A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

22
Antonio Delfim Netto 30 de setembro de 2014 São Paulo, SP A TRAGÉDIA INDUSTRIAL Abiplast - IV Seminário de Competitividade 1

description

A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

Transcript of A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

Page 1: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

Antonio Delfim Netto

30 de setembro de 2014 São Paulo, SP

A TRAGÉDIA INDUSTRIAL

Abiplast - IV Seminário de Competitividade

1

Page 2: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

80

85

90

95

100

105

110

115

120

125

130

135

140

2006 T

1

2006 T

2

2006 T

3

2006 T

4

2007 T

1

2007 T

2

2007 T

3

2007 T

4

2008 T

1

2008 T

2

2008 T

3

2008 T

4

2009 T

1

2009 T

2

2009 T

3

2009 T

4

2010 T

1

2010 T

2

2010 T

3

2010 T

4

2011

T1

2011

T2

2011

T3

2011

T4

2012 T

1

2012 T

2

2012 T

3

2012 T

4

2013 T

1

2013 T

2

2013 T

3

2013 T

4

2014 T

1

2014 T

2

PIB Total PIB Indústria

PIB Serviços PIB Agropecuária

2 Fonte: IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria

I. Desempenho do PIB por Setor

PIB Trimestral Índice Encadeado Dessazonalizado (2006/T1=100)

130,7 131,7

126,3

113,8

Page 3: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

3

II. Deterioração da Indústria - Desempenho Produção Industrial: Variação em Igual Mês do Ano Anterior e

Acumulado em 12 meses (%)

Fonte: IBGE (Nova série); Elaboração: Ideias Consultoria

Acumulada em 12 meses

Mês do ano anterior

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

mar

/06

ago/

06

jan/

07

jun/

07

nov/

07

abr/

08

set/

08

fev/

09

jul/

09

dez/

09

mai

/10

out/

10

mar

/11

ago/

11

jan/

12

jun/

12

nov/

12

abr/

13

set/

13

fev/

14

jul/

14

Page 4: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

0

100

200

300

400

500

600

700Ín

dia

Itál

ia

Sing

apur

a

Colô

mbi

a

Rep.

Tche

ca

Turq

uia

El S

alva

dor

Bras

il

Port

ugal

Méx

ico

Japã

o

Ale

man

ha

Espa

nha

Chile

Cost

a Ri

ca

Rein

o U

nido

Uru

guai

Coré

ia d

o Su

l

Bélg

ica

Chin

a

Fran

ça

Hol

anda

Rúss

ia

Cana

Esta

dos U

nido

s

Equa

dor

Para

guai

Arg

entin

a

II. Deterioração da Indústria - Custos

Fonte: Firjan; Elaboração: Ideias Consultoria 4

Custo da Energia Elétrica para a Indústria em 2014 - Tarifa (R$/MWh)

Previsão Firjan p/ 2015: 420,2

Page 5: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

80

85

90

95

100

105

110

115

120

60

70

80

90

100

110

120

130

140

jan/

05

jul/

05

jan/

06

jul/

06

jan/

07

jul/

07

jan/

08

jul/

08

jan/

09

jul/

09

jan/

10

jul/

10

jan/

11

jul/

11

jan/

12

jul/

12

jan/

13

jul/

13

jan/

14

jul/

14

Produtividade

Folha de pagamento real por trabalhador

Folha / Produtividade

II. Deterioração da Indústria - Custos

Fonte: Banco Mundial; Elaboração: Ideias Consultoria 5

Produtividade do trabalho e custo real do salário por trabalhador na industria de transformação (2002=100) média móvel de 12 meses

4,0% a.a.

0,91% a.a.

Page 6: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

0,75

1,25

1,75

2,25

2,75

3,25

3,75

4,25

40

60

80

100

120

140

160

180ju

l-9

5

jul-

96

jul-

97

jul-

98

jul-

99

jul-

00

jul-

01

jul-

02

jul-

03

jul-

04

jul-

05

jul-

06

jul-

07

jul-

08

jul-

09

jul-

10

jul-

11

jul-

12

jul-

13

jul-

14

Taxa

de

Câm

bio

No

min

al R

$/U

S$

Salá

rio

No

min

al m

édio

na

Ind

úst

ria

de

SP

(200

7=10

0)

