Adaptações Curriculares do Aluno Surdo

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Adaptações Curriculares do Aluno Surdo Adaptações curriculares constituem conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças individuais dos alunos. As adaptações curriculares para atender às necessidades especiais dos alunos surdos podem ser poucas e não constituir alterações expressivas na programação regular, de tal modo que todos os alunos da turma possam delas se beneficiar. Pode-se também realizar adaptações significativas do currículo regular, para atender a condições específicas necessárias, de modo a obter maior participação do aluno nas atividades curriculares comuns e possibilitar o alcance dos objetivos definidos para cada etapa educativa. As adaptações se distinguem em dois grupos: 2.1.2.1. Adaptações Metodológicas e Didáticas Incidem sobre agrupamentos de alunos, nos métodos, nas técnicas e estratégias de ensino-aprendizagem, na avaliação e nas atividades programadas. Dizem respeito a: . situar alunos nos grupos com os quais possa trabalhar melhor; adotar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem específicas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares, sem prejuízo para as atividades docentes; . utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação da classe, quando necessário, sem alterar os objetivos da avaliação nem seu conteúdo;

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Dicionario Surdo Mudo

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Adaptações Curriculares do Aluno Surdo

Adaptações curriculares constituem conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças individuais dos alunos. As adaptações curriculares para atender às necessidades especiais dos alunos surdos podem ser poucas e não constituir alterações expressivas na programação regular, de tal modo que todos os alunos da turma possam delas se beneficiar. Pode-se também realizar adaptações significativas do currículo regular, para atender a condições específicas necessárias, de modo a obter maior participação do aluno nas atividades curriculares comuns e possibilitar o alcance dos objetivos definidos para cada etapa educativa. As adaptações se distinguem em dois grupos: 2.1.2.1. Adaptações Metodológicas e Didáticas Incidem sobre agrupamentos de alunos, nos métodos, nas técnicas e estratégias de ensino-aprendizagem, na avaliação e nas atividades programadas. Dizem respeito a: . situar alunos nos grupos com os quais possa trabalhar melhor; adotar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem específicas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares, sem prejuízo para as atividades docentes; . utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação da classe, quando necessário, sem alterar os objetivos da avaliação nem seu conteúdo;

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. propiciar apoio físico, visual, verbal e gestual ao aluno impedido, temporária ou permanentemente, em suas capacidades, de modo a permitir a realização das atividades escolares e do processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor regente, pelo professor de sala de recursos, pelo professor itinerante ou pelos próprios colegas; . introduzir atividades individuais complementares para o aluno alcançar os objetivos comuns aos demais colegas, Essas atividades podem realizar-se na própria sala de aula, na sala de recursos ou por meio do atendimento itinerante, devendo realizar-se de forma conjunta com os professores regentes das diversas áreas, a família ou os colegas; . introduzir atividades complementares específicas para o aluno, individualmente ou em grupo, que possam ser realizadas nas salas de recursos ou por meio do atendimento itinerante; . eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou restrinjam sua participação ativa e real ou, ainda, as que ele esteja impossibilitado de executar; . suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser alcançados pelo aluno em razão de sua deficiência, substituindo-os por outros acessíveis, significativos e básicos. 2.1.2.2. Adaptações nos Conteúdos Curriculares no Processo Avaliativo São adaptações individuais dentro da programação regular, considerando os objetivos, os conteúdos e os critérios de avaliação para responder às necessidades de cada aluno. Consistem essas adaptações em: . adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, modificando-os de modo a considerar, na sua consecução, a capacidade do aluno em relação ao proposto para os demais colegas; priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de avaliação; . dar ênfase a objetivos concernentes à(s) deficiência(s) do aluno não abandonando os objetivos definidos para o seu grupo, mas acrecentando aqueles relativos às complementações curriculares específicas, para a minimização de suas dificuldades e desenvolvimento do seu potencial; . mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação de desempenho do aluno em Língua Portuguesa, na modalidade escrita - considerar que o aluno surdo pode alcançar os objetivos comuns do grupo, em um período mais longo de tempo. Desse modo, deve-lhe ser concedido o tempo necessário para o processo ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento das suas habilidades, considerando a deficiência que possui. Por meio dos critérios de avaliação correspondentes, pode-se verificar a consecução dos objetivos propostos ao longo do ano letivo, ou pelo período de duração do curso freqüentado pelo aluno; . introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação - acrescentar esses elementos na ação educativa pode ser indispensável à educação do surdo. O acréscimo de objetivos, conteúdos e critérios de avaliação não pressupõe a eliminação ou redução dos elementos constantes do currículo oficial referentes ao nível de escolarização do aluno. Algumas considerações são indispensáveis:

