24zaresoares
Transcript of 24zaresoares
Redes Gestoras de Conhecimento e
Sistemas de Produção
Inovadores
Uma Nova Ciência para uma Sociedade Justa e Sustentável?!?
Zaré A. B. Soares - CONTAG
O DESENVOLVIMENTOPARA O SÉCULO XXI
Questões em aberto
• Equidade, Emprego e Renda;
• Sustentabilidade (biodiversidade / água / clima).
O que a ciência tem a ver com isso? Ou a ciência e o mito da “melhor decisão”.
Questão Equidade
A questão do Emprego
A Questão da Eficiência no uso dos Recursos
Questões Provocadoras
• Qual o papel da Ciência e Tecnologia em nossa sociedade?
• Quais as relações entre Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento?
• A ciência e tecnologia de uma civilização centrada no paradigma do crescimento econômico pode ser a mesma de uma sociedade centrada no paradigma da sustentabilidade ?
• A Ciência e Tecnologia para uma agricultura familiar sustentável poderia ter mesma base paradigmática que a do agronegócio? Que características teria essa “nova” Ciência e Tecnologia?
Abordagens sobre as relações entre Ciência Tecnologia e Sociedade e suas variantes.
FOCO na C&T entende o desenvolvimento da C&T como um
processo de avanço contínuo, linear, inexorável seguindo um caminho próprio.
Foco na SOCIEDADE: o desenvolvimento da C&T não é
endógeno, mas influenciado pela sociedade.
O conteúdo da C&T não influência a sociedade em termos qualitativos. Está associado a uma vertente denominada de Neutralidade Científica.
As características da C&T são socialmente determinadas, variante chamada de Tese Fraca da não-neutralidade.
A C&T determina o desenvolvimento econômico e social. Variante conhecida como Determinismo Tecnológico.
Devido a sua funcionalidade, a C&T é um instrumento de manutenção do status quo ou seja ela inibe a mudança social. Conhecida como Tese Forte da não-neutralidade.
DAGNINO, Renato: Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico, Editora Unicamp, 2008.
Estado da arte deste debateSegundo Dagnino
• A ciência e a tecnologia, assim como seus produtos não são neutras. Uma máquina – produto tecnológico - em seu contexto está impregnada de conteúdo ideológico e cultural;
• A tese da neutralidade científica e tecnológica é uma falácia a serviço da manutenção do status quo;
• Existe nas sociedades modernas uma aproximação cada vez maior entre ciência e política, produzindo o que chamamos de tecnocracia, a tese da neutralidade científica sustenta essa aproximação;
• Existem vários “caminhos” tecnológicos possíveis e a construção de uma sociedade mais justa e sustentável passa necessariamente por mudanças nas bases paradigmáticas em que se apóiam nossos sistemas de produção de conhecimento.
Características dos Caminhos Tecnológicos em Disputa
(Segundo Dagnino)
O Caminho Hegemônico O Caminho Contra-hegemônico
Acumulação. Ênfase em sistemas tecnológicos fechados, focados na produção de mais valia e concentração dos excedentes social do trabalho nos agentes econômicos privados.
Valorização dos diversos conhecimentos (diálogo de saberes) seus portadores / produtores e suas capacidades, ênfase em sistemas tecnológicos abertos (mais facilidade em sua apropriação e adaptação). Construção de autonomias.
Alienação: ênfase e valorização no conhecimento acadêmico (restrito a um nicho), e em recursos tecnológicos controlados pelos agentes econômicos privados.
Valorização dos recursos humanos e naturais locais, da sua diversidade e no fortalecimento das suas capacidades em interagir de forma positiva. Interação positiva entre os ciclos ecológicos e os de reprodução social e econômica das famílias. Base para a construção de estratégias focadas na sustentabilidade.
1. Uma boa parte das inovações socioambientais, relacionadas com a
construção de processos de desenvolvimento em bases mais justas e sustentáveis, são resultado de ações de
instituições da sociedade civil e de movimentos sociais.
Redes Gestoras de Conhecimento e
processos de Inovação
Alguns Pressupostos
2. O conhecimento necessário para a
construção e a disseminação destas
inovações depende das interações entre de um
amplo conjunto de atores que detêm
conhecimentos específicos e parciais
sobre aquela determinada realidade.
3. O conhecimento do agricultor/a, principalmente no que se refere às interações entre o homem e o ambientes,
e as suas conseqüências é um tipo de conhecimento imprescindível para a construção destas inovações.
Demonstrar através de experiências locais inovadoras a possibilidade concreta de promoção do desenvolvimento sustentável, conciliando geração de renda e conservação, e a partir dos conhecimentos construídos, subsidiar
a formulação de políticas públicas que contribuam para a ampliação da escala de impacto destas práticas.
