A Comunicação na vida e a missão da Igreja no Brasil.

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A Comunicação na vida e a missão da Igreja no Brasil

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A Comunicação na vida e a missão da Igreja

no Brasil

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Uma revolução cultural

• Nosso tempo caracteriza-se pela difusão de processos e instrumentos de comunicação; deles recebemos: informação, distração e entretenimento.

Primeiro areópago do tempo moderno

• O universo da mídia torna a humanidade uma “aldeia global”, cria uma nova visão do homem e da cultura. O advento da sociedade da informação é uma revolução cultural, e a Igreja é chamada a anunciar a mensagem da salvação a esta sociedade.

Capítulo I: Num mundo de mudanças

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Os instrumentos como meio e mensagem

• A mídia é meio e mensagem, traz uma nova cultura, que nasce antes de seus conteúdos.

• Novos modos de se comunicar, com novas linguagens e novas técnicas incidem sobre a maneira de pensar, de agir, sobre os estilos de vida, sobre a consciência pessoal e comunitária.

• Não basta utilizar a mídia para difundir a mensagem cristã, mas é preciso integrar a própria mensagem nesta nova cultura que nasce a partir da comunicação moderna.

Capítulo I: Num mundo de mudanças

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A mídia a serviço do crescimento pessoal e social

• A mídia oferece formidáveis recursos para a pessoa e para a sociedade. Constitui o passaporte de ingresso de todo homem e toda mulher à moderna praça de mercado onde se expressam publicamente os pensamentos, onde se trocam as ideias e onde circulam as notícias.

Fator primário de desenvolvimento social

• A mídia é também fator indispensável para o crescimento da sociedade democrática; pode pôr em evidência a incompetência, a corrupção, os abusos de confiança etc.

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Avaliar atentamente os riscos

• A mídia pode comportar riscos: evasão da realidade, isolamento pessoal, condicionamento destrutivo da vida democrática, política e econômica.

Nasce daí a atitude de vigilância e às vezes de crítica por parte da Igreja.

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Fonte de desenvolvimento e progresso...mas também de discriminação e mercantilização

Se usada corretamente, a mídia constitui um recurso para o desenvolvimento dos povos; pode assinalar novas fronteiras entre zonas de riqueza e áreas de pobreza. A tecnologia e os processos de comunicação estão sempre relacionados com o sistema econômico e comercial. O aumento dos investimentos e dos lucros conduz à criação de grupos monopolizadores, com risco de condicionarem a visão e interpretação da realidade.Também a procura obsessiva de ouvintes favorece o achatamento para baixo e induz a comunicação a se tornar banal e vulgar.

Necessidade de critérios éticos

Quanto mais aumenta a dependência da comunicação ao sistema econômico, tanto mais resulta necessário introduzir critérios éticos.

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Perfis e características da nova cultura

A mídia possui a capacidade de pesar não somente sobre a modalidade, mas também sobre os conteúdos do pensamento. Os meios de comunicação são mais que simples instrumentos: são verdadeiros agentes de uma nova cultura. Todo meio surgido nos últimos tempos tem falado uma linguagem própria.

Transformações antropológicas e sociais

Toda nova linguagem possui inevitável consequência antropológica e social, condiciona a existência, a mentalidade e as relações pessoais. Determina o desenvolvimento das atitudes e de sensibilidades variadas, por exemplo: maior capacidade intuitiva a respeito da analítica-sistêmica, mas também uma organização lógica diferente do discurso do pensamento, do tempo e do espaço. A mídia é portadora de uma nova cultura na medida em que seu modo de funcionamento leva a transformar a relação tradicional com a realidade.

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Um sistema complexo e em contínua mudança

O sistema de mídia se apresenta sempre homogêneo. A mídia tradicional convive junto com a nova. A primeira caracteriza-se pela cultura de massa: cinema, rádio, televisão, jornais. A segunda, pela interatividade multimídia, cujo símbolo é a internet.

Confronto e diálogo com a cultura midiática

A questão central do novo milênio é a inculturação da fé e a evangelização da cultura. É preciso perguntar-se como deve ser remodelado o anúncio do Evangelho e como iniciar um diálogo com os meios de comunicação.

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Proximidade e envolvimento

A nova cultura das mídias exerce influência sempre mais direta sobre as pessoas e suas relações. A quantidade de informações e possibilidades de entretenimento pode ser acompanhada, paradoxalmente, de formas de fragmentação pessoal e social, de uma crise das formas tradicionais de proximidade.

Separação da distância geográfica, cultural e social

Os meios de comunicação podem alargar a busca de relações. Abatem e destroem barreiras, que as circunstâncias de espaço e tempo têm levantado entre os homens.A mídia pode oferecer respostas concretas ao desejo de comunicação e partilha, participação e solidariedade. Tal desejo é uma característicado mundo de hoje. A autenticidade desejada pelo homem moderno vai além de emoções imediatas e do individualismo, ela orienta-se para os outros.

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Conservar a memória e valorizar a tradição

A experiência do fiel assume os fundamentos da fé e do testemunho da tradição; pô-la em discussão conduz ao relativismo e à autonomia moral. Hoje a tentação é dilatar o momento presente, negando espaço e valor ao passado, à tradição e à memória. As novas tecnologias transmitem e inculcam uma série de valores culturais e modos de pensar a respeito das relações sociais, a respeito da família, da religião, da condição humana, cujo fascínio e cuja novidade podem desafiar e esmagar as culturas tradicionais.

Abrir horizontes de sentido com as novas linguagens

• O homem contemporâneo arrisca homogeneizar todos os aspectos da vida. Tudo parece idêntico, as diferenças desaparecem e uma escolha vale a outra.

• É preciso dar espaço a vozes que saibam falar até o fim as linguagens midiáticas, usando palavras inauditas e incômodas ao próprio mundo da mídia, abrindo horizontes de significado que a cultura midiática, por si, não é capaz de entrever e representar.

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Centralidade e responsabilidade da pessoa

Os meios de comunicação tendem a valorizar quem se propõe aos outros em um envolvimento imediato e vivaz. Arrastada pela velocidade da comunicação, a própria humanidade tende a perceber-se como único corpo capaz de solidariedade, mas também submetida a um processo de massificação irresponsável.

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Condições para interagir com a cultura da mídia

Recuperar a dimensão interior e transcendente

São três os aspectos a observar em vista da missão eclesial:

• A perda de interioridade;

• O encontro superficial;

• A substituição da verdade pela opinião.

A identidade se transforma em máscara, no sentido de identidade escondida, oculta. A interioridade arrisca secar, cedendo espaço ao narcisismo. É preciso trabalhar por uma cultura da mídia que se abra à transcendência e promova os autênticos valores espirituais.

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Construir relações autênticas

• Uma segunda tendência a destacar é aquela que tende a privilegiar o contato fácil e superficial. Permanecer na superfície quer dizer renunciar ao verdadeiro conhecimento e ao reconhecimento recíproco. O mundo da comunicação arrisca multiplicar e alimentar um sistema de contatos superficiais e ocasionais. Se de um lado a mídia pode produzir um processo de despersonalização, por outro, pode favorecer o desenvolvimento de relações autênticas.

A busca da verdade além da opinião

• O terceiro cuidado diz respeito à busca da verdade. A busca da verdade é substituída por um percurso ambíguo e instrumentalizador que conduz a uma espécie de “multiplicação da verdade”. Daí sairão visões de mundo e da vida sempre mais ligadas a opiniões e sondagens, relativas em tudo ou decididas a golpes de maiorias.

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A comunicação como ecossistema de relações

• Tendo em vista a construção de uma pastoral da comunicação mais próxima à realidade de todos os fiéis, fica cada vez mais clara a necessidade de se elaborar um referencial que possibilite entender o processo de comunicação mais como um acontecimento centrado na pessoa e nas relações entre os homens, do que como um fenômeno mediado pelas tecnologias.

• É preciso substituir o deslumbramento diante das tecnologias pela reafirmação do ser humano como um ser de comunicação, na comunidade.Tal esforço se dá na comunidade pela comunidade, mediante a integração dos sujeitos e dos grupos sociais em ecossistemas comunicativos abertos e criativos, sejam estes espaços da família, da escola, da paróquia do ambiente de trabalho, ou da própria mídia.

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À procura do rosto de Cristo

“A internet permite o aparecimento de bilhões de telas em todo o mundo. Dessa galáxia de imagens e sons, emergirá o rosto de Cristo? Ouvir-se-á a sua voz? Porque somente quando o seu rosto for visto e a sua voz for ouvida, o mundo conhecerá a boa notícia da nossa redenção. Se não há espaço para o Cristo, não há espaço para o homem”.

Olhar com os olhos da fé para a mídia significa reconhecer não só os seus limites, mas também sua potencialidade. É preciso agir para torná-la um recurso a favor da Igreja.

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A pessoa como ser dialógico relacional

• O ser humano é feito para relacionar-se. A capacidade comunicativa revela a dimensão transcendente da pessoa.

• As coordenadas da existência, o tempo e o espaço, assumem o seu efetivo valor quando se tem em conta a natureza comunicativa do ser humano.

• As comunicações sociais tendem a modificar os parâmetros de identidade do ser humano, mas o espaço e o tempo permanecem irrenunciáveis na relação de encontro com os outros e com Deus.

