecidos dentários por parte dos materiais restauradores, foi em parte resolvido quando,

em 1955, Buonocore introduziu a técnica de condicionamento ácido do esmalte (13).

Buonocore observou que o uso do ácido fosfórico melhorava a adesão de tintas e

resinas às superfícies metálicas no âmbito industrial e, com esse conhecimento, sugeriu

a possibilidade de melhorar a união entre a resina acrílica e a estrutura dentária. Através

da sua descoberta, Buonocore modificou e revolucionou os conceitos do preparo

cavitário, prevenção e estética, possibilitando assim a adesão dos materiais

restauradores às superfícies dentárias (principalmente ao esmalte) graças à aplicação de

uma resina hidrofóbica (com o monómero Bis-GMA) mais tarde sintetizado por Bowen

(1962) e que tinha a capacidade de fluir para as porosidades criadas pelo ácido fosfórico

no esmalte (13).

Contudo, a adesão à dentina não foi bem sucedida até 1979, ano em que

Fusayama e a sua equipa conseguiram uma boa adesão à mesma, in vivo (13). Isto deve-

se ao facto deste substrato ser bem mais complexo comparativamente ao esmalte e

conter água bem como uma maior quantidade de matéria orgânica, apresentando uma

organização morfológica tubular (ao contrário do esmalte que apresenta uma estrutura

prismática).

Numerosas pesquisas foram realizadas desde os anos 60 do século XX até aos

dias de hoje de forma a desenvolver um material adesivo adequado para adesão aos

diferentes substratos dentários (14).

A união das resinas compostas às estruturas dentárias é realizada por intermédio

dos sistemas adesivos, sendo que essa união dá origem a uma interface

dente/restauração. O sucesso clínico das restaurações depende da efetividade e

durabilidade dessa interface, que segundo se sabe, é o elo mais fraco desta união (12).

Nos sistemas adesivos etch-and-rinse realiza-se um condicionamento ácido das

Page 15: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

15

estruturas dentárias antes do procedimento adesivo propriamente dito (12). O ácido

fosfórico, normalmente a 37%, condiciona a dentina, abrindo os túbulos dentinários e

removendo a hidroxiapatite, permitindo assim a impregnação dos monómeros da resina,

nos nanoespaços interfibrilares após exposição das fibras de colagénio, originando

assim uma zona de dentina desmineralizada pela remoção da hidroxiapatite (15). Este

processo, promove a formação de uma zona de interface infiltrada por resina adesiva.

Essa zona, segundo Nakabayashi et al , foi designada de camada híbrida (15).

A penetração do primer e do adesivo pode ser afetada pela morfologia do tecido

dentário nas diferentes localizações da dentina. Os fatores biológicos e clínicos, como

dentina esclerosada e permeabilidade da dentina, também podem afetar a adesão

dentinária (16). Existem alguns inconvenientes relacionados com esta técnica, uma vez

que a água deve ser em parte removida, mas o substrato não pode ser desidratado para

evitar o colapso das fibras de colagénio, o que dificultaria a penetração do adesivo (17).

Reis et al. afirmam que a desmineralização da dentina e a exposição da rede de fibras de

colagénio é necessária para uma boa adesão, mas quando essa dentina é desidratada as

fibras de colagénio colapsam, diminuindo a penetração dos monómeros e

consequentemente a adesão. É necessária a presença de humidade na dentina para que

os sistemas adesivos com condicionamento ácido tenham efeito, mas é difícil saber o

quão húmida essa dentina deve ficar (17).

Em contrapartida, humidade em excesso poderia alterar a composição do adesivo

ou até mesmo a ação dos seus componentes, provocando o aumento do volume das

fibras de colagénio, fecho dos espaços interfibrilares e eventual incompleta penetração

do adesivo na dentina desmineralizada, o que pode levar ao fenómeno de

nanoinfiltração na camada híbrida (12). Desta forma, a técnica adesiva etch-and-rinse

exige um maior número de passos clínicos, um tempo de aplicação mais longo e,

portanto, aumenta a probabilidade de erros por parte do operador (12).

