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ÍNDICE

0. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................3 

1. REGULAMENTAÇÃO NACIONAL .........................................................................................................4 

1.1 CARACTERIZAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E RECINTOS ...............................................................................................4  1.2 RESPONSÁVEL E DELEGADO DE SEGURANÇA .................................................................................................9  1.3 MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO..................................................................................................................9  1.4 CÁLCULO DO EFECTIVO ..........................................................................................................................15  

2. NORMALIZAÇÃO ..............................................................................................................................17 

3. DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS DE CENÁRIOS DOS INCÊNDIOS......................................................21 

3.1 CARACTERÍSTICAS DE INCÊNDIO ...............................................................................................................21  3.2 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA EXPOSIÇÃO AO FOGO .........................................................................................23  3.3 EFEITOS DEVIDOS À PRODUÇÃO DE GASES .................................................................................................24  3.4 IMPACTO DO FUMO NA DESLOCAÇÃO ........................................................................................................26  

4. CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO........................................................................................................27 4.1 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE CAMINHOS DE EVACUAÇÃO .................................................................27  

5. SISTEMAS DE SEGURANÇA ...............................................................................................................30 

5.1 SISTEMA AUTOMÁTICO DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO (SADI)..........................................................................30  5.2 CONTROLO DE FUMO.............................................................................................................................34  5.3 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ..................................................................................................................35  5.4 ILUMINAÇÃO DE SEGURANÇA ..................................................................................................................38  

6. CARACTERIZAÇÃO DOS OCUPANTES ................................................................................................39 

6.1 FACTORES INFLUENTES DOS COMPORTAMENTOS.........................................................................................39  6.2 ANÁLISE DE SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E DE REACÇÕES QUE SE PODEM PRODUZIR...........................................42  6.3 FENÓMENO DE CONTÁGIO MENTAL .........................................................................................................52  4.4 CRITÉRIOS A TER EM CONSIDERAÇÃO PARA UMA ADEQUADA PREVENÇÃO E EVACUAÇÃO NUMA SITUAÇÃO DE

EMERGÊNCIA .............................................................................................................................................52  4.5 FACTORES QUE AFECTAM O MOVIMENTO DAS PESSOAS.................................................................................53  

7. DETECÇÃO, ALARME E ALERTA.........................................................................................................54 

7.1 Q UANTIFICAÇÃO DOS TEMPOS.................................................................................................................54  7.2 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SEGURANÇA INCÊNDIO (SSI) ......................................................... ................57 7.3 OBJECTIVOS DO SERVIÇO DE SEGURANÇA INCÊNDIO.....................................................................................57  7.4 ESTRUTURA DO SERVIÇO DE SEGURANÇA INCÊNDIO .....................................................................................58  7.5 SITUAÇÃO DE EVACUAÇÃO ......................................................................................................................58  7.6 CONDIÇÕES PARA A SELECÇÃO DO SSI.......................................................................................................59  

8. METODOLOGIA PARA A EVACUAÇÃO ..............................................................................................60 

8.1 DECISÃO DA EVACUAÇÃO .......................................................................................................................61  8.2 MEIOS DE ALARME................................................................................................................................62  

9. PRESTAÇÃO DE SOCORROS A VÍTIMAS.............................................................................................64 

9.1 Q UEIMADURAS.....................................................................................................................................64  9.2 INTOXICAÇÕES POR MONÓXIDO DE CARBONO (CO) .......................................................... ..........................66 

10. CONCLUSÕES .................................................................................................................................67 

11. GLOSSÁRIO TÉCNICO......................................................................................................................70 

12. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..........................................................................................................81 

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0. INTRODUÇÃO

O objectivo mais importante da Segurança Contra Incêndio em Edifícios consiste na protecçãoda vida dos seus ocupantes, face ao risco de incêndio.

Assim, a evacuação das pessoas em risco é um meio essencial ao cumprimento desseobjectivo.

Porém, para que essa evacuação se processe com sucesso, isto é, para que as pessoas em risconuma situação de emergência possam atingir um local seguro sem serem afectadas pelasconsequências dessa emergência (incêndio ou outra situação) é necessário atender a váriosfactores. Estes podem ser agrupados em cinco categorias, relacionadas com:

•  A manifestação do risco de incêndio no edifício;•  As condições de segurança das disposições construtivas, com destaque para a

compartimentação corta-fogo, número, largura e distribuição de vias de evacuação e

de saídas;

•  A existência de sistemas e equipamentos de segurança que garantam um alarme

precoce e contribuam para a manutenção da evacuação em condições de segurança;

•  O número, tipo e condições dos ocupantes a evacuar, com destaque para eventuais

limitações na capacidade de reacção e da percepção de uma situação de emergência,

comportamentos que possam adoptar, sua formação, etc.;

• A organização da segurança existente no edifício, com destaque para a estratégia deevacuação definida e para a capacidade das equipas de evacuação.

Estes temas integram-se na cadeia de valor da evacuação, pelo que são desenvolvidos nestedocumento destacando-se os factores que garantem o sucesso da evacuação de edifícios emcondições de segurança.

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1. REGULAMENTAÇÃO NACIONAL

Em termos de legislação, aplica-se à Evacuação de Edifícios o Regime Jurídico deSegurança contra Incêndio em Edifícios, publicado através do Decreto-Lei nº 220/2008,de 12 de Novembro, e respectivas Portarias complementares:

  Despacho nº 5533/2010, de 26 de Março: Procede à criação da Comissão deAcompanhamento do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, bemcomo o respectivo mandato, as competências e as regras de funcionamento

  Portaria nº 1054/2009, de 16 de Setembro: Fixa o valor das taxas pelos serviçosprestados pela Autoridade nacional de Protecção Civil (ANPC), no âmbito do Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro

  Portaria nº 773/2009, de 21 de Julho: Define o procedimento de Registo, na

Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), das entidades que exerçam aactividade de comercialização, instalação e/ou manutenção de produtos eequipamentos de segurança contra incêndio em edifícios (SCIE)

  Portaria nº 610/2009, de 8 de Junho: Regulamenta o sistema informático que permitea tramitação desmaterializada dos procedimentos administrativos previstos no RegimeJurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios

  Portaria nº 64/2009, de 22 de Janeiro: Estabelece o regime de credenciação deentidades para a emissão de pareceres, realização de vistorias e de inspecções dascondições de segurança contra incêndios em edifícios (SCIE)

  Despacho nº 2074/2009, de 15 de Janeiro: Critérios técnicos para a determinação dadensidade de carga de incêndio modificada

 Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro: Estabelece o Regulamento Técnico desegurança contra Incêndio em Edifícios (RTSCIE)

1.1 Caracterização dos Edifícios e Recintos

O Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (RJSCIE) categoriza osedifícios e recintos em doze Utilizações-Tipo distintas, conforme indicado:

  Utilização-Tipo I “Habitacionais” →→→→  corresponde a edifícios ou partes de edifíciosdestinados a habitação unifamiliar ou multifamiliar, incluindo os espaços comuns deacessos e as áreas não residenciais reservadas ao uso exclusivo dos residentes

  Utilização-Tipo II “Estacionamentos” →→→→ corresponde a edifícios ou partes de edifíciosdestinados exclusivamente à recolha de veículos e seus reboques, fora da via pública,ou recintos delimitados ao ar livre, para o mesmo fim

  Utilização-Tipo III “Administrativos” →→→→ corresponde a edifícios ou partes de edifíciosonde se desenvolvem actividades administrativas, de atendimento ao público ou deserviços, nomeadamente escritórios, repartições públicas, tribunais, conservatórias,balcões de atendimento, notários, gabinetes de profissionais liberais, espaços deinvestigação não dedicados ao ensino, postos de forças de segurança e de socorro,excluindo as oficinas de reparação e manutenção

  Utilização-Tipo IV “Escolares” →→→→  corresponde a edifícios ou partes de edifíciosrecebendo público, onde se ministrem acções de educação, ensino e formação ou

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exerçam actividades lúdicas ou educativas para crianças e jovens, podendo ou nãoincluir espaços de repouso ou de dormida afectos aos participantes nessas acções eactividades, nomeadamente escolas de todos os níveis de ensino, creches, jardins-de-infância, centros de formação, centros de ocupação de tempos livres destinados acrianças e jovens e centros de juventude

  Utilização-Tipo V “Hospitalares e Lares de Idosos” →→→→  corresponde a edifícios oupartes de edifícios recebendo público, destinados à execução de acções de diagnósticoou à prestação de cuidados na área da saúde, com ou sem internamento, ao apoio apessoas idosas ou com condicionalismos decorrentes de factores de natureza física oupsíquica, ou onde se desenvolvam actividades dedicadas a essas pessoas,nomeadamente hospitais, clínicas, consultórios, policlínicas, dispensários médicos,centros de saúde, de diagnóstico, de enfermagem, de hemodiálise ou de fisioterapia,laboratórios de análises clínicas, bem como lares, albergues, residências, centros deabrigo e centros de dia com actividades destinadas à terceira idade

  Utilização-Tipo VI “Espectáculos e Reuniões Públicas” →→→→  corresponde a edifícios,partes de edifícios, recintos itinerantes ou provisórios e ao ar livre que recebampúblico, destinados a espectáculos, reuniões públicas, exibição de meios audiovisuais,bailes, jogos, conferências, palestras, culto religioso e exposições, podendo ser, ounão, polivalentes e desenvolver as actividades referidas em regime não permanente,nomeadamente teatros, cineteatros, cinemas, coliseus, praças de touros, circos, salasde jogo, salões de dança, discotecas, bares com música ao vivo, estúdios de gravação,auditórios, salas de conferências, templos religiosos, pavilhões multiusos e locais deexposições não classificáveis na utilização-tipo X

  Utilização-Tipo VII “Hoteleiros e Restauração” →→→→ corresponde a edifícios ou partes de

edifícios, recebendo público, fornecendo alojamento temporário ou exercendoactividades de restauração e bebidas, em regime de ocupação exclusiva ou não,nomeadamente os destinados a empreendimentos turísticos, alojamento local,estabelecimentos de restauração ou de bebidas, dormitórios e, quando não inseridosnum estabelecimento escolar, residências de estudantes e colónias de férias, ficandoexcluídos deste tipo os parques de campismo e caravanismo, que são consideradosespaços da utilização-tipo IX

  Utilização-Tipo VIII “Comerciais e Gares de Transporte” →→→→ corresponde a edifícios oupartes de edifícios, recebendo público, ocupados por estabelecimentos comerciaisonde se exponham e vendam materiais, produtos, equipamentos ou outros bens,

destinados a ser consumidos no exterior desse estabelecimento, ou ocupados porgares destinados a aceder a meios de transporte rodoviário, ferroviário, marítimo,fluvial ou aéreo, incluindo as gares intermodais, constituindo espaço de interligaçãoentre a via pública e esses meios de transporte, com excepção das plataformas deembarque ao ar livre

  Utilização-Tipo IX “Desportivos e de Lazer” →→→→  corresponde a edifícios, partes deedifícios e recintos, recebendo ou não público, destinados a actividades desportivas ede lazer, nomeadamente estádios, picadeiros, hipódromos, velódromos, autódromos,motódromos, kartódromos, campos de jogos, parques de campismo e caravanismo,pavilhões desportivos, piscinas, parques aquáticos, pistas de patinagem, ginásios e

saunas

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  Utilização-Tipo X “Museus e Galerias de Arte” →→→→ corresponde a edifícios ou partes deedifícios, recebendo ou não público, destinados à exibição de peças do patrimóniohistórico e cultural ou a actividades de exibição, demonstração e divulgação decarácter científico, cultural ou técnico, nomeadamente museus, galerias de arte,oceanários, aquários, instalações de parques zoológicos ou botânicos, espaços de

exposição destinados à divulgação científica e técnica, desde que não se enquadremnas utilizações-tipo VI e IX

  Utilização-Tipo XI “Bibliotecas e Arquivos” →→→→  corresponde a edifícios ou partes deedifícios, recebendo ou não público, destinados a arquivo documental, podendodisponibilizar os documentos para consulta ou visualização no próprio local ou não,nomeadamente bibliotecas, mediatecas e arquivos

  Utilização-Tipo XII “Industriais, Oficinas e Armazéns” →→→→  corresponde a edifícios,partes de edifícios ou recintos ao ar livre, não recebendo habitualmente público,destinados ao exercício de actividades industriais ou ao armazenamento de materiais,

substâncias, produtos ou equipamentos, oficinas de reparação e todos os serviçosauxiliares ou complementares destas actividades

Locais de Risco

Complementarmente a esta categorização, o RJSCIE classifica ainda as áreas dos edifícios erecintos, com excepção dos espaços interiores dos fogos de habitação e das vias verticais ehorizontais de evacuação, em função da natureza do risco de incêndio. Neste sentido, asáreas dos edifícios e recintos são classificadas em seis Locais de Risco, do seguinte modo:

  Local de Risco A →→→→ Local que não apresenta riscos especiais e no qual se verifiquemem simultâneo as condições seguintes:

 Efectivo não superior a 100 pessoas

 Efectivo de público não superior a 50 pessoas

 Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nascapacidades de percepção e reacção a um alarme

 As actividades exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos nãoenvolvam riscos de incêndio agravados

  Local de Risco B →→→→ Local acessível ao público ou ao pessoal afecto ao estabelecimento,com um efectivo superior a 100 pessoas ou um efectivo de público superior a 50pessoas, no qual se verifiquem simultaneamente as situações seguintes:

 Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nascapacidades de percepção a um alarme

 As actividades exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos nãoenvolvam riscos de incêndio agravados

  Local de Risco C →→→→  Local que apresenta riscos agravados de eclosão e dedesenvolvimento de incêndio devido quer às actividades nele desenvolvidas, quer àscaracterísticas dos produtos, materiais ou equipamentos nele existentes,designadamente à carga de incêndio.

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Exemplos: Oficinas de manutenção e reparação destinados a carpintaria ou ondesejam utilizadas chamas nuas, aparelhos envolvendo projecção de faíscas ouelementos incandescentes em contacto com o ar associados à presença de materiaisfacilmente inflamáveis; Farmácias, laboratórios, oficinas e outros locais onde sejamproduzidos, depositados, armazenados ou manipulados líquidos inflamáveis em

quantidade superior a 10L; Cozinhas em que sejam instalados aparelhos, ou grupos deaparelhos, para confecção de alimentos ou sua conservação, com potência total útilsuperior a 20 kW, com excepção das incluídas no interior das habitações; Locais deconfecção de alimentos que recorram a combustíveis sólidos; Lavandarias e roupariascom área superior a 50 m2 em que sejam instalados aparelhos, ou grupos deaparelhos, para lavagem, secagem ou engomagem, com potência total útil superior a20 kW; Instalações de frio para conservação cujos aparelhos possuam potência totalútil superior a 70 kW; Arquivos, depósitos, armazéns e arrecadações de produtos oumaterial diverso com volume superior a 100 m3; Reprografias com área superior a 50m2; Locais de recolha de contentores ou de compactadores de lixo com capacidadetotal superior a 10 m3; Locais afectos a serviços técnicos em que sejam instalados

equipamentos eléctricos, electromecânicos ou térmicos com potência total superior a70 kW, ou armazenados combustíveis; Locais de pintura e aplicação de vernizes;Centrais de incineração; Locais cobertos de estacionamento de veículos com áreacompreendida entre 50 m2 e 200 m2, com excepção dos estacionamentos individuais,em edifícios destinados à utilização-tipo referida na alínea a) do n.º 1 do artigo 8.º doDL 220/2008; Outros locais que possuam uma densidade de carga de incêndiomodificada superior a 1000 MJ/m2 de área útil, associada à presença de materiaisfacilmente inflamáveis e, ainda, os que comportem riscos de explosão.

  Local de Risco D →→→→  Local de um estabelecimento com permanência de pessoasacamadas ou destinados a receber crianças com idade não superior a seis anos ou

pessoas limitadas na mobilidade ou nas capacidades de percepção e reacção a umalarme.

Exemplos: Quartos nos locais afectos à utilização-tipo V ou grupos desses quartos erespectivas circulações horizontais exclusivas; Enfermarias ou grupos de enfermarias erespectivas circulações horizontais exclusivas; Salas de estar, de refeições e de outrasactividades ou grupos dessas salas e respectivas circulações horizontais exclusivas,destinadas a pessoas idosas ou doentes em locais afectos à utilização-tipo V; Salas dedormida, de refeições e de outras actividades destinadas a crianças com idade inferiora 6 anos ou grupos dessas salas e respectivas circulações horizontais exclusivas, emlocais afectos à utilização-tipo IV; Locais destinados ao ensino especial de deficientes.

  Local de Risco E →→→→  Local de um estabelecimento destinado a dormida, em que aspessoas não apresentem as limitações apresentadas nos locais de risco D.

Exemplos: Quartos nos locais afectos à utilização-tipo IV não considerados no Local deRisco D ou grupos desses quartos e respectivas circulações horizontais exclusivas;Quartos e suítes em espaços afectos à utilização-tipo VII ou grupos desses espaços erespectivas circulações horizontais exclusivas; Espaços turísticos destinados aalojamento, incluindo os afectos a turismo do espaço rural, de natureza e dehabitação; Camaratas ou grupos de camaratas e respectivas circulações horizontaisexclusivas.

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  Local de Risco F →→→→  Local que possua meios e sistemas essenciais à continuidade deactividades sociais relevantes, nomeadamente os centros nevrálgicos de comunicação,comando e controlo.

Exemplos: Centros de controlo de tráfego rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo;

Centros de gestão, coordenação ou despacho de serviços de emergência, tais comocentrais 112, centros de operações de socorro e centros de orientação de doentesurgentes; Centros de comando e controlo de serviços públicos ou privados dedistribuição de água, gás e energia eléctrica; Centrais de comunicações das redespúblicas; Centros de processamento e armazenamento de dados informáticos deserviços públicos com interesse social relevante; Postos de segurança.

Note-se que a Classificação de Risco de um dado espaço não só é independente da Utilização-Tipo como não pressupõe uma hierarquia de risco, uma vez que os parâmetros consideradosna classificação de risco são distintos.

As Classificações de Risco das áreas dos edifícios e recintos são resumidamente apresentadosna Tabela seguinte.

Tabela 1 - Locais de Risco

Local de Risco A B C D E F

Efectivo Total ≤100 >100 - - - -Efectivo Público ≤50 >50 - - - -Efectivo Incapacitado ≤10% ≤10% ≤10% >10% ≤10% ≤10%Efectivo Dormida 0 0 0 - >0 0Risco Agravado de Incêndio - - Sim - - -

Continuidade de ActividadesSocialmente Relevantes

- - - - - Sim

Categorias de Risco

As Utilizações-Tipo dos edifícios e recintos, no referente ao risco de incêndio, podem serclassificados em quatro Categorias de Risco:

  1ª Categoria de Risco →→→→ Risco Reduzido

  2ª Categoria de Risco →→→→ Risco Moderado

  3ª Categoria de Risco →→→→ Risco Elevado

  4ª Categoria de Risco →→→→ Risco Muito Elevado

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Os factores de risco que permitem a atribuição das Categorias de Risco variam em função daUtilização-Tipo:

Tabela 2 - Factores de Risco

I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Altura da UT                       -Nº Pisos Abaixo do PR     - - -   -     -    Espaço Coberto/Ar Livre -   - - -   - -   - -  Área Bruta -   - - - - - - - - - -Efectivo Total - -                   -Efectivo Locais Risco D ou E - - -     -   - - - - -Saída Locais Risco D ou E - - -     -   - - - - -Carga de Incêndio - - - - - - - - - -   -Densidade Carga IncêndioModificada - - - - - - - - - - -  

1.2 Responsável e Delegado de Segurança

A manutenção das condições de segurança contra risco de incêndio aprovadas e aexecução das medidas de autoprotecção aplicáveis aos edifícios e recintos são daresponsabilidades dos entidades a seguir referidas, consoante a Utilização-Tipo:

Tabela 3 - Responsáveis de Segurança por Utilização-Tipo

Utilização-Tipo Ocupação Responsável de Segurança (RS)

Interior das habitações ProprietárioI

Espaços Comuns Administração do CondomínioCada Utilização-Tipo Proprietário ou Entidade

Exploradora de cada Utilização-Tipo

II a XIIEspaços Comuns a várias

Utilizações-TipoEntidade Gestora dos EspaçosComuns a várias Utilizações-

Tipo

Estas entidades são igualmente responsáveis pela manutenção das condiçõesexteriores de SCIE, designadamente no referente às redes de hidrantes exteriores e àsvias de acesso ou estacionamento dos veículos de socorro, sempre que as mesmas sesituem em domínio privado.

