A Eja No Município de Israelândia e as Possíveis Causas Sua Extinção

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UNIVERSIDADEESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA DANILLA BERNARDES CLAUDIO A EJA NO MUNICÍPIO DE ISRAELÂNDIA E AS POSSÍVEIS CAUSAS DE SUA EXTINÇÃO IPORÁ 2013

Transcript of A Eja No Município de Israelândia e as Possíveis Causas Sua Extinção

  • UNIVERSIDADEESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE GEOGRAFIA

    DANILLA BERNARDES CLAUDIO

    A EJA NO MUNICPIO DE ISRAELNDIA E AS POSSVEIS CAUSAS DE SUA

    EXTINO

    IPOR

    2013

  • DANILLA BERNARDES CLUDIO

    A EJA NO MUNICPIO DE ISRAELNDIA E AS POSSVEIS CAUSAS DE SUA

    EXTINO

    Monografia apresentada Coordenao Adjunta de

    Pesquisa do TCC em Geografia da Universidade

    Estadual de Gois Unidade Universitria de

    Ipor, como requisito parcial para obteno do grau

    de Licenciatura em Geografia.

    Orientador: Prof. Divino Jos Lemes de Oliveira

    IPOR

    2013

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao ( CIP )

    ________________________________________________________________________________

    C615e Cludio, Danilla Bernardes

    A EJA no municpio de Israelndia e as possveis causas de sua

    extino / Danilla Bernardes Cludio. - 2013.

    40 f.: il.

    Monografia (Licenciatura em Geografia) Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor. Ipor, 2013.

    Orientador: Prof. Esp. Divino Jos Lemes de Oliveira.

    1. Geografia. 2. Educao Jovens e Adultos. 3. Incluso. I. Ttulo.

    CDU: 911

    ________________________________________________________________________________

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    DANILLA BERNARDES CLAUDIO

    A EJA NO MUNICPIO DE ISRAELNDIA E AS POSSVEIS CAUSAS DE SUA

    EXTINO

    Monografia defendida no curso de Geografia da UEG Unidade de Ipor, para

    obteno do grau de Licenciatura em Geografia, apresentada em ____/____/____e avaliada

    pela Banca Examinadora constituda pelos seguintes professores:

    _______________________________________________________________

    Prof. Mestrando Divino Jos Lemes de Oliveira

    Orientador

    ______________________________________________________________________

    Prof. Esp. Josilene Goulart Pereira UEG Ipor

    Arguidora 1

    __________________________________________________________

    Prof. Esp. Marlcia Marques UEG Ipor

    Arguidora 2

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, que sempre esteve ao meu lado, me dando

    fora e sabedoria para enfrentar todos os obstculos.

    A minha famlia, ( Isac, Samara e meu esposo Nabi), que acreditaram em mim

    e me incentivaram a lutar pelos meus sonhos.

    minha me Clarinezia, meu pai Wagner e minha irm Milleny, que cuidaram

    dos meus filhos com muito carinho quando estava ausente, auxiliando e contribuindo para

    o enriquecimento da minha vida.

    Ao meu Professor Orientador Divino Jos que possibilitou a realizao deste

    trabalho. A todos os Professores do Curso, que com sua sabedoria mediaram meu

    crescimento dentro da universidade.

    E aos colegas de sala que estiveram ao meu lado nesta caminhada.

    A todos, muito obrigada!

  • Se a educao sozinha no pode transformar a sociedade, tampouco sem

    ela a sociedade muda.

    Paulo Freire

  • RESUMO

    A educao fundamental na vida de todos os sujeitos da sociedade, a partir da

    educao,que podemos exercer o direito de liberdade e de fazer escolhas, proporcionando

    uma melhor qualidade de vida. O ndice de analfabetismo ou baixa escolaridade uma

    consequncia da desigualdade social, que est impregnada na sociedade desde o incio da

    histria da educao com a colonizao do Brasil. A desigualdade social est inserida em

    todos os lugares, principalmente na educao. Essa problemtica pode ser observada at

    nos dias atuais, o baixo nvel de escolaridade eleva a taxa de analfabetismo. No municpio

    de Israelndia, 17,9% da populao, maiores de 15 anos, esto fora da escola ou tem um

    baixo nvel de escolaridade. A EJA, Educao Jovens e Adultos uma modalidade que

    oferece oportunidade para os indivduos que no concluiu os estudos na idade regular. Essa

    modalidade de ensino amparada pela lei, LDB, n 9.394/96, que d o direito de comear a

    estudar ou concluir o ensino para melhor inserir no meio social. O mundo globalizado e

    tecnolgico est muito acelerado e cabe populao se adequar. O mercado de trabalho

    sendo cada vez mais seletivo, esse modernismo impe valores, e o conhecimento um

    deles. Existem vrios motivos para o fracasso na educao, destacando-se, polticas

    pblicas, preconceitos em geral, analfabetismo, baixo nvel escolaridade e a desigualdade

    social, essas problemticas interfere direto na educao e no seu progresso. O objetivo

    dessa pesquisa buscar entender as possveis causas da extino da EJA no municpio de

    Israelndia, mesmo considerando que a modalidade foi a grande responsvel pelo ingresso

    de muitas pessoas no meio social; essa pesquisa tem como mtodo o embasamento terico,

    realizando atravs de leituras de livros e artigos; e no campo pratico foi realizado

    entrevistas com alunos, professores e gesto da escola campo pesquisada.

    Palavras- chave: Aprendizado, incluso, Jovens e adultos.

  • ABSTRACT

    Education is crucial in the life of every individual in society is through education that we

    can exercise the right of freedom to make choices and providing a better quality of life .

    The level of illiteracy or low education is a consequence of social inequality that pervades

    society from the early history of education with the colonization of Brazil . Social

    inequality is embedded everywhere , especially in education . This problem can be

    observed up to the present day , the low level of education increases the rate of illiteracy.

    In the municipality of Israelndia , 17.9% of , greater than 15 years , people are out of

    school or have a low level of education . The EJA , Youth and Adult Education is a

    modality that provides opportunity for individuals who have not completed their studies in

    the regular age. This type of education is supported by the law , LDB , n 9.394/96 , which

    gives the right to start studying or completing education to better enter the social

    environment . The globalized and technological world is very fast and it is for the

    population fit. The job market being increasingly selective , that modernism imposes

    values , and knowledge is one of them . There are several reasons for failure in education ,

    especially , public policy , prejudice in general, illiteracy , low education and social

    inequality , these problems interfere directly in education and its progress . The objective

    of this research is trying to understand the possible causes of the extinction of EJA in the

    municipality of Israelndia , even considering that the sport was largely responsible for the

    influx of many people in the social environment , this research is the theoretical basis

    method , performing through readings books and articles , and the practice field was

    conducted interviews with students , teachers and school management field searched.

    Keywords : Learning , Inclusion , Youth and adults .

