A arquitetura política dentro da cidade constitucional

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES Karine Lopes da Silva A arquitetura Política dentro da Cidade Constitucional Relatório referente à disciplina A cidade constitucional: Capital da República IX ministrada pelo Prof° Dr. Marcelo Nerling e pelo Prof° Dr. Douglas Andrade. São Paulo 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

Karine Lopes da Silva

A arquitetura Política dentro da Cidade Constitucional

Relatório referente à disciplina A

cidade constitucional: Capital da

República IX ministrada pelo Prof° Dr.

Marcelo Nerling e pelo Prof° Dr. Douglas

Andrade.

São Paulo

2015

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Introdução

A disciplina “A cidade constitucional” é um projeto que ultrapassa os muros da

universidade e convida os estudantes a vivenciar a teoria na prática, em um

encontro interdisciplinar com alunos de diversos cursos da EACH - USP (Escola de

artes, ciências e humanidades) sendo estes obstetrícia, gerontologia, gestão de

políticas públicas, têxtil e moda, gestão ambiental, ciências da natureza, educação

física e saúde e encontros com outras universidades, a UDESC (Universidade do

Estado de Santa Catarina) e a UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro).

A disciplina aconteceu durante a semana da pátria, entre os dias 5 à 12 de

outubro de 2015, o presente relatório mostra o vivenciamento desta experiência a

partir da chegada e saída da Cidade constitucional, neste caso entre os dias 6 à 11

de outubro. Apresentando as impressões, informações e assimilações de acordo

com o tema e de certo modo seguindo o cronograma de atividades.

Relatório

As atividades se iniciaram com a chegada à Cidade Constitucional,

desembarcamos do ônibus e embarcamos na história. Ainda do ônibus por entre

janelas já era possível observar a arquitetura deslumbrante da cidade, mas a

impressão concreta ocorreu de fato ao descer e ter noção de sua grandiosidade.

A primeira atividade foi a visita guiada no Palácio do Planalto (figura 1),

projetado por Oscar Niemeyer, sede do Poder executivo, o palácio foi inaugurado

junto com a cidade de Brasília, no dia 21 de abril de 1960, pelo então Presidente

Juscelino Kubitschek.

As fachadas longitudinais do palácio são guardadas por uma sequência de

colunas cujo desenho é uma variação das colunas do Palácio da Alvorada, porém

dispostas transversalmente ao corpo do edifício, que inicialmente me confundiam

para a distinção dos prédios. A fachada do palácio é composta pela rampa que dá

acesso ao salão nobre - inspirada por Niemeyer na escadaria do Palácio do Catete e

nos castelos medievais - e o parlatório, espaço idealizado para que os chefes de

Estado, autoridades ou celebridades convidados pela Presidenta se dirijam ao

público da Praça dos três poderes. Em volta do Palácio há o espelho d’água com o

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objetivo de oferecer maior segurança e equilibrar a umidade do ar na época de seca

em Brasília, que é prolongada.

Logo na entrada há o Salão Térreo que

é a recepção do edifício onde funciona o

controle de entrada e a segurança. O salão é

amplo utilizado com frequência para

exposições temporárias de temas

relacionadas às ações do Governo Federal,

no dia havia algumas obras acredito que fixas

dispostas no salão. No piso superior fica o

salão nobre ou salão dos espelhos, que é o

maior salão do Palácio, onde se realizam as

cerimônias de grande porte. (figura 2)

O grupo também conheceu a Sala de

reunião Suprema, normalmente é utilizada

para reuniões ministeriais, governamentais e

presidenciais.

No terceiro andar do palácio, o

mezanino é espaço amplo composto por

salas de espera e circulação entre o salão

nobre, o gabinete presidencial e as salas da assessoria, com mobiliários

Figura 1: O Palácio do Planalto

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desenhados por Sérgio Rodrigues, e conjunto de poltronas de autoria de Oscar

Nyemyer.

Sala de reunião é o ambiente preparado para reuniões com menor quantidade

de participantes. Normalmente é utilizada para encontros da Chefe de governo com

assessores e ministros da casa, além de representantes da sociedade civil

organizada. Por último conhecemos o gabinete presidencial, é a sala de trabalho da

Presidenta da República, é decorado com mescla de móveis da década de 1940 e

peças de mobiliário de autoria de Sérgio Rodrigues, dos anos 1960, além de possuir

algumas obras.

