A Missão Da Igreja

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE PRESIDENTE PRUDENTE OSVALDO RAFAEL FRUTUOZO DA SILVA A MISSÃO DA IGREJA

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Trabalho apresentado ao Curso Superior de Bacharel em Teologia do Seminário Teológico Batista de Presidente Prudente, como parte dos pré-requisitos para obtenção da média bimestral da disciplina Teologia Sistemática VI.

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SEMINRIO TEOLGICO BATISTA DE PRESIDENTE PRUDENTE

OSVALDO RAFAEL FRUTUOZO DA SILVA

A MISSO DA IGREJA

Presidente PrudenteSetembro de 2014

OSVALDO RAFAEL FRUTUOZO DA SILVA

A MISSO DA IGREJA

Trabalho apresentado ao Curso Superior de Bacharel em Teologia do Seminrio Teolgico Batista de Presidente Prudente, como parte dos pr-requisitos para obteno da mdia bimestral da disciplina Teologia Sistemtica VI. PROFESSOR: PR. WHITSON RIBEIRO DA ROCHA

Presidente PrudenteSetembro de 2014SUMRIO

1 INTRODUO32 A GLRIA DE DEUS COMO MISSO MXIMA DA IGREJA43 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO PARA COM DEUS74 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO INTERNO95 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO EXTERNO126 CONCLUSO14BIBLIOGRAFIA15

1 INTRODUO

Nos Evangelhos vemos Jesus Cristo escolhendo um grupo de 12 homens como seus discpulos (Mateus 10:2-4, Marcos 3:13-19, Lucas 6:12-16), aos quais instrui, a fim de proclamar a mensagem do Seu Evangelho. Em certo ponto de Seu ministrio, ao ouvir a afirmao de Pedro que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo; Jesus diz que edificaria a Sua Igreja sobre esta declarao, e as portas do inferno no prevaleceriam contra ela (Mateus 16:16-19). Entende-se ento que a Igreja estava nos propsitos de Deus, e no decorrer da histria, isto se demonstrou.A Igreja, de fato apareceu no Pentecostes, quando o Esprito Santo foi derramado, o apstolo Pedro se levanta e prega poderosamente, ali trs mil vidas se convertem a Cristo, e passaram a se reunir para adorar a Deus, comiam refeies juntos e repartiam os seus bens buscando suprir a necessidade uns dos outros (Atos 2:42-47). Desde ento a Igreja se expandiu, crescendo numericamente e se espalhando pelas mais diversas tribos, e lnguas, e povos e naes.Como uma comunidade que rene os redimidos por Cristo, a Igreja tem um objetivo a ser cumprido, a este chamamos de misso. Neste trabalho abordo, a misso mxima e ltima da Igreja, bem como trs aspectos relacionados ao cumprimento desta misso.2 A GLRIA DE DEUS COMO MISSO MXIMA DA IGREJA

Quando se pergunta, qual a misso da Igreja, a grande maioria das pessoas responde que a evangelizao ou atividades relacionadas a esta. Alguns creem que a misso da Igreja ser um local onde o sobrenatural acontece, outros afirmam que a misso a promoo do bem estar social. Entretanto a grande incumbncia da Igreja envolve algo muito maior que a evangelizao ou outras das respostas apontadas, a misso mxima, suprema e ltima da Igreja seria aquela pela qual ela existe. Afinal para qual fim a Igreja est neste mundo? Qual o propsito principal de sua existncia?A Igreja foi instituda com o intuito de glorificar a Deus, render-lhe adorao e honra por meio de seus atos. Diversos textos bblicos apontam para esta verdade.Em Efsios 1:3-14 encontramos trs vezes a expresso para o louvor de sua glria, demonstrando que a existncia da Igreja produz glria a Deus. A frente, nos versculos 20 ao 23, dito que Cristo a cabea, e a Igreja o seu corpo.Ainda nesta epstola, o apstolo Paulo escreve: a esse seja glria na igreja e em Cristo Jesus, por todas as geraes, para todo o sempre. Amm. (Efsios 3:21), demonstrando que Deus glorificado na Igreja e em Cristo.Com estas e outras declaraes bblicas, torna-se claro que Deus o Criador e Arquiteto da igreja. Cristo deu a sua vida por ela, seu corpo. O Esprito Santo foi envidado para lhe dar poder para cumprir sua misso de testemunhar de Cristo em toda a parte da terra (Jo 14.16-17; At 1.8) e chamar pecadores para a comunho nesta nova humanidade que ele est edificando, guiando e preservando para a eternidade. (MULHOLLAND, 2004, p.11-12)