II. Deterioração da Indústria - Custos

Fonte: Fiesp, BCB; Elaboração: Ideias Consultoria 6

Câmbio Real = Câmbio Nominal / Salário Nominal

Taxa de Câmbio Nominal R$/US$

Salário Nominal na Indústria de SP

Page 7: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

fev/

2003

ago/

2003

fev/

2004

ago/

2004

fev/

2005

ago/

2005

fev/

2006

ago/

2006

fev/

2007

ago/

2007

fev/

2008

ago/

2008

fev/

2009

ago/

2009

fev/

2010

ago/

2010

fev/

2011

ago/

2011

fev/

2012

ago/

2012

fev/

2013

ago/

2013

fev/

2014

ago/

2014

Produção industrial

Vendas Reais no Varejo

Suprido pela importação

II. Deterioração da Indústria

Fonte: Ipeadata; Elaboração: Ideias Consultoria 7

Produção Industrial e Vendas Reais no Varejo (janeiro/2003=100, sazonalmente ajustado)

Page 8: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

*Para este triênio foi utilizada a série antiga de produção industrial do IBGE Fonte: IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria

Produção Industrial e Comércio Varejista Variação em Relação ao Triênio Anterior (%)

8

II. Deterioração da Indústria

11,7

25,5

27,2

12,411,5

7,9

5,4

1,4

0

5

10

15

20

25

30

2004-2006 * 2007-2009 2010-2012 2013

Comércio Varejista

Indústria de Transformação

Suprido pela Importação

Page 9: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

400

500

600

700

800

900

1.000

10

20

30

40

50

60

70

80

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Crédito doméstico ao setor privado fornecido pelos bancos

Renda domiciliar per capita média

II. Deterioração da Indústria - Papel do Crédito e da Renda

Fonte: Banco Mundial e IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria 9

Crédito em % PIB e Renda Domiciliar per Capita em R$ de 2013

Page 10: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

0

40

80

120

160

200

240

280

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

4019

96

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

*

Rel

ação

Câm

bio/

Salá

rio

(Def

asad

o 2

Ano

s, 2

009=

100)

Sald

o Co

mer

cial

de

Prod

utos

Man

ufat

urad

os(U

S$ B

ilhõe

s)

Saldo (US$ Bilhões)

Câmbio/Salário

A

B

* Estimativa Fonte: FIESP, BCB, Secex; Elaboração: Ideias Consultoria

Produtos Manufaturados: Saldo Comercial e Relação Câmbio/Salário

10

II. Deterioração da Indústria

A + B ≈ US$ 370 bilhões de demanda subtraída da indústria

Page 11: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

0,68

0,05

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

19

62

19

64

19

66

19

68

19

70

19

72

19

74

19

76

19

78

19

80

19

82

19

84

19

86

19

88

19

90

19

92

19

94

19

96

19

98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

20

10

20

12

11 Fonte: Banco Mundial; Elaboração: Ideias Consultoria

II. Deterioração da Indústria

+15,5% a.a.

-1,2% a.a.

Participação do Brasil nas Exportações Mundias de Manufaturados (%)

Page 12: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

1,1 1,31,2

3,0

1,2

11,1

0

2

4

6

8

10

12

1981-1983 1991-1993 2001-2003 2011-2013

Brasil

Coreia do Sul

China

Fonte: OMC Elaboração: Ideias Consultoria 12

II. Deterioração da Indústria - Política Comercial

Participação nas Exportações Mundiais, médias do períodos (%)

Page 13: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

0

50

100

150

200

250

1872

1890

1900

1920

1940

1950

1960

1970

1980

1991

2000

2010

2015

2020

2030

2040

2050

2060

65 anos ou mais

15-64 anos

0-14 anos

Fonte: IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria 13

IV. Revolução Demográfica

População do Brasil – Censos (milhões de habitantes)

Page 14: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

-4

-2

0

2

4

6

8

10

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

2006

T1

2006

T2

2006

T3

2006

T4

2007

T1

2007

T2

2007

T3

2007

T4

2008

T1

2008

T2

2008

T3

2008

T4

2009

T1

2009

T2

2009

T3

2009

T4

2010

T1

2010

T2

2010

T3

2010

T4

2011

T1

2011

T2

2011

T3

2011

T4

2012

T1

2012

T2

2012

T3

2012

T4

2013

T1

2013

T2

2013

T3

2013

T4

2014

T1

2014

T2

Investimento

PIB

14 Fonte: IBGE; Elaboração: Ideias Consultoria

V. Investimento

Contribuição do Investimento para o Crescimento do PIB (% aa)

Page 15: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

V. Investimento - Infraestrutura

Fontes: Fonte: Frischtak, C., "O investimento em Infraestrutura no Brasil, 2012“ /IBGE/Funcex/SRF Elaboração: Ideias Consultoria 15

Investimento, Exportação e Crescimento (média anual)

Invesimento em Infraestrutura 1971/1980 2001/2010

Investimento em Infraestrutura (% PIB)

Eletricidade 2,13 0,67

Telecomunicações 0,80 0,65

Transportes 2,03 0,71

Água e saneamento 0,46 0,29

Total 5,42 2,32

Investimento total (% PIB)

Investimento privado 18,4 15,1

Investimento público 3,5 2,0

Total 21,9 17,1

Carga tributária bruta (% PIB) 25,2 33,3

Exportações (% a.a.)

