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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
LILIAN DE SOUZA FERREIRA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA E DO E-LEARNING NA ORGANIZAÇÃO
RIO DE JANEIRO 2010
2
LILIAN DE SOUZA FERREIRA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA E DO E-LEARNING NA ORGANIZAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes com a obtenção do grau de Especialista de Gestão em Recursos Humanos, elaborada sobre a orientação da professora Fabiane Muniz.
RIO DE JANEIRO 2010
3
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus que tem me capacitado para o cumprimento de mais uma etapa na minha vida acadêmica. A minha liderança no trabalho que me apoio para fazer o curso e os meus pais que investiram muito na minha infância.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao Deus Eterno e Soberano, a qual eu sirvo. E aos meus pais Garcia e Catarina, que me incentivaram a vencer e lutar pelos meus ideais.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho é promover discussão da importância da
Educação Corporativa no ambiente institucional. Também pretende se mostrar
a diferença entre centros de treinamento e universidades corporativas.
A idéia de Universidade Corporativa (UC) surge no final do século XX
como o setor de maior crescimento no ensino superior, com isso, nota-se que
os centros tradicionais de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) passam a ser
repensados pelas organizações. Uma vez que, a realidade mudou, exigindo
que todas as pessoas em todos os níveis da empresa tenham a capacidade de
criar trabalho e conhecimento organizacional contribuindo para os bons
resultados da empresa. Sendo assim, as instituições precisam investir e
satisfazer à carência de conhecimento de seus funcionários através de
universidades-empresas, faculdades e institutos de ensino.
As UCs trazem a visão do aprendizado contínuo, global e a sua
importância no sucesso futuro para as organizações. Enquanto, os centros
T&D têm a visão do aprendizado em curto prazo e limitado a um determinado
espaço físico. As empresas terão que descobrir uma maneira para cultivar nos
funcionários o comprometimento verdadeiro com o aprendizado, a fim de
internalizá-lo em todos os níveis da organização.
6
METODOLOGIA
Para este estudo foi feita uma pesquisa bibliográfica visando à reflexão do
desenvolvimento da Universidade Corporativa e do E-learning, em livros,
artigos e sites da área, baseada, sobretudo nos seguintes autores: MEISTER
(1999), CHIAVENATO (2007) e EBOLI (2004).
7
SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
CAPITULO I
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO..........................................................9
DEFINIÇÃO: TREINAMENTO, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO........................9
EDUCAÇÃO CORPORATIVA...........................................................................11
O QUE COMPREENDE A EDUCAÇÃO CORPORATIVA OU EMPRESÁRIAL?.........11
O QUE É UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA?.....................................................14
POR QUE INTRODUZIR UC NAS ORGANIZAÇÕES?................................................17
CAPITULO II
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA..............................................................................26
DEFINIÇÃO...................................................................................................................27
CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: E-LEARNING..........................29
E-LEARNING: UNIDIRECIONAL OU BIDIRECIONAL..................................................30
TREINAMENTO SÍNCRONO X ASSÍNCRONO...........................................................31
CAPÍTULO III
ROTINAS DE TREINAMENTO NO BANCO DA GENTE.................................33
TREINAMENTO PRESENCIAL.........................................................................34
TREINAMENTO A DISTÂNCIA.........................................................................36
CONCLUSÃO....................................................................................................38
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................39
8
INTRODUÇÃO
A Universidade Corporativa foi implantada na década de 90, como eficaz
veículo para o alinhamento e desenvolvimento dos talentos humanos nas
estratégias empresárias. Sendo assim, a UC traz a idéia de *upgrade para o
ensino superior criando mudança cultural e satisfazendo à carência de
conhecimento dos empregados. Estes precisam de um desenvolvimento
contínuo e não limitado, para a criação de diferencial competitivo.
Nota-se que no Brasil essa tendência tem aumentado a cada dia, à
medida que as empresas começam também a perceber a necessidade de
repensar seus tradicionais Centros de Treinamento e Desenvolvimento, a fim
de que possam contribuir com eficácia e sucesso para a estratégia empresarial,
agregando valor ao resultado do negócio.
Para ilustrar melhor essa evolução iremos apontar as diferenças entre o
tradicional modelo de treinamento e desenvolvimento para a universidade
corporativa. Uma importante questão é migração desses centros de
treinamento para a educação corporativa dentro da organização Banco da
Gente (esse banco é fictício, devido ao resguardo das informações
administrativas e imagem do banco) através do Treifast “treinamento
corporativo virtual” (e-learning). Dentro desse contexto, analisaremos os
programas de treinamento do Banco da Gente e definiremos a importância da
Educação Corporativa.
Visando este propósito, foi realizada a presente pesquisa, com finalidade
de responder a seguinte pergunta: As empresas que trabalham com Educação
Corporativa apresentam um desempenho melhor das demais?
* upgrade: melhorar, promover
9
CAPÍTULO I
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Definição: Treinamento, desenvolvimento e educação...
