As “artes da cor” na Idade MédiaA pintura, o mosaico e a iluminura

Ano Letivo: 2016/2017

Conhecimentos Prévios

Pintura parietal Catacumbas de Roma. Séc. III. d.C.

Catacumbas. Roma. Séc. III. d.C.

• A Sociedade atual é muitas vezes apontada como a sociedade do triunfo da imagem. Porquê?

“A imagem moderna (fotografia, pintura, desenho, retrato etc.) tende a interpretar aspetos parciais da realidade mas não a totalidade (…) não exprime as coisas mas o efeito que têm sobre o sujeito.”

José Mattoso

In (Maciel & Silva Dir.,2009: 12)

Mas não seria a sociedade ocidental medieval também uma sociedade da imagem?

A imagem medieval ao invés de dividir uniu a sociedade do ocidente medieval.

Cristianismo Utilização da Imagem

Representação Ideal

Processo simbólico

Representa-se o modelo como concretização do ideal e como um caminho para a perfeição.

Papa Inocêncio III. Durante o seu pontificado(1198-1216) promoveu reformas para consolidar acentralização o poder eclesiástico.

Cavaleiro armado, com as sete virtudesfornecidas pelo espirito santo. 1255-1265.Tratado sobre as virtudes e vícios. WilliamPeraldus. Biblioteca Britânica.

Carlos Magno. Império Carolíngio.

A antiga tradição cristã considerava uma grande variedade de criaturas como símbolos ou personificações de Cristo e dos evangelistas

O Leão de São Marcos, dos Evangelhos deEchternach (séc. VIII).

Iluminura do Evangelho de São Mateus. Evangelhos de Lindisfarne (séc. IX).

Como surgiram as primeiras manifestações cristãs?A arte das catacumbas:https://www.youtube.com/watch?v=lR0b1GhO9HI

1. Porque construíram os Cristãos as Catacumbas? A religião cristã não estava oficializada e os seus cultos eram secretos, por isso nos finais do século II, os cristãos construíram as catacumbas para enterrar os seus mortos (crença na ressurreição) e para praticar diferentes cultos.

(construções anteriores ao Édito de Milão ano 313 (tolerância e liberdade do culto) e ao Edito deTeodósio ano 391(oficialização do cristianismo).2. Caracteriza os diferentes tipos de sepulturas.Nas catacumbas existiam diferentes sepulcros com diferentes configurações, dependendo doestatuto social, económico e religioso, existiam os loculi (nichos escavados na rocha) e os arcosolia.3. Menciona um dos cultos praticados nas catacumbas.Culto dos Santos e Mártires. 4. Que representações pictóricas (temas das pinturas morais) verificamos nas catacumbas?

Jardim; Bom Pastor, Ressurreição, Crenças Cristãs (origem da celebrações cristãs).

O Culto dos Santos. São Paulo, São Pedro e Jesus Cristo. Catacumbas de Roma. Séc. III.

Figura do “Bom Pastor” (metáfora simbólica). Catacumbas de Priscila. Roma. Séc. III.

Séc. V Séc. VIII Séc. IX

Arte Bizantina: mosaicos e os ícones.

Renascimento Carolíngio: Arte Insular O Livro de Kells (Evangeliário) .

Pintura e iluminura Românica. Séc. XII.

Mosaico Bizantino

Cristo entre dois Anjos e os santos Vitale e Eclesius. Igreja de São Vitale. Ravena. Itália. 540-547. Pormenor do interior. Igreja de

São Vitale. Ravena. Itália. 540-547.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Justiniano

Império Bizantino no século VI

Sistematização: Arte BizantinaTipo de Arte Período Histórico Influências Função Características

Plásticas e Cromáticas

Temas

Mosaico Bizantino - Século VI (Épocade ouro de Justiniano).

- MosaicoRomano;

- Tradição do mosaico das culturas orientais;

- Pintura parietais das catacumbas.

- Decorativa;

- Divulgação da mensagem cristã;

- Instrumento de propaganda do poder imperial.

- Carácter divino e votivo.