Na década de 80 do século XX, face à presença de sensibilidade pós-operatória

nos procedimentos restauradores realizados em dentes posteriores, iniciaram-se

investigações para verificar as possíveis causas. Concluiu-se que nenhum adesivo era

efetivo para proteger os túbulos dentinários após condicionamento ácido. Além disso, a

contração de polimerização das resinas era suficiente para romper o adesivo (originando

falhas adesivas) e contribuir para a sensibilidade (18).

Page 16: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

16

Evolução dos Sistemas Adesivos

Dependendo da forma como interagem com a smear layer, os sistemas adesivos

podem ser classificados em etch-and-rinse ou self-etch.

Os sistemas adesivos etch-and-rinse, são aqueles que utilizam o

condicionamento ácido prévio, seguido pela aplicação do primer e da resina adesiva, e

podendo estar presentes em frascos separados (três passos) ou misturados num só (dois

passos) (18).

Nakabayashi et al. afirmaram que os sistemas adesivos etch-and-rinse ( de três

passos) podem produzir elevadas forças de resistência adesiva na dentina, mas alguns

fatores podem influenciar o seu desempenho. Um condicionamento ácido por tempo

excessivo na dentina produz uma fraca união, uma vez que as fibras de colagénio

desmineralizadas podem colapsar e não ocorrer uma correta impregnação dos

monómeros adesivos, o que leva à formação de uma camada híbrida qualitativamente

fraca (19).

Os primeiros sistemas adesivos promoviam uma adesão satisfatória no esmalte,

porém em dentina não havia a mesma eficácia, ocorrendo uma maior preocupação com

a adesão dentinária. Surgiram então os sistemas adesivos, que procuravam uma adesão

eficiente na dentina – os sistemas self-etch (19).

Estes adesivos contêm primers autocondicionantes nos quais a hibridização

ocorre simultâneamente ao condicionamento. Desta forma, condicionam e infiltram a

superfície dentinária simultaneamente, incorporando a smear layer no processo adesivo

em vez de a remover (12).

Os sistemas adesivos self-etch podem ser subdivididos em dois passos ou de um

passo único, consoante se apresentem em 2 frascos que se aplicam separadamente, em

2 frascos que se misturam antes de aplicar ou num só frasco (verdadeiros all-in-one)

(12).

À exceção dos adesivos all-in-one com pH>2,5, os sistemas adesivos self-etch

favorecem a adesão na dentina enquanto que no esmalte apresentam um pior

desempenho, especialmente se o pH não for baixo (menor do que 1).

Um dos maiores problemas dos adesivos self-etch intermédios, suaves e ultra-

suaves reside precisamente no esmalte, uma vez que ao possuírem ácidos fracos na sua

Page 17: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

17

composição, não revelam uma adesão satisfatória devido ao condicionamento

insuficiente deste substrato (o mesmo não acontece com os fortes de pH <1). Alguns

fabricantes recomendam usar previamente ácido fosfórico no esmalte (técnica de pré-

etching) antes da aplicação dos adesivos self-etch no mesmo (11).

Relativamente à adesão dentinária, os sistemas self-etch de dois passos

apresentam-se como uma boa opção para a adesão neste substrato. Uma resina adesiva

hidrofóbica é aplicada separadamente, o que confere muito mais fiabilidade pela menor

hidrofília, menor nanoinfiltração e consequente menor degradação hidrolítica pelas

enzimas proteolíticas metaloproteinases (MMP), promovendo assim uma adesão mais

duradoura (9).

Pode-se assim concluir que a formulação do adesivo e a natureza do substrato

são características importantes para o alcance de uma interface de ligação estável ao

longo do tempo (8).

Adesão ao Esmalte e à Dentina

A adesão depende de vários fatores : os fatores dependentes das superfícies e os

fatores que estão dependentes do adesivo (9).

Os fatores dependentes da superfície são, superfícies limpas e secas, a energia de

superfície, recetividade às uniões químicas e superfícies lisas e rugosas (9).

Quanto aos fatores dependentes do adesivo podem ser, tensão superficial,

capacidade de molhabilidade, estabilidade dimensional, resistência mecânica,

capacidade de desmineralização, capacidade coesiva do adesivo e método de aplicação.

(9)

O pré-tratamento do substrato, consiste no primeiro passo para a obtenção de

adesão durante um procedimento restaurador adesivo.

A aplicação de ácido fosfórico remove a smear layer e todos os minerais

dentinários (18).

