A Cidade e as Serras

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A Cidade e as Serras Eça de Queirós, 1901

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Resumo e análise sobre A Cidade e as Serras

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A Cidade e as Serras

Eça de Queirós, 1901

Contexto Mundial

• Hegemonia europeia

• Belle Époque

Correntes cientificistas

• Positivismo• Determinismo• Darwinismo Social• Socialismo

Contexto Português

• Questão Coimbrã (Geração de 70) X Romantismo

• Antero de Quental X Antonio Feliciano de Castilho

• Conferências do Cassino (Lisboa): estrutura aristocrática, agrária e rural X modernidade europeia;

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo. O Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.”

Eça de Queirós

Realismo

• França, 1857, Madame Bovary, de Gustave Flaubert

• Representação objetiva da realidade • Denúncia da vida burguesa• Linguagem direta• Tempo da narrativa• Análise psicológica das personagens

Oposição ao Romantismo

Eça de Queirós

• 1845-1901• Advogado• Jornalista• Político• Cônsul• Anticlerical,

antiburguês, antimonárquico.

Fases1ª fase – Romântica (Prosas Bárbaras): temas e

idealizações Românticas, descrições já Realistas e estilo próximo ao Simbolismo.

2ª fase – Realista (O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias): romance de costumes, análise objetiva e crítica da sociedade.

3ª fase - Realista de Transição (A Ilustre Casa de Ramires, A Cidade e as Serras, Últimas Páginas): moderação no sarcasmo e na ironia, afetividade em relação à Portugal. Consciência de que criticou inutilmente a burguesia e a família.

Em carta a Teófilo Braga:“A minha ambição seria pintar a

sociedade portuguesa, e mostrar-lhe, como num espelho, que triste país eles formam - eles e elas. É o meu fim nas Cenas portuguesas. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso - e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?”

Eça de Queirós

A Cidade e as Serras

“Enganados pela ciência, embrulhados nas subtilezas balofas da economia política, maravilhados como crianças pelas habilidades da mecânica, durante setenta anos construímos freneticamente vapores, caminhos de ferro, máquinas, fábricas, telégrafos, uma imensa ferramentagem, imaginando que por ela realizaríamos a felicidade definitiva dos homens e mal antevendo que aos nossos pés e por motivo mesmo dessa nova civilização utilitária se estava criando uma

massa imensa de miséria humana, e que, com cada pedaço de ferro fundíamos e capitalizávamos, íamos criar mais um pobre!”

Eça de Queirós em A Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, 23 de

Abril de 1895

•ACeaS: apologia a ideal de justiça: o mal não está na máquina, mas na mentalidade humana.

A Cidade e as Serras

• 1892: conto Civilização

• 1901: morte durante período de revisão – Ramalho Ortigão

• Fundação Eça de Queiroz• Alegoria: felicidade na simplicidade.

Correntes

• REALISMO – crítica irônica à alienação da elite portuguesa e ao imoralismo e decadência da civilização do fim do século; detalhismo nas descrições.

Correntes

• NATURALISMO – romance de tese; zoomorfismo (animalização de alguns personagens); uso de um vocabulário grosseiro (em algumas passagens); apelo ao grotesco nas caricaturas.

Correntes

• IMPRESSIONISMO – técnica artística em que a realidade é expressa a partir da apreensão sensorial imediata; presente principalmente nas descrições de paisagens, associadas ao estado psicológico dos personagens, prática comum a Eça.

1. EnredoGenealogia dos Jacintos (Miguelismo –

Cintinho)

Jacinto (fidalgo / Paris) e Zé Fernandes amigos de infância

O homem só é superiormente feliz, quando é superiormente civilizado

7 anos

202 completamente equipado

Jacinto magro, velho e curvado

Depressivo

ZF se hospeda no 202

Eu não tenho nunca apetite, já há tempos...Já há anos

Inundação

Jantar

ZF viaja

Notícia de destruição em Tormes

Jacinto precisa viajar a Portugal

Jacinto telegrafou a Silvério: reforma da Quinta

Viajam a Portugal de trem

Perdem-se do empregado e das bagagens

Ninguém os esperava em Tormes

Égua ruça e jumenta

Desordem em Tormes

Jacinto desiste de voltar a Lisboa depois do primeiro jantar local

ZF vai à casa de sua tia

5 ou 6 semanas

Jacinto completamente adaptado ao campo

Jacinto acompanha ZF até a Flor da Malva

Conhece Joaninha

Casamento

2 filhos

Jacinto planeja passeio a Paris, mas não se concretiza

Ninguém sai de Tormes.

