A Visão de Corpo Na Perspectiva de Graduandos Em Educação Física

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Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115312644006 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Alan Camargo Silva, Sílvia Maria Agatti Lüdorf, Fernanda Azevedo Gomes da Silva, Alexandre Palma de Oliveira A visão de corpo na perspectiva de graduandos em Educação Física: fragmentada ou integrada? Movimento, vol. 15, núm. 3, julio-septiembre, 2009, pp. 109-126, Escola de Educação Física Brasil Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista Movimento, ISSN (Versão impressa): 0104-754X [email protected] Escola de Educação Física Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

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Fragmentada Ou Integrada

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    Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y PortugalSistema de Informacin Cientfica

    Alan Camargo Silva, Slvia Maria Agatti Ldorf, Fernanda Azevedo Gomes da Silva, Alexandre Palma deOliveira

    A viso de corpo na perspectiva de graduandos em Educao Fsica: fragmentada ou integrada?Movimento, vol. 15, nm. 3, julio-septiembre, 2009, pp. 109-126,

    Escola de Educao FsicaBrasil

    Como citar este artigo Fascculo completo Mais informaes do artigo Site da revista

    Movimento,ISSN (Verso impressa): [email protected] de Educao FsicaBrasil

    www.redalyc.orgProjeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

  • A viso de corpo na perspectiva de graduandosem Educao Fsica: fragmentada ou integrada?

    Alan Camargo Silva*

    Slvia Maria Agatti Ldorf**

    Fernanda Azevedo Gomes da Silva***

    Alexandre Palma de Oliveira****

    Resumo: Os objetivos dessa pesquisa foram: conhecer ecomparar a viso de corpo dos graduandos em EducaoFsica de primeiro e ltimos perodos; investigar de que formarelacionam o corpo Educao Fsica e prtica profissional.Os procedimentos metodolgicos envolveram a aplicao dequestionrios a 103 alunos de um curso de graduao emEducao Fsica, bem como anlise documental. Os resultadosrevelaram a predominncia de uma viso tcnico-biolgica efragmentada de corpo no primeiro perodo e, nos ltimos, umacompreenso mais integrada de corpo. A forma de atuaoprofissional estaria ligada orientao, nas perspectivas desade, esttica e tcnica.

    Palavras-chave: Corpo. Educao Fsica. Formao de profes-sores.

    1 INTRODUO

    Ao discutir as representaes sobre corpo no mbito da Edu-cao Fsica, traa-se uma difcil tarefa, uma vez que a construoda rea complexa e caracterizada por diversos discursos e prticasrelacionados cultura corporal. (BRACHT, 1999; SOARES et al., 1992;RESENDE; SOARES, 1996; SOARES, 2004)

    * Mestrando em Educao Fsica (EEFD/UFRJ). Membro do NESPEFE. Escola de EducaoFsica. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.Brasil E-mail:[email protected].** Doutora em Educao. Professora Adjunta da Escola de Educao Fsica. UniversidadeFederal do Rio de Janeiro.Coordenadora do Ncleo de Estudos Sociocorporais e Pedaggicosem Educao Fsica e Esportes. Rio de Janeiro, RJ.Brasil. E-mail: [email protected]*** Licenciada em Educao Fsica. Membro do NESPEFE. Escola de Educao Fsica. Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.Brasil. E-mail: [email protected]**** Doutor em Sade Coletiva. Professor Adjunto da Escola de Educao Fsica. UniversidadeFederal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.Brasil . E-mail: [email protected]

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    Provveis discrepncias vinculadas ao entendimento do que signi-fique corpo para aqueles que atuam na/com a Educao Fsica provm,principalmente, da premissa de que tal fato seja resultante de distintosmomentos socioeconmicos e polticos. Ainda que seja possvel, atra-vs de autores clssicos, verificar certos discursos associados ao corpo, vlido destacar que no ocorreu (nem ocorre), de forma linear, umdiscurso substituindo o outro, mas sim, uma coexistncia dinmica deconcepes de corpo. Para Daolio (1998) este aspecto foi positivo, umavez que ampliou os campos de ao e reflexo referentes s questesrelacionadas ao corpo na Educao Fsica.