Alguns escritores consideram o treinamento como um meio para
desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos particulares. 1 Já outros
especialistas dizem que é o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o
propósito da educação é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou
fora de seu trabalho. Segundo Chiavenato:
O treinamento é um processo educacional de curto
prazo que utiliza procedimento sistemático e
organizacional pelo qual o pessoal não gerencial
aprende conhecimentos e habilidades técnicas para
um propósito definido. (Chiavenato, 2007:30)
Como um treinamento é uma forma de educação e todo o processo de
aprendizagem e todo processo de aprendizagem gera mudança de
comportamento. Temos que compreender que para que o treinamento seja
eficaz implica uma mudança de comportamento profissional, só desta maneira
que se tem certeza da eficiência do treinamento e do alcance dos seus
resultados. A aprendizagem só é eficaz quando um comportamento é adquirido
e mantido.
10
Podemos treinar, desenvolver competências e melhorar atitudes,
comportamentos, motivar, fortalecer os pontos positivos, para que os negativos
não comprometam o desempenho de sua função.
Os objetivos devem ser claros, alcançáveis, relevantes e cumpridos, não
se deve preparar um treinamento só pelo simples fato de se fazer um. Alguns
objetivos que respaldam a escolha por um treinamento são:
§ Preparar um funcionário para ocupar de imediato uma função;
§ Desenvolvimento pessoal do funcionário, visando o futuro,
§ Elevação da motivação, propiciada através de mudança de
atitudes.
Seus objetivos são mais restritos e imediatos, visando dar à pessoa os
elementos essenciais para o exercício de um presente cargo com adequada
preparação.
Nadler (1984), por exemplo, considera que o treinamento é voltado para a
melhoria do desempenho no trabalho, enquanto que o desenvolvimento se
relaciona ao crescimento do indivíduo, desvinculado de um trabalho específico.
Também destaca que a educação diz respeito ao preparo do indivíduo
para outro tipo de trabalho em um futuro próximo. Treinamento, desenvol-
vimento e educação, de acordo com Nadler (1984), por sua vez, relacionam-se
à aprendizagem.
Segue abaixo o quadro 1, que nos mostrará a diferença entre
desenvolvimento e treinamento como formas de educação profissional.
1 YODER, Dale. Personnel management and industrial relations. Englewood Cliffs: Prentice
Hall, 1956. Cap.9.
Quadro 1 - A diferença entre desenvolvimento e treinamento como
formas de educação profissional:
11
Tipo de Educação Profissional
Escopo Objetivos Extensão de Tempo
Características
Desenvolvi-
mento
Amplia e aperfeiçoa a pessoa para crescimento profissional na carreira na organização.
Menos amplos
Médio prazo
Proporciona conhecimento e prepara para funções complexas. Dado em organizações.
Treinamento
Prepara a pessoa para ocupar determinado cargo na organização.
Restritos e
Imediatos
Curto
Prazo
Fornece o essencial para o cargo atual. Dado nas organizações ou empresas especializadas.
Fonte: (Chiavenato, 2007, p.30).
Aprendizagem é um fenômeno que surge dentro do indivíduo como
resultado dos esforços desse mesmo indivíduo. É uma mudança no
comportamento e ocorre no dia-a-dia e em todos os indivíduos. (Chiavenato,
2007).
Hargreaves (2004) ao assegurar que a sociedade do conhecimento é uma
sociedade de aprendizagem, que depende para o seu bem-estar econômico e
para a sua inovação da capacidade de aprender dos trabalhadores.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA
“Na sua carreira, o conhecimento é como um litro de
leite. Ele tem um prazo de validade impresso na
embalagem. O prazo de validade de um diploma
universitário é de menos de dois anos. Portanto, se
12
você não substituir tudo o que sabe a cada três anos,
sua carreira irá deteriorar-se, exatamente como
aquele litro de leite”. (Meister, 1999:9).
O que compreende a educação corporativa ou empresarial?
Um conjunto de ações é realizado, em especial, os treinamentos a
distância que utilizam diferentes tecnologias e estratégias de aprendizagem.
Adota-se, então, o conceito de educação corporativa para caracterizar “as
ações de treinamento e desenvolvimento de pessoal, englobando tanto as que
são feitas à distância como as presenciais” (VARGAS, 2004, p. 27).
Essas mudanças de denominações são decorrentes das que se fizeram
uma constante no mundo do trabalho. Meister (2005) caracteriza as principais
mudanças ocorridas no mundo dos negócios ressaltando que as organizações
se encontram em uma fase de transição de um modelo que ela denomina de
“antigo” para o “protótipo do século XXI”. No Quadro 2, a seguir são
destacadas essas características apontadas pela autora.
Quadro 2 – Mudança de Paradigma do treinamento para a Aprendizagem:
Antigo Paradigma de Treinamento
Paradigma da Aprendizagem no
Século XXI
Prédio
Local
Aprendizagem disponível sempre que solicitada – Em qualquer lugar, a qualquer hora.
Atualizar Qualificações Técnicas
Conteúdo
Desenvolver competências básicas do ambiente de negócios
Aprender Ouvindo Metodologia Aprender Agindo
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Funcionários Internos
Público-Alvo
Equipes de Funcionários, clientes e fornecedores de produtos.
Professores / Consultores de Universidades Externas
Corpo Docente
Gerentes Seniores Internos e um consórcio de professores universitários e consultores.
Evento Único Freqüência Processo contínuo de aprendizagem
Desenvolver o Estoque de Qualificações de Indivíduo
Meta Solucionar o desempenho no trabalho
Fonte: Meister, 1999.
Vargas (2003, p.379) também destaca que muitas
organizações se encontram em uma fase de migração
para um novo modelo de T&D “mais adequado à nova
ERA do Conhecimento, apoiando-se ao uso das
universidades corporativas e de alternativas para
organização e difusão da informação e da
aprendizagem”.