No referente à atribuição de responsabilidades, há ainda a ter em consideração umaoutra entidade: o Delegado de Segurança. Este é designado pelo RS para a execuçãodas medidas de autoprotecção e age em representação da entidade responsável.

1.3 Medidas de Autoprotecção

As Medidas de Autoprotecção dos edifícios e recintos consistem em medidas deorganização e gestão de segurança e baseiam-se em:

  Medidas Preventivas →→→→ Assumem a forma de procedimentos de prevenção ou planosde prevenção, conforme a Categoria de Risco

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  Medidas de Intervenção →→→→  Tomam a forma de procedimentos de emergência ouplanos de emergência internos, conforme a categoria de risco

  Registos de Segurança →→→→  conjunto de documentos que contém os registos de

ocorrências relevantes e de relatórios relacionados com a segurança contra incêndios.As ocorrências devem ser registadas com data de início e de fim e com o responsávelpelo seu acompanhamento, referindo-se à conservação ou manutenção das condiçõesde segurança, às modificações, alterações e trabalhos perigosos efectuados, incidentesou avarias ou, ainda, visitas de inspecção. De entre os relatórios a incluir nestesregistos, são de destacar os referentes às acções de instrução e formação, aosexercícios de segurança e de eventuais incêndios ou outras situações de emergência.

  Formação em SCIE →→→→  sob a forma de acções destinadas a todos os funcionários ecolaboradores das entidades exploradoras, ou de formação específica, destinada aosdelegados de segurança e outros elementos que lidam com situações de maior risco

de incêndio

  Simulacros →→→→ para teste do plano de emergência interno e treino dos ocupantes comvista a criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos

As Medidas de Autoprotecção exigíveis para cada Categoria de Risco das diversasUtilizações-Tipo são as constantes da tabela abaixo:

Tabela 4 - Medidas de Autoprotecção Exigíveis

Medidas de Autoprotecção

UT Categoria de Risco

   R   e   g   i   s   t   o   s   d   e   S   e   g   u   r   a   n   ç   a

   P   r   o   c   e   d   i   m   e   n   t   o   s   d   e

   P   r   e   v   e   n   ç   ã   o

   P    l   a   n   o   s   d   e   P   r   e   v   e   n   ç   ã   o

   P   r   o   c   e   d   i   m   e   n   t   o   s   e   m 

   C   a   s   o   d   e   E   m   e   r   g    ê   n   c   i   a

   P    l   a   n   o   d   e   E   m   e   r   g    ê   n   c   i   a

   I   n   t   e   r   n   o

   A   c   ç   õ   e   s   d   e

   S   e   n   s   i    b   i    l   i   z   a   ç   ã   o   e

   F   o   r   m   a   ç   ã   o   e   m    S   C   I   E

   S   i   m   u    l   a   c   r   o   s

3ª (apenas paraespaços comuns)

       I

4ª (apenas para osespaços comuns)

         

1ª    

 

 

 

 II 3ª e 4ª          

1ª    2ª          

III, VI, VIIIIX, X, XI, XII 3ª e 4ª          

1ª (sem locais derisco D ou E)

   

1ª (com locais derisco D ou E) e 2ª

(sem locais de riscoD ou E)

       IV, V, VII

2ª (com locais derisco D ou E), 3ª e 4ª

         

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Estas Medidas devem ser adaptadas às condições reais de exploração de cadaUtilização-Tipo e à sua Categoria de Risco. No caso específico dos edifícios e recintosexistentes à data de entrada em vigor do Regime Jurídico de Segurança contraIncêndio em Edifícios, quando as características construtivas, os equipamentos ou ossistemas de segurança apresentarem graves desconformidades com o estabelecido no

Regulamento Técnico de SCIE, existe a possibilidade de serem exigidas medidas deautoprotecção compensatórias mais gravosas do que as mencionadas, sempre que aentidade competente o entenda. Por outro lado, há que ter em consideração o factodas Medidas de Autoprotecção serem auditáveis a qualquer momento, devendo o RSnestas situações facultar a documentação solicitada e o acesso a todos os espaços dosedifícios e recintos à entidade competente.

1.3.1 Medidas Preventivas

Tal como anteriormente referido,as Medidas Preventivas podem assumir a forma de

Procedimentos de Prevenção ou Planos de Prevenção, consoante a Categoria de Risco:

  Procedimentos de Prevenção - constituem o conjunto de procedimentos deprevenção a adoptar pelos ocupantes, destinados a garantir a manutenção dascondições de segurança, sendo que devem garantir permanentemente a:

•  Acessibilidade dos meios de socorro aos espaços da utilização-tipo

•  Acessibilidade dos veículos de socorro dos bombeiros aos meios de

abastecimento de água, designadamente hidrantes exteriores

•  Praticabilidade dos caminhos de evacuação,

•  Eficácia da estabilidade ao fogo e dos meios de compartimentação,

isolamento e protecção,•  Acessibilidade aos meios de alarme e de intervenção em caso de

emergência

•  Vigilância dos espaços, em especial os de maior risco de incêndio e os

que estão normalmente desocupados

•  Conservação dos espaços em condições de limpeza e arrumação

adequadas

•  Segurança na produção, na manipulação e no armazenamento de

matérias e substâncias perigosas

•  Segurança em todos os trabalhos de manutenção, recuperação,

beneficiação, alteração ou remodelação de sistemas ou das

instalações, que impliquem um risco agravado de incêndio,

introduzam limitações em sistemas de segurança instalados ou que

possam afectar a evacuação dos ocupantes 

  Planos de Prevenção - devem ser constituídos: 

•  Por informações relativas à identificação da Utilização-Tipo, data dasua entrada em funcionamento, identificação do RS, identificação deeventuais Delegados de Segurança

•  Por plantas, à escala de 1:100 ou 1:200 com a representação

inequívoca, recorrendo à simbologia constante das normasportuguesas, da classificação de risco e efectivo previsto para cada

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local, vias horizontais e verticais de evacuação, incluindo os eventuaispercursos em comunicações comuns e localização de todos osdispositivos e equipamentos ligados à segurança contra Incêndio

•  Pelos procedimentos de prevenção

De referir que os planos de prevenção devem ser actualizados sempre que asmodificações ou alterações efectuadas na Utilização-Tipo o justifiquem. Estes planosestão sujeitos a verificação durante as inspecções regulares e extraordinárias, devendoexistir, no Posto de Segurança, um exemplar do Plano de Prevenção.

1.3.2 Medidas de Intervenção

Consoante a Categoria de Risco, as Medidas de Intervenção assumem a forma deProcedimentos de Emergência ou de Planos de Emergência Internos:

  Procedimentos de Emergência - constituem o conjunto de procedimentos e técnicasde actuação a adoptar pelos ocupantes em caso de emergência, designadamente: 

•  Os procedimentos de alarme a cumprir em caso de detecção ou

percepção de um alarme

•  Os procedimentos de alerta

•  Os procedimentos a adoptar de modo a garantir a evacuação rápida e

segura dos espaços em risco

•  As técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção e de

outros meios de actuação em caso de incêndio

• Os procedimentos de recepção e encaminhamento dos bombeiros

  Planos de Emergência Internos – têm como objectivo sistematizar a evacuação dosocupantes e limitar a propagação e as consequências dos incêndios, recorrendo ameios próprios. Os Planos de Emergência Internos devem ser constituídos: 

•  Pela definição da Organização a adoptar em caso de emergência, que

deve contemplar:

  Os organogramas hierárquicos e funcionais do Serviço de

Segurança contra Incêndio (SSI), cobrindo as várias fases do

desenvolvimento de uma situação de emergência

  A identificação dos Delegados e Agentes de Segurança erespectivas missões e responsabilidades, a concretizar em

situações de emergência

•  Pela indicação das entidades internas e externas a contactar em

situação de emergência,

•  Pelo Plano de Actuação, contemplando a organização das operações a

desencadear pelos Delegados e Agentes de Segurança em caso de

ocorrência de uma situação de emergência, designadamente:

  O conhecimento prévio dos riscos presentes nos espaços

afectos à utilização-tipo, nomeadamente nos locais de risco C,D e F

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  Os procedimentos a adoptar em caso de detecção ou

percepção de um alarme de incêndio

  A planificação da difusão dos alarmes restritos e geral e a

transmissão do alerta

  A coordenação das operações previstas no plano de evacuação

  A activação dos meios de primeira intervenção que sirvam os

espaços da utilização-tipo, apropriados a cada circunstância,

incluindo as técnicas de utilização desses meios

  A execução da manobra dos dispositivos de segurança,

designadamente de corte da alimentação de energia eléctrica

e de combustíveis, de fecho de portas resistentes ao fogo e

das instalações de controlo de fumo

  A prestação de primeiros socorros

  A protecção de locais de risco e de pontos nevrálgicos da

utilização-tipo

  O acolhimento, informação, orientação e apoio dos bombeiros

  A reposição das condições de segurança após uma situação de

emergência

•  Pelo Plano de Evacuação, o qual deve contemplar as instruções e os

procedimentos, a observar por todos os ocupantes da Utilização-Tipo,

relativos à articulação das operações destinadas a garantir aevacuação ordenada, total ou parcial, dos espaços considerados em

risco pelo RS. O Plano de Evacuação deve abranger:

  O encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes para o

exterior ou para uma zona segura, mediante referenciação de

vias de evacuação, zonas de refúgio e pontos de encontro

  O auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou em

dificuldade, de forma a assegurar que ninguém fique

bloqueado

  A confirmação da evacuação total dos espaços e garantia deque ninguém a eles regressa

•  Por um anexo com as instruções de segurança

•  Por um anexo com as plantas de emergência, podendo ser

acompanhadas por esquemas de emergência. Deve existir uma Planta

de Emergência para cada piso da Utilização-Tipo, junto aos acessos

principais do piso a que se referem

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1.3.3 Registos de Segurança

A existência dos Registos de Segurança deve ser garantida pelo Responsável deSegurança. Estes Registos destinam-se à inscrição de ocorrências relevantes e aoarquivo de relatórios relacionados com a segurança contra incêndio, compreendendo,

designadamente:•  Os Relatórios de Vistoria e de Inspecção ou Fiscalização de condições de

segurança, realizadas pelas entidades competentes

•  Informações sobre anomalias observadas nas operações de verificação,conservação ou manutenção das instalações técnicas, dos sistemas eequipamentos de segurança, incluindo a sua descrição, impacte, datas da suadetecção e duração da respecxtiva reparação

•  A relação de todas as acções de manutenção efectuadas às instalações técnicase aos sistemas e equipamentos de segurança, com indicação do(s) elemento(s)intervencionado(s), tipo e motivo da acção efectuada, data e responsável

•  A descrição sumária das modificações, alterações e trabalhos perigososefectuados nos espaços da Utilização-Tipo, com indicação das datas de início ede fim

•  Os relatórios das ocorrências directa e indirectamente relacionadas com asegurança contra incêndio em edifícios, tais como falsos alarmes, princípios deincêndio ou actuação das equipas de intervenção da Utilização-Tipo

•  Relatórios sucintos de acções de formação e de simulacros

De referir que os Registos de Segurança devem ser arquivados pelo período de 10anos, de modo a facilitar as devidas auditorias pelas entidades competentes.

1.3.4 Formação em SCIE

Devem possuir formação, no âmbito da Segurança contra Incêndios, todos osfuncionários e colaboradores das entidades exploradoras dos espaços afectos àsUtilizações-Tipo, bem como todas as pessoas que exerçam actividades profissionaisnesses espaços por períodos superiores a 30 dias por ano e todos os elementos comatribuições previstas nas actividades de autoprotecção. Estas acções de formaçãopodem consistir em:

•  Sensibilização para a Segurança contra Incêndio, com o objectivo de familiarizar

os ocupantes com os espaços e com a identificaçõs dos respectivos riscos deincêndio, com o cumprimento dos procedimentos e planos de prevençãocontra incêndio, procedimentos de alarme e procedimentos gerais de actuaçãoem caso de emergência, e ainda com as instruções básicas de utilização dosmeios de primeira intervenção, designadamente dos extintores portáteis.

•  Formação específica destinadas aos elementos que, na sua actividadeprofissional, lidam com situações de maior risco de incêndio

•  Formação específica destinada aos elementos que possuem atribuiçõesespeciais de actuação em caso de emergência (emissão do alerta, evacuação,utilização dos comandos de meios de actuação em caso de incêndio e de

segunda intervenção)

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1.3.5 Simulacros

Nas Utilizações-Tipo em que sejam exigidos Planos de Emergência Internos devem serrealizados exercícios com o objectivo de testar o referido Plano de Emergência etreinar os ocupantes com vista à criação de rotinas e ao aperfeiçoamento dos

procedimentos em causa. Estes exercícios devem ser devidamente planeados,executados e avaliados, com a eventual colaboração da corporação de bombeiros locale de coordenadores ou delegados da Protecção Civil.

A realização dos simulacros deve ser sempre comunicada com a devida antecedênciaaos ocupantes do edifício e a sua periodicidade deve cumprir com os estipulado naTabela seguinte:

Tabela 5 - Periodicidade da realização de simulacros

Utilizações-Tipo Categoria de Risco Períodos máximosentre exercícios

I 4ª 2 AnosII 3ª e 4ª 2 AnosVI e IX 2ª e 3ª 2 AnosVI e IX 4ª 1 AnoIII, VIII, X, XI e XII 2ª e 3ª 2 AnosIII, VIII, X, XI e XII 4ª 1 ano

IV, V e VII2ª com locais de risco

D ou E e 3ª e 4ª1 Ano

1.4 Cálculo do Efectivo

O número máximo de ocupantes de um edifício ou recinto é denominado de EFECTIVO econsiste no somatório do número de ocupantes de todos os espaços susceptíveis de ocupação.Tendo em consideração a capacidade instalada dos diferentes espaços, no cálculo do efectivodevem ser considerados os valores (arredondados para o inteiro superior) resultantes dosseguintes critérios:

a.  O número de ocupantes em camas nos locais de dormida das Utilizações-Tipo IV –Escolares, V - Hospitalares e Lares de Idosos e VI - Hoteleiros e Restauração

b.  3,2 Vezes o número de lugares reservados a acamados nos locais destinados a doentesacamados da utilização V «Hospitalares e Lares de Idosos»c.  Nos apartamentos e moradias com fins turísticos, conforme a respectiva tipologia de

acordo com a tabela seguinte:

Tabela 6 - Efectivo em função da tipologia

T0 T1 T2 T3 T4 Tn 

2 4 6 8 10 2(n+1)

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d.  O número de lugares nos espaços com lugares fixos das salas de conferências, reunião,ensino, leitura ou consulta documental, ou salas de espectáculos, recintos desportivos,auditórios e lugares de culto religioso

e.  O número de ocupantes declarado pela respectiva entidade exploradora, com ummínimo de 0.03 pessoas por metro quadrado de área útil, nos arquivos e espaços não

acessíveis a público afectos à utilização XII «Industriais, Oficinas e Armazéns»

Com base nos índices de ocupação dos diferentes espaços, medidos em pessoas por metroquadrado, em função da sua finalidade e reportados à sua área útil, devem ser considerados osvalores, arredondados para o inteiro superior, resultantes da aplicação dos índices constantesda tabela seguinte:

Tabela 7 - Número de Ocupantes por unidade de área em função do uso dos espaços

Espaços Índices(pessoas/m2)

Balneários e vestiários utilizados por público 1,00Balneários e vestiários exclusivos para funcionários 0,30Bares “zona de consumo com lugares em pé” 2,00Circulações horizontais e espaços comuns deestabelecimentos comerciais

0,20

Espaços afectos a pistas de dança em salões e discotecas 3,00 

Espaços de ensino não especializado 0,60Espaços de exposição de galerias de arte 0,70Espaços de exposição de museus 0,35Espaços de exposição destinados à divulgação científica etécnica

0,35

Espaços em oceanários, aquários, jardins e parqueszoológicos ou botânicos

1,00

Espaços ocupados pelo público em outros locais deexposição ou feiras

3,00

Espaços reservados a lugares de pé, em edifícios, tendasou estruturas insufláveis, de salas de conferências, dereunião e de espectáculos, de recintos desportivos“galerias, terraços e zonas de peão”, auditórios ou delocais de culto religioso

3,00

Gabinetes de consulta e bancos de urgência 0,30Gabinetes de escritório 0,10

Locais de venda de baixa ocupação de público 0,20Locais de venda localizados até um piso acima ou abaixodo plano de referência

0,35

Locais de venda localizados mais de um piso acima ouabaixo do plano de referência

0,20

Locais de venda localizados no piso do plano de referênciacom área inferior ou igual a 300m2 

0,50

Locais de venda localizados no piso do plano de referênciacom área superior a 300m2 

0,60

Plataformas de embarque 3,00Salas de convívio, refeitórios e zonas de restauração e

bebidas com lugares sentados, permanentes ou eventuais,com ou sem espectáculo 1,00

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Salas de desenho e laboratórios 0,20Salas de diagnóstico e terapêutica 0,20Salas de escritório e secretarias 0,20Salas de espera de exames e de consultas 1,00Salas de espera em gares e salas de embarque 1,00

Salas de intervenção cirúrgica e de partos 0,10Salas de jogo e de diversão “espaços afectos ao público” 1,00Salas de leitura sem lugares fixos em bibliotecas 0,20Salas de reunião, de estudo e de leitura sem lugares fixosou salas de estar

0,50

Zona de actividades “gimnodesportivos” 0,15

O cálculo do efectivo é efectuado tendo em consideração a área do espaço ou recintoda Utilização-Tipo e o Número de Ocupantes por Unidade de Área, conformeapresentado:

EFECTIVO = ÁREA X NÚMERO DE OCUPANTES POR UNIDADE DE ÁREA

Exemplo de Cálculo:

Considere-se uma superfície comercial com uma área de 250m2, com um único pisolocalizado no plano de referência. De acordo com a Tabela 8, o número de ocupantespor unidade de área deste tipo de edifícios é de 0,50, o que se traduz num efectivo de125 ocupantes, conforme apresentado:

Efectivo = 250X0,5 = 125

2. NORMALIZAÇÃO

A eficácia da evacuação de um edifício depende não só do cumprimento dasdisposições regulamentares nacionais que lhe são aplicáveis, mas também dasinalização, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio, uma vez que sãoestes que permitem o alarme e o alerta dos ocupantes do edifício, a praticabilidade eidentificação dos caminhos de evacuação e o próprio combate ao incêndio. Isto só é

possível se estes equipamentos e sistemas cumprirem com os critérios exigidos pelanormalização aplicável no referente, designadamente, às suas características,funcionalidades, identificação, instalação e manutenção.