“Pode uma sociedade aprender ?”
Desafio
Questão Motivadora.
Programa de Projetos Demonstrativos - PDA
Histórico
Criado em 1995.
Governo BrasileiroOrganismos de Cooperação Internacional dos Países do G7Sociedade Civil da Amazônia (GTA) e da Mata Atlântica (RMA).
Implementado pelo MMA no âmbito do PPG7.
Principal apoio atualmente é da Cooperação Internacional Alemã.
PDA Fase 1 (1995-2003)194 projetos apoiados147 na Amazônia47 na Mata Atlântica
Temas: Sistemas Agroflorestais e Restauração, Manejo Florestal, Manejo de Recursos Aquáticos, Produção, beneficiamento e comercialização de produtos não madeireiros.
NOVA FASE2004 – Presente
Pontos de partida:Acúmulo de aprendizados gerados até o presenteFortalecimento da articulação das ações por territóriosConstrução de estratégias de trabalho em redes
Proposta:Fortalecimento e Consolidação de uma Rede de Inovação Socioambiental orientada para a negociação de políticas publicas.
Projetos: Mata Atlântica: 122 (PDA Mata Atlântica)Amazônia: 68 (Consolidação e Padeq)
Temas: Agroecologia, Agrofloresta, Restauração Florestal, Gestão Unidades de Conservação, Corredores Ecológicos, Serviços Ambientais, Uso Sustentável de Produtos da Sociobiodiversidade, Ecoturismo, etc.
ResultadosPreliminares
Pessoas e Famílias Envolvidas
Pessoas Capacitadas por cursos 31.427Pessoas Envolvidas em Intercâmbios: 13.570Pessoas Capacitadas em Gestão Participativa de
UCs 3.418.
22.018 famílias e 40.227 pessoasParticipam dos Projetos PDA
Resultados em Restauração
2101,7Área total APPs + RLs
532,5Área recuperada em APPs
720,51Área recuperada em RLs
Área - HARestauração Recuperação sem
Finalidade Econômica
Mudas produzidas e plantadas anualmente: 1.406.685
Estimativa de mudas produzidas e plantadas ao longo do programa: 11 milhões
Restauração com SAFs
Famílias envolvidas 5.530
Área a ser implantada 2.047,84 (ha)
Área já implantada 1.400,72 (ha)
Mudas plantadas ano 882.050
PDA Hoje:Encerramento das chamadas de âmbito local e regional: cenário definido.
Principal foco:Construção de instrumentos que contribuam para fortalecer as estratégias de geração de conhecimento para subsidiar pol. publicas: Ex.: fortalecimento de redes de conhecimento, para sistematização, comunicação e negociação de políticas públicas, e avançando em estratégias de transversalidade na gestão ambiental.
Estratégias em implementação:• Projetos de geração de conhecimento e negociação de políticas publicas em Rede (S.A. Água, UC, SAFs, Agroecologia Crédito, ATER, Licenciamento Ambiental);• Estudo para a avaliação da funcionalidade econômica e ecológica dos Safs;• Avaliação dos serviços ambientais associados aos SAFs (CO, Biodiversidade e Balanço de energia);
Redes de Inovação Socioambiental
.
Território / Rede
SistematizaçãoExperiências
Experimentação/ Inovação
Negociação de Políticas
Publicas
Gestão do Conhecimento / Inovação
Visão de Conhecimento do PDA
Experiências Inovadoras
PDASuporte Técnico
Centros de elaboração de políticas
públicas
Outros atores interessados
Outros atores qualificados
Fluxo de Conhecime
ntos
ESTUDO: “REDES DE CONHECIMENTO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO INOVADORES COM FOCO EM SISTEMAS
AGROFLORESTAIS E EXTRATIVISMO”
Consultores: Alvori Cristo dos Santos e Jorge Luiz Vivan
Objetivo: Avaliação da funcionalidade econômica e ecológica de Sistemas Agroflorestais, e elaboração de subsídios para a negociação de políticas publicas no âmbito de quatro redes de promoção da agroecologia.