Algumas dessas mudanças evidenciadas por Meister (2005), nós
buscamos enfatizar ao longo do capítulo e elas se fazem mais perceptíveis na
passagem de T&D para a idéia de educação empresarial. A autora
considera que ocorreu uma mudança de paradigma de treinamento para a
aprendizagem. No Quadro 2 abaixo são relacionados os aspectos que marcam
essa mudança de paradigma. Desse modo, o antigo departamento de
Treinamento é substituído por Universidade Corporativa (UC). No Quadro 3 a
seguir são assinaladas as características que sinalizam essas mudanças.
14
Quadro 3: Departamento de Treinamento Universidade Corporativa Reativo Foco Proativo Fragmentada & Descentralizada Organização Coesa & Centralizada Tático Alcance Estratégico Pouco / Nenhum Endosso/ Administração e Responsabilidade Funcionários Instrutor Apresentação Experiência c/ várias Tecnologias Diretor de Treinamento Responsável Gerentes de Unidades de Negócios Público Alvo Amplo / Audiência Currículo Personalizado Profundidade Limitada por Famílias de Cargo Inscrições Abertas Inscrições Aprendizagem no Momento Certo Aumento das Resultado Aumento no Qualificações Profissionais Desempenho no Trabalho Opera como Função Operação Opera com Unidade de Administrativa Negócios (Centro Lucro) Vá para o Treinamento Imagem Universidade como Metáfora de Aprendizado Ditado pelo Departamento Marketing Venda sob Consulta de treinamento Fonte: Meister, 1999.
15
O que é uma universidade corporativa? Uma definição muito utilizada na literatura da área é a proposta por Allen
(2002, p. 9). Segundo o autor uma universidade corporativa é:
[...] uma entidade educacional que se caracteriza como
uma ferramenta estratégica desenhada para auxiliar a
organização-mãe a atingir sua missão, por intermédio da
condução de atividades que cultivem aprendizagem
individual e organizacional, conhecimento e sabedoria.
Éboli (2004, p. 48), por sua vez, considera que “a Universidade
Corporativa é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão
de pessoas por competências”. Para a autora, a missão da UC “consiste em
formar e desenvolver os talentos na gestão de negócios promovendo a gestão
do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação),
por meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua.”
De acordo com Meister (1999), as experiências de implantação de
projetos de UC tendem a se organizar em torno de alguns princípios. São eles:
§ Desenho de programas que incorporem a identificação das
competências críticas.
§ Migração do modelo “sala de aula” para múltiplas formas de
aprendizagem – aprendizagem a qualquer hora e em qualquer
lugar.
§ Delineamento de programas que reflitam o compromisso da
empresa com a cidadania empresarial.
§ Estímulo para gerentes e líderes se envolverem com o processo de
educação.
§ Criação de sistemas eficazes de avaliação dos investimentos e
resultados obtidos.
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Resumidamente, as dez etapas básicas para a elaboração do projeto de
concepção de uma UC são:
§ Envolver e comprometer a alta administração com o processo de
aprendizagem.
§ Definir o que é crítico para o sucesso.
§ Realizar diagnóstico das competências críticas empresariais,
organizacionais e humanas.
§ Alinhar o sistema de educação às estratégias de negócios.
§ Definir públicos-alvo.
§ Avaliar e ajustar os programas existentes contemplando as
competências críticas definidas.
§ Conceber ações e programas educacionais presenciais e/ou
virtuais sempre orientados para as necessidades dos negócios.
§ Avaliar tecnologia de educação disponível.
§ Criar um ambiente e uma rotina de trabalho propício à
aprendizagem.
§ Estabelecer um sistema eficaz de avaliação dos resultados obtidos
com investimentos em treinamento.
É importante salientar que as empresas pioneiras na adoção de
universidades corporativas demonstram uma capacidade invejável de
“enxergar primeiro o futuro” e assim dirigir seus esforços para conceber,
desenvolver e implantar sistemas de desenvolvimento de talentos humanos
baseados nos mais modernos princípios de sistemas educacionais
competitivos.
De acordo com Allen (2002), as universidades corporativas existem com a
finalidade de auxiliar as organizações no alcance de suas metas. Vargas (2003,
p.379) acrescenta que um dos desafios da universidade corporativa “é o de
ligar a função treinamento aos objetivos e estratégias organizacionais”.
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A tecnologia é vital para as UC, pois essas se valem de várias estratégias
de aprendizagem. Elas recorrem ao uso de aprendizagem multimídia, campi
virtuais, aprendizagem via internet, via satélite, via intranet, dentre outras.
Contudo, a educação a distância ganha força nos dias atuais. Você
concorda?
Meister (2005, p.131) observa que “as universidades corporativas
desafiam antigas suposições sobre treinamento e trabalham para encontrar
novas idéias e soluções, elas assumem um novo papel na organização: o de
laboratório de aprendizagem”. O que a autora quis ressaltar é que se trata de
um verdadeiro laboratório científico em que novos métodos, teorias e maneiras
de disseminar o conhecimento são exploradas, a fim de buscar aprimorar o
desempenho no trabalho. Desse modo, novos métodos instrucionais,
tecnologias de aprendizagem, ferramentas de autodesenvolvimento e
transferência de conhecimento são utilizadas por diferentes organizações.
