928192551Manual de Fitoterápicos Em Obesidade PRIMEIRA PARTE

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  • Dr. Efrain OlszewerDr. Lenilto Marques de Arajo Jnior

    Manual de

    FITOTERPICOSem

    OBESIDADE

    1 edioSo Paulo

    2012

  • Copyright 2012. cone Editora Ltda.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Olszewer, EfrainManual de Fitoterpicos em Obesidade. / Efrain Olszewer, Lenilto Marques de Arajo Jnior. 1 ed. So Paulo: cone, 2012.

    Bibliografia.ISBN 978-85-274-1210-0

    1. Ervas Uso teraputico. 2. Hbitos alimentares. 3. Naturopatia. 4. Nutrio. 5. Obesidade. 6. Plantas medicinais. 7. Sade Promoo. I. Arajo Jnior, Lenilto Marques de. II. Ttulo.

    12-06370 CDD-615.321

    ndices para catlogo sistemtico:1. Plantas: Ervas medicinais: Poder de cura: Obesidade: Cincias mdicas 615.321

    Capa e diagramaoRichard Veiga

    RevisoJuliana BiggiCludio J. A. Rodrigues

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, inclusive atravs de processos xerogrficos, sem permisso expressa do editor (Lei n9.610/98).

    Todos os direitos reservados :CONE EDITORA LTDA.Rua Anhanguera, 56 Barra FundaCEP 01135-000 So Paulo SPTels./Fax.: (011) [email protected]

  • Agradecemos a Pharma Nostra pelo apoio incondicional para o xito deste livro.

    Agradecimentos aos professores, a todos os funcionrios e colegas do curso de ps-graduao

    lato sensu em bioqumica aplicada medicina dentro dos conceitos da prtica ortomolecular.

    A cada vitria o reconhecimento devido ao meu Deus, pois s Ele digno de

    toda honra, glria e louvor.

    Senhor, obrigado pelo fim de mais essa etapa.

    A obesidade , na maioria das vezes, uma doena crnica que, portanto, exige tratamento

    crnico. Sendo assim, h grande possibilidade de que haja necessidade permanente de

    utilizao de medicamentos antiobesidade em muitos indivduos. a, no balano

    entre indicao e possveis riscos, que deve se basear o julgamento do mdico.

  • 11

    1 Parte

    Bioqumica Aplicada dos Fitoterpicos no Tratamento da Obesidade

    Lenilto Marques de Arajo Jnior

    Monografia apresentada FAPES para fins de concluso do curso de ps-graduao lato sensu em bioqumica aplicada

    medicina dentro dos conceitos da prtica ortomolecular.

  • 13

    RESUMO

    A obesidade hoje um dos fatores de maior preocupao na rea da sade. Aspes-soas obesas so mais propensas a sofrer de doenas cardacas, diabetes, doenas arti-culares e alguns tipos de cncer. Opreconceito tambm mais um fator de dificuldade para quem sofre com o excesso de peso. Dificuldades para relacionamentos sociais e afetivos, problemas para encontrar emprego e at mesmo quadros psquicos so con-sequncias dessa marginalizao. Alm do comprometimento esttico, a obesidade est relacionada maior morbidade e mortalidade por vrias causas. Desta forma, esse distrbio metablico merece ateno mdica, tanto no diagnstico diferencial como no tratamento adequado. Nesta reviso pretendeu-se analisar a bioqumica do tratamento fitoterpico mais usado, com fundamento cientfico dentro do tratamento da obesidade.

    Palavras-chave: Fitoterpicos, Bioqumica Aplicada, Obesidade.

    ABSTRACT

    The obesity is now one of the factors of bigger concern in the area of the health. The obese people are more inclined to suffer from cardiac illnesses, diabetes, illnesses to articulate and some types of cancer. The preconception also is plus a factor of difficulty for who suffers with the weight excess. Difficulties for social and affective relationships, problems to find job and even though psychiatric pictures are consequences of this marginalizao. Beyond the aesthetic committal, the obesidade is related the biggest morbidity and mortality for some causes. Ofthis form, this metabolic riot deserves medical attention, as much in the distinguishing diagnosis as in the adequate treatment. This review was intended to analyze the biochemistry of the most widely used herbal medicines, based scientific, within the treatment of obesity.

    Keywords: Herbal Medicines, Applied Biochemistry, Obesity.

  • 14

    1. INTRODUO

    Segundo estimativas baseadas em levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) de 2008 e 2009, devemos ter atualmente aproximadamente 45% de indivduos com sobrepeso e obesidade na populao adulta brasileira.

