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3 Proposta Curricular da disciplina de Ciências
3.1 Apresentação da disciplina
3.1.1 História da disciplina ciência:
A disciplina de Ciências apresenta um estudo da atividade humana complexa,
histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de questões
sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas.
O estudo de Ciências nos remete a uma reflexão considerando esta disciplina
curricular como uma construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e
instituições num determinado contexto histórico, sócio – econômico, tecnológico, cultural,
religioso, ético e político num contexto das realizações humanas, que também são
historicamente determinadas.
O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se
estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à
educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e
recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas
sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO,
2005, p. 162 in DCE de Ciências p. 49).
O ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos
de referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre
outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam
os campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins
sociais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 84), de modo a possibilitar ao educando a
compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da Natureza,
em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e político.
Neste contexto a disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o
conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista
científico, entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o
universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os
fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos
fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida. A
Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da disciplina de
Ciências.
Desta forma se entende por conteúdos científicos escolares os conhecimentos
científicos originados na pesquisa científica mediados para a escola através da
transposição didática realizada pelos docentes no ensino de Ciências, sendo assim, a
cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do
conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza, de
compreendê-la e se apropriar dos seus recursos.
3.2 Objetivo da disciplina:
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico
que resulta da investigação da natureza, entendendo esta como o conjunto de elementos
integradores que constitui o universo em toda sua complexidade. Ao homem cabe
interpretar seus fenômenos, resultantes das relações entre tempo, espaço, matéria,
movimento, força, campo, energia e vida, racionalmente. Assim propõe-se:
- Conhecer a história da ciência, associando os conhecimentos científicos com os
contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que originaram sua construção.
- Conhecer os métodos científicos empregados na produção dos conhecimentos, para
que as estratégias de ensino propiciem a construção de conhecimentos significativos
pelos estudantes.
- Conhecer as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais associadas à
produção de conhecimentos, para superar a ideia reducionista da ciência como
transmissão de conceitos, porque essa perspectiva desconsidera os aspectos históricos,
culturais, éticos, políticos, sociais, tecnológicos, entre outros, que marcam o
desenvolvimento científico.
- Conhecer os desenvolvimentos científicos recentes, por meio dos instrumentos de
divulgação científica.
- Selecionar conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, considerando o nível
de desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o aprofundamento conceitual necessário.
3.3 Conteúdos Estruturantes:
Atualmente o estudo de Ciências é colocado nas Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná em cinco conteúdos estruturantes, a saber: Astronomia, Matéria,
Sistemas Biológicos, Energia e Biodiversidade.
No conteúdo estruturante astronomia, se discute a origem e a evolução do
Universo. Entre outros conteúdos sugere-se o estudo do universo, sistema solar,
movimento celeste e terrestre, astros, origem e evolução do universo e gravitação
universal.
No conteúdo estruturante matéria, propõe-se o estudo da constituição dos
corpos, ou seja, constituição e propriedades, da matéria.
Nos sistemas biológicos envolve níveis de organização dos seres vivos, o
estudo de célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos e mecanismos de herança
genética.
O conteúdo estruturante energia, propõe a discussão do conceito de energia a
partir de um modelo explicativo fundamentado nas ideias do calórico, propondo substituir
o calor à mesma, obtendo a lei de conservação de energia. Contempla também as várias
manifestações de energia, como por exemplo, mecânica, térmica, elétrica, luminosa e
nuclear. Os conteúdos básicos são formas, conservação e transmissão de energia.
No conteúdo estruturante biodiversidade, visa à compreensão do seu conceito
e demais conceitos intra-relacionados. Assim, sugere-se o estudo da organização dos
seres vivos, sistemática, ecossistemas, interações ecológicas, origem da vida e evolução
dos seres vivos.
Conteúdos que devem ser trabalhados nas séries específicas:
6º ano
Conteúdo
estruturante
Conteúdo
básico
Conteúdo
específico
Critérios de avaliação
Astronomia universo Origem O conhecimento da história da
ciência, a respeito das teorias
geocêntricas e heliocêntricas.
O conhecimento das ocorrências
astronômicas como fenômenos da
natureza.
Sistema solar Componentes e
características dos
planetas.
Conhecimento dos diferentes
planetas que compõem o sistema
solar.
Movimentos Movimento de A compreensão dos movimentos
terrestres rotação e
translação da terra,
suas causas e
consequências.
Noite e dia
Fases da Lua
Eclipses
de rotação e translação dos
planetas constituintes do sistema
solar.
Movimentos
celestes
Movimentos dos
astros.
Movimento
aparente do Sol
Conhecer os diferentes
movimentos que os astros
executam.
Astros Conceito dos
diferentes astros
que fazem parte do
sistema solar.
O reconhecimento das
características básicas de
diferenciação entre estrelas,
planetas, planetas anões, satélites
naturais, cometas, asteroides,
meteoros e meteoritos.
Matéria Constituição da
matéria.
Água, ar e solo.
Constituição e
propriedades da
matéria
Compreensão da constituição da
água.
Compreensão do processo de
formação do solo, sua composição
e cuidados para preservação do
mesmo.
Sistemas
biológicos
Níveis de
organização.
Características
gerais dos seres
vivos.
O reconhecimento das
características gerais dos seres
vivos.
O conhecimento dos níveis de
organização celular.
Energia Formas de
energia
Fotossíntese,
cadeia alimentar e
teia alimentar.
O conhecimento a respeito da
conservação de energia .
A interpretação do conceito de
transmissão de energia.
Biodiversidad
e
Organização
dos seres
vivos.
Ecossistema.
Evolução dos seres
vivos.
O conhecimento da diversidade as
espécies e sua classificação.
A distinção entre ecossistema ,
comunidade e população.
O conhecimento a respeito da
extinção de espécies.
7º ano
Conteúdo
estruturan
te
Conteúdo
básico
Conteúdo específico Critérios de avaliação
Astronomia Astros Definição dos diferentes
astros.
Compreensão dos conceitos
dos diferentes astros.
Movimentos
terrestres
Movimento de rotação e
translação da Terra,
estações do ano, eclipse
solar e lunar
A comparação dos movimentos
aparentes do céu, noites, dias,
eclipses do sol e da lua com
base no referencial Terra.
Movimentos
celestes
Constelações. A compreensão dos
movimentos celestes a partir do
referencial do planeta Terra.
Matéria Constituição
da matéria
Constituição físico química
do sol. A energia solar. A
Terra primitiva e a
constituição da sua
atmosfera.
O entendimento da composição
físico – química, produção de
energia e sua importância para
a vida no planeta Terra.
O entendimento da constituição
da atmosfera terrestre
primitiva, comparada com a
atual
Sistemas
biológicos
Célula Estrutura química da célula. O conhecimento dos
fundamentos da estrutura
química da célula.
O conhecimento dos
mecanismos de constituição da
célula e as diferenças entre os
tipos celulares.
Morfologia e
fisiologia
dos seres
Níveis de organização dos
seres vivos – organização
celular.
As relações entre os órgãos e
sistemas animais e vegetais a
partir do entendimento dos
vivos. mecanismos celulares.
Energia Formas de
energia
Fotossíntese. A compreensão do fenômeno
fotossíntese e dos processos
de conversão de energia na
célula.
Transmissã
o de energia
A energia luminosa solar e
sua importância para os
seres vivos;
Fundamentos para entender:
luz, cor, radiação ultra violeta
e infravermelha. Calor e
energia térmica.
O entendimento do conceito de
energia luminosa.
O entendimento da relação
entre energia luminosa solar e
sua importância para os seres
vivos.
A identificação dos
fundamentos da luz, as cores, e
a radiação ultravioleta e
infravermelho.
Biodiversi
dade
Origem da
vida
Conceito de biodiversidade.
Teoria sobre a origem da
vida: Oparin- Haldane,
Panspermia Cósmica,
Geração espontânea.
O entendimento do conceito de
biodiversidade e sua amplitude
de relações com os sistemas
endodérmicos e ectodérmicos.
Organizaçã
o dos seres
vivos
Classificação e a
nomenclatura dos seres
vivos.
-Reino Fungi:
características,
importância econômica,
doenças e a descoberta
de medicamentos.
- Reino Protista:
características gerais e
doenças;Reino Monera:
características, formas,
importância econômica e as
doenças.
O conhecimento a respeito da
classificação dos seres vivos,
de categorias taxonômicas,
filogenia.
Reconhecimento das principais
características e representante
dos reinos: Fungi, Protista e
Monera.
Conhecimento e classificação
- Reino Animal: morfologia,
fisiologia, alimentação,
respiração, circulação,
excreção, locomoção, e
coordenação filos.
- Reino Planta: classificação,
adaptação, morfologia e
fisiologia .
- Os vírus: características
gerais e doenças causadas
por vírus.
-Relações ecológicas;
do reino animal: vertebrados e
invertebrados.
Compreensão e classificação
do reino vegetal
Conhecimento das
características dos vírus.
O entendimento das interações
e sucessões ecológicas, cadeia
alimentar e seres autótrofos e
heterótrofos.
8º ano
Conteúdo
estruturante
Conteúdo básico Conteúdo
específico
Critérios de
avaliação
Astronomia Origem e evolução
do universo.
Teorias sobre origem
e evolução do
universo.
Classificação
cosmológica
( galáxias,
aglomerados,
nebulosas, buracos
negros, Lei de
Hubble, idade e
escala do universo).
Reflexão sobre os
modelos científicos
que abordam a
origem e evolução
do universo.
Conhecimento dos
fundamentos da
classificação
cosmológica.
Matéria Constituição da
matéria
Conceito e
constituição da
matéria com base
nos modelos
Conhecimento sobre
a matéria e sua
constituição com
base nos modelos
atômicos.
Conceito de átomo,
íons, elemento
químico,
substancias, ligações
químicas e reações
química.
Leis da conservação
da massa.
Compostos
orgânicos e suas
relação com a
constituição dos
seres vivos.
atômicos.
Compreensão dos
conceitos de
átomos, íons,
elementos químicos,
substancias,
ligações e reações
químicas.
Conhecimento das
Leis da conservação
da massa.
Entendimento dos
compostos
orgânicos com a
constituição dos
organismos vivos.
Sistemas biológicos Célula
Tecidos
Mecanismos
celulares e sua
estrutura.
Estrutura e
funcionamento dos
tecidos
Entendimento dos
mecanismos
celulares e sua
estruturas.
Conhecimento da
estrutura e
funcionamento dos
tecidos,.,
Morfologia e
fisiologia dos seres
vivos.
Sistema digestório,
cardiovascular,
respiratório, excretor
e urinário.
Entendimento dos
conceitos que
fundamentam os
sistemas: digestório,
cardiovascular,
respiratório, excretor
e urinário.
Energia Formas de energia Energia química,
mecânica e nuclear ,
fontes transmissão e
Compreensão da
energia química,
mecânica e nuclear
armazenamento.
Relação da energia
química com a
celula.
fontes, transmissão
e armazenamento.
Biodiversidade Evolução dos seres
vivos.
Teorias evolutivas Entendimento das
teorias evolutivas.
9º ano
Conteúdo
estruturante
Conteúdo básico Conteúdo
específico
Critérios de
avaliação
Astronomia Astros
Gravitação universal
Leis de Kepler, de
Newton, fenômenos
das mares.
Entendimento das
Leis de Kepler para
as órbitas dos
planetas.
Entendimento das
Leis de Newton no
tocante a gravitação
universal.
Interpretação de
fenômenos
terrestres
relacionados à
gravidade como as
marés.
Matéria Propriedades da
matéria.
Massa, volume,
densidade,
compressibilidade,
elasticidade,
divisibilidade,
indestrutibilidade,
impenetrabildade,
maleabilidade,
ductibilidade,
flexibilidade,
Compreensão das
propriedades da
matéria.
permeabilidade,
dureza, tenacidade,
cor, brilho e sabor.
Sistemas biológicos Morfologia e
fisiologia dos seres
vivos.
Mecanismos de
herança genética.
Sistema nervoso,
sensorial, reprodutor
e endócrino.
Mecanismos de
herança genética,
cromossomos,
genes, mitose e
miose.
Compreensão dos
sistemas nervoso,
sensorial, reprodutor
e endócrino.
Entendimento dos
mecanismos de
herança genética,
cromossomos,
genes, processos de
mitose e meiose.
Energia Formas de energia.
Conservação de
energia
Sistemas
conversores, fontes e
relação com a Lei de
conservação de
energia.
Compreensão dos
sistemas
conversores de
energia, fontes e
relação com a Lei da
conservação de
energia.
Entendimento dos
conceitos de
movimento,
deslocamento,
velocidade,
aceleração, trabalho
e potência.
Entendimento do
conceito de energia
elétrica e sua
relação com o
magnetismo.
Biodiversidade Interações
ecológicas.
Ciclos
biogeoquímicos e
suas relações
interespecíficas e
intraespecíficas.
Entendimento dos
fundamentos
teóricos que
descrevem os ciclos
biogeoquímicos e
suas relações
interespecíficas e
intraespecíficas.
3.4 Fundamentos teórico-metodológico
As Diretrizes Curriculares para o ensino de Ciências propõem uma prática
pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo
metodológico.
Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o
professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o tempo
disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político
pedagógico da escola; os interesses da realidade local e regional onde a escola está
inserida; a análise crítica dos livros didáticos e paradidáticos da área de Ciências; e
informações atualizadas sobre os avanços da produção científica.
O ensino de Ciências, alguns aspectos são considerados essenciais tanto para
a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Estes aspectos envolvem a
história da ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais.
Considera-se que a história da ciência contribui para a melhoria do ensino de
Ciências porque propicia melhor integração dos conceitos científicos escolares,
prioritariamente sob duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como
fonte de estudo que permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos,
assim, enriquecendo suas estratégias de ensino (BASTOS, 1998 in DCE Ciências p. 69).
Frente a uma metodologia de divulgação científica busca-se suprir a
defasagem entre o conhecimento científico e o conhecimento científico escolar,
permitindo a veiculação em linguagem acessível do conhecimento que é produzido pela
ciência e dos métodos empregados nessa produção.
As atividades experimentais podem contribuir para a superação de obstáculos
na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações,
discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza
investigativa.
Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo
inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de
recursos como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais
alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua
realização.
As estratégias para o ensino de ciências devem ser selecionadas considerando
o desenvolvimento cognitivo dos estudantes.
O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o uso de:
• recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro
didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos, música, quadro
de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros), globo, modelo didático
(torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio,
lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor, entre outros;
• de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de relações,
diagramas, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros;
• de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, museus (quando
possível seja on-line ou outro), laboratórios, exposições de ciência, seminários e debate.
Desta forma propõem-se alguns elementos da prática pedagógica a serem
valorizados no ensino de Ciências, tais como: a abordagem problematizadora, a relação
contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo,
a observação, a atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico, entre outros.
Propõe-se frente aos conteúdos curriculares da disciplina de Ciências discutir
os Desafios Contemporâneos na escola pública, com a clareza de que a intencionalidade
é a de compreensão dos condicionantes sociais, políticos e econômicos de na
contradição do capital (inclusão, sustentabilidade, cidadania, meio ambiente, etc).
Assim, a escola deve contextualizar seu conteúdo compreendendo que a
sociedade é excludente, e portanto precisa se colocar a frente do processo de
apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Neste
sentido, a discussão dos desafios educacionais contemporâneos na escola deve partir da
compreensão do conteúdo em sua totalidade e a partir do necessário movimento dialético,
que as questões apontadas como “demandas” podem e devem ser discutidas (Educação
Ambiental. Educação Fiscal, Cidadania e Direitos Humanos, Enfrentamento a Violência na
Escola, Educação para as Relações Etnicorraciais, Prevenção ao Uso Indevido de
Drogas, Educação Escolar Indígena, Gênero e Diversidade Sexual, Diversidade
Educacional – inclusão educacional, Cultura Afro-brasileira e Africana, Educação
Indígena, Educação do Campo - e História do Paraná) . Para tal, a primeira reflexão ou
suporte necessário, seria pensar em que medida estas demandas podem ou não passar
pelo currículo e, neste sentido, convergem com a intencionalidade da escola, permitindo
ou não a formação crítica dos sujeitos.
Desta forma faz-se a defesa de que a consciência dos sujeitos se dá pela
práxis, a qual não pode ser entendida como soma de partes fragmentadas, dadas pela
teoria e pela prática, mas como condição, numa perspectiva de totalidade. É necessário
pontuar ainda que alguns dos Desafios Educacionais Contemporâneos inseridos na
escola e nas políticas educacionais, hoje são marcos legais, que têm seus princípios e
história determinados pela cobrança da sociedade civil organizada e, mais pontualmente,
dos movimento sociais – entre outros. Sendo assim, tais leis e lutas históricas e coletivas
da humanidade não serão negadas pela escola, mas são chamadas ao currículo quando
fazem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo parte do
recorte do conteúdo e como necessidade para explicação de fatos sociais.
3.5 Avaliação
Sendo a avaliação considerada uma atividade essencial do processo ensino-
aprendizagem dos conteúdos científicos e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases
nacionais Nº. 9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do
estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Para valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo é importante
considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em oposição a
um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir-verificar-
registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática
realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de
reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno
buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as”
(HOFFMANN, 1991, p. 67 in DCE Ciências p. 77).
A ação avaliativa no processo ensino-aprendizagem, propicia um momento de
interação e construção de significados no qual o educando aprende. Para que tal ação
torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a
serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória
e excludente.
Será preciso respeitar o educando como um ser humano inserido no contexto
das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse
modo, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante,
construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes
estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental
que se valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão
do aluno por meio de diversos instrumentos de ensino e de avaliação, proporcionando
também ao professor rever e articular o processo de ensino, em busca de sua superação
(BARROS FILHO e SILVA, 2000 in DCE Ciências p. 78).
Para o professor fazer uma investigação se houve a aprendizagem significativa
de seus alunos ele deverá observar se os conceitos científicos são aplicados pelos
mesmos em situações diferenciadas, como problemas novos, não familiares buscando
solucioná-los. Desta forma, a prova pode ser um excelente instrumento de diagnóstico
dos conceitos científicos escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o
quanto o nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b
in DCE Ciências p. 78).
Para isso, as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar
outras relações além daquelas trabalhadas em sala de aula.
Neste sentido, o diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão
sendo compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária
retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos e
estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem:
• origem e evolução do universo;
• constituição e propriedades da matéria;
• sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;
• conservação e transformação de energia;
• diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem, bem
como os processos evolutivos envolvidos.
Para maior especificidade nos critérios de avaliação deverá ser levado em
consideração o quadro de conteúdos (DCE Ciências p. 84 ss) em que consta
detalhadamente os critérios de avaliação para os conteúdos de cada série dos anos finais
do Ensino Fundamental, da mesma forma levar-se-á em consideração o programa de
recuperação de estudos presentes no Projeto Político Pedagógico da escola.
Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo
ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos
conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma
aprendizagem realmente significativa para sua vida.
A recuperação de estudos terá por objetivo proporcionar aos alunos
oportunidade de melhor se firmarem na aprendizagem dos conteúdos em defasagem,
visando à elevação de seu padrão de desempenho. O processo de recuperação paralela
se efetivará observando atividades diversificadas que estimulem a compreensão e
desperte o interesse do educando, através de seminários, jogos, estudo do meio,
ilustrações, experimentação e problematização, mapas conceituais, revisão de conteúdos
por meio de leituras e pesquisas, produção e criação, diálogo, questionamentos,
fragmentos de filmes, sínteses, resumos, resenhas, trabalhos em grupos, visitas culturais
e científicas.
3.6 Referências
BARROS, Carlos e PAULINO, Wilson. Ciências 7ª série. Manual do Professor. São Paulo.
Ática, 2007.
BECKER, Fernando. A Origem do Conhecimento e a Aprendizagem Escolar. Porto
Alegre. Artemed, 2003.
BIZZO, Nélio. Ciência: Fácil ou Difícil. São Paulo. Ática, 2000.
HAZEN, Robert M TREFIL, James. Saber Ciência do Big Bang à engenharia Genética as
Bases para Entender o Mundo Atual e o Que Virá Depois.Tradução Cecília Prada. São
Paulo. Editora de Cultura, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, Departamento de
Educação Básica, Curitiba, 2008.
VALLE, Cecília. Coleção Ciências Ser Humano e Saúde. Curitiba. Editora Nova Didática,
2004.
4 Proposta Curricular da disciplina de Educação Física
4.1 Apresentação da disciplina
Para pensar a disciplina de Educação Física inicialmente deve-se entender a
escola como o espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os
conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes sócio-históricas do
conhecimento em sua complexidade.
Se defende um currículo baseado nas dimensões científica, artística e filosófica
do conhecimento. A produção científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico
da humanidade, como dimensões para as diversas disciplinas do currículo, o que
possibilitam um trabalho pedagógico que aponta na direção da totalidade do
conhecimento e sua relação com o cotidiano.
Além disso, as ciências humanas desenvolveram a análise da formação,
consolidação e superação das estruturas objetivas do humano na sua subjetividade e nas
relações sociais. Essas transformações, que se deram devido à expansão da vida urbana,
à consolidação do padrão de vida burguesa e à formação de uma classe trabalhadora
consciente de si, exigem investigações sobre a constituição do sujeito e do processo
social. São as dimensões filosófica e humana do conhecimento que possibilitam aos
cientistas perguntarem sobre as implicações de suas produções científicas. Assim,
pensamento científico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não se
confundem, mas não se devem separar.
As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais
recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa. Sob a égide de
conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então denominada ginástica,
surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a
formação moral dos cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em
prescrições de exercícios visando o aprimoramento de capacidades e habilidades físicas
como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter,
da autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento
patriótico.
No contexto referido acima, a educação física1 ganha espaço na escola, uma
vez que o físico disciplinado era exigência da nova ordem em formação. A educação do
físico confundia-se com a prática da ginástica, pois incluía exercícios físicos baseados
nos moldes médico-higiênicos.
No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de
Educação Física tornou-se obrigatória nas instituições de ensino para crianças a partir de
6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um anteprojeto publicado pelo então
Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo Passos.
Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos esportivos
do rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e a
racionalização de meios e técnicas. Trata-se não mais do esporte da escola, mas sim do
esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de
reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica
desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide
esportiva (BRACHT, 1992, p. 22).
A perspectiva esportiva da Educação Física escolar recebeu uma forte crítica
da corrente da psicomotricidade cujos fundamentos se contrapunham às perspectivas
teórico-metodológicas baseadas no modelo didático da esportivização. Tais fundamentos
valorizavam a formação integral da criança, acreditando que esta se dá no
desenvolvimento interdependente de aspectos cognitivos, afetivos e motores.
Entretanto, a psicomotricidade não estabeleceu um novo arcabouço de
conhecimento para o ensino da Educação Física, e as práticas corporais, entre elas o
esporte, continuaram a ser tratadas, tão-somente, como meios para a educação e
disciplina dos corpos, e não como conhecimentos a serem sistematizados e transmitidos
no ambiente escolar.
Além disso, a Educação Física ficou, em alguns casos, subordinada a outras
disciplinas escolares, tornando-se um elemento colaborador para o aprendizado de
conteúdos diversos àqueles próprios da disciplina6 (SOARES, 1996, p. 09).
Com o movimento de abertura política e o início de um processo de
redemocratização social, que culminou com o fim da Ditadura Militar em meados dos anos
de 1980, o sistema educacional brasileiro passou por um processo de reformulação.
4.2 Objetivos da disciplina (Justificativa)
- Reconhecer a gênese da cultura corporal, que reside na atividade humana para garantir
a existência da espécie. Destacam-se daí os elementos lúdicos e agonísticos que,
sistematizados, estão presentes na escola como conteúdos de ensino.
- Compreender a Educação Física composta por interações que se estabelecem nas
relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos.
- Refletir, analisar e perceber a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da
Educação Física, evidenciando a relação entre a formação histórica do ser humano por
meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes.
- Estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representações do mundo que o ser
humano tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras,
danças, lutas, ginásticas e esportes.
4. Conteúdos estruturantes
Recorte histórico delimitando tempos e espaços.Analise da possível relação entre o Esporte de rendimento X qualidade de vida.Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico.Estudo as regras oficiais e sistemas táticos.Organização de campeonatos, torneios, elaboração de Súmulas e montagem de tabelas, de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples, dupla, entre outros).Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.Reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o fenômeno Esporte.Discutir e analisar o Esporte nos seus diferenciados aspectos:- enquanto meio de Lazer.- sua função social.- sua relação com a mídia.- relação com a ciência.- doping e recursos ergogênicos e esporte alto rendimento.- nutrição, saúde e prática esportiva.- esporte adaptado.Analisar a apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.
CONTEUDO ESTRUTURANTE JOGOS E BRINCADEIRAS
1. Analisar a apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural.
2. Organização de eventos.
3. Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e
tempos de lazer.
4. Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
CONTEUDO ESTRUTURANTE DANÇA
− Possibilitar o estudo sobre a Dança relacionado à expressão corporal, seu contexto
histórico, suas representações e diversidade de culturas.
− Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus
diferenciados ritmos.
− Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão
corporal.
− Estimular a interpretação e criação coreográfica.
− Provocar a reflexão acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural.
− Entender os benefícios gerais possibilitados pela dança.
− Organização de Festival de Dança.
CONTEUDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA
- Analisar a função social da ginástica.
- Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica.
- Pesquisar a interferência da Ginástica no mundo do trabalho (ginástica laboral).
- Estudar a relação entre a Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida.
- Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica
com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos de
força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,
composição corporal, desvios posturais, LER, DORT, compreensão cultural acerca do
corpo, entre outros.
- Apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural.
- Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a
sistematização e planejamento de treinos.
- Organização de festival de ginástica.
- A Ginástica geral como possibilidade.
CONTEUDO ESTRUTURANTE LUTAS
Pesquisar, debater e vivenciar diferentes elementos das lutas.
Reconhecer pressupostos históricos, filosóficos e as características das diferentes artes
marciais,
Identificar técnicas táticas/ e estratégias, das lutas em diferentes contextos;
Discutir sobre apropriação da Luta pela Indústria Cultural,
Compreender os benefícios possibilitados pelas lutas e artes marciais.
Analisar e discutir a diferença entre Lutas x Artes Marciais X esporte.
Reconhecer historicamente a capoeira, suas diferenças de classificação e estilos;
Perceber a capoeira enquanto jogo/luta/dança, sua musicalização e ritmo, ginga,
confecção de instrumentos, movimentação, roda etc.
Conteúdos Básicos: 5ª a 8ª Séries.
− Coletivos e individuais.
− Jogos radicais.
− Jogos e brincadeiras populares.
