42888 ativos café

4

Click here to load reader

Transcript of 42888 ativos café

Page 1: 42888 ativos café

mecanizadas. Já as depreciações fica-ram em R$45,22/saca em regiões me-canizadas. E, no caso do manejo ma-nual, em R$39,78/saca.

Os custos com pessoal na condução da lavoura também merecem aten-ção. Em regiões com manejo manual

chegam a ser 205% superiores aos de regiões mecanizadas. Já os custos com insumos, em geral, são superiores nas regiões mecanizadas. Os defensivos custaram, em média, R$32,49/saca, e corretivos R$6,39/saca. Estes valores são respectivamente 74% e 15% maiores do que em regiões de manejo manual.

Ano 7 - Edição 14Novembro 2013

DIFERENÇAS ENTRE MESMOS GRUPOS DE CUSTOS NA PRODUÇÃO DE ARÁBICA CHEGAM A 205% DE ACORDO COM O TIPO DE MANEJOA composição dos custos de produção do café arábica apresenta diferenças expressivas quando se considera o tipo de manejo empregado. A topografia das diferentes regiões produtoras é decisiva para a determinação da tec-nologia utilizada, e em função desta característica, principalmente, algumas diferenças na composição do Custo Operacional Total (COT) po-dem ser justificadas.

Em regiões cujo manejo é manual, a maior participação no COT é do grupo de cus-tos Colheita e pós-colheita, e em regiões mecanizadas a maior participação é dos fertilizantes. Neste caso, as depreciações de máquinas, implementos e benfeitorias, merecem destaque.

Entre janeiro e agosto de 2013, colheita e pós-colheita participou, em média, com R$178,96/saca da compo-sição do COT nas regiões de cultivo manual. E com R$71,80/saca nas áreas

Principais diferenças no COT com manejo Manual e Mecanizado

Elaboração: CIM/UFLA

Page 2: 42888 ativos café

TENDÊNCIA DE QUEDA NAS COTAÇÕES REFLETE OFERTA MUNDIAL DE CAFÉO Bureau de Inteligência Competiti-va do Café, vinculado ao Centro de Inteligência em Mercados (CIM), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), analisou os fundamentos de oferta e demanda do café a partir dos dados da International Coffee Organization (ICO). O objetivo é compreender a os-cilação atual dos preços, bem como identificar ameaças e oportunidades para os cafeicultores nacionais.

Os dados da ICO mostram que a pro-dução mundial da safra 2012/2013 está estimada em 145,2 milhões de sacas de 60 kg. Isto representa uma elevação de 9,6% em relação à safra anterior, equivalente a 12,8 milhões de sacas. Foi um aumento expressivo, mas sua real dimensão depende do aumento no consu-mo. Em 2012 foram consumidas 142 milhões de sacas, um aumen-to de 2,4% em relação a 2011.

Tomando apenas estes dados, sem necessidade de avaliar séries históricas, é possível compreen-der parte dos fundamentos da tendência de queda nas cotações internacionais. A oferta foi maior do que a demanda. Consideran-do os dados a partir de 2009, o cenário fica ainda mais desfavorá-vel para os preços, já que houve

crescimento no consumo mundial de 9,7 milhões de sacas, enquanto a pro-dução apresentou aumento de 22,3 milhões de sacas.

Outro agravante é o maior uso de Co-ffea canephora (conilon) nos blends. Enquanto os preços atuais colocam muitos cafeicultores de café arábica em situação desfavorável, as cotações do conilon ainda oferecem lucro aos cafeicultores desta espécie, que pos-sui custos de produção menores. Des-ta forma, novas lavouras de conilon ainda são um investimento atrativo,

elevando ainda mais a oferta destes grãos nos próximos anos. Nessas condi-ções, a recuperação dos preços pagos ao produtor pelo café Arábica podem demorar mais, ou, quando ocorrer, ser mais lenta.

No entanto, o Bureau considera o nicho de cafés especiais uma boa alternativa. O surto de ferrugem na América Cen-tral deve prejudicar a oferta de grãos especiais, muito produzidos na região. Com isso, há espaço para o café cere-ja descascado brasileiro, mesmo com a recuperação da produção colombiana.