    Da mesma forma, em crianas e adolescentes brasileiros, a prevalncia de sobrepeso induz a uma maior taxa de morbidade, lcito pressupor que pelo menos metade dos pacientes que procuram mdicos de diversas especialidades apresenta excesso de peso.

    Mais ainda, em boa parte dos casos, o tratamento desse excesso de peso leva melhora das condies clnicas, psquicas e sociais dos pacientes. Diante desses nmeros, fica claro que os mdicos (e especialmente os clnicos) devem saber orientar adequadamente o paciente obeso, levando em conta suas particularidades clnicas e usando da melhor evidncia clnica em relao ao tratamento da obesidade em seus diversos nveis de gravidade.

    A obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acmulo excessivo de gordura corporal associada a problemas de sade, ou seja, que traz prejuzos sade do indiv-duo. Nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano o resultado de diferentes interaes entre o seu patrimnio gentico, o ambiente socioeconmico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Assim, uma determinada pessoa apresenta diversas caractersticas peculiares que a distinguem, especialmente em sua sade e nutrio.

    A obesidade o resultado de diversas dessas interaes, nas quais chamam a ateno os aspectos genticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanas sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma srie de conhecimentos cientficos referentes aos diversos mecanismos pelos quais se ganha peso, demonstrando cada vez mais que essa situao se associa, na maioria das vezes, a diversos fatores.

    Independentemente da importncia dessas diversas causas, o ganho de peso est sempre associado a um aumento da ingesto alimentar e a uma reduo do gasto energtico correspondente a essa ingesto. Oaumento da ingesta pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificaes de sua qualidade, resultando numa ingesto calrica total aumentada. Ogasto energtico, por sua vez, pode estar associado a caractersticas genticas ou ser dependente de uma srie de fatores clni-cos e endcrinos, incluindo doenas nas quais a obesidade decorrente de distrbios hormonais.

    Quando se quer entender cientificamente a obesidade, as dificuldades comeam pela prpria definio da quantidade de gordura no organismo humano que caracteriza o excesso, e como este excesso medido.

    Hoje o tratamento da obesidade est sofrendo uma reavaliao, principalmente no que diz respeito ao conceito emergente de uso em longo prazo, de medicaes anti--obesidade como adjunto a outras terapias para perda de peso, ou ainda mais impor-tantes, no sentido de ajudar a manter o peso corporal ao longo do tempo.

    No existe uma estratgia particular ou medicao que deva ser recomendada para uso rotineiro. Oindivduo obeso deve ser avaliado profundamente, em relao a erros em hbitos alimentares e de atividade fsica, presena de sintomas depressivos,

  • 15

    presena de complicaes ou doenas associadas obesidade, e a possibilidade de desenvolvimento de efeitos colaterais.

    A prtica ortomolecular, baseada no profundo conhecimento bioqumico, nos traz condies seguras no devido tratamento, com uso de moduladores aminocidos que atuam no SNC, bem como o uso de fitoterpica incua, sacietgena e lipoltica.

    2. DEFINIO, DIAGNSTICO E CLASSIFICAO DA OBESIDADE

    Na verdade, tem obesidade o indivduo que acumula excesso de gordura corporal. O meio ambiente e social, a gentica e o fator racial so causas que influenciam o ganho de peso. Diferenas na taxa metablica de repouso e no nvel de atividade fsica, alm do termo gnese alimentar seriam, em alguns casos, decisivos para definir quem ganha mais peso.

    De modo prtico, define-se obesidade como um excesso de gordura corporal relacio-nado massa magra ou massa livre de gordura. Dessa forma, quando avaliada por meio da gordura corporal, a obesidade definida na presena de um excesso de gordura acima de 20% do peso corporal total em homens e acima de 30% em mulheres. Amensurao da gordura dever seguir os padres adequados, e utiliza-se uma unidade de variao de aproximadamente 5% de gordura corporal para homens e mulheres entre as idades de 17 e 50 anos. considerado excessiva quando a gordura ultrapassar o valor mdio mais 5%. So considerados normais valores de 15% de gordura corporal em homens jovens e de at 25% em mulheres da mesma idade. Consequentemente, h excesso de gordura corporal nesse grupo quando ultrapassa a linha-limite, atingindo valores de 20%nos homens e 30% em mulheres. Hvariao nesses valores, com aumento de acordo com a idade. Para homens idosos, considera-se obesidade valores acima de 30% de gordura corporal e de 37% em mulheres da mesma idade.