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. as adaptações curriculares devem ser precedidas de uma rigorosa avaliação do aluno nos seguintes aspectos: .. competência acadêmica; .. desenvolvimento biológico, intelectual, motor, lingüístico, emocional, competência social e interpessoal; .. motivação para os estudos, entre outros que indiquem ser as adaptações realmente indispensáveis a sua educação; . é imprescindível que se analise o contexto, escolar e familiar, a fim de que possa haver mudanças adaptativas necessárias à educação do aluno; . as avaliações relativas às condições do aluno e do seu contexto escolar e familiar devem ser realizadas pela equipe docente e técnica da unidade escolar, com a orientação do corpo dirigente, contando com o apoio da DRE/Secretarias de Educação (dirigente da Educação Especial) da localidade, se necessário; . as adaptações curriculares devem estar contextualizadas e justificadas em registros documentais que integram a pasta do aluno; . as programações individuais do aluno devem ser definidas, organizadas e realizadas de modo a não prejudicar sua escolarização, seu sucesso e promoção escolar, bem como sua socialização. As adaptações curriculares admitem as seguintes modalidades de apoio à educação dos surdos, a serem prestadas pelas unidades escolares por meio de encaminhamento para os atendimentos e recursos da comunidade: . salas de recursos; . atendimento itinerante; . ação combinada entre salas de recursos/atendimento itinerante; . atendimento psicopedagógico; . atendimentos na área de saúde, oferecidos pela rede pública ou particular. A definição das modalidades de apoio destinadas à educação dos surdos considera os seguintes aspectos: . a (s) área(s) em que o apoio se faz necessário; . o (s) tipos(s) de apoio condizente(s); . a (s) forma(s) de ministrar o apoio: individualmente ou em grupo, dentro ou fora de sala de aula, em grupos mistos ou constituídos apenas de surdos; . os profissionais envolvidos e as suas formas de atuação; o período de duração do apoio indicado. As seguintes premissas devem ser observadas, tanto nas adaptações curriculares e avaliativas, como nas formas de apoio destinadas ao aluno surdo: . partir sempre de uma avaliação médico-psicopedagógica e de um estudo-de-caso do aluno que orientem para um encaminhamento adequado às suas necessidades especiais; . buscar ao máximo um processo educativo pautado no princípio da normalização, ou seja, pautado no currículo regular; . evitar o afastamento do aluno das situações normais da ação educativa e do seu grupo de colegas, assegurando uma educação mais normalizadora; . criar um ambiente favorável à aprendizagem do aluno e a sua integração escolar. Documento de Registros das Adaptações Curriculares

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Após a decisão de se realizar as adaptações curriculares e de acesso ao currículo para o aluno surdo, é necessário que se registrem as adaptações indicadas. Trata-se de um documento individual, uma vez que as necessidades especiais de cada aluno são diferentes. Deve-se elaborar o Relatório Individual de Adaptações Curriculares, contendo as seguintes informações: 1. Identificação do aluno: . nome; . data de nascimento; . filiação; . endereço; . telefone; . tipo e grau da deficiência que possui. 2. Informações sobre a Escolarização: . estabelecimento de ensino atualmente matriculado; série e nível; . dados anteriores à escolarização (“vida particular”); . apoio especializado ou não especializado atual e anterior para a escolarização. 3. Informações sobre atendimentos ou tratamentos recebidos atualmente e no passado. 4. Indicação das Adaptações Curriculares anteriores. 5. Necessidades atuais de Adaptação Curricular e/ou de Acesso ao Currículo. 6. Período indicado para as adaptações, duração prevista para o curso e nível. 7. Modalidades de apoio (atendimento itinerante, sala de recursos, etc.). 8. Critérios de avaliação adotados. 9. Fontes documentais utilizadas - pareceres, laudos, relatórios, histórico escolar, dentre outros, podem ser anexados ao Relatório Individual das Adaptações Curriculares. 10. Equipe responsável pela indicação das adaptações - registrar os nomes dos integrantes do grupo proponente das adaptações e as funções exercidas na Instituição. Identificar profissionais envolvidos (se houver), suas profissões e o tipo de atuação com o aluno. O Relatório Individual de Adaptação Curricular compõe a pasta do aluno (inclusive para acompanhar transferência), devendo ficar acessível aos seus professores, familiares e órgãos de inspeção escolar. O documento levará a assinatura: da equipe envolvida nas decisões, do diretor do estabelecimento de ensino e do aluno ou de seu responsável. http://www.ines.org.br/ines_livros/SUMARIO.HTM

Nível I ESCOLA - Conselho Pedagógico. - Componente curricular do Projecto Educativo da Escola.