    Parte-se do princpio, ento, de que os discursos e prticas rela-cionados cultura corporal dos atores envolvidos com a EducaoFsica, como o de graduandos, foco deste estudo, so, em parte, refle-xos do passado e da historiografia, ou seja, da forma crtica de seestudar e interpretar a histria da rea (FERREIRA, 2004). Exem-plarmente, Daolio (1995), ao pesquisar as representaes de profes-sores de Educao Fsica escolar sobre corpo, verificou que a pr-tica pedaggica voltada quase que exclusivamente aptido fsicadecorre de uma compreenso biolgica do corpo, ou seja, como sefosse anterior cultura. J no mbito de professores universitriosde Educao Fsica, Ldorf (2003) identificou tambm sinais da com-preenso do corpo em seu aspecto predominantemente tcnico ou bio-lgico, convivendo com indcios de uma concepo de corpo de cunhocultural.

    Oliveira e Vaz (2004) consideram importante que teoria e hist-ria se unam, para possibilitar o exerccio permanente da crtica. Conse-quentemente, parece ser fundamental questionar e repensar critica-mente as concepes de corpo presentes na rea. Desse modo, estapesquisa tem por objetivos conhecer, analisar e comparar a viso decorpo dos graduandos em Educao Fsica de primeiro e ltimosperodos de uma universidade pblica e investigar de que forma es-ses relacionam o corpo prtica profissional.

    A discusso sobre as questes relacionadas ao corpo e Edu-cao Fsica propiciar analisar se h modificaes de como o gra-duando concebe o corpo durante o processo de formao acadmica,assim como se o avano terico da rea repercute em sua formao

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    e como consequncia, supostamente, no modo como concebe a pr-tica pedaggica. Alm disso, o presente estudo pretende auxiliar noestmulo reflexo docente quanto sua prtica atual. fundamentalanalisar se o professor de Educao Fsica est conectado reali-dade social, conforme preconizado por Daolio (1995).

    2 APONTAMENTOS TERICOS

    A Educao Fsica, ao longo de sua histria, foi marcada porsignificativas influncias, algumas das quais aqui ressaltadas. A influn-cia mdico-higienista, conforme Soares (2004), foi marcante no sculoXIX e incio1 do sculo XX. A Educao Fsica seria a sntese perfeitada educao e da sade, contribuindo para forjar o indivduo produtivo,robusto e saudvel, necessrio formao da sociedade brasileira(BRACHT, 1999).

    A aproximao da Educao Fsica ao militarismo que, paraGhiraldelli Jr. (1992), teve seu auge entre 1930 e 1945, teria contribudopara a construo de corpos disciplinados e fortes, com o intuito deadequ-los ao processo produtivo ou a uma poltica nacionalista,decorrente da Ditadura da poca, perspectiva essa referendada pelopensamento mdico-cientfico do corpo (BRACHT, 1999).

    Outra significativa influncia no contexto da Educao Fsica a Competitivista ou Esportivista, principalmente aps 1964 (GHIRAL-DELLI JR., 1992), o que leva o esporte a se firmar como elementopredominante da cultura corporal (SOARES et al., 1992). Daolio(1995), exemplarmente, verificou que os professores utilizavam-seprimordialmente de tcnicas esportivas ao atuarem sobre os corposde seus alunos. Essa viso de Educao Fsica voltada tcnica e aodesempenho, de acordo com Bracht (1999), servia para promoveruma poltica do corpo baseada na capacidade de trabalho e de rendi-mento individual e social.

    Na dcada de 80 e, mais acentuadamente, na de 90, a EducaoFsica passa a incorporar uma srie de discursos das reas humanas

    1 Ghiraldelli Jr. (1992), didaticamente, considera a tendncia Higienista at 1930.

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    e sociais potencializando a abertura de uma postura mais crtica, ouprogressista, sobre o corpo e a prpria Educao Fsica. ConformeSoares et al. (1992), tal fenmeno renovador iniciado com a visopsicomotricista, que utilizava o movimento como meio de formao.