A quantidade de obras dentro do palácio me chamou atenção, atrevo-me a

dizer que lembrara um museu, com esculturas, quadros, tapetes e móveis tanto

modernos quanto antigos com uma variedade de artistas.

Após a visita no Palácio do Planalto sucedeu a visita ao Palácio do Itamaraty,

apesar do cansaço a visita foi extremamente gratificante o local possui uma

arquitetura deslumbrante como não poderia ser diferente estando em Brasília. No

térreo, possui bancos em meia lua e há entre eles uma escultura que pode ser

moldada pelos visitantes, além disso, tem um jardim somente com plantas típicas

brasileiras. Outro lugar recheado de artes e com aparência de museu, nos andares

superiores havia tapetes, lustre, quadros, esculturas e móveis, por exemplo, no

ultimo andar em que possuía diversas esculturas de mulheres de autoria de diversos

artistas, o motivo da escolha é devido a Oscar Niemeyer ter se inspirado nas curvas

das mulheres brasileiras para a concepção do projeto arquitetônico da cidade.

A última atividade do dia foi a palestra segundo o cronograma “A Unidade na

ação, padronização, convenção e método: Pátria educadora, educação fiscal e

sustentabilidade na cidade constitucional” com a palestrante Fabiana Feijó, gerente

do Programa Nacional de Educação Fiscal - Escola de Administração Fazendária,

nos apresentou o PNEF (programa Nacional de Educação Fiscal), segundo ela a

educação fiscal é conhecer o sistema tributário. O (PNEF) visa estimular a

construção de uma consciência voltada à cidadania, com o objetivo de promover e

institucionalizar a Educação Fiscal para o efetivo exercício da cidadania. A educação

fiscal é a sensibilização do cidadão quanto a função socioeconômica dos tributos e a

sua responsabilidade na sociedade. O programa destaca a importância do tributo na

atividade financeira do Estado para a manutenção das políticas públicas e melhoria

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das condições de vida do cidadão e evidencia temas relativos ao orçamento, ao

compromisso social e fiscal do gestor público e ao exercício do controle social.

Em uma palestra de certo modo dinâmica com apresentação de vídeos como

a música “Chega” do Gabriel Pensador, foram levantados diversos questionamentos

como, Porque existe tributo?, Sistema Tributário Nacional é injusto? Qual é a

importância?

Segundo Fabiana Educação fiscal faz com que a pessoas se posicione,

apresentou a lei recente que mostra quanto a gente paga de imposto. O PNEF é a

participação do cidadão, exercício da cidadania, instrumentos de controles social e

fiscal do Estado que é diferente de educação financeira (gerenciamento de seu

dinheiro). Educação Fiscal quer que você se aproprie: Nós somos donos! Com a

seguinte missão: Compartilhar conhecimentos e interagir com a sociedade sobre a

origem, aplicação e controle dos recursos públicos, favorecendo a participação

social.

A resposta de o porque existe tributos foi respondida com, garantir recursos

necessários ao estado para realização de seus fins, apesar de ter sido apresentado

que o que financia o governo não são nossos impostos. Ser instrumento de

distribuição de venda e indutor do desenvolvimento social do País. Contribuir para

minimizar as diferenças regionais.

A cidadania é participar da vida e do governo de seu povo; a democracia

Participativa é um regime onde se pretende que existam efetivos mecanismos de

controle da sociedade civil sob a administração pública, não se reduzindo o papel

democrático apenas ao voto, mas também estendendo a democracia para a esfera

nacional.

No outro dia deu-se continuidade a palestra com Fabiana Feijó sobre O

programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF. Após a complementação da

apresentação do PNEF iniciou-se uma dinâmica em grupo, cada grupo recebeu uma

pergunta acompanhada de algumas informações para se discutir e propor a resposta

ao final.

A pergunta recebida pelo grupo que participei era: “Como vocês poderiam

exercer a participação e Controle Social no seu ambiente estudantil/ sociedade? “ O

grupo (figura 3) era formado por três alunos da UDESC, três alunos de GPP, uma

aluna de obstetrícia, dois alunos de educação física e saúde e eu de têxtil e moda,

ambos da EACH (Escola de Artes, ciências e humanidades), a interdisciplinaridade

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se fez presente e durante as discussões podemos trocar informações sobre o

funcionamento da nossa universidade, deste modo, conhecendo um pouco do

sistema da UDESC, além de ter visões diferentes, principalmente por as áreas

serem diferentes. De modo geral a discussão resumiu-se em uma síntese,

concluímos que primeiramente é necessário o conhecimento do funcionamento do

sistema do ambiente estudantil/sociedade e disseminar o conhecimento,

principalmente o recebido em cidade constitucional, pois concordamos que a base é

o conhecimento, depois a disseminação deste e por último, mas não menos

importante ter atitude.

