A experiência do Comitê Estadual de Pernambuco no enfrentamento da mortalidade materna
A MORTE MATERNA TEM NOME, ROSTO E HISTÓRIA. NÃO É …³rio+Mortalidade... · DE PROTOCOLOS...
Transcript of A MORTE MATERNA TEM NOME, ROSTO E HISTÓRIA. NÃO É …³rio+Mortalidade... · DE PROTOCOLOS...
GTDV / GPM / CES
Apresentação em 30/07/2014
GESTAÇÃO E MATERNIDADE
“Gravidez e o parto significam vidas. Vidas da criança, da mãe, do pai, de famílias, da comunidade... Gravidez e parto são naturais e trazem histórias...”
“Morte materna não é natural e é mais do que um dado estatístico, é remetido a toda a sociedade humana.”
A MORTE MATERNA TEM NOME, ROSTO E HISTÓRIA. NÃO É APENAS UM NÚMERO.
Mortalidade Materna
Atualmente, com tantos avanços científicos e tecnológicos nas áreas de saúde materna e perinatal, é inadmissível que o processo de
reprodução leve uma mulher ao óbito.
“Toda morte materna deve ser contada... As mulheres têm o direito de serem reconhecidas como cidadãs perante a lei.”
(art.6 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948)
Violação dos Direitos Humanos
GRANDES violações
Violações
do Cotidiano
Razão de Mortalidade Materna
É o indicador que reflete a qualidade da atenção à saúde da mulher. Valores elevados estão associados à insatisfatória prestação de serviços de saúde a esse grupo, desde o planejamento familiar e assistência pré-natal, até a assistência ao parto e ao puerpério.
Perfil das Mulheres - Cor
Distribuição (%) dos óbitos maternos e nascidos vivos segundo cor da mulher - 2013
Perfil das Mulheres - Escolaridade
Perfil das Mulheres – Idade da mulher
64% moravam em áreas cobertas pela
ESF
Investigação
Informações
Problemas
Intervenções
Prevenção
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS
ÓBITOS – Norteador para a mudança dos processos de
assistência a saúde da mulher
EQUIPES DE SAÚDE – Mudança das
práticas.
PARA REDUZIR A MORTALIDADE MATERNA
Vigilância Epidemiológica dos Óbitos Maternos
É absolutamente indispensável que profissionais e gestores utilizem as informações existentes e tenham conhecimento dos problemas existentes em sua região. Somente desta forma eles podem investir de maneira eficiente em políticas que atendam às necessidades sanitárias de sua população.
VIGILÂNCIA DO ÓBITO
o Sistemas de Informação – dados que ajudam na decisão
o Gestão da assistência – vigilância que leva a ação
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM
S/SUBPAV/SVS/CAS/GTDV
2006 2012
37,5%
87,0%
Em 2012, aumento do % de investigação.
A cada 1000 óbitos de MIF - 25 identificadas como óbitos
maternos.
Em 2006, baixo % de óbitos de MIF investigados.
A cada 1000 óbitos de MIF - 15 identificadas como óbitos
maternos.
Vigilância Epidemiológica dos Óbitos Maternos
Processo de Trabalho da Vigilância Epidemiológica dos Óbitos Maternos
INV
ESTI
GA
ÇÃ
O D
E Ó
BIT
OS
MAT
ERN
OS
HOSPITALAR
AMBULATORIAL
VISITA FAMILIAR
Profissionais da Atenção Básica
PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO
HOSPITALAR
SERVIÇO DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
NVH
DAPS
DVS
COMISSÃO REGIONAL DE MORTALIDADE
Início do Pré-Natal N %
1ºtri 26 43,3
2º tri 12 20,0
Não fez PN 18 30,0
Ignorado 4 6,7
Total 60 100,0
Distribuição dos óbitos maternos por início do pré-natal, residentes MRJ - 2013
* Estão excluídos do total 2 óbitos maternos ocorridos em outros municípios ( São João de Meriti – RJ e Pedro Leopoldo – MG)
34,6 % fizeram 7 ou mais consultas
69,2 % fizeram 4 ou mais consultas
50,0% moravam em áreas cobertas pela ESF
Causas de óbito: Aborto, gravidez ectópica, AIDS, Dç. Do aparelho resp. compl grav, parto e puerp., Dç. Do aparelho digestivo compl. Grav, parto e puerp.