  • SUMRIO

    INTRODUO................................................................................................................. 09

    1. CONTEXTO HISTRICO DA EDUCAO NO BRASIL..................................... 11

    1.1 Perodos de Mudanas e surgimento de oportunidades................................................. 12

    1.1.1 Perodo Pombalino (1760-1808)................................................................................ 12

    1.1.2 Perodo Joanino (1808)............................................................................................... 13

    1.1.3 Perodo do Regime Militar (1964-1985).................................................................... 13

    1.2 A alfabetizao na modalidade EJA.............................................................................. 14

    1.3 A importncia da EJA: metodologias e leis que a impera............................................. 17

    1.4 Professores que ensinam professores que aprendem .................................................... 19

    1.5 A importncia de alfabetizar: metodologias de Paulo Freire......................................... 20

    2. A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS.................................................................. 22

    2.1 O municpio de Israelndia e sua localizao geogrfica.............................................. 22

    2.2 A implantao da EJA em Israelndia.......................................................................... 23

    2.3 Discusso de resultados (1 parte)................................................................................. 24

    2.4 Discusso de resultados (2 parte)................................................................................. 29

    CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................ 34

    REFERNCIAS .......................................................................................................... 36

  • INTRODUO

    Sabe-se que a educao uma das maiores riquezas que o ser humano pode ter

    e por mais diversificada que seja a cultura, a economia e a poltica de cada lugar, cada um

    tem seu jeito e tempo para aprender. A educao oferece condies de cada cidado se

    tornar detentor de direitos, capaz de fazer escolhas, de lutar pelos seus direitos, cumprir

    com seus deveres e pensar seus atos. Desse modo, o aprendizado fundamental, pois

    quanto mais se dedica, mais se alcana e agrega valor; o conhecimento tambm assim

    quando mais se aprende mas tem vontade de aprender, desse modo, uma das formas mais

    simples de repassar o conhecimento bsico por meio da leitura e da escrita.

    Na rea da educao, e especificadamente a EJA, tem sido estuda por vrios

    pesquisadores, atualmente existem inmeros livros, artigos, documentos, projetos que

    foram elaborados para auxiliar e analisar as deficincias da educao. As modalidades de

    ensino, tem sido grandes (re) produtoras do conhecimento: Acelera, Supletivo, e a

    Educao de Jovens e Adultos que, dentre outras possuem a finalidade de extinguir o

    analfabetismo no Brasil.

    A Educao de Jovens e Adultos (EJA) tem sido muito utilizada nos ltimos

    anos, por oferecer a reintegrao de indivduos que no tiveram a oportunidade de estudar

    nas sries no perodo regular, por residirem na zona rural ou por terem deixado os estudos

    para trabalhar, por terem sido mes ou pais de famlia muito cedo, por terem sido

    reprovados, dentre outros.

    Devido a essas problemticas educacionais, despertou-se a necessidade de

    traar um estudo acerca das deficincias da EJA no municpio de Israelndia, sabendo que

    essa modalidade tem um papel extremamente importante e delicado na educao e na

    sociedade, tendo um pblico exclusivo e diversificado.

    Uma das caractersticas da geografia humana descrever o espao onde se vive

    para melhor planejar as mudanas que sero realizadas; e esta pesquisa se encontra

    geograficamente contextualizada na geografia humana. Assim sabe-se que a educao a

    ferramenta que deve ser usada para transformar a sociedade. O tema abordado nesta

    pesquisa so "as possveis causas da extino da EJA no municpio de Israelndia. O

    mesmo no leva a refletir quanto a educao e as transformaes ocorridas na sociedade,

    pois quando o indivduo no tem escolaridade, as marcas so inevitveis, traumas,

  • arrependimentos, vergonha e a fuga da realidade causada pelo o fato de no saber ler e

    escrever, o que muitas vezes isola o indivduo do meio social.

    Em Israelndia, a EJA implantada em uma escola municipal, cujo nome

    Colgio Municipal Boas Novas, situado Av. Jovito Ferreira Soares, s/n, centro de

    Israelndia, que atende as modalidade do ensino: fundamental 1 fase e no perodo noturno,

    a EJA.

    O Colgio Municipal Boas Novas atendeu cerca de 280 alunos no ano de 2009

    a 2013, tendo a contribuio de 03 professores graduados em licenciatura, porm nenhum

    deles tem formao especializada para dar aula na modalidade EJA. O principal objetivo

    desta pesquisa buscar entender porque a modalidade da EJA poder deixar de existir em

    Israelndia, e esclarecer os pontos favorveis para continuidade da EJA no referido

    municpio, que apesar de possuir uma pequena populao, tem um ndice alto de adultos

    com baixa escolaridade. A EJA, oferece a oportunidade para Jovens e Adultos se ingressar

    na escola regatar esses indivduos no meio social; pois a educao um dos principais

    mecanismos capazes de proporcionar uma interao social ao indivduo.

    O estudo aqui apresentado encontra-se dividido em 2 captulos; o primeiro relata a

    histria da educao, considera o perodo colonial, a importncia e metodologias usadas na

    EJA, tambm a importncia de se alfabetizar segundo o mtodo Paulo Freire. No segundo

    captulo, dado importncia a discusso de resultados; consta ainda as informaes quanto

    a localidade do municpio; a implantao da EJA; a taxa de analfabetismo; e outros

    resultados.

    Para a realizao da pesquisa foi utilizada primeiramente a pesquisa bibliogrfica

    que, aliada coleta de dados efetivada por meio de entrevista com alunos, gestores e

    professores da Escola Municipal Boas Novas. Aps a coleta, os dados foram analisados e

    os resultados obtidos, confrontados com os autores que aliceraram esse estudo,

    considerando os objetivos esperados.

  • 1. CONTEXTO HISTRICO DA EDUCAO NO BRASIL

    A histria da educao no Brasil se inicia com a chegada dos portugueses por

    volta de 1500. Ao observar os ndios viram que eles no tinha apego a bens materiais,

    rapidamente deu-se um jeito de engan-los. Os portugueses no falavam a lngua dos

    ndios, mas se comunicavam com gestos e agrados e com essa estratgia conseguiram fazer

    amizade e explorar as riquezas, dando aos nativos, objetos fteis e banais, os quais

    adoravam e se encantavam pela novidade que representavam.

    Os Portugueses enganaram os ndios, apropriaram das terras e com o passar

    dos anos foram impondo a sua cultura, vestimentas, linguagem, costumes e tornando os

    nativos relegados ao mundo de explorao, com muita resistncia dos ndios as poucos

    foram servindo o imprio. O processo que muitos chama de civilizao dos ndios

    brasileiros, foi caracterizado por muitas lutas, foi bastante conturbado, havendo muita

    resistncia pelos ndios e muitos massacres.

    A implantao da educao na colnia teve incio em 1532, quando D. Joo III,

    trouxe pessoas consideradas importantes para tomar conta da igreja, no intuito de converter

    os indgenas ao catolicismo. De acordo com Mattos (1958, p.31):

    Destaca-se a importncia destes itens dos regimentos dizendo que, dele dependeria [...] o xito arrojada empresa colonizadora, pois que somente pela

    aculturao sistemtica e intensiva dos elementos indgena a ocidental e crist e

    que a colonizao portuguesa poderia lanar razes definitivas[...]

    Somente com a mestiagem e a diversidade cultural, social, econmica e racial,

    seria possvel ter uma propagao da populao formando laos definitivos e deixando

    suas razes decisivas da colonizao. Os ensinamentos que os padres jesutas passaram aos

    nativos ajudavam a alfabetiz-los, assim aprenderam uma crena religiosa, linguagem e um

    novo Deus mudando seus hbitos, valores, costumes, conduta e sentimentos, tudo foi

    alterado pelos portugueses que mudaram decisivamente a vida da populao nativa.

    Foi nesse sentido de aculturao e de aproveitamento, que os jesutas, a mando

    da Coroa portuguesa exploraram a fora de trabalho dos ndios. Uma vez que a corte

    sempre estava interessada na expanso da colnia, os jesutas observaram que alm de

  • estudar as misses inteiramente durante 10 anos o nativo tambm poderia ter treinamentos

    de mo-de-obra qualificada para o desenvolvimento da colnia.