Estudos recentes provam que uma concentração de 37% de ácido fosfórico

desmineraliza completamente uma superfície de 5-8µm da matriz de dentina

intertubular, criando microporosidades dentro da matriz de fibras de colagénio

subjacente (20). Assim, o tratamento com ácido remove a smear layer, aumenta a

Page 18: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

18

permeabilidade e modifica a composição química da superfície (1). Após o

condicionamento a rede de fibras de colagénio fica exposta permitindo assim a

infiltração de resina adesiva (21).

A adesão da resina no esmalte é a mais favorável, pois, quando o esmalte é

condicionado, a resina adesiva penetra nas microporosidades que são criadas, aderindo

mecanicamente.

A dentina apresenta-se como uma estrutura complexa e dinâmica, com variações

morfológicas que impossibilitam um condicionamento ácido uniforme (22). A não

uniformidade da camada de dentina desmineralizada vai condicionar a impregnação dos

adesivos e consequentemente a união do adesivo com o substrato dentinário (22). Deve-

se ainda considerar o facto de a dentina se apresentar esclerótica, o que interfere com a

difusão monomérica (22).

A difusão dos monómeros resinosos através da rede de fibras de colagénio é

garantida pela presença de água nos espaços interfibrilares ( 22).

Segundo Fawsy et al, quanto mais profunda for a dentina, maior é a capacidade

da rede de colagénio desmineralizada de resistir à desidratação e à perda de integridade

estrutural com o aumento do tempo de exposição ao ar, uma vez que o conteúdo de água

é superior na dentina profunda comparativamente com a superficial (23).

Nos sistemas etch-and-rinse, após condicionamento ácido da dentina, é feita um

enxaguamento com o objetivo de remover minerais solubilizados (fosfato de cálcio),

permitindo a completa infiltração entre as fibrilas de colagénio expostas por parte da

resina adesiva, preenchendo as microporosidades produzidas pela ácido (24). Quanto

aos adesivos self-etch, não há necessidade desse passo de enxaguamento, uma vez que

estes já contêm água na sua composição permitindo-lhes ionizar o hidrogénio.

A adesão à dentina pode ser influenciada por alguns fatores: a presença de lesão

de cárie diminui a dureza da dentina e cria depósitos minerais nos túbulos dentinários

diminuindo a eficácia adesiva; cavidades não cariosas possuem dentina

hipermineralizada e colagénio desnaturado que também diminui a eficácia dos materiais

adesivos; a dentina radicular transparente é fisiológica e natural do processo de

envelhecimento, sendo que esta dentina é muito semelhante à dentina encontrada

debaixo de lesões de cárie (dentina terciária do tipo reparativo) e é caracterizada pela

precipitação de minerais que obliteram os túbulos, dificultando a hibridização e por

Page 19: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

19

conseguinte a eficácia da adesão. O aumento do número e diâmetro dos túbulos na

dentina profunda promove um aumento da humidade e diminuição de dentina

intertubular com a profundidade, região onde se forma a camada híbrida que é a maior

contribuinte para a adesão. Por essa razão, a adesão é mais eficaz na dentina superficial

do que na mais profunda (24).

Um estudo acerca do movimento de fluídos através dos túbulos dentinários

demonstrou que o movimento de fluídos através da dentina era significativamente maior

nos adesivos etch-and-rinse que nos self-etch e que os efeitos mais suaves do

condicionamento ácido dos primers self-etch reduzem esta circulação (25;9).

Um estudo recente defende que as forças de resistência adesiva no esmalte são

superiores quando se usam sistemas etch-and-rinse (26).

Isto devido, a uma rápida dissolução da smear layer e sua remoção com a

lavagem e a uma ancoragem estável e profunda dos prolongamentos de resina nas

microporosidades provocadas pelo ácido entre os cristais de hidroxiapatite parcialmente

desmineralizados (26).

Mesmo o esmalte apresentando uma capacidade diminuída de interagir

químicamente, pode ser obtida uma adesão adequada através dos numerosos sítios

microretentivos produzidos pela técnica do condicionamento ácido (9).