Capítulo II: O mistério do ser humano e a com. social

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O sujeito da comunicação

A práxis comunicativa tende a enfatizar o nexo, a rede, a conectividade, relegando às margens as realidades subjetivas e pessoais que constituem o coração de toda a relação. A comunicação não pode ser entendida como um mero conjunto de tecnologias e de produtos, mas como um ecossistema de relações, onde toda a ação do cristão se converte numa partilha.

O primado do testemunho

A primeira modalidade da comunicação da fé, mesmo na “aldeia global”, permanece sendo o testemunho. Onde quer que esteja, com qualquer um que se encontre, através da mídia ou na relação interpessoal, o fiel não pode fugir do seu dever de testemunhar a fé.

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Dinamismo de escuta e resposta

Quem quiser tornar-se comunicador dinâmico deve priorizar a escuta, deve estar disponível ao encontro com o sentido da própria existência. A escuta põe a pessoa em relação com a realidade originária de sentido. Quem comunica com autenticidade e plenitude confirma essa relação e responde ao apelo radical: seja você mesmo. Relação e apelo são um dom que se torna dever.

Uma dimensão do Espírito

Criado à imagem de Deus, o homem é chamado a orientar a própria vida em liberdade, dirigindo com responsabilidade o seu caminho. Essa liberdade pode ser usada para uma vida rica de relações, mas também para anular qualquer possibilidade de vida. A comunicação libera o homem e se propõe como recurso para sua realização e para sua felicidade.

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A Revelação como forma de comunicação de Deus com o homem

A História da Salvação narra a comunicação de Deus com o homem. Deus coloca no universo um dinamismo ascendente, institui a possibilidade de um autêntico diálogo entre o criador e a criatura que atinge seu auge na encarnação. Deus realiza aqui um salto comunicativo de qualidade: em seu Filho, Jesus de Nazaré, não dialoga através de um anúncio invisível, sob a tenda de reunião dos sábios ou no tempo da antiga aliança, mas com a presença pessoal do seu Verbo eterno.

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A comunicação única e singular do Verbo

Cristo revela-se como autocomunicação do amor de Deus pelos homens, recapitulando tudo em si para o Pai, rompendo a cadeia de incomunicabilidade humana e orientando-a em direção a um futuro de plena comunhão. O homem Jesus é a comunicação por excelência de Deus para todo o homem; como Filho do Pai, ele é o ícone humano de Deus (cf. Cl 1,15).

O Verbo nos põe em comunhão com o Pai

• Jesus revela de modo exclusivo o Pai e comunica seu rosto misericordioso. O amor do Pai pelo homem torna-se visível e sensível no amor mostrado por Jesus por todos e comunicado a todos.

• A própria pessoa de Jesus é a imagem viva do amor de Deus e do seu desejo de relação com o homem. Revelando-nos a perfeição do amor, Jesus põe-se também como perfeito comunicador.

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Vida trinitária: mistério de comunhão e comunicação

• Cristo revela de modo definitivo e inequívoco o rosto de Deus uno e trino. O Espírito, vínculo e elo de amor entre o Pai e o Filho, torna a comunhão trinitária possível, constituindo-a como lugar da comunicação e da doação recíproca entre as três pessoas divinas.

• Estamos aqui na raiz da origem do sentido da comunicação: e “a fé cristã nos recorda que a união fraterna entre os homens (fim primário de toda a comunicação) encontra a sua fonte e quase um modelo no mistério da eterna comunhão trinitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo, unidos em uma única vida divina”.

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Jesus palavra viva e eficaz

Jesus é o ícone da humanidade e da divindade em diálogo, em comunhão verdadeira.

O sábio uso das linguagens

Quando Jesus faz e fala, manifesta uma profunda coerência: a palavra subtrai o gesto da ambiguidade, de modo especial aquela do prodígio, ao interpretá-lo como sinal do Reino. Jesus se comunica por meio de linguagens e gêneros distintos: fala por parábolas à multidão, mas, como homem de sabedoria, debate e discute perante os doutores da lei, segundo as regras argumentativas do tempo.

Gestos e palavras para anunciar a todos a salvação

Narração e discurso argumentativo ou legislativo eram modalidades para expressar a vontade de Deus. Jesus, privilegiando o modo narrativo, usa parábolas; às vezes recorre às controvérsias e polêmicas, com interlocutores como os fariseus, os doutores da lei e o saduceus.

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O sopro do Espírito e a novidade das linguagens

O Pai comunica ao Filho sua vontade e envia o Espírito Santo para habilitar todo o homem a acolhê-la e pô-la em prática. O Espírito Santo permite não somente “falar outras línguas”, mas consente ainda a escuta: “Cada qual os ouvia falar na própria língua” (At 2,6). A diversidade de línguas não é mais obstáculo à comunicabilidade ao se entrar em relação, porque, no Espírito Santo, advém a unificação em uma só linguagem, a do amor: amordo Pai, manifesto em Cristo morto, ressuscitado e unido com o Espírito, no coração dos homens.

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A Igreja: mistério de comunhão-comunicação

A Igreja nasce do evento comunicativo do Filho Unigênito, o Verbo encarnado, que habita entre os homens e reúne os discípulos por força da escuta da sua palavra e da palavra do Pai, enviando-os como suas testemunhas e anunciadores entre os homens. O nascimento da Igreja é fruto da participação doada à vida de Jesus por obra do Espírito. Tal participação assume um rosto histórico constituído de três elementos fundamentais: a partilha da fé, a celebração eucarística e a vida fraterna.A comunhão, da qual a Igreja vive, atualiza-se mediante processos que implicam um dizer (anúncio) e um fazer (celebrações e relações).

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Capítulo II: O mistério do ser humano e a comunicação social

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A comunhão, princípio e fruto da comunicação

• A comunhão não somente está no princípio da comunicação, mas também é seu resultado. A 1ªCarta de João recorda que o anúncio nasce de uma experiência de comunicação e comunhão, e o seu fim é fazer os ouvintes participarem de idêntica comunhão. Originária do evento comunicativo do Verbo, a Igreja é constituída essencialmente como transmissão daquele evento de comunicação entre os homens nas formas comunicativas da sociedade humana.

A sacramentalidade do mundo, do Cristo e da Igreja

• A sacramentalidade do mundo encontra sua origem na criação. A sacramentalidade fundamental do Cristo faz com que possa ser chamado e descrito como o “sacramento” do encontro do homem com Deus. A autoconsciência da Igreja “como sacramento universal da salvação” não pode deixar de acompanhar todo o momento da comunicação da fé que nela se atualiza e por ela é gerada.

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Uma Igreja guiada pelo Espírito Santo, capaz de comunicar a fé... no dinamismo da escuta e do anúncio

• A Igreja é chamada a pôr-se em “religiosa escuta” da Palavra,reconhecendo-a como dom a partilhar com todos os homens. Na escuta da Palavra e na abertura orante do coração, perpetua-se o prodígio do Pentecostes, que permite à Igreja assumir, sob o estímulo e a direção do Espírito Santo, as linguagens e as atitudes mais idôneas em todos os tempos e situações, para fazer chegar o anúncio do evangelho a todos.

• A evangelização consiste na comunicação dessa Palavra a partir da fragilidade das linguagens do homem. O dinamismo da escuta e do anúncio requer, de um lado, que se faça referência constante à Palavra originária revelada nas Sagradas Escrituras e transmitida na tradição viva da Igreja; do outro, que se conserve uma atenção vigilante e crítica perante as possibilidades e os limites das formas comunicativas próprias das diversas épocas históricas e das linguagens adotadas.

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...na peculiaridade da linguagem litúrgica

A força comunicativa da Palavra de Deus emerge de maneira precípua e singular na celebração litúrgica. É nela que o anúncio ocorre. Não mais apenas expressões verbais, mas realidade. No rito sacramental cristão a polivalência própria do símbolo – coisa e gesto – é complemento da palavra que sempre o acompanha, explicando os seus significados. Os sacramentos realizam aquilo que anunciam verbalmente e se tornam de tal maneira lugares de profunda comunicação entre o mistério de Deus e a experiência humana.

...em ser sinal e instrumento de caridade

O testemunho do amor é o tecido coletivo da comunhão cristã, o reflexo do amor divino. Anunciar, celebrar, servir são as três modalidades constitutivas da comunidade cristã no seu vínculo ao Reino de Deus que se torna presente e, ao mesmo tempo, constitui a meta em direção à qual o homem incessantemente tende.

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A harmonia entre o conteúdo da comunicação e o médium humano

• Como exprimir completamente o “mistério do Reino” com palavras e gestos humanos? Os instrumentos mais simples e imediatos (palavras, gestos dos homens em suas relações) resultarão os mais adequados, ainda mais, talvez, do que os instrumentos mais sofisticados e tecnologicamente avançados.

A comunicação na ótica da graça de Deus

• Existe, por um lado, a convicção de que os resultados da comunicação da fé são sempre e de qualquer maneira obra da graça, mais do que da energia e dos meios humanos. De outro lado, nos sentimos convidados a considerar com espírito crítico as tecnologias e a cultura que as acompanha. Igualmente no campo da comunicação social, aquilo que ao fim conta é a capacidade de refletir a glória de Deus, anunciando-a, testemunhando-a com uma vida de santidade.