    Os ndios cada vez mais estavam sendo privados dos costumes e crenas,

    dando lugar a uma vida cheia de regras e explorao, impostos pelos jesutas e pela coroa

    portuguesa, que tinha como objetivo, tornar os ndios trabalhadores lucrativos, como muita

    explorao, foi submetida a treinamentos na produo agrcolas, (cana-de-acar), e no

    meio artesanal, sempre com a viso de enriquecimentos, para companhia e a catequese.

    Em 1576 foi criado o manual pedaggico jesuta da companhia, que visava

    expanso na rea da educao com finalidade de buscar melhorias e implantar contedos-

    objetivos, mtodos-gramticos, um estudo aprofundado de teologia, leitura e escrita.

    1.1 Perodos de Mudanas e Surgimento de Oportunidades

    1.1.1 Perodo Pombalino (1760 - 1808)

    Em meados do sculo XVIII, com a chegada de Marqus de Pombal no Brasil

    foi implantada a Reforma Pombalina, com intuito de melhorar o papel econmico,

    administrativo e educacional. No perodo Pombalino, ocorreu a expulso dos jesutas de

    quatro estados brasileiros. Marqus de Pombal pensava em reerguer Portugal da

    decadncia, do empobrecimento e perda da prpria soberania, planejando uma reviravolta

    em toda colnia; as escolas criadas no perodo pombalino, tinham como objetivo a

    reorganizao das escolas e servir o estado, Bello (2001).

    Os portugueses, sempre interessados em buscar novas formas de administrao

    e sempre visando lucros, perceberam que no Brasil havia a necessidade de melhorar

    imediatamente a economia e o nico caminho era por meio da educao. Escolas foram

    criadas e instituies que desenvolveria o aprendizado, onde pudesse melhorar economia,

    passando a cobrar contribuio (imposto), das escolas e comerciantes com regularidade.

    No perodo pombalino a tentativa de reorganizar a educao, no obteve

    resultados satisfatrios, a deficincia na rea da educao era bem ampla. Os professores

    no tinham muita preparao e sendo mal remunerados, exerciam os cargos por indicaes

    e nomeao.

  • 1.1.2 Perodo Joanino (1808)

    De acordo com Bello (2001) com a chegada da Famlia Real, outra tentativa de

    reorganizar a educao foi feita. Para atender as necessidades de expanso comercial, D.

    Joo VI abriu-se escolas Militares, Escolas de Medicina, a Biblioteca Real; esse perodo foi

    marcado pelas mudanas na educao, criando um estudo mais voltado o aprendizado de

    leitura, escrita e clculos matemticos, para reorganizar a educao.

    Segundo alguns autores e pesquisadores, o Brasil foi finalmente "descoberto" e

    a histria do pas passou a ser verdica, comeando a observar os problemas na educao e

    a se interessar por eles, promovendo debates com pessoas letradas e pesquisadores que

    tinham como propostas a reforma da educao, e promover modificaes nas polticas

    econmicas; essas mudanas levou acelerao comercial do pas, com a abertura dos

    portos. Segundo Lima (1921):

    A "abertura dos portos", alm do significado comercial da expresso, significou a

    permisso dada aos "brasileiros" (madeireiros de pau-brasil) de tomar

    conhecimento de que existia, no mundo, um fenmeno chamado civilizao e

    cultura.

    A abertura dos portos facilitou o trajeto para extrao de madeiras, que passou

    a ser uma forma econmica para sobrevivncia dos brasileiros, tornando uma sociedade

    civilizada com marcas culturais registradas na histria do Brasil.

    1.1.3 Perodo do Regime Militar (1964 1985)

    Em 1964, um golpe militar acabou com todas as iniciativas de revolucionar e

    melhorar a educao brasileira, no perodo militar a educao passou a ser antidemocrtica,

    ocorrendo muitos massacres, torturas, vidas de inocentes foram retiradas, os alunos foram

    presos, professores demitidos e at mortos. Isso ocorreu principalmente devido luta dos

    que desejavam a democracia e ensinavam os indivduos a serem livres, independentes e

    viverem em uma sociedade menos autoritria.

    Para aumentar o nmero de pessoas alfabetizadas, criou-se o Movimento

    Brasileiro de Alfabetizao (MOBRAL) que, segundo Freire (2001) propunha erradicar o

    analfabetismo no Brasil. Mas no conseguiu e entre denncias de corrupo, acabou por

    ser extinto.

  • Bello (2001), diz que o perodo mais cruel foi o da ditadura militar, onde

    qualquer expresso popular contrria aos interesses do governo era abafada, muitas vezes

    pela violncia fsica.

    1.2 A alfabetizao na modalidade EJA

    A alfabetizao uma das maiores riquezas que o ser humano pode querer, por

    mais diversificada que sejam as culturas, economias, polticas de cada regio. Esse

    aprendizado tem como objetivo dar oportunidades para a populao se reintegrar na vida

    social, reconquistar os direitos, igualdades, valores, respeito e dignidade.

    Considera-se que a alfabetizao seja o primeiro passo para as transformaes

    intelectuais, o crescimento econmico do pas e a vivncia do homem alfabetizado na

    sociedade permite a reintegrao social, o crescimento poltico e econmico. A economia

    brasileira tem avanos significativos quando o mercado de trabalho exige uma qualificao

    escolar o que estimula a populao a buscar novos ou resgatar os conhecimentos, para

    inserir no mercado de trabalho.

    Pode-se dizer que aps a proclamao da Repblica, houve mudanas na

    educao. Foi implantada a instruo primria, onde todos poderiam estudar, (benefcio

    concedido classe mdia e alta), ao decorrer do sculo, houve vrias reformas, SOARES

    (2002, p. 8) apud. ARCHIVES (2008, p.1)

    No Brasil, o discurso em favor da Educao popular antigo: precedeu mesmo a

    proclamao da Repblica. J em 1882, Rui Barbosa, baseado em exaustivo

    diagnstico da realidade brasileira da poca, denunciava a vergonhosa

    precariedade do ensino para o povo no Brasil e apresentava propostas de

    multiplicao de escolas e de melhoria qualitativa de Ensino.

    Com muito coronelismo, o presidente Getlio Vargas criou o Estado Novo,

    elaborando, reformas e constituio para benefici-los. ARCHIVES (2008, p.1), apud

    GHIRADELLI Jr.(2008, p.78). Cita que:

    A constituio de 1937 fez o Estado abrir mo da responsabilidade para com

    educao pblica, uma vez que ela afirmava o Estado como quem

    desempenharia um papel subsidirio, e no central, em relao ao ensino. O

    ordenamento democrtico alcanado em 1934, quando a letra da lei determinou a

    educao como direito de todos e obrigao dos poderes pblicos, foi substitudo

    por um texto que desobrigou o Estado de manter e expandir o ensino pblico.

  • Todas as constituies foram criadas para beneficiar o Estado e o que

    interessava a este era o fato de que quanto menos estudo a populao tivesse menos

    argumentos teria para debater ou questionar o jeito autoritrio de administrar. Para o

    governo no era interessante oferecer o conhecimento crtico e sim selecionar alguns

    (classe mdia e alta) para dele se beneficiar.

    A populao formada por jovens e adultos das classes baixas no possuam

    estudo e nem uma qualificao profissional, que o novo modelo comercial de

    industrializao exigia. PAULO FREIRE foi um dos que sempre lutou com objetivo de

    desenvolver uma educao para todos e acabar com tanto coronelismo e desigualdade, e a

    sua luta foi atravs de debates crtico, facilmente perceptvel em suas pesquisas publicadas.