    A classificao mais utilizada para definir excesso de peso e obesidade o ndice de Massa Corporal (IMC). Tem excesso de peso quem apresenta IMC acima de 25 kg/m2 e obesidade acima de 30 kg/m2.

    2.1. antropoMetria

    Processo ou tcnica de mensurao do corpo humano ou de suas vrias partes. Asmedidas antropomtricas so as mais largamente utilizadas para graduar a adipo-sidade e estimar a prevalncia de sobrepeso e obesidade em determinada populao. til para acompanhar as mudanas na composio corporal durante o tratamento, o processo de mensurao mais barato que existe. Tcnica tambm empregada para descrever a distribuio de gordura e classificar o tipo de obesidade como central ou perifrica. Asmedidas antropomtricas mais usadas so: peso, altura, circunferncia de cintura e quadril, e pregas cutneas.

  • 16

    2.2. ndice de Massa corporal

    um ndice utilizado para classificar sobrepeso e obesidade. Oclculo realizado utilizando-se o peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros ao quadrado).

    IMC = Peso (em quilos)

    Altura2 (em metros)

    A classificao do peso de acordo com o IMC mostrada na Tabela 1.

    Tabela 1: Relao do ndice de Massa Corporal e classificao do risco de co-morbidades.

    IMC (kg/m2) Classificao Risco de comorbidades

    40,0 Obeso grau III Muito grave

    medida que o IMC aumenta, o mesmo ocorre com o risco do desenvolvimento das comorbidades relacionas obesidade, como diabetes mellitus, HAS, dislipidemias, doenas osteoarticulares, gota, doenas pulmonares, cncer, irregularidade menstrual, distrbios da vescula biliar, entre outras.

    H, porm, limitaes na avaliao do IMC. Este deixa de levar em conta a composi-o proporcional ao organismo, pois o IMC no distingue o peso associado a aumento de massa muscular ou associado gordura. Indivduos com massa muscular excessiva em relao estatura, adquirida em treinamento com exerccios fsicos ou por causa da prpria constituio gentica, mesmo sendo relativamente magros, poderiam ser classificados, por meio do IMC, como indivduos com sobrepeso ou mesmo obesos.

    Outro fator com que se deve ter cuidado em relao ao IMC que o percentual de gordura muda com idade, havendo um aumento de massa gordurosa aps os 60/65 anos em ambos os sexos, sendo esta alterao ainda mais significativa em mulheres. H, ainda, diferenas na composio corporal em diferentes populaes.

    2.3. Medida da circunferncia da cintura e relao cintura-quadril

    Este mtodo considerado simples na avaliao da composio corporal e apresenta excelente correlao com as comorbidades da obesidade. Emalguns casos, no entanto, h uma variao da medida da cintura quando comparada ao IMC. Poderemos encontrar indivduos com IMC dentro da normalidade, mas com a medida da cintura dentro dos nveis que o colocam dentro do grupo de risco.

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    Um estudo realizado por Deprs et al. demonstra que a cintura acima de 90cm em mulheres e 100cm em homens est correlacionada ao aumento da gordura visceral que, medida por TC abdominal, corresponde a 130cm2 de gordura. Estes nveis estariam relacionados ao desenvolvimento da sndrome plurimetablica.

    Na Tabela 1.1 demonstrada a correlao da medida da cintura com o aumento do risco de desenvolvimento de comorbidades, segundo a Obesity Task Force da OMS.

    Tabela 1.1: Risco de comorbidades associadas medida da cintura

    Risco aumentado Alto risco

    Homens > 94cm > 102cm

    Mulheres > 80cm > 88cm

    2.4. pregas cutneas

    A medida da espessura das pregas cutneas como indicador do tecido adiposo mais um mtodo frequentemente utilizado para diagnstico da obesidade, pois existe uma relao entre a gordura interna e a densidade corporal.

    A forma de medicao das pregas cutneas consiste em pinar fortemente, com o polegar e o indicador, uma prega da pele e gordura subcutnea, separando-a de tecido muscular subjacente, tomando-se cuidado de seguir o contorno natural da dobra cutnea.

    As pregas cutneas apresentam variaes dependendo do sexo, idade e raa, e depois dos 60 anos diminuem.

    A medio das pregas cutneas til para determinar os depsitos cutneos, e estima-se que 50% da gordura corporal total subcutnea, sendo assim um bom mtodo para determinar de maneira indireta a gordura corporal total.

    uma prtica clnica til, mas sua validade e boa reprodutividade dependem do compasso ou adipmetro ser padronizado e estar adequadamente calibrado e tambm da tcnica a ser utilizada e do profissional ser experiente e treinado para obteno de valores constantes.