Os adesivos etch-and-rinse correspondem assim ao material mais aceite na

adesão ao esmalte (9;27;28)

Este comportamento menos eficiente dos adesivos self-etch, pode dever-se à

presença de água na composição dos adesivos. A água é um componente presente em

todos estes adesivos, permitindo a ionização dos monómeros acídicos para que estes

apresentem uma ação desmineralizante. No entanto, os adesivos self-etch fortes

compreendem ainda uma maior quantidade de solvente a fim de promover a completa

ionização dos monómeros acídicos. Este elevado conteúdo em água pode não ser

removido com o spray de ar, conduzindo à não polimerização eficaz e à diminuição do

grau de conversão por diluição dos monómeros, alterando as propriedades mecânicas do

adesivo. Os monómeros acídicos não polimerizados podem ainda comprometer a

polimerização das resinas, prejudicando desta forma as forças adesivas (29).

Assim, a adesão ao esmalte é mais fiável do que à dentina,pelo facto do esmalte

não possuir uma ultra-estrutura tão complexa e ser um substrato que possui muito

Page 20: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

20

menos quantidade de água, quando comparado com a dentina ( 9).

Utilizando adesivos etch-and-rinse, o esmalte é seco com um jacto de ar ao

contrário da dentina, onde este procedimento pode colapsar as fibrilas de colagénio

desmineralizadas e que são fundamentais para a adesão à dentina, trazendo mais água

dos túbulos para a superfície (9).

Desta forma, os sistemas etch-and-rinse são mais eficazes no esmalte do que na

dentina (30).

Estudos comprovam que a adesão dos sistemas adesivos self-etch à dentina é

eficaz mas o seu comportamento relativamente ao esmalte ainda permanece

questionável (9;20).

Testes de Adesão

Diversas metodologias são hoje em dia utilizadas a fim de medir a eficácia da

resistência adesiva ao esmalte e dentina. A força de adesão pode ser medida utilizando

macro ou micro testes, dependendo da área de união a ser alvo de avaliação (32).

Dois dos teste mais utilizados são, o shear bond strenght test ou teste de

resistência adesiva ao cisalhamento e o teste de tração (tensile bond strenght test)

(32;33).

Estes testes baseiam-se no conceito de que quanto mais forte for a adesão entre o

dente e o biomaterial, melhor será a resistência à contração de polimerização e ás

funções orais, melhor será o seu comportamento face ao stress e consequentemente mais

duradouras serão as restaurações ( 10).

A realização destes testes laboratoriais prende-se em prever eventuais

desempenhos clínicos e os resultados dependem do desenho do teste e das variáveis

utilizadas . (26)

Vários aspetos devem ser considerados aquando da avaliação de forças adesivas

e durabilidade da adesão, tais como heterogeneidade do dente, estrutura e composição,

as características do substrato após preparo cavitário e as características do próprio

adesivo, as suas propriedades físico-químicas e a forma como interagem com o esmalte

e a dentina (8).

Também o módulo de elasticidade do compósito pode influenciar o resultado

Page 21: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

21

dos testes. Quanto maior o módulo de elasticidade, maior parece ser o valor da

resistência adesiva (8).

Devido à variação que existe nos materiais, métodos e protocolos de cada

investigação, a comparação dos resultados de testes de adesão torna-se complicada (34).

A crítica à realização destes ensaios prende-se no facto de por vezes, induzirem

forças mal dirigidas às amostras e assim apresentarem valores de resistência adesiva

imprecisos e no facto de se utilizarem áreas muito grandes de adesão, onde o stress não

se distribui de forma equitativa na superfície aderida (35).

A utilização de superfícies grandes aumenta a probabilidade de falhas coesivas,

conduzindo a uma avaliação pouco precisa da interface adesiva (26).

De forma a combater as desvantagens acima referidas, surgiram os testes de

microtração (microtensile bond strenght), que utilizam áreas de adesão muito pequenas.

Além disso, estes testes permitem obter muitas amostras a partir de um só dente (36).

Porém, é requerida experiência para a preparação das amostras, pois o risco de

desidratação é relativamente elevado. Durante o corte e a preparação da forma de

ampulheta podem ocorrer fendas na interface e falhas prematuras, o que pode alterar os

resultados ( 36).

Os testes de microcisalhamento (microshear bond strenght) vieram combater

esta desvantagem. Estes testes, tal como os testes de microtração, avaliam áreas

pequenas, inferiores a 2mm2, e permitem obter várias amostras a partir de um só dente.

No entanto, evitam a fase de corte e recorte, impedindo prováveis fraturas prematuras

(37).

