A REAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DIANTE DO NOVO … DE ALMEIDA BUENO.pdfProf. Antonio Fernando...
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UCAM - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO DE
RECURSOS HUMANOS PROJETO A VEZ DO MESTRE
A REAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DIANTE DO NOVO
PADRÃO DE SOCIEDADE BRASILEIRA.
Por: Mariza de Almeida Bueno
Orientador: Prof. Antonio Fernando Vieira Ney
Rio de Janeiro
2003
UCAM - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A REAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DIANTE DO NOVO
PADRÃO DE SOCIEDADE BRASILEIRA.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Mariza de Almeida Bueno
Rio de Janeiro
2003
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus, em primeiro lugar, pela proteção e luz para concretização de um
ideal.
Aos meus filhos Wagner e Walbert e minha nora, Ana Lúcia, pelo apoio que sempre
me dispensaram.
A todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, fizeram parte de minha vida e
que contribuíram para o meu crescimento como ser humano.
Aos professores do curso de pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos, pela
oportunidade do melhor entendimento do momento histórico de transformações
sociais.
SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 Capítulo 1 A HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO .................................. 8 1.1 - As teorias da Administração ........................................ 12 1.2 - O mercado de trabalho e a geração de empregos na
última década ....................................................................... 15
Capítulo 2 CENSO 2000 ....................................................................... 18 1.1 – Resultados .................................................................. 19 Capítulo 3 MUDANÇAS DE PARADIGMAS QUE AFETAM O MERCADO
DE TRABALHO ........................................................................... 27
3.1- População indígena brasileira: em busca da realidade
social ................................................................................... 28
3.2 - O Trabalhador Rural: trabalho escravo no Brasil ....... 30 3.3 - O trabalhador da terceira idade: mudança social ....... 31 3.4 - PEA População economicamente ativa: participação
do adolescente e jovem no mercado de trabalho................. 32
3.5 - População negra no Brasil: mudança no padrão de identidade ............................................................................
33
3.6 - Novo excluído: sem emprego, com escolaridade......... 34 3.7 - Gestão pública: inovações gerenciais......................... 35 Capítulo 4 MERCOSUL: A BUSCA DA QUALIDADE PARA
EXPANSÃO COMERCIAL ................................................ 39
4.1 – Qualidade no Mercosul .............................................. 41 Capítulo 5 ÉTICA: A GRANDE PREOCUPAÇÃO DA ÚLTIMA
DÉCADA ............................................................................. 43
5.1 – A ética das duas últimas décadas ............................. 45 CONCLUSÃO ............................................................................................. 48 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 50
INTRODUÇÃO
Ser um Agente de Mudanças em uma empresa é saber promover uma
verdadeira e consistente revolução nos paradigmas oriundos da cultura
arraigada nas organizações.
È estar atento, perceber e entender essa cultura, tendências de mercado
e as necessidades de melhoria e/ou adaptação de estratégias a serem
adotadas pela empresa.
É saber identificar, planejar e operacionalizar ações com convicção e
segurança para alcançar os resultados desejados.
É ser competente e hábil para avaliar a melhor forma de
“conscientizar e conquistar parcerias internas” que possam alavancar
essa transição de maneira flexível, eficaz e transparente.
E, finalmente, é possuir clareza e determinação quanto aos objetivos e
metas que serão atingidos.
Mário Celso Marcondes e Silva
A sociedade se encontra diante de situações aceleradas de transformações
nas relações políticas, sociais e econômicas.
A abertura do comércio aos países da América do Sul, através do Mercosul e
a evolução da tecnologia no Brasil, afetaram tanto às empresas em seu processo
produtivo quanto organizacional.
Esses fatos estão evidenciados na busca de instrumentos técnicos capazes
de responder às necessidades das empresas com a finalidade de encontrarem o
equilíbrio entre a produtividade e o relacionamento com os empregados.
As transformações fizeram com que os clientes se tornassem muito mais
exigentes em termos de diversificação de produtos e serviços, qualidade e preço.
O Direito do Consumidor o colocou na posição de foco principal das
organizações de alta performance e com visão estratégica, a medida que se
conscientizam de seus direitos, prerrogativas e poder de compra.
A constante quebra de paradigmas afeta o comportamento da sociedade
brasileira, tendo os administradores, como preocupação principal, as pessoas,
qualidade de vida e preservação do meio ambiente.
Kuhn introduz o termo paradigma em sua obra A Estrutura das Revoluções
Científicas.
Segundo o autor, (...) de um lado indica toda a constelação de crenças, valores, técnicas,
etc, partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada.
De outro, denota um tipo de elemento dessa constelação: as
soluções concretas de quebra-cabeças que, empregadas como
modelos ou exemplos, podem substituir regras explícitas como
base para a solução dos restantes quebra-cabeças da ciência
normal (p.218).
Segundo Danilo Marcondes, a crise do paradigma da Modernidade de certa forma
encaminhou a crise da própria necessidade, e possibilidade, de um paradigma hegemônico.
O debate sobre a crise do paradigma se estende por todas as áreas e os
estudiosos da matéria procuram justificar as conseqüências da inadequação dos
conceitos antigos às necessidades atuais e de sua incompatibilidade com nossas
escolhas éticas.
Mamede diz que: O homem se confronta não só com o próprio problema da verdade, mas
com o próprio processo de substituição das verdades que anteriormente lhe conferiam um sentimento
de segurança. 1
Esse confronto traz para o homem o sentimento de angústia e desespero que
deverá se refletir nas suas atitudes no grupo social, na família e nas empresas.
Segundo Marx e Engels, em A Ideologia Alemã, Os homens são os produtores
de suas representações, de suas idéias, etc.. mas só os homens reais e ativos, tais como se
acham condicionados por um determinado desenvolvimento de suas forças produtivas (...).
E se, em toda ideologia, os homens e suas relações aparecem invertidos como numa
câmara escura, tal fenômeno decorre de seu processo histórico de vida (pp.36-37).
E Gilberto Freire afirma que: A pessoa social, ou humana, ou simplesmente pessoa, é
resultado de processos sociais, e de cultura anteriores ao aparecimento do indivíduo.
1 Ma. Aparecida Mamede Neves
8
CAPÍTULO I A HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO
Administrar consiste em tomar decisões sobre os objetivos a serem
alcançados pela organização e sobre a utilização de seus recursos.
Essas decisões classificam-se em quatro tipos principais: planejamento,
organização, direção e controle. Tomar decisões desse tipo é
administrar.2
Amaru Maximiniano
2 A. C. Amaru Maximiniano, Introdução à administração, 3ª ed.São Paulo: Atlas,1991
9
No momento em que constatamos tantas mudanças no cenário, político,
social e econômico, se faz mister o conhecimento da História da Administração e
sua evolução através das teorias desenvolvidas ao longo do tempo.
A Administração, sempre existiu como atividade relacionada com a
cooperação humana. O estudo científico da administração, porém, é bem mais
recente. Historicamente, contudo, a administração foi estudada em todos os tempos,
embora com percepções, intensidade e métodos variados.