    2.5. BioiMpedncia

    Baseia-se no conceito de que o fluxo eltrico facilitado pelo tecido hidratado e isento de gordura por apresentar uma menor resistncia eltrica quando comparado ao tecido adiposo. Isto faz com que a impedncia ao fluxo da corrente eltrica esteja relacionada quantidade de gordura corporal.

  • 18

    2.6. Medida do potssio corporal

    Tcnica tambm utilizada para avaliar adiposidade. Osnveis de K40 no corpo humano apresentam uma constante de 0,0118% do potssio corporal total. OK40 radioativo e pode ser mensurado, sendo os nveis de K totais calculados a partir da.

    Este mtodo complexo e apresenta alto custo, portanto, no apresenta aplicao prtica.

    2.7. ultrassoM

    Este mtodo utilizado para determinar a espessura do tecido adiposo subcutneo, uma alternativa para avaliao das pregas cutneas. Alm da avaliao da espessura do tecido adiposo, avalia tambm tecidos mais profundos nas diferentes regies corporais, quantificando as mudanas no padro topogrfico da gordura.

    2.7.1. Benefcios do ultrassom As medidas obtidas com o ultrassom apresentam maior confiabilidade em relao medida das pregas cutneas;

    Seus valores no so afetados pela compressibilidade do tecido; til em indivduos com grandes dobras cutneas que no podem ser adequada-mente avaliados pelo adipmetro;

    Indicado tambm para regies subcutneas que no podem ser avaliadas por meio de prega cutnea;

    Considerado um bom mtodo para quantificar o tecido adiposo intra-abdominal, com a vantagem de ser uma alternativa menos dispendiosa que a TC ou RM e mais precisa que as pregas cutneas.

    2.8. toMografia coMputadorizada

    Mtodo de imagem considerado preciso e confivel para quantificar o tecido adiposo subcutneo, em especial o intra-abdominal.

    2.9. ressonncia Magntica

    Por ser um mtodo no invasivo e no expor o paciente radiao, poderia ser uti-lizado para diagnstico e acompanhamento da gordura visceral em indivduos com alto risco e que esteja em tratamento para perda de peso.

    O alto custo do mtodo, no entanto, no permite a possibilidade de seu uso rotineiro.

  • 19

    2.10. classificao da oBesidade

    O ndice mais utilizado na classificao da obesidade, til para avaliar o grau de obe-sidade em determinados grupos populacionais estimando sua prevalncia e os riscos associados. Noentanto, o IMC no avalia a distribuio da gordura corporal, havendo necessidade de utilizao de outras medidas antropomtricas para tornar a avaliao mais completa.

    Tabela 1.2: Risco de comorbidade de acordo com a classificao do peso (OMS)

    IMC (kg/m2) Classificao Risco de comorbidades

    40,0 Obeso grau III Muito grave

    2.11. classificao de acordo coM a distriBuio de gordura corporal

    A gordura corporal pode apresentar a seguinte distribuio: Androide/central: excesso de gordura corporal na regio troncular e abdominal, principalmente no compartimento visceral;

    Ginecoide/perifrica: excesso de gordura na regio gluteofemoral; Mista: apresenta aumento difuso do tecido adiposo, sem uma localizao particular.

    2.12. classificao de acordo coM a idade de incio

    2.12.1. Incio da infnciaO nmero de adipcitos no primeiro ano de vida aumenta cerca de 2 a 3 vezes, e seu

    tamanho de um quarto das clulas adiposas do adulto. At os 6 a 7 anos, as clulas adiposas tm seu tamanho triplicado.

    2.12.2. Incio na adolescnciaNeste perodo h hiperplasia fisiolgica das clulas adiposas, com aumento de sua

    dimenso. Quando associado ao desenvolvimento de obesidade, o controle do excesso de peso ficar ainda mais difcil.

  • 20

    2.12.3. Incio na idade adultaEm homens geralmente se desenvolve aps um perodo mais ativo de vida, seguido

    de sedentarismo. Nas mulheres, aps gestao com grande ganho de peso.

    2.13. classificao etiolgica da oBesidade

    Obesidade por desbalano nutricional:dietas com alto teor de gorduras saturadas; ingesto de guloseimas.

    Obesidade por inatividade fsica:sedentarismo; incapacidade fsica;avano da idade.

