A Primeira República (1889 – 1930)

A Proclamação da República em obra de Benedito Calixto, de 1893.

A Proclamação da República e seus determinantes:

O abrupto surgimento do regime republicano no Brasil foi determinado por quatro fatores : - Oposição do Exército ao Império após a Guerra do Paraguai - Reivindicações do movimento republicano através de partidos (PRP), imprensa e de sua própria propaganda militante.

- Oposição de intelectuais (geração de 1870) ao Império inspirados em filosofias científicas e democráticas e visando reformas modernizadoras para o Brasil. - A abolição da escravidão - ao tomar a iniciativa libertar os escravos, o Império perdeu bastante do apoio político que tinha dos poderosos cafeicultores paulistas.

Os detalhes do golpe que inaugurou a República em 15 de novembro de 1889:

- Liderado por jovens militares que recorreram ao velho Deodoro da Fonseca para dar legitimidade ao movimento golpista. - Intelectuais apoiaram prontamente o golpe.

- A Marinha, em boa parte monarquista, não era simpática à República

- Ausência de apoio da população brasileira perante a Proclamação

- Houve pequenas resistências à República em alguns Estados do Norte e Nordeste.

Primeira bandeira do Brasil adotada pelo governo republicano. A semelhança com a dos Estados Unidos já nos indica que a democracia norte-americana foi uma das inspirações para a República brasileira.

A economia brasileira durante a Primeira República:

O Brasil durante a Primeira República manteve o modelo econômico agroexportador vindo do Império e exclusivamente através da mão-de-obra livre.

O principal produto agrícola brasileiro era o café que representava 70 % de nossas exportações

Contudo, outros gêneros agrícolas também eram produzidos por nós tais como o algodão,

O açúcar, principalmente no Nordeste

E o látex para a produção de borracha, extraído principalmente na região Norte, servindo como matéria-prima à crescente indústria automobilística.

Ínfima industrializaçãoO número de indústrias era bastante pequeno por aqui e estas eram em maioria de origens inglesa e alemã. Sua prioridade era a produção de bens de consumo não-duráveis.

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Sede no centro do Rio da canadense Light que

no início do século XX, além de fornecedora de energia

elétrica, ainda era prestadora dos serviços de transporte

público com os bondes, de telefonia e de gás para uso doméstico.

Por outro lado, as poucas indústrias nacionais surgiram em marioria custeadas por cafeicultores brasileiros e principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.Panorâmica da

Fábrica Bangu de Tecidos que surgiu no início do século XX no bairro de Bangu e que

acabou dando origem

ao time de futebolaté hoje existente no

Rio de Janeiro.

Conflitos durante a Primeira República

Alguns conflitos marcaram o período da Primeira República por motivações das mais diversas. Contudo, em maioria tais revoltas e confrontos revelavam disputas entre grupos políticos adversários ou entre governos republicanos e classes populares.

Guerra de Canudos (1896-1897)Este conflito opôs durante anos Antônio Conselheiro e seus seguidores às tropas da República que viam na sua “vida alternativa” um possível foco monarquista. Contudo, de fato eram os canudenses simpáticos à monarquia e contrários à República que viam como um regime profano.Provável registro

De Antônio Conselheiro

já morto pelo Exército

Brasileiro.

Seguidores de Antônio Conselheiro em Canudos

Foto panorâmica do Arraial de Canudos onde viviam Antônio Conselheiro e seus fiéis.

Tropas do Exército brasileiro acampadas em Canudos

Revolta da Vacina (1904) - RJ

Outro conflito importantedeste período da PrimeiraRepública foi a Revolta daVacina que colocou parte da população carioca em em ação nas ruas do Riocontra a imposição por parte do governo da vacinaçãocontra a varíola, doençaque historicamente ceifavavidas por aqui. Os conflitosocorreram em novembro de 1904.

Bonde tombado durante a Revolta em 1904.

As principais motivações para a revolta...

Pode-se dizer que a imposição da vacinação contra a varíola desencadeou o conflito devido :

- Ao autoritarismo da aplicação da vacina - Aos boatos espalhados e que afirmavam ser a vacina feita de sangue de rato- A grupos políticos e religiosos contra a vacina- Fator moral: a aplicação tal como se daria, era vista como uma imoralidade.

Diretor de Saúde Pública responsável pelo projeto de vacinação:

Oswaldo Cruz

Aplicação da vacina na época

A importância da vacinação para o governo: A vacinação contra a varíola

era fundamental para os governos brasileiros porque naquele contexto estávamos ameaçados de termos nosso comércio portuário interrompido devido às constantes epidemias que ocorriam no Rio de Janeiro.

Vale lembrar que na época, a ciência afirmava que a varíola, a tuberculose, entre outras doenças, eram transmitidas pelo ar contaminado então chamado de “miasma”, daí a urgência da vacinação.

Avenidas foram alargadas para que os miasmas não ficassem acumulados e não contaminassem os cidadãos. Exemplo claro disso é a própria Avenida Rio Branco acima fotografada.

Algumas charges que saíram na imprensa da época:

A Revolta da Chibata (1910) - RJ A Revolta da Chibata eclodiu no Rio de Janeiro em 1910 e tinha como seus líderes marinheiros de baixa patente da Marinha brasileira que pretendiam dar fim aos castigos físicos que sofriam até então como punição para suas indisciplinas.

Os marinheiros revoltosos eram em maioria ex-escravos e para alcançar seus objetivos, tomaram um navio no Rio de Janeiro, prometendo bombardear a cidade caso não fossem extintas as chibatadas da Marinha.

O “Almirante Negro” foi o líder da Revolta da Chibata

João Cândido, o “Almirante Negro”

Jornal da época noticiando o “desenrolar” da Revolta

O fim do conflito: sucesso e algumas derrotas...

Ao fim, o governo federal acabou promovendo o fim das chibatadas na Marinha e propôs anistia aos marinheiros. Estes se entregaram, mas acabaram enganados e finalmente presos e degredados para outros Estados longínquos do Brasil.

Jornal do Brasil da época noticiando a proposta de anistia do governo aos marinheiros revoltosos.

Outro jornal noticiando o fim da Revolta dos marinheiros liderados por João Cândido: