376098-Aula_Unidade_01

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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS CERAMICOS Paulo Renato Perdigão de Paiva ([email protected])

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  • TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

    CERAMICOS

    Paulo Renato Perdigo de Paiva ([email protected])

  • Materiais Cermicos:

    Cermicos so materiais inorgnicos e no-metlicos que consistem em compostos que so formados entre

    elementos metlicos e no-metlicos, para os quais as

    ligaes interatmicas ou so totalmente inicas ou so

    predominantemente inicas com alguma natureza

    covalente.

  • Keramos = coisa queimada (grego)

    5000 A.C.: artefatos de barro, loua de barro

    3500 A.C.: torno de oleiro

    1000 A.C.: porcelana (China)

    Sc. 18: porcelana (Alemanha), colagem, extruso, forno tnel

    Sc. 19: mecanizao, microscopia tica, cones piromtricos

    Sc. 20: raios X, microscopia eletrnica, materiais sintticos, automatizao

  • Tipos de Materiais Cermicos

  • Matria-prima (cermicas tradicionais): argilas

    As argilas so rochas sedimentares compostas de gros muito finos de

    silicatos de alumnio, associados a xidos que lhes do tonalidades

    diversas, pode ser encontrada prxima de rios, muitas vezes formando

    barrancos nas margens da famlia dos minerais filossilicticos

    hidratados. A argila divide-se em dois tipos: argilas primrias, originadas

    da decomposio do solo por aes fsico-qumicas do ambiente natural,

    atravs dos anos, apresentando-se normalmente na forma de p; argilas

    secundrias, decorrentes da sedimentao de partculas transportadas

    atravs das chuvas e dos ventos, que se apresentam na forma pastosa ou

    de lama.

    granulometria fina

    plasticidade

    resistncia mecnica aps secagem e/ou queima

    Propriedades:

  • Matrias-primas (sintticas) Cermicas avanadas

    Al2O3 Alumina: Obtida a partir da digesto alcalina da bauxita (processo

    Bayer), seguida por precipitao e calcinao.

    Alumina eletrofundida:

    Produzida em fornos de arco eltrico (T > 2000 C) . Se obtm maior

    tamanho de gro e melhores propriedades refratrias e abrasivas.

    Alumina Calcinada

    Para produo de alumina para cermica h necessidade de se introduzir

    algumas modificaes no processo Bayer e no tratamento trmico,

    (temperaturas que variam de 1250 C a 1500C), visando principalmente

    reduzir o teor de Na2O e controlar o tamanho e forma dos cristais que tem

    influncia sobre as propriedades finais do produto cermico.

  • Carbeto de Silcio

    O carbeto de silcio (SiC), um produto sinttico, cuja preparao em

    escala industrial foi conseguida pela primeira vez por Acheson, em 1981,

    pelo aquecimento de areia e coque em forno eltrico.

    ZrO2 Zircnia

    Obtida a partir da dissociao do silicato de zircnio ZrSiO4 em forno de

    plasma.

    Nitreto de silcio (Si3N4)

    O nitreto de silcio foi produzido pela primeira vez em 1857 por Deville e

    Wohler mas sua produo comercial ativa comeou apenas em 1950.

    Obtidos pela reduo carbotrmica da slica em atmosfera de nitrognio

  • Cermica Matrias-primas

    Estrutura Proprie-dades

    Processa-mento

    Aplicaes

    Tradicional(silicatos)

    naturais,mineraisindustriais(98%pureza)

    homognea,menos porosa

    eltrica,magntica,nuclear, tica,mecnica,trmica,qumica,biolgica

    prensagemisosttica,moldagempor injeo,sinterizao,ligao porreao

    eletrnica,estrutural,qumica,refratrios

  • Modelo Atmico de Bohr

    Os eltrons circulam ao redor do ncleo atmico

    em orbitais.

    Um eltron pode mudar de energia (salto quntico)

    absorvendo ou emitindo energia.

    Os nveis energticos de Bohr so separados em

    subcamadas eletrnicas e os nmeros qunticos

    definem o nmero de estados (ou orbitais) em cada

    subcamada.

    As subcamadas K, L, M, N, O, P e Q nmero

    quntico principal n 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

    Ligaes atmicas e Estrutura Cristalina

  • Os eletrons sero adicionados ou retirados da ltima camada eletrnica, ou

    camada de valncia .