Éboli (2002, p.189) é enfática ao destacar que “é absolutamente
necessário que as empresas desenvolvam seus talentos e suas competências
para que aumentem a competitividade e que obtenham melhores resultados
nos negócios”.
Considera que se faz necessária a integração das ações de gestão de
pessoas aos negócios e às estratégias organizacionais.
Por que introduzir UC nas organizações?
Éboli (2002) destaca que o motivo principal para uma
organização implantar um sistema de educação
corporativa é para se tornar mais competitiva, a partir
do desenvolvimento da instalação e da consolidação
das competências críticas e humanas.
Muitas organizações no país e no mundo estão criando universidades
corporativas, cujo objetivo principal, segundo Éboli (2002), é viabilizar as
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estratégias de negócios a partir do desenvolvimento das competências
empresariais e humanas consideradas críticas.
De acordo com Scott Parry (1996), a competência, numa definição
simplificada, é resultante de três fatores básicos:
§ Conhecimentos: relacionam-se à compreensão de conceitos e
técnicas. É o saber fazer.
§ Habilidades: representam aptidão e capacidade de realizar e estão
associadas à experiência e ao aprimoramento progressivo. É o
poder fazer.
§ Atitudes: referem-se à postura e ao modo como as pessoas agem
e procedem em relação a fatos, objetos e outras pessoas de seu
ambiente. É o querer fazer.
Através da articulação dos conceitos de gestão por competências e da
gestão do conhecimento podem-se construir as competências críticas
mencionada por Eboli, ou seja, aquelas que irão diferenciar a empresa
estrategicamente.
19
Dez Componentes Fundamentais do Projeto de uma
Universidade Corporativa
1. Formar um sistema de controle
É necessário um acordo entre os gerentes da organização, para que
participem firmemente nessa fase inicial, a fim de elaborar uma visão sobre a
universidade corporativa que desejam programar. Nesse momento é preciso
agregar de fato os que querem fazer a universidade funcionar. Depois da
criação do sistema de controle, próximo passo é definir as responsabilidades e
papel desse novo órgão criado. Para Meister, existem quatro papéis-chaves,
são eles:
§ Identificar e priorizar as necessidades de aprendizagem atuais e
futuras.
§ Vincular o treinamento a essas principais estratégias
empresariais.
§ Assegurar projeto, desenvolvimento apresentação e avaliação
consistentes.
§ Oferecer orientação para o desenvolvimento de uma filosofia de
aprendizagem.
2. Criar uma visão
A criação da visão deve ser elaborada por todos envolvidos no processo.
Ela representa que a empresa deseja para o seu futuro. A visão é um
documento vivo, que também deve evoluir. A visão direciona os esforços de
uma organização para o alcance de algo que realmente vale a pena buscar.
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3. Recomendar o alcance e a estratégia de obtenção de recursos
A universidade corporativa deve definir a abrangência de sua operação,
isto é, quais funcionários serão atendidos e quais os programas iniciais
apresentados. Para sucesso, é necessário treinar toda a cadeia de valor,
participando ela suas estratégias. É nesse momento que é definido como as
verbas chegaram à universidade, os recursos podem ser obtidos com a
alocação corporativa ou com a cobrança de serviços prestados.
4. Criar uma organização
É definido como a universidade vai funcionar em relação as suas
decisões, responsabilidades, se de forma centralizada ou não. Em alguns
momentos é indispensável que ela haja das duas maneiras.
Para Maximiano “uma organização é uma combinação de esforços
individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos”.
5. Identificar interessados
Como visto, a universidade corporativa se difere do treinamento
tradicional no aspecto de atendimento de púbico, o tradicional atinge somente
funcionários da empresa, enquanto a universidade tem toda uma cadeia de
valor a ser atendida – funcionários, clientes, comunidade. Com o passar de
seu desenvolvimento, as universidade reavaliam seu público-alvo. E
geralmente esse público se modifica, então é preciso identificar as
necessidades do cliente para que possa preencher essa lacuna.
6. Criar produtos e serviços
Nessa fase é desenvolvido um modelo de soluções de aprendizagem,
uma vez que já foi definida a qualificação, competências necessárias que a
empresa exigirá posteriormente.
21
7. Selecionar parceiros de aprendizagem
Agora é o momento de selecionar parceiros. Estas parcerias podem ser
com universidades tradicionais, educação superior, onde se é dada a
oportunidade do funcionário completar ou continuar seus estudos.
8. Esboçar uma estratégia de tecnologia
Novamente é definido ao afinal quais meios de tecnologia serão usados, mas é
importante que seja feito um esboço do que se pode usar. Sabemos que cada
vez o instrutor e a sala de aula vêm perdendo espaço para as tecnologias, que
alcançam todos os participantes e reduzem custos.
9. Criar um sistema de avaliação
Diferente de outros processos a universidade corporativa não mede seus
resultados com números, gráficos, gastos no treinamento. Lembrando que seu
principal objetivo é criar uma cultura de aprendizagem constante, sempre
atrelada às metas empresarias. Os resultados poderão ser vistos no
desempenho das funções, nas mudanças de comportamento, na eficiência dos
processos.