ÓBITOS MATERNOS SEGUNDO CONDIÇÕES DO PRÉ-NATAL
43,3
Distribuição dos óbitos maternos segundo tipo de unidade de pré-natal, residentes no MRJ - 2013
ÓBITOS MATERNOS SEGUNDO CONDIÇÕES DO PRÉ-NATAL
“São cuidados realizados pela própria
gestante, pelo parceiro, a família e os
profissionais de saúde, necessários
para que a gravidez e puerpério
transcorra com segurança.
A atenção básica na gravidez inclui a
prevenção, a promoção da saúde e o
tratamento dos problemas que
ocorrem durante o período
gestacional e após parto.” (MS – 2000)
PRÉ-NATAL
CONCEITO
Coordenação do Cuidado;
Longitudinalidade; Responsabilização; Classificação de risco
em cada consulta;
PRINCÍPIOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
POR ONDE COMEÇAR???
A análise dos óbitos maternos nos apontam como principais fragilidades na atenção ao pré-natal:
1. Classificação de risco e aplicação de protocolos;
2. Regulação;
3. Busca ativa das gestantes.
1. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E APLICAÇÃO DE PROTOCOLOS
OR ONDE COMEÇAR??? 11 óbitos por Toxemia/Eclampsia
2 óbitos inevitáveis
9 óbitos evitáveis
Problemas relacionados com o
óbito: Falta de identificação
dos sinais que indicam toxemia
gravídica – aumento de PA e aumento de
peso; Ausência de busca ativa de gestante faltosas antes do
diagnóstico de hipertensão; Referência
inadequada para a Maternidade de Risco
– meios próprios
CLASSIFICAR O RISCO EM CADA ENCONTRO COM A
GESTANTE
Atentar para:
• Ganho de peso superior a 500g por
semana;
• Pressão arterial com aumento de 30
mmHg na sistólica e 20 mmHg na
diastólica;
4 óbitos por Doenças do Ap. Urinário
4 evitáveis
Problema relacionado com os 4 óbitos: Ausência de controle de ITU
na gravidez
1.CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E APLICAÇÃO DE PROTOCOLOS
Urinocultura na rotina de exames de 1º
trimestre e como controle de cura para
ITU.
APLICAÇÃO DE PROTOCOLO
17 óbitos por Causas Indiretas
12 evitáveis
Problemas relacionados com o óbito: Demora na referência para pré-natal de risco; Inadequação na referência de alto
risco (patologia X local de pré-natal de risco); Não identificação no pré-natal de
cardiopatia prévia; Celulite no glúteo não diagnosticada no pré-natal(?);
2. REGULAÇÃO PARA O ALTO RISCO
A gestante de alto risco deve continuar sendo acompanhada pela UPS mesmo após ser regulada;
Diferenciar situações para o PN de
alto risco das situações de encaminhamento para a emergência e maternidade para interrupção da gestação;
Gestante com ameaça de parto prematuro.
Na presença de TPP com colo modificado, encaminhe a mulher para um hospital de referência.
Erros comuns de encaminhamento no 2º e 3º trimestre de gestação
DHEG - Encaminhamento de gestantes com idade gestacional avançada ( > 34 semanas) com quadro de Pré-eclâmpsia e eclampsia. Paciente com idade gestacional avançada com quadro hipertensivo deverá ser encaminhada à emergência obstétrica, para internação hospitalar, realização de proteinúria de 24 horas, estabilização e, se necessário, interrupção da gestação. Não terá mais nenhum ganho ser for encaminhada ao pre natal de alto risco. Essa paciente deverá ser encaminhada com urgência.