    Obesidade secundria a doenas endcrinas:doena hipotlamo-hipofisria;sndrome de Cushing;hipotireoidismo;ovrios policsticos;pseudo-hipoparatireoidismo;hipogonadismo;dficit do hormnio de crescimento; insulinomia e hiperinsulinismo.

    Obesidade secundria a drogas:psicotrpicos, glicocorticoides, antidepressivos, tricclicos, ltio, fenotiazinas, cipro-

    -heptadina e medroxiprogesterona.

    Obesidade gentica (sndrome e no sindrmicas):sindrmicas: so exemplos de obesidades j conhecidas, mas cujos mecanismos

    fisiopatolgicos no so claros;autossmica recessiva (sndromes Bardet Bield, Alstrom, Cohen, Carpenter) ligada

    ao X;cromossmicas (Prader Willi);no sindrmicas;dficit de leptina;mutao no receptor da leptina;mutao do receptor POMC (Proopiomelanocortina);mutao do gene de pr-convertase do tipo 1 (PC-1);mutao do receptor do hormnio melanocito-estimulante, MSH (MC4R);mutaes no PPARy.

  • 21

    3. QUAIS AS CONSEQUNCIAS DO EXCESSO DE PESO?

    Os efeitos do excesso de peso sobre a morbidade e a mortalidade so conhecidos h mais de 2.000 anos. Hipcrates reconhecia que a morte sbita mais comum entre os obesos do que nos magros. Aobesidade est associada a vrias doenas muito prevalentes na sociedade moderna, tais como diabetes melito, doena cardiovascular, hipertenso arterial, dislipidemia, clculo biliar, esteatose heptica, gota, alguns tipos de cncer, osteoartrite, problemas respiratrios, alteraes endcrinas e distrbios psi-colgicos. Asdoenas associadas ao excesso de peso so responsveis por um custo significativo nos sistemas de sade, e 3 a 7% do total destes custos so atribudos obesidade. Ocusto mdio anual, neste sistema, de um indivduo com ndice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35 kg/m2 25% maior, e de um indivduo com IMC acima de 35 kg/m2 44% maior, quando comparados com indivduos com IMC entre 20 e 25 kg/m2.

    Tabela 1.3: Doenas relacionadas ao excesso de peso

    Cardiovasculares

    Hipertenso arterial

    Doena coronariana

    Doena cerebrovascular

    Varizes

    Trombose venosa

    Respiratrios

    Dispneia

    Apneia do sono

    Sndrome de hipoventilao

    Gastrointestinais

    Hrnia de hiato

    Colelitase

    Esteatose heptica e cirrose

    Hemorroidas

    Hrnias

    Cncer colorretal

    Metablicos

    Dislipidemia

    Insulinorresistncia

    Diabetes melito II

    GravidezComplicaes obsttricas

    Macrossomia fetal

    MamasCncer

    Ginecomastia

    UterinosCncer de endomtrio

    Cncer cervical

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    Pele

    Dermatites por sudorese

    Micoses

    Linfoedema

    Celulite

    Acanthosis nigricans

    OrtopdicosOsteoartrites

    Gota

    Endcrinos

    Hipercortisolismo

    Ovrio policstico

    Hiperandrogenismo

    Irregularidade menstrual

    Renal Proteinria

    3.1. dislipideMia

    Hipertrigliceridemia e HDL colesterol baixo fazem parte da sndrome plurimetablica e so as alteraes lipdicas mais frequentes em obesos. Inmeros estudos tambm mostram incremento do colesterol total e do LDL colesterol. Essas alteraes so encontradas em todas as faixas etrias, sendo importante sua dosagem em crianas e jovens obesos.

    3.2. refluXo gastroesofgico

    A obesidade um dos principais fatores etiolgicos do refluxo gastroesofgico. Ahiptese mais provvel a de que estes indivduos apresentam um aumento da presso intra-abdominal que favorece o refluxo, e a barreira da juno esofagogstrica estaria enfraquecida por outros mecanismos.

    3.3. esteatose Heptica

    A incidncia de esteatose em indivduos obesos varia de 60 a 90%. Emindivduos com IMC maior que 40 kg/m, um estudo mostrou 2% de fgados normais, 56% de fgados com infiltrao gordurosa e 42% com infiltrao gordurosa associada fibrose ou cirrose.

  • 23

    4. OBJETIVOS DO TRATAMENTO DO OBESO

    O excesso de peso, antes considerado uma mera consequncia de alguma falha de personalidade, j reconhecido como resultante de uma complexa inter-relao entre fatores predisponentes genticos e ambientais que condicionam um balano energtico positivo e o consequente acmulo de gordura corporal.