10. Comunicação constante
Muitas organizações elaboram todo o processo de criação da
universidade corporativa e ao final apresentam aos membros da empresa, sem
que eles nunca tivessem ouvido falar nada a respeito. As empresas de sucesso
compreenderam que a comunicação de imediato é uma ferramenta de suma
importância, assim todos ficam cientes de tudo que antecedeu essa decisão e
podem participar de fato do processo, pois o conhecem, estão inseridos.
Eis as perguntas que devem ser respondidas na abertura do processo de
criação da universidade corporativa.
22
Dez Perguntas Freqüentes sobre o Lançamento de uma
Universidade Corporativa
1. O que é Universidade Corporativa?
2. Por que a aprendizagem é importante para a nossa empresa?
3. Onde ocorrerá a aprendizagem da UC?
4. Que tipos de programas estarão disponíveis através da UC?
5. Em que a Universidade Corporativa será diferente do
Departamento de Treinamento da nossa empresa?
6. Quem pagará pelos programas apresentados no catálogo da UC?
7. Quando a Universidade Corporativa estará operacional?
8. Quem estará a cargo da Universidade Corporativa?
9. Como faço minha matrícula na Universidade Corporativa?
10. Os programas da Universidade Corporativa dão direito a créditos
em cursos universitários?
Fonte: MEISTER, 1999.
Essas são as perguntas que devem ser respondidas na abertura do
processo de criação da universidade corporativa.
Os gerentes devem ser os primeiros comunicados, a fim de criar uma
força de aprendizagem significativa dentro da empresa
Para que ocorra sucesso na universidade corporativa, o líder do processo
deve ter consciência de todos os conhecimentos, competências, qualificações
pertinente a exercer esta função. Segue abaixo a figura 1, que definirá a
importância da EC dentro das organizações.
23
Figura 1: Educação Corporativa: articulando os conceitos de competências,
gestão do conhecimento e aprendizagem:
Fonte: Adaptado por Éboli, 2004, p.53.
EC
Por que fazer?
Aumentar a competitividade e o valor de mercado da empresa por meio do aumento do valor das
pessoas
O que fazer?
Estimular e potencializar a inteligência empresarial
Como fazer?
Instalar mentalidade e atitude de aprendizagem contínua em todos os níveis: empresa, lideranças e pessoas
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A Gestão de Pessoas tem um papel fundamental dentro da organização,
porque é no interior das empresas que passamos a maior parte de nossas
vidas.
“Conhecer a si próprio não é tarefa trivial, nem
produto acabado, é um processo que não termina
nunca. O que vale aí é a atitude, a predisposição para
a busca. Resgatando o oráculo de Delfos, do qual lhe
falei, conhece-te a ti mesmo. Como? Há mil e uma
maneiras, mas todas elas partem de um ponto: a
vontade de conhecer-se. E mais a humildade de
conhecer que pouco conhece a si mesmo”.
(VERGARA, 2000, p.67).
A Gestão está ligada ao conhecer a si própria e a reflexão.
Está relacionada às estratégias de recursos humanos, alinhadas a visão
de futuro das organizações. É o líder no fornecimento de soluções, através de
utilização de ferramenta de alta tecnologia, considerando toda amplitude de
produtos e serviços e com o comprometimento e desenvolvimento dos
membros da equipe e aperfeiçoamento contínuo. É o agregar valor os clientes
como parte integrante da cadeia logística, proporcionando credibilidade.
“A gestão de pessoas é um tema de maior
importância porque as organizações podem tudo,
mas nada serão se não houver pessoas capacitadas
a definir-lhes a visão, missão e estratégia. Formular
estratégias de recursos humanos alinhadas ao
negócio, desenvolvendo habilidades e competências
dos colaboradores, é um dos principais meios de
25
garantir que a organização concretize a sua visão”.
(VERGARA, 2000, p.9).
Portanto, as pessoas devem ser visualizadas como parceiras das
organizações. Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos,
habilidades, competências e, sobretudo, o mais importante o suporte para as
organizações: a inteligência que proporciona decisões racionais e que imprime
significado e rumo aos objetivos globais. Neste sentido, as pessoas constituem
parte integrante do capital intelectual da organização. As organizações bem-
sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do
negócio e fornecedores de competências e não mais como simples
empregados contratados.
Observamos que o sucesso de uma organização dá se através da
parceira das pessoas com a mesma. Sendo assim, as organizações também
dependem direta e irremediavelmente das pessoas para operar, produzir seus
bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus
objetivos globais e estratégicos. Com certeza, as organizações jamais
existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, energia, inteligência,
criatividade e racionalidade. Na verdade cada uma das partes depende da
outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos.
A seguir iremos falar sobre o e-learning (aprendizado eletrônico) e das
características da Educação à distância dentro da educação empresarial.
26
CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Não se aprende no imaginário, teorizando ou apenas
estudando. Há que se trabalhar e aplicar os conceitos
e teoria no ambiente das instituições de ensino para
se chegar ao verdadeiro aprendizado. (Tachizawa,
2006)
As corporações adotam a Educação a Distância (EAD) como uma
estratégia de expansão de suas ações.
As empresas que incorporaram, em suas práticas, a educação a distância,
apresentam no estudo justificativas relevantes que só reafirmam a viabilidade
desta modalidade de aprendizagem. Selecionamos as falas que melhor
sintetizam a percepção das Universidades Corporativas quanto à EAD:
ü “O objetivo é disponibilizar mais uma alternativa pedagógica para
compartilhar informações que permitam a construção de uma
aprendizagem colaborativa.”