Em sua orao sacerdotal, exposta em Joo 17, o Senhor Jesus intercede ao Pai por aqueles que estavam com ele (os discpulos), e tambm por aqueles que pela Palavra de Deus haveriam de crer Nele (a Igreja) (v.20), tendo a glria do Pai e do Filho como ponto principal de toda a orao.Outro texto digno de nota I Corntios 10:31, que diz: Portanto, quer comais quer bebais, ou faais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glria de Deus., demonstrando que todas as atividades dos cristos devem ser realizadas tendo em vista a glria de Deus.O propsito de Deus gira em torno de sua prpria glria e uma vez que somos alcanados por este propsito, nossa vida ganha um sentido mais amplo e bem maior do que as limitadas raias dos nossos anseios. fato que a cristandade tem sua misso comprometida a medida que sucumbe numa espiritualidade frvola, que no consegue contemplar o Sagrado e consequentemente responder em amor a esse fim principal ao qual somos destinados. Uma das maiores ciladas em que camos, o fato de nos apegarmos ao padro de alta performance, do muito fazer com excelncia, como selo de aprovao divina dos nossos atos. Precisamos nos despertar como igreja para a seguinte realidade: a obra missionria no a prioridade da igreja, pois o que prioridade para Deus a sua glria. (COSTA, 2012, p.22, grifo do autor).

Outros textos que reivindicam a glria a Deus so: Salmo 29:1, 115:1; Isaas 43:7; Mateus 5:13-16; Romanos 8:29-30, 11:36; II Corntios 4:6; II Tessalonicenses 2:13-14; Hebreus 12:22-24; I Pedro 2:9-10, 5:10; Apocalipse 4:11. H assim, o testemunho bblico de que promover a glria de Deus a misso primordial da Igreja. a glria de Deus! Este o maior e mais importante motivo para entregarmos nossos filhos obra mundial; para financiarmos a ao missionria transcultural; para intercedermos, empreendermos esforos, lutarmos com todo o nosso ser para que as naes ouam de Jesus: a glria de Deus. Somente olhando para a glria de Deus que entenderemos os mrtires, as lutas, os sacrifcios, as vitrias e os chamados missionrios. Deus tem levantado um povo na terra para erguer-se em Seu Nome, proclamar no mundo o Messias prometido a todas as etnias, revelar-lhes as Escrituras profticas, falar-lhes do Seu mandamento eterno e levar-lhes obedincia por f, e isto em todas as naes, motivados por um desejo profundo, chocante e inenarrvel de Glorificar o Seu Nome! (LIDRIO, 2001, p.68).Mas como a Igreja faz isto? Como ela pode glorificar a Deus? Nas prximas sees aponto trs aspectos pelos quais a Igreja cumpre a sua misso de dar glria a Deus.3 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO PARA COM DEUS

H um aspecto na misso da Igreja, que voltado para Deus, a adorao. A Igreja glorifica a Deus por meio da sua adorao.Na Bblia, textos como Atos 2:42-47; I Corntios 14:26,40; Efsios 5:19-20 e Colossenses 3:16, indicam que ao reunir-se, a igreja primitiva adorava a Deus por meio dos atos do seu culto. [...] Adorao uma reao ativa a Deus, pela qual declaramos sua dignidade. A adorao no passiva, mas sim participativa. Adorao no simplesmente um clima; uma reao. Adorao no apenas uma sensao; uma declarao. (ALLEN; BORROR, 2002, p. 16, grifo do autor).