- Análise das características, necessidades e possibilidades da região. - Recursos humanos, físicos, financeiros e didácticos da escola. - Expectativas, interesses, motivações de pais e alunos. - Grupos específicos de alunos (NEE, Cabo-Verdianos...)

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- Grupos Disciplinares de Ciclo e de Ano. - Planificação a nível das disciplinas (ciclo, ano).

Nível II TURMA

- Conselho de Turma. - Professor de cada disciplina.

- Características socioeconómicas e culturais dos alunos da turma. -Motivações, interesses específicos dos alunos. -Percurso escolar da turma. - Alunos com NEE.

Nível III ALUNO

- Planificação da disciplina. -Adaptações curriculares individualizadas. - Apoio Especializado. - Recursos Específicos. - Situações Educativas Específicas.

- Relatórios médicos e/ou psicopedagógicos. - Percurso escolar do aluno. - Registos/Relatórios de anos anteriores. - Avaliação de diagnóstico pelo professor da disciplina. - Incidência dos problemas nas aprendizagens escolares. - Avaliação Especializada.

(Correia. L.M.,1997( Alunos com NEE nas Classes Regulares))

REFLEXÃO O desenvolvimento de aptidões básicas e essenciais, deve ser uma das grandes preocupações dos professores em relação aos alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), procurando envolvê-los em actividades significativas onde, a sua motivação para as desempenhar aumenta, assim como, o seu sucesso escolar. Se entendermos como situação educativa específica, a situação de cada um dos nossos alunos considerados na sua diversidade plural, o que nós chamamos de adaptações curriculares dentro do "REGIME EDUCATIVO ESPECIAL", deverá ser o procedimento normal, "O REGIME EDUCATIVO QUOTIDIANO"- alterar, adaptar condições, conteúdos, tempos, actividades, formas de avaliação, etc. - que respeite as diferenças individuais e leve o maior número possível de alunos, a realizar com sucesso as aprendizagens curriculares, sendo os objectivos gerais da educação os parâmetros orientadores desse "REGIME EDUCATIVO QUOTIDIANO".

"Só um currículo planeado em parte na escola pelo professor, opcional, flexível e aberto e com objectivos em si mesmo, pode ser adequado à variedade de alunos da escola unificada". (Formosinho, 1987, in Alunos com NEE nas Classes Regulares)

Exigem adaptações generalizadas do currículo, adaptando-o às características do aluno.

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- As adaptações mantêm-se durante grande parte ou todo o percurso escolar do aluno.

TIPOS DE NEE PERMANENTES

DE CARÁCTER INTELECTUAL

Deficiência Mental: ligeira, moderada, severa, profunda. Dotados e Sobredotados

Problemas de Comunicação

Cegos-Surdos

DE CARÁCTER PROCESSOLÓGICO

Dificuldades de Aprendizagem

Deficiência Visual

Outros Problemas de Saúde: Sida, Diabetes, Asma, Hemofilia, Epilepsia, Cancro, Prob. Cardiovasculares, etc.

Perturbações Emocionais: Psicoses; outros comportamentos graves

Deficiência Auditiva Traumatismos Craneanos

Problemas Motores Multideficiência Autismo

"Só um currículo planeado em parte na escola pelo professor, opcional, flexível e aberto e com objectivos em si mesmo, pode ser adequado à variedade de alunos da escola unificada". (Formosinho, 1987, in Alunos com NEE nas Classes Regulares)

NEE TEMPORÁRIAS

- Exigem modificações parciais do currículo escolar, adaptando-o às características do aluno num determinado momento do seu percurso escolar.

- Problemas ligeiros ao nível do desenvolvimento das funções superiores: desenvolvimento motor, perceptivo, linguístico e socio-emocional.

-Problemas ligeiros relacionados com a aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo.

"Só um currículo planeado em parte na escola pelo professor, opcional, flexível e aberto e com objectivos em si mesmo, pode ser adequado à

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variedade de alunos da escola unificada". (Formosinho, 1987, in Alunos com NEE nas Classes Regulares)