    Cabe ainda ressaltar a vinculao da Educao Fsica ao fen-meno do culto ao corpo, principalmente por meio da popularizaodas academias de ginstica e das atividades de fitness em finais dosanos 80 (NOVAES, 2001). Para Darido e Rangel (2005), a preocu-pao com o corpo saudvel, evocada atualmente, possui pressu-postos e finalidades semelhantes ao modelo biolgico higienista, comcarter renovado. Assim, o trabalho do corpo nas perspectivas de sa-de, esttica ou qualidade de vida, hegemonicamente baseadas nascincias biolgicas, vem a se constituir em outra significativa marcano contexto da Educao Fsica, tendo sido frequentemente utilizadascomo argumentos para justificar sua interveno.

    Essas influncias, brevemente apontadas, dentre outras, moldamas concepes de corpo e de Educao Fsica na contemporaneidadee podem auxiliar na interpretao dos achados empricos da presentepesquisa, como ser visto a seguir.

    3 ASPECTOS METODOLGICOS

    A presente investigao est fundamentada em algumas carac-tersticas da pesquisa qualitativa, como buscar a compreenso deuma realidade especfica e possuir um carter interpretativo, sem,contudo, ter a pretenso de ser considerada exclusiva ou classica-mente como tal. Para Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1999), apesquisa pode se situar em um continuum qualitativo, sendo impor-tante a coerncia no que se refere ao problema focalizado, metodo-logia utilizada e ao quadro terico.

    Denzin e Lincoln (1994) sustentam que a combinao de mto-dos, com vistas a melhor analisar e compreender o fenmeno, umaestratgia que imprime rigor, amplitude e profundidade investigao.Diante dos objetivos dessa pesquisa, optou-se pela utilizao de um

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    questionrio como principal tcnica, aliado anlise documental,especialmente da grade curricular e dos programas2 das disciplinas.

    O questionrio foi utilizado por possibilitar maior nmero derespondentes, alm de, conforme Goldenberg (1998) deix-los maislivres para exprimirem suas opinies. O roteiro foi elaborado comseis questes3 abertas, de modo a privilegiar informaes espont-neas, bem como, posteriormente, o carter interpretativo da anlise.O instrumento foi previamente validado por especialistas, tendo sidorealizada uma pesquisa-piloto para verificar o alinhamento das ques-tes aos propsitos do estudo, conforme preconiza Janesick (1994).

    Procedeu-se, ento, coleta dos dados, atravs da aplicaodo questionrio a 103 graduandos, no incio do semestre de 2007,sendo 56 de primeiro4 e 47 de ltimos perodos,5 de um curso deLicenciatura em Educao Fsica de uma universidade pblica doRio de Janeiro. Os questionrios foram entregues em sala de aula,aps prvia autorizao do(s) professor(es) de cada turma e foramrespondidos simultaneamente pelos alunos, sem que mantivessemcontato uns com os outros, na presena dos pesquisadores. Somenteresponderam aos questionrios aqueles que consentiram em participarda pesquisa, conforme as diretrizes ticas para esse tipo de estudo.

    Os dados foram analisados com base na anlise de contedo,visando identificar categorias emergentes. Tal anlise no um pro-cesso meramente mecnico, mas subjetivo, uma vez que depende dosconhecimentos tericos e da ptica do(s) pesquisador(es) (GASKELL,

    2 Os programas das disciplinas continham dados como ementa, objetivos, contedo, metodologia,avaliao e bibliografia.3 As questes eram: 1) Ao mencionar corpo, quais as seis primeiras palavras que vm esponta-neamente sua mente? 2) O que corpo para voc? 3) De que maneira a Educao Fsica lidacom o corpo? 4) Qual deveria ser a maior preocupao do professor de Educao Fsica aotrabalhar com seus alunos? 5) Voc acha que o professor de Educao Fsica interfere naviso que os alunos tm ou deveriam ter do corpo? De que maneira? 6) Que aspectos vocmais valoriza em relao ao seu prprio corpo? Voc acha que este aspecto contribuir para suavida profissional ligada Educao Fsica? Por qu?4 A aplicao do questionrio no incio do perodo foi intencional, particularmente no que serefere aos alunos de primeiro perodo, uma vez que se esperava captar suas opinies aindasem a interferncia das disciplinas ministradas.5 Trabalhou-se com alunos de ltimos perodos, pois, embora teoricamente o ltimo perodo sejao oitavo, h alunos que demoram mais ou menos tempo para terminar a graduao.