Figura 3

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Com o eixo sustentabilidade, pátria educadora e educação fiscal, na cidade

constitucional as atividades se iniciaram cedo para ver o nascer do Sol no Palácio

da Alvorada, a espera do nascer do Sol passaram por nós soldados (figura 5), não

sei se a preparo do desfile cívico militar.

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Após a contemplação do nascer do Sol caminhamos em direção das

arquibancadas para assistir e prestigiar o desfile cívico Militar que iniciara com a

chegada da Presidenta da república à tribuna presidencial, primeiramente aconteceu

o desfile cívico escolar, com bandas musicais compostas por estudantes de escolas

públicas com músicas regionais do Norte e Nordeste, com apresentação de danças

tradicionais como frevo e o ritmo carimbo.

Posteriormente aconteceu o desfile militar, com as forças armadas brasileiras,

nas categorias de marinha do brasil, exército brasileiro, força aérea brasileira, policia

militar do distrito federal, corpo de bombeiros militar do distrito federal, força nacional

de segurança pública, granadeiros do batalhão de polícia do exercito de Brasília em

tropas a pé, motorizadas, mecanizadas ou blindados. A diversidade das fardas

revelava a complexidade de divisão desses grupos, de fato nunca tinha vista tantas

variações de militares nem ao menos imaginado.

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O eixo de terça feira era Educação

Fiscal e Coesão social com a primeira

atividade na própria ESAF com o V Seminário

USP-ESAF – A educação fiscal e a

sustentabilidade no gasto público, fortalecem

a coesão social na cidade constitucional

Primeiramente assistimos a um vídeo

institucional da escola de administração

fazendária, novamente com Fabiana Feijó

apresentando o início do programa (PNEF)

que começou na receita federal, e dialoga

sobre a importância social. Nasceu de um

grupo de estudo para falar sobre as questões

tributarias, somente em 2002 foi instituído

oficialmente.

Posteriormente passou-se a palavra ao

diretor geral da ESAF – Alexandre Rui de

Souza – apresentando a ESAF (Escola Nacional de administração Fazendária) que

possui 488 mil m² capacidade de alunos 1750, escola na qual nos recepcionou e na

qual ficamos hospedados.

A segunda atividade do dia aconteceu na UNB (Universidade de Brasília,

especificamente na Faculdade de Educação Física) com o IX Seminário USP- MS –

O Ministério da Saúde. Iniciou-se a palestra com o plano Político Nacional de

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Promoção da Saúde - Avanços com Roberta Amorim, analista técnica de políticas

sociais. Designando promoção de Saúde como conjunto de estratégias para atuar

sobre os determinantes da saúde e reduzir vulnerabilidade. Apresentando os

fundamentos para a prática da promoção da saúde: Equidade, Autonomia,

empoderamento, integralidade, território, participação social sustentabilidade, redes

sociais, intersetorialidade, governança. E apresentou os motivos para revisão do

PNPS, este apresenta temas transversais, e tem projetos como saúde na escola e

academia de saúde.

O segundo palestrante foi o Ângelo D’ Agostinho Junior, diretor do degerts

(Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde) apresentando

que saúde vai muito além de doença, apresentando projetos como o cartão SUS on

line. Micheline Luz, coordenação Geral de alimentação e nutrição, em especial o

programa Saúde na Escola, apresentou a campanha de promoção a saúde, com

enfoque claro na alimentação e nutrição na escola.

Roberta Amorim palestrou novamente apresentando o Programa Academia

da Saúde, uma estratégia de promoção da saúde e do cuidado, além da alimentação

e da academia, com o planejamento de polos que são espaços públicos constituídos

para o desenvolvimento das ações do programa. Atividades com profissionais, sala

de vivência, novo equipamento na rede de atenção, dificuldade de agravos e

doenças não transmissíveis e promoção da saúde – Secretaria da Vigilância e saúde

Katia Godoy secretária de atenção à saúde, com o projeto de evitar o

consumo de produto altamente processados e por último Mariana Freitas com o

projeto de conhecer e compreender a magnitude de violência, seguindo a definição

de violência pela organização Mundial de Saúde, através dos seguintes programas

Viva cinan = comunicações e Viva inquérito – procuram os SUS.