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Capítulo II: O mistério do ser humano e a com. social

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A fé como fato cultural

• O desafio consiste em conduzir os fiéis a pensar e viver a fé como fato cultural que empenha a todos no discernimento e na criatividade. A comunicação social se torna processo, conteúdo e rede. É processo porque foi em espaços de intensas e ricas experiências de relação comunicativa e comunitária que Cristo, sua mensagem e os apóstolos motivaram os cristãos ao transmitir amor fraterno.

• Revela-se conteúdo porque abarca o comportamento, as tendências e osestilos de vida contemporâneos. Finalmente converte-se em rede de relações, em virtude das novas e originais ocasiões oferecidas pelos meios de comunicação midiática a uma cultura cristãmente inspirada, para que se difunda e entre em diálogo com outras culturas.

• Desvalorizar, por um lado, a comunicação como experiência de vida que surge da e na comunidade e, por outro, ignorar o mundo das tecnologias, ou subestimar sua capacidade de incidir sobre as consciências, significa privar-se da possibilidade de evangelizar a cultura moderna.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Comunicação e a experiência de vida comunitária

A comunicação como experiência de vida representa o primeiro degrau da compreensão do que sejam as relações de comunicação. De nada valem tecnologias e complexos projetos pastorais de comunicação se não estiverem embasados no propósito de unir as pessoas e de criar oportunidades de expressão, fortalecendo redes de convivência e de ação. A existência da comunidade testemunhando fraternidade é o primeiro conteúdo comunicativo pedido aos cristãos.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Os princípios da retórica e da comunicação humana

Toda época e contexto querem sua linguagem específica. A Igreja sempre teve isso presente ao anunciar a Palavra de Deus. Agostinho aplica à comunicação da fé os princípios da retórica clássica (cf. De doctrina christiana e De catechizandis rudibus) e Gregório Magno recomenda aos pregadores os princípios da comunicação humana como parte essencial de sua obra pastoral, adaptando-se ao caráter e às necessidades das próprias pessoas (cf. Regula pastoralis).Com a invenção da imprensa, a comunicação da fé se encontra diante do desafio de elaborar uma transmissão atenta a uma população sempre mais numerosa e alfabetizada.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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A cultura da comunicação

A Igreja passou a fazer uso de algumas ferramentas e novas possibilidades da mídia, sem dispensar um atento discernimento à cultura gerada pelos instrumentos midiáticos.

Relevância da linguagem artística

No progressivo diferenciar-se das linguagens, não perderam o próprio papel as várias expressões artísticas, que são memória viva que atestam a tradição do povo cristão e sua fé. O Bem-aventurado João Paulo II dirigindo-se aos artistas diz que a arte “é, por sua natureza, uma espécie de apelo ao mistério”.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Comunicação social e conversão pastoral

Para prosseguir a sua missão neste novo contexto cultural, requer-se da Igreja, que existe para evangelizar, uma conversão pastoral. Essa conversão exige que se vá para além de uma pastoral de mera conservação, para uma pastoral decididamente missionária.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Formação e novas competências

Uma formação específica no âmbito da comunicação deve ser pensada pela Igreja. Não basta que essa educação esteja centrada na técnica do fazer midiático. Deve oferecer condições para o exercício de uma comunicação dialógica. Importante ter uma metodologia para ler o contexto social e cultural em que a comunicação se dá como processo, conteúdo e rede. Uma proposta de educação para a comunicação deve estar presente nos percursos de formação dos cristãos, sendo ativada nas famílias, na escola, na paróquia e nas associações leigas. É o que propõe a educomunicação, ao assinalar para a necessidade de que o tema da comunicação seja contemplado como eixo transversal de todo o planejamento pastoral e catequético, imprimindo-se à sua prática um caráter dialógico.A paróquia na era da mídia também obriga-se a redefinir sua fisionomia. Continua a ser a comunidade dos vínculos pessoais, da caridade tangível, dos encontros formativos diretos e dos sacramentos, mas encaminha-se para comunicar também pela internet e suas inúmeras possibilidades de relacionamento e informação.

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Novos recursos para a comunidade

A mídia representa um novo recurso para a formação dos fiéis. Entra nessa lógica a escolha de cada comunidade cristã de dotar-se de um centro de comunicação multimídia, onde se formem agentes da comunicação.

A partir da contemplação do rosto de Deus

A ação pastoral deve adequar-se às exigências ditadas pela nova cultura midiática. A adequação investe todas as dimensões da vida eclesial, sem limitar-se a simples adaptação aos instrumentos. Técnicas comunicativas a aprender e comunicar, mas, sobretudo, inteligência e coração na contemplação do rosto do Pai e do seu Filho, o Verbo feito carne.

Com específica dimensão espiritual

Também neste campo deve-se perseguir o chamado à santidade, em sintonia com o projeto de Deus e guiados pela ação do Espírito Santo. Basta lembrar os santos que se dedicaram ao Senhor com uma atenção especial aos meios de comunicação.

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No espírito da “catequese renovada”

A evangelização constitui a missão fundamental da Igreja em todo o tempo e cultura, e a catequese representa a obra educativa da comunidade. Ao nos interrogar sobre as formas de evangelização, vemos que os instrumentos de comunicação oferecem aos catequistas novos recursos e novos percursos para a educação da fé. Materiais audiovisuais, produções musicais, cinematográficas e televisivas; a multiplicidade de sites religiosos constituem novos e preciosos recursos aos catequistas.

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As atitudes dos catequistas

Adotar uma comunicação dialogante, servir-se dos instrumentos facilitadores da informação são os princípios básicos da comunicação requeridos de um bom catequista. É também impensável fazer catequese renunciando a um discernimento atento tanto do perfil sociopsicológico dos destinatários, assim como do contexto cultural em que estão inseridos.Isso significa estar atento ao cotidiano, à história pessoal de cada interlocutor, incluindo suas experiências com a mídia.Ao comunicador da fé é requerido: saber modular símbolos, parábolas, narrativas, testemunhos que falam de uma fé livre e responsável; saber usar os registros da comunicação: linguagem verbal e não verbal, imagens e sons, obtendo na mídia ilustrações e evocações, propondo novas metáforas da fé, suscitando interesses e emoções.

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Valorização do patrimônio artístico

Uma atenção particular volta-se para a arte. A catequese é uma ocasião para fazer uso do patrimônio cultural, histórico e artístico através de peregrinações com itinerários que atinjam as fontes da espiritualidade e da cultura religiosa.

A beleza como acesso ao mistério

A arte e o local celebrativo podem se tornar possíveis lugares de encontro com o mistério. A arte não somente torna perceptível, mas frequentemente também “fascinante o mundo do espírito, do invisível, de Deus.”

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A liturgia como ação comunicativa

• Liturgia e comunicação possuem muitos aspectos em comum: ambas realizam-se por meio de sinais e ações simbólicas; ambas requerem gestualidade e participação. O ritual litúrgico explicita o diálogo permanente entre Deus e o seu povo: Deus o reúne porque tem algo a comunicar. A liturgia é um evento comunicativo porque nele atualiza-se o diálogo entre Deus e o homem. Na experiência litúrgica, ocorre aquela forma de comunicação da fé que em outro lugar e de outro modo não podia dar-se.

• A forma ritual envolve o homem todo e os seus sentidos. A liturgia não é somente um meio expressivo de conteúdos já elaborados, mas se torna ato revelador e originário de uma comunicação.

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A linguagem celebrativa

• A forma litúrgica não tem como primeiro dever narrar os eventos fundantes ou ilustrar os conteúdos da fé, mas representar aqui e agora a sua força que salva e transforma. A compreensão da liturgia, antes que conceitual, deve ser simbólica. O tempo e o exercício, os sentidos e a matéria, o corpo e o espírito tornam-se componentes essenciais.

• Somente quando é salvaguardada a natureza, feita de comportamentos rituais, ricos de sentido e conteúdo, a celebração introduz a experiência do mistério divino, que é experiência da gratuidade e da liberdade.

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Por uma plena valorização das palavras e dos gestos

• Um ambiente comunicativo adequado favorece a atualização da celebração litúrgica, valoriza os gestos e as palavras, os sinais e os símbolos, as luzes e as sombras, os momentos de silêncio, os cantos e as palavras proclamadas.

• A linguagem simbólica não junta palavra a palavra, sinal a sinal, mas é o local em que se desvela um horizonte mais vasto de percepções. A ação litúrgica tem o objetivo de ampliar a capacidade perceptiva para que o fiel possa aproximar-se de Deus além das coisas e das palavras.