ü “Fornecer acesso dinâmico e flexível a conteúdos específicos e
complementares ao processo de aprendizagem.”
ü “Contribuir para capacitação do pessoal para pleno desempenho de
suas funções, garantindo acesso a localidades distantes, reduzindo
despesas com o pagamento de diárias e transportes.”
ü “Atingir os colaboradores nas várias unidades em todo o estado.”
ü “Ampliar o alcance das ações educacionais da empresa, levando a
aprendizagem a todos os locais de trabalho, independentemente de
localização geográfica. Entretanto, a EAD não se aplica de forma
27
discriminada, a qualquer ação educacional; a análise diagnóstica
que dá origem à ação educacional define a metodologia mais
adequada para viabilizar o alcance dos resultados de
aprendizagem que se deseja alcançar, podendo ser a distância,
presencial ou semipresencial.”
ü “Promover a atualização dos conteúdos disponibilizados no e-
learning. Gerar o autodesenvolvimento e estimular um maior
envolvimento do colaborador com as ações da Educação
Corporativa. Reduzir recursos financeiros; abranger maior número
de trabalhadores; horários flexíveis e dias de realização das
atividades, facilitando o acesso aos participantes e nivelar os
conhecimentos.”
ü “Alinhar a educação a distância com os objetivos e estratégias de
negócios da instituição e fornecer um catálogo de ensino a
distância que esteja relacionado às competências corporativas e
profissionais para auxiliar no desenvolvimento e no crescimento do
funcionário.”
Aprendemos com a leitura dos comentários acima, que a EAD auxilia na
gestão do conhecimento; na redução de custos; na oferta de cursos a um
número significativo de colaboradores, em diferentes localidades, permite a
geração de um elenco de cursos a serem oferecidos. Para alcançar seus
objetivos nas UCs, precisa estar alinhada às estratégias da empresa, permitir o
desenvolvimento do trabalhador e ajudar em estudos de cunho científico
(Ricardo, 2009).
Definição:
“A Educação a Distância vale-se da escrita como tecnologia básica, a
qual vai se aliar a outras tecnologias para concretizar seus propósitos” (Yalli,
1995).
28
A EAD gira em torno de tecnologia básica: a escrita. Belloni (2001) ao
discutir as três gerações da EAD (Quadro 4), nos evidencia, implicitamente, a
importância da escrita; no ensino baseado em multimeios destaca-se o texto
oral com linguagem específica, adequada à natureza da mídia escolhida; e,
finalmente, no ensino baseado no computador e rede salienta-se o texto
digita.
Quadro 4 – As Gerações da EAD e as Mídias
Geração Período Mídia
1ª Final do Século XIX Ensino por correspondência (texto impresso)
2ª Anos 60 (Século XX) Ensino baseado em multimeios (rádio,
televisão e vídeo).
3ª Anos 90 (Século XXI) Tecnologias de informação e comunicação
(computador e rede).
Fonte: Organizado com base em Belloni, 2001.
Educação a Distância, segundo Garcia Llamas (apud Garcia Aretio,
2001 p.22), é uma estratégia educativa baseada na aplicação da
tecnologia à aprendizagem, sem limitação de lugar, tempo, ocupação ou
idade dos estudantes.
Araújo Filho (2003), ”a criatividade não é desenvolvida em um simples
treinamento, nasce de um processo contínuo, alimentada todos os dias,
envolve responsabilidade e compartilhamento”.
29
Características da educação a distância: e-learning
Um dos principais meios de educação a distância disponíveis é o e-
learning – expressão em inglês que significa aprendizado eletrônico. Ele se
baseia na utilização do computador e conta com um grande número de
ferramentas avançadas e poderosas. A web é o principal recurso que pode ser
utilizado no e-learning.
O e-learning é a interação humana em tempo real via
Internet, permitindo que pessoas e organizações reúnam-
se com custos decididamente mais baixos para uma
variedade de propósitos e de negócios, inclusive
reuniões com clientes, eventos de marketing e
transferência de conhecimento entre colaboradores e
parceiros. (Navickas, 2001).
Há muitas características da educação a distância que também valem
para o e-learning:
ü Alcance
ü Flexibilidade
ü Individualização do Treinamento
ü Carga Horária
ü Planejamento
ü Comprometimento e disciplina (motivação)
ü Foco no aluno
ü Composição do Corpo Docente
ü Mídia
Fonte: Ricardo, 2009.
30
A educação a distância ganhou posição de destaque com o advento da
internet e passou a ser amplamente adotada.
A Internet é uma rede mundial de computadores ligados entre si. Eles
podem ser servidores ou computadores de usuários. Quando você se conecta
à web e digita o endereço de um site, localizado em qualquer local do mundo, a
conexão fará um caminho determinado - sai da sua cidade, estado, passa pela
conexão nacional e dirige-se ao país, estado e cidade onde esse site está
hospedado – seu servidor. No e-learning é a mesma coisa. O curso está
hospedado em um servidor e o aluno navegará por esse curso, que nada mais
é que um site.
Já a intranet, resume-se a um ou alguns sites a que só os colaboradores
de uma empresa têm acesso. Nele, a empresa coloca o conteúdo e os serviços
importantes para suas equipes: informações, benefícios, produtos, mercado,
informativos, canal de comunicação interno, normas e também cursos e-
learning. O colaborador tem duas formas de acessar a intranet: deve estar nas
instalações da empresa ou em qualquer lugar do mundo, desde que utilize uma
senha.