Sano et al. verificaram que as forças de adesão, obtidas através de testes de

microtração, estão inversamente relacionadas com a área de adesão e que apesar das

forças obtidas serem maiores, eram registadas múltiplas falhas adesivas entre o adesivo

e o dente. Como referido anteriormente, uma das maiores desvantagens deste teste é a

técnica da preparação das amostras ( 10).

As falhas prematuras que ocorrem aquando da preparação da amostra podem ser

consequência da baixa elasticidade e estrutura prismática do esmalte, que o tornam um

substrato intrinsecamente mais propenso a defeitos e fraturas ( 36).

Por norma, os testes de microtração apresentam resultados de adesão mais

elevados do que os de microcisalhamento, mas ambos parecem estar relacionados

Page 22: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

22

linearmente ( 36).

Estudos demonstram que áreas mais pequenas de adesão permitem maiores

forças de resistência adesiva, e que o uso de resinas compostas com módulos de

elasticidade elevados (mais rígidos) também pode contribuir para o aumento das forças

adesivas, sendo que este efeito depende dos sistemas adesivos utilizados. Os testes de

tração apresentam menor stress na zona de adesão comparativamente com os testes de

cisalhamento (37).

Estudos de resistência adesiva in vivo na dentina, demonstraram que apesar das

forças de resistência adesiva diminuírem ao longo do tempo, a interface da adesão

usando adesivos self-etch, é mais estável do que a obtida pelos adesivos etch-and-rinse

(38).

Estudos in vitro revelam resultados idênticos. Verificando-se que as forças de

resistência diminuíam com o tempo e que esta diminuição era mais significativa para os

adesivos etch-and-rinse (Scotchbond MP)comparativamente com os adesivos self-

etch(Clearfil Liner Bond II§) (39).

No entanto, num estudo de Kiremitci et al., os adesivos self-etch (Prompt ™ L-Pop

™ e Clearfil ™ SE Bond)demonstraram melhores forças de adesão tanto no esmalte como

na dentina relativamente aos adesivos etch-and-rinse (Prime & Bond® NT™) (40).

Os valores de resistência adesiva ideais podem variar entre os 15 e os 30 Mpa

(26).

Tay et al. verificaram que não existem diferenças significativas na adesão ao

esmalte íntegro quando são utilizados adesivos etch-and-rinse e adesivos self-etch

fortes, ou seja, com pH muito baixo (41).

Num estudo em dentina cariada, verificou-se que os adesivos self-etch

promoviam uma melhor adesão à dentina sã do que à dentina cariada. Desta forma, a

dentina cariada deve ser totalmente removida antes dos procedimentos adesivos, uma

vez que , as forças de adesão diminuem com o aumento da profundidade da

desmineralização da dentina (26).

Em contrapartida, outros estudos defendem não existirem diferenças

significativas na adesão nos dois tipos de dentina (26).

Quando são comparados os diferentes sistemas adesivos no que diz respeito às

forças de adesão, alguns estudos defendem a não existência de grandes diferenças entre

Page 23: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

23

eles como demonstra um estudo em que não existem diferenças significativas entre os

sistemas adesivos self-etch e etch-and-rinse no condicionamento da dentina (40).

Kaaden analisou a resistência adesiva no esmalte e na dentina com três adesivos

self-etch (Clearfil ™ SE Bond, Prompt ™ L-Pop ™ e Etch&Prime3.0 ®) tendo

verificado que todos eram eficazes na adesão ao esmalte, mas só o Clearfil ™ SE Bond

apresentava uma resistência adesiva promissora à dentina superficial e profunda (42).

Num estudo mais recente foi analisada a adesão ao esmalte e à dentina utilizando

adesivos self-etch (Prompt L-Pop e Clearfil SE Bond). Os resultados mostraram que no

esmalte o Prompt™ L-Pop™ apresentava maior força de adesão do que o Clearfil™ SE

Bond e do que um adesivo etch-and-rinse (Prime & Bond® NT™). Não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas entre os três na adesão à dentina e o Prompt™

L-Pop™ obteve valores de adesão mais altos no esmalte do que na dentina, como seria

de esperar, visto ser um sistema adesivo self-etch forte (40).