• Lento

• Conflito único

• Ideal clássico de felicidade

2. Tempo

• Belle Époque

• Cronológico: causa e efeito

• Período: 1866 (acamaradagem) a 1889 (retorno de Zé Fernandes a Tormes)

• Flashback: genealogia

3. Espaço• Essencial: contraposição

• Paris X Tormes • Fugere urbem X Locus amoenus• Civilizado X Natural• Estreito X Amplo• Nociva X Fonte de vida• Malícia X Entusiasmo• 202 X Quinta

Cidade“(...) rebelião de homem livre, aquela agenda

que o escravizava”“Depois, bocejando, desabotoando

lentamente a sobrecasaca cinzenta”

X Serras“(…) a grossa camada de nuvens já se ia

enrolando sob a lenta varredela do vento (…) então recolhemos lentamente para casa…”

“Então Jacinto, muito embaraçado, murmurou abstraidamente”

a) A Cidade

• O “202”: civilização em miniatura.• Visão irônica:

“Saímos do 202, chegamos à serra, encontramos o 202. Não há senão Paris!”

A tecnologia(...) - Ó Jacinto, para que servem todos estes instrumentozinhos? Houve já aí um desavergonhado que me picou. Parecem perversos... São úteis?Jacinto esboçou, com languidez, um gesto que os sublimava. -Providenciais, meu filho, absolutamente providenciais, pela simplificação que dão ao trabalho! Assim... e apontou. Este arrancava as penas velhas, o outro numerava rapidamente as ´páginas dum manuscrito; aqueloutro, além, raspava emendas... E ainda os havia para colar estampilhas, imprimir datas, derreter lacres, cintar documentos...

- Mas com efeito, acrescentou, é uma seca... Com as molas, com os bicos, às vezes magoam, ferem... Já me sucedeu inutilizar cartas por as ter sujado com dedadas de sangue. É uma maçada! (...)

• Hipocrisia – figura da mulher

1. A cocotte de Jacinto

– Ó Jacinto! Quem é esta Diana que incessantemente te escreve, te telefona, te telegrafa, te...?

– Diana...Diana de Lorge. É uma cocotte. É uma grande cocotte! – Tua? – Minha, minha... Não! tenho um bocado. E como eu lamentava que o meu Príncipe, senhor tão rico e de tão fino orgulho, pôr economia duma gamela própria chafurdasse com outros numa gamela pública Jacinto levantou os ombros, com um camarão espetado no garfo:

– Tu vens das serras... Uma cidade como Paris, Zé Fernandes, precisa ter cortesãs de grande pompa e grande fausto. Ora para montar em Paris, nesta tremenda carestia de Paris, uma cocotte com os seus vestidos, os seus diamantes, os seus cavalos, os seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, o seu palacete, a sua publicidade, a sua insolência, é necessário que se agremiem umas poucas de fortunas, se forme um sindicato! Somos uns sete, no Clube. Eu pago um bocado... Mas meramente pôr Civismo, para dotar a Cidade com uma cocotte monumental. De resto não chafurdo. Pobre Diana!... dos ombros para baixo nem sei se tem a pele cor de neve ou cor de limão. Arregalei um olho divertido: – Dos ombros para baixo?... E para cima? – Ó! para cima tem pó de arroz!... Mas é uma seca! Sempre bilhetes, sempre telefones, sempre telegramas. E três mil francos pôr mês, além das flores... Uma maçada!

E as duas rugas do meu Príncipe, aos lados do seu afilado nariz, curvado sobre a salada, eram como dois vales muito tristes, ao entardecer.

