A Criança Colérica (BVA)

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  • A CRIANA COLRICA

    Fabi Corra

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    A criana colrica cheia de vontade e presena e gosta de fazer tudo sozinha, sem ajuda de

    adultos e procura se impor em qualquer situao. Acessos de vontade ou de ira so simples-

    mente mais fortes do que ela pode controlar. Por isso explode: ainda no aprendeu a lidar com

    tanta energia. So crianas entusiasmadas e se mobilizam por ideais. As crianas colricas no

    tendem a mostrar arrependimento, ainda que saibam que agiram mal, buscam fazer justia

    com as prprias mos pois tm um amor verdade. Para ele, teraputico contar histrias de

    A CRIANA COLRICA8 DE JANEIRO DE 2016 | ADMIN | 3 COMENTRIOS

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  • coragem e ousadia, de homens que realizaram grandes feitos e dar tarefas difceis e que exijam

    todas as suas foras. A criana colrica precisa enfrentar dificuldades que desdobrem suas for-

    as interiores. o que ele precisa na vida pois assim que vai aprender a usar a energia que

    traz dentro de si. Mais do que qualquer um, necessria muita pacincia pra lidar com esse

    temperamento. E auto controle tambm. Diante de uma criana que chuta e arranha, nossa

    tendncia querer fazer o mesmo, mas o que ela precisa de algum que no aja sob o calor

    das emoes e que possa mostrar a ela que um dia ela tambm poder dominar e usar bem o

    cavalo bravo que existe dentro de si. Ela precisa, mais do que ningum, da autoridade amoro-

    sa.

    Fabi Corra

    Para descrev-lo, comeo de novo com um trecho do livro A Natureza Anmica da Criana (uma

    das principais referncias para esse e os outros textos sobre temperamentos).

    Seu corpo e jeitinho

    Tnia est fora de si. Com os dois punhos, bate num menino (ela tem 10, ele tem 12). Seus cabelos

    desgrenhados se levantam como as penas de uma ave de rapina. As proeminncias em sua fronte

    bem redonda parecem se transformar em chifres. () Tnia pega do cho o irmozinho causa

    inocente da luta e que o menino grande empurrara e o arrasta atrs de si. Ela no chora, mas so-

    lua em convulses que no consegue dominar e faz movimentos violentos para enxugar as lgri-

    mas, que correm contra a sua vontade. Ao faz-lo, caminha batendo os ps, ainda mais fortamente

    do que costuma, pisando energicamente com os calcanhares. Uma das mos ainda est cerrada em

    punho e a outra segura firmemente o pulso do pequeno. () seu pescoo est encolhido entre os

    ombros, como se quisesse contrair e endurecer todo o seu ser.

    E a, alguma semelhana com seu pequeno tirano? rsPois , essa uma palavra que muitas vezes

    se aplica ao colrico, pois ele quer fazer valer sua vontade acima de tudo. E para isso bate, morde,

    tiraniza os coleguinhas. Com o queixo avanado para frente (que fica mais proeminente nos colri-

    cos medida que envelhecem), define o que quer e luta por isso com unhas e dentes, literalmente.

    Se no quiser fazer algo que a professora manda, vai se negar at o fim com tanta determinao

    que pode acabar vencendo pela firmeza de deciso e pelo cansao alheio. Se for algo que no o

    empolga, esquea.

    O colrico gosta de acordar cedo e ir cuidar de suas plantinhas ou de suas coisas ou de ficar dese-

    nhando enquanto medita sobre planos e os outros ainda dormem. Adora pontualidade, concen-

    trado, mas aprender no algo fcil para essa criana. Seus desenhos, que no costumam ser os

    mais geniais da classe, tm traos grossos e fortes assim como suas pegadas, que quase abrem o

    cho de to firmes. Seus olhos so brilhantes, com um olhar cheio de luz interna e muitas vezes so

    negros como um carvozinho. Tende a ter um rostinho vermelho e acessos de febre e doenas in-

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  • flamatrias da infncia, como a escarlatina.

    A criana colrica cheia de vontade e presena e gosta de fazer tudo sozinha, sem ajuda de adul-

    tos. Isso acontece porque, nela, o eu se colocou com uma fora superior ao que faz em outros

    temperamentos. Essa fora cria um corpo robusto e firme, adequado para impor esse eu em

    qualquer situao. Por isso seus membros no so leves e geis como o do sanguneo, que falamos

    na semana passada. uma criana atarracada e fortinha o eu dominante impede o crescimento

    dos outros corpos (astral, etrico e fsico). Ela tambm tende a ser menor que a mdia, com o pes-

    coo enfiado na cabea e d a impresso que est sob presso, prestes a explodir, o que realmente

    acontece muitas vezes, quando fica fora de si. Acessos de vontade ou de ira so simplesmente mais

    fortes do que ela pode controlar. Por isso explode: ainda no aprendeu a lidar com tanta energia.

    No dia seguinte pra, ouve o que os pais tm a dizer e se dispe, verdadeiramente, a mudar. At

    que de novo saia do controle. So crianas entusiasmadas e se mobilizam por ideais. Napoleo

    um exemplo de colrico famoso e bem baixinho tambm.