- Figuras representadas de frente;

- Superfície planimétrica;

- Sem volume;- Sem perspetiva;- Levitando no

espaço;- Valorização do

carácter simbólico e espiritual (cabeças envoltas no nimbo ou circulo de luz).

- Utilização de tesselas de diferentes tonalidades cromáticas.

- Episódios bíblicos;

- Representações de Cristo (Pantocrator).

- Representação da Virgem com o menino;

- Imagens do Imperador e da Imperatriz e do seu séquito.

Ícones Bizantinos

A Virgem e o Menino entronizadosentre S. Teodoro e S. Jorge, íconedo Monte Sinai. Séc. VI

Ícone Bizantino Cristo Pantocrator. Séc. VI, Península do Sinai no Mosteiro de Santa Catarina. Egipto.

Tipo de Arte Período Histórico Influências Função CaracterísticasPlásticas e Cromáticas

Temas

Ícone Bizantino (arte móvel)

- Século VI até aos finais da Idade Média (círculos da Igreja Ortodoxa).

- Retratos funerários egípcios da época helenística;

- Precedentes dos retábulos que se desenvolverão na Europa Ocidental.

- Caráter divino e votivo (paredes das Igrejas, nas casas como imagens devocionais).

- Pintura a esmalte, ouro ou prata.

- Pintura era executada numa placa de madeira, recoberta por uma fina camada de gesso, sobre a qual se aplicava uma tela de linho, o desenho era realizado a buril e coberto com cores opacas a têmpora ou encaustica.

- Representações de Cristo (Pantocrator).

- Representação da Virgem com o menino;

https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/historia/historia_geral/aulas/o_imperio_de_carlos_magno

Carlos Magno (Incrementa a criação de Mosteiros e da Escola Palatina);

FUSÃO ENTRE A CULTURA LATINA MEDITERRÂNICA E A CULTURA CÉLTICA GERMÂNICA

Influências Muçulmanas (Escola de Toledo)

IMPULSIONAM A DINAMIZAÇÃO CULTURAL ENTRE O ORIENTE E O OCIDENTE

Arte Românica com influencias: arte romana, bizantina e céltico-germânico

Enquadramento Geopolítico da Europa Ocidental e zona mediterrânica século VIII

Pintura Românica

Virgem com o Menino, abside da Igreja de Santa Maria de Tahull. Pirenéus Catalães. Espanha Séc. XII.

Pintura Mural da Abside Cristo Pantocrator. Igreja de Saint Climent de Taül. Lérida. Espanha. de Séc. XII.

Tipo de Arte Período Histórico Função CaracterísticasPlásticas e Cromáticas

Temas

Pintura Românica“arte simbólica”

- A partir do Séc. XI (1050-1200 d.C.)

- “Função pedagógica”: instruir os fieis nas verdades da fé, dos evangelhos e da doutrina cristã;- Decorativa;- Retórica: transmitir a doutrina e o pensamento cristão;- Explanação da doutrina cristã;

- Figuras representadas de frente numa superfície planimétrica;- Espaço abstrato e representado sem perspetiva;- As figuras não têm volume nem tratamento claro escuro;- Conceção plástica privilegia o simbólico e o carácter espiritual do tema representado. - A cor assume um papel muito relevante, onde se desenvolvem programas policromáticos com grande efeito plástico.- Uniformidade plástica e estilística (contactos entre os mosteiros)

Programa iconográfico divino:- Representações de Cristo (Pantocrator): símbolo do poder intemporal de Deus. - Representação da Virgem com o menino;- Episódios bíblicos;- Parábolas dos evangelhos;- Vidas dos santos;Programa iconográfico profano:-vida quotidiana e do Trabalho rural submetidos a ordem e à harmonia criada por Deus;- Invenção, fantasia e imaginação na representação de animais (cultivo do feio, ignóbil, monstruoso).

As iluminurasFunção litúrgica.Valor artístico.

Saltério Westminsteriluminura sobre pergaminho, cerca de 1200, Museu Britânico, Londres.

Virgem e o Menino. Séc. VII. Livro de Kells. Irlanda.