Segundo relato da Enciclopédia Mirador Internacional, quando os antigos
sumeriano procuravam a melhor maneira de resolver seus problemas práticos
estavam, na realidade, exercitando a arte de administrar.
No Egito ptoloméico dimensionou-se um sistema econômico planejado que
não poderia ter-se operacionalizado sem uma administração pública sistemática e
organizada.
Na velha China de 500 a.C., os trabalhos de Mencius (ch. Meng-tzu)
defendiam a necessidade de se adotar um sistema organizado de governo para o
império; a constituição de Chow, com seus oito regulamentos para governar os
diferentes setores do governo e as Regras de Administração Pública de Confúcio, de
que se destacava a necessidade de um conhecimento da realidade objetiva para
bem governar, exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios de
administração.
As instituições otomanas refletiam um sistema altamente aperfeiçoado de
administração. Pode-se inferir, graças à expansão atingida pelo império romano e à
10
forma como eram administrados seus grandes feudos, que os romanos souberam
manipular uma complexa máquina administrativa, indício de desenvolvimento
considerável de técnicas administrativas.
Na Idade Média, os prelados católicos e os próprios párocos destacaram-se
como administradores. De 1550 a 1700 desenvolveu-se na Áustria e Alemanha um
grupo de professores e administradores públicos: os fiscalistas ou cameralistas.
Tal como os mercantilistas britânicos ou fisiocratas franceses, valorizavam a
riqueza física e o Estado. Sua preocupação ia mais além, pois ao lado das reformas
fiscais preconizavam uma administração sistemática, especialmente no setor
público.
Na história da administração, duas instituições merecem ser mencionadas:
Igreja católica romana e as organizações militares.
A Igreja católica romana pode ser considerada a organização formal mais
eficiente da civilização ocidental. Tem atravessado séculos e sua forma primitiva tem
permanecido mais ou menos a mesma: um chefe executivo, um colégio de
conselheiros, arcebispos, bispos, párocos e a congregação de fiéis.
Apoiada não só na força de atração de seus objetivos, mas também na
eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, a igreja tem sobrevivido
às revoluções do tempo e oferecido um exemplo de como conservar e defender suas
propriedades, suas finanças, rendas e privilégios.
11
Sua rede administrativa espalha-se por todo o mundo e exerce influência,
inclusive, sobre o comportamento dos fiéis.
A organização de exércitos nacionais tem-se constituído numa das
principais preocupações do Estado moderno. O exército aparece nos tempos
modernos como o primeiro sistema administrativo organizado. Substituiu as
displicentes ordens de cavaleiros medievais e,posteriormente, os exércitos
mercenários que proliferaram nos sécs. XVII e XVIII.
O exército moderno se caracteriza, não só por uma hierarquia de poder que
vai desde de o comandante em chefe até o último soldado, como também pela
adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresa
modernas.
Apesar de todos esses momentos históricos, é difícil precisar até que ponto
os homens da antiguidade, Idade Média e, até mesmo, do inícios da Idade Moderna
foram conscientes de que estavam administrando.
Há, hoje em dia, uma interação muito grande entre a administração e as
ciências sociais, particularmente o direito, a ciência política, economia, sociologia,
psicologia social e antropologia.
Sob o impacto e influência das ciências socias, a administração evoluiu de
engenharia humana, com ênfase em como executar racionalmente coisas, para a
ciência social aplicada, em que a decisão racional constitui a variável fundamental.
12
Observa-se essa evolução mais nitidamente quando se identificam as
principais escolas, orientações e abordagens seguidas pelos estudiosos da
administração, quer pública quer particular, nas várias tentativas já efetivadas para a
formulação de uma teoria administrativa”.3
1.1 - As teorias da Administração
O breve histórico das teorias da administração nos levará ao entendimento do
processo atual de administração com ênfase nas pessoas.
As teorias tiveram sua importância à medida que foram necessárias para
solução de problemas organizacionais das empresas acompanhando a evolução
tecnológica e das relações humanas.
A preocupação com a produtividade, a duplicação da população em um
século na Europa, grandes deslocamentos sociais, extrema miséria convivendo com
a riqueza , propiciaram a produção domiciliar se transformar em grandes fábricas e
ao surgimento das teorias administrativas.
A Escola de Administração Científica teve como questão principal a ênfase
nas tarefas. Essa estrutura, no entanto, não atendia as necessidades
organizacionais em virtude do trabalho de cada empregado se dar de forma isolada
independente do processo organizacional.
A abordagem anatômica de Taylor e Fayol, burocrática e estruturalista
ampliou a teoria da escola anterior.
3 Enciclopédia Mirador Internacional/Vol. 2
13
A Escola das Relações Humanas (1920) de Elton Mayo e Kurt Lewin que
introduziram a abordagem humanística tornando a relação pessoas-organizações
democráticas com a aplicação de novos conceitos relacionados com motivação,
dinâmica de grupo, liderança, comunicação e relacionamento interpessoal,
satisfação no trabalho, etc.
A teoria burocrática de Max Weber deu ênfase à divisão do trabalho com
cargos definidos, atribuições especificadas e delimitadas.
Os cargos eram mais importantes que seus ocupantes e a profissionalização
do funcionário dava-se por meio da especialização.
Orlickas enfatiza que: A maior contribuição da escola Humanista foi a retomada da
humanização das empresas, reduzindo-se a valorização do poder e do status, valorizando assim os
grupos sociais, as motivações, a liderança, as abordagens participativas e a satisfação no trabalho.4
Diante de um novo contexto de crescimento das organizações e problemas
administrativos, surge a Teoria Neoclássica na década de 1950.
A ênfase em dar organização a uma série de modelos e técnicas
administrativas é uma preocupação dos administradores (empresários, diretores e
gerentes).
4 Orlickas, Elizanda-Consultoria Interna de RH-SP;Futura,2001
14
QUADRO I
COMPARATIVO ENTRE TEORIAS CLÁSSICA, RELAÇÕES HUMANAS E NEOCLÁSSICA 5
ABORDAGENS PRESCRITIVAS E NORMATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO
TEORIAS CLÁSSICA RELAÇÕES HUMANAS NEOCLÁSSICA
• Abordagem da organização
• Conceito da organização
• Principais representantes
• Característica básica da administração
• Concepção do homem
• Comportamento organizacional do indivíduo
• Ciência mais relacionada
• Tipos de incentivos
• Relações entre objetivos organizacionais e objetivos individuais
• Resultados almejados
• Organização formal exclusivamente • Estrutura formal como conjunto de órgãos, cargos e tarefas • Taylor, Fayol, Gilbreth, Gulick, Urwick, Mooney, Emerson, Sheldon • Engenharia humana/ engenharia de produção • Homo economicus • Ser isolado que reage como indivíduo (atomismo Tayloriano) • Engenharia • Incentivos materiais e salariais • Identidade de interesses. • Não há conflito perceptível • Máxima eficiência
• Organização informal exclusivamente • Sistema social como conjunto de papéis sociais • Mayo, Follet, Dubin, Roethlisberger, Maier, Cartwright, French, Zalesnick, Tannenbaum, Lewin, Viteles, Homans • Ciência natural aplicada • Homem social • Ser social que reage como membro de grupo • Psicologia social • Incentivos sociais e simbólicos • Identidade de interesses. • Todo conflito é indesejável e deve ser evitado • Máxima eficiência
• Organização formal e informal • Sistema social com objetivos a serem alcançados racionalmente • Drucker, Koontz, Jucius, Newmann, Odiorne, Humble, Gelinier, Schleh, Dale • Técnica social básica • Homem organizacional e administrativo • Ser racional e social voltado para o alcance de objetivos • individuais e organizacionais • Ecletismo • Incentivos mistos • Integração entre objetivos organizacionais e individuais • Eficiência ótima
Fonte: Chiavenato, 1999
Atualmente são utilizadas ferramentas de gestão da qualidade total,
Certificação na ISO 9000 e outros instrumentos visando desenvolver tecnicamente o
gestor para desempenho de suas funções numa visão ampla situacional da empresa
5 Chiavenato-1999
15
e comunidade, com padrões e normas de qualidade reconhecidas
internacionalmente que garantem a qualidade e facilita a negociação de produtos e
serviços.