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    2003). As respostas foram, em um primeiro momento, agrupadas emtorno de temticas mais amplas a partir dos critrios de repetio e derelevncia (TURATO, 2003). As categorias no foram definidas apriori, ao contrrio, foram criadas a partir dos significados que eramatribudos, nesse caso, ao corpo, Educao Fsica e forma de inter-ferncia do professor. A seguir, foi realizada a interpretao dessessignificados luz do referencial terico utilizado. Para Alves-Mazzottie Gewandsznajder (1999), a adoo de um esquema conceitual ante-riormente coleta de dados til e no impede que outras categoriastericas sejam geradas a partir dos dados. Neste processo de anlise,as categorias foram refinadas e, muitas vezes, renomeadas, at quese chegasse ao resultado final.

    Conjuntamente anlise dos dados advindos dos questionrios,foi efetuada a anlise documental, privilegiando-se as orientaesde Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1999), que recomendam serfundamental conhecer em que contexto os documentos utilizadosforam criados e a que propsitos foram elaborados. Foi, ento, rea-lizada uma anlise crtica do currculo do curso referido, bem comode programas de disciplinas, alm do resgate de informaes hist-ricas da instituio, de modo a contextualizar e alicerar a compreen-so dos dados.

    4 EM BUSCA DE ACHADOS E INTERPRETAES

    Em especial, foram analisadas trs questes6 que subsidiam adiscusso do que seria o corpo e como este se relacionaria prticapedaggica, a partir da viso de alunos de Educao Fsica. Os resul-tados so apresentados no Quadro 1, que mostra as categorias cen-trais e a incidncia de respostas,7 a ttulo ilustrativo.

    6 As questes analisadas foram, primordialmente, as de nmeros 2, 3 e 5, sendo que as outrasforam utilizadas de modo a auxiliar na compreenso das respostas.7 A quantidade registrada entre parnteses representa o quanto cada categoria foi mencionadanas respostas dos graduandos. Note-se que, em alguns casos, uma nica resposta podeapresentar mais de uma categoria.

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    Quadro 1: Anlise comparativa entre graduandos de primeiro e ltimos perodos deEducao Fsica.

    Evidencia-se, a partir dos dados, que houve uma incidnciapredominante da concepo de corpo parte, com trinta e umamenes dos graduandos do primeiro perodo. O corpo parte emer-giu a partir da atribuio dos seguintes significados ao corpo: objetoque me capacita a realizar atividades, conjunto de clulas e r-gos, uma mquina que deve ser trabalhada para seu bom funciona-mento, um instrumento que precisa ser bem cuidado e preservado,ou seja, o corpo foi entendido como matria, estrutura, veculo oumquina. Tais achados deram margem a denominar essa categoriade corpo parte, com base em Le Breton (2003), que utiliza o corpoalter ego (outro eu) para se referir ao corpo, considerado como sim-ples suporte da pessoa, um objeto dissociado do homem, uma estrutu-ra passvel de ser modificada, cujas peas podem ser substitudas.

    A segunda categoria mais mencionada no primeiro perodo foia de corpo interativo, delineada a partir dos seguintes exemplos:juno de ossos, articulaes, rgos e msculos, em equilbrio coma mente, conjunto do que somos por fora e por dentro, material eesprito, juno perfeita entre o fsico, o mental e o emocional.