− Brincadeiras e cantigas de rodas.
− Jogos de tabuleiros.
− Jogos cooperativos.
− Jogos dramáticos.
− Danças folclóricas.
− Danças de rua.
− Danças criativas.
− Danças circulares.
− Ginástica rítmica.
− Ginástica circense.
− Ginástica geral.
− Lutas de aproximação, capoeira.
Conteúdos Básicos: Ensino Médio
1ª Série
Conteúdo
Estruturante
Conteúdo
Básico
Conteúdos específicos
Avaliação/Espera-se que o aluno:
Esporte Coletivos Futebol, Voleibol, Basquete, Handebol
-Identifique os diferentes tipos de
esportes coletivos.
- Relacione os esportes coletivos com os elementos articuladores.- Questione criticamente os conceitos e práticas trabalhadas.- Reconheça os gestos e técnicas dos esportes para que possa experimentar e reconhecer os gestos motores característicos do esporte.- Reconheça as diferentes regras dos esportes trabalhados.- Organize e vivencie atividades esportivas, trabalhando a elaboração, confecção de tabelas, arbitragens, súmulas e as diferentes noções de preenchimento das mesmas.- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Jogos e
brincadeiras
Jogos de tabuleiro
Xadrez, dama, trilha
- Reconheça e se aproprie dos jogos de xadrez , dama e trilha.- Organize atividades lúdicas com diferentes tipos de jogos. - Relacione os jogos de tabuleiro com os elementos articuladores.- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Dança Danças Folclóricas
Fandango, cirandas, quadrilhas,
- Reconheça os diferentes passos,
posturas, conduções, formas de
deslocamento, entre outros
- Reconheça as diferentes formas
de ritmos e expressões culturais,
do fandango, das cirandas e das
quadrilhas.
- Conheça a origem histórica das
danças e seu contexto.
- Argumente criticamente sobre
apropriação das danças pela
indústria cultural.
- Crie e apresente coreografias das
danças trabalhadas.
- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Ginástica Ginástica artística
Ginástica de solo (rolamentos, saltos, giros, deslocamentos)
-Organize um evento de ginástica
artística,
- Apresente diferentes criações
coreográficas ou seqüência de mo-
vimentos ginásticos de solo.
-Compreenda questões biológicas,
ergonômicas e fisiológicas que
envolvem a ginástica de solo.
- Estabeleça um diálogo com os
capítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.Lutas Lutas com
aproximaçãojudojiu-jitsu; sumo.
- Conheça os aspectos históricos,
filosóficos e as características das
diferentes manifestações das lutas.
− Reconheça os movimentos ca-
racterísticos de cada luta;
− Identifique os benefícios possi-
bilitados pela prática das lutas.
− Estabeleça um diálogo com os
capítulos do LDP que tratam
deste conteúdo estruturante.
2ª Série
Conteúdo
Estruturante
Conteúdo
Básico
Conteúdos específicos
Avaliação/ Espera-se que o aluno:
Esporte Individual Atletismo, tênis de campo, badminton
− Se aproprie criticamente acerca das
diferenças entre o esporte da escola
e o esporte de rendimento.
− Reconheça a relação entre esporte e
lazer.
- Compreenda a função social do
esporte.
- Se aproprie de conhecimentos
específicos sobre os esportes
estudados e vivenciados, como sua
história, seus fundamentos, regras,
entre outros.
- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Jogos e
brincadeiras
Jogos
dramáticos
Dramatização mímica, improvisação .
- Reconheça as diferentes
possibilidades de um trabalho com a
mímica e a dramatização.
- Seja capaz de utilizar os recursos da
improvisação na releitura de poemas e
textos literários, expressando-se
corporalmente.
- Crie pequenas peças de teatro
utilizando os conhecimentos
trabalhados na aula.
- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Dança
Dança de
rua
break; funk
-Crie interprete coreografias.
- Refllita acerca da apropriação da
Dança pela Indústria Cultural.
- Organize uma apresentação de break.
- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Ginástica Ginástica de
academia
Ginástica aeróbica, anaeróbica, alongamento flexibilidade.
- Compreenda a função social da
ginástica.
- Discuta sobre a influência da mídia, da
ciência e da indústria cultural na
ginástica de academia.
- Conhecimento acerca do sistema
energético, produção de energia,
diferenças entre atividades aeróbias e
anaeróbias.
- Estabeleça um diálogo com os capítulos do LDP que tratam deste conteúdo estruturante.
Lutas Lutas que
mantêm a
distancia
karatê,boxe, taekewondo
- Compreenda a diferença entre lutas e
artes marciais, assim como a
apropriação das lutas pela indústria
cultural.
- Conheça os diferentes ritmos, golpes,
posturas, conduções, formas de
deslocamento do karatê, boxe,
taekewondo.
- Organize um festival de demonstração,
no qual os alunos apresentem os
diferentes tipos de golpes.
- Estabeleça um diálogo com os
capítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.
3ª Série
Conteúdo
Estruturante
Conteúdo
Básico
Conteúdos específicos
Avaliação/
Espera-se que o aluno:
Esporte Radicaisecoletivos
skate; rappel; rafting; treking
Punhobolbeisebol/softbolrugby
Esporte Adaptados
- Reconheça a influência da mídia, da
ciência e da indústria cultural no
esporte.
- Compreenda questões relacionadas
ao doping nos esportes.
- Reconheça os recursos ergogênicos
utilizados nos esportes radicais.
− Identifique questões relacionadas
a nutrição e os esportes radicais.