1.2 - O mercado de trabalho e a geração de empregos na última década
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informa que o desemprego no
mundo deve continuar crescendo depois de atingir um recorde estimado de 180
milhões de desempregados em 2002.
Na América Latina a taxa de desemprego atingiu à marca de 10%, empurrado
pela crise na Argentina.
No Brasil, após a mudança na Pesquisa Mensal de Emprego, a taxa de
desemprego atinge, em dezembro de 2002, a 10,9% de desocupados, chegando a
2,2 milhões de trabalhadores, sendo que os maiores prejudicados são as mulheres
e jovens em busca do primeiro emprego.
As mudanças, na década de 90, no mercado de trabalho, tiveram origem na
reorientação do modelo brasileiro de desenvolvimento e a estabilização da moeda.
O modelo de desenvolvimento do Brasil passou, nesse período, de um estilo
de industrialização protegida para uma economia aberta e competitiva.
A introdução da economia brasileira no processo de globalização alterou os
fluxos de comércio e de capitais, sobre a base tecnológica, de gerência e de
organização das empresas e sobre o mercado e as relações de trabalho.
16
O impacto das mudanças se refletiu fortemente nas indústrias de
transformação que tiveram o número de trabalhadores reduzido.
Acreditamos que parte desse contingente migrou para os setores do comércio
e prestação de serviços, devido a forte pressão competitiva do mercado. Pressão
essa que é conseqüência das práticas de ajuste e do processo de terceirização de
serviços promovidos pelas empresas brasileiras, e é justamente aí que se encontra a
concentração da informalidade observada na população ocupada.
O mercado de mão de obra vem crescendo com jovens preparados que se
deparam com as dificuldades na diminuição da oferta de trabalho e passam à
informalidade ou gerenciam pequenos negócios ou atividades isoladas com
contribuição voluntária de Seguridade Social ou sem documento de trabalho.
Esse comportamento contraria o padrão clássico de emprego gerado por um
mercado de trabalho moderno e capitalista, isto é, a troca dos direitos garantidos
pela informalidade com maiores ganhos.
A década de 80 foi marcada pelo declínio da geração de empregos na
atividade industrial, que absorvia o maior número de trabalhadores não agrícolas até
os anos 70.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, no setor formal de mercado de
trabalho, onde estão os trabalhadores protegidos por contratos de trabalho e pelos
estatutos públicos, foram eliminados cerca de 2,4 milhões de empregos, entre
janeiro de 1990 e dezembro de 1996.
17
A queda da qualidade do emprego é justificada por alguns analistas, pela
informalidade, baseada em grupos de trabalho e não no indivíduo, com
preocupação com a minuciosa racionalização dos processos de trabalho, inspirado
no modelo taylorista.
Outra questão levantada como evidência da queda da qualidade de emprego
é verificada pelo aumento da rotatividade da mão de obra. A constante substituição
dos trabalhadores, que determina a redução do tempo médio de permanência no
emprego, faz com que as empresas não invistam em treinamento de pessoal.
Os estudiosos afirmam que, além disso, as constantes pressões econômicas
com aumento das obrigações sociais em economia de competitividade crescente,
aliados a uma rígida legislação de trabalho, têm contribuído para o aumento da
rotatividade de mão de obra.
A tecnologia ainda não conseguiu provocar grandes mudanças estruturais no
comércio brasileiro, que ainda se utiliza do método tradicional de vendas, no balcão,
em que o mesmo responde por 94,9% da receita no varejo.
O setor de serviços, entretanto, sofre processo de transformação devido a
inserção de novas tecnologias e mesmo assim, vem absorvendo a mão de obra
excluída do setor terciário, sem que consiga impedir o crescimento do desemprego.
Com tudo isso, dois questionamentos ficam a espera de respostas: Qual o
tipo de emprego que os brasileiros estão encontrando no mercado de trabalho?
Quantos não encontraram emprego?
18
CAPÍTULO II
CENSO 2000
... é a informação que comanda esta era. Ninguém poderá destacar-
se por ter a melhor informação, porque todos teremos acesso a ela
com a mesma facilidade. A diferença estará no valor que pudermos
extrair da informação, em seu formato e em sua distribuição.
Edward de Bono
19
A história da estatística no Brasil se inicia em 1871, quando foi criada a
Diretoria Geral de Estatística, primeiro órgão coordenador das estatísticas
brasileiras, com o objetivo de promover a realização dos recenseamentos
Demográficos.
Em 1872, durante o Império realizou a primeira contagem da população
brasileira, mas somente em 1890, já sob a República, que os censos se tornaram
decenais.
Em 29/05/1936 foram regulamentadas as atividades do INE – Instituto
Nacional de Estatística que foi substituído pelo IBGE por ocasião de sua extinção.
Assim, com a missão de retratar o Brasil, o IBGE vem realizando pesquisas
suplementares em periodicidade diferente dos censos decenais.
2.1 - Resultados
O censo 2000 revelou muitas surpresas e nos apresenta indícios de
mudanças de paradigmas na sociedade brasileira e uma taxa de 15,04% ou
11.453.604 desocupados, e mais de 3,8 milhões de desempregados.
As estatísticas da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) revelam que a taxa de atividade, Istoé, percentual de pessoas
economicamente ativas na população de dez anos ou mais estavam participando do
mercado de trabalho como empregado ou buscando emprego. O porcentual da
população masculina é de 69,4% e a população feminina de 44.1%.
20
A participação de crianças e adolescentes e permanência de pessoas com
mais de sessenta anos no mercado de trabalho, se acentua na área rural.
O que diz respeito a população ocupada, por atividade, as de maior
concentração de pessoas foram: agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e a pesca com 17,4%; no comércio, reparação de veículos automotores,
objetos pessoais e domésticos, 17,3%; na indústria de transformação 14,1%.
Com relação ao rendimento mensal da população ocupada na faixa de até um
salário mínimo , corresponde a 24,4% e com mais de 20 salários mínimos, apenas
2,6% e com até dois é um pouco mais que a metade da população ocupada, ou
seja, 51,9%.