    4.1. aVanos estratgicos no controle do peso

    As metas preconizadas nos tratamentos para emagrecer tornaram-se realistas, com uma nfase cada vez maior na manuteno de um peso saudvel. Oantigo conceito de peso ideal foi substitudo pela busca de resultados mais factveis, ainda que modestos, desde que acompanhados de uma melhora significativa dos parmetros metablicos do paciente.

    A prpria perda de peso tem sido frequentemente considerada um parmetro antropomtrico secundrio, valorizando-se mais a reduo da circunferncia de cintura.

    A manuteno do peso perdido tem sido cada vez mais enfatizada, no sendo exa-gerado afirmar-se que qualquer tratamento da obesidade deve estar fundamentado em medidas que minimizem o risco de recuperao do peso perdido. Oemagrecimento s considerado benfico quando sustentvel.

    A velocidade de perda de peso deve ser menor do que se buscava antes, quando um emagrecimento de 8 ou 10 kg em um s ms era considerado um sucesso tera-putico. Sabe-se hoje que perdas muito rpidas so acompanhadas frequentemente de diminuio de massa magra, podendo levar a uma reduo no gasto metablico basal e maior tendncia recuperao de peso.

    O que diversos estudos tm demonstrado que pequenas perdas de peso j podem trazer benefcios metablicos significativos, com melhora do perfil lipdico e dos par-metros de controle metablico em pacientes diabticos.

    Mas, apesar de todos os riscos que a obesidade acarreta para a sade e da grande cobertura que a mdia tem dedicado ao tema, a motivao esttica para o tratamento ainda parece predominar entre os pacientes.

    4.2. parMetro antropoMtrico

    Existe uma ntima relao entre gordura abdominal visceral e complicaes meta-blicas da obesidade. Asimples medida da circunferncia da cintura tem se mostrado um mtodo prtico e confivel para estimar a quantidade de gordura visceral, recomen-dando-se sua utilizao como forma de avaliar o risco de complicaes metablicas no paciente obeso e como parmetro antropomtrico de eficcia talvez mais importante que a prpria medida do peso corporal. Deve-se procurar, no entanto, o ponto de corte ideal para determinar o limite recomendvel de circunferncia de cintura para cada grupo populacional.

  • 24

    4.3. o trataMento gloBal do paciente oBeso

    Mais que o simples controle do peso, considera-se indispensvel atualmente uma avaliao e tratamento adequados das principais comorbidades relacionadas obesidade. Entre as mais frequentes, destacam-se o diabetes tipo II, as dislipidemias, a hipertenso arterial, a compulso alimentar e as sndromes depressivas.

    Redues de apenas 5% no peso de pacientes obesos portadores de diabetes tipo II so suficientes para melhorar significativamente seu controle metablico. Tambm as dislipidemias e a hipertenso arterial podem melhorar bastante com uma perda de peso modesta. Alguns estudos de interveno j demonstraram que o emagrecimento pode seguir-se tambm de uma reduo da pontuao em escalas de avaliao de sintomas em pacientes com sndromes depressivas leves.

    Muito frequente entre obesos em tratamento, a compulso alimentar deve ser um fracasso teraputico. Encontramos entre pacientes que procuraram tratamento mdico para emagrecer uma prevalncia de episdios de compulso alimentar peridica em mais da metade dos casos. Odiagnstico do transtorno da compulso alimentar perif-rica foi feito em 15% destes pacientes, demonstrando-se um maior risco relativo entre pacientes em tratamento para emagrecer, e est relacionado com uma maior gravidade do excesso de peso e um pior prognstico para o tratamento da obesidade.

    4.4. o papel da terapia ancilar

    Cada vez mais se valoriza a mudana de estilo de vida como elemento indispensvel de um programa de tratamento da obesidade. Alguns estudos j demonstraram que programas flexveis de reeducao alimentar produzem melhores resultados que dietas rgidas. Emum grande estudo realizado na Alemanha, Westenhoefer et al. demonstraram que pacientes submetidos a mudanas dietticas flexveis apresentavam resultados melhores que os pacientes tratados com restries dietticas muito rigorosas.

    A prtica regular de atividades fsicas tambm considerada fundamental nos pro-gramas de controle de peso. Inmeros estudos tm demonstrado que mesmo as ativi-dades fsicas chamadas de informais, como danar, passear e cuidar do jardim, podem contribuir significativamente para a perda de peso. Por outro lado, h evidncias de que o sedentarismo pode representar um fator de risco cardiovascular mais importante que a prpria obesidade.