E-learning: unidirecional ou bidirecional
Existem dois tipos de e-learning adotado nas empresas: unidirecional ou
bidirecional.
O e-learning unidirecional é o Computer Based Training (CBT),
traduzido como treinamento baseado no computador. Esse treinamento não
necessita de conexão com outros computadores, com a web ou qualquer tipo
de rede, e costuma ser aplicado por meio de CD.
O e-learning bidirecional é o Web Based Training (WBT), traduzido como
treinamento baseado na web. Nesse tipo de programa, além do aluno se
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relacionar com o conteúdo do curso, como no CBT, também poderá interagir
com o professor (ou tutor) e com os demais colegas, por meio da web ou da
intranet da empresa.
Fonte: Cardoso, 2007.
Treinamento síncrono X assíncrono
O treinamento a distância síncrono é muito semelhante a um curso
presencial, exceto pelas dinâmicas em sala e pelo relacionamento social. Seu
tempo é rígido, ou seja, tem uma duração determinada – toda aula tem horário
de começo e fim. Portanto, todos estarão juntos durante o período do curso.
As aulas de um treinamento síncrono costumam ser ministradas por meio
de chats (salas de bate-papo) ou da voz do professor e suas transparências.
Também é possível esse treinamento através do telefone (Skype), tele e
videoconferências, pois acontecem simultaneamente. Em qualquer tipo de aula
síncrona os alunos podem fazer perguntas e obter respostas imediatas, ou
seja, ação e reação estão sincronizadas.
Já as aulas assíncronas são aquelas em que professor e alunos não se
relacionam com o conteúdo simultaneamente.
CBT WBT
Pontos
Positivos
Recursos Audiovisuais Abundantes.
Utilização de vídeos.
Relatórios dinâmicos
Facilidade de atualização do conteúdo.
Conecta professor e alunos e alunos entre si.
Pontos
Negativos
Não conecta professor e aluno ou alunos entre si.
Dificuldade de atualização.
Logística para receber relatórios.
Recursos audiovisuais com alguma limitação.
Som e vídeo apenas em redes de alta velocidade.
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Ela baseia-se em uma mídia que utiliza recursos audiovisuais para
transmitir determinado conteúdo, criando exemplos, realizando demonstrações
práticas e estimulando o aluno por meio de jogos e exercícios. Oferece como
principal vantagem a flexibilidade de tempo e assim, respeita a velocidade de
aprendizado de cada indivíduo. O professor pode estar presente, mas em
horário aleatórios.
O e-mail é um excelente exemplo de meio de comunicação assíncrono.
Porque você irá respondê-lo, mas não necessariamente na hora que recebeu.
A carga horária máxima ideal nos cursos a distância, síncronos e
assíncronos, é de duas horas, pois a possibilidade de dispersão é muito maior.
No próximo capítulo, falaremos sobre as Rotinas de treinamento do Banco
da Gente e os tipos de treinamento desta organização.
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CAPÍTULO III
ROTINAS DE TREINAMENTO
NO BANCO DA GENTE
Para que o treinamento seja eficaz, ele precisa manter
uma presença confiável e consistente. Em outras
palavras, o treinamento deve ser um processo contínuo e
não um evento que ocorre apenas uma vez.
No Banco da Gente, o Departamento de Treinamento tem a missão de
promover ações de treinamento para qualificar, formar e desenvolver as suas
competências técnicas e comportamentais. Tudo isso para que possamos
desempenhar suas atividades de acordo com as exigências da nossa empresa
e do mercado.
Por meio das ações de treinamento, nos preparamos para os desafios do
mercado e para melhor atender às necessidades dos clientes internos e
externos.
É missão do Departamento de Treinamento trabalhar para que estejamos
sempre alinhados com as inovações. As ações de treinamento criam ambientes
de diálogo e de motivação participativa. Nesses ambientes, podemos conhecer
e fazer parte das ideologias, das políticas e da cultura da Organização.
Tipos de Treinamentos na Organização Banco da Gente
Para atender às necessidades da Organização e aos desafios do
mercado, são necessárias diferentes ações de treinamento, utilizando
diferentes modalidades.
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Treinamento presencial
São os treinamentos realizados em sala de aula e podem ser:
v Cursos internos
São os cursos previstos no Programa de Treinamento. Eles compõem o
Catálogo de Treinamento. (Intranet da Organização)
Na Intranet, os funcionários da Organização podem visualizar as
informações dos cursos tais como: objetivos, conteúdos, a quem se destinam.
Nesses cursos, os conteúdos são criados para atender às necessidades
previamente identificadas pela Organização.
Os funcionários são indicados / inscritos a partir de vagas disponibilizadas
pelo Departamento de Treinamento.
Os cursos internos são ministrados por funcionários da Organização e
também por consultores especializados.
v Cursos externos
São os cursos que podem fazer parte ou não do Programa de
Treinamento e não constam no Catálogo de Treinamento.
Geralmente, são realizados nas instalações do fornecedor, em turmas
abertas.
Os cursos presenciais (internos ou externos) são subdivididos nas
seguintes áreas temáticas:
Comportamentais
Grupo de cursos voltados para o desenvolvimento de competências
comportamentais, tais como: liderança, comunicação, negociação.