2. REGULAÇÃO PARA O ALTO RISCO
Perda de liquido Amniótico ( Amniorrexe prematura)
•Deve ser encaminhado para EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA
Oligodramnia Moderada Severa
•Deve ser encaminhado para EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA
2.REGULAÇÃO PARA O ALTO RISCO
Erros comuns de encaminhamento
1 óbito por Hipertensão Preexistente
Evitável
Problemas relacionados com o óbito: CMS não realizou busca ativa de gestante (3
meses sem consulta); Demora no referenciamento para a Maternidade de
risco
Pré-natal na atenção hospitalar: tratamento inadequado para hipertensão preexistente
3. BUSCA ATIVA DAS GESTANTES
Visita domiciliar a gestante que faltou a consulta pré-natal é uma ação prioritária;
Realizar visita domiciliar em até
72h após a consulta que a gestante faltou;
Separar e analisar os resultados de exames de gestantes logo que este chegue a unidade; Entrar em contato com o laboratório nos casos de atrasos de exames;
ÓBITOS MATERNOS POR ABORTO
8 óbitos por Aborto
8 evitáveis
6 abortos provocados
3 área coberta pela ESF
3 área não coberta pela ESF
2 ignorados
1 área coberta pela ESF
1 área não coberta pela ESF
Em todos os casos não há informação precisa sobre o acesso ao Planejamento Reprodutivo
DO original: 3 abortos 2 sepse 1 pneumonia 1 dç. Inflamatória do útero 1 transt. Membranas e liquido amniotico
Facilitar o acesso a aquisição de métodos anticoncepcionais reversíveis;
Acolher de maneira diferenciada as mulheres com gestações não desejadas;
Orientar sobre os risco do aborto provocado e os sinais de complicações;
Divulgar e oferecer durante a visita domiciliar o serviço de planejamento reprodutivo;
Divulgar e oferecer a contracepção de emergência.
ÓBITOS MATERNOS POR AIDS
7 óbitos por AIDS
7 evitáveis
4 áreas não cobertas pela ESF
3 não realizaram PN
2 diagnóstico antes da gestação
1 diagnóstico na maternidade
1 realizou PN
Diagnóstico na gestação
Não houve diagnóstico na Santa Casa da Misericórdia
3 áreas cobertas por ESF
1 não realizou PN
Diagnóstico antes da gestação
2 realizaram PN
Diagnóstico antes da gestação
Diagnóstico na gestação
Não foi realizado referência para
pré-natal especializado
Facilitar o acesso a aquisição de métodos
anticoncepcionais reversíveis;
Divulgar e oferecer durante a visita domiciliar o
serviço de planejamento reprodutivo;
Oferecer teste rápido de HIV após a realização do
TIG;
Regular a gestante em tempo hábil após o
fechamento do diagnóstico;
ÓBITOS POR SEPSE NO PUERPÉRIO
1 óbito por Sepse no puerpério
Evitável
Problemas relacionados com o óbito: Infecção intra amniótica não diagnosticada; Ausência de
referenciamento para Maternidade de Risco – neurofibromatose;
Ausência de detecção de outras comorbidades - cardiomegalia
Visita domiciliar na primeira semana;
Acolhimento mãe, pai e bebê, avaliando
algum sinal de risco;
Avaliação clínica obstétrica na consulta
puerperal;
Orientação quanto aos sinais de infecção;
Diante de algum fator de risco para
infecção, encaminhar para a maternidade de
origem;
Até 28ª semana – mensalmente;
Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente;
Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente.
OBS: Não existe alta do PN antes do parto
Iniciar o PN precocemente ( primeiro trimestre) , realizando o preenchimento do SISPRENATAL, do cartão da gestante e do prontuário;
Realizar, no mínimo, seis consultas , com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro, priorizando o seguinte cronograma:
O acompanhamento da mulher no ciclo gravídico-puerperal só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada;
Aplicar o protocolo de assistência ao pré-natal de forma adequada;
Comprometimento da equipe com a saúde da gestante e vigilância permanente dos fatores de risco e agravos;
Inserir a família e estimular a participação do Pai.
Toda mãe tem direito a ter seu filho
Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna - 28 de maio
Toda criança tem direito a ter
sua mãe