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A linguagem da homilia

A homilia é “parte da própria liturgia”. Sem o respeito à sua natureza ritual, a pregação corre o risco de oscilar entre a consolação e a apologia, transmissão sistemática de conteúdos doutrinais e adequação às modas e tendências linguísticas. “Os fiéis nela recolhem frutos, contanto que seja simples, clara, direta, adaptada, profundamente radicada no ensinamento evangélico e fiel ao magistério da Igreja, animada de um ardor apostólico equilibrado, plena de esperança, nutriente da fé, geradora de paz e de unidade” É preciso respeitar as cinco finalidades da homilia:

1. Guiar os fiéis para compreender e apreciar a Escritura;2. Abrir o seu coração para dar graças;3. Conduzi-los ao ato de fé pelo que diz respeito àquela Palavra que na celebração se faz sacramento;4. Prepará-los a uma frutuosa comunhão;5. Exortá-los a assumir os compromissos de uma vida cristã.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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A santa missa transmitida pela mídia

Muitos momentos da vida litúrgica e da experiência religiosa são hoje objeto de transmissões televisivas e radiofônicas e vêm emitidos através das redes informáticas, com grande utilidade para muitas pessoas. É preciso trabalhar pelo contínuo aperfeiçoamento do conteúdo e das técnicas destas transmissões. É importante a sobriedade das imagens e a pertinência do comentário.Não é possível equiparar a participação direta e real àquela mediada e virtual, por meio dos instrumentos de comunicação. Resulta desviante transmitir celebrações sacramentais gravadas ou de modo repetitivo através da mídia. Menos ainda pode-se pensar que as celebrações sacramentais possam proceder da mídia, como foi conjeturado por alguns para o sacramento da penitência.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Critérios para a difusão das celebrações

A comunidade eclesial donde a missa é transmitida, consciente da situação particular devida à presença de instrumentos midiáticos, empenhar-se-á a tornar a celebração exemplar, também por meio de uma preparação dos fiéis e de um especial senso de entendimento com os técnicos de comunicação. Tendo tais transmissões como público privilegiado, mesmo que não exclusivo, os doentes e idosos, espera-se um envolvimento sempre maior da parte da comunidade que, no contexto paroquial ou das instituições de recuperação, possa criar um contato interpessoal e possivelmente enviar ministros extraordinários para levar a Eucaristia aos doentes.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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A comunicação como serviço e expressão de caridade

A comunicação pode oferecer novos caminhos e possibilitar desenvolvimento ao testemunho da caridade. Enquanto fator de comunhão e partilha, a comunicação deve ser considerada expressão eminente da caridade.

Caminho para a promoção da justiça

A Igreja é consciente do dever de exercer no mundo da mídia uma função profética, denunciando o mal e a injustiça, e encorajando seu uso, sobremaneira para anunciar o bem e o Evangelho vivo e vivido. Testemunhar a verdade última do amor é a melhor comunicação que a Igreja pode realizar. A Igreja conclama os comunicadores a assumir sua responsabilidade e de sua parte se empenha em formar comunicadores.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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A comunicação em alguns âmbitos da vida eclesial

• A propósito da relação entre comunicação e vida da Igreja, é preciso recordar “o direito fundamental ao diálogo e à informação no seio da Igreja, assim como é afirmado na Communio et progressio, e a necessidade de continuar a buscar quais são os modos eficazes para favorecer e proteger este direito, em especial com a utilização responsável dos meios de comunicação”.

A opinião pública eclesial deverá ser fruto de uma prática comunitária e comunicativa, que saiba respeitar “os mais altos modelos de veracidade, afabilidade, sensibilidade aos direitos humanos e outros princípios e normas relevantes”.

• Todos na comunidade eclesial são chamados a exercer o direito originário de expressar livremente as próprias ideias, com atitude construtiva, com franqueza, mas também com a advertência de evitar atitudes e intervenções públicas que possam prejudicar a verdade, a comunicação e a unidade do corpo eclesial.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Em diálogo constante e sincero com os pastores

• É fundamental uma troca sincera de opiniões entre os fiéis e os pastores. No espírito da “obediência diante dos pastores da Igreja, os fiéis têm o direito de manifestar as próprias necessidades, sobretudo espirituais, e os próprios desejos”.

• O diálogo e a troca de opiniões entre pastores e fiéis, na liberdade e na responsabilidade, segundo as indicações do magistério, são expressões importantes do “direito fundamental ao diálogo e à informação no seio da Igreja”.

O serviço da verdade e o discernimento dos pastores

Os meios de comunicação social contribuem de modo relevante à difusão da verdade cristã, mas às vezes podem veicular mensagens e amplificar intervenções que criam confusão e desorientação entre os fiéis. Por isso, todos são chamados a usá-los com grande prudência, principalmente quando se trata de conteúdos essenciais da fé e da moral.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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A perspectiva ecumênica e inter-religiosa

Particular atenção merecem o ecumenismo e o diálogo com outras religiões. “A colaboração ecumênica pode realizar-se em todos os campos da comunicação social: essa já é por si um testemunho oferecido ao mundo. Esta colaboração poderá, ao mesmo tempo, atuar sobre o plano local, regional ou internacional”.

Promover conjuntamente a justiça e a paz

O crescente pluralismo religioso coloca novas questões de relevância, seja pela relação entre as várias crenças, seja pelo testemunho que, conjuntamente, podem dar ao mundo, sob o prisma dos valores religiosos e de sua contribuição ao bem da humanidade. No que diz respeito à paz, à justiça, à dignidade humana, ao valor à vida, à superação da pobreza e, sobretudo, ao primado da dimensão espiritual, as religiões são chamadas a um testemunho e a uma comunicação unânime.

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Capítulo III: A inculturação da fé nos tempos midiáticos

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Educação para a mídia e através da mídia

• O leitor, o telespectador, o ouvinte de rádio, o navegador da internet devem ser considerados os protagonistas da comunicação. Quem usufrui dos produtos midiáticos pode sancionar seu sucesso e seu fracasso.

• Todos devem estar em condições de interagir com o universo da mídia de modo crítico e criativo, adquirindo uma nova competência midiática.

• Todas as instituições educativas: família, escola, paróquia deverão empenhar-se na formação dos protagonistas da comunicação. A Igreja recomenda a educação para a mídia a partir do decreto Inter mirifica, uma vez que o reto uso dos instrumentos de comunicação exige uma preparação teórica e prática adequada e específica.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Educar para a mídia e através da mídia: processo, conteúdo e redes

Para que a comunicação como processo, conteúdo e rede esteja presente na vida do cristão e em toda a ação pastoral da Igreja, torna-se indispensável pensar na urgência de uma ação educativa específica, sistemática, adequada e eficaz no campo da comunicação. Trata-se de um projeto a ser desenvolvido em três âmbitos:

• Educação para o processo comunicativo;• Educação para o exercício da produção de conteúdos evangelizadores;• Educação para a convivência com o mundo da informação, incluindo tanto a relação com a indústria da informação, quanto o uso estratégico dos recursos da informação na ação evangelizadora.

A essa responsabilidade educativa complexa e abrangente não é legítimo subtrair-se; a educação deve ser prevista em toda a ação pastoral, sendo alimentada continuamente, levando em conta o caráter comportamental e existencial de todo o processo comunicativo.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Educar para a mídia e através da mídia: processo, conteúdo e redes

• Deve também ser prevista uma formação que motive os cristãos ao exercício da produção de conteúdos evangelizadores na catequese e no catecumenato, de modo que os próprios cristãos sejam comunicadores da fé.

• A metodologia da educomunicação que vem incentivando crianças, jovens e adultos não profissionais a dominarem recursos da informação, utilizando-os na produção de conteúdos, pode representar uma referência para a ação educativa prevista na pastoral da comunicação.

• O desenvolvimento das tecnologias comunicativas comporta novas competências críticas e exige uma real participação democrática. Torna-se sempre mais urgente formar os públicos receptores e os comunicadores sobre a base de princípios cristãos; em especial as universidades, colégios e escolas católicos deveriam oferecer cursos a vários grupos: sacerdotes, religiosos e religiosas, seminaristas, animadores leigos... de formação em tecnologia, gestão, ética e política da comunicação.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Família e mídia

Do vínculo que a família estabelece com a mídia depende o papel que essa assume na sociedade e a capacidade de incluir seus modelos de pensamento e comportamento. Interessam aos profissionais da mídia as modalidades de consumo midiático das famílias, para melhor dirigir seus apelos publicitários. À família cabe equipar-se culturalmente para saber discernir as mensagens de qualidade daquelas inspiradas pelo consumismo.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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A mídia no prisma cotidiano das famílias As casas tornaram-se sempre mais uma pequena central de mídia. Os pais devem estar preparados a “conviver com a mídia” e a educar seus filhos para que saibam interagir de modo competente, crítico e eticamente responsável. Os meios de comunicação podem exercer uma influência benéfica sobre a vida e os costumes da família, e sobre a educação dos filhos, mas ao mesmo tempo escondem, também, insídias e perigos não irrelevantes, podendo tornar-se veículos de ideologias desagregadoras e de visões deformadas da vida, da família, da religião, da moralidade, desrespeitosas da verdadeira dignidade e do destino do homem.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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De espectadora a protagonista da cultura da mídia

A família é o primeiro lugar onde um indivíduo cresce, forma-se e amadurece sua personalidade. Aí sofre a presença maciça e incisiva da mídia. Cabe aos familiares reapropriarem-se do papel ativo dos usuários, capazes de avaliar criticamente o que chega através da mídia. É preciso favorecer um clima onde seja possível crescer com autonomia de juízos e escolhas.

Atenção às novas gerações

• Tudo isso vale para as crianças e os jovens, ou seja, a quantos se encontram em condição de especial vulnerabilidade por estarem em meio de processos de construção da personalidade e da socialização.

• Todos deverão ser encaminhados para uma formação crítica com relação aos meios de comunicação, resistindo à tentação da passividade acrítica, a pressões exercidas por parte dos seus companheiros e ao desfrute comercial.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Os jovens e as novas tecnologias

Com os jovens é possível recuperar os recursos midiáticos do nosso tempo, enfatizando a rede de internet. No ciberespaço, como em outros lugares, os jovens podem ser chamados a andar contra a corrente, a exercitar a contracultura, correndo o risco de sofrer perseguições pela verdade e pelo bem. É necessário garantir aos mais jovens, na presença de uma vertiginosa aceleração do tempo e de uma ruinosa perda do passado e da memória, a possibilidade de entrar em contato com as próprias raízes, a própria a herança cultural e o senso vivo da tradição.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Escola e comunicação social

Ganham cada vez mais visibilidade as experiências que objetivam:

• Rever os procedimentos educativos mediante a busca de relações dialógicas entre mestres e alunos;

• Promover exercícios de produção midiática, ampliando a competência de professores e alunos;

• Desenvolver metodologias de análise crítica sobre a presença de meios de informação e de seus impactos sobre a sociedade.