Durante a celebrao do culto, as pessoas presentes esto na presena de Deus, no importando o lugar onde esto (no mais suntuoso templo, no mais humilde aposento, ou ainda ao ar livre), nem a quantidade de pessoas, se elas se renem em nome de Jesus para adorar a Deus, Ele est presente ali (Mateus 18:20).Ao tratar do assunto da adorao, Jack[footnoteRef:1] (2008, p.44-46) aponta para trs razes bblicas pela qual devemos adorar a Deus: [1: JACK, Chris. Compreendendo o que adorao (Parte 1). In: REDMAN, Matt (Org.). A essncia da adorao: arquivos. Niteri: Tempo de Colheita, 2008.]

a-) Deus merece o nosso louvor (Salmos 98, 100, 104, 111): isto flui em resposta a quem Ele e o que fez por ns, nossa adorao o reconhecimento de sua superioridade em tudo;b-) Deus exige o nosso louvor (xodo 20:1-6, 23:25; Joo 4:22-24; I Pedro 2:9): todo o relacionamento dos homens com Deus pautado na iniciativa Dele e em Suas condies, sendo a adorao um dos requisitos para este relacionamento;c-) Deus nos capacita para o louvor (Romanos 12:1; Efsios 2:18; Hebreus 10:19-22 ): a adorao a Deus s possvel porque Ele nos constituiu adoradores, e se demonstrou como digno de adorao.Mesmo sabendo que na realidade todos os atos de um cristo deve render adorao a Deus e glorific-lo, d-se grande importncia ao culto Deus, por este ser um momento em que o crente dedica tempo exclusivo ao Senhor. Neste aspecto, surgiu ao longo da histria da Igreja diversas tradies litrgicas, com modelos de culto diferentes entre si, umas mais formais outras mais dinmicas. No importa se a dimenso litrgica da dinmica da Igreja acontece de maneira elaborada, como em uma liturgia anglicana ou luterana, ou de maneira simplificada, com uma liturgia que se resume a cnticos, oraes e pregao. O que verdadeiramente importa que verdadeiros adoradores adorem o Pai em esprito e em verdade. (CALDAS, 2007, p. 51).

A despeito da forma do culto, a essncia precisa ser preservada, o culto deve ser dirigido a Deus, Ele que deve ser adorado. H na misso da Igreja o carter interno, que trata da edificao e comunho dos crentes que dela fazem parte.4 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO INTERNO

Para cumprir a sua misso a Igreja tambm deve estar atenta s suas necessidades internas. Os crentes que vo se convertendo e passam a integrar o corpo de Cristo precisam ser discipulados e edificados pela Palavra de Deus.Jesus entendendo esta necessidade, a expressou aos seus discpulos quando lhes deu a Grande Comisso em Mateus 28:19-20, quando diz que era preciso no apenas fazer novos discpulos e batiz-los, mas ensin-los a guardar os Seus ensinamentos.Ao tratar do assunto do discipulado em Efsios 4:11-16, o apstolo Paulo diz que todos os dons e capacitaes dadas por Deus a Sua Igreja tem o objetivo de aperfeioar os santos para a obra do ministrio e para a edificao do Corpo de Cristo, tendo como alvo a unidade, e tornar cada crente parecido com Cristo.H vrios meios pelos quais os membros da igreja devem ser edificados. Um deles a comunho. O Novo Testamento fala de koinonia, literalmente, posse ou gerncia comum de todas as coisas. E, alis, de acordo com Atos 5, os membros da igreja primitiva tinham at suas posses materiais em comum. Paulo fala de um participar das experincias dos outros: "Se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles honrado, com ele todos se regozijam" (ICo 12.26). Enquanto a dor se reduz, a alegria aumenta quando partilhada. Devemos nos incentivar mutuamente e ser solidrios uns com os outros. A igreja tambm edifica seus membros pela instruo ou ensino. Isso faz parte da tarefa mais ampla do discipulado. (ERICKSON, 1997, p.447-448, grifo do autor).