    O papel dessas intervenes para mudanas do estilo de vida tambm impor-tante como adjuvante de tratamentos farmacolgicos. Emuma meta-anlise de quatro estudos de eficcia da sibutramina, comparada com placebo, Finer demonstrou que os resultados foram significativamente melhores nos estudos que envolveram uma terapia ancilar mais intensa. As medidas de correo dos maus hbitos alimentares e de combate ao sedentarismo, mais que simples auxiliares na perda de peso, so hoje consideradas um dos objetivos primordiais de qualquer programa teraputico da obe-sidade. Aobesidade uma doena de etiologia multifatorial, crnica, grave, de custos extremamente elevados em todas as reas da existncia humana, individual e social. Seu crescimento alarmante em todo o mundo, com prevalncia estimada entre 1989 e 1994 de quase 50% da populao norte-americana e 30% da populao brasileira.

  • 25

    5. BIOQUMICA APLICADA DOS FITOTERPICOS NO TRATAMENTO DA OBESIDADE

    5.1. alcacHofra

    A alcachofra uma planta provavelmente nativa da Regio Mediterrnea, mas nos dias de hoje amplamente cultivada nas regies do Atlntico com invernos moderados.

    5.1.1. Nome CientficoCynara scolymus

    5.1.2. Parte UtilizadaFolhas

    5.1.3. Princpios Ativoslcoois cidos: glicrico, mlico, ctrico, gliclico, ltico e succnico, metil-acrlico;

    lactonas sesquiterpnicas a-iargas: geosheimina, cinaratriol, cinaropicrina, cinaroli-dina, dihidrocinaropicrina; rossheimina, grosulfeimina e outros guaianolideosrelacionados; flavonoides: glicosdeos da flavona aptgenina, luteolina, cinarosdeo, escolimosdeo, cosmosdeo, quercetina, isoramnetina, maritimena. Compostos fenlicos; leos volteis: 13-selineno, cariofileno, eugenol, fenilacetaldedo e leo decanal -5c 32 compostos; cidos graxos poli-insaturados es senciais: cido esterico, palmtico, oleico e linoleico; sais minerais: clcio, fsforo, potssio, vitamina C; aminocidos: niacina, tiamina, fenilalanina, tirosina, histidina, alanina e glicina: altenoides e pigmentos antocinicos; a alcachofra de cidos graxos; Aor da alcachofra contm enzimas: oxidases, peroxida-ses, onarase e ascorbinase.

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    5.1.4. Farmacodinmica/EfeitoA cinarina e o cido clorognico conferem-lhe uma atividade colertica, cola-goga,

    hepatoprotetora e hipocolesterolemiante; a cinaropicrina, um princpio amargo-salino, uma ao aperitiva e eupptica; a inulina e os cidos, um efeito diurtico azotrico, aos quais contribuem os flavonoides e os sais potssicos. Alm disso, um laxante suave e antirradicais (1).

    5.1.5. IndicaesTratamento da obesidade, quando ocorrer simultaneamente uma diminuio da

    secreo biliar.

    5.1.6. Posologia utilizada na faixa de 200 a 1000mg ao dia (extrato seco), dividida em 3 tomadas,

    aps as refeies.Tambm usada nas formas de extrato fluido (5 a 20ml ao dia), tintura (20-50ml

    ao dia) e ps (5 a 20g ao dia).

    5.1.7. Efeitos ColateraisEm um estudo com 143 pacientes, a administrao da alcachofra no causou nenhuma

    reao adversa. Ocontato frequente com a alcachofra ou outras plantas da famlia Asteraceae causou reaes alrgicas em indivduos sensveis dermatite de contato e urticria com contato ocupacional com alcachofra os com ponentes responsveis so a cinaropicrina e outras lactonas sesquiterpnicas. Deacordo com as monografias da German Commission, as contraindicaes a respeito do uso da alcachofra, que incluem pigmentos da cor e antocinicos, tambm j foram avaliados. Por causa da falta de dados sobre a toxicidade da alcachofra, sugere-se que seu uso seja limitado durante a gravidez. Acinaropicrina e a cinarase promovem a coagulao do leite, portanto, a planta est contraindicada para lactantes.

    5.1.8. ContraindicaesPacientes com obstruo das vias biliares; hepatite durante a amamentao (por

    diminuir a secreo do leite).