Por último do terceiro dia na cidade constitucional tivemos o I Seminário USP-

RFB – A Rede de Educação Fiscal da Receita Federal na cidade constitucional com

Antônio Henrique Lindemberg Baltazar, coordenador de educação fiscal e memória

institucional coordenação-geral de atendimento e educação fiscal, apresentando

temas como tributação dentro de uma esfera republicana.

Apresentando conceitos como não ser tributado pelo medo, mas sim em ser

tributo com legitimidade e questionamentos como “Porque se tributa? Porque existe

tributação?” Segundo ele o estado tributa para que ele possa prestar serviços

públicos, os custos do direito são financiados. Discutimos também como a tributação

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é vista pela sociedade, já com o levantamento das seguintes questões e respostas

com uma hipótese de que as pessoas veem a tributação de forma negativa: Porquê

a tributação é vista de forma negativa? Sendo as seguintes suposições de

respostas: porque não há retorno, porque os tributos são uniformes, tanto para ricos

e pobres e pela alta taxa, mas por fim ficou de refletirmos sobre a tributação e de

pensarmos de forma crítica e racional sobre o assunto.

No quarto dia e na quarta feira o eixo era Sustentabilidade e educação fiscal:

A Pátria Educadora na cidade constitucional com a primeira atividade sendo III

Seminário IPEA-USP-A gestão do conhecimento na cidade constitucional.

O primeiro palestrante foi o Paulo Mager, diretor de cooperação técnica, e nos

apresentou o projeto Alemanha – Brasil, projeto piloto para a Eficiência energética e

energias renováveis com enfoque na qualidade de vida, e usando os alemães como

referência que começaram a produzir energia de fonte renovável.

Posteriormente comentou sobre a estrutura da Esaf que surgiu em uma

cooperação com a Alemanha. Cooperação em que tenta se entender o modo de

funcionamento, e conceitos. Com o objetivo de ser um centro de referência em

energia solar em prédios públicos (a própria ESAF).

O segundo palestrante foi o André S. Zuvanov, apresentou o IPEA e sua

importância de produção, ferramentas de pesquisa e oportunidades e colaboração

A terceira palestrante Veruzka da Silva Costa , gerente de gestão do

conhecimento e inovação, apresentou as seguintes ferramentas: Observatório IPEA

de Gestão do conhecimento e inovação e o conceito de gestão do conhecimento: A

gc é um conjunto de técnicas e ferramentas para identificar e utilizar os ativos de

informação e de conhecimento. Trata-se de uma definição da empresa KPMG “ uma

abordagem sistemática e organizada para melhorar a capacidade da organização de

mobilizar conhecimento para aumentar o desempenho”

A gestão do conhecimento está ligada ao planejamento da organização. A

população recebe o retorno através da divulgação do conhecimento.

Por último o quarto palestrante: Almir de Oliveira Junior, diretor de estudos e

políticas de democracia - desenvolvimento institucional, apresentou desafios de

como interagir com o governo e gestão de políticas públicas, disse que o governo

federal não tem planejamento, tem planos, não há visão de longo prazo. EX.

Reincidência criminal.

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Visitamos a Catedral de BSB, outra arquitetura deslumbrante, a arquitetura de

Brasília é tão exótica que por vezes parecia estar em uma maquete.

Posteriormente aconteceu o II Seminário USP-CAIXA – Programa Melhores

Práticas de Gestão Local

Palestra no banco central com Rafael Artur Figueiredo Galeazzi que nos

apresentou o programa de prêmio “Melhores práticas” da caixa.

A caixa, segundo o palestrante, é uma Instituição financeira e uma empresa

pública, vinculada ao ministério da fazenda, integra o sistema financeiro nacional e

tem a seguinte missão: Atuar na promoção e do desenvolvimento sustentável do

País, como Instituição Financeira, agente de políticas públicas e parceria estratégica

do Estado brasileiro.