A edificao dos crentes passa portanto por reas como comunho e o ensino (discipulado). A comunho que precisa ser vivenciada na Igreja demonstrada muitas vezes pelas figuras utilizadas na Bblia, como famlia (Glatas 6:10) e corpo (Efsios 4:16; I Corntios 12:12-27; Colossenses 1:24), demonstrando assim a unidade que deve existir entre os crentes em Cristo Jesus. O ensino na Igreja, tem como principal fonte a pregao da Palavra (2 Timteo 4:1-4), o qual visa corrigir, instruir e exortar aqueles que ouvem.A maneira como a igreja considera e prega a Palavra o sentido mais preciso em que podemos identificar sua fidelidade a Deus. A verdadeira igreja honra a Palavra de Deus e a considera sua nica regra de f e prtica. Ela no usa de recursos adicionais, nem substitui a Palavra por tcnicas humanas. Ela se apega Bblia como um todo, considerando o ensino bblico completo, defendendo todas as doutrinas da Escritura. Isso significa que, sempre que as igrejas negam que a Bblia seja infalvel e inerrante, esto falhando em exibir uma das marcas de veracidade. Isso tambm pode ser visto quando doutrinas fundamentais da Palavra de Deus como a Trindade, a divindade de Cristo, a justificao pela f, ou a expiao, so negadas ou distorcidas. E tambm quando a Palavra no ocupa o lugar central que deve ter no culto e na vida da igreja. Sempre que a Palavra cede espao ao subjetivismo, a principal marca de autencidade da igreja est sendo violada. Para sabermos se uma igreja verdadeira, portanto, basta ouvir a sua pregao. (LIMA, 2006, p. 487).

O ministrio interno da Igreja to importante para a execuo da misso, que Deus concede aos crentes dons a fim de se edificarem mutuamente. O Novo Testamento aponta quatro listas de dons: Romanos 12:6-8 (profecia, servio, ensino, encorajamento, contribuio, liderana, misericrdia); I Corntios 12:4-11 (palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, f, curas, realizao de milagres, profecia, discernimento de espritos, variedade de lnguas e interpretao de lnguas); Efsios 4:11 (apstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres); I Pedro 4:11 (oratria e servio). O carter mtuo do uso dos dons muito importante e imprescindvel para que haja edificao de cada membro pertencente ao corpo, tanto que em I Corntios 14:4-5,26, ao discorrer sobre o uso do dom de lnguas, o apstolo Paulo fala da importncia de que todos entendam o que est sendo dito para que haja edificao, da surge a necessidade de interpretao das lnguas, como bem apresentou o apstolo.O Senhor formou sua igreja como um corpo orgnico. Os dons que ele concede no so dados por nossa causa. Sua presena no fundamenta o orgulho, e sua ausncia no justifica a ira. Quando os dons so de muitas formas desvinculados do fruto do Esprito no servio de amor, eles se tomam um barulho vazio, que atrai a ateno para a realizao de nada (l Co 13). A questo principal no a natureza dos dons, mas seu uso na edificao dos santos e na proclamao do evangelho ao mundo. Todos os dons carismticos eram abundantes em Corinto (2Co 12.12), mas sua apresentao no ganhou a aprovao do apstolo, nem levou adiante a obra do Senhor naquela cidade. Paulo teve que repreend-los ao ponto de mostrar-lhes o caminho mais excelente do amor. (CLOWNEY, 2007, p. 224).

Alm do aspecto interno da misso da Igreja, h tambm o aspecto externo, do qual trata a prxima seo. 5 A MISSO DA IGREJA EM SEU MINISTRIO EXTERNO