A mídia constitui uma espécie de “escola paralela” bem mais persuasiva e sedutora que as formas tradicionais de distribuição de informação praticadas pela educação formal tradicional. Espera-se das escolas católicas que ofereçam a sua contribuição particular para uma aproximação adequada às inovações tecnológicas. O novo contexto midiático interpela o perfil dos docentes e dos educadores em sentido amplo.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Novos dinamismos nas trocas geracionais

É certo que não se educa somente com a escola, mas muito menos sem ela. É sua tarefa favorecer o desenvolvimento pessoal e da sociedade em todas suas dimensões, através de uma ação atenta de comunicação intelectual e uma troca entre as gerações, que permita partilhar o patrimônio da tradição e da cultura.

No contexto social e político do país

O compromisso da comunidade eclesial no setor da comunicação não permite esquecer o fato de que “a participação pública no processo decisório relativo à política das comunicações... deve proporcionar uma participação organizada, sistemática e autenticamente representativa, não desviada em favor de grupos particulares”.Entra na missão da Igreja a contribuição à definição de uma política sadia das comunicações sociais.

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Em diálogo com os responsáveis da mídia

A Igreja põe-se em constante busca de diálogo com os responsáveis da mídia, aprofundando aspectos culturais, sociais e políticos. Será, assim, possível elaborar propostas significativas para remover obstáculos ao progresso humano e à proclamação do Evangelho. O Bem-aventurado João Paulo II convidou os católicos a participar da elaboração de um código deontológico feito para todos aqueles que trabalham com a comunicação social, deixando-se guiar pelos critérios:

• Respeito à dignidade da pessoa humana;

• Estima das diversas culturas;

• Busca do bem comum.

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Saber valorizar as novas tecnologias

A internet pode se tornar extraordinário meio de comunicação e de progresso cultural da sociedade. Pode ser um lugar de encontro, e também de verdadeira e adequada elaboração da cultura católica, voltada sobretudo para a paz, para a solidariedade e o diálogo.

Comunicação da fé e opinião pública

A mídia dá acesso direto à informação e suprime a distância de espaço e tempo. Transforma a maneira de perceber as coisas: a realidade cede espaço àquilo que desta vem mostrado. A repetição contínua de informações selecionadas se torna fator determinante para criar uma opinião considerada pública. A Igreja percebe a urgência de dotar-se da própria mídia, e da necessidade de reforçar e precisar a modalidade de intervenção no interior dos meios de comunicação.Os temas referentes à fé e às questões morais necessitam de um procedimento lógico e argumentativo, que requer tempo e atenção, condições que raramente a mídia garante.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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Valores religiosos e legitimação social na mídia

Temas, problemas e reivindicações midiatizados vêm sendo percebidos pela opinião pública com prioridade: aqueles que estão ausentes do sistema midiático, ao contrário, são marginalizados e tornam-se insignificantes.Daí a necessidade de inverter certa espiral do silêncio, às vezes praticada pela mídia, relativa à experiência de fé, à grande tradição cristã e aos próprios valores humanos fundamentais, como o respeito à vida, à natureza, à família fundada sobre o matrimônio, à solidariedade entre os povos. Àqueles que intervêm na mídia é necessário formação e competência, para evitar que ofereçam mensagens pouco claras .

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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O primado da questão ética

A dimensão ética da comunicação

Os instrumentos midiáticos são sempre mais sofisticados, mas também submetidos a pressões econômicas e políticas. A questão ética se faz presente. Veladamente existem novas e pesadas formas de alienação, que podem conduzir à reificação, à redução da pessoa a coisa, o objeto, a mercadoria. A ética erige-se como saída para a humanização de processos destinados a provocar consequências fortemente negativas, no plano pessoal, relacional e social.

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A responsabilidade dos profissionais

• Os profissionais da mídia podem servir-se do seu poder para personalizar indevidamente a comunicação, substituindo-se à mensagem. Tal procedimento pode determinar certa dependência do usuário, cuja autonomia de julgamento e de escolha pode ser comprometida.

• As boas intenções não garantem por si só uma boa informação; as notícias hão de ser fornecidas com competência profissional, com respeito pleno e profundo à verdade.

• A consciência moral, individual ou social vem sendo, hoje, submetida, por conta da influência invasiva dos múltiplos instrumentos da comunicação, a um perigo gravíssimo e mortal: o da confusão entre o bem e o mal.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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A centralidade da pessoa e o bem comum

Dupla perspectiva deve guiar a ética da comunicação: aquela relativa à centralidade da pessoa, entendida seja como sujeito que comunica, seja como fruidora; e aquela do bem comum. Nesse sentido, “grande e grave é a responsabilidade dos profissionais da mídia, chamados a empenhar-se para que as mensagens transmitidas com tanta eficácia contribuam para a cultura da vida.De nenhum modo o recurso ambíguo ao respeito das liberdades individuais pode justificar a substancial ausência de consciência ética e de intervenção protetora e fiscalizadora da parte das autoridades públicas.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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A verdade como horizonte

Comunicar de modo honesto significa servir à verdade do homem e ao seu destino pessoal e social. A legítima liberdade nas comunicações sociais não poderá jamais dissociar-se da referência à verdade. A liberdade de fato só existe pela verdade e apenas a verdade torna livre. Isso comporta o dever de não deformar os fatos, de recusar consensos ou de manipulá-los segundo interesses particulares ou de grupos de poder econômico ou político a quem se atende; de não adequar a mídia a fins ideológicos, de não fazer apelo aos instintos e emoções para impor estilos de vida distorcidos.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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A justiça como objetivo permanente

A difusão e o desenvolvimento dos meios de comunicação parecem encurtar pouco a pouco a distância entre os homens e a comunidade, mas desencadeiam novos processos de injustiça social e cultural. Reafirma-se que o único horizonte aceitável é aquele do bem comum, de maneira que a posse e o acesso aos bens culturais promovidos através da mídia não possam senão inspirar o valor humano da justiça.As tecnologias da comunicação e da informação, com a formação para seu uso, constituem uma das condições para “romper as barreiras e os monopólios que deixam tantos povos à margem do desenvolvimento” e podem contribuir para assegurar a todos, indivíduos e nações, as condições de base que permitem participar do desenvolvimento.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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A responsabilidade perante a criação

Inaceitável será a adoção de tecnologias que possam ter efeitos negativos sobre o ambiente e sobre a saúde. A consciência crente é chamada a vigiar para que não se verifique uma selvagem proliferação de tecnologias que transformem a criação em mera realidade instrumental, esquecendo a sua origem e a sua finalidade.

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Capítulo IV: A mídia e a urgência educativa

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As comunicações sociais na pastoral da Igreja

• A comunicação social é uma componente essencial da nova evangelização. Em toda a ação da Igreja requer-se uma maior atenção ao uso sábio e original da mídia, no quadro de uma pastoral orgânica das comunicações sociais.

• Para enfrentar os problemas da fé na sociedade dominada pela mídia, não basta melhorar os instrumentos ou fiar-se às novas tecnologias; é indispensável entender os desafios culturais lançados à sociedade e à Igreja a partir do novo horizonte comunicativo.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Tornar mais incisiva a ação da Igreja

• Deve-se prever uma orientação educacional para a comunicação propositiva e crítica em relação aos processos comunicacionais e à mídia, atenta à evolução das suas linguagens. Todo o projeto pastoral deve ter em conta os vínculos entre linguagem da fé, novas linguagens midiáticas e novas formas de relacionamento.

• A Igreja é chamada a agir no cerne da cultura da comunicação. Constitui verdadeiro desafio para a evangelização, a catequese e a formação, o novo contexto fragmentado, pluralístico, multirreligioso e multiético no qual a comunidade cristã está inserida.