    odorePoriemirPedsodnaudarG sodorePsomitledsodnaudarG

    oprocedsepecnoC

    )13(etrapoproC )81(etrapoproC

    )9(ovitaretnIoproC )31(laicoSovitaretnIoproC

    )8(laicoSovitaretnIoproC )3(ovitaretnIoproC

    oprocomocadilacisFoacudEaomoC

    )92(adivededadilauQeedaS )9(adivededadilauQeedaS

    sedadilibahsadanoicaleracisfoditpA)11(sarotom

    sedadilibahsadanoicaleracisfoditpA)6(edadieroproC)6(sarotom

    )9(acittsE )5(acittsE

    oprocedosivanacisFoacudEedserosseforpsodaicnrefretniedamroFsonulasuesed

    )33(oatneirO )51(oatneirO

    )01(oledoM )8(oledoM

    )1(aciggadeP )7(aciggadeP

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    Dessa maneira, o corpo foi caracterizado como unio ou integraoentre as esferas fsica e espiritual, ou fsica e cognitiva. Emborafique evidenciada uma aparente unio, o que levou a utilizar o termocorpo interativo, essa compreenso de corpo advm do histricodualismo corpo-alma. Para Romero (2005, p. 37): a partir dodualismo corpo-alma que a civilizao se faz e se impregna de divises.Divises essas nitidamente presentes na Educao Fsica de hoje.

    Outra categoria que sobressaiu na anlise foi nomeada corpointerativo-social, tendo sido identificada em trechos, tais como: cor-po interferir com o meio. Um meio de interagir com a vida, atra-vs dele voc pode se expressar, realizar movimentos, habilidades,forma de expresso na qual posso me comunicar com outras pes-soas. Nesta concepo, o corpo parece ser visto como meio deinterao social, sendo retratado como um meio de comunicao,de expresso e de contato direto com o mundo. Nesta categoria, nota-se que o corpo compreendido como uma construo sociocultural,como defendido por Soares (1999), Daolio (2001) e Goellner (2005).

    Observa-se a predominncia do corpo parte no primeiro eltimos perodos. Estes dados assemelham-se aos detectados porHunger e Souza Neto (2002), que constataram a predominncia deuma noo de corpo fragmentado em graduandos e especialistasde Educao Fsica, apesar da existncia de alguns relatos na perspec-tiva integradora. Cabe apontar que a grade curricular do referidocurso, no diferente de outras da mesma rea, continha um elevadonmero de disciplinas das cincias biolgicas, com seus respectivosaprofundamentos (Anatomia, Fisiologia Humana, Fisiologia do Exer-ccio, Bioqumica do Exerccio, Cinesiologia, Biomecnica etc.), fatoesse que contribui para que o discurso fragmentado da cincia medi-calizada seja acentuado, dificultando o alcance de uma viso maisintegrada de corpo (SILVA, 1998).

    No entanto, nos ltimos perodos, verificou-se com mais proemi-nncia o corpo interativo-social, ainda que a concepo de corpo parte continue em destaque. Diante dos resultados, parece ter havidouma significativa modificao no modo como os graduandos concebemo corpo: de uma matriz eminentemente tcnica e/ou biolgica, que

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    significaria trabalhar uma noo de corpo, at certo ponto, fragmen-tada, para uma que o considera um processo histrico-cultural, confor-me as aspiraes de Daolio (1995) e Soares (2003). Esse resultadopode decorrer da influncia das disciplinas de carter pedaggicocursadas nos ltimos perodos, tais como: Sociologia da Educao,Psicologia da Educao, Filosofia da Educao, alm de DidticaEspecial e Prtica de Ensino (estgio supervisionado).

    Ao serem indagados sobre a forma como a Educao Fsicalida com o corpo, a categoria mais mencionada no primeiro perodofoi a de promoo de sade e de qualidade de vida, citada 29vezes, como em trabalhando e mantendo o bom funcionamento,tratando da sade e bem-estar, exercitando e prevenindo doen-as, preparando-o para ser saudvel. Essa categoria se respaldaem discursos tradicionais que vinculam a Educao Fsica sade,em que a prtica de atividade fsica propicia o aprimoramento docondicionamento fsico e mental, tornando o corpo mais funcional ecapaz, auxiliando tambm na melhora da qualidade de vida.

    Tal resultado, de cunho biologizante, ratifica a afirmativa de Resendee Soares (1996) de que muitos profissionais acreditam que o papelda Educao Fsica seja a promoo e a manuteno da sade. Aideia arraigada de que o exerccio fsico conduz sade e qualidade devida predominante nos textos sobre o tema. De acordo com Warburtonet al. (2006), a prtica regular poderia possibilitar a preveno prim-ria e secundria de inmeras doenas, alm de contribuir para melho-rar a qualidade de vida das pessoas. Por outro lado, alguns pesqui-sadores (PALMA, 2001; PALMA et al., 2003; MIRA, 2003) tmquestionado a noo de causalidade entre exerccios fsicos e sade,em parte porque o prprio conceito de sade tem sido debatido, consi-derando vises de mundo e perspectivas de anlise diferenciadas.Compreender a sade como ausncia de doenas pode significaruma simplificao de um fenmeno por demais complexo. preciso,tambm, refletir sobre os conceitos correlatos, como o de sedenta-rismo que, para Fraga (2006), pode suscitar contradies de tal formaque, a depender do critrio utilizado, o indivduo (ou o grupo estudado)pode ser considerado sedentrio ou ativo.