A misso da Igreja envolve tambm o aspecto externo que aquele voltado para aqueles que so de fora, neste h duas principais aes: a evangelizao e o servio. A evangelizao envolve o cumprimento da Grande Comisso expressa por Jesus Cristo em Mateus 28:19-20: Portanto ide, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, at a consumao dos sculos.Ainda em Mateus, no captulo 24, verso 14, Jesus fala que o evangelho do reino ser pregado a todas as naes, e ento vir o fim.Em Marcos 16:15-16 vemos o mandamento da evangelizao mais uma vez: E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado ser salvo; mas quem no crer ser condenado.Outros textos como Atos 1:8, 11:20-21; Romanos 10:14-15; Apocalipse 14:6 nos remete a necessidade da evangelizao e investimento na ao missionria por parte da Igreja de Cristo.Os Cnones de Dort (1618-1619) afirmam no Captulo II, artigo 5: A promessa do Evangelho que todo aquele que crer no Cristo crucificado no perea mas tenha vida eterna. Esta promessa deve ser anunciada e proclamada sem discriminao a todos os povos e a todos os homens, aos quais Deus em seu bom propsito envia o Evangelho, com a ordem de se arrepender e crer.O evangelho deve portanto ser proclamado a todos sem exceo ou discriminao, e esta uma incumbncia da Igreja, isto dos seus membros. E a evangelizao deve ter em seu contedo to somente o EvangelhoDe todas as facetas da dinmica da Igreja, a mais conhecida a da pregao do evangelho. O cristianismo uma f que j nasce com vocao globalizante (cf. Mt 28:19; Mc 16:15; Lc 24:45; At 1:8). Em Atos relatam-se os primrdios da Igreja. [...] Desde esse tempo, possvel afirmar que a histria do cristianismo a histria da expanso da f crist. Hoje o cristianismo j se faz presente em praticamente todo o planeta. No h a menor dvida de que o anncio proclamado pela Igreja primitiva era absolutamente cristocntrico. Pregava-se a Cristo, e este crucificado (ICo 1:23). Pregava-se a tempo e fora de tempo que Jesus de Nazar morreu na cruz por causa dos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia (ICo 15:3-4). Pregava-se que Jesus o Messias, o Cristo de Deus. Pregava-se que Jesus Cristo o Senhor, para glria de Deus Pai. (CALDAS, 2007, p.60).

A misso da Igreja envolve no apenas em se preocupar com as necessidades espirituais do ser humano, mas tambm as suas necessidades fsicas, ou seja a misso deve ser integral, se atendo a todas as reas da vida. Por isso a ao social tambm deve ser uma das facetas do ministrio externo da misso.Jesus demonstrava a sua preocupao com as necessidades de quem encontrava, curando os enfermos, suprindo alimento para a fome de uma multido que o seguia. Tambm falava da necessidade de agir em favor dos pobres e necessitados (Lucas 6:35-36, 10:25-37; Mateus 25:34-40).Os interesses da justia social devem, portanto, ser sempre mantidos numa relao subordinada ao evangelismo, que o meio utilizado por Deus para restaurar a imagem divina atravs da habitao interior de Cristo (Cl 3.10). Podemos afirmar com propriedade que o alvo da humanidade a perfeio comunitria daqueles que se tornaram um Corpo mediante a ao incorporadora do Esprito Santo (I Co 12.13). O Deus que deu aos pecadores o seu dom mais precioso, o Filho, no pode aprovar a indiferena misria em que um nmero incontvel de pessoas arrasta sua torturada existncia, aguardando sem esperana que o Reino lhes seja oferecido. Por esta razo, Jesus Cristo ordena a seus seguidores que vo ao mundo inteiro e faam discpulos de todas as naes, ensinando-os a obedecerem a todos os mandamentos que lhes deu (Mt 29.19ss). (SHEDD, 1984, p.7).6 CONCLUSO

A misso da Igreja portanto glorificar a Deus, e ela assim o faz quando lhe presta culto, trabalha para a edificao dos crentes, proclama o evangelho aos perdidos e age como um agente de transformao na sociedade. necessrio que haja um equilbrio, pois todas estas facetas da misso so de igual importncia para o seu cumprimento. Igrejas onde uma destas aes so mais priorizadas do que a outra esto falhando em sua misso.Devemos acautelar-nos de quaisquer tentativas de reduzir o propsito da igreja a apenas um desses trs e dizer que um ou outro deve ser nossa preocupao principal. De fato tais tentativas de tornar um desses propsitos o principal sempre resultar em negligncia dos outros dois. (GRUDEM, 1999, p.728).

Conclui-se ento, que existe a necessidade de que as igrejas reexaminem o seu enquadramento quanto a misso, de acordo com o que est expresso na Bblia, e tome as atitudes necessrias para se adequar, desta maneira ela estar cumprindo a vontade de Seu Senhor.BIBLIOGRAFIA

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