    ARCHIVES (2008, p.2), apud, ARANHA (1996, p.209). Cita que:

    Ao longo das mais diversas experincias de PAULO FREIRE pelo mundo, o

    resultado sempre foi gratificante e muitas vezes comovente. O homem iletrado

    chega humilde e culpado, mas aos poucos descobre com orgulho que tambm

    um fazedor de cultura e, mais ainda, que a condio de inferioridade no se deve a uma incompetncia sua, mas resulta de lhe ter sido roubada a

    humanidade.

    Os poderosos tentam camuflar a verdade em seu benefcio e quando a

    populao de baixa renda se conscientiza que foram roubados em sua formao e sua

    dignidade social, a nica soluo resgatar a sua valorizao atravs da educao, cultura,

    vivncia familiar e social.

    A luta para alfabetizar jovens e adultos, muito atual, sempre foi complicado

    deixar de trabalhar para estudar, as obrigaes da classe baixa chegam cedo e o estudo vai

    ficando de lado, a educao passou por processo lento at a implantao e valorizao da

    escola EJA. O governo de Vargas lanou a primeira campanha, Educao de adultos, que

    propunha alfabetizao em at trs meses; muitos foram contra e outros a favor, os

    professores eram pessoas leigas da sociedade, a escolas (EJA), passa a oferecer um estudo

    de leitura, escrita e um pouco de clculos matemticos a populao.

    Em 1964 o educador Paulo Freire, iniciava no pas um novo mtodo que

    revolucionaria a educao: alfabetizar adultos. O ensino nas cartilhas pr-fabricadas no

    era o bastante. Pelo contrrio, os adultos precisavam aprender mais. Desse modo, os alunos

    teriam que fazer uma relao entre o aprendizado e uma reflexo da vida social,

    comeando a pensar sobre as formas de trabalho impostas. Era tambm de fundamental

  • importncia que as palavras usadas no dia-a-dia desses adultos fossem trabalhadas na

    sala de aula.

    A perspectiva de Paulo Freire era a de abrir os olhos da populao. No

    sendo bem visto pelos governantes, no fim de 1984, aps o golpe militar, Freire e outros

    educadores foram exilados e o governo continuou impondo o autoritarismo populao.

    Em 15 de dezembro de 1967 o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetizao) foi

    implantado e contradizendo o mtodo usado por Freire, props a alfabetizao de jovens e

    adultos por meio de mtodos de obedincia e coronelismo entre os empregadores e

    governantes. Esse movimento de alfabetizao era empobrecido, bastava saber um pouco

    de matemtica, leitura e escrita. O Mobral foi considerado um estudo to superficial que a

    populao nomeavam os alunos que por l passavam de burros, ignorantes. Em 1980 o

    custo desse ensino de jovens e adultos passou a ficar muito caro aos cofres pblicos ento

    foi extinto. ARCHIVES, (2008, pg.39), cita que:

    Em 1985, o MOBRAL findou-se dando lugar a Fundao EDUCAR que apoiava

    tecnicamente e financeiramente as iniciativas de alfabetizao existentes, nos

    anos 80 difundiu-se vrias pesquisas sobre a lngua escrita que de certa forma

    refletiam na EJA, com a promulgao da constituio de 1988 o Estado amplia o

    seu dever com a Educao de jovens e adultos.

    A formao de jovens e adultos na EJA, importante para o crescimento

    intelectual e profissional da populao. De acordo com o artigo 208 da Constituio de

    1989 O dever do Estado com a educao ser efetivamente a garantia de: Ensino

    fundamental obrigatrio e gratuito, assegurando inclusive, sua oferta gratuita para todos

    aqueles que no tiveram acesso na idade prpria.

    A histria da educao brasileira tem marcas de luta em favor da educao de

    jovens e adultos, criaram reformas na educao com intuito de acabar com o

    analfabetismo, desigualdades sociais, mas nos dias atuais essas formas de constituies no

    so realmente garantidas para todos os cidados. O direito existe, no entanto, o acesso ao

    ensino infelizmente no chega a todos. Estudo para todos e uma sociedade igualitria, est

    muito longe existir. De acordo com Ferreiro (2001, p. 12).

    Podemos notar que a educao brasileira possui uma amplitude na sua histria

    todas essaslutas ou era, para no ter a desigualdade social e sim igualitria par

    todos. A comunicao oral e escrita o meio mais comum de se compreender

    outro indivduo podendo estar em qualquer lugar do mundo na vida familiar ou,

    vida social, a comunicao depende dessas formas para ser compreendida.

  • Para interagir no meio social, o mnimo necessrio saber ler e escrever pois a

    sociedade cobra esse ato a todo momento. Ser alfabetizado traz ao indivduo, respeito,

    dignidade, igualdade, interao na comunidade, na vida familiar e profissional. Ser

    escolarizado tem uma ligao direta a formao intelectual do cidado.

    Hoffman (2001, p.12), apud FERREIRO (2001, p.175), afirma que,

    A inveno da escrita foi um processo histrico de construo de um sistema de

    representao, no um processo de codificao. Uma vez construdo poder-se ia

    pensar que o sistema de representao aprendido pelos novos usurios, como

    um sistema de codificao. Entretanto, no assim, no caso dos dois sistemas

    envolvidos no incio da escolarizao ( o sistema de representao dos nmeros e

    o sistema de representao da linguagem) as dificuldades que as crianas

    enfrentam so dificuldades conceituais semelhantes as da construo do sistema

    e por isso pode-se dizer em ambos os casos que a criana reinventa esses

    sistemas.

    No se trata de que as crianas reinventem as letras nem os nmeros, mas que

    venha a compreender seu processo de construo em sua vida escolar. A alfabetizao s

    vista com prioridade e obrigao na vida adulta, pois quando se criana no d para ter

    essa viso. Hoffman (2001), apud FERREIRO (2001, p.09) cita que recente a tomada de

    conscincia sobre a importncia da alfabetizao inicial como a nica soluo real para o

    problema da alfabetizao radiativa (de adolescentes e adultos).

    A educao de jovens e adultos no era observada como forma de socializao

    integrao na vida social, para muitas pessoas a educao de jovens e adultos, no era

    aceita por que estava em idade irregular.

    1.3 A importncia da EJA: metodologias e leis que a impera

    Enquanto modalidade de ensino, a EJA, est amparada por lei LDB,n

    9.394/96, foi criada para atender pessoas que no tiveram oportunidade de concluir ou

    estudar em idade regular, repetncia, ou pela necessidade de ingresso prematuramente no

    mercado de trabalho.

    A EJA tem uma clientela especial, a diversidade scio-cultural dos seus alunos

    retoma um nico interesse, retornar ou ingressar na escola em busca de melhorar suas

    condies sociais, culturais, at pela exigncia do mercado de trabalho. Considerando esse

  • aspecto preciso que a instituio de ensino esteja preparada para oferecer um ensino

    voltado principalmente para atender um direito universal e humanista.

    Para PAULO FREIRE (1996) diz que a educao constituda por meio de

    um dilogo entre o educador e o educando, em que tanto um quanto o outro deve aprender

    e ensinar. Deve ficar claro que o conhecimento da realidade de vida dos alunos

    fundamental para a construo da metodologia de ensino. Por essa razo necessrio

    analisar, observar e participar de sua cultura para que o trabalho e os contedos em sala de

    aula seja um elo ao mundo dos educados. Dessa forma, possvel alcanar o objetivo de

    torn-los sujeitos participativos e transformadores de sua prpria vida.