Atividades:
• Mobilização e animação das Redes;
• Analise de 30 experiências a partir de parâmetros ecológicos e econômicos;
• Construção e implementação das estratégias de negociação das políticas
Rede Ecovida de Agroecologia
Organizações:
• Cooperafloresta
• AS PTA
• Centro Vianei
• Centro Ecológico
• Ecocitrus
8 Estudos de Caso
Rede Amazônia Ocidental
•Organizações:
• FETAGRO
• RECA
• APRURAN
• AJOPAM
6 Estudos de Caso
Rede de ATER Nordeste
Organizações:
• Sasop
• Centro Sabia
• ASPTA
• CEPEMA
8 Estudos de Caso
Rede Amazônia Oriental
Organizações:
• GTNA
• MNEPA
• Colônia Z16
• Marabá
6 Estudos de caso
Alguns Dados Preliminares
Agricultor Sérgio Baiano Rafael Mitinori Jones PedrecoZé
Ferreira
Organização / Rede
Reca RO
Coopera PR
C. Sabiá PE
CANTA PA
C. Sabiá PE
GTNA PA
Idaco RJ
Idade da Experiência 12 anos 10 anos 13 anos 12 anos 13 anos 15 anos 8 anos
Área da Propriedade (Ha) 18,00 6,00
8,80 300,00 0,95 9,00 29
Área de SAF / UTH (Ha / UTH) 5,00 6,00 2,65 1,11 1,06 9,00 2,88
Produção por área de SAF (Kg/Ha) 1.104,00 2.667,68 2.863,45 1.309,40 11.816,68 1.450,15 507,29
Preço por unidade produzida (R$/Kg) 1,793 0,596 1,415 3,529 1,731 1,052 5,761
Custo por unidade de produzida (R$/kg) 0,879 0,015 0,105 2,940 0,130 0,063 0,142
Remuneração do Trabalho
Agricultor Sergio Baiano Rafael Jones PedrecoZe
Ferreira
Produtividade anual do trabalho
(R$/Ano)
5.050,00 9.301,12 9.938,40 19.971,95 12.913,80 8.209,30
Produtividade mensal do trabalho
(R$/mes) 420,83 775,09 828,20 1.664,33 1.076,15 684,11
Produtividade diaria do trabalho (R$/dia) 19,13 35,23 37,65 75,65 48,92 48,92
Despesa familiar mensal (R$/mes) - 375,00 1.000,00 500,00 350,00 208,53
Renda familiar mensal (R$/mes) 420,83 400,09 (171,80) 1.164,33 726,15 475,58
Alguns Indicadores de Funcionalidade Ecológica dos Sistemas
Agricultores
Sergio Baiano Rafael Mitinori Jones Pedreco Zé FerreiraGrupos por Func.
Ecológica Sucessão% Pop. Total
Pioneiras 0,00 4,72 2,97 0,00 0,86 0,00 6,71
Secundária de vida curta 0,00 14,21 54,91 64,45 32,86 1,58 1,86
Secundárias de vida média 78,79 42,82 33,03 0,00 11,6 12,22 4,08
Secundárias de vida longa 18,18 24,09 7,66 2,67 44,51 83,93 57,09
Clímax 3,03 14,15 1,43 32,88 10,17 2,28 30,58
Numero de Espécies 4,0 89 105 5,0 73 121 119
População (m2/planta): 30,30 0,41 2,59 2,93 1,08 6,36 0,70
José Ferreira – Paraty RJ
Entorno do PNSB.
Família: 5 pessoas
7,8 ha / 12 ≠ modelos de SAFs 119 espécies.
Sistema orientado para segurança
alimentar e autonomia remuneração líquida mensal: R$ 475,78
Prop. - Rede Tema PolíticasCetra – Rede ATER
NordesteAgroecologia e uso sustentável PNATER
AMANE Unidades de Conservação SEUC PE e AL
ISA – Rede Cantareira SA Água Programa Produtor de Águas ANA, SABESP
SABIÁ ATER para Transição agroecologica
PNATER em Assentamentos
IMCA – Rede Ecovida Sistemas Agroflorestais PRONAF Floresta – Legislação
CTA – Articulação Mineira Agroecologia
Sistemas Agroflorestais PRONAF Floresta – Legislação
AS-PTA – GT Financiamento ANA
Agroecologia e uso sustentável ATER e Crédito
FASE – Articulação Nacional de Agroecologia
Agroecologia, integração de Políticas em bases territoriais
Políticas incidentes sobre a transição agroecológica e de Desenvolvimento
territorial
CEDRO Comercialização Produtos agro-ecológicos e segurança alimentar
PAA, CONAB
INS. TERRA – Rede Águas e Floretas RJ
S.A. Água Programa Produtor de Águas RJ, ICMS Ecológico
IPEMA – Rede Juçara Produção Legislação e Licenciamento de Polpa de Juçara
Legislação Ambiental, Beneficiamento e Comercialização
Projetos PDA em Rede
Programa de Inovação em Agroecologia Orientado para Políticas Públicas
Um possível futuro para o PDA ??
Zaré Augusto Brum SoaresEngenheiro Agrônomo
Msc. em Desenvolv. Agric e Soc.
Assessor Pol. Agrária CONTAG
Obrigado !!!