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Profa. Ms. Karen Fernanda Bortoloti Professora das Faculdades COC A HISTÓRIA DO BRASIL E OS MOVIMENTOS POPULARES Aula 2 10 e 11 de Junho de 2010

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Profa. Ms. Karen Fernanda BortolotiProfessora das Faculdades COC

A HISTÓRIA DO BRASIL E OS MOVIMENTOS POPULARES

Aula 2

10 e 11 de Junho de 2010

Atividades

• Comprometimentos: ideológicos, políticos, religiosos ou econômicos.

• Discurso: explicar o lugar de onde os movimentos foram narrados

Atividades

As relações de poder não se dão apenas entre o Estado e os indivíduos;

Devemos estimular o reconhecimento dos micropoderes no cotidiano;

As relações de poder não se dão apenas entre o Estado e os indivíduos;

Devemos estimular o reconhecimento dos micropoderes no cotidiano;

AS FORMAS DE PODER

• Maniqueísmo: a crença de que a realidade humana é regida pelo confronto entre princípios puros;

• O maniqueísmo não enxerga nuances da realidade, para esse posicionamento tudo é explicado pelo combate entre o “BEM” e o “MAL”, entre o “100% certo” e o “100%”errado.

CONTRA O MANIQUEÍSMO

• Não podemos adotar posturas maniqueístas porque a História não é um simples combate entre os “bem intencionadas” e os “malvados”;

• A História é muito mais rica e complexa do que essa fórmula simplista, a qual conduz o maniqueísmo;

• A História não pode ser compreendida como uma mistura de coisas boas e más, mas como um processo dinâmico e contraditório;

• Evitar visões conspiratórias da realidade;• É importante que os alunos

compreendam que a História é uma leitura de mundo. Não existe observador puro, neutro ou imparcial.

• O historiador é um observador da realidade de um determinado ponto de vista;

O processo de independência do BrasilObjetivos:

• Identificar as etapas do processo de independência do Brasil.

• Diferenciar o processo de independência do Brasil dos processos dos demais países da América.

• Relacionar a conjuntura internacional com o processo de independência do Brasil.

O processo de independência do Brasil

• Perceber o caráter conservador da independência do Brasil.

• A representação mais consagrada e difundida da independência é o quadro Independência ou morte, de Pedro Américo.

O processo de independência do Brasil

O processo de independência do Brasil

• Sendo o quadro de 1888 e o evento retratado de 1822, de onde o autor tirou as informações?

LEITURA DE IMAGEMLEITURA DE IMAGEM

A atividade poderA atividade poderáá instigar o senso instigar o senso de observade observaçção, o hão, o háábito de pesquisa e bito de pesquisa e a percepa percepçção de que a imagem ão de que a imagem éé uma uma construconstruçção, e não uma reproduão, e não uma reproduçção da ão da realidade. realidade.

• Propostas de atividades que visam estimular a discussão em torno de diferentes versões produzidas por historiadores e / ou estudiosos.

• Ao propor que os alunos confrontem essas versões, pretendemos ajudá-los a conquistar autonomia e a formar a idéia de que a História é uma versão produzida em um determinado tempo e contexto.

DEBATES DA HISTÓRIA

Proclamação da República

• Sendo o quadro de 1888 e o evento retratado de 1822, de onde o autor tirou as informações?

REPÚBLICA

O que primeiramente devemos ressaltar é o processo de destruição do Regime monárquico:

• Não foi uma obra consensual;• Não contou com a participação popular;• Os grupos dominantes que disputavam o

poder tinham concepções diferentes de poder.

REPÚBLICA

• Aluno deve compreender as múltiplas tensões que havia entre os diversos atores sociais ( fazendeiros de várias regiões do país, militares, profissionais de classe média, burocratas estatais etc.);

• O professor deve estar atento para fugir do clichê reducionista que considera apenas a influência positivista.

REPÚBLICA VELHA (1889-1930)

• Voto de cabresto;• Na República Velha, o sufrágio era

masculino.Porém, no Rio Grande do Norte, o direito de voto feminino veio de 1927, cerca de sete anos antes de sua aprovação constitucional.

REPÚBLICA VELHA (1889-1930)

• REPUBLICANOS X MONARQUISTAS: apesar de o movimento de 1889 ter ocorrido sem resistência ou luta armada, o processo de implantação do novo regime não ocorreu sem conflitos. Exemplos disso foram a Revolta Federalista, a Revolta da Armada e a Guerra de Canudos.

REPÚBLICA VELHA (1889-1930)

• REBELIÕES NA REPÚBLICA VELHA:Canudos e Contestado não podem ser

igualados ao dos sem-terra do século XX, afinal, essas comunidades já possuíam suas terras.

Temos que tomar cuidado para não cometermos erros de anacronismo: esses dois movimentos messiânicos não podem ser entendidos à luz da mentalidade de nossos tempos.

“Vocês se acodem comigo para conseguir cura de suas doenças, uma idéia, um conselho para os seus padecimentos. As autoridades não fazem nada e não querem que ninguém faça. (…) eles têm cobiça por terras, por gente, por amigos e por compadres. Os mandões estão trazendo gente de lá de fora e dão tudo aos estrangeiros (…) os gaviões estão chegando e querem pintinhos.

Aprontem-se que vai haver guerra feia.”