    As metodologias usadas no processo Ensino-Aprendizagem da EJA tm em

    vista a construo e a apropriao de conhecimentos e de habilidades, bem como valores

    bsicos para a formao da cidadania, buscando a compreenso do ambiente natural e

    social do sistema poltico, da tecnologia, as artes e os valores que fundamentam a

    sociedade.

    A aplicao pedaggica se desenvolve de forma gradativa verificando e

    constatando a importncia da construo do conhecimento, atravs do desenvolvimento

    cognitivo, da assimilao dos objetos, dos acontecimentos e estruturas anteriores,

    desenvolvendo assim a capacidade de ao e aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque, o

    papel do educador de propiciar situaes para que o educando construa seu sistema de

    significao, o qual representado, depois organizado, havendo a interao entre a teoria e

    a prtica vivenciada do que aprendeu dentro da realidade scio-cultural onde vive e

    convive.

    Para obter aprendizagem do aluno, parte-se da necessidade e realidade na qual

    ele est inserido, s assim conseguir chegar ao processo de interao do conhecimento

    entre educador e educando.

    A educao tem um papel importante na integrao do seres humanos na

    sociedade e atravs das escolas, do conhecimento que podemos fazer escolhas, que

    permitem o direitos de ir e vir, de expresso do saber. A EJA tem funo importante na

    sociedade, satisfazer o desejo de jovens e adultos em saber ler e escrever mesmo com idade

    irregular, a integrao e alfabetizao desses indivduos na sociedade torna-os, mais

    satisfeitos.

    Muitas lutas foram conquistadas para que o ensino fosse realmente para

    todos, muitas conquistas se devem ao crescimento econmico, social, educacional e

  • poltico do pas, embora a educao no esteja invejvel, no se pode deixar de mencionar

    o seu crescimento revolucionrio na histria da educao brasileira. A EJA, est amparada

    pela LDB (Lei de Diretrizes e bases da Educao Nacional), (Lei 9.394/96) que

    estabeleceu, no captulo II, seo V, a educao de Jovens e Adultos, artigo 37 que: A

    educao de jovens e adultos ser destinada queles que no tiveram acesso ou

    oportunidade de estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria.

    Essas leis estabelecidas na EJA esclarecem o potencial da educao inclusiva e

    compensatria que a modalidade de ensino permite aos jovens e adultos da sociedade.

    1.4 Professores que ensinam professores que aprendem

    Estudar Andragogia tem uma grande importncia e mltiplo significado,

    reintegrar a populao adulta na comunidade, traz-las para sala de aula, estudar o

    comportamento, respeitar, ensinar, aprender, devolv-las a vida social, resgatar laos,

    dignidades e compartilhar o conhecimento escolar com os filhos, netos e toda sociedade.

    A Andragogia a cincia que estuda vrias disciplinas, sempre com o objetivo

    de conservar a vivncia e a capacidade na formao de adultos nas escolas (EJA), resgatar

    a importncia e continuidade da vida social apontar o papel modelador que esses adultos

    desempenham na sociedade.

    De acordo com Oliveira (1999), a Andragogia germinou com o propsito de

    estudar o comportamento dos adultos assim com a pedagogia para a educao infanto-

    juvenil. A princpio o surgimento foi muito criticado e contestado; para o referido autor,

    realizar este estudo tem suma relevncia, estudar a vivncia e experincia dos alunos. O

    professor que vai ministrar aulas na EJA tem que estar preparado para uma troca de

    experincias com os alunos, participar dessas diversidades de classes sociais e faixa etria

    diferenciada, compreenderem as dificuldades e lembr-los que todo jovem e adulto que ali

    esto tem as mesmas dificuldades e objetivos. Segundo La Fiat (1998) apud OLIVEIRA

    (2000, p.7),

    1. Adultos so motivados a aprender na medida em que experimentam que suas

    necessidades e interesses sero satisfeitos. Por isto estes so os pontos mais

    apropriados para se iniciar a organizao das atividades de aprendizagem do

    adulto.

    2. A orientao de aprendizagem do adulto est centrada na vida; por isto as

    unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem so as

    situaes de vida e no disciplinas. 3. A experincia a mais rica fonte para o

    adulto aprender; por isto, o centro da metodologia da educao do adulto a

  • anlise das experincias. 4. Adultos tm uma profunda necessidade de serem

    auto-dirigidos;por isto, o papel do professor engajar-se no processo de mtua

    investigao com os alunos e no apenas transmitir-lhes seu conhecimento e

    depois avali-los.5. As diferenas individuais entre pessoas crescem com a idade;

    por isto, a educao de adultos deve considerar as diferenas deestilo, tempo,

    lugar e ritmo de aprendizagem.

    O adulto por j ter certa experincia de vida fora da sala de aula faz com que o

    professor que ir ministrar essas aulas tenha certo envolvimento com essas vivncias,

    usando-as como ferramenta de trabalho ao seu favor e proporcionando aos alunos uma

    melhor interao na sala de aula.

    1.5 A importncia de alfabetizar: metodologias de Paulo Freire

    Em sua trajetria de educador, Paulo Freire props um mtodo simples de

    repassar o conhecimento, o dilogo, entre educando e o educador, educar uma tarefa de

    trocas de conhecimentos e nunca uma tarefa isolada ou de mero repasse de conhecimento.

    Freire (1981, p22) cita que,

    (...) No h educadores puros, pensou Paulo Freire. Nem educandos. De um lado e do outro do trabalho em que se ensina-e-aprende h sempre educadoreseducandos, e educandos-educadores. De lado a lado se ensina. De lado a lado se

    aprende.

    Ningum educa ningum todos se educam juntos de maneira social e com o

    convvio cotidiano. O saber e o conhecimento no so limitados e nem nicos, todos os

    dias se aprende e todos os dias se ensina. A experincia de vida e a bagagem que carregam

    um processo individual e est cheio de conhecimentos, erros e acertos, que podero ser

    repassados ou no para outros indivduos.

    Paulo freire se colocou contra a maneira que se educava; as cartilhas utilizadas

    eram consideradas um saber pr-fabricado e para alfabetizar a populao de verdade era

    necessria uma fala social construda com palavras do convvio dos alunos. O trabalho

    com as palavras conhecidas facilitaria o aprendizado, uma vez que os alunos adquiriam

    um aprendizado necessrio para se interessarem pelo contexto da escola em sua totalidade.

    Educar no um processo fcil ainda mais se tratando de adultos, que por sua vez tem que

    trabalhar para sobreviver e muitos tem que sustentar a famlia. Estar em sala de aula depois

    enfrentar um dia rduo de servio, ir escola no fcil nem prazeroso a no ser que o

  • educador seja motivador desses alunos. Freire (1981), defende que, para educar o professor

    tem que ligar a realidade do aluno com as palavras usadas em sala de aula, que j so

    conhecidas no cotidiano dos alunos, essas palavras no precisam ser muitas para alunos

    de 16 a 23 anos. No comeo dos anos 60, uma comunidade em Cajueiro Seco, (Recife),

    uma equipe escolar fez um teste na EJA na comunidade, escolhendo algumas palavras do

    cotidiano dos alunos para trabalhar em sala, foram as seguintes: tijolo, voto, siri, palha,

    biscate, cinza, doena, mangue, terra, enxada, todas estudadas em sala de aula. O resultado

    foi satisfatrio, pois foi trabalhado palavras do cotidiano dos alunos, o que despertou um

    interesse maior nas aulas, porque aprenderam a ler e a escrever palavras j usadas no dia-

    dia.

    So palavras simples do cotidiano, que so ouvidas e faladas toda a hora pelos

    alunos que devem ser ensinadas em sala de aula, so as ferramentas usadas diariamente

    no trabalho e diversidade cultural por diversas regies, o vocabulrio tpico de cada lugar

    que tem que ser smbolos da existncia concreta da vida desses alunos.