Técnico-comportamentais
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Grupo de cursos que aliam o desenvolvimento de competências técnicas
com as competências comportamentais.
Técnico-operacionais
Grupo de cursos que se destinam a capacitar tecnicamente os
profissionais. Incluem-se neste grupo cursos de produtos e serviços, rotinas
operacionais, procedimentos.
Informática e tecnologias
Grupo de cursos voltados para a capacitação em tecnologias da
informação tanto para desenvolvedores quanto para usuários finais.
Seminários, congressos e palestras
Grupo que agrega eventos de rápida duração, com abordagens
informativas sobre variados temas.
Esses cursos são disponibilizados por empresas especializadas, que
oferecem vagas abertas ao público em geral, por meio de malas-diretas,
prospectos, e-mails, anúncios e são contratados pelo Departamento de
Treinamento.
São considerados cursos externos:
Seminários
Palestras
Congressos
Cursos de idiomas
MBA / Pós - graduação
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Devido à natureza das atividades, os cursos externos estão disponíveis
apenas para funcionários de Departamentos e Empresas Ligadas, cabendo ao
gestor efetuar a solicitação.
Treinamento a distância
O treinamento a distância é uma metodologia de treinamento criada para
atender um maior número de funcionários em menos tempo. Esse método é
utilizado principalmente para os cursos que contemplam os produtos e serviços
da Organização, mas, também, é bastante utilizado para outros assuntos. Eles
são:
v Videotreinamento
O videotreinamento apresenta conteúdos de aprendizagem numa
linguagem informal e associada a imagens e cenários específicos do objeto de
estudo. Normalmente, trata de assuntos que devem ser transmitidos para um
grande número de funcionários, de uma forma mais rápida.
As fitas são distribuídas às Dependências e exibidas para os funcionários
que, após assisti-las, respondem a uma avaliação de reação na intranet e a
uma avaliação de conhecimentos (pós-teste) no Treifast, para que o
treinamento seja registrado em seu histórico de formação.
v Cartilha
A cartilha apresenta um determinado assunto em linguagem clara e
objetiva, geralmente acompanhado de ilustrações.
Ela pode ser distribuída às Dependências em papel ou disponibilizada
eletronicamente na Intranet.
Assim, as cartilhas podem tratar de assuntos que devem ser expostos
para um grande de número de funcionários, de forma mais rápida ou ainda,
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trazer temas que devem ser estudados antes de o funcionário participar de um
curso presencial. No primeiro caso, após a leitura, o funcionário deve
responder a uma avaliação de reação na intranet e a uma avaliação de
conhecimentos (pós-teste) no Treifast, para que o treinamento seja registrado
em seu histórico de formação.
v Treifast
O Treifast é um treinamento a distância feita pela Internet e Intranet.
Os cursos são elaborados de uma forma didática que simula a atividade
de um instrutor presencial, apresentando conceitos, realizando exercícios e
executando simulações.
O Treifast é apresentado em uma linguagem acessível, aliada a recursos
de imagem e som que facilitam a compreensão e a assimilação dos conteúdos.
Ao acessar o catálogo de cursos do Treifast, o funcionário escolhe aquele
em que deseja se inscrever e, uma vez matriculado no curso, deverá fazer a
matrícula em cada uma das atividades: pré-teste, conteúdo, avaliação de
reações e pós-teste.
Para se matricular no Treifast é necessário ser funcionário da
Organização e ter conta de e-mail com o domínio do Grupo do Banco da
Gente.
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CONCLUSÃO
A concepção de departamento/centro de treinamento tornou-se obsoleta,
dando lugar ao modelo de universidade corporativa por esta promover uma
educação a qualquer hora e em qualquer lugar, desenvolver competências,
ações centralizadas, com uma proposta educacional proativa e estratégica
elevada ao status de negócio, produzindo recursos para a empresa e
comprometida com o desempenho do trabalhador.
As empresas que trabalham com a Educação Corporativa têm um
desempenho melhor das demais devido à inovação no mercado de trabalho
que se deu através das Universidades Corporativas. Elas trouxeram a idéia de
uma educação justa, planejada, centrada no aluno e no seu contexto;
desenvolver seus talentos, valorizando sua experiência e sua prática e não
mais concentrar esforços para saber se ele memorizou tudo que aprendeu.
Os estudos sobre aprendizagem ganham mais força com a aliança entre a
empresa e instituições de ensino. Sendo assim, o trabalhador precisa ser
estimulado para atender às requisições profissionais, pessoais e sociais. Desta
forma, a empresa gerara lucro e ao mesmo tempo ocorrerá comprometimento
do funcionário com a aprendizagem permanente.
O treinamento a distância mais conhecido e usado pelos funcionários da
Organização Banco da Gente é o Treifast. Essa ferramenta ganhou o prêmio E-
learning Brasil 2006. Através dela, o funcionário se inscreve no curso e tem a
comodidade de acessá-lo em qualquer lugar, ou seja, no ambiente de trabalho
ou fora dele. É composto por mais de 200 cursos, os quais se dividem em
áreas técnicas, financeiras, sociais e humanas (cursos de libras ou inglês).
Podemos dizer que o Treifast é bidirecional e assíncrono, oferecendo
flexibilidade de tempo, ou seja, respeita a velocidade de cada indivíduo.
Para finalizar, a Organização Banco da Gente deu o primeiro passo para a
visão de Universidade Corporativa através do Treifast.
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