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    Do mesmo modo, a noo de que a prtica regular de exercciosfsicos conduz melhoria da qualidade de vida carece de maiorescuidados. De uma forma geral, ao se aceitar esta condio consi-deram-se os aspectos funcionais do organismo (WARBURTON etal., 2006). Contudo, qualidade de vida pode ser compreendida apartir de uma perspectiva individual, que considera aspectos histricos,culturais, sociais e econmicos, ou ainda, de uma perspectiva coletiva,que diz respeito aos nveis materiais mnimos e universais como ali-mentao, acesso rede de esgoto e gua potvel, habitao, edu-cao, trabalho, sade, lazer etc. (MINAYO et al., 2000).

    A segunda categoria de maior destaque foi a de aptido fsicarelacionada s habilidades motoras,8 com 11 apontamentos,observvel nos exemplos proporcionando ao indivduo uma maiorcapacidade, atravs de movimentos e preparo fsico, na partefsica, pois fazemos muitos exerccios. Registra-se uma exaltaoda prtica de movimentos e exerccios voltados ao enfoque fsico eao aprimoramento desportivo. Tal achado se assemelha ao encon-trado por Jesus (2005), que identificou ser muito latente o sentido deprofessor-atleta e de formador de desportistas, por parte de gra-duandos.

    Para os alunos de ltimos perodos, contudo, essa tendnciatcnico-biolgica de como a Educao Fsica lida com o corpo apre-sentou declnio. Ainda que aparea a categoria vinculada aptidofsica relacionada s habilidades motoras, surge, com igual fora, acaracterizada como corporeidade, definida a partir de frases comoEnsina como interagir com o meio, Ajuda na melhora dos movi-mentos, contribuindo para a melhora da expresso corporal, AEducao Fsica nos fornece muitos meios de atuao do nossocorpo no ambiente. Refletimos sobre o mbito esttico, corporeidade,psicomotricidade, entre outros. Nesse contexto, nota-se ainda a

    8 Ainda que a aptido fsica possa estar relacionada sade a partir da melhoria da condioaerbia, dos nveis de fora, de resistncia muscular, da composio corporal e da flexibilidade(viso biolgica da sade), Caspersen et al. (1985) tambm consideram que a aptido fsicapode estar associada a uma srie de atributos que as pessoas deveriam possuir para desem-penhar determinadas tarefas motoras ou habilidades atlticas.

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    disputa entre o corpo visto como dissociado do indivduo, caracteri-zado como um instrumento para a performance (ter um corpo), e oHomem ser um corpo (SANTIN, 2001).

    Aqui parece haver outro indicativo de alterao na maneiracomo os acadmicos compreendem o corpo, provavelmente decor-rente do processo de formao. O fato da perspectiva tcnico-biol-gica ter esvaecido, ao mesmo tempo em que surge a da corporeidade,pode estar relacionado ao conhecimento terico decorrente das disci-plinas cursadas. Observou-se, na grade curricular, que os alunosdessa graduao, em especfico, poderiam optar por dois aprofun-damentos, Desporto ou Recreao e Lazer. A anlise dos progra-mas das disciplinas demonstrou que, embora as obrigatrias relativasao primeiro aprofundamento guardassem um carter essencialmentetcnico (Ex.: Basquetebol, Futebol, Tnis, Jud, Ginstica Artsticaetc), por se tratar de um curso de Licenciatura, os alunos dispunhamde disciplinas ligadas a essa especificidade, tais como Sociologia daEducao, Psicologia da Educao, Didtica em Educao Fsica,dentre outras. Alm disso, na grade curricular, constam disciplinasligadas Educao Fsica Escolar como Teoria e Prtica da Gins-tica Escolar, Avaliao em Educao Fsica Escolar e Psicomo-tricidade. Uma anlise mais detida da bibliografia recomendada nosprogramas demonstrou a presena de contedos especficos da escola,tais como as principais tendncias pedaggicas, alm de aproximaestericas ligadas ao corpo em uma perspectiva sociocultural.