    No h professores sem alunos, pensando desse modo era necessrio resgatar e

    atualizar o convvio entre docncia e os discentes, elaborando metodologias

    extremamente marcantes e fundamentais para o debate da educao. Segundo Freire (2007,

    p121-141)

    Ensinar exige rigorosidade metdica. [...] [...] Ensinar exige pesquisa. [...] [...]

    Ensinar exige respeito aos saberes dos educadores. [...] [...] Ensinar exige

    criticidade. [...] [...] Ensinar exige esttica e tica. [...] [...] Ensinar exige a

    corporeificao das palavras pelo exemplo. [...] Ensinar exige risco, aceitao

    do novo e rejeio a qualquer forma de discriminao. [...] [...]Ensinar exige

    reflexo critica sobre a prtica. [...] [...]Ensinar exige o reconhecimento e a

    assuno da identidade cultural. [...] [...]Ensinar exige conscincia do

    inacabamento. [...] [...] Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado. [...]

    [...] Ensinar exige respeito autonomia do ser do educador. [...] [...] Ensinar

    exige bom senso. [...] [...] Ensinar exige humildade, tolerncia, e luta em defesa

    dos direitos dos educadores. [...] [...] Ensinar exige apreenso da realidade. [...]

    [...] Ensinar exige alegria e esperana. [...] [...] Ensinar exige a convico de que

    a mudana possvel. [...] [...] Ensinar exige curiosidade. [...] [...] Ensinar exige

    segurana, competncia profissional e generosidade. [...] [...] Ensinar exige

    comprometimento. [...] [...] Ensinar exige compreender a educao

    umainterveno no mundo. [...] [...] Ensinar exige liberdade e autoridade. [...]

    [...] Ensinar exige tomada consciente de decises. [...] [...] Ensinar exige saber

    escutar. [...] [...] Ensinar exige conhecer que a educao ideolgica. [...] [...]

    Ensinar exige disponibilidade para o dialogo. [...] [...] Ensinar exige querer fazer

    o bem aos educandos.

    Ser professor de verdade no fcil, hoje em dia os profissionais da educao

    esto cada vez mais inseridos em um sistema, em que vigora a cobrana, que dificulta o

  • seu trabalho, essa profisso vai muito alm da sala de aula, como j foi citado, antes de

    ser professor tem que amar a profisso, tem que ser capaz de preocupar, respeitar,

    aprender, transformar e conscientizar que o crescimento desses alunos depende de bons

    professores .

    No prximo captulo ser apresentado resultados e discusses apartir da

    pesquisa campo, ou seja, ser contextualizada a epistemologia histrica do municpio de

    Israelndia-GO, a implantao da EJA e a histria da EJA no municpio em questo, a

    taxa de analfabetismo e a situao funcional da modalidade da EJA.

    2. A EDUAO DE JOVENS E ADULTOS

    2.1 O municpio de Israelndia e sua localizao geogrfica

    Israelndia um municpio brasileiro do Estado de Gois. Sua populao em

    2013 de 2.938 habitantes. A origem desta povoao foi a descoberta de jazidas de ouro e

    diamante no Rio Claro do Vaz, em 1942, pelo comprador de diamantes e ouro Israel de

    Amorim que ali estabeleceu-se com sua famlia. Foi emancipado em 14 de novembro de

    1958, antes era conhecida por: "Moncho do Vaz". A seguir veja a imagem da bandeira e o

    braso do municpio de Israelndia:

    Figura 1: Simbolos do Muncipio de Israelndia

    Bandeira Braso

    FONTE: IBGE (2008)

    Como se observar na figura 1, a bandeira do municpio de Israelndia destaca o

    Braso do municpio que est caracterizado com a imagem de um homem extraindo as

    riquezas naturais (ouro e diamante) do Rio Claro, o que levou a povoao do municpio a

    descobertas da jazida.

  • 2.2 A implantao da EJA em Israelndia

    Aps fazer uma anlise epistemolgica da instituio de ensino Colgio

    Municipal Boas Novas de Israelndia-GO, sabe-se por meio de documentos que a

    Educao de Jovens e Adultos (EJA), foi implantada a partir do apoio do municpio em

    1998. At no ano de 2000, a escola Chapeuzinho Vermelho era o nome que antecede o da

    atual escola pesquisada. A mesma atendia uma clientela no ensino de supletivo (1, 2, 3) e

    pr-escola. A partir de agosto de 2001, a Igreja Evanglica Assemblia de Deus, que vinha

    mantendo o Instituto Educacional Social Boas Novas, e que tinha uma parceria com a

    prefeitura por parte da sua maioria dos seus representantes, reuniram-se e decidiram

    entregar a instituio para o municpio que, ao organizar sua documentao mudam a

    nomenclatura para Colgio Municipal Boas Novas sendo autorizado pelo Conselho

    Estadual de Ensino (CEE). Ao ministrar as modalidades do Ensino Pr Escolar, Ensino

    Fundamental 1 e 2 fase, Educao de Jovens e Adultos a (EJA) torna reconhecida pela

    Lei Complementar do Estado de Gois n 026/98 Seo II, Art.14.

    A EJA foi implantada no municpio de Israelndia porque a procura por essa

    modalidade foi bem elevada, principalmente levando-se em conta as pessoas que no

    tiveram oportunidades de estudar na idade certa e que necessitavam cursar ensino

    fundamental ou mdio para ingressar no mercado de trabalho. Essa clientela era de nvel

    socioeconmico baixo, em sua maioria eram donas de casa.

    De modo geral a EJA representa um grande desafio ao contexto escolar, pois

    so diversas as justificativas para que o indivduo no termine seus estudos no tempo

    regular. O fato de residir na zona rural, ser responsvel pelo sustento de suas famlias ou

    at mesmo passar por diversas reprovaes constitui-se em dificuldades que devem ser

    superadas no cotidiano escolar. Outro desafio est na formao de profissionais para

    trabalhar com esses alunos, os professores tem que usar mtodos mais simplificados que

    ajudem o entendimento e compreenso desses alunos, no usar metodologias to tericas

    ou seja as mesmas metodologias usadas no ensino regular, e sempre levar em considerao

    o cotidiano de trabalho e de vida de cada aluno.

    O desafio encontrado na EJA em Israelndia, fazer com que os alunos

    frequente a escola com regularidade e tenha compromisso e interesse em concluir o ano

    letivo.

  • 2.3 Discusso de resultados (1 parte)

    A taxa de analfabetismo no Brasil parou de cair. Segundo os dados da Pesquisa

    Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) 2012, a taxa de analfabetismo entre as

    pessoas de 15 ou mais de idade foi estimada em 8,7%, o que corresponde ao contingente

    de 13,2 milhes de analfabetos. Em 2011, essa foi de 8,4% e o contingente foi de

    12,9milhes de pessoas. Confira seguir a figura 2, o grfico da taxa de analfabetismo no

    Brasil:

    Figura 2: Taxa de analfabetimo de 1996-1999 e 2001-2012

    A primeira parte da figura 2, referente a taxa de analfabetismo no Brasil mostra

    que de 1996 at 2011 taxa de analfabetismo estava estagnada no Brasil,em 2012 voltou a

    aumentar indo de 8,4 em 2011 para 8,5. O 2grfico mostra que a regio Nordeste e

  • Centro-Oeste de 2004 teve um aumento de analfabetos em 2011 esse nmero caiu, mas em

    2012 esses ndices voltaram a subir. Na tabela a seguir pode ser feita uma anlise dos

    dados coletados acerca da taxa de analfabetismo no municpio de Israelndia.