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O programa “melhores práticas” foi inspirado nas regras do Programa de

Melhores Práticas e Lideranças Locais do Habitat/ONU e visa reconhecer projetos

bem sucedidos – Melhores práticas – realizados com apoio financeiro e/ou técnico

da CAIXA e colaborem para a implementação da Agenda Habitat no Brasil

O que é uma melhor prática? São projetos que resultem em melhorias

concretas da qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento sustentável dos

assentamentos humanos, independente de localização regional, mas devem ser

vinculados à caixa. Os objetivos do programa são selecionar, avaliar, premiar,

reaplicar, divulgar e disseminar projetos, urbanos ou rurais, e experiências

sustentáveis voltadas para: Gestão municipal, Habitação, Inclusão social,

Saneamento entre outras. Realizado a cada 2 anos e para participar do programa, a

prática deve ser inscrita no prêmio caixa melhores práticas em:

www.caixa.gov.br/melhorespraticas

O III Seminário USP-Banco Central – A estratégia nacional de educação

financeira na cidade constitucional: Um museu de valores, foi a segunda palestra

sobre o ENEF com Moisés Coelho que apresentou incialmente o contexto

econômico que temos com os seguintes tópicos: Sistema financeiro complexo,

Crescente oferta de crédito, Memória inflacionária, Expectativa de vida ascendente,

estes tópicos caso não trabalhados poderá se ter uma população financeiramente

despreparada. O ENEF visa a Inclusão financeira, proteção do consumidor,

educação financeira, estabilidade econômica; para tais objetivos é necessária a

promoção da educação financeira que tem a finalidade de promover a educação

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financeira e previdenciária, e contribuir para: tomada de decisões conscientes, o

programa segue as seguintes diretrizes: Gratuidade das ações de educação

financeira, atuação permanente e em âmbito nacional, atuação por meio de

informação, formação e orientação.

Uma das estratégias é voltada ao Ensino médio, por meio do fornecimento do

material didático aos professores para que eles repassem essas informações, no

entanto, a educação financeira na escola ainda não abrange o fundamental, projeto

ainda em desenvolvimento. Para adultos oferecem educação financeira para

mulheres do programa bolsa família e aposentados com renda até 2 salários

mínimos.

Há também a semana enef que objetiva provocar a discussão sobre

educação financeira. www.semanaenef.gov.br e [email protected]

O programa promove a educação financeira e o acesso à informação sobre o SFN.

O site www.cidadaniafinanceira.bcb.gov.br é uma plataforma de acesso da

população, perfis dos usuários e curso gratuito de gestão de finanças pessoais. A

plataforma contém explicações didáticas sobre educação financeira.

O projeto também atua com palestras para o publico em geral e para

estudantes do ensino superior, esta é a forma de divulgação dos projetos, pois

quando perguntado a ele, o palestrante disse que a divulgação é um dos grandes

problemas. Outro projeto é a calculadora do cidadão, um aplicativo no celular.

Por último fizemos uma visita a mostra “A persistência da Memória” que

apresenta a trajetória das obras que compõe o acervo de arte do Museu de Valores

do Banco Central do Brasil, na mostra vimos um dos seis módulos curatoriais, sendo

este “Anos Rebeldes”, referente a década de 60 e 70 momento de intensa

transformação social e política no mundo ocidental, e óbvio no próprio Brasil.

Logo após visitamos o museu do banco central que me surpreendeu, não só

pela riqueza, literalmente, de histórias apresentando as moedas usadas em outros

países, não só por apresentar a história do “dinheiro” brasileiro, mas sim pelo caráter

didático que possui, pelas reflexões que gera aos visitantes, me questiono ao pensar

que esta “exposição de ideias” e didática poderia estar ao alcance de mais pessoas,

com exposição itinerante, ou algo do gênero. As frases escritas nas paredes como

“Você já parou para pensar?” e os exemplos do cotidiano como as promoções leve

dois e pague um, alcançam o público e contribui de forma leve e descontraída para a

educação financeira, a interação da exposição com o visitante também, ao propor

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montar uma propaganda e poder observar quais estratégias são usadas, quais nos

chamam a atenção é um modo de nos conhecermos e conhecer o modo que

compramos com um olhar diferente. Na saída ainda mais informações, nos foi dado

um saco plástico com R$ 600 picotados em notas de R$ 20, maneira clara e objetiva

de apresentar os gastos gerados pelo mal cuidado com a cédula.