Assim sendo, a título informativo, listam-se de seguida as principais normas nacionaise europeias aplicáveis aos equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio:

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Tabela 8 - Normalização de segurança contra Incêndio

Controlo de Fumo

EN 12101-1Smoke and heat control systems - Part 1: Specification for smoke

barriers EN 12101-2 Smoke and heat control systems - Part 2: Specification for natural 

smoke and heat exhaust ventilators

EN 12101-3Smoke and heat control systems - Part 3: Specification for 

 powered smoke and heat exhaust ventilators

EN 12101-6Smoke and heat control systems - Part 6: Specification for 

 pressure differential systems - Kits

EN 12101-10 Smoke and heat control systems - Part 10: Power supplies

Detecção, Alarme e Alerta 

NP EN 54-1 Sistemas de detecção e alarme de incêndio. Parte 1: Introdução

EN 54-2 Fire detection and fire alarm systems. Part 2: Control and indicating equipment.

EN 54-3Fire detection and fire alarm systems. Part 3: Fire alarm devices -

Sounders

NP EN 54-4Sistemas de detecção e alarme de incêndio. Parte 4:Equipamento de alimentação de energia

EN 54-5Fire detection and fire alarm systems. Part 5: Heat detectors.

Point detectors

EN 54-7

Fire detection and fire alarm systems - Part 7: Smoke detectors -

Point detectors using scattered light, transmitted light or 

ionization

EN 54-10Fire detection and fire alarm systems - Part 10: Flame detectors -

Point detectors

EN 54-11Fire detection and fire alarm systems - Part 11: Manual call 

 points

EN 54-12Fire detection and fire alarm systems - Part 12: Smoke detectors -

Line detectors using an optical light beam

EN 54-13Fire detection and fire alarm systems - Part 13: Compatibility 

assessment of system components

EN 54-14

Fire detection and fire alarm systems - Part 14: Guidelines for 

 planning, design, installation, commissioning, use and maintenance

EN 54-16Fire detection and fire alarm systems - Part 16: Voice alarm

control and indicating equipment 

EN 54-17Fire detection and fire alarm systems - Part 17: Short-circuit 

isolators

EN 54-18Fire detection and fire alarm systems - Part 18: Input/output 

devices

EN 54-20Fire detection and fire alarm systems - Part 20: Aspirating smoke

detectors

EN 54-21 Fire detection and fire alarm systems - Part 21: Alarmtransmission and fault warning routing equipment 

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EN 54-24Fire detection and fire alarm systems - Part 24: Components of 

voice alarm systems - Loudspeakers

EN 54-25Fire detection and fire alarm systems - Part 25: Components

using radio links

Extintores, Agentes Extintores e Classes de Fogos 

NP EN 2 Classes de fogos

NP EN 3-3Extintores de incêndio portáteis. Parte 3: Construção, resistênciaà pressão, ensaios mecânicos.

NP EN 3-7Extintores de incêndio portáteis. Parte 7: Características,desempenho e métodos de ensaio

EN 3-8

Portable fire extinguishers. Part 8: Additional requirements to EN

3-7 for the construction, resistance to pressure and mechanical 

tests for extinguishers with a maximum allowable pressure equal 

to or lower than 30 bar 

EN 3-9Portable fire extinguishers. Part 9: Additional requirements to EN

3-7 for pressure resistance of CO2 extinguishers

EN 3-10Portable fire extinguishers. Part 10: Provisions for evaluating the

conformity of a portable fire extinguisher to EN 3-7.

NP EN 615Segurança contra incêndio. Agentes extintores. Especificaçõespara os pós (distintos dos pós classe D) 

NP 1800Segurança contra incêndio. Agentes extintores. Selecçãosegundo as classes de fogos

NP EN 1866 Extintores de incêndio móveisNP EN 1869 Mantas de incêndio

NP 3064 Segurança contra incêndio. Utilização dos extintores de incêndioportáteis (Em revisão)

NP 4413 Segurança contra incêndio. Manutenção de extintores

Instalações Fixas de Combate a Incêndios 

NP EN 671-1

Instalações fixas de combate a incêndio - Sistemas armados commangueiras. Parte 1: bocas de Incêndio armadas commangueiras semi-rígidas

NP EN 671-2

Instalações fixas de combate a incêndio - sistemas armados commangueiras. Parte 2: bocas de incêndio armadas com

mangueiras flexíveis

NP EN 671-3

Instalações fixas de combate a incêndio. Sistemas armados commangueiras. Parte 3: Manutenção das bocas de incêndioarmadas com mangueiras semi-rígidas e das bocas de incêndioarmadas com mangueiras flexíveis

EN 12845 Fixed firefighting systems. Automatic sprinkler systems. Design,

installation and maintenance

Plantas de Segurança e de Emergência 

NP 4303

Equipamentos de segurança e de combate a incêndio - Simbolos

gráficos para as plantas de projecto de segurança contraincêndio. Especificação (ISO 6790)

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NP 4386

Equipamento de segurança e de combate a incêndio - simbolosgráficos para as plantas de emergência de segurança contraincêndio. Especificação

Sinalização de Segurança 

EN 1089-3Transportable gas cylinders - Gas cylinder identification

(excluding LPG) - Part 3: Colour coding 

NP 3992 Segurança contra incêndio. Sinais de segurança (ISO 6309)

NP 4280Segurança contra incêndio. Sinalização de dispositivos decombate a incêndio

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3. DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS DE CENÁRIOS DOS INCÊNDIOS

No que respeita à definição dos cenários, é essencial identificar e obter todas asinformações que podem contribuir para a possibilidade de um incêndio ocorrer, sobrea forma como pode ser causado e como se irá propagar. Da mesma forma,informações relativas à possibilidade de causar danos aos ocupantes, às estruturas doedifício e ao seu conteúdo serão importantes para analisar e minimizar os danos de umincêndio.

Para cada cenário, devem ser definidas três características:

Características de incêndio

Características do edifícioCaracterísticas dos ocupantes

3.1 Características de Incêndio

Os incêndios manifestam-se através de diversos tipos de fenómenos que vulgarmenteintitulamos de Primários e de Secundários.

Os Primários são fenómenos com reacções químicas de oxidação – redução complexas, nodecorrer das quais um sólido passa ao estado líquido e posteriormente ao gasoso através de

processos de destilação e de evaporação. Estes mecanismos dão lugar a outras manifestaçõesa que chamamos de fenómenos Secundários.

Relativamente aos fenómenos Primários enunciamos factores que influenciam o seu início eque contribuem para o seu desenvolvimento:

a.  Natureza dos materiais combustíveis b.  Distribuição dos combustíveisc.  Geometria dos compartimentosd.  Inflamabilidade do combustívele.  Características dos valores do calor libertado

f.  Ventilação

Modelo de Incêndio

Características do Incêndio

Cenário de Incêndio

Condições Físicas

Características do EdifícioCaracterísticas dos Ocupantes

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g.  Posição das portas (fechadas, abertas) - Período de tempo durante o qual o incêndio sedesenvolve com portas abertas/fechadas.

h.  Fluxo de calor externoi.  Área de superfície exposta

 j.  Sistema de pressurização

Os fenómenos Secundários originam a emissão de fumos e de chamas vivas, cujos efeitospodem e devem ser aproveitados para a detecção do incêndio.

As características do combustível (quantidade, tipo, ignição, etc.) e as condições de ventilação(geometria dos compartimentos) são essenciais para determinar a quantidade de calorlibertada durante o incêndio. Esta definição identifica o incêndio e inclui os parâmetros quepermitem calcular as taxas de produção de fumo e os valores que serão utilizados no softwarede simulação de incêndios.

O desenvolvimento de um incêndio pode ser representado através do calor libertado pelas

seguintes fases:

  Fase Incipiente (Eclosão) – caracterizada por uma série de estados que podem serlatente, chama ou radiante.

  Fase de Propagação – contempla o período da propagação até à inflamaçãogeneralizada.

  Fase da Combustão Contínua – caracterizada pela combustão de todos oscombustíveis presentes no local.

 Fase do Declínio – período da diminuição da severidade do incêndio.

  Extinção – momento em que não se produzirá mais energia (não haverá mais energialibertada).

Figura 1 – Cenários de incêndio. Fonte: ISO TR 13387-2 “Design fire scenarios and design fires”  

Eclosão Propagação

Calor libertado

Incipiente Crescimento 

CombustãoContínua

Declínio

ActivaçãoSprinkler 

Flashover 

Incêndio controlado - Sprinkler 

Tempo

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A concentração, natureza e propagação dos produtos da combustão dependem dos seguintesfactores:

  Elementos químicos das substâncias envolvidas na combustão  Temperaturas máximas  Concentração de oxigénio

Durante um incêndio são libertadas quantidades consideráveis de calor, de fumo e de gasestóxicos.

A progressão de um incêndio é em grande parte determinada pela composição dos materiaiscombustíveis, pelo fornecimento e concentração de oxigénio e pela temperatura resultanteda combustão.

As quantidades de fumo e de gases tóxicos que são libertadas durante uma combustão podemser bastante consideráveis. Veja-se o exemplo dos materiais de construção utilizados paraisolamento térmico e acústico que produzem fumo e gases em grandes quantidades.

Em condições normais, o oxigénio encontra-se na atmosfera numa percentagem de 21%,sendo este consumido durante o desenvolvimento de uma combustão. A alteração dapercentagem de oxigénio no ar também tem implicações sobre o bem-estar e a saúde daspessoas.

A existência de fumos e a consequente redução da visibilidade pode influenciar de diversasformas o movimento das pessoas, destacando-se a diminuição da velocidade de deslocação, o

aumento da instabilidade emocional, a interrupção do movimento e eventual pânico.

Quanto aos gases tóxicos, eles representam uma ameaça real à vida das pessoas, sendo osresponsáveis directos por grande parte dos acidentes mortais que ocorrem durante osincêndios.

3.2 Efeitos Fisiológicos da Exposição ao Fogo

Em caso de evacuação, o tempo necessário para os ocupantes se deslocarem em segurançadepende directamente dos efeitos da exposição ao fogo. Podemos resumidamente afirmar

que os efeitos fisiológicos mais comuns são os seguintes:

a.  Hipertermiab.  Queimaduras superficiais, causadas pela radiação do calor e do fumoc.  Queimaduras nas vias respiratórias causadas pelos gases quentes e fumo

O calor é perigoso para as pessoas porque pode causar desidratação, dificuldadesrespiratórias, asfixia e queimaduras. O limite sustentável da temperatura do ar é de cerca de150ºC. O tempo de exposição terá de ser muito curto e o ar seco. Infelizmente, em caso deincêndio, a percentagem de vapor de água no ar é normalmente bastante elevada.

A temperatura limite sustentável num curto período de tempo ronda os 60ºC.

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Tabela 9 - Limite de sustentabilidade para a Radiação e Convecção

Modo de Produção Intensidade Tolerância de Tempo

<2,5 kW/m2 > 5 min2,5 kW/m2 30 segRadiação

10 kW/m2

4 seg<60ºC 100% Saturado > 30 min

100ºC < 10% H2O 8 min110ºC < 10% H2O 6 min120ºC < 10% H2O 4 min130ºC < 10% H2O 3 min150ºC < 10% H2O 2 min

Convecção

180ºC < 10% H2O 1 min

3.3 Efeitos Devidos à Produção de Gases

A facilidade para evacuar os edifícios e a capacidade dos ocupantes alcançarem as vias deevacuação e as saídas depende dos seguintes factores:

a.  Redução da visibilidadeb.  Irritação para os olhos e vias respiratórias

A visibilidade é um elemento muito importante. Diminuindo a visibilidade, diminui apossibilidade de encontrar um local seguro. Os ocupantes dificilmente alcançarão a saída se adistância de visibilidade for inferior a aproximadamente 3 metros.

Os produtos irritantes da combustão consistem numa série de compostos orgânicos, incluindoo acraldeído (ACROLEIN) e o formaldeído (FORMALDEHYDE), que estão sempre presentes nosprodutos de combustão, dependendo as suas concentrações da composição química dosmateriais combustíveis.

Asfixia/Toxicidade

Os produtos mais comuns gerados durante uma combustão têm a particularidade de estar noestado gasoso mesmo quando os locais em que se encontram arrefecem para cerca de 15ºC.Os mais comuns são:

Tabela 10 - Produtos de Combustão mais comuns

Produtos de Combustão

Monóxido de Carbono COAnidrido Carbónico(Dióxido de Carbono)

CO2 

Ácido Sulfídrico H2SÓxido de Enxofre SO2 Amoníaco NH3

Ácido Cianídrico HCNÁcido Clorídrico HCl

Óxido de Azoto NO2 Fosgénio COCl2 

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Monóxido de Carbono

O Monóxido de Carbono (CO) produz-se em incêndios em espaços fechados e com deficiênciade oxigénio, apresentando as seguintes características específicas:

  Incolor  Inodoro  Não irritante

Nos incêndios, é o gás mais perigoso por ser altamente tóxico e normalmente produzido emgrandes quantidades.

Anidrido Carbónico

O Anidrido Carbónico (CO2) é um gás asfixiante. Não é tóxico, mas durante o decorrer dosincêndios toma o lugar do oxigénio. Quando a concentração de oxigénio baixa para os 17%, o

anidrido carbónico causa asfixia, acelerando o ritmo da respiração.

Com 2% de emissões de CO2 a respiração aumenta de velocidade (ritmo) e de profundidade,em 50% comparativamente às condições normais. Se essa percentagem for de 3% duplica para100%.

Ácido Cianídrico

Incêndios normais desenvolvem pequenas quantidades de Ácido Cianídrico (HCN) aquando decombustões incompletas (deficiência de oxigénio) de lã, seda, acrílico, poliamidas e resinasuretanas. Tem o odor característico de amêndoas amargas.

Tem efeitos nefastos para a função respiratória, destruindo os tecidos que necessitam deoxigénio para funcionar (coração e sistema nervoso).

Fosgénio

É um gás tóxico que é originado na combustão de materiais com cloro (materiais plásticos),sendo muito perigoso em espaços fechados.

Quando entra em contacto com a água ou humidade, o fosgénio divide-se em anidridocarbónico e ácido clorídrico.

O ácido clorídrico é muito perigoso por ser extremamente ácido e poder facilmente atingir asvias respiratórias.

Consideramos o IDHL “Immediatly Dangerous to Life and Health” (Perigo imediato para asaúde e para a vida) como valor de referência. Este parâmetro avalia a concentração dassubstâncias tóxicas após uma exposição de 30 minutos sem causar danos severos para asaúde.

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Tabela 11 - Valores de IDHL dos Produtos de Combustão mais comuns

Substância Fórmula IDHL (ppm)

Monóxido de Carbono CO 1.200Anidrido Carbónico CO2 40.000

Ácido Cianídrico HCN 50Amoníaco NH3 300Ácido Clorídrico HCl 50

Efeitos causados pela redução de oxigénio (concentração)

Durante a combustão, o nível de oxigénio diminui e os produtos da combustão (gases) sãoproduzidos. A diminuição de oxigénio torna-se muito perigosa. As pessoas necessitam de 10L/min de oxigénio em cerca de 20 inspirações de 0,5 L/cada. O oxigénio nestas inspiraçõesdeve estar na concentração de 16%. Considera-se que há risco para a presença humanaquando a concentração de oxigénio atinge valores abaixo dos 16%.

3.4 Impacto do fumo na deslocação

As velocidades de deslocação referidas na Secção 4.6 foram obtidas em testes realizados emambientes sem fumo. Por conseguinte, os resultados não levaram em consideração os efeitosde atmosferas em fumos densos. Recorda-se que os efeitos fisiológicos da exposição ao fumo

 já foram analisados na Secção 1.2.

Na prática, constata-se que num corredor com fumo denso as pessoas tendem a voltar paratrás, em vez de continuarem na área de fumo. Em situações de fogo pela retaguarda, aspessoas tendem a mover-se através do fumo.

A presença de fumo tem impacto na deslocação das pessoas de duas formas:

  Pode diminuir a probabilidade dos ocupantes se deslocarem para o Ponto de Encontroou de continuarem a evacuação

  Pode reduzir a velocidade de deslocação: quer pela densidade de fumo, quer pelassuas propriedades irritantes.

Tabela 12 - Efeitos do fumo. Fontes: PD 7974-6:2004 “Human Factors. Life Safety Strategies – 

Occupant evacuation, behaviour and condition” 

Densidade de Fumo eDensidade Óptica de Fumo

Irritante

VisibilidadeAproximada e

Iluminação Difusa Efeitos Reportados

Nenhum Não AfectadoVelocidade de deslocação de

1,2m/s0,5 (1,15) Não Irritante 2m Velocidade de Deslocação 0,3m/s

0,2 (0,5) Irritante Reduzida Velocidade de Deslocação 0,3m/s

0,33 (0,76) Misto 3m30% Pessoas Voltam Atrás em

vez de Avançar

Limites Sugeridos de Segurança de Edifícios com:

Pequenos Espaços e Curtas Distâncias Dm-1=0,2 (visibilidade de 5m)

Grandes Espaços e Longas Distâncias Dm-1=0,08 (visibilidade 10m)

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4. CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO

No referente aos critérios de segurança, a legislação nacional prevê que os espaços interioresdos edifícios e recintos sejam estruturados e organizados para permitir que, em caso deincêndio, os ocupantes possam alcançar um local seguro no exterior pelos seus próprios meios,de modo fácil, rápido e seguro.

Um problema adicional relaciona-se com o número de ocupantes, com as suas característicaspsicológicas e fisiológicas e com as suas condições de mobilidade.

O tempo de percurso é função da velocidade de deslocação dos ocupantes e da distância apercorrer até à saída de emergência e está intrinsecamente ligado ao número e àscaracterísticas dos ocupantes.

Por outro lado, as características dos edifícios, designadamente a sua construção, conteúdo econdições ambientais, influenciam também a evacuação dos ocupantes, o início e odesenvolvimento do incêndio, bem como a distribuição do combustível. Geralmente, são tomados em consideração os seguintes aspectos:

Características arquitectónicas (altura, largura, compartimentação)Características estruturaisExistência de Sistemas de Detecção de IncêndiosUso do edifício (escritórios, oficinas, hospitais, etc.)Tempo de resposta à emergência dos ocupantes do edifícioFactores ambientaisExistência de ventilação natural e mecânica

4.1 Critérios de Dimensionamento de Caminhos de Evacuação

O dimensionamento dos caminhos de evacuação e das saídas deve ser feito de forma a obter,sempre que possível, uma densidade de fluxo constante de pessoas em qualquer secção dasvias de evacuação no seu movimento em direcção às saídas.

O critério geral para o cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um edifício

ou recinto coberto, em função do seu efectivo é referido na tabela abaixo:

Tabela 13 - Número mínimo de saídas de locais cobertos em função do efectivo 

Efectivo Número Mínimo de Saídas

1 a 50 Uma51 a 1500 Uma por 500 pessoas ou fracção, mais uma

1501 a 3000 Uma por 500 pessoas ou fracção

Mais de 3000Número condicionado pelas distâncias a percorrer

no local, com um número mínimo de seis

Já o critério de cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um recinto ao arlivre, em função do seu efectivo, é o seguinte:

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Tabela 14 - Número mínimo de saídas de recintos ao ar livre em função do efectivo

Efectivo Número Mínimo de Saídas

1 a 150 Uma

151 a 4500 Uma por 1500 pessoas ou fracção, mais uma4501 a 9000 Uma por 1500 pessoas ou fracção

Mais de 9000Número condicionado pelas distâncias a percorrer

no local, com um número mínimo de seis

Distribuição e localização das saídas

As saídas que servem os diferentes espaços de um edifício ou de um recinto devem serdistintas e estar localizadas de modo a permitir a rápida evacuação das pessoas, distribuindoentre elas o seu efectivo, na proporção das respectivas capacidades, minimizando a

possibilidade de percursos de impasse. As saídas devem ser afastadas umas das outras,criteriosamente distribuídas pelo perímetro dos locais que servem, de forma a prevenir o seubloqueio simultâneo em caso de incêndio.