• Todos devem se familiarizar com os instrumentos midiáticos e com as novas mídias. Para saber interpelar a cultura midiática, a Igreja deve promover nas dioceses e paróquias, assim como nos centros de educação e cultura, um diálogo com a cultura da mídia, esforçando-se em conhecer as novas linguagens midiáticas.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Com o envolvimento de toda a comunidade eclesial

Tal perspectiva de compromisso comporta a redefinição do perfil da ação pastoral. Deverão ser envolvidas a comunidade eclesial e a responsabilidade dos seus pastores. Não se trata tanto de inventar coisas novas, mas sim de recomeçar com novo vigor ações que se encontram sem força, sem voz, em meio aos confrontos da nova cultura. O nó do problema reside no elo entre cultura e os meios de comunicação: “a própria evangelização da cultura moderna depende, em ampla parte, da sua influência. É necessário integrar a mensagem nesta nova cultura criada a partir da comunicação moderna”. Trata-se de uma missão que orienta a comunidade a redefinir o vínculo entre a cultura e a comunicação de conformidade com a pastoral. Se a Igreja deve comunicar sua mensagem deve fazê-lo, antes de tudo, na cultura e pela cultura da nova mídia.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Discernimento cultural e criatividade pastoral

O horizonte traçado pelo binômio comunicação e cultura é vasto e complexo, ao ponto de exigir de todos os membros da comunidade cristã novas atitudes e capacidades originais de discernimento. Deverá inspirar novos percursos pastorais, a ponto de manifestar a Igreja como luz das pessoas e verdadeira via de salvação para a humanidade desorientada. A pastoral tradicional e habitual necessita de forte impulso de criatividade, que a induza a empreender com coragem os percursos da cultura e da comunicação. O bem-aventurado João Paulo II lembrou que não é tempo da simples conservação, mas também da missão. No novo impulso missionário, podem estar envolvidas pessoas de fé e motivadas, cujas competências nesse âmbito poderão ser adequadamente valorizadas.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Um plano pastoral das comunicações sociais

O primeiro passo de uma conversão pastoral consiste em definir um plano pastoral para as comunicações sociais. Uma estrutura para uma pastoral inteira e integralmente repensada a partir daquilo que a cultura midiática é e determina nas consciências e na sociedade. As comunicações sociais têm um papel a desempenhar em todos os aspectos da missão da Igreja. Não devemos nos contentar em ter um plano de pastoral para a comunicação, mas é necessário que a comunicação seja integrante de todo o plano pastoral, porque tem contribuições a dar a todo apostolado, ministério ou programa.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Um plano integrado à situação pastoral

A ideia a desenvolver é a de um plano “integrado” para as comunicações sociais, a partir do qual se deve efetivar uma programação pastoral não limitada apenas ao setor diocesano para a comunicação social ou à mídia, mas apto a envolver todas as dimensões pastorais.

Principais objetivos do plano pastoral

O objetivo principal do plano de pastoral é a mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade. Indicamos algumas dimensões que merecem atenção especial:

• Optar pelo exemplo comunicativo de Cristo – conjugar a experiência de fé com uma prática comunicativa dialógica. A comunicação passa a ser eixo transversal de todo o planejamento pastoral, envolvendo todas as áreas de atuação da Igreja;

• Conjugar fé e cultura - conjugar a nova experiência de fé com a nova cultura midiática;

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Principais objetivos do plano pastoral

• Entender e falar as novas linguagens midiáticas – fazer com que aqueles que possuem responsabilidade na Igreja estejam aptos a entender, interpretar e falar a “nova linguagem da mídia”;

• Integrar a mídia com a pastoral – a mídia seja utilizada para favorecer informações, mas também para desenvolver o crescimento e a maturação da fé;

• Formar os agentes de pastorais – desenvolver o senso crítico;

• Formar os catequistas como educomunicadores – desenvolver nos catequistas e nos agentes de pastorais encarregados dos catecúmenos a habilidade necessária para: a) entender o mundo da comunicação; b) renovar métodos da catequese; d) ampliar a capacidade dos catequizandos em usar as novas tecnologias da informação e da mídia para a difusão da fé;

• Favorecer a busca da verdade – formar comunicadores não mais isolados, tampouco agentes pastorais dispersos, para um impulso decidido num plano integrado das comunicações, na consciência de que comunicar-se é uma dimensão imprescindível de toda a atividade ou projeto pastoral;

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Principais objetivos do plano pastoral

• Compartilhar recursos e criar sinergia – compartilhar os recursos favorecendo uma sábia sinergia entre as numerosas iniciativas midiáticas;

• Participar do progresso dos povos – favorecer uma compreensão do significado da nova era da mídia e do seu impacto sobre o desenvolvimento dos povos e das culturas;

• Investir recursos humanos e econômicos – garantir recursos humanos e econômicos necessários ao pleno desenvolvimento dos projetos, promovendo a formação qualificada dos comunicadores, inclusive dos presbíteros, e fazendo crescer uma cultura empresarial sadia, capaz de oferecer eficiência e perfis econômicos adequados na gestão da mídia.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

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Nível diocesano

Em todas as dioceses todos os sujeitos e organismos pastorais deverão participar da definição dos objetivos a médio e longo prazos sobre as vertentes da formação das mudanças necessárias a introduzir na pastoral habitual, das sinergias entre as mídias, de uma renovada capacidade de comunicar da Igreja, internamente e com o mundo.

A diocese e a coordenação da estrutura comunicacional

Para realizar o plano de pastoral e atingir os objetivos prefixados, é decisivo o papel da pastoral diocesana de comunicação social. Para esse fim, vale a atuação das linhas fixadas pelo bispo. Em muitas dioceses, a pastoral da comunicação atua há anos com proveito. Urgente e inadiável é ativá-la o mais rápido possível onde não existe e torná-la articulada e ativa onde existe.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da mídia

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Um amplo espectro operacional

O setor diocesano deve promover e coordenar: a verificação e a projeção da pastoral das comunicações; as iniciativas de formação; a sinergia entre as mídias; a celebração do Dia mundial das comunicações sociais, o uso inteligente e competente das mídias e das novas tecnologias. Toda a diocese deverá avaliar o estado dos instrumentos midiáticos e elaborar um projeto para o seu desenvolvimento ou atualização e sua integração sinérgica. O desenvolvimento da sinergia entre as várias mídias e, especialmente, entre a imprensa, a televisão, o rádio e a internet constitui objetivo fundamental a perseguir de modo gradual e orgânico, seja através da estrutura da Igreja, seja através da ação pessoal.

O Dia mundial das comunicações sociais

O Dia mundial das comunicações sociais deve ser celebrado, e constitui o encontro de toda a comunidade eclesiástica para promover a consciência da importância das comunicações e para apoiar as iniciativas tomadas pela Igreja em matéria de comunicação. Deve-se evitar que a lembrança desse dia se reduza ao momento litúrgico, a mera menção na homilia e na oração dos fiéis.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

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No quadro de uma pastoral orgânica e integrada

Para o desenvolvimento e atuação de uma pastoral das comunicações sociais, o papel da paróquia é primário e decisivo. É nela que concretamente se percebe a influência da cultura midiática e que é possível uma primeira, basilar e inovadora aproximação pastoral a tal cultura. Citemos alguns aspectos a serem repensados à luz da cultura midiática.

A dimensão catequética

A catequese não pode prescindir das capacidades receptivas das pessoas, determinadas pela idade, pela cultura e em consequência do universo na qual estão imersas. Os catequistas devem ter em conta as potencialidades da mídia para tornar a proposta mais interessante e imediata.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

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O âmbito celebrativo e litúrgicoA celebração litúrgica se vale de múltiplos códigos comunicativos. É a forma mais completa e envolvente da relação com Deus e da comunhão entre os homens. O melhor conhecimento das linguagens - verbais, gestuais, cinéticas, iconográficas, cenográficas e coreográficas – não pode senão favorecer o clima de oração e uma participação mais intensa na celebração. O patrimônio da música, arte, arquitetura, próprio da tradição litúrgica consolidada pela Igreja, pode encontrar no confronto com a moderna sensibilidade midiática impulsos úteis para a obra de inculturação que acompanha a renovação litúrgica.

Caridade da comunicação e comunicação da caridadeNão poderá faltar uma ampla revisão da dimensão caritativa. A comunicação da fé e da experiência concreta do amor de Deus constitui o primeiro ato e o mais eficaz de caridade em favor dos irmãos. Da caridade da comunicação é obviamente parte integrante a comunicação da caridade, isto é, da experiência de serviço, da solidariedade, do voluntariado, do enfrentamento dos problemas e das esperanças da vida. É necessário comunicar sempre melhor o quanto a comunidade eclesial exerce no campo da caridade e da gratuidade, conscientes de que o testemunho nesse campo constitui fator determinante para a credibilidade da mensagem evangélica e da Igreja.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da mídia

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Atenção difusa a todas as formas comunicativas

A cultura da mídia requer que a ação pastoral seja repensada na sua inteireza e não apenas em alguns aspectos exteriores: das linguagens da catequese às celebrações litúrgicas, do modo como a comunidade paroquial vem sendo informada das atividades até a organização dos painéis e murais, da disposição dos manifestos à realização do boletim paroquial, do recurso aos instrumentos audiovisuais ao vínculo com a mídia leiga e eclesiástica, nacional e local e, finalmente, o uso das novas tecnologias. Merecem especial atenção as associações que trabalham no setor de educação para a mídia, favorecendo o contato entre os vários agentes da comunicação e da cultura.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Valorizar as novas tecnologias

Os jovens, de maneira especial, podem dar uma contribuição preciosa à utilização pastoral das novas tecnologias. Se usado de modo dinâmico e constantemente atualizado, o site da paróquia pode revelar-se um instrumento precioso para a evangelização, o conhecimento das atividades da paróquia, o crescimento da comunicação e da comunhão na própria comunidade.