    O corpo permeia, aqui e ali, as discusses empreendidas nessase em outras disciplinas, bem como d nome a algumas: Introduoao Estudo da Corporeidade, Estudo dos Parmetros do Corpo e Antro-pologia do Corpo. A anlise do currculo da instituio demonstra,portanto, que h uma significativa influncia de discursos, que noapenas os tcnico-biolgicos, na formao dos acadmicos estudados,o que parece ter influenciado na percepo que os de ltimos perodospossuem sobre o corpo.

    Esse fato, at onde se pode verificar, parece ser particularidadeda instituio pesquisada, uma vez que Hunger e Souza Neto (2002)detectaram que, nos cursos de graduao em Educao Fsica, alm

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    da fragmentao das disciplinas acadmicas e falta de aplicabilidadena atuao profissional, sempre se evidenciou a construo de umarcabouo conceitual de conhecimentos sobre corpo com prepon-derncia das cincias biolgicas, concluso essa endossada por Daolio(2001).

    Ao serem indagados quanto interferncia do professor deEducao Fsica na viso de corpo de seus alunos, houve unanimi-dade em confirmar que h interferncia, primordialmente na perspec-tiva de orientao, categoria representante de frases, tais como:pois conscientiza que cada pessoa tem o seu mximo, ou seja, seulimite, dando exemplos, tipo, se o professor manda correr, correjunto, o professor deve saber passar para o aluno a ideia de quecorpo uma mquina, e que precisa de cuidados para trabalharsempre em alto nvel, mostrando os limites necessrios para o seubom funcionamento. Evidenciou-se, a partir desses exemplos, umapreocupao dos graduandos em intervir eminentemente atravs datransmisso de informaes tcnicas e de carter funcional, relativas sade, esttica ou ao aprimoramento tcnico-desportivo, sem apretenso de gerar reflexes crticas. Nota-se, nessa viso, um redu-cionismo no papel atribudo ao professor de Educao Fsica, que visto como transmissor de informaes ao aluno. Para Paulo Freire(2004, p. 37): [...] transformar a experincia educativa em puro treina-mento tcnico amesquinhar o que h de fundamentalmente humanono exerccio educativo: o seu carter formador.

    Percebe-se que os resultados possuem consonncia com o queDaolio salienta: Ao trabalhar diretamente com o corpo dos alunos,o professor interfere na concepo e na representao que os alu-nos tm do prprio corpo. Interfere, por extenso, na prpria culturaque d suporte a essas representaes. (DAOLIO, 1995, p. 96)

    Em menor grau para ambos os perodos, emerge como a se-gunda categoria mais mencionada, a de modelo, a qual caracteri-zada na forma de interferncia do professor de Educao Fsica,como de acordo com o que ele ensina, valoriza e prioriza, pelamaneira como pensa, se expressa, se comporta, na forma fsicaapresentada pelo professor que muitas vezes deve ser exemplo para

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    o aluno. Tal categoria constituda a partir da importncia atribu-da aparncia, s crenas, aos hbitos e s diversas atitudes doprofessor. Parece transparecer, nesse caso, certa exigncia que asociedade exalta com relao aos modelos de corpo e de sade, quese refletem no profissional de Educao Fsica que trabalha direta-mente com o corpo (LDORF, 2004). Para Freire et al. (2002), umaimagem estereotipada e a habilidade fsica parecem credenciais parauma interveno profissional competente.