Largura das saídas e dos Caminhos de Evacuação

A largura útil das saídas e dos caminhos de evacuação é medida em Unidades de Passagem (UP) e deve ser assegurada desde o pavimento, ou dos degraus das escadas, até à altura de 2metros.

Sem prejuízo de disposições mais gravosas, a largura mínima das saídas deve ser de 2 UP:

a.  Nos locais em edifícios cujo efectivo seja igual ou superior a 200 pessoasb.  Nos recintos ao ar livre cujo efectivo seja igual ou superior a 600 pessoas

A «Unidade de Passagem (UP)» é uma unidade teórica utilizada na avaliação da larguranecessária à passagem de pessoas no decurso da evacuação. A correspondência em unidadesmétricas, arredondada por defeito para o número inteiro mais próximo, é a seguinte:

a.  1 UP=0,9mb.  2 UP=1,4mc.  N UP= N x 0,6m (para N> 2)

Figura 2 - Exemplificação de Unidades de Passagem

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Os caminhos de evacuação e as saídas de locais em edifícios devem, sem prejuízo dedisposições mais gravosas, satisfazer os critérios da tabela abaixo:

Tabela 15 - Número mínimo de unidades de passagem em espaços cobertos 

Efectivo Número Mínimo de UP

1 a 50 Uma51 a 500 Uma por 100 pessoas ou fracção, mais uma

Mais de 500 Uma por 100 pessoas ou fracção

Tabela 16 - Número mínimo de unidades de passagem em recintos ao ar livre

Efectivo Número Mínimo de UP

1 a 150 Uma

151 a 1500 Uma por 300 pessoas ou fracção, mais umaMais de 1500 Uma por 300 pessoas ou fracção

Distâncias a percorrer nos locais

Os caminhos horizontais de evacuação devem proporcionar o acesso rápido e seguro às saídasde piso através de encaminhamentos claramente traçados, preferencialmente rectilíneos, comum número mínimo de mudanças de direcção e tão curtos quanto possível.

A distância máxima a percorrer nos locais de permanência em edifícios até ser atingida a saída

mais próxima para o exterior ou para uma via de evacuação protegida, deve ser de:

a.  15 metros nos pontos em impasse, com excepção dos edifícios da Utilização-Tipo I,unifamiliares da 1ª categoria de risco

b.  30 metros nos pontos com acesso a saídas distintas

No caso de locais amplos cobertos, com áreas superiores a 800 m2, no piso de referência comsaídas directas para o exterior, é admissível que a distância máxima constante na alínea b)anterior seja aumentada em 50%.

No caso de locais ao ar livre, são admissíveis distâncias máximas duplas das constantes nas

alíneas a) e b).

Relativamente às Vias Verticais de Evacuação, o número de vias nos edifícios deve ser oimposto pela limitação das distâncias a percorrer nos seus pisos e pelas disposições específicasdescritas na Portaria 1532/2008. Os edifícios com uma altura superior a 28 metros, em relaçãoao plano de referência, devem possuir pelo menos duas vias verticais de evacuação. Sempreque sejam exigíveis duas ou mais vias verticais de evacuação que sirvam os mesmos pisos deum edifício, os vãos de acesso às escadas ou às respectivas câmaras corta-fogo, caso existam,devem estar a uma distância mínima de 10 m, ligados por comunicação horizontal comum.

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Zonas de Refúgio

Os edifícios de muito grande altura e todas as Utilizações-Tipo da 4ª categoria de risco, ou da3ª categoria de risco, que ocupem pisos com altura superior a 28 m, devem possuir zonas derefúgio que:

a.  Sejam localizadas no piso com altura imediatamente inferior a 28 m e de dez em dezpisos, acima desse

b.  Sejam dotados de paredes de compartimentação com a resistência ao fogo padrãoigual à exigida para as vias horizontais de evacuação

c.  Comuniquem, através de câmara ou câmaras corta-fogo, com uma via vertical deevacuação protegida e com elevador prioritário de bombeiros, conduzindo ambos auma saída directa ao exterior no plano de referência

d.  Possuam os meios de 1ª e 2ª intervençãoe.  Disponham de meios de comunicação de emergência com o posto de segurança e de

meios de comunicação directos com a rede pública

As zonas de refúgio poderão ser localizadas ao ar livre, desde que permitam a permanência doefectivo que delas se sirva, a uma distância superior a 8 m de quaisquer vãos abertos emparedes confinantes, ou que esses vãos, até uma altura de 4 m do pavimento da zona, sejamprotegidos por elementos com uma resistência ao fogo padrão de E30.

As zonas de refúgio consideradas anteriormente devem possuir uma área de valor, em m2, nãoinferior ao efectivo dos locais que servem, multiplicado pelo índice 0,2.

5. SISTEMAS DE SEGURANÇA

5.1 Sistema Automático de Detecção de Incêndio (SADI)

Os Sistemas Automáticos de Detecção de Incêndios (SADI) são projectados para detectar apresença indesejada de um fogo através da monitorização de mudanças do meio (ambiente)associadas ao fenómeno da combustão. Assim, estes sistemas devem ser sensíveis aosfenómenos resultantes de uma reacção de combustão e ter capacidade de lhes reagir o maisprecocemente possível.

A detecção automática de incêndios é possível graças a dispositivos designados de detectores,apresentando vantagens significativas em relação à detecção humana, pelo facto de, regrageral, ser mais rápida e permitir a cobertura de todas as áreas ou espaços a proteger, mesmoquando estes não são acessíveis às pessoas. Outro aspecto de grande importância consiste nareacção do Sistema à detecção de um foco de incêndio.

As funções genéricas de qualquer Sistema Automático de Detecção de incêndio são:

  Detectar a presença de um fogo mediante a detecção de fumos, calor (temperatura) eradiações infravermelhas ou violeta

  Localizar o foco de incêndio 

Accionar um alarme  Transmitir à distância o alarme

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  Promover a extinção e a contenção do incêndio, através do fecho de portas resistentesao fogo, registos corta-fogo, accionamento dos sistemas de desenfumagem, corte dealimentação de combustíveis, comando de elevadores, paragem de ventiladores, etc.

Um Sistema Automático de Detecção de Incêndio deve funcionar ininterruptamente (24horas/

dia) e possuir um elevado grau de fiabilidade, ou seja, apresentar uma probabilidade reduzidade ocorrência de falsos alarmes.

5.1.1 Organização do Alarme

A garantia de um estado de alerta permanente no Sistema é de importância extrema. Comoreferido anteriormente, este deve ser o mais fiável possível, ter uma baixa ocorrência de falsosalarmes, elevada sensibilidade e ser de resposta rápida face à ocorrência de um incêndio. Aorganização do alarme, definida como o conjunto de acções a desencadear automaticamentepelo Sistema face à ocorrência de uma situação de alarme de incêndio, é um aspectofundamental da exploração do Sistema, e engloba a elaboração de todas as especificações

funcionais da Central de Comando, no referente ao desencadear dos alarmes, alerta ecomandos (matriz de comandos).

A organização do alarme depende grandemente dos riscos a proteger e da organização doServiço de Segurança Incêndio (SSI) do edifício.

O primeiro ponto a considerar refere-se ao período de funcionamento do Sistema. Isto é, se osistema opera sempre do mesmo modo durante as 24 horas do dia ou se, pelo contrário, temum regime de funcionamento para quando a Central está vigiada (regime diurno) e outro paraquando a Central não está vigiada (regime nocturno). A comutação entre estes dois regimes defuncionamento pode processar-se automaticamente ou de forma manual.

Outro aspecto a definir, para cada um dos regimes de funcionamento referidos, consiste noestabelecimento das acções a desencadear quando ocorre um alarme de incêndio, veiculadopor um detector ou um botão de alarme. As acções podem ser sequenciadas no tempo,através de temporizações, e os SADI’s configurados em função de cada situação concreta.

Para exemplificar uma organização de alarme consideram-se os casos seguintes:

  Posto de Segurança permanentemente vigiado (24h/ TDA)  Posto de Segurança não vigiado durante o período nocturno

No modo de funcionamento com o Posto de Segurança permanentemente vigiado, qualquerdetector ou botão de alarme desencadeará apenas o alarme restrito no Posto de Segurança e,após uma temporização acordada e testada previamente, é que serão desencadeados oalarme geral e o alerta aos Bombeiros, bem como as acções sequenciadas no tempo dasparagens/arranques/fechos, a desencadear automaticamente pela CDI (matriz de comandos).

No decurso de qualquer temporização, o alarme geral e o alerta aos bombeiros poderão serdesencadeados por comando manual na Central. No modo de funcionamento do posto desegurança mão vigiado (nocturno), qualquer detector ou botão de alarme desencadeará oalarme geral e o alerta aos bombeiros, neste caso aconselha-se que o alarme, além de chegaraos bombeiros, informe o responsável de segurança do edifício, protegido pelo referido SADI.

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Por Alarme de Incêndio entende-se o aviso aos ocupantes de um dado edifício ouestabelecimento da ocorrência de um incêndio, que por sua vez determina (consoante aorganização do Alarme) a evacuação do edifício.

Por Alerta entende-se a mensagem transmitida aos meios de socorro exteriores (corporações

de bombeiros/112), comunicando-lhes a ocorrência de um incêndio no edifício.

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Figura 3 - Central permanentemente guarnecida (vigiada) 

Em Curso

Posto de Segurança

Alarme LocalCentral

Temporização

Reconhecimento

Situação Normal

Cancelamento

Alerta Bombeiros Alarme Geral

Esgotada

Sim

Sim Não

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Figura 4 - Posto de segurança desguarnecido no período nocturno (não vigiada) 

5.2 Controlo de Fumo

Uma vez detectado um incêndio é necessário criar condições para evacuar as pessoas em riscoe para extinguir o incêndio, aspectos muito dificultados se o fumo e os gases da combustãoreferidos anteriormente se mantiverem no edifício.

Assim, o controlo de fumo/desenfumagem constitui uma importante medida de segurançaporque permite:

  Tornar transitáveis os caminhos a usar na evacuação pelos ocupantes dos edifícios epossibilitar que os meios de intervenção (1ª e 2ª) possam ser utilizados no local dosinistro

  Limitar a propagação, fazendo a extracção do fumo resultante da combustão dosmateriais combustíveis para o exterior. A extracção do fumo é uma forma de controlara temperatura do ambiente interior, diminuindo a possibilidade de propagação doincêndio

  Promover a extracção do fumo de um incêndio após a circunscrição do sinistro que lhedeu origem

Existem várias técnicas de controlo de fumo. São possíveis quatro combinações de extracção/insuflação:

  Natural/Natural  Forçada/Forçada  Natural/Forçada

Posto de Segurança

Alerta Bombeiros Alarme Geral

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A Extracção Natural é realizada por aberturas de vãos existentes nos pontos mais elevados dosedifícios ou dos espaços a proteger, onde o fumo e os gases de combustão aquecidos têmtendência a acumular-se, permitindo a sua saída para o exterior.

A Insuflação Natural é obtida à custa de aberturas localizadas ao nível do piso do incêndio ou

abaixo dele, garantindo o varrimento de ar fresco que alimenta as correntes de convecção.Estas aberturas devem possuir uma secção pelo menos igual à das de extracção.

A Extracção Forçada é realizada por ventiladores, sistemas de condutas e bocas de extracção.Estas bocas consistem em aberturas localizadas em pontos altos dos espaços a desenfumar,que captam o fumo e os gases de combustão desses espaços, de modo a encaminhá-los pelascondutas até às saídas para o exterior, em consequência da depressão criada pelosventiladores de extracção.

A Insuflação Forçada é obtida à custa de ventiladores que insuflam ar fresco em aberturaslocalizadas ao nível do piso do incêndio ou abaixo dele.

5.3 Sinalização de Segurança

A sinalização deve obedecer à legislação nacional, designadamente ao Decreto-Lei nº 141/95,de 14 de Junho, alterado pela Lei nº 113/99, de 3 Agosto, e à Portaria nº 1456- A/95, de 11Dezembro.

Por sinalização entende-se genericamente, o conjunto de estímulos ópticos ou visuais,acústicos e tácteis, que podem condicionar e orientar a actuação das pessoas. No casoespecífico dos incêndios, como nos outros casos, a sinalização óptica ou visual consiste na

instalação de sinais gráficos (símbolos ou pictogramas) nos locais apropriados, de formatos,desenhos e cores aprovadas, que dão indicações de:

  Proibição: sinais que proíbem um comportamento  Aviso: sinais que advertem de um perigo ou de um risco  Obrigação: sinais que impõem um comportamento  Salvamento ou Socorro: sinais que dão indicações sobre saídas de emergência ou

meios de socorro e salvamento  Indicação: sinais que fornecem indicações não abrangidas de proibição, aviso,

obrigação, salvamento ou socorro.

A sinalização de segurança destina-se a identificar:

  Situações perigosas  Percursos adequados a uma evacuação segura  Equipamentos de intervenção  Dispositivos manuais de accionamento do alarme  Dispositivos de comando de sistemas de segurança

Na sinalização adoptam-se cores para segurança, a fim de advertir e indicar os riscosexistentes.

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As cores adoptadas em segurança são as seguintes:

Vermelho: usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de protecção e combatea incêndio.

É empregue para identificar: caixa de alarme de incêndio (botoneiras), hidrantes, bombas deincêndio, sirenes de alarme de incêndio, caixas com mantas de incêndio, extintores e sualocalização, localização de mangueiras de incêndio, baldes de areia, tubagens, válvulas e hastesdo sistema de água.

Amarelo: empregue para indicar “Cuidado“, assinalando espelhos de degraus de escadas, vigascolocadas a baixa altura, gases não liquefeitos em canalizações, pilastras, vigas, postes, colunase partes salientes de estruturas e equipamentos em que se possa embater, etc.

Azul: utilizado para indicar “Cuidado“, ficando o seu emprego limitado a avisos contra uso emovimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço

Verde: é a cor que caracteriza “Segurança“. É empregue para identificar chuveiros desegurança, dispositivos de segurança, fontes para lavagem dos olhos, caixas de equipamentosde socorro de urgência, etc.

Branco: empregue em direcção e circulação, por meio de sinais, localização e colectores deresíduos, áreas destinadas à armazenagem, zonas de segurança, passarelas e corredores decirculação, por meio de faixas (localização e largura), áreas em torno dos equipamentos desocorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência.

Preto: indica canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade. Poderá ser usado

em substituição do branco, ou em combinação com este, quando condições especiais o exijam.

Na tabela abaixo apresenta-se o significado das cores utilizadas na sinalização de segurança:

Tabela 17 - Significado das cores dos sinais de segurança

Cor Significado ou Finalidade Indicações e Precisões

Sinal de Proibição Atitudes perigosas

Perigo - AlarmeStop, pausa, dispositivos decorte de emergência.Evacuação

Vermelho

Material e equipamento decombate a incêndios

Identificação e localização

Amarelo Sinal de avisoAtenção, precaução.Verificação

Azul Sinal de obrigação

Comportamento ou fracçãoespecíficos – obrigação deutilizar equipamento deprotecção individual

Sinal de salvamento ou de socorroPortas, saídas, vias, material,postos, locais específicosVerde 

Situação de segurança Regresso à normalidade

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O significado da forma dos sinais de segurança é apresentado na tabela abaixo:

Tabela 18 – Significado da forma dos sinais de segurança

Forma Significado Cores associadas

Circulo Proibição Vermelho

Triângulo equilátero Aviso Amarelo

Rectângulo ou quadrado InformaçãoVerde, Amarelo,Vermelho ou Azul

Seta Sentido de Orientação Verde e vermelho

Cruz Primeiros socorros Verde

Tabela 19 - Exemplos de Sinais de Segurança

Informação

Proibição

Tabela 20 - Sinalização de Caminhos de Evacuação

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Os sinais devem ser instalados em locais bem iluminados, devendo usar-se coresfosforescentes, materiais reflectores ou iluminação complementar para garantir uma maiorvisibilidade.

As dimensões dos sinais devem ser adequadas à distância máxima a que devem ser

observados, podendo utilizar-se a fórmula prática:

A≥d2/2000

Em que:

d =  Distância de observação do sinal, em metrosA = Área do sinal, em metros quadrados

Figura 5 - Dimensão dos sinais 

A altura e aposição dos sinais também devem garantir a sua boa visibilidade à distância julgadaconveniente. 5.4 Iluminação de Segurança

A sinalização dos caminhos de evacuação deve ser luminosa, normalmente através de blocosautónomos que devem possuir uma intensidade de 60 lm, complementada por meios desinalização passiva, onde for necessário. A sinalização de saídas deve ser baseada em blocosautónomos permanentes que devem possuir uma intensidade luminosa de 60 lm e, depreferência, ser localizados sobre as portas de saída. A maior parte da sinalização de circulaçãotambém deve basear-se em blocos autónomos permanentes, ainda que, em certos casos se

admitam sinais não activos com esta finalidade, desde que a iluminação ambiente garanta asua visibilidade.

d

A

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6. CARACTERIZAÇÃO DOS OCUPANTES

6.1 Factores Influentes dos Comportamentos

A complexidade deste tema acarreta diversas dificuldades na sua abordagem. Assim, far-se-á oenquadramento geral de aspectos básicos, numa perspectiva teórico-prática, que possibilitaráa compreensão de situações bastante específicas, de modo a fornecer dados/elementos deaplicaçãoprática em cada uma dessas situações.

Por comportamento entende-se “toda a actuação de um indivíduo com consequências tanto anível interno (para o próprio indivíduo), como externo (cujos efeitos influenciam outraspessoas ou o meio), tendo por base na sua constituição e manifestação, um conjunto defactores (biológicos, psicológicos, ambientais, sociais, cognitivos, etc) ”, podendo dizer-se queconsiste num fenómeno único e com múltiplas causalidades.

Um determinado comportamento pode manifestar-se aparentemente de forma espontâneaou provocada.

Factores Influentes

Psico-Biofeedback

Comportamento Actuação Consequências

Externas

Internas

Manifestação

ProvocadaEspontânea

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Como mencionado anteriormente, todo o comportamento tem consequências que podemmodificar uma conduta e, inclusivamente, afectar o meio em questão, isto é, alterar ascircunstâncias desse meio.

Este comportamento modificador pode ser adequado ou não à situação em questão. No caso

de o comportamento não ser o adequado, traduz-se numa conduta obstrucionista para asolução salvadora de uma situação nociva, tanto a nível individual, como para o grupo, que emsituações de pânico pode assumir dimensões bastante consideráveis.

Por pânico entende-se um comportamento desorganizado e irracional provocado pelo medoexagerado perante um facto, no qual predominam actos institivos, primários e descontrolados.

Para um melhor entendimento do comportamento psicológico das pessoas, perante situaçõesde emergência, há que ter em consideração outros aspectos particularmente relevantes, dosquais se destacam os que a seguir se enumeram.

1) Características do local onde possa ocorrer uma situação de emergência:

a.  Aberto

b.  Fechado

c.  Distribuição dos Pisos:

•  Horizontal (Rectilíneo / Quebrado)

•  Vertical (Largura dos Pisos / Número de Pisos)

•  Mista

d.  Distribuição e desenho das escadas

e.  Sinalização das vias de evacuação

•  Dimensão

•  Cor

•  Acústicos

f.  Difusão das normas de actuação em caso de emergência

g.  Indicação das áreas de refúgio (terraços e compartimentos)

2) Características dos ocupantes que circulam no edifício / recinto em que possa ocorrer umacatástrofe:

a.  Média de Idades e Condição Física

•  Idosos

•  Deficientes Motores

•  Deficientes Visuais

• Deficientes Auditivos

•  Comatosos

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b.  Sexo Predominante

•  Feminino

•  Masculino

c.  Permanência

•  Fixa•  Passageira/Circunstancial

•  Hóspedes

d.  Momento do Dia

•  Diurno

•  Nocturno

e.  Experiência prévia em simulacros

f.  Treino em simulacros

3) Factores influentes no comportamento das pessoas em situações de emergência:

a.  Externos

•  Visibilidade

•  Tensão ambiental

•  Aspectos acústicos

b.  Internos

•  Sentido de Orientação

•  Solidão

•  Angústia

•  Toxicidade (álcool, barbitúricos, etc.)