Repensar e reatualizar a função dos meios católicos

É Importante a presença das várias mídias católicas e o vínculo que elas tem com a comunidade paroquial. Não menos importante é a colaboração que a paróquia pode dar, qual observatório privilegiado, à própria mídia católica.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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Centro de comunicação

Entre as estruturas de uma comunidade paroquial, sugere-se a criação de um centro de comunicação que ocupe lugar de relevo. Esse centro de comunicação deve ser incrementado pela comunidade, investindo em algum material de comunicação. É importante que a comunidade tenha consciência do valor e da necessidade de investir na aquisição e manutenção do material de comunicação, necessário ao funcionamento do centro.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

mídia

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A formação à comunicação social

Todo o agente pastoral deverá ser dotado de competência comunicativa adequada. Nada é fruto de improvisação ou de iniciativas fora de lugar. É necessária uma formação orgânica prolongada. A preparação dos presbíteros, religiosos e religiosas, dos catequistas e educadores exige um programa sistemático, sedes equipadas e docentes qualificados. Nos seminários, institutos teológicos e institutos superiores de ciência religiosa, deve-se estabelecer um programa de formação para a comunicação social de tipo teórico e prático. O curso de comunicação não pode ser circunscrito a um curso isolado.

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Importância dos centros acadêmicos especializados

Uma vez considerado o quanto as comunicações sociais incidem na vida das pessoas, é indispensável a presença de católicos profissionalmente qualificados, capazes de unir competências específicas a uma autêntica inspiração cristã. A par do ensino acadêmico e com a sua colaboração, poderão estudar-se outras fórmulas, adaptadas à formação de agentes não estritamente profissionais.

A peculiar contribuição dos religiosos

No âmbito das comunicações sociais, encontram-se em ação, há muito tempo e com carismas específicos, alguns institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica.O que foi realizado com mérito e espírito profético no passado requer um constante compromisso de renovação e de integração, que deve chamar a atenção e o respaldo da comunidade eclesial, no quadro de uma projeção orgânica. As iniciativas tomadas no campo das mídias pelos religiosos exigem um alto grau de responsabilidade e um forte sentido de comunhão eclesial, a fim de que sejam sempre fonte de crescimento na fé e instrumento de promoção de uma autêntica cultura católica.

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Contribuição específica na formação Da sociedade e dos institutos religiosos voltados para o apostolado das comunicações sociais, espera-se que cooperem com as outras iniciativas eclesiásticas com atitude de colaboração e de comunhão. Os consagrados têm a obrigação de colaborar para a específica formação cristã no setor da mídia.Aos institutos que dirigem universidades e centros acadêmicos requer-se, além disso, um compromisso específico com o aprofundamento científico e por um trabalho de pesquisa no que tange à comunicação social.

As associações e os movimentos católicos As associações leigas contribuem para a prática da vida cristã, segundo os objetivos fixados nos respectivos estatutos. Recorrem à comunicação social de vários modos: noticiários internos, publicações, sites na internet. Algumas possuem editoras próprias. É importante que o seu empenho atue no contexto de comunhão eclesiástica, em colaboração com a realidade institucional da Igreja. As associações podem contribuir de modo relevante à formação dos usuários da comunicação midiática, apurando as capacidades críticas e o senso de cidadania na cultura da mídia.

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Capítulo V: A solicitude pastoral da Igreja no tempo da

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A figura do agente pastoral da comunicação e da cultura

Cultura e comunicação abrem novos horizontes para a ação pastoral. Resulta urgente identificar novos colaboradores no âmbito da cultura e da comunicação, que amparem os agentes já amplamente reconhecidos da catequese, da animação litúrgica e das demais pastorais.

Perfil do agente da comunicação e da cultura

Os agentes da comunicação e da cultura poderão ser pessoas entre tantas que, a diversos títulos, já atuam nesses âmbitos específicos. Mas poderá revelar-se disponível também aquele que se encontra inserido em outros âmbitos pastorais. Em alguns âmbitos, trabalham pessoas inspiradas por fortes motivações religiosas que oferecem vigoroso testemunho pessoal, mas sem aquele elo e aquele reconhecimento úteis para conferir maior vigor à própria missão da Igreja.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Descobrir dons e carismas, sobretudo entre os jovens

Em uma pastoral concebida como ação em todas as áreas, e não somente entre os muros eclesiásticos, podem inserir-se muitas pessoas, que, por compromissos profissionais ou outros motivos, não podem atuar na paróquia, mas de boa vontade dariam seu contributo se o compromisso fosse ligado às próprias competências com flexibilidade.Dons e carismas arriscam permanecer inutilizados pela escassa atenção prestada a setores da cultura e da comunicação. Os jovens são, hoje, aqueles que reúnem competências informáticas, musicais, midiáticas, artísticas, socioculturais.

Atitudes e competências diversificadas

A cultura e a comunicação são vias-mestras para o diálogo entre a Igreja e o mundo, diálogo de múltiplas oportunidades. Podem atuar diversas pessoas, quer pelo perfil pastoral, quer pela competência. Pode-se confiar a elas o encargo de coordenar e promover a pastoral da cultura e da comunicação no âmbito eclesial.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Por livre iniciativa

As pessoas atuem com base em sua própria competência e sensibilidade. Um compromisso pode desenvolver-se internamente à comunidade eclesial, ou em âmbitos contíguos e não necessariamente ligados a um projeto pastoral específico. Pode-se falar de agentes, mas o seu perfil não deriva da inserção na estrutura pastoral, e sim de um exercício autônomo de responsabilidade laica.

Com aqueles que atuam nos vários âmbitos civis

Há uma terceira espécie de sujeitos, constituídos por aqueles que atuam internamente em âmbitos e setores profissionais onde a Igreja está pouco presente ou de tudo ausente. A sua exigência é viver e testemunhar a fé, sobretudo nos contextos profissionais. Quem atua com esse perfil deve ser considerado, de algum modo, um agente. Nos âmbitos da cultura e da comunicação, onde muitos lamentam seu isolamento e a falta de um projeto mais amplo, suscetível de ultrapassar a paróquia e a clássica pastoral.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Incidir sobre a vida social: compromisso específico dos leigos

O perfil do agente é tipicamente secular, isto é, de cristão que, por meio da inserção no mundo, atua com plena consciência e em sintonia com a comunidade eclesial.

Saber trabalhar em equipe e com projetos

Impossível imaginar um agente isolado e dotado de todas as competências necessárias. Uma das qualidades indispensáveis é saber trabalhar em equipe e em rede. Aliás, toda a ação pastoral, na perspectiva da comunicação e da cultura, será significativa se souber construir uma trama de relações eclesiais e sociais vasta, articulada e qualificada. A perspectiva mais realista parece ser a de formar grupos de animadores que trabalhem conjuntamente, perseguindo projetos específicos, também em nível setorial, vicarial, diocesano ou regional, quando forem de difícil realização nas paróquias isoladas.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Percursos para uma formação específica

Multiplicidade dos percursos formativos

Já recordamos como a formação constitui a condição necessária para que o novo perfil do agente cresça e se afirme. O importante é entender a natureza eclesial e os fins culturais da nova figura do agente, mesmo quando trabalha em âmbitos aparentemente longínquos.

Contínuo aprofundamento teológico-pastoral

Na origem de muitas incertezas pastorais, encontra-se a ausência de uma reflexão apropriada sobre o vínculo entre comunicação, cultura e evangelização. O vínculo tornar-se-á mais bem definido também por meio de experimentações. Experiências deverão também ser consideradas objeto de aprofundamentos. Nesse sentido, espera-se a contribuição dos centros de formação específica.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Promotor e construtor do diálogo

Os âmbitos da ação podem ser múltiplos e diversificados. Antes de tudo a promoção da comunicação dentro da comunidade cristã, e entre a comunidade cristã e a sociedade civil. A comunicação possui padrões de qualidade que não podem ser ignorados, sob pena de perder a força da própria mensagem, mesmo quando os conteúdos são válidos. A contribuição dos agentes da comunicação e da cultura deverá fazer sentir-se no conselho pastoral e em todos os outros organismos ou comissões com funções de programação pastoral.

Capazes de confronto crítico

O anúncio do Evangelho põe hoje a Igreja diante de situações culturais e sociais inéditas, que exigem uma renovada capacidade de diálogo e confronto crítico. Os agentes oferecem a toda a comunidade impulsos e ocasiões para interpretar os fenômenos do nosso tempo, oferecendo chaves de leitura e educando o senso crítico. No processo de globalização e massificação, que caracteriza o terceiro milênio, a Igreja pode tornar-se fundamental marco de referência, sendo pela sua natureza, realidade universal e, ao mesmo tempo, comunidade particular.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Experimentar novos caminhos de evangelização

O agente poderá acompanhar a comunidade eclesial também na experiência de novos percursos de evangelização. Número crescente de pessoas dialoga e cria formas de comunicação através de novos canais telemáticos. É uma realidade rica de potencial, que pode tornar-se para a Igreja uma nova fronteira de evangelização.

Os difusores das mídias católicas

Pelo seu empenho louvável não podem ser esquecidos os “difusores da imprensa católica”; que desempenham ainda um papel decisivo em muitas realidade locais, em outras, foram ignorados e se dispersaram. Constituem, entretanto, um patrimônio a recuperar e a revalorizar. A difusão porta a porta e o contato interpessoal permanecem de extraordinária importância para a divulgação das mídias católicas.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Acolhida e desenvolvimento das mídias católicas

É urgente superar certa indiferença em relação às mídias católicas que, infelizmente, é registrada entre os fiéis e até entre os próprios presbíteros. A promoção e a organização de encontros e debates, da animação de círculos culturais, a sinalização de acontecimentos e de fatos diocesanos, regionais ou nacionais podem comportar enriquecimento para a comunidade.