    Em especial, nos graduandos de ltimos perodos a categoriapedaggica apareceu consideravelmente em frases como esti-mulando essas sensaes corporais e emotivas atravs de atividadesfsicas, proporcionando relaes do corpo com materiais, comoutros corpos e com o ambiente, ele pode interferir desenvolvendoatividades que desafiem a motricidade dos alunos, que estimulemmovimentos novos no aprendizado das crianas. Indo ao encontrodos dados apresentados at o momento, h indicativos de que oscontedos de cunho pedaggico trabalhados na graduao, essencial-mente nas disciplinas cursadas nos ltimos perodos, tenham exercidosignificativa influncia no modo como a Educao Fsica interferena viso de corpo do aluno. Entretanto, o aspecto pedaggico pareceestar mais atrelado a uma compreenso de corpo de natureza psico-motora, o que fica patente ao se analisar as indicaes bibliogrficasque constam nos programas9 dessas disciplinas.

    Se a relevncia alcanada pela categoria pedaggica dignade nota, pode ser considerado at certo ponto surpreendente o fatode no ter sido mencionada a educao na perspectiva de formaohumana, tal como apregoam as tendncias renovadoras da EducaoFsica brasileira. Esse dado pode representar que, embora as tendn-cias pedaggicas venham sendo amplamente discutidas no mbitoterico, ainda a aplicao prtica ou a sua disseminao nos cursosde formao de professores lenta e atinge uma parcela de profes-sores e alunos ainda modestamente.

    9 Os autores mais utilizados so: Aucouturier, Ajuriaguerra, Dupr, Le Boulch, alm de outros,como Vigotsky, Piaget, Wallon e o prprio Joo Batista Freire.

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    Na realidade estudada, foram identificadas diferenas entre asconcepes de corpo de graduandos de primeiro e de ltimos perodos.Inicialmente, houve a predominncia de uma viso de corpo fragmen-tado, cuja hegemonia comeou a ser quebrada a partir da concepode uma viso de corpo mais integrado. Esta modificao na concepode corpo se mostrou presente tambm ao serem indagados sobre aforma de atuao do professor de Educao Fsica. Alm do tradicionaldiscurso de carter biologizante, as respostas de alunos de ltimosperodos passaram a contemplar o vis da corporeidade.

    Detectou-se, tambm, haver consenso entre os graduandos, deque o professor de Educao Fsica interfere na viso de corpo dosseus alunos, basicamente atravs da orientao sobre questes asso-ciadas sade, esttica e tcnica. Observou-se, contudo, que nosltimos perodos, o aspecto pedaggico passou a ser mais significati-vamente contemplado.

    Conclui-se que os acadmicos do curso pesquisado apresentaramuma viso de corpo ainda marcada por uma tendncia biologizante,como no poderia deixar de ser, dada a construo histrica da Edu-cao Fsica, no entanto, surgiram importantes indcios de modificaoou ampliao dessa concepo, devido, possivelmente, sem exauriroutros fatores complexos e interligados, ao arcabouo terico deri-vado das disciplinas do curso de Licenciatura ora pesquisado.

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    The body on the vision of undergraduate PhysicalEducation students: fragmentized or integrated?Abstract: The purposes of this research are to studyand compare the conceptions of body of undergra-duate students of first and last semesters of a PhysicalEducation graduation course, as well as to investigatehow they relate the body with professional practice.The data were collected by a questionnaire, applied in103 students of Physical Education, and by documentalanalyses. Results indicate a predominance of technicalconception of the body in the first period and an inte-grated view in the last period. The professional practiceis conceived toward an orientation perspective, basedon health, aesthetic and technical guidelines.Keywords: Body. Physical Education. Teacherstraining.

    El cuerpo en la visin de estudiantes de EducacinFsica: fragmentada o integrada?Resumen: Los objetivos de esta pesquisa son inves-tigar y comparar la visin de cuerpo de estudiantes deprimero y ltimo semestres de Educacin Fsica, ademasinvestigar como relacionan el cuerpo a la prctica profe-sional. Para la colecta de datos, fu utilizado uncuestionario aplicado a 103 estudiantes de EducacinFsica y analice documental. Los resultados revelanpredominancia de una visin tcnica y fragmentada delcuerpo en el primer perodo y una compreensin inte-grada en el ltimo perodo. La forma de la atuacinprofesional estaria conetada con la orientacin, sobre-todo en las perspectivas de salud, esttica y tcnica.Palabras clave: Cuerpo. Educacion Fsica. Formacionde professores.

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