    Tabela 1: Analfabetismo em Israelndia-Go

    Cod UF Municpio Populao

    analfabeta

    Idade Porcentagem

    IBGE

    521030

    7

    Gois Israelndia 398 A partir dos 15

    anos

    17,9

    Fonte: IBGE,2008

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    A populao total do municpio de 2.938 habitantes, e como se v na tabela

    acima 17,9% da populao so analfabetos (pessoas com idade superior a 15 anos), um

    alto ndice se comparado nmero total da populao. A populao que forma o municpio

    de Israelndia bastante variada e ecltica com relao a idade, gnero e raa; E com

    relao ao acesso a educao escolar, percebe-se que muitas pessoas apresentam

    dificuldades para estudar devido diversos motivos tais como: morarem na fazenda, ser

    me ou pai de famlia muito precoce, se ingressar no mercado de trabalho precocemente.

    Uma das grandes conquistas quanto a importncia da EJA, resgatar essas

    pessoas que no tinham concludo os estudos, dando a elas oportunidade de reintegrarem

    vida social; ressalta-se que, muitas pessoas que cursaram a EJA j esto atuando no

    mercado de trabalho, atuando como professores, vendedores, vereadores, pedreiros e

    outros; Nos anos de 2009 a 2012 o municpio de Israelndia teve um grande nmero de

    alunos matriculados na EJA. Confira no grfico a seguir.

  • 020

    40

    60

    80

    Grfico 2: Alunos matriculados na EJA/2009-2012

    2009

    2010

    2011

    2012

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    O grfico 2 mostra que a procura por essa modalidade (EJA), teve um nmero

    considervel, entre 2009 a 2012 o que prova a utilidade da modalidade na formao dos

    sujeitos atuantes na sociedade local; E reafirma a necessidade de continuidade da EJA no

    municpio de Israelndia.

    Os grficos 3 a 7 (abaixo) mostram que a maioria dos alunos matriculados

    conseguiram concluir o ano letivo na EJA.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    No ano de 2009, o nmero de alunos que concluiu foi de mais 15% dos

    matriculados, 8% dos alunos desistiram 3% desses alunos transferiram, esses que

    transferiram, foi por que mudaram do municpio.

  • Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    Em 2010 o nmero de alunos que concluram foi de 20% no total, os alunos

    que desistiram foi de 12% e os alunos que transferiram foi de 3%.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    No ano de 2011 o nmero de alunos que concluram, foram 10%, os que

    desistiram foi 3% e os que transferiram foi de apenas 2%. Veja no grfico 6 que o ano de

    2012 foi totalmente atpico aos demais.

  • Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    Em 2012 os alunos que concluram foi um total de 55% dos matriculados,

    nenhum aluno desistiu ou transferiu, ressalta-se que em 2012 a procura pela modalidade

    de ensino fundamental no obteve o nmero de alunos que a unidade escolar exige que

    no mnimo 25 alunos para abrir uma turma, nesse caso s abriu uma turma para o ensino

    mdio, e todos concluram essa modalidade.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    No ano de 2013 possvel observar algumas peculiaridades, dentre essas o fato de

    que o nmero de alunos foi diminudo e apenas 25 foram matriculados no Ensino Mdio.

    Na houve a abertura de turmas do Ensino Fundamental, pois no houve interessados que

    justificasse esse processo, pois para que ocorra a abertura de novas turmas so necessrios,

    no mnimo 25 alunos. Os grficos acima mostraram que: de 2009 a 2013 o nmero de

    alunos matriculados foram de 282, ou seja, durante o perodo de 5 anos, o nmero de

    alunos que concluram o ensino mdio e ensino fundamental foi de 178 alunos , com

  • idades e sries diferenciadas; e 31 alunos desistiram ou se transferiram da unidade escolar

    (do programa EJA).

    Na escola pesquisada no foi disponibilizado registros referentes aos dados

    alunos dos alunos que concluram ou desistiram o ensino fundamental no ano de 2009-

    2013; sob alegao e justificativa da troca de funcionrios na escola, e que a gesto atual

    no sabia onde estava arquivado esses documentos.

    Em 2013 o nmero de alunos matriculados foram de 25 alunos, porm foi um ano

    atpico, pois desistiram 18 alunos. Em pesquisa campo, onde entrevistamos vrios alunos

    dos desistentes, as respostas foram bastante diversificadas; eles alegaram os seguintes

    motivos para desistncia: Problemas particulares com professores da EJA, alunas que so

    mes e que no tinha com quem deixar os filhos para ir a escola, transferncia de escola

    por motivos de mudana do municpio, alunos que so moradores do municpio de Jaupaci

    e estavam cansados da rotina, alunos que mesmo com a idade avanada preferiram voltar a

    frequentar o ensino mdio na Escola Estadual Maria Barreto da cidade de Israelndia, e

    alguns ainda reclamaram da postura (tica) dos professores e da falta de qualificao

    especfica destes.

    2.4 Discusso de resultados (2 parte)

    A EJA do municpio de Israelndia atende uma clientela com a faixa etria bem

    diversificada, que varia entre 18 a 68 anos de idade, conforme determina a LDB, a idade

    mnima para ingressar na EJA, de dezoito anos como j citado; a EJA permite que os

    alunos possam cursar duas sries no mesmo ano, pois uma modalidade parcial de 6

    meses. Ex: pode fazer 1 srie no primeiro semestre e a 2 srie no segundo semestre,

    concluindo 02 sries em um ano letivo.

    Essa modalidades de ensino (EJA) realizada semestralmente afim de acelerar e

    facilitar o estudo dessa clientela especfica, que busca na EJA a reintegrao social,

    capacitao para adquirir melhores condies de vida e remunerao salarial.

    A prefeitura de Israelndia, desde quando passou a assumir essa modalidade de

    EJA, tem oferecido basicamente o prdio para ministrar as aulas, lanches nos intervalos,

    disponibilizando transporte para aula campo quando requisitado, e os professores tambm

    so contratados pelo municpio.

  • Mesmo com a assistncia e apoio significativo da prefeitura a EJA, os alunos

    matriculados no tem concludo seus estudos (o perodo letivo). E a gestora atual alega

    que no regimento da escola determina abertura somente de turmas que tenha no mnimo 25

    alunos, e ainda alega que oneroso ao municpio manter uma turma com baixo nmero de

    alunos, pois no decorrer do semestre letivo, muitos alunos ainda desistem. Um exemlo desa

    situao que no incio do ano de 2013, foi montado uma turma com 25 alunos, mas

    infelizmente apenas sete alunos concluram o ano letivo.

    De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei n. 9.394/96) o

    sistema educativo nacional do Brasil prev que a Educao Bsica deve atender os alunos

    nas seguintes faixas etrias:

    Tabela 2: Faixa etria de idade para atendimento no sistema educacional brasileiro

    Educao Infantil

    Idade Local

    0-3 anos Creche ou ncleo infantil

    4-6 anos Pr-Escola

    Ensino Fundamental

    (Idade regular) deve atender dos 7-14 anos de idade

    Educao de Jovens e Adultos deve ter o mnimo de 15 anos

    Ensino Mdio

    (Idade regular) deve ser feito a partir dos 15 anos de idade

    Educao de Jovens e Adultos no mnimo de 18 anos

    Fonte: LDB (Lei n. 9.394/96)

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    No sistema educacional brasileiro imposto algumas regras, como se v,

    desde o primeiro dia de vida a criana pode ter acesso ao sistema educacional na Creche

    ou no ncleo infantil. Na pr escola permitido que os estudos seja oferecido as crianas

    de 4 a 6 anos de idade; aps essa faze a criana j entrar no ensino fundamental, que

    atende o pblico de 7 a14 anos de idade. E para se engraar na EJA, a idade mnima para

    o ensino fundamental de 15 anos; no ensino mdio a idade regular de 15 anos e para

  • frequentar a EJA tem que ser maior que 18 anos. Essas so etapas que a LDB exige e

    regulamenta na educao brasileira.