Quantum 9,2 6,4

US$ 22,1 13,9

PIB (% a.a.) 8,6 3,6

População (% a.a.) 2,4 1,2

Page 16: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

VI. Por Que o Brasil Não Cresce

16

1) Investe-se pouco

a) Porque a prioridade do governo foi a expansão do custeio e

não do investimento (deterioração da infraestrutura).

b) Porque no setor privado:

(i) Existe excesso de burocracia que inibe a iniciativa e

aumenta o risco; intervenções pontuais diminuíram a

previsibilidade da política e aumentam as incertezas.

(ii) Porque o clima de negócios ficou mais difícil.

Page 17: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

VI. Por Que o Brasil Não Cresce

17

2) Porque faltou apoio às exportações:

a) Política cambial previsível e sem objetivos secundários,

como o controle da inflação.

b) Taxa de câmbio relativamente competitiva.

c) Inteligente sistema de tarifas efetivas.

d) “Draw-back” verde amarelo

e) Absoluta exoneração tributária das exportações.

f) Crédito a taxa de juros internacional.

Page 18: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

VI. Por Que o Brasil Não Cresce

18

3) Governo perdeu a credibilidade:

a) Financiamentos questionáveis: BNDES, Caixa

Econômica Federal

b) Contabilidade “criativa” na área fiscal

c) Intervenções mal sucedidas no setor elétrico e nos

portos

d) Desarranjos na Petrobras

e) Incertezas quanto aos marcos regulatórios

f) Desconfiança mútua: Governo x Empresas privadas

Page 19: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

60

70

80

90

100

110

120

130

jan/

00

ago/

00

mar

/01

out/

01

mai

/02

dez/

02

jul/

03

fev/

04

set/

04

abr/

05

nov/

05

jun/

06

jan/

07

ago/

07

mar

/08

out/

08

mai

/09

dez/

09

jul/

10

fev/

11

set/

11

abr/

12

nov/

12

jun/

13

jan/

14

ago/

14

19 *Expectativas em relação à produção, ao emprego e à situação dos negócios no futuro próximo Fonte: FGV; Elaboração: Ideias Consultoria

VI. Por Que o Brasil Não Cresce - Confiança

Índice de Confiança do Empresário Industrial - Expectativas*

média do período

Page 20: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

VII. Para Fazer o Brasil Crescer

20

PIB = [# de trabalhadores ≡ L] x [produtividade média por trabalhador]

1. Taxa de crescimento da 1. Educação e saúde

população ≡ N 2. Aumento do estoque de capital

2. Taxa de participação ≡ L/N K = infraestrutura + capital privado por

trabalhador, ou seja, K/L

3. Tecnologia e pesquisa

K e L mais sofisticados

4. Economia de escala

Tamanho do mercado interno

Exportação

5. Crescimento de K depende do investimento

Logo: CRESCIMENTO DO PIB = INVESTIMENTO + EXPORTAÇÃO

Page 21: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

100 10

0

101

100 100

102

102 10

5

107

114 11

7 122

130

137

136

146 15

0

151

154

154

95

105

115

125

135

145

155

165

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

*

VIII. Melhora Social - Ascenção das Classes de Menor Renda Índice de Bem-Estar Social

PIB per capita x (1 – Coeficiente de Gini), 1995=100

Fonte: IBGE e IPEA. PIB per capita a preços de 2013; Elaboração: Ideias Consultoria * Estimativa supondo PIB per capita estável em 2014 e ritmo de queda da desigualdade igual ao dos últimos 2 anos. 21

1995-2002 ρ = 2,3% π = 9,3%

2003-2013 ρ = 3,5% π = 5,9%

Page 22: A TRAGÉDIA INDUSTRIAL por Antonio Delfim Netto - setembro de 2014

IX. Perspectivas para 2015

22

1. Será um período de ajustes. A abrangência e a profundidade

das medidas dependem de quem for eleito.

2. As primeiras ações do governo serão importantes para que

se tenha maior credibilidade junto ao empresariado.

3. Os fundamentos básicos da economia (PIB, inflação, fiscal e

setor externo) não conseguem produzir mudanças num

prazo curto.

4. No entanto, as expectativas do setor privado podem se

alterar. Se elas forem positivas, os empresários vão ampliar

seus negócios, investindo e tomando riscos.