    Em um dos livros obre o assunto, li que um temperamento cada vez mais raro. E no conheo

    mesmo muitas crianas colricas. Na classe do Antonio, meu filho, entre 21 crianas deve ter duas,

    no mximo. Desconfio que tenha a ver com a incapacidade atual de as crianas encarnarem. Rudolf

    Steiner disse que haveria um tempo em que todas as crianas necessitariam de ajuda para encar-

    nar e acho que esse momento agora. Cada vez mais voc v criana que precisa de fonoaudiolo-

    gia, reorganizao neurolgica, terapia, aula de jud e por a vai como ajuda para receberem me-

    lhor o eu (algo que falei bastante nesse post). O excesso de mdia, tecnologia e a falta de espao

    para serem realmente crianas, correndo, pulando e caindo, imagino, tem muito a ver com essa di-

    ficuldade de encarnar corretamente.

    O lado difcil dos colricos

    Assim como o imperador francs, as crianas colricas no tendem a mostrar arrependimento,

    ainda que saibam que agiram mal. Mas, como diz o trecho do livro acima, buscam fazer justia com

    as prprias mos pois tm um amor verdade. Ficam irritadas e explodem se no chegam onde

    querem. Se esse querer, no entanto, mais pra egosta do que pra idealista, essas personalidades

    podem agir sem considerao pelo outro e serem vaidosas demais. Uma pessoa hiper colrica na

    juventude corre o perigo de ter um eu moldado irascvel, que no consegue ser dominado e isso

    com certeza vai lhe causar problemas de relacionamento. Pior, podem se tornar obcecadas por um

    nico objetivo, seja qual for. Para os pais e cuidadores, costumam ser crianas cansativas pois es-

    perneiam, chutam, do socos e so muito teimosas.

    Como cuidar de uma criana colrica

    Colocar o colrico para brincar ou se sentar ao lado de uma outra criana colrica na classe per-

    feito. Os dois vo se empurrar e medir foras e, assim, amenizar seu temperamento. Para ele, te-

    raputico contar histrias de coragem e ousadia, de homens que realizaram grandes feitos e dar

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  • tarefas difceis e que exijam todas as suas foras. A criana colrica precisa enfrentar dificuldades

    que desdobrem suas foras interiores. Assim, ela no usa essas mesmas foras para fazer boba-

    gem por a. , no d moleza pra esse moleque! Torne a vida dele difcil dando atividades que ofe-

    ream resistncia: pea para bater o martelo em um prego ou carregar pedras pesadas pra cons-

    truir uma fortaleza. Leve-o para brincar em espaos abertos. o que ele precisa na vida pois as-

    sim que vai aprender a usar a energia que traz dentro de si. No na base da fora fsica ou dos

    castigos que vamos dobrar esse pequeno Napoleo, mas mostrando a ele obstculos mais podero-

    sos do que ele pode transpor. Carregar objetos, serrar um pedacinho de madeira, empurrar m-

    veis com a mame, levar as compras. Isso far com que ganhe respeito, que se d conta que no o

    super-heri que pensa ser e assim corre menos riscos de virar um tirano de verdade quando cres-

    cer. E no precisa de lio de moral. O importante deix-lo perceber tudo por si mesmo, como

    sempre devemos fazer com as crianas.

    Frequentar aulas de um instrumento musical em que possa fazer solos um bom desague para sua

    vaidade e ambio naturais. Em relao aos adultos, no vale o mesmo do que no sanguneo, que

    ir acompanhar e ser leal a uma personalidade que lhe desperte amor. O colrico, acima de todos

    os outros, precisa respeitar e venerar algum que possa mais do que ele: algum mais forte e que

    saiba fazer coisas que ela ainda no consegue. Depois de seus ataques de raiva, de preferncia no

    dia seguinte, aps uma boa noite de sono, vale a pena conversar com ele sobre o que aconteceu

    com toda a calma do mundo. No fundo no fundo, ela vai ficar agradecido pela ajuda moral. Mais do

    que qualquer um, necessria muita pacincia pra lidar com esse temperamento. E auto controle

    tambm. Diante de uma criana que chuta e arranha, nossa tendncia querer fazer o mesmo,

    mas o que ela precisa de algum que no aja sob o calor das emoes e que possa mostrar a ela

    que um dia ela tambm poder dominar e usar bem o cavalo bravo que existe dentro de si. Ela pre-

    cisa, mais do que ningum, da autoridade amorosa. Ela precisa, de certa forma, ser naturalmente

    barrada em seu caminho de passos firmes.

    Alimentao mais adequada

    Colricos adoram frutas (se puder colh-las, ento, sobem na rvore com rapidez), detestam min-

    gaus e preferem comidas secas e duras, que ofeream resistncia ao morder. So capazes de usar

    os dentes para quebrar nozes e no gostam muito de petiscar. Cuidado com alimentos muito cal-

    ricos e energticos. Uma tigelinha de aa pode dar fora e energia demais pra essa criana. Cho-

    colate pode gerar um estrago e vai ser difcil control-lo depois. Prefira refeies com elementos

    mais leves e pouco calricos pois energia ele j tem de sobra.

    Leia tambm:

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    Socorro Brito Mdica at HGV HBL UNIMEDRECIFEDesculpa a intromisso. Mas existe um livro com o ttulo OS TEMPERAMENTOS de NorbertGlas editora Antroposofica . Paz para todosCurtir Responder 1 9 de janeiro de 2016 10:28

    Tania Maria Croce PiresBom dia! Adorei e gostaria de saber mais! Qual foi o livro que foi consultado e citado notexto? Grata!Curtir Responder 9 de janeiro de 2016 03:35

    Lucinda DiasTnia, embora eu no tenha escrito o texto, reconheo que o livro de Caroline vonHeidbrand - "A Natureza Anmica da Criana". Existe, tambm um livrinho de RudolfSteiner "O mistrio dos temperamentos". Voc deve encontr-los na EditoraAntroposfica.AbraosCurtir Responder 9 de janeiro de 2016 06:33

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