Van Meerbeek et al. compararam adesivos etch-and-rinse de 2 e 3 passos em

esmalte e foram obtidos resultados idênticos de resistência à microtração entre ambos

(10).

O teste de resistência adesiva ao cisalhamento tem sido amplamente utilizado

devido à sua relativa facilidade de preparação das amostras e a um protocolo de testes

mais simples. Pelo contrário, no teste de resistência à tração é difícil garantir o

alinhamento das amostras na máquina de testes sem criar um stress nocivo ( 9).

O teste de microtração (µTBS), proposto por Sano et al. (1994) também é

amplamente utilizado, uma vez que permite avaliar com mais precisão a interface

adesiva e possibilita uma diminuição significativa do número de falhas coesivas. Este

teste permite ainda estudar diferentes regiões de um mesmo dente. A obtenção de um

grande número de amostras a partir de um elemento dentário reduziu também o

coeficiente de variação do método em relação aos testes de tracção e cisalhamento. Para

além disso, a reduzida dimensão das amostras facilitou a análise das fraturas em

microscopia eletrónica de varredura (43).

Page 24: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

24

CONCLUSÃO

A dentisteria operatória adesiva e preventiva surgiu em 1955 quando Buonocore

verificou que o ácido fosfórico poderia contribuir para uma melhor resistência adesiva

ao modificar a superfície do esmalte. A técnica do condicionamento ácido tornou-se

assim, um procedimento imprescindível na medida em que uma superfície de esmalte

não condicionado oferece níveis mínimos de retenção. Buonocore defendia que a

aplicação de ácido criava microporosidades na superfície de esmalte essenciais para a

impregnação de prolongamentos de resina, aumentando assim a área de superfície

microscópica disponível para a retenção da resina.

Atualmente existem duas abordagens possíveis de adesivos: etch-and-rinse e

self-etch.

De acordo com as investigações atuais, o adesivo com melhor desempenho na

dentina são os self-etch de 2 passos pois originam boa morfologia, baixa percentagem

de nanoinfiltração e valores de resistência adesiva elevados.

São numerosos os estudos que comprovam que os adesivos etch-and-rinse são

os melhores adesivos para o esmalte.

A força de adesão entre o dente e o adesivo pode ser medida utilizando macro ou

micro testes adesivos, como o teste de resistência adesiva ao cisalhamento (SBS), o

teste de resistência adesiva à tracção (TBS), o teste de de resistência adesiva à

microtracção (µTBS) e testes de resistência adesiva ao microcisalhamento (µSBS).

Apesar da existência de numerosos ensaios laboratoriais que avaliam as forças

de adesão, estes apresentam sempre algumas limitações e impossibilidade de simulação

das condições orais de uma forma fidedigna, razão pela qual serão necessários mais

ensaios clínicos para melhor compreender o comportamento cllínico dos vários sistemas

adesivos.

Page 25: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Breschi, L., A. Mazzoni, A. Ruggeri, M. Cadenaro, R. Di Lenarda, and E. De Stefano

Dorigo. 2008. Dental adhesion review: aging and stability of the bonded interface. Dent

Mater 24:90-101.

2- Peumans, M., P. Kanumilli, J. De Munck, K. Van Landuyt, P. Lambrechts, and B. Van

Meerbeek. 2005. Clinical effectiveness of contemporary adhesives: A systematic review

of current clinical trials. Dent Mater 21:864-881

3- Avery, J. 2000. “Enamel”. Pages 84-93 Essentials of Oral Histology and Embryology:

A Clinical Approach. Mosby, St. Louis

4- Ramos, L. 2004. Estudo comparative da infiltração marginal com duas “gerações” de

adesivos: total-etch em sistema monofrasco versus sistema self-etching.Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto, Porto

5- Barros, J. A., S. I. Myaki, J. E. Nor, and M. C. Peters. 2005. Effect of bur type and

conditioning on the surface and interface of dentine. J Oral Rehabil 32:849-856

6- Huh, J. B., H. Kim, M. K. Chung, H. Y. Lee, Y. G. Choi, and J. S. Shim.2008. The

effect of several dentin desensitizers on shear bond strength of adhesive resin luting

cement using self-etching primer. J Dent 36:1025-1032

7- Perdigao, J., S. Geraldeli, and J. S. Hodges. 2003. Total-etch versus self-etch adhesive:

effect on postoperative sensivity. J Am Dent Assoc 134:1621-1629

8- Cardoso, M. V., A. de Almeida Neves, A. Mine, E. Coutinho, K. Van Landuyt, J. De

Munck, and B. Van Meerbeek. 011. Current aspects on bonding effectiveness and

stability in adhesive dentistry. Aust Dent J 56 Suppl 1:31-44.