4) Fases de actuação durante o sinistro:

a.  Do indivíduo

•  Tipos de Condutas:o  Preventivas

o  Evacuação (Organizada/Altruísta)

•  Condutas Inadaptadas:o  Egoístas e Agressivaso  Vandalismoo  Intoleranteo  Reentrada no Local do Sinistro

b.  Do pessoal encarregue da Segurança (Serviço Segurança Incêndio)

•  Capacidade de liderança

•  Organização da evacuação

•  Eficácia e rapidez nas actuações•  Controlo de massas

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5) Quadro Resumo de Factores Influentes nos Comportamentos:

Situações Tipoa.  Individuaisb.  Grupos Aglomerações

Características do Espaçoa.  Aberto (recintos desportivos, etc.)b.  Fechadoc.  Distribuição do Recinto (Horizontal / Vertical / Misto)d.  Indicação de Áreas de Refúgioe.  Distribuição e Configuração das Escadasf.  Sinalização/Iluminação das Saídas de Evacuaçãog.  Difusão das Normas de Actuação

Características dos Ocupantes

a.  Personalidade Tipob.  Média de Idadesc.  Sexo Predominanted.  Tipo de Permanênciae.  Hora do Diaf.  Experiênciag.  Treino de Simulacros

Tipos de Sinistroa.  Inundaçãob.  Incêndio

c.  Derrocadad.  Explosãoe.  Actuação Desordenada

Factores Influentesa.  Externosb.  Internos

Fases de Actuaçãoa.  Do Incêndiob.  Do Pessoal Encarregue da Segurança

6.2 Análise de Situações de Emergência e de Reacções que se podem Produzir

Antes de mais há que analisar as reacções comportamentais a que se irá fazer referência, eque respeitam à histeria colectiva, com a consequente aparição do fenómeno “Pânico deMassas”.

Como referido anteriormente, existem inúmeras situações de emergência, pelo que estaspodem ser classificadas com base em aspectos como a origem causadora da situação ou as

condições físicas ou ambientais que favorecem o seu início e a sua propagação (volume,distribuição, vias de evacuação, etc.).

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Contemplando a classificação referida, não é difícil imaginar que as reacções das pessoasvariam consoante a situação. No entanto, reflectindo sobre o aspecto do descontrolo docomportamento humano, pode deduzir-se facilmente que em todas as situações deemergência existe um perigo comum que é o pânico, o qual terá de ser evitado a todo o custo.

É muito importante que os serviços de segurança evitem situações de pânico nos primeirosmomentos de uma situação de emergência, pois uma vez desencadeado o pânico, o seucontrolo é extremamente difícil. Assim sendo, é essencial ter conhecimento dos processospsicológicos que intervêm nas pessoas para que estas actuem de uma determinada forma.

É do conhecimento que “nem todas as pessoas actuam de igual forma perante uma mesmasituação”. 

Assim como:

“Uma mesma pessoa não actua de igual modo perante situações aparentementesemelhantes”.

Considere-se o exemplo o Sr. “X”, presente num hotel onde ocorre um incêndio, que agirá deuma determinada forma (que não é, nem tem de ser igual à do Sr. “Y”, que está no quarto aolado).

Caso o Sr. “X” tenha a infelicidade de presenciar outro incêndio, num outro hotel, não irá agirde forma igual à anterior.

As razões deste facto são, em princípio, fáceis de deduzir:

Adquiriu uma experiência de fogo.

Leu e informou-se mais profundamente sobre situações de fogo. Sensibilizou-se sobreo tema.

Desenvolveu a percepção sensorial para detectar sinais de situações de perigo maisrapidamente.

Reflectiu mentalmente sobre a situação, tomando em conta os erros que cometeu naprimeira vez.

Informou-se dos procedimentos correctos a realizar para a situação de perigo vivida.

Psicologicamente, não se encontra com a mesma predisposição.

Pessoalmente, o seu equilíbrio psicológico não será o mesmo.

Conclusão: Aprendeu a resolver uma situação.

Parte-se agora do princípio que o Sr. “X” vive uma segunda situação de fogo, num edifíciodistinto de um hotel, como por exemplo, num Centro Comercial.

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Como será a sua reacção comportamental?

a.  Igual à primeirab.  Totalmente distintac.  De certo modo, parecida com a primeira, mas algo distinta

O mais provável é que proceda como na situação c), o que será devido a:

Ter adquirido um conhecimento de procedimentos à situação hostil (ex: colocar umpano no nariz para evitar os efeitos negativos do fumo).

Não se sentir tão confuso com a nova situação (ex: apresenta comportamento de fugamais rápido).

Psicologicamente:

a.  Controla a situação (por ex. adquiriu confiança em si próprio)

ou

b.  Domina a situação (por ex. manteve traumas da ultima vez)

Ter moldado a sua percepção para detectar as vias de evacuação rapidamente.

Aglomeração de situação diferente.

Configuração da planta do edifício diferente.

Presença de obstáculos nas vias de evacuação é maior.

Maior sensibilização para ruídos e gritos.

Maior afluência de pessoas nas vias de saída.

Conclusão: O seu comportamento não será o mesmo!

Por isso, como se pode observar, o comportamento de uma pessoa é muito complexo na suaorigem. Para uma melhor compreensão do mesmo será necessário aprofundar os principaisfactores psico-fisiológicos envolvidos nestas reacções:

a.  Personalidade

b.  Nível de formação

c.  Sexo

d.  Idade

e.  Condições físicas

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f.  Estado civil

g.  Tolerância à frustração

h.  Tendência ao gregarismo

i.  Capacidade de observação

 j.  Capacidade de liderança

a) Personalidade

De modo a facilitar a compreensão de um conceito tão abstracto e complexo, define-sePersonalidade como a “forma peculiar de estar e de ser de um indivíduo”.

Por “ser” entende-se, numa primeira aproximação, o modo particular de actuação de umapessoa, a qual é considerada na definição de temperamento.

Por “estar” entende-se a forma de reagir perante uma situação e, neste caso, pode-se inclui-lano conceito de carácter.

Neste momento é conveniente esclarecer:

O temperamento envolve apenas aspectos genéticos, isto é, hereditários, pelo queuma pessoa será fleumática (como o seu tio paterno), nervosa (como o seu avôpaterno), ou colérica (como a sua mãe), etc. É fácil concluir que, neste caso, a

personalidade é imutável e permanecerá estável durante toda a vida do indivíduo, daí que existam comportamentos que não se podem modificar.

Na constituição do “carácter” só intervém a aprendizagem que o indivíduo adquiriu aolongo da sua vida e que continuará a adquirir até ao fim da sua vida. Isto é, está empermanente evolução, logo, é alterado pelas experiências sofridas pela pessoa, peloque a qualquer momento da sua vida poderá ser introvertido e posteriormenteextrovertido. Em determinado momento da sua vida pode reagir a determinadassituações e noutras ocasiões não reagir perante a mesma situação, ainda que o seumodo de reagir seja sempre o mesmo.

Como reagirá um indivíduo segundo o seu “temperamento”?

Quando reagirá um indivíduo segundo a aprendizagem realizada em função das suasexperiências vividas e como as viveu, isto é, segundo o seu “carácter”?

Para um melhor entendimento do conceito de Personalidade, há que enfatizar algumascaracterísticas primárias do temperamento, como as seguintes:

•  Psicopático

•  Histérico

•  Apático

•  Obsessivo•  Depressivo

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•  Hipocondríaco

•  Impulsividade

Isto é, todos os indivíduos possuem características próprias, mas o temperamento particularde cada um será mais acentuado por uma ou mais destas características.

Quanto ao carácter (igualmente componente da personalidade), há que observar que tambémtem características próprias, tais como:

•  Autocontrolo

•  Angústia

•  Estabilidade

•  Introvertido

•  Extrovertido

•  Hiperactivo

•  Culpabilidade

•  Insegurança•  Inibição

Estas características, quer as de temperamento quer as de carácter, podem apresentardiferentes graus, de pessoa para pessoa.

b) Nível de Formação

Neste caso refere-se o grau de instrução académica. Pessoas com maior nível deconhecimento apresentam comportamentos mais controlados, serenos e introvertidos, bemcomo atitudes mais altruístas e solidárias em caso de incapacidade. Mostram maior segurança

própria e maior domínio dos seus impulsos primários, conseguindo uma melhor comunicaçãoe transmissão de calma para os restantes. Por outro lado, tendem a evitar situações degrandes aglomerações em locais muito concorridos, dado que têm um espírito gregário menosacentuado, e que é predominante no meio da multidão. Geralmente apresentam atitudesorganizacionais e tomam posições de liderança.

Pelo contrário, em baixos níveis de formação académica, depara-se com condutasfrequentemente de insegurança, de confusão e depressão, ou isoladas (provocando atropelose esmagamentos).

c) Sexo

Um estudo efectuado sobre o comportamento dos sinistrados no incêndio do Hotel MGM emLas Vegas, verificou que no momento do acontecimento as mulheres respondem com maisobjectividade aos sinais de alarme (como presença de fumo, ruído ou vozes) do que os homense que prestam mais atenção a dados que possam indicar um possível sinal de alarme. Isto é, asmulheres guiam-se por um sentido prático da situação e os homens, pelo contrário, por umsentido de antecipação.

Salienta-se ainda que, em situações extremas, as mulheres tendem a agir mais vezes comcomportamentos histriónicos do que os homens, que, por sua vez, mostram condutas maisimpulsivas.

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As mulheres tendem a recolher os objectos de valor, se bem que este seja considerado umprocedimento prático em algumas ocasiões, no entanto pode significar uma perda de tempoimportante para a evacuação ou significar um obstáculo na decisão de evacuar.

d) Idade

Este factor é de grande importância quando existe homogeneidade nos ocupantes em recintoscom eventuais necessidades de evacuação. Considere-se o caso da assistência de jovens a umconcerto:

•  Quantidade de decibéis emitidos pelo sistema acústico

•  As características psicológicas da juventude (instabilidade, impulsividade, extroversãoe histerismo colectivo)

•  Provável ingestão de estimulantes (álcool, drogas etc.)

Estes são factos que tornam mais provável o aparecimento de uma situação de emergênciacomo consequência de uma conduta generalizada de desinibição dos instintos primários,

podendo mesmo desencadear uma situação de pânico dada a presença de uma enormetensão ambiental e de uma forte capacidade de sugestionabilidade reinante.

Se pelo contrário, a idade média presente no colectivo de pessoas se situa na maturidade, orisco de comportamento de massas descontroladas diminui vertiginosamente; a situação deemergência desenvolver-se-á com um maior grau de serenidade, autocontrolo, comcomportamentos de cooperação e com uma maior capacidade de organização na evacuação.

Por outro lado, perante uma idade avançada, há que contar com ocupantes em que ascaracterísticas predominantes serão:

•  Baixa capacidade de reacção•  Lentidão de movimentos, incluindo a inibição dos mesmos

•  Atitudes desconcertadas e de desorientação espácio-temporal

•  Insegurança nos movimentos e nos comportamentos

•  Tendências suicidas devido ao infortúnio

Por último, considere-se um grupo com idade predominantemente infantil (por ex. umcolégio), um grupo mais difícil de dominar pelo facto dos níveis de sugestionabilidade,irracionalidade, mobilidade e descontrolo serem superiores. Neste caso não se podem esperaratitudes de cooperação, evacuação e altruísmo; as mensagens a transmitir devem ser sensíveise compreensíveis, para além de possuírem um grande poder de persuasão e transmissão de

serenidade.

Caso os ocupantes do recinto constituam um grupo heterogéneo no que refere à idade, astarefas de evacuação devem ser dirigidas por indivíduos estrategicamente posicionados e comuma personalidade em que predominem os recursos carismáticos de um bom líder, tais como:

•  Clareza de ideias

•  Capacidade de organização

•  Autodomínio

•  Serenidade

•  Segurança

•  Capacidade para impor autoridade

•  Conhecimento da situação•  Formação e treino prévio

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e) Condições Físicas das Pessoas

Além das características anteriormente citadas, neste ponto enfatizam-se as circunstânciasderivadas da idade, enfermidade física ou psíquica e deficiências físicas.

Em situações de emergência em edifícios hospitalares, lares da terceira idade, etc., devem seratempadamente pensadas/equacionadas as seguintes questões:

•  Dificuldades de deslocação

•  Apatia perante a vida

•  Deficiências visuais, auditivas, etc.

•  Lentidão no raciocínio

•  Níveis baixos de atenção e concentração

Estes aspectos dificultam enormemente a evacuação e contribuem para a possibilidade de

ocorrerem comportamentos de “Pânico Colectivo”

f) Estado Civil

No estudo efectuado ao incêndio do Hotel MGM em Las Vegas (já referido), comprovou-se queexistem diferenças significativas de prevenção e evacuação em função do estado civil dosocupantes. Verificou-se que a actuação dos hóspedes casados na companhia dos seus cônjugesfoi muito mais organizada, cooperativa (incluindo para com os hóspedes vizinhos) e calma,quando comparada com os hóspedes que se encontravam a sós.

O facto das pessoas se encontrarem na companhia de outras, conhecidas e queridas, constitui

um apoio que facilita procedimentos muito mais adaptados à situação, garantindo um maiorgrau de serenidade e de controlo.

g) Tolerância à Frustração

É um facto demonstrado que a frustração desencadeia o aparecimento de condutasagressivas, pelo que se pode afirmar que é o estado ideal para comportamentos egoístas,incluindo os violentos, sendo um dos principais elementos que constitui actos de vandalismo efenómenos de esmagamento, atropelamento e agressões.

Para um melhor entendimento do princípio deve esclarecer-se o que se entende por

Frustração: ”sentimento íntimo que surge do impedimento de se alcançar o objectivo, dadoque existe um obstáculo que impossibilita a satisfação da necessidade criada”.

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Quando uma pessoa se sente aprisionada por uma situação e necessita de sair dela, e havendoimpedimento de alguém ou de algo, começa a ter comportamentos agressivos (Ex: encontraruma saída de emergência cuja porta não abre).

h) Tendência ao Gregarismo

Todos os indivíduos tendem, de uma forma espontânea, a integrar-se em grupos mais oumenos numerosos, diluindo, desta forma, a sua capacidade de autonomia ao aceitarem asregras do grupo no qual se inseriram. Este pequeno sacrifício é compensado pela segurança,apoio e protecção dada pelo grupo no qual se inseriram; contudo, o grupo pode ser reduzido(grupo de amigos) ou, pelo contrário, pode ser grande (multidão). Quanto menor o grupo mais

salvaguardada é a sua autonomia pessoal e vice-versa.

i) Assunção da Territorialidade

Este é um conceito importante, sobretudo em situações de grandes aglomerações, e que,regra geral, não é tido em consideração nos estudos da influência dos espaços fechados nocomportamento humano.

As pessoas têm uma vivência muito íntima e inconsciente do próprio território; isto é, doespaço territorial que é vital à sua estabilidade psicológica e onde se sentem seguras. Destemodo, quando alguém invade esse espaço, defendem-no imediatamente, mostrando condutas

agressivas e por vezes violentas. Este “território vital” depende da forma de ser da pessoa emquestão, além da circunstância na qual está inserida.

Inadvertidamente, as pessoas tendem a estabelecer o conceito de “seu território”, tendomuita dificuldade em abdicar dele, evitando, sempre que possível, o contacto físico corpo acorpo.

O conceito usado na antropometria da “elipse do corpo humano é usado para odimensionamento dos projectos de movimentação de massas humanas em situações demovimentações em espaços considerados confinados e que podem envolver problemas desegurança. Esta elipse caracteriza-se por um eixo horizontal de 610mm e por um eixo vertical

de 460mm. A área desta elipse ronda os 0.21m2

, o que permite, de forma objectiva, calcular a

Obstáculo

Frustração

Necessidade Actuação Objectivo 

Satisfação

Agressividade

Sobre Si Próprio(Auto-agressões)

Sobre os OutrosAta ues

=

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capacidade máxima possível que cada espaço pode comportar, mesmo face às restrições demovimentação de massas em situações de emergência.

Refira-se que quando o espaço disponível por pessoa é inferior a 0.28m2, em condições foradas de emergência, esta densidade, por si só, pode ser considerada um perigo, conduzindo

facilmente a um risco potencial. Quando a área média ocupada por pessoa é de 0.25m2

ouinferior, o contacto físico é inevitável e o risco de congestionamento, ou de comportamentosmenos lógicos, aumenta significativamente.

Acresce a estes factores condicionantes do processo de evacuação, um outro que envolve anecessidade de comprimir uma multidão num pequeno espaço de saída, obrigando à criaçãode uma fila única. Este factor cria um problema a posteriori  de aglomeração de pessoas aevacuar e tem consequências ao nível da psicologia de grupo, uma vez que as pessoas ficamnecessariamente nervosas e ansiosas, com o objectivo principal de se libertarem da restriçãoque possuem, criando-se, nestas condições, uma tendência para fortes ameaças à integridadedas pessoas envolvidas no processo.

A dimensão mínima deste Espaço Considerado (EC) por uma pessoa é a Dimensão que o corpoocupa no Espaço (D) e a projecção imaginária do corpo em todos os sentidos e direcções, quepor princípio pode ter uma distância média de 50 cm:

EC = D + 50

É como se em volta do corpo humano existisse uma bolha e que, quando outra pessoa entrano espaço dessa bolha (embora não chegue a haver contacto físico), surjam sentimentos deinvasão e irritabilidade, provocando, de uma forma instantânea, uma reacção agressiva deautodefesa. Este aspecto é bastante significativo em situações de superlotação ou de

aglomerações, daí a sua grande importância e influência no comportamento das pessoas emsituações de emergência em grandes grupos.

Pense-se, por exemplo, numa situação tão comum como a de um elevador lotado. É claro, aexperiência do espaço vital varia segundo as circunstâncias em que ocorrem; numa primeiraanálise podem enunciar-se as seguintes classificações:

  Pelas características do lugar:

•  Recinto Aberto:a.  Sem barreiras: o indivíduo tende a alargar as dimensões da sua “bolha”

envolvente; sente-se invadido apesar da outra pessoa encontrar-se a 2 metros.

b.  Delimitado, apesar de ser ao ar livre: a pessoa tende a reduzir as dimensões da“bolha” referidas no parágrafo anterior.

•  Recinto Fechado:a.  Reduzido: neste caso a pessoa comprime a sua “bolha” envolvente, reduzindo as

dimensões, e o invasor situa-se muito perto de forma a sentir o seu territórioinvadido

b.  Amplo:Numa grande nave de distribuição horizontal: neste caso a pessoa volta aalargar a “bolha” envolvente, mas de uma forma mais reduzida do que nocaso do recinto aberto;

Edifício de grande altura: a invasão do espaço é agravada por uma sensaçãoinconsciente de opressão exercida a partir do tecto (excepto quando situadono último piso).