Preços médios de venda ponderados – R$ / saca de 60kg

Elaboração: CIM/UFLA

Page 3: 42888 ativos café

RECEITA NÃO FOI SUFICIENTE PARA COBRIR COT DA CAFEICULTURA DE ARÁBICA EM

AGOSTO/13 O Custo Operacional Total (COT) do Coffea arabica (Arábica) apresentou um aumento de 3,00% entre janeiro e agosto de 2013. Em direção contrária, os preços pagos aos produtores acu-mularam uma redução de 11,84%, prejudicando as margens de lucro. Em janeiro deste ano, com o café ne-gociado em média a R$317,48/saca, apenas três municípios (Capelinha/MG, Franca/SP e Luís Eduardo Maga-lhães/BA) conseguiram cobrir o COT de uma saca produzida. Em agosto, com o café negociado a R$279,83/saca, apenas o município baiano de Luís Eduardo Magalhães/BA teve o COT coberto.

Se for considerada a Produção de Ni-velamento (PN), que neste caso repre-senta a produção mínima para cobrir o COT, em média a produtividade dos demais municípios analisados teria que ser respectivamente 28% e 44% maior em janeiro e agosto.

A maior PN em agosto deste ano ocorreu em Manhumirim/MG. Neste município seria necessária uma pro-dutividade 75% superior para que o produtor conseguisse pagar o COT. Já a menor PN ocorreu em Luis Eduardo Magalhães/BA, onde 79% da produ-tividade foi suficiente para cobrir os custos.

O gráfico abaixo representa a PN da ca-feicultura em janeiro de 2013 e agosto de 2013. Valores maiores que 1 indi-cam que a produtividade atual não é suficiente para cobrir o COT. Valores menores que 1 que os custos são co-bertos. Exemplo: 1) PN=1,38 – indica que a produtividade deveria ser 38% superior que a atual para que os custos fossem cobertos; 2) PN=0,79 – indica que 79% da produtividade atual co-bre o COT e que 21% correspondem à margem de lucro. É importante lem-brar que o preço do café tem grande influencia neste indicador, pois com custos constantes e preços maiores a PN diminui.

Produção de Nivelamento sobre o COT (Base 1)

Elaboração: CIM/UFLA

3

Elaboração: CIM/UFLA

Page 4: 42888 ativos café

INSUMOS AGRÍCOLAS FORAM DECISIVOS PARA AUMENTO NO COE Os Custos Operacionais Efetivos (COE) da cafeicultura brasileira aumentaram 4,04% entre janeiro e agosto de 2013. Este valor corresponde ao aumento médio ponderado entre os custos do café arábica e do café conilon.

Vários fatores contribuíram para o au-mento dos custos. Além do reajuste salarial, os preços dos insumos agríco-las foram decisivos. Os custos com de-fensivos se destacaram, aumento mé-dio de 2,33% para regiões produtoras de arábica e de 16,22% para regiões produtoras de conilon. As condições

favoráveis de mercado para o conilon podem ter estimulado o aumento na demanda por estes insumos.

Nas regiões produtoras de café arábica, o município com maior aumento nos custos com defensivos foi Capelinha/MG (10,78%), enquanto Franca/SP apresentou custos 11,81% menores. O grupo de custos Corretivos, entre-tanto, apresentou redução de 4,72% em média. Entre as regiões analisadas, Franca/SP também se destaca com cus-tos 11,17% menores para estes insu-mos, porém, fatores como gastos com

pessoal, mecanização e fertilizantes, tiveram custos mais elevados em agosto de 2013, contribuindo para um aumento de 1,48% em seu COE. No município de Brejetuba/ES os cus-tos com Corretivos subiram 9,93%.

Entre os produtores de café conilon, o município de Itabela/BA apresen-tou aumento de 26,74% nos custos com defensivos. O COE subiu 5,34% entre janeiro e agosto deste ano. Em Cacoal/RO e Jaguaré/ES, o COE subiu em 3,51% e 6,08%, respectivamen-te.

ATIVOS DO CAFÉ é um boletim elaborado pela Superintendência Técnica da CNA e Centro de Inteligência em Mercados (CIM) - da Universidade Federal de Lavras (UFLA).Reprodução permitida desde que citada a fonte.

SGAN - Quadra 601 - Módulo K70.830-903 Brasília - DFFone (61) 2109-1458 Fax (61) 2109-1490E-mail: [email protected]: www.canaldoprodutor.com.br

Amplitude média de variações de alta e de baixa nos custos com insumos agrícolas (Base 100)

Elaboração: CIM/UFLA