“Depois, uma tarde, trepando com a costumada gula a escada da rua do Hélder, encontrei a porta fechada – e arrancado da ombreira aquele cartão de Madame Colombe que eu lia sempre tão devotamente e que era a sua tabuleta... Tudo no meu ser tremeu como se o chão de Paris tremesse! (...)

- Madame Colombe?A barbuda comadre recolheu

lentamente a vaza:- Já não mora... Abalou esta

manhã, para outra terra com outra porca!”

2. A infecção sentimental de Zé Fernandes

3. Madame de Oriol

“– Estamos separados, cada um vive como lhe apetece, é excelente! Mas em tudo há medida e forma... Ela tem o meu nome, não posso consentir que em Paris, com conhecimento de todo o Paris, seja a amante do trintanário. Amantes da nossa roda, vá! Um lacaio, não!... Se quer dormir com os criados que emigre para o fundo da província, para a sua casa de Corbelle. E lá até com os animais!... Foi o que lhe disse! Ficou como uma fera.

Sacudiu então a mão de Jacinto que “era da sua roda” – rebolou pela escadaria florida e nobre. (...)”

Portugal

b) e as Serras...Tormes

“É muito grave, deixar a Europa!”

- Genealogia: fidalgos / solar- Metáfora de ossos- Mudança em Jacinto: planejador, alegre, preocupado socialmente- Fome no campo/desigualdade social

Espaço responsável pela divisão temática:

• Paris (Cap. I a VIII): Cidade (tecnologia) X Campo (atraso)

• Tormes (Cap. IX a XVI): sem malas - progresso é ilusão, campo é fonte de paz e alegria

• síntese cidade-campo: solução equilibrada: casamento, filhos, eletricidade, telefonia

4. PersonagensJacinto, o Príncipe da Grã Ventura

• 3 fases: urbano, em crise, rural metáfora de Portugal;

• Degeneração corpo = degeneração do país.

•Mitologia grega: rapaz de rara beleza - Apolo (deus da beleza, da música e da poesia), protetor – esportes – Zéfiro: ciúmes: disco acerta a cabeça: morte. Apolo: flor.

A morte de Jacinto. Jean Broc, 1801.

Jacinto: riqueza X ocupação mental. Estabilidade X modaTormes: fixa raízes (ossos): estabilidade.

Apolo = Paris. Morte para renascer maisbelo e forte.

Tormes, Portugal.

Montmartre, Paris.

“[Dandi é o] homem rico, ocioso e que, mesmo entediado de tudo, não tem outra preocupação senão correr ao encalço da felicidade; o homem criado no luxo e acostumado a ser obedecido desde a juventude; aquele, enfim, cuja única profissão é a elegância, sempre exibirá, em todos os tempos, uma fisionomia distinta, completamente à parte.(...) é politicamente anti-burguês, não porque quer acabar com a burguesia, mas porque é aristocrático.”

BAUDELAIRE, C.

Zé Fernandes

- Foi criado pelos tios; apenas a tia Vicência está viva;- Pequeno proprietário;- Narrador subjetividade;- Resgata o bom senso do protagonista retornos a Portugal.

- Pequeno proprietário X fidalgo:

“E, descendo os campos Elísios, encolhido no paletó, a cogitar nesse prato simbólico, considerava a rudeza e atolado atraso da minha Guiães, onde desde séculos a alma das laranjas permanece ignoradas e desaproveitada dentro dos gomos sumarentos, por todos aqueles pomares que assombram e perfumam o vale, da Roqueirinha a Sandofim!”

“ Ao optar por personagens de índole tão diferente (citadina e francesa, com Jacinto; serrana e portuguesa, com Zé Fernandes), Eça põe em cena duas vozes, dois pontos de vista ideológicos que constantemente e de modos diversos dialogam entre si. É desta forma que o autor de A Cidade e as Serras problematiza a maneira de viver e as próprias soluções finais, que perante a vida adota (ou encontra) cada uma destas personagens.”

SOUZA, Frank.

Dialética

- A partir do diálogo, há a contraposição e a contradição de ideias para se chegar a novas ideias

• Tese“Que criação augusta, a da Cidade!

Só por ela pode o homem soberbamente afirmar sua alma!”