− Reconheça a dinâmica de
organização dos esportes
adaptados.
− Identifique os esportes veiculados
em diferentes países.
− Estabeleça um diálogo com os ca-
pítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.Jogos e
brincadeiras
Jogos
cooperativo
s
futpar; voleinçol; eco-nome; tato contato; olhos de águia; cadeira livre; dança das cadeiras cooperativas; salve-se com um abraço, etc.
- Identifique os apelos da indústria
cultural na veiculação de
brinquedos e brincadeiras
tradicionais como produtos de
consumo.
− Perceba a diferença entre
competir e cooperar.
− Recrie atividades de jogos e
brincadeiras.
− Estabeleça um diálogo com os ca-
pítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.Dança Dança de
salão
Forró, xote, bolero.
− Interprete e crie coreografia das
danças trabalhadas.
− Reflita acerca da apropriação da
dança pela indústria cultural.
− Organize uma apresentação de
danças de salão.
− Estabeleça um diálogo com os
capítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.
Lutas Lutas com instrumento mediador Capoeira
Esgrima, Capoeira regional e Capoeira de angola.
- Se aproprie dos conhecimentos
acerca da capoeira como:
diferenciação da mesma enquanto
jogo/dança/luta, seus instrumentos
musicais e movimentos básicos.
- Organize uma roda de capoeira
onde os alunos vivenciem os
diferentes movimentos da capoeira.
− Organize jogos recreativos
envolvendo a esgrima.
− Reconheça a esgrima em seu
aspecto histórico, contexto político
social, sua esportivização,
significados e simbologias,
− Estabeleça um diálogo com os
capítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.
Ginástica Ginástica Geral
Jogos gímnicos, Movimentos gímnicos.
− Organize eventos de ginástica, na
qual sejam apresentadas as
diferentes criações coreográficas
ou seqüências de movimentos
ginásticos elaborados pelos
alunos.
− Aprofunde e compreenda as
questões biológicas, ergonômicas
e fisiológicas que envolvem a
ginástica.
− Compreenda a função social da
ginástica.
− Discuta sobre a influência da
mídia, da ciência e da indústria
cultural na ginástica.
− Compreenda e aprofunde a
relação entre a ginástica e
trabalho.
− Estabeleça um diálogo com os ca-
pítulos do LDP que tratam deste
conteúdo estruturante.
4.4 Fundamentos teórico-metodológicos
A metodologia a ser adotada no Ensino Médio por blocos de disciplinas é a mesma
proposta para toda a Educação Básica nas DCE dessa disciplina. Pressupõe uma postura
inovadora frente aos conhecimentos que serão trabalhados, rejeitando a prática
pedagógica pautada exclusivamente na lógica de desportivização, comumente organizada
em diferentes modalidades esportivas.
É fundamental repensar a relevância dos conhecimentos que compõem a
Educação Física na escola para a formação do aluno. Tais conhecimentos são
provenientes de diferentes campos da ciência e se constituíram historicamente. Atrelados
a eles, os encaminhamentos metodológicos devem propiciar que os conteúdos
trabalhados em aula partam de uma prática social, passando pelos momentos de
problematização, instrumentalização e catarse para que no final de um conjunto de aulas
seja possível o retorno à prática social, numa perspectiva transformadora.
Ao propor o trabalho com os diferentes conteúdos básicos é imprescindível que o
professor leve em consideração a Abordagem Teórico Metodológica presente nas
Diretrizes Curriculares, conforme segue:
Primeira leitura da realidade (Prática social inicial, Problematização)− Traçar objetivamente o que se pretende alcançar com o conteúdo trabalhado.
− Identificar aquilo que os alunos já conhecem sobre o tema.
− Estabelecer relação entre o Conteúdo Estruturante e as problemáticas da vida social,
cultural, econômica.
− Lançar questões ou desafios que suscitem a reflexão por parte dos alunos.
Apropriação do conhecimento (Instrumentalização, Catarse)
− Possibilitar ao aluno o contato com o conhecimento sistematizado, historicamente
construído.
− Oportunizar condições de assimilação e recriação do conhecimento.
− Realizar intervenções pedagógicas necessárias para apreensão do conhecimento.
Avaliação do processo ensino-aprendizagem (Retorno a Prática Social)− Solicitar a criação de outras variações da temática trabalhada.
− Oportunizar o diálogo que permita ao aluno avaliar o processo de ensino-
aprendizagem.
4.1 CONTEUDO ESTRUTURANTE ESPORTE
Recorte histórico delimitando tempos e espaços.
Analise da possível relação entre o Esporte de rendimento X qualidade de vida.
Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico.
Estudo as regras oficiais e sistemas táticos.
Organização de campeonatos, torneios, elaboração de Súmulas e montagem de
tabelas, de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples,
dupla, entre outros).
Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.
Reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o
fenômeno Esporte.
Discutir e analisar o Esporte nos seus diferenciados aspectos:
- enquanto meio de Lazer.- sua função social.- sua relação com a mídia.- relação com a ciência.- doping e recursos ergogênicos e esporte alto rendimento.- nutrição, saúde e prática esportiva.- esporte adaptado.
• Analisar a apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.
4.2 CONTEUDO ESTRUTURANTE JOGOS E BRINCADEIRAS
5. Analisar a apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural.
6. Organização de eventos.
7. Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e
tempos de lazer.
8. Recorte histórico delimitando tempo e espaço.
4.3 CONTEUDO ESTRUTURANTE DANÇA
− Possibilitar o estudo sobre a Dança relacionado à expressão corporal, seu contexto
histórico, suas representações e diversidade de culturas.
− Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus
diferenciados ritmos.
− Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão
corporal.
− Estimular a interpretação e criação coreográfica.
− Provocar a reflexão acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural.
− Entender os benefícios gerais possibilitados pela dança.
− Organização de Festival de Dança.
4.4 CONTEUDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA
13.Analisar a função social da ginástica.
14.Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica.
15.Pesquisar a interferência da Ginástica no mundo do trabalho (ginástica laboral).
16.Estudar a relação entre a Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida.
17.Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica
com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos
de força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,
composição corporal, desvios posturais, LER, DORT, compreensão cultural acerca do
corpo, entre outros.
18.Apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural.
13.Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a
sistematização e planejamento de treinos.
14.Organização de festival de ginástica.
15.A Ginástica geral como possibilidade.
4.5 CONTEUDO ESTRUTURANTE LUTAS
Pesquisar, debater e vivenciar diferentes elementos das lutas.
Reconhecer pressupostos históricos, filosóficos e as características das diferentes
artes marciais,
Identificar técnicas táticas/ e estratégias, das lutas em diferentes contextos;
Discutir sobre apropriação da Luta pela Indústria Cultural,
Compreender os benefícios possibilitados pelas lutas e artes marciais.
Analisar e discutir a diferença entre Lutas x Artes Marciais X esporte.
Reconhecer historicamente a capoeira, suas diferenças de classificação e estilos;
Perceber a capoeira enquanto jogo/luta/dança, sua musicalização e ritmo, ginga,
confecção de instrumentos, movimentação, roda etc.
Estes representam alguns dos pressupostos possíveis de um trabalho com os
conteúdos estruturantes, embora não se esgotem em si mesmos. Caberá ao professor a
proposição de outras possibilidades de trabalho, dentro desta perspectiva. Destaca-se,
ainda, a utilização do Livro Didático Público como uma importante ferramenta de apoio
didático-pedagógico, bem como dos livros disponíveis na Biblioteca do Professor, para o
aporte teórico necessário.
Pensar nas ações pedagógicas para a Educação Básica significa reorganizar e reconstruir
o entendimento do tempo escolar. O trabalho coma a disciplina de Educação Física
implica numa mudança no planejamento do trabalho docente.
Espera-se do professor o uso de diferentes estratégicas de ensino que,
articuladas entre si propiciam a compreensão de como se constitui o objeto de
conhecimento em estudo. Acredita-se que a reorganização do espaço-tempo escolar
permitirá ao professor acompanhar, analisar e reestruturar a aprendizagem dos seus
alunos obtendo mais informações sobre o desenvolvimento dos processos cognitivos.
Desta forma serão instrumentos importantes para o trabalho docente o Livro
Didático Público Educação Física, TV Multimídia, vídeos, textos, bolas, arcos, cordas,
entre outros.
O compromisso está em um planejamento minucioso, com uma distribuição
equilibrada dos conteúdos pelo número de aulas no semestre para o Ensino Médio
organizado por blocos de disciplinas e anual para as séries finais do Ensino Fundamental.
4.5 Avaliação
Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer o espaço de
relação corpo e movimento.
As provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para avaliação das
aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente para hierarquizar e
classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e reprovados; mas que sirva,
também, como referência para redimensionar a ação pedagógica docente.
Os professores precisam ter clareza de que a avaliação não deve ser pensada
à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve, sim, avançar dialogando
com as discussões sobre as estratégias didático-metodológicas, compreendendo esse
processo como algo contínuo, permanente e cumulativo.
Como instrumentos de avaliação serão utilizados instrumentos diversos entre
estes atividades em grupos em que os educandos terão a possibilidade de construirem
jogos adaptando-os à realidade e desta forma, construindo regras, com vivências destas
atividades na práticas com a turma. A pesquisa e construção de painel com temas,
modalidades, informações relevantes à comunidade escolar sobre a Educação Física
para o corpo e o movimento como forma de expor informações pesquisadas. O encontro
com filmes, de curta ou longa metragem, poderão resultar num trabalho de construção de
relatórios, com análises e reflexões para os estudantes dos conteúdos abordados,
retratando a aprendizagem do esporte, da dança, das lutas, da ginástica, dos jogos e
brincadeiras, fazendo referência aos desafios contemporâneos para o processo de
inclusão social.
4.6 Referências
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: história que não se conta. ed. Campinas: Papirus, 1994.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
CORDEIRO Jr., Orozimbo. Proposta teórico-metodológica do ensino do judô escolar a partir dos princípios da pedagogia crítico-superadora: uma construção possível. Goiás: UFG, 1999. Memórias de Licenciatura.
Educação Física / vários autores. - Curitiba: SEED – PR, 2007. - 248p. ISBN: 85-85380-32-2 (FOLHAS).
FIAMONCINI, Luciana.; SARAIVA, Maria do Carmo. Dança na escola a criação e a co-educação em pauta. In: KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física 1. 3. ed. Ijuí: Unijuí,
2003. p. 95-120.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed., São Paulo: Cortez, 1995.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2009.
Práticas Corporais: Gênese de um Movimento Investigativo em Educação Física. ed., v. 03, Florianópolis: Nauemblu Ciência & Arte, 2005, p. 114-133.
SARAIVA, Maria do Carmo et. al. Dança e seus elementos constituintes: uma experiência contemporânea In: Ana Márcia Silva; Iara Regina Damiani. (Org.).