    5.2. asiaticosdeo

    Asiaticosdeo o maior constituinte ativo da planta Hidrocotyle asitica (centella asitica). Atualmente, vem sendo utilizado em preparaes magistrais e em cosmticos, preconizado como cicatrizante, em queimaduras e queloides, e para o tratamento de insuficincia venosa crnica, com base na ao benfica verificada sobre o metabolismo do tecido conectivo das paredes vasculares e na microcirculao (SIMES et. al., 2004).

    Est sendo demonstrada sua ao reguladora no tecido conjuntivo, pois atua tambm como ativador dos fibroblastos e equilibrador da produo de fibras colgenas quando alteradas. Tais propriedades do asiaticosdeo so tambm de grande importncia tera-putica no tratamento da celulite e gordura localizada a celulite ocasiona diminuio da circulao de drenagem, causada por hipertrofia das clulas adiposas, provocando congestionamento do tecido conjuntivo e compresso das ramificaes vasculares, particularmente em nvel dos capilares (SEPTEVANI et. al., 2010).

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    12-em-28-oic acid O-6-deoxy-a-L-mannopyranosyl-(1->4)-O--D-glucopyranosyl-(1->6)-O--D-glucopyranosyl Ester.

    5.2.1. Nome CientficoHidrocotyle asitica

    5.2.2. Parte UtilizadaToda Planta

    5.2.3. Princpios AtivosDerivados triterpnicos (cido asitico, cido madecssico, asiaticosdeo), saponinas,

    leo essencial, alcaloides, flavonoides, sais minerais, silcio, aminocidos, acares, resinas.

    5.2.4. Farmacodinmica/EfeitoP branco, fofo, sabor amargo, insolvel em gua e pouco solvel em etanol. Sua

    propriedade de estimular e ativar a circulao de retorno, aumentando a elasticidade das paredes venosas, melhorando a circulao sangunea, eliminando edemas e hema-tomas, combatendo processos degenerativos do tecido dos vasos e aliviando sintomas funcionais dos membros inferiores, como pernas pesadas, cibras e parestesias. Ao reguladora sobre o tecido conjuntivo, atuando como ativador dos fibroblastos e das fibras colgenas. Aes sobre as hipertrofiadas clulas adiposas, por facilitar a drena-gem circulatria, tanto linftica como venosa (FERRO, 2008; SEPTEVANI et. al., 2010).

    5.2.5. IndicaesTratamento dos queloides e cicatrizes hipertrficas que esto em:estgio de atividade;queimaduras e leses dermatolgicas de cicatrizao difcil;catarata e lceras de crnea;celulite, telangiectasias, fragilidade capilar e varizes;criptites, tromboses, fissuras e fstulas.

    5.2.6. PosologiaAdultos VO: 10 a 20mg 3ao dia durante as refeies. Adosagem mais comum

    10mg 3ao dia durante as refeies.

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    Crianas acima de 3 anos de idade VO: 10mg 2ao dia, administrados durante as refeies.

    Crianas acima de 10 anos de idade VO: 10mg 3ao dia, administrados durante as refeies.

    O tratamento deve ser continuado por vrios meses (na faixa de 3 a 6 meses), de acordo com a resposta. Seno houver sinais de melhora aps 20 dias de tratamento, este deve ser interrompido.

    Uso tpico, de 0,2 a 2% em qualquer tipo de base cremosa.

    5.2.7. Efeitos ColateraisEm doses habituais, no produz nenhum efeito colateral. Emsuperdosagens pode

    provocar: nuseas, vmitos, hipotenso arterial, depresso do S. N. C.; sonolncia e sedao, cefaleias, fotossensibilizao (FERRO, 2008). Embase cremosa tm sido relatados casos de dermatite de contato em cremes e preparaes contendo esse composto (SIMES et. al., 2004).

    5.2.8. ContraindicaesNo se recomenda o uso na gravidez, apesar de estudos recentes no terem mostrado

    efeito teratognico ou abortivo. Evitar em casos de hipercolesterolemia familiar grave, pois os nveis de colesterol podem aumentar no incio do tratamento (FERRO, 2008).

    5.3. astragalus

    Astragalus (Astragalus membranaceus) uma erva da medicina tradicional chinesa (MTC) usada tradicionalmente para melhora do sistema imunolgico, e tambm reco-mendada para a deficincia do chi (fora de vida) podendo incluir sintomas como perda de energia e fadiga. Aplanta nativa do norte da China e Monglia. Existem mais de 2000 tipos de Astragalus no mundo, e o Astragalus membranaceus o mais comum utilizado para propsitos de medicina; outras variedades so usadas para a fabricao de gis para outros medicamentos.

    5.3.1. Nome CientficoAstragalus membranaceus