Percebem-se, também as diferenças entre as regiões brasileiras, com relação
aos salários das pessoas ocupadas.
Na região nordeste se encontra o maior percentual de pessoas ocupadas com
até um salário mínimo e o menor índice com mais de 20 salários mínimos, ou seja,
1,4%.
A região sudeste ficou com o menor percentual de pessoas ocupadas com
menos de um salário mínimo (15,9%). Na faixa de mais de 20 salários mínimos, os
percentuais mais altos estão nas regiões cento - oeste (3,4%) e sudeste (3,3%).
O IBGE apresenta a evolução da despesa média mensal familiar em salários
mínimos no período de 1987 / 1996.
21
QUADRO II
Distribuição da despesa média mensal familiar (em salários mínimos), por grupos de despesa, segundo as áreas da pesquisa - 1996/1987
Despesa Média Mensal Familiar (em Salários Mínimos)
Grupos de despesa
Desembolso global Alimentação Habitação Vestuário
Áreas da
Pesquisas
1996 1987 1996 1987 1996 1987 1996 1987
TOTAL 12,46 13,40 2,07 2,51 2,55 2,11 0,60 1,28
Belém 10,09 13,26 2,23 2,87 2,08 1,87 0,62 1,41
Fortaleza 8,21 10,64 1,89 2,41 1,56 1,50 0,46 0,99
Recife 8,24 9,28 1,88 2,19 1,74 1,38 0,47 0,93
Salvador 8,83 12,32 1,99 2,65 1,76 1,78 0,52 1,39
Belo Horizonte 13,62 12,49 2,13 2,44 2,48 1,87 0,69 1,26
Rio de Janeiro 10,28 11,22 1,79 2,34 2,33 1,80 0,41 1,01
São Paulo 14,91 15,70 2,30 2,79 3,09 2,60 0,64 1,41
Curitiba 14,56 14,17 2,16 2,18 2,79 2,10 0,81 1,54
Porto Alegre 12,98 12,14 2,07 2,17 2,30 1,71 0,73 1,41
Brasília - DF 16,37 18,44 2,44 2,59 3,42 2,74 0,79 1,80
Goiânia 11,42 16,55 1,45 2,17 2,22 2,40 0,57 1,60
22
QUADRO III
Distribuição da despesa média mensal familiar (em salários mínimos), por grupos de despesa, segundo as áreas da pesquisa - 1996/1987
Despesa Média Mensal Familiar (em Salários Mínimos)
Grupos de despesa
Transporte Higiene e cuidados
pessoais Assistência à
saúde
Áreas da
Pesquisas
1996 1987 1996 1987 1996 1987
TOTAL 1,22 1,48 0,17 0,19 0,81 0,71
Belém 0,93 1,19 0,22 0,31 0,67 0,69
Fortaleza 0,78 1,13 0,18 0,20 0,43 0,49
Recife 0,77 0,94 0,16 0,17 0,61 0,47
Salvador 0,90 1,18 0,18 0,22 0,58 0,51
Belo Horizonte 1,25 1,28 0,18 0,16 0,86 0,69
Rio de Janeiro 1,01 1,21 0,11 0,17 0,70 0,57
São Paulo 1,51 1,84 0,19 0,19 0,98 0,85
Curitiba 1,28 1,38 0,20 0,19 0,97 0,85
Porto Alegre 1,22 1,34 0,18 0,18 0,77 0,72
Brasília - DF 1,71 2,18 0,25 0,29 0,91 0,83
Goiânia 1,12 1,78 0,17 0,20 0,79 1,06
Nota - Em 1987 o valor do piso salarial era de dois mil seiscentos e quarenta cruzados. Em 1996 o salário mínimo era de cento doze reais. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares.
23
QUADRO IV
Distribuição da despesa média mensal familiar (em salários mínimos), por grupos de despesa, segundo as áreas da pesquisa - 1996/1987
Despesa Média Mensal Familiar (em Salários Mínimos)
Grupos de despesa
Educação Recreação e
cultura Fumo
Imposto e contribuições
Áreas da
Pesquisas
1996 1987 1996 1987 1996 198
7 1996 1987
TOTAL 0,43 0,36 0,31 0,43 0,12 0,15 1,26 1,43
Belém 0,44 0,31 0,29 0,56 0,07 0,14 0,93 1,22
Fortaleza 0,38 0,28 0,16 0,30 0,08 0,13 0,58 0,95
Recife 0,35 0,25 0,20 0,27 0,08 0,12 0,62 0,94
Salvador 0,51 0,37 0,23 0,41 0,06 0,10 0,75 1,36
Belo Horizonte 0,45 0,37 0,44 0,41 0,11 0,14 1,42 1,27
Rio de Janeiro 0,33 0,31 0,21 0,36 0,11 0,14 1,22 1,49
São Paulo 0,49 0,42 0,37 0,50 0,16 0,17 1,44 1,54
Curitiba 0,51 0,34 0,47 0,44 0,13 0,13 1,37 1,27
Porto Alegre 0,44 0,29 0,38 0,39 0,14 0,16 1,47 1,14
Brasília - DF 0,38 0,50 0,38 0,56 0,09 0,15 1,95 2,16
Goiânia 0,59 0,44 0,26 0,50 0,06 0,13 0,91 1,74
Nota - Em 1987 o valor do piso salarial era de dois mil seiscentos e quarenta cruzados. Em 1996 o salário mínimo era de cento doze reais. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares.
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QUADRO V
Distribuição da despesa média mensal familiar (em salários mínimos), por grupos de despesa, segundo as áreas da pesquisa - 1996/1987
Despesa Média Mensal Familiar (em Salários Mínimos)
Grupos de despesa
Despesas diversas Aumento do ativo Diminuição do passivo
Áreas da
Pesquisas
1996 1987 1996 1987 1996 1987
TOTAL 0,58 0,69 2,11 1,89 0,23 0,19
Belém 0,47 0,65 0,95 1,89 0,19 0,14
Fortaleza 0,31 0,48 1,20 1,66 0,19 0,14
Recife 0,34 0,40 0,92 1,10 0,11 0,11
Salvador 0,36 0,70 0,87 1,34 0,13 0,31
Belo Horizonte 0,74 0,66 2,60 1,79 0,27 0,15
Rio de Janeiro 0,46 0,56 1,48 1,11 0,10 0,14
São Paulo 0,67 0,75 2,75 2,46 0,32 0,19
Curitiba 0,73 0,80 2,97 2,67 0,16 0,30
Porto Alegre 0,71 0,76 2,25 1,60 0,31 0,28
Brasília - DF 0,91 1,40 2,76 2,85 0,38 0,39
Goiânia 0,49 0,88 2,55 3,30 0,24 0,34
Nota - Em 1987 o valor do piso salarial era de dois mil seiscentos e quarenta cruzados. Em 1996 o salário mínimo era de cento doze reais. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares.
25
Em relação a população idosa, o IBGE estima que em 20 anos, no Brasil,
ultrapassará os 30 milhões, representando 13% da população. Em 2000 a
população de 60 anos ou mais de idade é de 14.536.029 de pessoas contra as
10.722.705 existentes em 1991.