9- Ferreira, João Ricardo Cardoso. 2012. “Estudo comparativo da camada híbrida,

prolongamentos de resina e forças adesivas em dentina de sistemas adesivos Total-etch

com diferentes solventes e sistemas adesivos self-etch “, 525 Pg., Porto

10- Van Meerbeek, B., J. De Munck, Y. Yoshida, S. Inoue, M. Vargas, P. Vijay, K. Van

Landyt, P. Lambretchts, and G. Vanherle. 2003. Buonocore memorial lecture. Adhesion

to enamel and dentin: current status and future challenges. Oper Dent 28:215-235.

11- Van Meerbeek, B. M. Peumans, A. Poitevin, A. Mine, A. Van Ende, A. Neves, and J.

De Munck. 2012. “Relationship between ond-strength tests and clinical outcomes.”

Dent Mater 26(2):e100-21

12- Cardoso Pde, C. A. D. Loguerci, L. C. Vieira, L. N. Baratieri, and A. Reis. 2005. Effect

of prolonged application times on resin-dentin bond strengths. J Adhes Dent 7:143-149

13- Swift, E. J., Jr. 2002. Dentin/enamel adhesives: review of the literature. Pediatr Dent

24:456-461

14- Cardoso, M. V., A. De Alemida Neves, A. Mine, E. Coutinho, K. Van Landuyt, J. De

Munck, and B. Van Meerbeek . 2011. Current aspects on bonding effectiveness and

stability in adhesive dentistry. Aust Dent J 56 Suppl 1:31-44.

15- Wang, Y. and X. Yao. 2010. Morphological/chemical imaging of demineralized dentin

layer in its natural, wet state. Dent Mater 26:433-442

16- Phrukkanon, S., M. F. Burrow, and M. J. Tyas.1998. The influence of cross-sectional

shape and surface area on the microtensile bond test. Dent Mater 14:212-221.

17- Reis, A. F., M. Giannini, and P. N. Pereira. 2007. Long-term TEM analysis of the

nanoleakage patterns in resin-dentin interfaces produced by different bonding strategies.

Page 26: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

26

Dent Mater 23:1164-1172.

18- Spencer, P. and Y. Wang. 2002. Adhesive phase separation at the dentin interface under

wet bonding conditions. J Biomed Mater Res 62:447-456

19- Nakabayashi, N., A. Watanabe, and K. Igarashi. 2004. AFM observation of collapse and

expansion of phosphoric acid-demineralized dentin. J Biomed Mater Res A 68:558-565.

20- Pashley, D. H., E. L. Pashley, R. M. Carvalho, and F. R. Tay. 2002. The effects of

dentin permeability on restorative dentistry. Dent Clin North Am 46:211-245, v-vi

21- Montes, M. A., M. F. De Goes, and M. A. Sinhoreti. 2005. The in vitro morphological

effects of some current pre-treatments on dentin surface: a SEM evaluation. Oper Dent

30:201-212

22- Marshall, G. W., Jr., S. J. Marshall, J. H. Kinney, and M. Ballooch. 1997. The dentin

substrate, structure and properties related to bonding. J Dent 25:441-458

23- Fawsy,

24- Perdigao, J. and R. Frankenberger. 2001. Effect of solvent and rewetting time on dentin

adhesion. Quintessence Int 32:385-390

25- Hashimoto, M., S. Ito, F. R. Tay, N. R. Svizero, H. Sano, M. Kaga, and D. H. Pashley.

2004b. Fluid movement across the resin-dentin interface during and after bonding. J

Dent Res 83:843-848.