(D’ANGELIS, Wilmar. Contestado: a revolta dos sem-tera, p. 13)

“Em Canudos todos tinham de trabalhar. A terra era propriedade coletiva, portanto tudo o que se produzia pertencia àcomunidade. Cada um recebia uma cota, de acordo com a sua necessidade. A produção de milho, feijão, mandioca, batata, abóbora, cereais, cana-de-açucar, melancia etc. era farta e em quantidade muitas vezes superior ao consumo. Nesses casos, o excedente era vendido nas proximidades.”

(COIN, Cristina. A Guerra dos Canudos,p. 27)

TENENTISMOOutro lugar comum a

ser evitado é tratar o tenentismo como expressão dos anseios da classe média urbana ultrajadas pelas oligarquias. Grande parte da classe média era indiferente e até hostil ao tenentismo.

• Na época de revoltas como a dos 18 do Forte e da Coluna Prestes, não se falava em tenentismo. A idéia de que teria existido um movimento unificado, surgiu posteriormente, no tempo de Getúlio, quando oficialmente a proposta era superá-lo.

CANGAÇO• Para escapar de quadros rígidos e

procurarmos levantar a riqueza da dialética da realidade, é propício revelar as contradições de um personagem como Lampião, de um lado rebelde, de outro, peão de jogo dos coronéis.

PADRE CÍCERO( 1844-1934):

• Devemos ressaltar também o lado contraditório do padre Cícero, cujo assistencialismo estava inserido no jogo de poder (e de controle do voto) dos coronéis.

•• MOVIMENTO OPERMOVIMENTO OPERÁÁRIO: RIO: jjááse ensaiava um polse ensaiava um políítica de tica de assistência como forma de assistência como forma de controle social dos Estado controle social dos Estado sobre o proletariado industrial. sobre o proletariado industrial. Apoiado a sindicatos amarelos Apoiado a sindicatos amarelos e leis sociais.e leis sociais.

Sugestão de atividade• Elaborar um quadro na lousa com as

características do Brasil daquela época e as de hoje (como por exemplo, forma de participação popular; principais grupos sociais a dominar a política nacional; conquistas populares), destacadas em colunas diferentes e paralelas. Ao final, vale retornar o quadro para verificar o que mudou nas hipóteses iniciais.

TEMAS PARA REFLEXÃO

• Trabalho: os movimentos operários no início da República permitem interessante discussão sobre a conquista de alguns direitos trabalhistas, como a jornada de trabalho de 8 horas e o descanso semanal remunerado.

TEMAS PARA REFLEXÃO

• Saúde: O processo de urbanização foi acompanhado em geral por projetos sanitários, visando combater surtos epidêmicos, como a febre amarela e a peste bubônica. O tema pode ser utilizado para discutir métodos de erradicação de várias doenças, como a dengue.

SUGESTÕES DE LEITURA

• Os Sertões – Euclídes da Cunha.• À margem da História – Euclídes da

Cunha.• Triste fim de Policarpo Quaresma – Lima

Barreto.

“REVOLUÇÃO” DE 1930• A idéia de que 1930 teria sido uma

grande ruptura em relação ao passado, na verdade foi uma criação dos vencedores do movimento.

• Para discurso oficial, era o momento da afirmação do Estado nacional obre os interesses “egoístas” das oligarquias.

• Para o discurso comunista da época, parecia a afirmação da burguesia industrial sobre as oligarquias agrárias. A maioria dos donos de fábrica paulistas estava no PRP e não no PD. Portanto, contra Vargas, como demonstrou Boris Fausto.

• O que se percebe é que a partir de 1930 existe um reforço do Estado e de sua capacidade de intervenção sobre a sociedade civil, que visava controlar o crescimento do movimento operário.

• Podemos considerar 1930 não como uma ruptura, mas até como a continuação do projeto de controle da burguesia sobre o proletariado.

• Os conflitos entre as oligarquias estaduais e os efeitos da crise de 1929 foram decisivos para romper o pacto que sustentava o poder político no país.

• Portanto, o aluno deve compreender a “Revolução de 1930” como um tema polêmico, tanto entre os seus contemporâneos como na historiografia.

• “Tenho a honra de comunicar a V.Exa. que, com a cooperação da massa popular, as classes armadas realizaram hoje, sem efusão de sangue, a mudança da alta administração do país, no patriótico intuito de pôr um paradeiro à chacina que ameaçava degradar a família brasileira. O ex-presidente foi recolhido, ao entardecer, ao Forte de Copacabana; o ex-ministro da justiça, ao 1º regimento de cavalaria; o ex-ministro da guerra, à Fortaleza de São João; os demais

ministros [estão] em liberdade. A junta provisória apela para que todos os brasileiros suspendam imediatamente quaisquer hostilidades.”

Telegrama do gal. Tasso Fragoso a Getúlio Vargas, 24 de outubro de 1930.

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

• Não podemos encarar a revolução constitucionalista de 1932 apenas como um artifício das oligarquias paulistas para recuperar seu poder perdido em 1930, essa postura reduz demais o significado dos acontecimento.

• Existiu forte componente politicamente liberal. Aliás, os paulistas recebiam inegável simpatia dos liberais do Rio.

Referências Bibliográficas

• CAMPOS, Flavio de. Oficina de história integrada. São Paulo: Moderna, 2000.

• BASBAUM, Leôncio. História sincera da República. São Paulo: Alfa-Omega, 1968.

Referências Bibliográficas

• FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1994

• FONSECA, S. G. Caminhos da história ensinada. Campinas: Papirus, 1993.

• FONSECA, T. N. de L. e. História e Ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

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