O rendimento médio do idoso responsável pelo domicílio no país cresceu 63%
em 2000 em relação a 1991, passando de R$ 403,00 para R$ 657,00.
Os dados do censo 2000 apresentam também aspectos positivos de
progresso social tais como: queda de 38% na taxa de mortalidade infantil, maior
acesso da população ao ensino, ao saneamento básico e à saúde, entre o censo de
1991 e 2000. Entretanto, não houve melhoria na distribuição de renda, que
permaneceu concentrada no mesmo período.
A má distribuição de renda não impediu a expansão do consumo de bens
duráveis.O censo constatou aumento de 113,4% na instalação de linhas telefônicas
ainda que estejam presentes em 40% dos domicílios; a iluminação elétrica, como
serviço mais disseminado, está presente em quase a totalidade dos domicílios, ou
seja, 93,0%; o automóvel obteve um crescimento de 41,6%, existente em 14,6
milhões de domicílios; o microcomputador, aparece no censo pela primeira vez e, já
ocupa um expressivo índice, encontrado em 10,6% dos domicílios, ultrapassando o
uso de ar-condicionado que está em torno de 7,5%.
Outro ponto importante de mudança é encontrado na inserção dos índios na
sociedade após o movimento indígena. O índio anteriormente era considerado um
ser excluído, e atualmente o vemos lutando por seus direitos e que os mesmos lhes
sejam respeitados.
26
O resultado do censo deixou sem explicação profissionais que estudam o
mercado de trabalho há anos tais como: André Urani, economista, presidente da
ONG Instituto de Estudos de Trabalho e Lauro Ramos, economista do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)..
Segundo a economista Marth Mayer6, os analistas atribuem aos resultados do
censo 2000, que aponta como crescente a posição dos negros em assumirem a cor,
como uma mudança no padrão de identidade.
27
CAPÍTULO 3
MUDANÇAS DE PARADIGMAS NA SOCIEDADE: reação do
mercado de trabalho
São necessárias transformações no
governo, na indústria, na educação. A gerência está em estagnação.
São necessárias transformações para que se saia do estado atual. As
transformações exigidas serão uma mudança de estado, uma
metamorfose, não um mero remendo no atual sistema gerencial. É
claro que devemos resolver problemas e apagar incêndios quando
eles ocorrerem mas estas atividades não mudam o sistema.
Edwards Deming
6 Jornal-O Globo de 14/05/2002
28
Marcondes se refere a mudanças de cenário em Recursos Humanos como
um alerta aos Agentes de mudanças que: ”devem adquirir maiores competências e
habilidades para perceber que não lhes faltam oportunidades de mudar esse cenário
e sim estratégias melhores e inovadoras que assegurem atingir grandes resultados.”
O Brasil, viveu em outubro de 2002 a mais importante quebra de paradigma
ao eleger para a presidência da República, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, ex-
torneiro mecânico, sem curso de nível superior e sem ocupar brilhantes cargos
administrativos na esfera de governo.
Dentre as expectativas das empresas, os setores de recursos humanos
devem sofrer grandes mudanças devido a forte preocupação social do novo
governo. A negociação, persistência e liderança provavelmente farão parte da
qualificação do gerente de recursos humanos.
3.1 - População Indígena Brasileira: em busca da realidade social
Em passado recente, conhecíamos os hábitos e costumes dos indígenas
através do trabalho dos irmãos Villas -Boas e o Projeto Rondon.
A proteção ao índio era exercida pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI)
criado em 1910 e substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em 1967.
Acreditava-se que a integração do índio à sociedade branca seria impossível
dada a adaptação ao seu ambiente. Os índios em contato com os brancos não
resistiriam às doenças pertinentes a essa civilização.
29
Entretanto, após a vitória política do cacique Juruna, grandes avanços sociais
foram conquistados pelos indígenas.
Na década de 1980, o cacique Mário Juruna se torna o primeiro índio a
exercer um mandato na Câmara dos Deputados.
Em matéria publicada no Jornal “O Globo” , veicula a notícia de que mais uma
vez veremos no Congresso Brasileiro a presença do acreano, Antonio Ferreira
Apurinã, indígena, ocupar uma cadeira no Senado, defendendo os direitos a
assistência médica e demarcação de terras indígenas.
Em junho de 1995, uma denúncia ao Ministério Público federal de Mato
Grosso do Sul , a sociedade brasileira tomou conhecimento do uso irregular de mão
de obra indígena em nove destilarias de álcool e açúcar do estado.
A comissão Pastoral da Terra (CPT) declarou que dos trinta e cinco mil índios
que viviam na região, sete mil estavam trabalhando no plantio, na carpa e no corte
de cana com baixos salários, jornada excessiva de trabalho, sem registro em carteira
e em condições precárias de segurança e higiene. Sem entrar no mérito dos
resultados, verificamos a falta de elementos capazes de responder qual a situação
real do trabalho indígena de suas comunidades em outras regiões brasileiras.
O Ministério da Saúde está elaborando o censo indígena, através do SIASI -
Sistema de Informação da Atenção à Saúde, e já computou dados sobre idade,
sexo, etnia, língua e residência. Foram cadastrados mais de 373 mil índios urbanos
ou em processo de reconhecimento pela Fundação Nacional do ìndio (Funai).
30
O conhecimento da população indígena no Brasil poderá nos fornecer
também o quantitativo de índios no mercado de trabalho e levantamento de
produção e renda das suas comunidades.
3.2 - O Trabalhador Rural: trabalho escravo no Brasil
O trabalho escravo no Brasil do século XXI possui características bem
diferentes das existentes no período da escravidão abolida em 1888 pela Lei Áurea.
Ele é constatado a partir das tarefas em condições abaixo dos parâmetros legais
instituídos pela CLT , sobretudo em questões salariais, higiene, alimentação e
saúde, em que são submetidos os trabalhadores rurais.
A mão de obra de trabalhadores analfabetos ou semi-analfabetos e sem
qualificação para realização de tarefas mais complexas, é sem dúvida, um dos
fatores, aliado ao desemprego e a marginalização sem perspectiva de qualidade de
vida, de utilização, que permitem o recrutamento, a baixo custo, de mão de obra
por parte de fazendeiros ou empresários .
O trabalhador rural, vivendo em condições precárias, é a maior vítima dessa
forma degradante de trabalho. As características do escravo moderno são marcadas
pela solidão, o vício na ingestão de bebidas alcoólicas e sem referência familiar.
Normalmente esses trabalhadores são aliciados para trabalho em
desmatamento, na abertura de fronteiras agrícolas, formação de pastos, seringais,
nos garimpos, no cultivo e colheita de capim, de algodão e na agroindústria.
O Ministério do Trabalho vem desenvolvendo através do PNQT ( Plano
Nacional de Qualificação do Trabalhador ), estratégias de educação e qualificação
profissional com o objetivo de abolir definitivamente a escravidão no Brasil,
31
rompendo o elo do endividamento do trabalhador e do aliciamento enganoso nos
focos de recrutamento e nos focos de trabalho degradante.
3.3 - O Trabalhador da Terceira Idade: mudança social
Outro ponto abordado pelo censo 2000 foi o crescimento da população idosa,
que vem revirando os padrões da sociedade brasileira, governo e empresas.