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  Por circunstâncias Sociais:

•  Íntima: a “bolha” tende a reduzir-se à mínima expressão, tolerando muito bem ainvasão;

•  Pessoal: neste caso as dimensões da “bolha” tendem a ser as enunciadas

(aproximadamente 50 cm);•  Social: neste caso a pessoa tende a aumentar a separação em relação ao outro

indivíduo;

  Por Condições da Situação:

•  Recreação: podem dar-se as mesmas dimensões das circunstâncias íntima epessoal;

•  Laboral: as dimensões da “bolha” serão impostas e respeitadas de uma formarígida, podendo levar ao efeito de uma pequena invasão;

•  Catástrofe: neste caso a pessoa não tolera a invasão do seu espaço vital chegando adefendê-lo com violência.

Todos os aspectos anteriores podem dar-se de uma forma combinada, fazendo com que emmuitos casos seja uma agravante muito séria das reacções comportamentais, tanto individuaiscomo colectivas. Neste último caso, a gravidade será maior e, consequentemente, mais difícilde controlar.

Pode-se concluir que a origem de uma reacção comportamental é um processo complexo eque se torna ainda mais complexo quando combinado com situações de emergência(contempladas de uma forma geral) que podem surgir a qualquer instante.

Quando os indivíduos, devido ao medo, à insegurança e à incapacidade de racionalizar as

situações, se unem gregariamente a outros nas mesmas condições emocionais, verificam-sesituações de perda de personalidade e de irracionalidade. Este fenómeno deve ser evitado atodo o custo e controlado nos primeiros momentos em que surge.

Este grupo descontrolado (Massa Humana) apresenta as características seguintes:

•  Perda da razão

•  Desencadeamento das emoções

•  Perda de responsabilidade

•  Perda do sentido de orientação

•  Alteração de condutas sociais

•  Aparecimento de instintos primários•  Sensação de anonimato e de poder 

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6.3 Fenómeno de Contágio Mental

É de grande importância explicar o mecanismo do Contágio Mental nos comportamentosindividuais e colectivos:

4.4 Critérios a ter em Consideração para uma Adequada Prevenção e Evacuação numaSituação de Emergência

As mensagens de evacuação devem ser claras e transmitir grande sensação de segurança ecalma. Regra geral, a verdadeira razão da situação de evacuação não deve ser transmitida aosocupantes do edifício.

Numa situação de evacuação deve atender-se prioritariamente:

•  À intensidade do risco

•  Ao risco mais visível

•  Ao estado de vigília

•  Ao grau de toxicidade possível

•  À avaliação do momento de maior impacto ou de máxima destruição

•  Ao levantamento das tarefas a desenvolver para que haja a máxima eficácia naevacuação

• À prontidão dos meios necessários para a realização dos primeiros socorros

•  À recuperação do que seja salvável e absolutamente imprescindível

•  Evitar ordens imperativas e não entrar em discussões inúteis

Contágio Mental

SugestibilidadePerda de Individualidade Comportamentos Histéricos

Diminuição de AtitudesIndividuais

Desinibição dos Sentidos Medo Exagerado

Desaparecimento doEspírito Crítico

Violência Imprevisão

Impulsividade Ferocidade

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4.5 Factores que afectam o movimento das pessoas

Numa situação de evacuação em percurso horizontal, em condições normais de deslocação eem caminhos não obstruídos, em que exista espaço entre os ocupantes (ou seja, uma área por

pessoa de 2,3m2

), é possível atingir velocidades de evacuação médias de 76m/min.Velocidades abaixo dos 44 m/min evidenciam a existência de arrastamento de pés, situaçãoque restringe e complica o movimento das pessoas.

A fig.6 representa a taxa de redução de velocidade em função da  concentração de pessoas, atéuma área de referência de 0.65m2/pessoa:

Figura 6 - Taxa de Redução de Velocidade Vs. Concentração Espacial de Pessoas

Com a aglomeração de pessoas, a concentração de pessoas aumenta significativamente,atingindo-se uma situação crítica aos 0,19m2/pessoa (ponto crítico).

Nestas condições, existe a possibilidade das pessoas se comportarem de forma inesperada,tornando-se esta mais evidente em situações de incêndio, devido às elevadas temperaturas eaos fumos e gases tóxicos existentes no meio envolvente.

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7. DETECÇÃO, ALARME E ALERTA

7.1 Quantificação dos Tempos

Tempo de Detecção

Nos Sistemas Automáticos de Detecção de Incêndio (SADI), o tempo de detecção depende dasensibilidade do Sistema. Na ausência de um SADI, o tempo de detecção é estimado com baseno cenário de incêndio previsto.

A detecção de um incêndio pode ser comprometida pelas seguintes características de umcenário de incêndio:

•  Características dos ocupantes (capacidades, habilidades sensoriais e actividades

desenvolvidas)•  Características dos edifícios (materiais, pisos, etc.)

•  Características do incêndio (velocidade de propagação, fumo etc.)

Pode definir-se Tempo de Detecção como o tempo desde o início da ignição até à suadetecção por um sistema manual ou automático. O Tempo de Detecção varia de acordo com ocenário do incêndio, o sistema de detecção instalado e a capacidade dos ocupantes para odetectarem.

Como Tempo de Alarme define-se a contagem do tempo desde a detecção até aodesencadear do alarme geral.

Por sua vez, define-se Tempo de Pré-Movimento como o tempo que decorre desde a detecçãoaté ao momento em que o primeiro ocupante inicia a deslocação para a saída mais próxima. Otempo de Pré-Movimento pode ser subdividido em dois componentes:

•  Reconhecimento – definido como o tempo de resposta dos ocupantes a um alarmegeral e que, por sua vez, se subdivide em dois elementos:

→  Recepção do Alarme – tempo necessário à recepção do sinal.

→  Processamento do Alarme – tempo necessário à percepção de que o sinaltransmitido é um aviso de evacuação.

Durante o tempo de reconhecimento, os ocupantes continuam a desenvolver as suasactividades, até ao entendimento do sinal. Este tempo termina quando os ocupantesdecidem iniciar a acção de resposta ao sinal de evacuação.

•  Resposta – corresponde ao tempo de decisão, isto é, ao tempo que decorre desde aaceitação do alarme até ao início da evacuação do edifício pelos seus ocupantes.

O Tempo de Percurso (evacuação) é o tempo necessário para que os ocupantes abandonem olocal onde se encontram para um lugar seguro. Este tempo tem dois subcomponentes:

•  Tempo de Deslocação - tempo médio necessário para os ocupantes caminharem até à

saída. Este tempo depende da velocidade de deslocação de cada ocupante, da

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distância até à saída, das dimensões físicas do edifício e da distribuição dos ocupantespelo edifício.

O cálculo do Tempo de Percurso (deslocação) individual é um processo simples edirecto: o tempo de percurso é o produto da distância percorrida pela velocidade do

indivíduo. No entanto, calcular o tempo de percurso de um conjunto de pessoas numespaço confinado revela-se uma tarefa complexa.

O movimento de aglomeração de pessoas define-se a partir:

  Da densidade  Da velocidade de aglomeração  Do fluxo

A Densidade das Pessoas é definida pelo número de pessoas existentes numa unidadede área (pessoa/m2), podendo ser igualmente expressa pelo seu inverso, ou seja, em

m

2

/pessoa.

A Velocidade de Aglomeração define o movimento (taxa) dos ocupantes, sendonormalmente expressa em m/s.

O Fluxo é a taxa à qual as pessoas passam por um ponto específico. Por exemplo, 2pessoas por segundo (pessoas/s).

De acordo com a largura do ponto de passagem (por exemplo UP), as trêscaracterísticas que definem o movimento do aglomerado de pessoas relacionam-se daseguinte forma:

Fluxo = Velocidade X Densidade X Largura da UP

O fluxo e a velocidade possuem uma relação complexa. Para baixas densidades a taxade fluxo é baixa, uma vez que existe um número reduzido de pessoas em movimento.As taxas de fluxo são igualmente muito baixas para grandes densidades onde existe,por conseguinte, um movimento lento.

•  Tempo de Fluxo - Tempo que os ocupantes levam a fluir através das saídas e caminhosde fuga. Depende da capacidade de escoamento das saídas.

Na tabela abaixo indicamos valores de velocidade recolhidos em exercícios de evacuação emedifícios que recebem público considerando a densidade como factor determinante:

Tabela 21 - Tempos de Percursos

Nos corredores 0,51 – 1,27 m/sEspaços PúblicosNas Escadas 0,36-0,76 m/s

Teatros Valores entre 0,25-0,33 m/sEscolas Valores entre 0,25-0,33 m/s Edifícios Industriais Valores entre 0,42-0,56m/s Terminais de Transporte Valores entre 0,33-0,83 m/s 

Escadas Valores entre 0,33-0,42 m/s 

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Figura 7 – Contagem de Tempos 

Contagem Prática de Tempos

Para a obtenção dos tempos de resposta, em minutos, aquando da realização de Simulacros, o

Responsável de Segurança (RS) deve assumir o registo dos seguintes tempos:

(T0) Alarme - Registo da hora/minutos do sinal de alarme na Central de Incêndios(T1) Comunicação da ocorrência do incêndio a todos os utentes do edifício(T2) Extinção do Incêndio(T3) Alerta (comunicação para os bombeiros)(T4) Chegada do 1º operador com extintor/carretel ao local(T5) Chegada da 2ª intervenção ao local do incêndio(T6) Chegada dos bombeiros ao edifício(T7) Início da evacuação(T8) Edifício evacuado

(T9) Contagem das presenças finalizada e controlada no Ponto de Encontro

Tempo de Alarme/Confirmação →→→→ T0 = T4 – T1 Conta o tempo desde a recepção do sinal na CDI até à transmissão a toda a rede

Tempo de 1ª Intervenção →→→→ T2 = T4 – T1 Conta o tempo da 1ª intervenção a partir de T1 até à chegada ao local do foco de incêndio dooperador munido com extintor/carretel

Tempo de 2ª Intervenção →→→→ T3 = T5 – T1 

Conta o tempo da 2ª intervenção a partir do T1 até à chegada ao local da equipa de 2ªintervenção

Tempo Seguro de Evacuação

Tempo de Evacuação Exigido

Tempo dedetecção

Tempo de

alarmeTempo de

pré-movimento

Tempo de

Evacuação

Reconhecimento Resposta

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Tempo de Alerta →→→→ T4 = T6 – T3 Conta o tempo do Alerta desde a chamada dos bombeiros até à chegada destes ao edifício

Tempo de Extinção →→→→ T5 = T2 – T1 

Conta o tempo de incêndio extinto desde o inicio de T1 até à extinção do incêndio

Tempo de Evacuação →→→→ T6 = T8 – T7 Define-se Tempo de Evacuação como o tempo necessário para que todos os ocupantes doedifício ou parte dele atinjam uma zona segura (exterior) a partir do Sinal de Evacuação(Mensagem/Sirene). Este tempo é contado a partir do momento em que T7 é lançado até osCerra-Filas informarem o Posto de Segurança que a Zona/Piso estão completamenteevacuados.

Presenças no Ponto de Encontro T9 O tempo de confirmação das presenças no Ponto de Encontro começa a contar a partir do

momento em que o edifício é dado como evacuado até ao momento em que os responsáveispela Gestão do Ponto de Encontro informam o Posto de Segurança das presenças/faltas.

7.2 Organização do Serviço de Segurança Incêndio (SSI)

A intervenção humana é sempre responsável, directa ou indirectamente, pela ocorrência dosincêndios nos edifícios. Por outro lado, a participação humana é fundamental na garantia deuma adequada segurança contra incêndio, nas diversas fases de um incêndio:

•  Prevenção e decurso do incêndio

•  Ignição

•  Propagação e intervenção

Para a limitação das consequências de um incêndio é essencial que os edifícios sejam dotadosde uma organização e gestão da segurança adequada ao risco de incêndio, sem a qual asmedidas físicas de segurança são ineficazes.

Nos edifícios deve ser implementada uma organização de segurança que vise:

1º Prevenir a ocorrência de incêndios e, no caso da sua ocorrência, minimizar os danos

causados pelo mesmo, controlá-lo e extingui-lo

2º Manter operacionais os equipamentos e sistemas de segurança3º Garantir uma evacuação em segurança

7.3 Objectivos do Serviço de Segurança Incêndio

Qualquer organização tem como base uma série de claros e sábios princípios que lhe conferemoportunidade e direcção. Regra geral, os objectivos da segurança contra incêndio são:

Evitar que se iniciem incêndiosImpedir a perda de vidas humanas e de bens, caso ocorra um incêndioEvitar que o incêndio se propague para além do espaço onde eclodiuExtinguir o incêndio

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O Serviço de Segurança Incêndio (SSI), independentemente da sua dimensão, deve definir umasérie de objectivos de actuação (procedimentos) que especifiquem as metas a atingir, osresultados que se esperam e o período de tempo para os alcançar.

Partindo do princípio que a politica de Segurança contra Incêndio consiste na «redução do

risco de incêndio» e definindo o “Risco de Incêndio” como o produto da Probabilidade daOcorrência de um acontecimento indesejado pela Gravidade  (R = P X G) das consequênciasdesse acontecimento, a redução do risco de incêndio consegue-se reduzindo a probabilidadede ocorrência através de Medidas de Prevenção ou limitando a gravidade das consequênciasatravés de Medidas de Protecção.

Para atingir os objectivos atrás enunciados consideram-se quatro estratégias:

•  Reduzir a probabilidade de eclosão de um incêndio

•  Limitar o seu desenvolvimento

•  Facilitar a evacuação

•  Facilitar as operações de busca, salvamento e combate

7.4 Estrutura do Serviço de Segurança Incêndio

O SSI deve ser estruturado e dimensionado para duas funções distintas: uma demanutenção/exploração dos equipamentos e sistemas, para garantir a sua operacionalidade, eoutra de rotinas de segurança e de resposta a uma situação de emergência.

A equipa de segurança deve ser constituída por funcionários, colaboradores e prestadores deserviços (incluindo o «outsourcing»), que, para além de desenvolverem as actividades normaisda sua especialidade, devem ser formados e preparados para actuar em caso de incêndio e

evacuação.

O serviço é estruturado sob a responsabilidade do Responsável de Segurança (RS), conformeprevisto no Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios. O RS nomeia um oumais Delegados de Segurança (DS), responsáveis pela coordenação das várias equipas da áreade segurança. A configuração das equipas de segurança durante os períodos defuncionamento das Utilizações-Tipo deve assegurar a presença simultânea do número mínimode elementos estabelecido pelo Quadro XL da Portaria nº1532/2008 (Artº 200º).

7.5 Situação de Evacuação

A Evacuação de um edifício implica obrigatoriamente, da parte de todos os utentes do edifício,um conhecimento de todas as vias horizontais e verticais de evacuação (caminhos deevacuação) e da localização do Ponto de Encontro no exterior (pode existir mais do que umPonto de Encontro. Neste caso, cada Ponto de Encontro estará afecto a uma determinada zonado edifício.).

A capacidade de evacuação de um edifício é limitada pelos caminhos de evacuação. A equipade segurança, em caso de evacuação, deverá ser dimensionada de acordo com os caminhos deevacuação, tendo em conta o efectivo a evacuar e o número de pisos existentes. A soluçãoideal consiste em nomear um cerra-fila por piso, garantindo que após a ordem de evacuaçãoninguém fica no interior do edifício, e que a saída se efectua de forma ordeira.

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A coordenação da evacuação será dirigida a partir da Sala/Posto de Segurança que estará emcontacto via rádio com cada um dos cerra-filas e com o responsável pelo Ponto de Encontro.

Aquando da evacuação, o responsável pelo Ponto de Encontro deverá estar na posse da listaactualizada de todos os utentes do edifício (funcionários, colaboradores e visitantes, quando

controláveis). Nos edifícios que recebem público, nomeadamente centros comerciais, gares detransporte, casas de espectáculos ou recintos desportivos, não será possível garantir averificação das presenças/faltas no Ponto de Encontro no referente aos visitantes (clientes).

Pessoas de mobilidade reduzida ou com limitações físicas ou psicológicas, devem serencaminhadas para o exterior com o apoio dos elementos do SSI. Nestas situações, poderá edeverá ser solicitado auxílio a todos os elementos que exerçam a sua actividade no edifício(funcionários e colaboradores).

7.6 Condições para a Selecção do SSI

•  Sentido comum•  Nível de abnegação

•  Capacidade de iniciativa

•  Nível de empatia e capacidade de influenciar

•  Aptidão física

•  Disciplina

•  Rápida capacidade de reacção

•  Poder de organização

•  Autocontrolo

•  Capacidade de altruísmo (não de heroísmo)

•  Ausência de conotações depressivas

•  Predisposição a receber acções de formação

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8. METODOLOGIA PARA A EVACUAÇÃO

Por evacuação entende -se a acção de retirar as pessoas de um edifício ou recinto, onde foi

declarada uma catástrofe (incêndio, explosão, sismo, etc.) que a isso obrigue.

Para que as consequências da catástrofe, em perdas de vidas humanas e de pessoas feridas,sejam minimizadas, é necessário dar a devida atenção ao Plano de Emergência Interno (PEI) no referente ao Plano de Evacuação (PE).

O PE tem por objectivo estabelecer as instruções/procedimentos a adoptar, de forma apromover a evacuação rápida e segura dos ocupantes de um edifício.

Assim, o PE deverá contemplar os procedimentos que visam o encaminhamento rápido eseguro dos ocupantes para o “Ponto de Encontro”. Deve também conter o esquema de

controlo desses pontos, designadamente das pessoas que já abandonaram os espaços emrisco, de modo a confirmar a evacuação total dos espaços e a garantir que ninguém regressaao edifício.

Devem igualmente ser estabelecidos procedimentos específicos a adoptar na execução daevacuação, com destaque para casos especiais como por exemplo pessoas incapacitadas,grandes distâncias a percorrer até ao exterior, evacuação de caves, etc. Outros aspectos acontemplar consistem nos procedimentos a cumprir em caso de existência de feridos ou depessoas em risco em locais que não disponham de vias de evacuação praticáveis, devido aosefeitos dos incêndios. Dentro dos casos especiais destacam-se os Hospitais, pelo facto deterem como ocupantes doentes acamados, que, por não possuírem capacidade de reacção,

implicam a adopção de procedimentos específicos por parte das equipas de segurança.Também os doentes das Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e dos blocos operatóriosrequerem procedimentos específicos, no referente a tomadas de decisão do foro médico.

A evacuação rápida e segura dos ocupantes de um dado edifício é prioritário sobre quaisqueracções de combate a incêndio.

Para garantir a evacuação face a uma situação de emergência, o PEI deve prever uma equipaespecífica para essa missão, devidamente enquadrada na organização. No PEI deve constarainda a missão da equipa de evacuação, a indicação dos elementos que a compõem (porturnos, se for caso disso) e quais as responsabilidades especificas de cada elemento.

Deve igualmente indicar a Zona de Segurança, isto é, o local ou locais, normalmente noexterior do edifício, onde as pessoas podem permanecer em segurança, não sendo afectadaspelo incêndio ou pelas suas consequências. Nesta Zona, em local que não interfira com asoperações de socorro, deve ser definido um Ponto de Encontro, para onde se devem dirigir (ouser encaminhadas) as pessoas, após terem evacuado os espaços do edifício.

Como condições necessárias a uma evacuação rápida e segura dos edifícios, são consideradasas seguintes:

  Atitude Preventiva – manter as vias de evacuação permanentemente praticáveis,

correctamente sinalizadas e suficientemente iluminadas (Plano de Prevenção)

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  Alarme e Decisão de Evacuação - o mais precoce possível (PEI)

  Procedimentos Pré-definidos para cada local de risco e classe de ocupantes (PEI)

  Formação de Funcionários e Colaboradores sobre os procedimentos de evacuação

(Plano de Prevenção)

  Disponibilidade Permanente de Recursos Humanos para garantir a evacuação detodos os ocupantes do edifício

8.1 Decisão da Evacuação

O Plano de Evacuação deve ser organizado e estruturado a partir da inventariação dosrecursos materiais e humanos existentes, de forma a permitir a definição de procedimentos

para cada uma das interrogações seguintes:

a. Quem determina a necessidade de evacuar?b. Quem executa a evacuação?c. Como se executa a evacuação?d. Para onde se processa a evacuação?