26- Pires, Patrícia Micaela Teixeira .2012. “ Estudo de adesivos self-etch e a sua capacidade

de adesão ao esmalte dentário”, 507 Pg.,Porto

27- Moura, S. K., A. Pelizzaro, K. Dal Bianco, M. F. De Goes, A. D. Loguercio, A. Reis,

and R. H. Grande. 2006. “Does acidity of self-etching primers affect bond strength and

surface morphology of enamel?” J Adhes Dent 8(2) :75-83

28- Perdigao, J., A. R. Carmo, and S. Geraldeli. 2005. Eighteen-month clinical evaluation

of two dentin adhesives applied on dry vs moist dentin. J Adhes Dent 7:253-258

29- Li, N., T. Nikaido, T. Takagaki, A. Sadr, P. Makishi, J. Chen, and J. Tagami. 2010.

“The role of functional monomers in bonding to enamel: acid-base resistant zone and

bonding performance.” J Dent 38 (9):722-30.

30- Pashley, D. H., F. R. Tay, L. Breschi, L. Tjaderhane, R. M. Carvalho, M. Carrilho, and

A. Tezvergil-Mutluay.2011. State of the art etch-and-rinse adhesives. Dent Mater 27:1-

16

31- Pires, Patrícia Micaela Teixeira.2012. 507 pg.. Porto

32- De Munck, J., K. Van Landuyt, M.Peumans, A. Poitevin, P. Lambrechts, M. Braem,

and B. Van Meerbbek. 2005. A critical review of the durability of adhesion to tooth

tissue: methods and results. J Dent Res 84:118-132.

33- Pashley, D. H., R. M. Carvalho, H. Sano, M. Nakajima, M. Yoshiyama, Y. Shono, C.

A. Fernandes, and F. Tay. 1999. “ The microtensile bond test: a review”. J adhes Dent

1(4):299-309

34- Turk, T., S. Elekdag-Turk, D. Isci, F. Cakmak, and N. Ozkalayci. 2010. “ Shear bond

strength of a self-etching primer after 10,000 and 20,000 thermal cycles”. J Adhes Dent

12 (2):117-22

35- Oliveira, Sofia Arantes . 2004 “ Mecanismos de adesão: analise de self-etching

materials.” Pp.250 Porto. Universidade do Porto

36- Andrade, A. M., S. K. Moura, A. Reis, A. D. Longuercio, E. J. Garcia, and R. H.

Grande. 2010. “Evaluating resin- enamel bonds by microshearand microtensile bond

strength tests: effects of composite resin.” J Appl Oral Sci 18(6):591-8

Page 27: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

27

37- Braga, R. R., J. B. Meira, L. C. Boaro, and T. A. Xavier. 2010. “ Adhesion to tooth

struture: a critical review of “macro”test methods” Dent Mater 26(2):38-49

38- Koshiro, K., S. Inoue, T. Tanaka, K. Koase, M. Fujita, M. Hashimoto, and H. Sano.

2004. “ In vivo degradation of resine-dentin bonds produced by a self-etch vs. a total-

etch adhesive system” Eur J Oral Sci112(4):368-75

39- Huang, M. S., M. T. Li, F. M. Huang, and S. J. Ding. 2004. “ The effect of

termocycling and dentin pre-treatment on the durability of the bond between composite

resin and dentin”. J Oral Rehabil 31(5): 492-9

40- Kiremitci, A., F. Yalcin, and S. Gokalp. 2004. “Bonding to enamel and dentin using

self-etching adhesive systems.” Quintessence Int 35(5):367-70.

41- Tay, F. R., D. H. Pashley, C. Yiu, C. Cheong, M. Hashimoto, K. Itou, M. Yoshiyma,

and N. M. King 2004. Nanoleakage types and potencial implications: evidence from

unfilled adhesives with the same resin composition. Am J Dent 17:182-190

42- Kaaden, C., J. M. Powers, K. H. Friedl, and G. Schmalz. 2002. “ Bond strength of self-

etching adhesives to dental hard tissues”. Clin Oral Investig 6(3): 155-60

43- Sano H, Shono T, Sonoda H, Takatsu T, Ciucchi B, Carvalho R, et al.”Relationship

between surface area for adhesion and tensile bond strength- evaluation of a micro-

tensile bond test. Dent Mater. 1994. 10(4):236-40

Page 28: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,

Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários

Ana Mafalda Moreira Pedroso

28

ANEXOS

Page 29: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,
Page 30: Adesivos Dentários: Resistência Adesiva aos Tecidos Dentários · Evolução dos Sistemas Adesivos ... século XX, a adesão aos tecidos dentários por parte dos materiais restauradores,