Textos Litúrgicos: bíblias, evangeliários, sacramentários, apocalipses, saltérios, missais, livros de horas, vidas de santos, etc.

Códices: Ilustrados com iluminuras ou miniaturas que completavam o texto (elementos decorativos vários).

Materiais: pergaminho ou pele de vitela.

Scriptorium: “Oficinas da escrita”, onde se produziam as iluminuras e constituiu a arte da cor mais expressiva do período românico. A cópia de manuscritos permitiu a conservação da herança cultural greco-latina.

Trabalho de Grupo• Grupo 1 - Mosaico Bizantino do Imperador Justiniano.

Igreja de São Vitale. Ravena.• Grupo 2 - Ícone Bizantino Cristo Pantocrator. Séc. VI,

Península do Sinai no Mosteiro de Santa Catarina. Egipto.

• Grupo 3 - Pintura Mural da Abside Cristo Pantocrator. Igreja de Saint Climent de Taül. Lérida. Espanha. de Séc. XII.

• Grupo 4 – Fólio com a representação de Maria. O Livro de Kells (Evangeliário). Séc. VIII.

• Grupo 5 – São João Evangelista. Página Iluminada do Evangeliário do Abade Wedricus. Séc. XII.

• Grupo 6 – Apocalipse do Lorvão. Visão do cordeiro e dos quatro seres. Manuscrito séc. XII.

• Grupo 7 – Códice do Livro das Aves. Adão e Eva. Séc. XII.

1. Nome da obra e período cronológico.

2. Localização geográfica.3. Período artístico.4. Temática.5. Caracterização iconográfica, plástica

e pictórica.6. Influências culturais e artísticas.7. Valores simbólicos presentes

(caracterização iconológica). 8. Função da obra de arte.9. Contexto histórico e cultural

(inserção da obra no seu tempo). 10.Outras temáticas comuns

associadas ao mesmo período artístico.

Sistematização FinalArte Bizantina Período

cronológico Influências Função Características Temas

Mosaico *Século VI (Época de ouro de Justiniano).

*Mosaico Romano;*Tradição do mosaico das culturas orientais;*Pintura parietais das catacumbas.

*Decorativa; *Divulgação da mensagem cristã;*Instrumento de propaganda do poder imperial;*Carácter

divino e votivo.

*Figuras representadas de frente;*Superfície planimétrica;*Sem volume e perspetiva;*Valorização do carácter simbólico e espiritual (cabeças envoltas no nimbo ou circulo de luz).

*Episódios bíblicos;*Representações de Cristo (Pantocrator). *Representação da Virgem com o menino;*Imagens do Imperador e da Imperatriz e do seu séquito.

Ícones *Século VI até aos finais da Idade Média (círculos da

*Retratos funerários egípcios da época

*Caráter divino e votivo (paredes das

*Utilização de símbolos do cristianismo;

*Representações de Cristo (Pantocrator). *Representação da

Exercício metacognitivo

Bibliografia • MACIEL, Justino & SILVA, Raquel Henriques da (Dir.) – “Imagem, memória e poder” Visualidade e

representação(Séc. XII – XV)”. In Revista da História de Arte. n.º 7. Instituto de História de Arte. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Lisboa.

• MATTOSO, José (Dir.) & SOUSA, Bernardo Vasconcelos e (2010) – História da Vida Privada em Portugal. Idade Média. Volume 1. Maia: Temas & Debates. Círculos dos Leitores.

• NUNES, Paulo (2013) – História da Cultura e das Artes. Livro do Professor 10.º ano. Lisboa: Raiz Editora.

• SOLAR, David & VILLALBA, Javier (2007) – História da Humanidade na Idade Média. Barcelona: Editorial Oceano.

http://aosabordomomento.blogspot.pt/2010/11/os-mocarabes-portugueses.htmlhttps://dasmittelalterderblog.com/2015/12/28/edle-helden-und-mutige-taten-das-idealbild-des-ritters-und-die-realitaet/https://www.tcd.ie/visitors/book-of-kells/tickets-information/