As respostas terão de ser simples, adaptadas ao edifício, considerar os sistemas de segurançainstalados e contar com os recursos humanos existentes no edifício, consoante a suaUtilização-Tipo. A decisão será determinada pelo Responsável de Segurança (RS) ou, em suasubstituição, pelo Delegado de Segurança (DS). A execução será da responsabilidade da equipa

de evacuação integrada no Serviço de Segurança Incêndio (SSI). O como está relacionado coma nomeação de responsáveis por zonas, pisos, serviços e controladores, nos Pontos deEncontro. A evacuação deve processar-se para o exterior do edifício com a contagem daspessoas nos Pontos de Encontro e comunicação das presenças/faltas para o Posto deSegurança.

Recorde-se que um dos objectivos do PEI, no referente ao Plano de Evacuação, consiste empreparar os ocupantes do edifício a reagir a uma situação de emergência que envolva aevacuação. Num processo de evacuação existem inúmeros factores que podem influenciar otempo que os ocupantes levam a alcançar o exterior do edifício em segurança,designadamente:

Factores do Edifício:

a.  Número de saídas adequado ao efectivob.  Largura das saídas e dos caminhos de evacuaçãoc.  Distâncias a percorrerd.  Sinalização e iluminação dos caminhos de evacuaçãoe.  Possibilidade de vias de evacuação alternativasf.  Protecção dos caminhos de evacuação relativamente ao calor e fumog.  Sistema automático de detecção de incêndiosh.  Sistema de desenfumagem

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Factores dos Ocupantes:

a.  Número (fluxo)b.  Velocidade de deslocação

c.  Condição físicad.  Comportamentos psicológicos

Para concretizar os objectivos de uma evacuação segura no decurso da exploração dosedifícios, é determinante agrupar os vários intervenientes do SSI, definindo as suas atribuiçõese articulando as diversas actividades a desenvolver.

8.2 Meios de Alarme

A solução mais adequada consiste em desenvolver as actividades de evacuação distribuindo-as

pelas seguintes fases:

a.  Detecçãob.  Decisãoc.  Alarmed.  Reacçãoe.  Deslocação para uma área segura

Detecção/ Decisão/Alarme:

O alarme deverá ocorrer antes das condições de desenvolvimento do incêndio serem

sentidas pelos ocupantes do edifício. Recorda-se que os incêndios podem transmitir asseguintes sensações aos ocupantes:

  Visibilidade reduzida devido aos fumos  Sensação de calor  Visão de chamas  Sons de vidros a partir

Garantindo uma detecção precoce e uma resposta rápida e eficaz da organização do SSI aum alarme, está-se a contribuir para uma rápida interpretação das alterações ambientaisprovocadas pelo incêndio (decisão) e para uma  informação atempada (alarme) aos

ocupantes do edifício, e, consequentemente, para a redução do tempo de evacuação.

Reacção:

O período de reacção consiste no período de tempo necessário à percepção do alarme porparte do ocupante, isto é, consiste no período de tempo desde o início do processo depercepção dos efeitos negativos do fogo até à decisão da acção de evacuação. Comoexemplo, refere-se o caso de um indivíduo que está a dormir num quarto de hotel, quandoé activado um alarme. O indivíduo levará necessariamente um determinado período detempo a reconhecer e a interpretar o sinal, até tomar a decisão de se levantar e abandonaro local.

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Deslocação para uma área segura:

Os diferentes factores que influenciam a decisão de evacuação e os correspondentesperíodos de tempo são determinantes e estão intrinsecamente ligados às características

dos ocupantes.

Ocupantes com limitações ao nível do processo de decisão, assim como pessoas comlimitações motoras, são exemplos de potenciais vítimas em caso de falha do processo deevacuação.

No Capitulo 8. Conclusões apresentam-se as medidas a implementar com o objectivo demelhorar a evacuação dos edifícios.

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9. PRESTAÇÃO DE SOCORROS A VÍTIMAS

Os Primeiros Socorros são definidos como uma série de procedimentos simples com oobjectivo de manter vidas em situações de emergência, sendo executados por pessoas comunscom esses conhecimentos, até à chegada de operacionais especializados em emergênciamédica (médicos e enfermeiros).

Para além do atendimento de primeiro socorro, é necessário o accionamento de umaambulância, com tripulação habilitada a efectuar o transporte da vítima para uma unidadehospitalar.

Para que todo o processo decorra de forma eficaz, a articulação dos vários intervenientes noprocesso de emergência é fundamental.

Prestar a acção de primeiro socorro é saber aplicar um conjunto de conhecimentos quepermitem, perante uma situação de acidente ou doença súbita (no âmbito do assunto emanálise considera-se apenas a situação de acidente, enquanto um incêndio com necessidadede evacuação de um edifício), estabelecer prioridades e desenvolver acções adequadas com ofim de estabilizar ou, se possível, melhorar, a situação das vítimas.

É muito importante salientar que para a abordagem de uma vítima é necessário terconhecimento, em primeiro lugar, do contexto geral da situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é possível conhecer o tipo de vítima com que se está a lidar.

De seguida analisam-se os potenciais riscos existentes para os ocupantes, resultantes de umasituação de incêndio.

9.1 Queimaduras

Uma queimadura pode ter vários graus de gravidade e esta pode ser considerada gravequando as suas características implicam uma hospitalização. As lesões têm consequênciasgraves no corpo, desfigurando e ocasionando perda de funções e de movimentos, deformandoou lesando órgãos, podendo até levar à morte (desidratação ou infecção). A gravidade daqueimadura depende de vários factores:

a.  Profundidadeb.  Extensãoc.  Localizaçãod.  Idade

As queimaduras são caracterizadas de acordo com a sua profundidade. Consideram-se trêsgraus:

• 1º Grau: São as queimaduras menos graves. Apenas a camada externa da pele(epiderme ) é afectada. A pele fica vermelha (eritema), quente, seca e dolorosa.

• 2º Grau: Envolve também a pele em maior profundidade, a qual fica igualmentevermelha, quente, seca com ardor e dor, aparecendo bolhas (flictenas) que têm no

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seu interior um líquido (plasma). Esta queimadura já atinge a derme. Consiste numaqueimadura mais grave do que a anterior.

• 3º Grau: Há destruição da pele e de outros tecidos adjacentes, podendo chegar àcarbonização. Poderá haver destruição das extremidades de nervos sensitivos.Todavia, à volta da queimadura podem existir terminações nervosas não atingidas, o

que causará bastante dor (queimaduras de 1º e 2º grau). A vítima pode entrar emestado de choque.

O que Fazer

Se uma vítima tiver um membro superior queimado ou uma área equivalente, esta vítima deveser considerada um Grande Queimado, situação que é sempre muito grave. Um indivíduo comum terço da pele queimada poderá morrer em consequência das lesões decorrentes daqueimadura.

Queimaduras na face, pescoço, tórax, órgãos genitais e articulações são sempre graves,independentemente do seu grau. Relativamente à idade, as queimaduras são mais graves nasidades extremas (crianças e idosos). Nas crianças as percentagens regionais de pele variam emfunção do desenvolvimento.

Em vítimas com queimaduras muito extensas, não se deve despir nem arrancar a roupa, masarrefecer a zona afectada de imediato para aliviar a dor e parar o processo da queimadura;deve cobrir-se a zona ou toda a vítima com um lençol limpo sem pêlos, levemente humedecidoe tapá-lo com um cobertor. Deve ainda prevenir-se o choque e a hipotermia, bem comopromover o transporte para o hospital.

No caso de uma queimadura do 1º Grau, deve arrefecer-se a região queimada com água friacorrente, até a dor acalmar. Colocar sobre a zona atingida compressas ou panos limpos sempêlos, molhados com água fria ou com gelo. Após o arrefecimento, colocar um cremehidratante, neutro e sem corantes (EX: Creme Nívea). Não colocar gorduras.

Se a queimadura for do 2º Grau, arrefecer com água corrente o mais fria possível até a doracalmar. Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as rebentar. Se as bolhas rebentarem,não cortar a pele da bolha esvaziada.

Se a queimadura for do 3º Grau, arrefecer o mais possível a região queimada com água fria,até a dor acalmar. Este tipo de queimaduras é muito grave e necessita de transporte para o

Hospital.

Casos Especiais

Queimaduras nos olhos →→→→  Lavar demoradamente com um fio de água corrente do cantointerno do olho para o externo. Colocar a vítima num ambiente com pouca luz, a fim de evitara colagem das pálpebras. Não fazer penso oclusivo. 

O Que NÃO Fazer

  Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura 

Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentaram  Aplicar sobre a queimadura cubos de gelo  Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além dos referidos

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9.2 Intoxicações por Monóxido de Carbono (CO)

O monóxido de carbono (CO), considerado membro da família dos asfixiantes químicos, é umgás perigoso, incolor, inodoro, sem sabor e não irritante.

Chamado de assassino silencioso, é produzido pela combustão incompleta de matérias quecontêm carbono, nomeadamente madeiras e derivados de combustíveis fósseis como opetróleo, o carvão mineral e o gás natural.

O CO actua como um mecanismo de asfixia dos tecidos, bloqueando as trocas gasosas ao nívelmolecular.

O gás inalado liga-se firmemente à hemoglobina dos glóbulos vermelhos, substituindo ooxigénio e formando a carboxi-hemoglobina (COHb). Esta afinidade é cerca de 250 vezes maisforte que a do oxigénio à hemoglobina. Desta forma vai diminuindo lentamente, masprogressivamente (intoxicação crónica) ou maciça (intoxicação aguda), a oxigenação dos

tecidos e órgãos de todo o corpo.

Uma intoxicação crónica por CO, resultante de uma exposição prolongada a baixasconcentrações, pode causar efeitos tóxicos cumulativos como insónia, cefaleia, fadiga,diminuição da capacidade física, tonturas, vertigens, alterações auditivas, doençasrespiratórias, anorexia e isquemia cardíaca.

Sinais e Sintomas:

Os sinais e sintomas de intoxicação por CO são habitualmente insidiosos e inespecíficos e têmorigem em órgãos com alto consumo de oxigénio, tal como o cérebro e o coração. Como já

referido, os efeitos tóxicos são imensos. A maioria dos intoxicados a exposições maisdemoradas e com elevadas concentrações de CO no sangue podem perder a consciência,entrar em coma, ter convulsões, arritmias cardíacas, e mais ou menos rapidamente chegar àmorte.

Tabela 22 - Sintomas de Intoxicação pelo CO 

Concentração de CO no meio ambienteSaturação deCO no sangue

Sintomas

<0,0035% ou 35ppm (fumo de tabaco) 0-10% Nenhum ou ligeira cefaleia0,005% ou 50ppm 10-20% Cefaleia moderada, dispneia

nos exercícios vigorosos

0,01% ou 100ppm 20-30% Cefaleia pulsante, dispneiacom exercício moderado

0,02% ou 200ppm 30-40% Cefaleia severa, irritabilidade,fadiga, redução da visão

0,03%-0,05% ou 300-500ppm 40-50% Cefaleia, taquicardia,confusão, letargia, colapso

0,08-0,12% (800-1200ppm) 50-70% Convulsões intermitentes,depressão cardíaca e

respiratória, coma0,19% ou 1900ppm 70-80% Respiração lenta, pulso fraco,

rapidamente fatal

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O que deve fazer

Remover o doente da atmosferaDesapertar a roupa e conservar o doente quente e em repousoFazer respiração artificial com oxigénio a 100% pelo menos durante uma hora

(10L/min) por máscara ajustadaEntregar o intoxicado aos cuidados da equipa de socorro (Bombeiros, INEM)

10. CONCLUSÕES

Até à data, os efeitos do fogo têm recebido mais atenção do que os aspectos humanos, ouseja, a investigação ao nível da evacuação de edifícios tem-se centrado mais na deslocação daspessoas e das multidões através das saídas de emergência do que no Comportamento das

Pessoas e no Tempo necessário para motivar as pessoas a iniciar a fuga.

Os erros mais comuns associados ao comportamento em fuga são os seguintes:  A evacuação começa logo que o alarme soa  A fuga deve ser feita em direcção à saída mais próxima  O tempo de fuga de um local depende da distância até à saída e da largura desta  As pessoas fogem todas à mesma velocidade e são todas fisicamente capazes  A segurança não pode ser garantida, em algumas circunstâncias, devido ao pânico

Estudos sobre incidentes graves durante a evacuação de multidões demonstram que osseguintes factores são importantes:

Formação rápida de filas quando as saídas começam a ficar congestionadasFalta de comunicação entre as primeiras e as últimas pessoas da multidãoA densidade da multidão atinge um nível crítico de 8 pessoas/m2 não deixando espaçoentre as pessoas (observam-se ondas de choque) que obrigam as pessoas a moverem-se involuntariamente até 3 metrosA multidão compete entre si para se afastar de forma precipitada, do incidente

Perante uma situação de Alarme, as pessoas:  Procuram obter mais informação  Comparam-na com a própria experiência  Comparam-na com as reacções de outras pessoas  E só então decidem o que fazer  O período mais importante na cronologia de um incêndio será entre o soar do alarme e

a motivação das pessoas para fugir

A reacção a um Alarme será influenciada por:  Informação/Comunicação  Familiarização  Reacção em grupo  Factor pânico

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Reacção das pessoas aos alarmes:  Campainha/Sirenes: 13%   Mensagens escritas: 45% a 55%   Voz ou Imagem: 70% 

Medidas de Protecção Contra Incêndio:

Medidas para reduzir o tempo de segurança:

  Um bom Sistema Automático de Detecção de Incêndio  Adicionando à detecção atempada, uma informação correcta às pessoas  Sinalização de Segurança

  Iluminação de Segurança

Medidas para Aumentar o Tempo de Risco:

  Sprinklers de Acção Rápida  Portas Resistentes ao Fogo  Antecâmaras  Sistemas Activos de Controlo de Fumos  Pressurização de Escadas

Aumentar o período detempo que vai desde a

detecção até aomomento em que os

caminhos de evacuaçãose tornam perigosos

Reduzir o tempo que aspessoas demoram a

alcançar um local seguro,normalmente fora do

edifício

MÉTODOS

Tempo de SegurançaTempo de Risco

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Tem o de Risco

Tempo de Segurança

Risco

inexistentenos caminhos

Nivel

de

Risco

Existência de

Fumo

Caminhos de

Evacuação 

Ignição Detecção Alarme Edificio Evacuado

Curva de Incêndio 

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11. GLOSSÁRIO TÉCNICO

Altura de umEdifício

diferença de cota entre o piso mais desfavorável susceptívelde ocupação e o plano de referência. Quando o último pisocoberto for exclusivamente destinado a instalações eequipamentos que apenas impliquem a presença de pessoaspara fins de manutenção e reparação, tal piso não entra nocômputo da altura do edifício. O mesmo sucede se o piso fordestinado a arrecadações cuja utilização implique apenasvisitas episódicas de pessoas. Se os dois últimos pisos foremocupados por habitações duplex, poderá considerar-se o seu

piso inferior como o mais desfavorável, desde que o percursomáximo de evacuação nessas habitações seja inferior a 10 m.Aos edifícios constituídos por corpos de alturas diferentes sãoaplicáveis as disposições correspondentes ao corpo de maioraltura, exceptuando-se os casos em que os corpos de menoraltura forem independentes dos restantes 

Altura daUtilização-Tipo

diferença de cota entre o plano de referência e o último pisoacima do solo, susceptível de ocupação por essa utilização-tipo

Altura Útil de

Vias de Acesso

menor pé-direito livre existente ao longo de toda a via de

acesso a um edifício

Agente Extintor 

substância sólida, líquida ou gasosa especificamenteadequada para extinguir um incêndio, quando aplicada emdeterminadas condições

Alarme

sinal sonoro e ou luminoso, para aviso e informação deocorrência de uma situação anormal ou de emergência,accionado por uma pessoa ou por um dispositivo ou sistemaautomático

Alarme Geral

alarme emitido para difundir o aviso de evacuação à

totalidade dos ocupantes de um edifício ou de umestabelecimento. Nos locais onde existam pessoas limitadasna mobilidade ou na capacidade de percepção e reacção a umalarme, destina-se também a desencadear as operaçõesdestinadas a apoiar a evacuação das referidas pessoas comlimitações

Alarme Local

alarme que tem por destinatários apenas os ocupantes de umespaço limitado de um edifício ou de um estabelecimento e opessoal afecto à segurança

Alarme Restrito

alarme emitido exclusivamente para aviso de uma situação de

incêndio, ao pessoal afecto à segurança de um edifício ou deum estabelecimento

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Alerta 

mensagem transmitida aos meios de socorro, que devemintervir num edifício, estabelecimento ou parque deestacionamento, em caso de incêndio, nomeadamente osbombeiros 

Área Acessível a

Público

área útil de um estabelecimento ou de um estacionamento

susceptível de ser ocupada por público

Área Bruta deum Piso ouFracção

superfície total de um dado piso ou fracção, delimitada peloperímetro exterior das paredes exteriores e eixos das paredesinteriores separadoras dessa fracção, relativamente àsrestantes

Área deImplatação

maior das áreas brutas dos pisos de um edifício; Área útil deum exutor, área geométrica de um exutor corrigida peloproduto por um factor de construção, determinado emensaios. Esse factor, inferior à unidade, é representativo daresistência aerodinâmica à passagem de fumo no exutor

Área Útil de umPiso ou Fracção

soma da área útil de todos os compartimentos interiores deum dado piso ou fracção, excluindo-se vestíbulos, circulaçõesinteriores, escadas e rampas comuns, instalações sanitárias,roupeiros, arrumos, armários nas paredes e outroscompartimentos de função similar, e mede-se pelo perímetrointerior das paredes que delimitam aqueles compartimentos,descontando encalços até 30cm, paredes interiores, divisóriase condutas

Boca deIncêndio

hidrante, normalmente com uma única saída. Pode serarmada, destinando-se ao ataque directo a um incêndio. Podeser exterior não armada, destinando-se ao reabastecimentodos veículos de combate a incêndios. Neste caso deve existiruma válvula de suspensão no ramal de ligação que a alimenta,para fecho deste em caso de avaria. Pode ser interior nãoarmada, destinando-se ao combate a um incêndio recorrendoa meios dos bombeiros

Boca deIncêndio TipoTeatro

boca de incêndio armada cuja mangueira é flexível. Deve estarem conformidade com a NP EN 671-2. Trata-se de um meio desegunda intervenção em caso de incêndio

Boca deIncêndioArmada

hidrante que dispõe de uma mangueira munida de agulheta,com suporte adequado e válvula interruptora para aalimentação de água, inserido numa instalação hidráulica paraserviço de incêndios privativa de um edifício ou de umestabelecimento

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Caminho deEvacuação ou

Caminho deFuga

percurso entre qualquer ponto, susceptível de ocupação, numrecinto ou num edifício até uma zona de segurança exterior,

compreendendo, em geral, um percurso inicial no local depermanência e outro nas vias de evacuação

Capacidade deEvacuação deuma Saída

número máximo de pessoas que podem passar através dessasaída por unidade de tempo

Carga deIncêndio

quantidade de calor susceptível de ser libertada pelacombustão completa da totalidade de elementos contidosnum espaço, incluindo o revestimento das paredes, divisórias,pavimentos e tectos

Carretel deIncêndio ouBoca deIncêndio TipoCarretel

boca de incêndio armada cuja mangueira é semi-rígida e está

enrolada num suporte tipo carretel. Deve estar emconformidade com a NP EN 671-1. Trata-se de um meio deprimeira intervenção em caso de incêndio