O idoso anteriormente excluído, possui hoje uma enorme participação no
contexto de renda familiar, chegando em muitos casos, ser a única renda.
O crescimento industrial e comercial para atender esse novo mercado tanto
como cliente interno como externo, tornou-se, também, uma preocupação
governamental nas questões de saúde, educação, qualificação e requalificação
profissional de trabalhadores idosos.
Na saúde, o Ministério da Saúde através da Lei 8.842 de 04/01/94, trata da
Política Nacional do Idoso e cria o Conselho Nacional do Idoso com o objetivo de:
• Estabelecer ação integrada com as organizações governamentais e
não governamentais para a operacionalização da Política Nacional do
idoso, visando seu bem estar físico, psíquico e social;
• Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de controle
social do Sistema Único de Saúde;
32
• Apoiar e desenvolver ações de promoção, prevenção e recuperação
da saúde do idoso, com a finalidade de se conseguir um máximo de
vida ativa na comunidade, junto às suas famílias com o maior grau de
autonomia e independência funcional possível;
• Reorganizar a rede de serviços para o atendimento das necessidades
específicas desta faixa etária.
3.4 - PEA – População economicamente ativa: participação do
adolescente e jovem no mercado de trabalho.
A população na faixa etária entre 15-24 anos soma 31,4 milhões de pessoas
no Brasil, representando cerca de 21,6% da população total.
A faixa de idade média de ingresso no mercado de trabalho está em torno de
14-15 anos. Na PEA tem cerca de 79,3 milhões de pessoas (maiores de 10 anos).
A primeira chance de trabalho dessas pessoas sempre foi muito difícil, por
causa da exigência de experiência anterior. Essa dificuldade é agravada quando o
jovem não possui um nível médio de instrução.
As mudanças recentes na dinâmica do mercado de trabalho acentuaram essa
dificuldade, na redução do emprego formal, a mudança do perfil das ocupações e o
crescimento da oferta de jovens no mercado de trabalho.
As alternativas utilizadas são iniciativas das próprias comunidades em
parceria com Organizações Sociais não governamentais, Igrejas, governo e
Empresas com visão social no sentido da produção e renda e busca da cidadania.
33
3.5 - População Negra no Brasil: mudança no padrão de identidade
Em 1989, os cálculos do IBGE indicavam que 44,2% da população brasileira,
ou mais de 65 milhões de pessoas eram “pretos” ou “pardos”. No entanto, nas
esferas de influência e de poder, a presença negra era restrita para não dizer nula.
“As estatísticas sobre concentração de renda no Brasil – a maior do planeta –
não deixam margem de dúvida sobre as diferenças raciais no Brasil: de cada 100
afro-brasileiros que trabalham, cerca de 1/3 vive apenas com até um salário mínimo
por mês. Por outro lado, em cada grupo de 100 “pretos” que trabalham, temos
apenas dois que atingem a privilegiada faixa dos que recebem mais de 10 salários
mínimos por mês”7.
A descoberta da existência da comunidade negra com mais de 200 anos de
existência, oriunda de um dos mais importantes quilombos, em Funchal, no
Maranhão, levou o IBAMA em 1992 desapropriar as terras de Tomás Melo Cruz ,
As terras eram disputadas por outras duas outras comunidades, desde 1974,
que se opõem a posse da Terra de Funchal pela comunidade negra.
Outros movimentos se desenvolveram em diversos pontos do país, na busca
do reconhecimento da sociedade de seus direitos, costumes e cidadania.
A luta dos negros iniciada em 13/05/1978, no largo do Paissandu, no estado
de São Paulo, vem crescendo e constatamos que no censo 2000 surpreendeu aos
estudiosos da matéria o fato de ter aumentado o número de pessoas que
declararam pertencerem a raça negra. O fato levou o governo brasileiro realizar um
censo com seus funcionários, acrescentando na ficha cadastral a raça do servidor.
7 Texto extraído da Home Page 0
34
O efeito da identidade explícita do negro atinge em cheio o comércio e a
indústria voltada para produtos específicos da raça negra, como cosméticos,
vestuário e demais produtos de embelezamento.
3.6 - Novo excluído: sem emprego, com escolaridade
Com matéria veiculada no Jornal “O Globo”8, de igual título, o autor se refere
ao IDH - Índice de Desenvolvimento Humano – estudo organizado por uma equipe
de pesquisadores da Unicamp, da USP e da PUC paulista, sob a coordenação dos
economistas Márcio Pochmann e Ricardo Amorim.
O índice IDH, contido no Atlas de Exclusão Social no Brasil é calculado com
informações do Censo 2000, do IBGE, da ONU e do Ipea. A apresentação do
trabalho foi feita em São Paulo , no dia 22 de janeiro de 2003, pelos pesquisadores,
mostra que a exclusão social afeta 42% dos 5.507 municípios brasileiros e o novo
excluído: os deserdados.
Segundo Pochmann e sua equipe, às formas tradicionais de exclusão, como a
fome, família numerosa em situação de grave pobreza e o analfabetismo, identificou
o novo excluído que são desempregados com boa formação escolar, que vivem na
pobreza por ausência de renda.
8 Jornal “O Globo” de 23/01/2003, página 28, de Adauri Antunes Barbosa
35
Esses novos excluídos são formados por profissionais sem acesso à
informação e a tecnologia, denominados de “apartados e os trabalhadores
“deserdados”.
Acrescentamos os profissionais de alto nível que por ocasião do seu
afastamento do emprego, obtinham renda compatível com seu grau de instrução e
após longo período sem recolocação no mercado de trabalho, se encontram em
estado de pobreza.
Francisco Fausto, presidente do TST, classifica como trabalho exercido
abaixo dos paradigmas legais instituídos na CLT.
3.7 - Gestão pública: Inovações gerenciais
As décadas de 80 e 90 têm sido marcadas como a idade das reformas
administrativas no Brasil e no mundo, principalmente no ocidente, com a adoção de
técnicas de gestão de negócios. Um novo paradigma para a gestão pública em
busca de menos centralização.
A mudança, marca também, o retorno à democracia com descentralização do
Estado Central para as esferas sub-nacionais de governo (Estado e Municípios), a
partir da década de 80.
A atribuição de novas tarefas sem o conhecimento anterior para tal, a crise
econômica mundial, e no Brasil em particular, contribuem para que a administração
venha buscar inovações de gestão com o objetivo de dar conta de suas novas
responsabilidades.
36
A crise verificada na sociedade brasileira provoca transformações no Estado,
tendo como conseqüência, governos, tanto de esquerda, centro – esquerda e perfil
mais conservador, copiam as inovações de gestão, adaptando-as ao seu perfil
ideológico.
A nosso ver, a inovação de gestão é uma estratégia em um mercado
competitivo, a medida em que rompe com o autoritarismo existente no Brasil e
amplia o conceito de democracia.
Entretanto, devido à limitação imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal,
principalmente relativa a gastos com pessoal, os gestores públicos inovaram com a
terceirização através de Entidades Filantrópicas, Entidades Governamentais com
instrumento jurídico privado ou Empresas privadas que se encarregam do
pagamento dos encargos sociais, recrutamento e seleção de pessoal.