    Tambm foi dada voz a clientela da EJA, ou seja, ao pblico atendido na EJA

    em Israelndia, para relatar as principais justificativas para dificuldades de concluso na

    faixa etria indica pela LDB.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    Considerando os aspectos socioeconmicos do municpio, comum que os

    moradores deixem de estudar por morarem na zona rural. Isso denotado no grfico acima,

    no qual a maioria dos entrevistados afirma ser esse o maior motivo de abandono da escola.

    Mas tambm importante ressaltar a dificuldade em conciliar emprego e escola, como se

    v no grafico8 quase 30% dos alunos desistiram por esse motivo.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

  • Em relao srie na qual os estudos foram paralisados, 30% responde que

    na quarta-srie. Isso nos remota a uma idia de que apenas o primrio seria necessrio para

    a insero dos sujeitos no contexto do trabalho. O grfico abaixo mostra os principais

    motivos alegados pelos entrevistados para voltarem a frequentar a escola. Ressalta-se que a

    interao com a sociedade um dos principais interesses apontados pelos entrevistados,

    alm da busca pela melhora dos salrios e da obteno do diploma tendo em vista a

    continuidade dos estudos.

    Fonte: documentao escolar.

    Coleta de dados:CLADIO, Danilla Bernardes, 2013.

    Organizao: OLIVEIRA, Divino Jos Lemes de, 2013.

    Os entrevistados, em sua maioria, responderam que voltaram a estudar para

    interagir na sociedade que cobra a todo momento o fato de saber ler ou escrever. A busca

    por melhor salrio ficou em segundo lugar, pois a maioria dos entrevistados se encontram

    inseridos no mercado de trabalho, embora no se mostrem satisfeitos com seus salrios.

    Os alunos entrevistados relataram que a busca por melhor salrio ficou em

    segundo lugar, relatando que j esto ingressados no mercado de trabalho, embora no se

    mostrem satisfeitos com seus salrios.

    Os alunos entrevistados que no concluiu o ensino regular, apresentaram

    diversos motivos, mas em sua maioria tiveram que deixar de estudar para trabalhar ou para

    serem donas de casa. Deixando de exercer o direito de cidado assegurado pela LDB.n

    9.394/96 Seo V. Art:37, que garante ensino gratuito na EJA aos jovens e adultos que

    no estudaram na idade regular.

    Na entrevista com o grupo gestor, ficou claro que a maior dificuldade

    encontrada da unidade est no desinteresse dos alunos, a falta de comprometimento, que

    nos dias atuais percebido claramente, quando se inicia o ano apresenta uma grande

  • procura de alunos interessados a estudar, mas com o passar dos dias esses mesmos alunos

    deixam de frequentar a escola, por diversos motivos j constatado anteriormente.

    Os trs professores entrevistados alegam que em sua maioria, os alunos no

    tm comprometimento com as aulas, so desinteressados, muitos deles desistem nas

    primeiras semanas de aula, sem concluir se quer um semestre, no so assduos.

    Em dezembro de 2013 ser o ltimo ano da EJA no municpio de Israelndia-

    GO, que apesar de ter uma pequena populao ainda tem grande ndice de analfabetismo

    no municpio. Mesmo assim foi diagnosticado nesta pesquisa que se no houver um

    nmero mnimo de 25 alunos inscritos para a EJA no municpio em questo ser fechada.

    Alguns questionamentos reflexivos conclui essa pesquisa. Se no tem alunos,

    no tem aula, no tem mais EJA em Israelndia, isso bvio; mas por que no tem alunos?

    o que levaram esses alunos a desistir de estudar? Se a todo momento, em vrias falas e

    dados das entrevistas foi firmado e reafirmado a importncia de ser alfabetizado para que

    ocorra a reintegrao social. Acreditamos que se o governo municipal desse mais

    prioridade ao programa da EJA, e se os professores da EJA do municpio de Israelndia

    modificassem as metodologias utilizadas, a realidade atual da EJA poderia ser outra.

    Ressalta-se que os professores que ministram as aulas da EJA, no so capacitados

    suficientemente para atender a EJA, eles no passaram por nenhum processo especfico

    ou diferenciado de formao para ministrar essas aulas; seria extremamente importante

    modificar e usar metodologias adequadas para essa modalidade de ensino. Com bem diz

    Freire uma clientela especial. Cabe a gesto escolar reformular sua prticas

    pedaggicas, utilizar metodologias que considere o aluno e sua vivncia, seu dia-a-dia.

  • CONSIDERAES FINAIS

    Os dados dessa pesquisa so resultados de leituras de livros, artigos sobre a

    histria da educao no Brasil, compreenso do alto ndice de pessoas analfabetas no

    Brasil, que por falta de oportunidade de estudar, distoro de idade ou srie no

    concluram ensino regular. Depois do um estudo detalhado da histria da educao no

    Brasil foi importante conhecer essa modalidade de ensino. Os objetivos da EJA na forma

    como desenvolvida, principalmente como se desenvolve no municpio de Israelndia.

    O embasamento terico buscado em vrios autores, permitiu melhor

    compreenso, tanto da histria da educao, quanto da EJA, as entrevistas feitas com

    alunos, gestores e professores foram de grande valia. Os dados do ltimo captulo

    apresentam os resultados. A histria da educao do Brasil mostrou que as oportunidades

    que eram s para alguns tornaram-se ao alcance de muitos.

    Traar a histria da EJA nos dias atuais deixou desejar com a realidade atual,

    uma vez que ficou claro que a necessidade da EJA ainda hoje consequncia das polticas

    educacionais inadequadas que geraram vrios problemas como, a defasagem de idade e

    srie, aumentando um grande ndice de analfabetos no Brasil.

    Essa pesquisa levou a constatar que no municpio de Israelndia atualmente

    possui um grande ndice de pessoas analfabetas que no tiveram oportunidades de concluir

    os estudos, nos dias atuais em sua maioria os alunos tem essa oportunidade, mas muitos

    no querem frequentar a sala de aula.

    As hipteses levantadas quanto as oportunidades que essa modalidade EJA

    trouxe ao municpio em Israelndia, se confirmaram em tentar resgatar essa clientela e

    fazer com que voltem a frequentar normalmente a escola e concluir o ano letivo.

    Adequar s metodologias da modalidade EJA, usar o apoio da prefeitura e

    capacitar os professores para ministrar as aulas seria uma alternativa para dar

    continuidade para essa modalidade que teve e poder ter ainda uma grande importncia

    para sociedade do municpio de Israelndia. Pois no basta apontar os problemas, tem que

    ter solues para eles.

    O papel da modalidade EJA, e dos professores vai muito alm da sala de aula

    necessrio que os professores tenham um equilbrio entre os livros didticos, prtica,

  • dilogo e a bagagem que cada aluno carrega, assim poder fazer com que esses alunos se

    reintegre na vida social de forma produtiva levando em considerao sua realidade.

  • REFERNCIAS

    ANDRADE ,hanrrikson. PNAD, 2012. Taxa de analfabetismo para de cair no Brasil aps 15 anos.

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