    Configurao eletrnica dos tomos: A distribuio eletrnica dos

    ons

  • Exemplo:

    Para o tomo de ferro (nmero atmico = 26) tem a seguinte distribuio eletrnica:

    Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

    Quando o tomo de ferro perde 2 eltrons passar a on Fe2+, este ter a seguinte

    distribuio eletrnica:

    Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 ou K=2; L=8; M=14;

    Se o tomo de ferro perder 3 eltrons, passar a on Fe3+ e ter a seguinte

    distribuio eletrnica:

    Fe3+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 ou K=2; L=8; M=13;

    Configurao eletrnica dos tomos: A distribuio eletrnica dos

    ons

  • ordem crescente de energia

    ordem geomtrica ou distncia

    Exemplo: Propriedades definidas pelo eltrons

    de valncia:

    Materiais isolantes so materiais que apresentam

    de 5 a 8 eltrons na camada de valncia, sendo

    que o material com 5 eltrons ser menos isolante

    que um material de 8 eltrons na ultima camada,

    quanto mais camada o elemento tiver, menos

    isolante ele ser.

    Materiais condutores, possuem de 1 a 3 eltrons

    em sua camada de valncia, sendo que o elemento

    que tiver 1 eltron na camada de valncia ser

    mais condutor que um elemento que possuir 3

    eltrons, quanto mais camadas o elemento tiver,

    mais condutor ele ser.

    1s 2s 2p6 3s 3p6 4s 3d10

    1s 2s 2p6 3s 3p6 3d10 4s

    Cobre: Z = 29

    Configurao eletrnica dos tomos - A distribuio eletrnica dos

    ons

  • A compreenso de muitas das propriedades fsicas dos materiais est

    baseada no conhecimento das foras interatmicas que unem os tomos.

    A fora de atrao depende do tipo de ligao e varia com a distncia

    interatmica.

    Fora e energias de ligaes

    FN = FA + FR

  • Fora e energias de ligaes

    Os centros dos dois tomos so separados

    pela distancia de equilbrio r0 (distncia

    interatmica; r0 0,3 nm)

    Algumas vezes mais conveniente

    trabalhar com energia (potencial) do que

    foras de ligaes. Matematicamente,

    energia (E) e fora de ligaes (F) esto

    relacionadas por : E= F.dr

  • FORA E ENERGIAS DE LIGAES

    FN = FA + FR

    FA + FR = 0 (estado em equilbrio)

    Energia (E) e fora de ligaes (F)

    esto relacionadas por : E= F.dr

    A energia necessria

    para separar esses

    dois tomos at uma

    distncia de

    separao infinita.

  • Relao entre algumas propriedades e as curvas de fora e de

    energia de ligao

    Quanto maior o valor de |E0|,

    maior a temperatura de fuso de

    um material, j que h

    necessidade de rompimento de

    ligaes para a mudana de

    estado fsico (slido lquido).

    Temperatura de fuso

  • Elevados valor de valor de |E0| baixo coeficiente de expanso trmica (alteraes dimensionais pequenas).

    Coeficiente de Expanso

    Relao entre algumas Propriedades e as curvas de fora e de

    energia de ligao

  • Quanto maior a energia de ligao |E0|, maior a resistncia.

    Relao entre algumas Propriedades e as curvas de fora e de

    energia de ligao

    Resistncia mecnica

  • Ligaes Atmica

    Ligao inica Entre metais e no-metais;

    Os tomos metlicos facilmente cedem os eltrons de valncia aos elementos

    no-metlicos (configurao estvel ).

    Energia de ligaes: 150-370 Kcal/mol A magnitude da fora obedece a Lei de

    Coulomb

    EA= -A/r

    ER= B/rn

    B (ajustado empiricamente)

    n (aproximadamente igual a 8)

    A igual:

    Onde 0 a permissividade do vcuo

    (8,85x10-12 F/m), Z1 e Z2 so as valncias

    dos dois tipos de ons e e a carga de num

    eletron (1,602x10-19 C)

  • Os eltrons de valncia so compartilhados

    Dois atmos, ligados de maneira covalente, iro cada um contribuir com pelo menos um eltron para a ligao

    Para N eltrons de valncia, um tomo pode ligar-se covalentemente a, no mximo, 8-N outros eletrons.

    A ligao covalente forte = 125-300 Kcal/mol.

    possvel ter ligaes interatmicas que so parcialmente inicas e parcialmente covalentes.