Contratação essa que, na maioria dos casos, não se encontra em
conformidade com o art. 2º da Lei 8.666 que institui as normas para licitações e
contratos da Administração Pública. O recurso destinado ao pagamento dessa
despesa é legalmente efetuado com a verba de Outros Serviços de Terceiros,
instituída pela Lei 4.320, a mesma que deveria cobrir despesas de terceiros para
atendimento da missão da empresa, ou seja, no caso da saúde, são pagos os
contratos com os prestadores de serviços de saúde aos pacientes do SUS,
manutenção dos Postos e Hospitais.
No texto extraído do site da UNB (Universidade Federal de Brasília), do curso
voltado a especialização do pessoal de Recursos Humanos no SUS, nos faz
entender o que vem ocorrendo na contratação de pessoal para o serviço público
federal, estadual e municipal.
37
Com o título: “CONTRATAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO SUS
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE)”.
A questão da contratação de pessoal para fazer face às necessidades de
operação rotineira dos serviços e à implementação de novos programas vem se
tornando uma das mais delicadas e desafiadoras para os dirigentes e técnicos do
SUS. Diferentes questões estão envolvidas e articuladas nessa problemática. Têm
destaque, neste particular, as medidas de ordem legal que acompanharam os
processos recentes de reforma administrativa do Estado (por exemplo, a Emenda
Constitucional N.º 19 e suas derivações no que se refere a aspectos tais como a
adoção do regime celetista no setor público) e de controle fiscal (por exemplo, a Lei
de Responsabilidade Fiscal que impõe limites de gasto com pessoal). Outros
aspectos importantes dizem respeito aos esquemas de terceirização por empresas
privadas e cooperativas e de parcerias com entidades não-governamentais.
A problemática da contratação deve ser entendida, neste caso, como
abrangendo todos os quadros de pessoal, não só os internos (pessoal próprio) como
os externos (pessoal de terceiros), que se juntam no esforço interinstitucional de
gestão local do SUS. As variáveis referentes a modalidades de vínculo,
remuneração, encargos sociais, carreiras, etc. tornam-se bem mais variadas e
complexas quando se considera em tal amplitude as questões da gestão de pessoal
no SUS.
É nessa amplitude, e tendo em conta a questão da crescente informalidade e
da precarização do vínculo de trabalho, que tem sido discutido recentemente o "nó
crítico" da contratação de pessoal no SUS pela direção do Ministério da Saúde. O
que se constata, nesse ponto, é que há uma grande lacuna de conhecimento legal e
administrativo por parte de gestores e técnicos, lacuna que precisa ser preenchida
urgentemente, sendo uma tarefa que não pode estar adstrita somente aos setores
38
de recursos humanos das instituições governamentais que compõem o SUS, mas
exige desde já um sério compromisso dos seus dirigentes..9
O texto aborda a problemática e a fragilidade do sistema público em lidar com
as mudanças sociais em curto prazo. O tema vem sendo discutido a partir do 1º
Encontro do Colegiado da Administração Pública (CAP) ocorrido em 24 de julho de
2000, em Florianópolis mas necessita ainda da transparência das informações para
atender às exigências do mercado. O engodo não é mais aceito pela sociedade com
acesso aos meios de comunicação eletrônica.
9 Observatório de Recursos Humanos do NESP/CEAM/UnB
39
CAPÍTULO IV
MERCOSUL : A BUSCA DA QUALIDADE PARA
EXPANSÃO COMERCIAL
Ora, já que o objetivo dos comerciantes é especialmente
voltado ao enriquecimento, a aridez é despertada nos corações
dos cidadãos que se dedicam ao comércio. Daí resulta que tudo
nas cidades será oferecido à venda: a confiança será destruída
e caminhos serão abertos para todos os tipos de fraude: cada
um só trabalhará para seus próprios lucros, desprezando o
bem comum; o cultivo da virtude falhará, já que a honra, o
galardão da virtude, será outorgada a qualquer indivíduo.
Assim, numa tal cidade, a vida cívica será necessariamente
corrompida.
São Tomás de Aquino - 1260
40
Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado oficialmente em 1991, com a
assinatura do Tratado de Assunção, transformando-se no fato histórico mais
importante das últimas décadas.
O Terceiro Congresso de Marketing e Negócios, em Florianópolis em1996,
teve como tema “Os desafios da competência internacional”, dividido em quatro
pontos de destaque: internacionalização de empresas, transferência de tecnologia,
desenvolvimento sustentável e a marca do Cone Sul.
A economia brasileira, aberta e competitiva, cria condições para o mercado se
expandir em mercados externos.
Robério Oliveira Silva, secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior
(Camex), diz que o mercado externo deve ser obrigatoriamente complemento do
interno e que se olharmos para dentro das empresas, veremos como esses números
afetam os empregos.
Os especialistas afirmam que a questão do emprego está subordinada a
questões macroeconômicas.
Citam a necessidade do crescimento do PIB na casa dos 5% ao ano, manutenção
das políticas de controle de inflação, o superávit da balança comercial e aprovação
das reformas previdenciária, fiscal e trabalhista.
Guilherme Velloso, diretor da PMC Amrop, diz que: “Executivos em formação
constante, que estabelecem redes de relações e com foco nos resultados
continuarão em alta”.
41
4.1 – Qualidade e relações de trabalho
Com objetivo de dar aos usuários uma base de dados comum de informação
básica, relacionada aos recursos metodológicos, humanos e tecnológicos entre os
Institutos de estatísticas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, o
IBGE vem trabalhando na integração de conceitos, classificações e conhecimento.
Com o desenvolvimento do projeto, o mercado contará com uma base de dados
comum fundamental para a tomada de decisões no contexto do Mercosul.
O grande problema existente com relação ao mercado de trabalho nos
países-parte, está vinculado a baixa qualidade do emprego, levando ao crescimento
do emprego informal na Região.
Os especialistas apontam como origem, o crescimento da força de trabalho
da região maior que o crescimento do nível do emprego.
Acredita-se que o desafia a ser enfrentado pelas Empresas no período atual,
reside em mudar o perfil e o estilo de desenvolvimento adequando-os ao nível
internacional, assumindo padrões competitivos.
A preocupação das Entidades de classe empresariais é a unificação de
códigos éticos e exercer pressão junto aos órgãos governamentais com a finalidade
de mudanças na coordenação das políticas monetária e fiscal, viabilizando o
desenvolvimento das atividades comerciais do Mercosul.
42
A consolidação do Mercosul poderia significar uma tendência rumo à
integração multidirecional da América do Sul na economia global.
43
CAPÍTULO V
ÉTICA: A GRANDE PREOCUPAÇÃO DA ÚLTIMA
DÉCADA
O consumidor mais avisado pode tornar difícil a ação
administrativa dos vendedores menos preocupados com as
questões de Ética, pode, além disso, comprar daqueles que “a
priori” tentaram, através de suas ofertas no mercado, oferecer
produtos realmente compatíveis com as suas necessidades10.