Categorias deRisco

classificação em quatro níveis de risco de incêndio dequalquer utilizações-tipo de um edifício e recinto, atendendoa diversos factores de risco, como a sua altura, o efectivo, oefectivo em locais de risco, a carga de incêndio e a existênciade pisos abaixo do plano de referência. Caudal de fuga (m3/s),caudal do fluido, ar ou fumo, perdido através de fissuras,porosidade de materiais das condutas ou folgas de portas e

 janelas em sistemas activos de controlo de fumos

D Densidade deCarga deIncêndioModificada

densidade de carga de incêndio afectada de coeficientesreferentes ao grau de perigosidade e ao índice de activaçãodos combustíveis, determinada com base nos critériosreferidos no n.º 4 do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 220/2008,de 12 de Novembro

Densidade deCarga deIncêndio

carga de incêndio por unidade de área útil de um dado espaçoou, para o caso de armazenamento, por unidade de volume

Densidade deOcupaçãoTeórica

número de pessoas por metro quadrado de área útil de umcompartimento, estimado para cada utilização-tipo. Este valoré utilizado para calcular o efectivo e dimensionar os caminhosde evacuação

Desenfumagem

acção de remoção, para o exterior de um edifício, do fumo,do calor e dos gases de combustão provenientes de umincêndio, através de dispositivos previamente instalados parao efeito

DetectorAutónomo de

tipo de detector de incêndio que, não fazendo parte de umsistema de alarme de incêndio, é utilizado para accionar

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Actuação equipamentos, dispositivos ou sistemas complementares

Distância deEvacuação

comprimento a percorrer num caminho de evacuação até seatingir uma via de evacuação protegida, uma zona desegurança ou uma zona de refúgio

Edifício

toda e qualquer edificação destinada à utilização humana quedisponha, na totalidade ou em parte, de um espaço interiorutilizável, abrangendo as realidades referidas no n.º 1 doartigo 8.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro

EdifíciosIndependentes

edifícios dotados de estruturas independentes, semcomunicação interior ou, quando exista, efectuadaexclusivamente através de câmaras corta-fogo, e que

cumpram as disposições de SCIE, relativamente à resistênciaao fogo dos elementos de construção que os isolam entre si

Efectivo dePúblico

número máximo estimado de pessoas que pode ocupar emsimultâneo um edifício ou recinto que recebe público,excluindo o número de funcionários e quaisquer outraspessoas afectas ao seu funcionamento

Efectivonúmero máximo estimado de pessoas que pode ocupar emsimultâneo um dado espaço de um edifício ou recinto

EscadaSuplementar

escada adicional às exigidas para a evacuação, instalada parasatisfazer necessidades funcionais

Espaços áreas interiores e exteriores dos edifícios ou recintosEstabelecimentoque RecebePúblico

estabelecimento ao qual o público tem acesso,independentemente desse acesso ser ou não controlado

Estabelecimento

edifício, recinto ou parte deles, destinado a uma únicaocupação distinta da habitação ou de estacionamento deveículos

Evacuação

movimento de ocupantes de um edifício para uma zona desegurança, em caso de incêndio ou de outros acidentes, quedeve ser disciplinado, atempado e seguro

Extintor deIncêndio

aparelho contendo um agente extintor, que pode ser

descarregado sobre um incêndio por acção de uma pressãointerna. Deve estar em conformidade com as NP EN 3, NP EN1866 e NP 4413

Exutor de Fumo

dispositivo instalado na cobertura de um edifício ou de umespaço e susceptível de abertura em caso de incêndio,permitindo a desenfumagem por meios naturais

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FachadaAcessível

fachada através da qual é possível aos bombeiros lançar as

operações de socorro a todos os pisos, quer directamenteatravés de, no mínimo, uma saída correspondente a umcaminho de evacuação, quer através dos pontos depenetração designados no presente regulamento

Funcionários

ocupantes de um edifício ou de um estabelecimento que neledesenvolvem uma actividade profissional relacionada com autilização-tipo do edifício, que implica o conhecimento dosespaços afectos a essa utilização

GrupoHidropressor 

conjunto de bombas, respectivos comandos e dispositivos demonitorização destinados a fornecer o caudal e pressãoadequados a uma instalação hidráulica para combate aincêndios 

Hidrante 

equipamento permanentemente ligado a uma tubagem de

distribuição de água à pressão, dispondo de órgãos decomando e uma ou mais saídas, destinado à extinção deincêndios ou ao reabastecimento de veículos de combate aincêndios. Os hidrantes podem ser de dois tipos: marco deincêndio ou boca de incêndio (de parede ou de pavimento) 

Impasse paraum Ponto de umEspaço

situação, segundo a qual a partir de um ponto de um dadoespaço a evacuação só é possível através do acesso a uma

única saída, para o exterior ou para uma via de evacuaçãoprotegida, ou a saídas consideradas não distintas. A distânciado impasse, expressa em metros, é medida desse ponto àúnica saída ou à mais próxima das saídas consideradas nãodistintas, através do eixo dos caminhos evidenciados, quandoeste Regulamento os exigir, ou tendo em consideração osequipamentos e mobiliários fixos a instalar ou em linha, se asduas situações anteriores não forem aplicáveis

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Impasse parauma ViaHorizontal

situação, segundo a qual, a partir de um ponto de um dada viade evacuação horizontal, a evacuação só é possível num únicosentido. O impasse é total se se mantém em todo o percursoaté uma saída para uma via de evacuação vertical protegida,uma zona de segurança ou uma zona de refúgio. A distância

do impasse total, expressa em metros, é medida pelo eixo davia, desde esse ponto até à referida saída. O impasse podetambém ser parcial se se mantém apenas num troço da viaaté entroncar numa outra onde existam, pelo menos, duasalternativas de fuga. A distância do impasse parcial, expressaem metros, é medida pelo eixo do troço em impasse desdeesse ponto até ao eixo da via horizontal onde entronca

Largura Útil deVias de Acesso

menor das larguras, medidas ao longo de toda a via de acessoa um edifício, descontando os espaços destinados aoparqueamento autorizado de veículos

Local de Risco

a classificação de qualquer área de um edifício ou recinto, emfunção da natureza do risco de incêndio, com excepção dosespaços interiores de cada fogo e das vias horizontais everticais de evacuação, em conformidade com o disposto noartigo 10.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro

Marco deIncêndio 

hidrante, normalmente instalado na rede pública deabastecimento de água, dispondo de várias saídas, destinadoa reabastecer os veículos de combate a incêndios. É um meiode apoio às operações de combate a um incêndio por partedos bombeiros 

Pé-Direito deReferência

média aritmética do maior e do menor dos pés-direitos de umlocal ou de uma via de evacuação coberta. Quando existirtecto falso, este só deve ser tido em conta se o somatório dasáreas das aberturas nele praticadas for inferior a 40% da suaárea total, ou se o espaço compreendido entre o tecto falso eo tecto real estiver preenchido em mais de 50% do seuvolume

Pé-Direito Livre

altura entre o pavimento e a face inferior das vigas aparentesdo tecto, correspondendo à maior altura livre para pessoas ouobjectos passarem sob a viga

Piso de Saídapiso através do qual se garanta a evacuação das pessoas paralocal seguro no exterior. Se este piso for desnivelado

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relativamente ao plano de referência, deve ser ligado a eleatravés de um caminho de evacuação

Plano deActuação

documento, componente do plano de emergência, no qualestá indicada a organização das operações a desencadear pelodelegado e agentes de segurança, em caso de ocorrência de

uma situação perigosa

Plano deEmergênciaInterno

documento no qual estão indicadas as medidas deautoprotecção a adoptar, por uma entidade, para fazer face auma situação de incêndio nas instalações ocupadas por essaentidade, nomeadamente a organização, os meios humanos emateriais a envolver e os procedimentos a cumprir nessasituação. Contém o plano de actuação e o de evacuação

Plano deEvacuação

documento, componente do plano de emergência, no qualestão indicados os caminhos de evacuação, zonas desegurança, regras de conduta das pessoas e a sucessão de

acções a terem lugar durante a evacuação de um local,estabelecimento, recinto ou edifício, em caso de incêndio

Plano dePrevenção

documento no qual estão indicados a organização e osprocedimentos a adoptar, por uma entidade, para evitar aocorrência de incêndios e para garantir a manutenção do nívelde segurança decorrente das medidas de autoprotecçãoadoptadas e a preparação para fazer face a situações deemergência

Plano deReferência

plano de nível, à cota de pavimento do acesso destinado àsviaturas de socorro, medida na perpendicular a um vão de

saída directa para o exterior do edifício. No caso de existiremdois planos de referência, um principal e outro no tardoz doedifício, é considerado o plano mais favorável para asoperações dos bombeiros, isto é, o de menor cota para ospisos total ou parcialmente enterrados e o de maior cota paraos restantes pisos

Plano deSegurança

conjunto de medidas de autoprotecção (organização eprocedimentos) tendentes a evitar a ocorrência de incêndiose a limitar as suas consequências. É composto por um planode prevenção, um plano de emergência e os registos de

segurançaPlano Prévio deIntervenção

documento elaborado por um corpo de bombeiros onde sedescrevem os procedimentos, antecipadamente estudados,para uma intervenção de socorro

Planta deEmergência

peça desenhada esquemática, referente a um dado espaçocom a representação dos caminhos de evacuação e dos meiosa utilizar em caso de incêndio, contendo ainda as instruçõesgerais de segurança aplicáveis a esse espaço. Deve estarconforme a NP 4386

Posto de

Segurança

local, permanentemente vigiado, dum edifício onde é possível

controlar todos os sistemas de vigilância e de segurança, osmeios de alerta e de comunicação interna, bem como os

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comandos a accionar em situação de emergênciaPrevençãocontra Incêndio

conjunto de medidas e atitudes destinadas a diminuir aprobabilidade de eclosão de um incêndio

Primeira

Intervenção

medida de autoprotecção que consiste na intervenção nocombate a um incêndio desencadeada, imediatamente após a

sua detecção, pelos ocupantes de um edifício, recinto ouestabelecimento

Protecçãocontra Incêndio

conjunto de medidas e atitudes destinadas a limitar os efeitosde um incêndio

Públicoocupantes de um edifício ou de um estabelecimento que nãoresidem nem trabalhem habitualmente nesse espaço

Reacção aoFogo

resposta de um produto ao contribuir pela sua própriadecomposição para o início e o desenvolvimento de umincêndio, avaliada com base num conjunto de ensaiosnormalizados

RecintoItinerante

espaço delimitado, coberto ou não, afecto por um período detempo limitado a um tipo concreto de actividade, que pelassuas características de construção se pode deslocar e instalarcom facilidade

Recinto para

Espectáculos aoAr Livre

espaço dotado de uma estrutura permanente oudesmontável, com uma envolvente aberta, podendo ou nãoser parcialmente coberto, susceptível de ser utilizado parauma das actividades afectas à utilização-tipo VI

Recintos

espaços delimitados ao ar livre destinados a diversos usos,desde os estacionamentos, aos estabelecimentos querecebem público, aos industriais, oficinas e armazéns,podendo dispor de construções de carácter permanente,temporário ou itinerante

Registos deSegurança

conjunto de documentos que contém os registos deocorrências relevantes e de relatórios relacionados com asegurança contra incêndios. As ocorrências devem serregistadas com data de início e fim e responsável pelo seuacompanhamento, referindo-se, nomeadamente, àconservação ou manutenção das condições de segurança, àsmodificações, alterações e trabalhos perigosos efectuados,incidentes e avarias ou, ainda, visitas de inspecção. De entreos relatórios a incluir nos registos de segurança, destacam-seos das acções de instrução e de formação, dos exercícios desegurança e de eventuais incêndios ou outras situações deemergência

Resistência ao

Fogo Padrão

resistência ao fogo avaliada num ensaio com um programa

térmico de fogo normalizadoResistência ao propriedade de um elemento de construção, ou de outros

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Fogo componentes de um edifício, de conservar durante umperíodo de tempo determinado a estabilidade e ou aestanquidade, isolamento térmico, resistência mecânica, ouqualquer outra função específica, quando sujeito ao processode aquecimento resultante de um incêndio

Saída deEmergência

saída para um caminho de evacuação protegido ou para umazona de segurança, que não está normalmente disponívelpara outra utilização pelo público

Saída

qualquer vão disposto ao longo dos caminhos de evacuaçãode um edifício que os ocupantes devam transpor para se

dirigirem do local onde se encontram até uma zona desegurança

Saídas distintasem relação a umPonto

saídas para as quais, a partir desse ponto, se possamestabelecer linhas de percurso para ambas, tendo em conta omobiliário principal fixo e o equipamento ou os caminhosevidenciados, quando este Regulamento os exigir, divergindode um ângulo superior a 45º, medido em planta

SegundaIntervenção

intervenção no combate a um incêndio desencadeada,imediatamente após o alarme, pelos bombeiros ou porequipas especializadas ao serviço do responsável desegurança de um edifício, parque de estacionamento,estabelecimento ou recinto

SistemaAutomático deDetecção eAlarme deIncêndio (SADI)

sistema de alarme constituído por central de sinalização ecomando, detectores automáticos de incêndio, botões paraaccionamento manual do alarme e meios difusores de alarme.Este sistema, numa situação de alarme de incêndios, tambémpode desencadear automaticamente outras acções,nomeadamente o alerta e o comando de dispositivos,sistemas ou equipamentos

Sistema deAlarme de

Incêndio

conjunto de componentes que dão um alarme de incêndio,sonoro e ou visual ou qualquer outro, podendo tambéminiciar qualquer outra acção

Sistema deControlo deFumo

conjunto de meios e medidas construtivas, implantado numedifício ou num recinto, destinado a controlar a propagaçãodo fumo, do calor e dos gases de combustão, durante umincêndio, através de um processo de varrimento, depressurização relativa, ou misto

Sistema deCortina de Água

sistema automático constituído por tubagens e aspersores deágua que, após a detecção de um incêndio, projecta umalâmina contínua de água segundo um plano vertical (cortina),isolando da penetração do fumo e das chamas dois espaços

contíguos. Essa cortina deve irrigar uma superfície (tela, vidro,metal, etc.), melhorando o seu comportamento ao fogo

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Sistema Fixo deExtinção

sistema fixo constituído por uma reserva adequada de agenteextintor ligada permanentemente a um ou mais difusoresfixos, pelos quais é projectado, manual ou automaticamente,o agente extintor para a extinção de um incêndio

Sistema

Modular deExtinção

sistema fixo de extinção preparado para descarregar o agente

extintor directamente sobre o material a arder ou sobre orisco identificado

Tempo deEvacuação

tempo necessário para que todos os ocupantes de um edifício, oude parte dele, atinjam uma zona de segurança, a partir da emissãodo sinal de evacuação

Tempo de

Resposta

tempo entre o primeiro alerta e a chegada ao local dos veículos desocorro dos bombeiros, com a dimensão adequada a dar início ao

combate a incêndio

Unidade dePassagem (UP)

unidade teórica utilizada na avaliação da largura necessária àpassagem de pessoas no decurso da evacuação. A correspondênciaem unidades métricas, arredondada por defeito para o númerointeiro mais próximo, é a seguinte: a) 1 UP = 0,9 m; b) 2 UP = 1,4 m;c) N UP = N × 0,6 m (para N > 2)

Utilização-Tipo

classificação do uso dominante de qualquer edifício ou recinto,incluindo os estacionamentos, os diversos tipos deestabelecimentos que recebem público, os industriais, oficinas earmazéns, em conformidade com o disposto no artigo 8.º doDecreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro

Via de Acesso

de umaUtilização-Tipo

via exterior, pública ou com ligação à via pública, donde sejapossível aos bombeiros lançar eficazmente as operações de

salvamento de pessoas e de combate ao incêndio, a partir doexterior ou pelo interior de edifícios recorrendo a caminhos deevacuação horizontais ou verticais

Via deEvacuaçãoEnclausurada ouProtegidaInterior

via de evacuação protegida, estabelecida no interior do edifício,dotada de sistema de controlo de fumo e de envolvente com umaresistência ao fogo especificada

Via deEvacuação

Exterior

via de evacuação protegida, ao ar livre ou ampla epermanentemente ventilada, que está suficientemente separada doresto do edifício ou de edifícios vizinhos, quer em afastamento querpor elementos de construção cuja resistência ao fogo padrão estáde acordo com o explicitado no presente regulamento. Esta viapode estar totalmente no exterior de um edifício ou nele

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parcialmente encastrada, devendo, neste caso, dispor de umaabertura, ao longo dos elementos de construção em contacto como exterior, abrangendo todo o espaço acima da respectiva guarda

Via deEvacuaçãoProtegida

via de evacuação dotada de meios que conferem aos seus utentesprotecção contra os gases, o fumo e o fogo, durante o período

necessário à evacuação. Os revestimentos dos elementos deconstrução envolventes das vias de evacuação protegidas devemexibir uma reacção ao fogo conforme as especificações do presenteregulamento. Numa via de evacuação protegida não podem existirductos, não protegidos, para canalizações, lixos ou para qualqueroutro fim, nem quaisquer acessos a ductos, nem canalizações degases combustíveis ou comburentes, líquidos combustíveis ouinstalações eléctricas. Exceptuam-se, neste último caso, as quesejam necessárias à sua iluminação, detecção de incêndios ecomando de sistemas ou dispositivos de segurança ou, ainda, decomunicações em tensão reduzida. Exceptuam-se ainda as

canalizações de água destinadas ao combate a incêndios

Via deEvacuação

comunicação horizontal ou vertical de um edifício que, nos temosdo presente regulamento, apresenta condições de segurança para aevacuação dos seus ocupantes. As vias de evacuação horizontaispodem ser corredores, antecâmaras, átrios, galerias ou, em espaçosamplos, passadeiras explicitamente marcadas no pavimento paraesse efeito, que respeitem as condições do presente regulamento.As vias de evacuação verticais podem ser escadas, rampas, ouescadas e tapetes rolantes inclinados, que respeitem as condiçõesdo presente regulamento

Zona de Refúgiolocal num edifício, temporariamente seguro, especialmente dotadode meios de protecção, de modo a que as pessoas não venham asofrer dos efeitos directos de um incêndio no edifício

Zona deSegurança deum Edifício

local, no exterior do edifício, onde as pessoas se possam reunir,protegidas dos efeitos directos de um incêndio naquele

Zona Enfumadaespaço compreendido entre a zona livre de fumo e a cobertura ou otecto

Zona Livre deFumo

espaço compreendido entre o pavimento e a face inferior dospainéis de cantonamento suspensos do tecto ou, caso estes nãoexistam, a face inferior dos lintéis dos vãos nas paredes

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12. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro, Regulamento Técnico de Segurança contra

Incêndio em Edifícios 

Abrantes, J.B. e Castro, C. F. (2009), Manual de Segurança contra Incêndios em

Edifícios 

Roberto, António Possidónio e Castro, Carlos Ferreira (2009), Manual de Exploração de

Segurança contra Incêndios em Edifícios 

Lopes, Nuno Cunha, Estado de Emergência: Processos de Evacuação 

John L. Bryan & Philip J. Di Nenno (1976 ), "People's behaviour in the fire at MGM Las

Vegas. FIRE- INTERNA TIONAL.USA

El Comportamiento de las Personas en Situaciones de Emergencia, CEPREVEN

Miguel, Marco e Silvano, Pedro (2009), Regulamento de Segurança em Tabelas 

Proulx, G., Pineau, J., Review of Evacuation Strategies for Occupants with Disabilities

Fire Safety Engineering Concerning Evacuation from Buildings, CFPA Europe – 

Guidelines