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Capítulo VI: Novos protagonistas para a missão da Igreja

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Projetar a pastoral com a mídia

Significa:

• Conhecer o impacto dos meios de comunicação social em todas as dimensões da vida humana;

• Conhecer as linguagens e os agendamentos temáticos da mídia;

• Utilizar os meios de comunicação social para falar de Deus ao homem contemporâneo com atento discernimento;

• Assumir uma atitude crítica e educativa em relação à mídia, que por vezes degrada e banaliza valores e aspectos vitais das relações humanas.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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A mídia e a realidade social do país

• A ausência de controle e de vigilância não é garantia de liberdade. O uso indiscriminado dos instrumentos de comunicação pode ter efeitos devastadores na consciência das pessoas e na vida social. É necessário que a sociedade civil se organize e participe na criação de regras claras e justas em garantia do pluralismo da liberdade de participação e do respeito dos usuários.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Vigilância e responsabilidade

O interesse da Igreja pela mídia não nasce, fundamentalmente, da busca de espaços para a comunicação religiosa, mas da responsabilidade perante meios tão poderosos que podem determinar os modelos de pensamento e estilos de vida.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Juízo crítico e discernimento

• Diante da mídia a comunidade eclesial deve exercer sua função profética com o objetivo de salvaguardar a dignidade do homem, perseguir o bem comum, proteger os mais frágeis e garantir o princípio da justiça.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Atenção aos programas e à produção de caráter religioso

• As produções e programas religiosos, a informação fornecida pela mídia sobre aspectos da fé e da vida eclesial devem ser acompanhados pela Igreja. É necessário investir na formação de produtores, diretores etc., para que os temas religiosos sejam tratados com competência.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Contribuição dos profissionais católicos...

• Os profissionais católicos, inspirados na mensagem evangélica, podem dar preciosas contribuições à difusão dos valores religiosos e cristãos.

...e dos especialistas em debate público

• Os católicos especialistas nos vários âmbitos do saber podem dar uma grande contribuição nos debates públicos.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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A presença de clérigos e religiosos na mídia

• É uma presença qualificada, deve ser incentivada. Todavia, “ninguém possui o direito de falar em nome da Igreja se não estiver investido de tal poder. Não pode haver confusão entre o ensinamento da Igreja e as opiniões pessoais”.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Critérios essenciais aos quais ater-se:

• Os critérios estão descritos CDC.

Iniciativas pastorais para os agentes da mídia

• A Igreja deve dedicar uma atenção particular aos profissionais da comunicação.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Dia mundial das comunicações sociais

• O Dia mundial das comunicações sociais deve ser uma oportunidade de encontro, reflexão e celebração com os agentes, estudiosos e profissionais do mundo da comunicação.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Um patrimônio a consolidar e a desenvolver

• É direito e dever da Igreja inserir-se ativamente nos processos da comunicação social, para lembrar os valores humanos fundamentais e anunciar o Evangelho. A Igreja já está presente, de longa data, de forma autônoma, no panorama das mídias.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

A Comunicação na vida e a missão da Igreja no Brasil

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Esse patrimônio é constituído por:

• Imprensa;

• A riqueza das edições católicas;

• As redes de televisão (meio mais difuso e poderoso);

• O rádio;

• Cinema, vídeo;

• A música;

• Arte sacra;

• Novas tecnologias.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Uma etapa e renovado compromisso

• Tanto empenho e tanta atividade não são extemporâneos, mas fazem parte de uma pastoral capaz de incentivar a cultura midiática. É desejável que as mídias católicas atinjam rapidamente uma rede de sinergias, em nível local e nacional, de produção e compartilhamento de conteúdos, de troca de experiências de gestão e de sustentabilidade para elevar a qualidade e baixar os custos.

Capítulo VII: A presença da Igreja no mundo da mídia

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Responsabilidade de todos

• A Igreja no Brasil é chamada a aprofundar o conhecimento do fenômeno da comunicação em seus vários aspectos, pesquisando e avaliando as mudanças culturais para uma ação apropriada às exigências da nossa época.

Liderança do bispo

• Ao bispo cabe promover, com a comunidade, o fluxo da comunicação, seja na ação pastoral, nas relações com a mídia, na formulação de políticas e ações voltadas para um exercício comunicativo que não abdique dos valores éticos, humanos e cristãos.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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O papel dos presbíteros

• Todo presbítero tenha uma formação que lhe possibilite adquirir habilidades humanas e técnicas capazes de torná-lo apto a ser um proficiente anunciador da Palavra de Deus, fazendo uso das linguagens tecnológicas existentes. É necessário que o presbítero tenha formação específica nos meios de comunicação social.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Colaboração e coordenação com as pessoas consagradas

• As pessoas consagradas devem prestar serviço especial no envolvimento dos agentes de pastoral, animando-os e motivando-os para o trabalho cotidiano da comunicação na Igreja. Para tanto, as congregações religiosas, individualmente ou através das conferências que as unem e articulam, devem impulsionar a formação das religiosas e religiosos, a fim de que estejam munidos de conhecimentos específicos do universo da comunicação e das mídias.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Responsabilidades peculiares dos leigos

• É fundamental que a Igreja propicie aos leigos oportunidades de formação continuada no campo da comunicação social em todos os seus aspectos.

O papel dos agentes pastorais

• Os agentes de pastoral são os animadores das práticas de comunicação, são também os responsáveis por alargar na comunidade as possibilidades de anunciar a Boa Nova com os meios de comunicação. Devem ser promotores de processos comunicacionais que favoreçam as relações interpessoais e em grupos de forma sadia e geradora de relacionamento.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Formação: uma preocupação reiterada da Igreja

• A insistência da Igreja, através de seus documentos, é sinal de reiterada preocupação quanto à formação em comunicação. O presente estudo entende que a formação em comunicação deve ser assumida como prioridade nos planos da Igreja no Brasil.

Locais e estruturas formativos

• Os setores de comunicação em âmbito nacional, regional ou diocesano devem assumir o compromisso de oferecer formação em comunicação social através de parcerias com instituições de ensino e pesquisa na área da comunicação.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Organismos e estruturas eclesiais

Para que a comunicação na Igreja ganhe fisionomia renovada, é preciso, além de pessoas formadas, a constituição de estruturas capazes de operacionalizar as políticas comunicacionais. Essas estruturas devem estar presentes em nível nacional, regional, diocesano e paroquial, promovendo entre os agentes de pastoral da comunicação:

• ações integradas de comunicação;

• a coordenação e animação;

• a formação;

• o planejamento de ações de comunicação;

• a execução e avaliação de projetos.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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A Pascom como gestora da comunicação no espaço eclesial

A principal função da Pascom é a gestão de processos comunicativos nos vários âmbitos da estrutura da Igreja, na promoção do conjunto de ações acima descritas.

Assessoria de imprensa

O setor de comunicação social deve implantar nas dioceses a assessoria de imprensa, gerindo com competência as relações com a mídia. É tarefa do setor preparar e conduzir as entrevistas do bispo e preparar clipes de informações e notícias divulgadas pela mídia, mantendo-se informado e colocando à disposição dos responsáveis pela comunicação na Igreja.

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e leigos

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Sensibilização e animação

• É fundamental que exista um animador para a comunicação, com a função de motivar as dioceses e as pastorais a perceber que as relações sociais são profundamente marcadas por estratégias de comunicação.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Sinergia e colaboração entre as mídias

• A Igreja no Brasil possui um conjunto de veículos de comunicação empenhados no anúncio do Evangelho e na promoção do bem comum. É fundamental que o setor de comunicação acompanhe e coordene, a partir de uma estratégia comum, as mídias católicas presentes na Igreja, promovendo toda a sinergia possível com esses meios. Para que esses instrumentos sejam de fato eficazes, é imprescindível que exista uma unidade de intenções e estreita colaboração.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Presença nas mídias não católicas

• Além das mídias católicas, existe um conglomerado de meios de comunicação com os quais a Igreja se relaciona. É fundamental que os setores de comunicação social da Igreja criem e cultivem relações com as corporações midiáticas, a fim de garantir visibilidade e reconhecimento na trama dos discursos sociais que vinculam a todos aos sistemas de informação.

Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

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Capítulo VIII: Bispos, presbíteros, diáconos, religiosos

e leigos

Equipe de reflexão

• É imprescindível a existência de uma equipe de reflexão capaz de fornecer pareceres e propor políticas e ações concernentes ao universo da comunicação ao bispo responsável pela Comissão Episcopal de Pastoral para a Comunicação.

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O capítulo IX, excetuando os nn. 182, 188 e 189 que fazem referência explícita à Pastoral da Comunicação, descreve como se faz um planejamento, com estratégias, objetivos fixados num plano (longo prazo), com programas (médio prazo) e com projetos e metas (curto prazo), servindo para qualquer pastoral.

Capítulo IX: Planejamento da Pastoral da Comunicação

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• O n. 182 trata da necessidade de fixar o campo da ação pretendida no âmbito da comunicação (cultural, organizacional, comunitário, midiático, educativo, educomunicacional, catequético, celebrativo).

• Os n. 188 e 189 fazem referência à Instrução Pastoral Aetatis Novae (1992), onde o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais sugere que cada Conferência episcopal, diocese ou paróquia tenha um plano pastoral completo de comunicação. A Aetatis Novae propõe mudança de foco, sugerindo que a ótica da comunicação perpasse toda a ação evangelizadora da Igreja.

Capítulo IX: Planejamento da Pastoral da Comunicação

A Comunicação na vida e a missão da Igreja no Brasil

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FIM