O eixo do penúltimo dia foi a Pátria educadora de direitos humanos e da

participação social na cidade constitucional com o VI Seminário USP- UnB – Tributo

a Darcy Ribeiro. O encontro de palestras aconteceu no Beijdromo – Memorial Darcy

Ribeiro com os seguintes temas abordados “Sobre o direito achado na rua e nas

instituições da cidade constitucional” e a “A ética e a reforma política na atual

conjuntura da cidade constitucional”, sendo o palestrante Doutor José Geraldo de

Souza Junior que nos apresentou a história da UNB e de Darcy Ribeiro, segundo ele

primeiro reitor e pensador da UNB, escritor, antropólogo, educador, político.

Complementando com a seguinte frase “Darcy Ribeiro é a tradução do espírito da

universidade”

Logo após a sua fala iniciou-se a fala da professora da federal de Goias –

Elka, que levantou alguns questionamentos como: O que é a rua? Com quem

caminhamos? Porque? Para que? Como? Onde queremos chegar? E nos

apresentou o site www.odireitoachadonarua.blogspot.com.br/p/publicações. html que

contém uma série de publicações disponíveis gratuitamente.

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A última atividade do dia foi a visita guiada ao Congresso Nacional,

primeiramente com o Poder legislativo, onde tivemos a conversa com o Senador

Telmario Mota de Oliveira, do PDT de Roraima, o senador faz parte da comissão de

direitos Humanos e legislação participativa, uma de suas “lutas “ é pelo espaço

indígena, destacou também a importância dos funcionários, segundo ele “a política é

para servir e não para se servir”.

Posteriormente fizemos a visita à câmara dos deputados (figura x) e visita a

câmara do senado, este último com uma sessão em término, primeiramente fiquei

impressionada, pois não sabia que a arquitetura côncava e convexa fosse funcional

como o Jo... disse “Brasília é bela e funcional”, outro fato que me chamou a atenção

é ter a imagem de cristo crucificado no centro e uma Bíblia sobre a bancada, o guia

nos informou que antes de se iniciar a sessão dizem “em nome de Deus inicia-se a

sessão” achei curioso pelo fato do Brasil ser um país laico.

Último dia com o eixo Pátria educadora e sustentabilidade, o encontro do dia

foi com o poder Legislativo na Câmara dos deputados com a Comissão de

Legislação Participativa; o grupo foi bem recepcionado, assim que entramos

recebemos uma pasta, dentro desta havia uma cartilha de orientação para o

exercício do direito de participação junto ao poder legislativo, um livro sobre a

audiência pública para debater as propostas de alteração da legislação de recursos

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hídricos sugeridas pela campanha da fraternidade de 2004 – CNBB, a constituição e

uma pauta de reunião ordinária a ser realizada acompanhadas de informações sobre

o tema a serem debatidos.

Aldo Matos Moreno, secretário executivo CLP foi quem nos recepcionou e

apresentou o funcionamento da CLP. Após a apresentação o grupo foi dividido em

dois grupos, no qual o segundo grupo foi encaminhado para outra sala, ainda assim

bem recepcionados, nos fora indicado a dinâmica, nós viveríamos um dia como

deputados, passando-se pelos próprios, primeiramente elegeu os presidentes, vice e

o terceiro vice também. Assim com a orientação dos servidores públicos seguiu-se a

pauta da reunião, após a definição dos relatores, os contras e os a favor da

sugestão baseando-se nos dados prévios fornecidos.

Conclusão

A disciplina foi vivida intensamente, por causa da quantidade das atividades,

da experiência concreta e física, da transformação da teoria em prática, e

principalmente pelo encontro da interdisciplinaridade, pois mesmo fora das

atividades programadas o conhecimento, discussões, aspirações se faziam

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presente, nada se encerrava após a atividade, pois fomos instigados e permeados

de novas ideias, pensamentos e reflexões. Durante a disciplina muitas informações

foram coletadas, em certo momento estas flutuavam para que depois fossem

absorvidas aos poucos, acredito que mesmo após este relatório muitas informações

ainda não foram absorvidas totalmente e acredito que ao longo da experiência

cidadã estas serão entendidas de fato.

Vivenciar a cidade constitucional é um aprendizado de vida, que anseio desde

a descoberta da disciplina no primeiro ano da universidade, sendo este o meu

terceiro ano, projeto que me encantou ao proporcionar a extensão do aprendizado,

da consciência política, sempre acreditei que o conhecimento é o meio para a

mudança e desta forma o almejo para que de alguma forma possa ajudar a mudar o

ambiente que vivo. Por fim, agradeço a receptividade de todos os palestrantes e

instituições visitadas, assim como os funcionários envolvidos.