    O percentual de carter inico de uma ligao entre dois elementos A e B (onde

    A o elemento mais eletronegativo) pode

    ser calculado pela seguinte expresso:

    Ligao covalente

    % carter inico = {1 exp [-(0,25)(XA-XB)]}x100

    Onde XA e XB so as eletronegatividades dos respectivos elementos. A o elemento mais eletronegativo.

  • Ligaes inicas versus covalentes

    Os materiais cermicos formados a partir de elementos dos grupos monovalentes IA (Li, Na,K, etc...) e o VII A (F, Cl, Br, etc...) so de carter muito inico mas com baixa fora entre as ligaes qumicas, caracterizando compostos de baixo ponto de fuso (para o grupo dos cermicos), baixa dureza, resistncia e mdulo de elasticidade e grande expanso trmica. J os materiais cermicos formados a partir de elementos de grupos de maior valncia como Mg+2 Al+3 Zr+4 possuem ligaes de carter menos inico mas com alta fora nas ligaes gerando compostos de alto ponto de fuso, resistncia mecnica, dureza etc. As cermicas ligadas predominantemente por ligaes covalentes so tipicamente duras e de alta resistncia apresentando altos pontos de fuso. Como essas ligaes so direcionais, apresentam em geral menores densidades (para pesos moleculares equivalentes) e menores expanses trmicas que os compostos inicos.

  • Encontrada em metais e suas ligas. Forma-se com tomos de baixa

    eletronegatividade (apresentam no mximo 3 eltrons de valncia)

    Os eltrons de valncia so divididos com todos os tomos (no esto ligados a nenhum tomo em particular) e assim eles esto livres para conduzir.

    A ligao metlica geralmente forte (um pouco menos que a inica e covalente)= 25-200 Kcal/mol

    Ex: Hg e W

    Ligao metlica

  • Ligaes de Van der Waals

    So fracas em relao s primrias (Energia de ligao < 10

    Kcal/mol).

    Ligaes apolares ( diferena de eletronegatividade tem que ser

    igual zero.

    Estrutura planar da grafita: dentro dos planos ligao covalente, entre

    os planos ligao fraca

  • Polimorfismo

    Alguns metais e no-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina

    dependendo da temperatura e presso. Esse fenmeno conhecido como

    polimorfismo.

    Geralmente as transformaes polimrficas so acompanhadas de mudanas

    na densidade e mudanas de outras propriedades fsicas.

    Uma substncia cristalina capaz de existir em um certo nmero de

    diferentes formas cristalinas dependendo da temperatura, presso e presena

    de impurezas

  • Polimorfismo da Slica

  • Polimorfismo: Transformaes reconstrutivas

    1- Transformao lenta 2- Caracteriza-se pela quebra da estrutura original e a formao de nova

    estrutura

    3- Ocorre o rompimento de ligaes

    4- Requerem grande quantidade de energia para romper as ligaes e

    formar outras

    5- No so facilmente reversvel (diamante-grafite)

    Polimorfos de carbono: grafita e diamante

  • Grafita

    Diamante

    Polimorfos de carbono : grafita e diamante

  • Polimorfismo: Transformao por deslocamento

    1- Ocorre um deslocamento dos tomos, sem ocorrer rompimento de

    ligaes.

    2- Ocorrem mudanas nos comprimentos e ngulos de ligao.

    3- Transformao ocorre exatamente quando da temperatura de

    transformao alcanada.

    4- Transformao se completa em poucos segundos.

    5- reversvel.

    6- A diferena de energia entre as modificaes pequena.

    7- A transformao no procede de um ncleo, mas ocorre atravs do

    cristal como um todo, acontecendo isso na temperatura apropriada.

    Ex: Zircnia, quartzo, titanato de brio, etc.

  • Slica

    -quartzo

    -quartzo

  • Trs polimorfos da zircnia

  • Segundo a distribuio espacial dos tomos, molculas ou ons, os

    materiais slidos podem ser classificados em:

    Cristalinos: compostos por tomos, molculas ou ons arranjados de uma

    forma peridica nas trs dimenses. As posies ocupadas seguem uma

    ordenao que se repete para grandes distncias atmicas.

    No Cristalinos: compostos por tomos, molculas ou ons que no

    apresentam uma ordenao de longo alcance. Podem, no entanto, apresentar

    ordenao de curto alcance.

    Materiais Cristalinos e No Cristalinos