• Antítese“Sim, é talvez tudo ilusão...E a cidade

a maior ilusão!”

• Síntese“- Tudo ótimo, gritou Jacinto. A serra,

Deus louvado, prospera.”

- prima de Zé Fernandes e futura esposa de Jacinto- a imagem da maternidade (Maria Lúcia Lepecki)- Virgem Maria e Vênus rústica (Frank Sousa)

Joaninha

Joaninha: lado positivo e redentor da

mulher

Mme. d'Oriol e Colombe: lado da perversão feminina

• Personagens caricaturais

Avô Jacinto - gordo e rico fidalgo, casado com dona Angelina de Fafes. Devoto do infante dom Miguel. Quando dom Miguel é exilado para a França, Jacinto acompanha-o, com a esposa e o filho Jacinto (Cintinho), e compra o 202.

• Cintinho, o Sombra – pai de Jacinto. Seco, encurvado e tuberculoso. Caricato ultrarromântico, tipo bastante presente à obra de Eça. Casa-se com Teresinha Velho, engravida-a, mas morre (1851), antes do filho nascer.

• Personagens do campo: simplicidade e amizade.

• (Tio Alfonso)• Tia Vicença• Silvério, o caseiro• Joana, esposa de Jacinto:

casamento, equilíbrio• Jacintinho e Teresinha: filhos de

Jacinto

• Personagens da cidade: frivolidade, aparência, hipocrisia, vaidade, lisonja, falsidade, elegância, trajes sedutores

• Madame de Verghane• Princesa de Carman• Grã-duque Casemiro• Madame Joana de Oriol: amante de

Jacinto. Vivia das aparências• Condessa de Tréves• Duque de Marizac• Efraim

5. Narrador• Narrativa testemunhal: Zé Fernandes;• Não-onisciente: compromete X isenção;• Coloca-se como menos importante do

que o protagonista; • Irônico;• Parece idealizar Jacinto: "Príncipe da

Grã-Ventura”;• Duplo de Jacinto (superioridade da

natureza e regeneração pelo campo).

Linguagem

• Metonímias“Antes de ele voltar ao 202”

• Adjetivação sugestiva“preguiçoso charuto”, “um olhar

farto”, “dois milhões de uma vaga humanidade”

• Comparações“E os pedaços de soalho levantado

mostravam tristemente, como num cadáver aberto, todos interiores do 202, a ossatura, os sensíveis nervos de arame, os negros intestinos de ferro fundido.”

• Detalhismo

•Diálogos vivos

“Sugeri a Jacinto que subíssemos à Basílica do Sacré-Couer, em construção nos altos de Montmartre.

- É uma seca, Zé Fernandes... - Com mil demônios! Eu nunca vi a

Basílica... - Bem, bem! Vamos à Basílica,

homem fatal de Noronha e Sande!”

“ Então, estreitamos os ossos num grande abraço, pelo natalício...-Trinta e oito, hem, Zé Fernandes?-Trinta e quatro, animal.”

Crítica Literária

1) ROMANCE DE TESE

Tese inicial: só a tecnologia (CIDADE) traz felicidade;

Antítese: só a simplicidade (SERRAS) traz felicidade;

Síntese: uma vida equilibrada traz felicidade (alguma tecnologia + simplicidade).

2) ROMANCE DE TESE: CONFRONTOS

• PARIS [cidade, civilização, cultura] X TORMES [serras, Portugal, natureza]

70000 livros X poucos volumes. • Mesa de vários talheres; comida

sofisticada X mesa simples, comida caseira.

• Complexos rituais de higiene e vestuário X simplicidade no viver.

Tese defendida no romance remete o leitor ao Arcadismo (século XVIII), exatamente época do início da Idade Contemporânea, com as Revoluções Industrial e Francesa.

Intertextualidade

I. Neoclassicismo – máximas Horacianas

Fugere urbem (saída de Paris)

Locus amoenus (Tormes)

Inutilia truncat (perda da bagagem)

Aurea mediocritas (vida “simples” e felizno campo; moderação)

Carpe diem (aproveitar o dia, o )

momento presente)Tempus fugit

• Alienação X caridade

• Palacete 202: excesso de tecnologia (problemas), termina decadente e abandonado X Solar de Tormes: abandonado e caindo aos pedaços de início, torna-se, revivido, o "Castelo da Grã-Ventura".