Vance Packard
10 Packard, Vance. The hidden persuaders. New York, Pocket Books, 1963.p.223
44
Inúmeras são as definições encontradas ara ética, porém citaremos o
suficiente para o desenvolvimento do nosso trabalho.
A palavra ética é de origem grega, ETHOS que significa a morada humana.
A ética não pode ser confundida com a moral.
Encontramos a definição de ética como: Estudo dos juízos de apreciação
referente à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e
do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Para o Prof. Joaquim Clotet (PUC-RS), define a ética “ la ética intenta facilitar
la realización de las personas” e diz que “ la persona es el ser más importante que
existe en el universo. La persona es el ser de mayor valor de todo cuanto nos rodea.
La persona es el protagonista de la cultura y de la historia.”
Moral tem origem no latim “morus” significando os usos e costumes
Segundo Prof. José Roberto Goldim, Moral é o conjunto das normas para o
agir específico ou concreto. A moral está contida nos códigos, que tendem a
regulamentar o agir das pessoas.
Segundo Augusto Comte (1798-1857), “ a Moral consiste em fazer prevalecer
os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas.” Entende-se por instintos
simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.
O pensamento ético moderno está sendo abordado com muita freqüência,
exigindo a reconstrução dos relacionamentos de pessoas e comunidades.
Atualmente a ética significa a busca do bem estar social, considerando que o modo
45
de viver das pessoas muda, muda também os conceitos e o novo paradigma que se
faz da ética moderna.
5.1 – Ética empresarial
Nas empresas, o comportamento ético está mudando o relacionamento
cliente e empresa, devido a utilização da Internet, que além de ser um novo meio de
realizar negócios, muda a velocidade dos acontecimentos, a forma de remuneração
dos funcionários e ambiente de trabalho. Os riscos de quebra de conduta ética são
ainda maiores do que nas empresas tradicionais.
Sob o título Auditores e práticas inadequadas, o escritor afirma que “alguns
clientes procuram comprar os serviços dos auditores não para apontar o que está
errado e sim o que está correto e em conformidade com as normas relativas ao
processo de negócio em que atuam”.11
Cita como exemplo o caso da empresa Enron, em que a destruição dos
papéis de trabalho teve como objetivo beneficiar determinado grupo em detrimento
dos acionistas em geral.
O autor conclui que a corrupção e as fraudes estão relacionadas “a falhas na
auto-regulamentação, em que os profissionais estão mais preocupados com os
lucros vantajosos aceitando qualquer trabalho desde que sua meta de faturamento
seja cumprida.”
11 Jornal O Globo de 19/07/2002 – Lino Martins da Silva- Controlador Geral do Município do RJ
46
Como solução esclarece que é preciso que os auditores pensem sempre na
frase de Michael Comer, para quem “a essência de qualquer fraude bem-sucedida é
que as pessoas honradas não suspeitem: o mal triunfa quando a gente de bem não
atua.”
Constantin Costa Gavras , o polêmico cineasta alemão, em entrevista ao
correspondente em Paris do Jornal O Globo, responde a pergunta se seus filmes
são mais propriamente sobre ética, Gravas diz: “ Sim, a apalavra ética me agrada
mais, é uma palavra grega que faz muito sentido para mim. A diferença entre Pio XII
e João XXIII é também a ética, é a escolha entre os compromissos de poder e a
ética.
Penso que a ética, sobretudo quando se é um líder espiritual, vem em
primeiro lugar.
Os políticos, que são obrigados por princípio a buscar um equilíbrio mais
complexo, por vezes diabólico, podem passar ao largo da ética. Mas os líderes
espirituais, os artistas e intelectuais, estes não, não têm outra escolha que o
caminho da ética.”12
Acrescentaríamos os profissionais de todas as áreas, os gerentes e
Administradores das empresas.
As constantes denúncias de corrupção envolvendo empresas brasileiras,
estão se tornando mais graves do que as ocorridas nas empresas norte americanas,
onde quem determina o sucesso nos negócios são: a sociedade e o mercado, e não
o governo.
47
A responsabilidade das empresas no processo de adotar princípios éticos nos
seus negócios, é fundamental.
A profunda crise mundial é uma crise complexa, multidimensional, abrange
todos os aspectos de nossa vida, a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio
ambiente e das relações sociais, economia, tecnologia e política. Devido a toda essa
complexidade, a Universidade de Harvard (EUA) criou um curso de “Ètica para
executivos” onde propõe que as decisões devem ser baseadas em critérios éticos.
“A postura ética na empresa ajuda a assegurar os negócios no longo prazo”.13
“Liberem a ação política de toda forma de paranóia unitária e totalizante;
façam crescer as ações, pensamentos e desejos por proliferação e não por
subdivisão e hierarquização piramidal”
Michel Foucault.
12 Jornal O Globo de 29/09/2002-Hugo Sukma n- correspondente em Pari 13 Mário Ernesto Humberg-Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Relações Públicas (ABERP)
48
CONCLUSÃO
Este trabalho aborda de forma simplificada a problemática da interação social
em um novo contexto político, social e econômico promovido pela quebra de
paradigmas e a globalização. Ressalta a excelente experiência de diversificação
disciplinar e o constante confronto de questão teórica com a questão prática e a
realidade em que vive a sociedade brasileira.
O impacto de novas tecnologias, especialmente a Internet, a mudança nas
comunicações, a abertura da economia e a mudança acelerada nos negócios e no
comércio e a sociedade mais consciente de seus direitos, impulsionaram as
empresas para inovações gerenciais.
O mercado de trabalho vem sendo influenciado por uma série de
transformações na esfera macroeconômica, como: estabilização da moeda, a
política de abertura comercial e o processo de privatização, o que traz como
conseqüências diretas do nível de emprego da indústria, setor público e setor
financeiro.
Devido à velocidade em que ocorrem as mudanças, será necessário que todo
gestor deva ter cuidado e esteja atento para não obter resultados desastrosos.
Wagner Siqueira, alerta para a o uso de teorias importadas e largamente
utilizadas no país que “beiram o charlatanismo, contribuem para aumentar o atoleiro
do esnobismo e do academicismo e, na prática, só atrapalham a gestão das
organizações.”14
14 Wagner Siqueira é presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro.
49
Dada a importância do tema na reflexão contemporânea, a perplexidade de
estudiosos com o resultado do Censo 2000 acreditamos na necessidade de se
acompanhar mais de perto os resultados da aplicação das teorias desenvolvidas,
das inovações nas formas gerenciais e da capacidade das organizações em
absorverem o impacto das mudanças da sociedade brasileira no mercado interno e
atender às exigências de mercados externos.
50
BIBLIOGRAFIA
Jornal-O Globo de 14/05/2002
Silva, Lino Martins da- Jornal O Globo de 19/09/2002
Jornal do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro-nº 43/2001
Orlickas, Elizanda- Consultoria Interna de RH-SP;Futura,2001
Brandão,Zaia- A crise dos paradigmas e a educação-SP;Cortez,2002
Enciclopédia Mirador Internacional/Vol. 2
Marcílio, Maria Luiza, Ramos, Ernesto Lopes, Ética na virada do milênio, 2ª Edição,
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