“A vida no campo é superior à vida nas grandes cidades, que iludem e desumanizam seus habitantes.”

“a obra, através do seu protagonista Jacinto, representa, por um lado, a reconciliação do próprio Eça com uma pátria que perdera em infindáveis viagens desde 1872 e, por outro, a desilusão perante uma França cada vez mais intolerante.”

João Medina, Eça Político

Sebastianismo- Bendito seja o Pai dos Pobres! Direito, no meio da estrada, erguia o cajado como dirigindo as aclamações dum povo. E Jacinto pasmava de que ainda houvesse no reino um Sebastianista. - Todos o somos ainda em Portugal, Jacinto! Na serra ou na cidade cada um espera o seu D. Sebastião. Até a loteria da Misericórdia é uma forma de Sebastianismo. Eu, todas as manhãs, mesmo sem ser de nevoeiro, espreito, a ver se chega o meu.. Ou antes a minha, porque eu espero uma D. Sebastiana... E tu, felizardo? -Eu? Uma D. Sebastiana? Estou muito velho, Zé Fernandes... Sou o último Jacinto; Jacinto ponto final...

II Autores clássicos: destaque para os poetas Homero e Virgílio.

•A primeira leitura de Jacinto nas serras: livro I das Bucólicas: manhã de esplendor em Tormes e à personagem Jacinto

“Fortunate Jacinthe! Hic inter arva notaEt fontes sacros, captabis opacum...

“ Afortunado Jacinto, na verdade! Agora, entre campos que são teus e águas que te são sagradas, colhes enfim a sombra e a paz!”

• Jacinto abandona, nas serras, o científico e o filosófico: lê apenas o ficcional. Segundo Maria Lúcia, são constituintes reacionários: Jacinto não lê texto contemporâneo. Volta à Serra = volta ao passado.

III. D. Quixote: a recuperação da sua capacidade de rir, contrário de Schopenhauer.

• Para finalizar, Álvaro Lins realizou críticas ferrenhas à obra A Cidade e as Serras (1901), assegurando que é um livro de decadência, em que o enredo é inexistente e as personagens “de uma extrema miséria de vida”.

• Referências bibliográficas:

QUEIROZ, Eça de, A Cidade e as Serras, Lisboa, Livros do Brasil, s/d.COELHO, Jacinto do Prado - "A tese de 'A Cidade e as Serras'" in A letra e o leitor, 2ª ed., Lisboa Moraes Editores, 1977, pp. 169-174.LEPECKI, Maria Lúcia - " O sentido de A Cidade e as Serras" in Eça na ambiguidade, Fundão, "Jornal do Fundão" Editora, 1974, pp.SOUSA, Frank S. - "Da errância como atitude estética em Eça de Queiroz: do conto A Perfeição aA Cidade e as Serras ", Revista da Faculdade de Letras, 5ª série, 19/20, Lisboa, 1995-1996, pp. 75-88.SOUSA, Frank S. - O segredo de Eça. Ideologia e ambiguidade em "A Cidade e as Serras", Lisboa, Cosmos, 1996GUERRA DA CAL, Ernesto, Língua e Estilo de Eça de Queiroz, Coimbra, Almedina, 1981.MEDINA, João, Eça Político, Lisboa, Seara Nova, 1974.GROSSEGESSE, Orlando, «Sobre a 'recarnavalização' em A Cidade e as Serras______. “A postura (anti-)dândi e a noção de decadência no conto Civilização, de Eça de QueirósMichele Dull Sampaio Beraldo Matter. In: O MARRARE – Revista da Pós-Graduação em Literatura Portuguesa da UERJ. Riode Janeiro: 2007a. n. 8. p. 8-19.BAUDELAIRE, Charles.  O dândi. In: Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. pp. 51-56.QUEIRÓS, Eça de. A decadência do riso. In: Notas contemporâneas. Lisboa: Edição Livros do Brasil, s/d.______. Civilização. Contos. São Paulo: Martim Claret, 2004.