21/01/2015 investiram as empresas dos Emirados Árabes ... · que guia ações da marca no esporte....

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B O L E T I M 21/01/2015 180 NÚMERO DO DIA US$ 460 mi investiram as empresas dos Emirados Árabes, desde 2005, em patrocínios na Europa OFERECIMENTO Sem alarde, Paulista passa a ter title sponsor da Itaipava POR DUDA LOPES O Campeonato Paulista vai ter novo nome. Ele se chama- rá Paulistão Itaipava 2015. E o anúncio não poderia ser mais discreto, longe dos holofotes que costumam cercar a apresentação de um patrocínio que envolve o title sponsor de uma competição. Na verdade, as redes sociais da Fede- ração Paulista de Futebol simplesmente passaram a usar o novo nome. E só. A própria empresa não fez nenhuma divulgação a respeito e não quis dar declarações sobre o novo patrocínio. Procurada pela reportagem, ela apenas confirmou o acordo. Mes- mo em redes sociais da compa- nhia, em nenhum momento o Campeonato Paulista foi citado. Do lado da Federação, não houve destaque. Questionada sobre os detalhes do novo acor- do, a entidade não respondeu a tempo da conclusão da matéria. O contrato assinado terá qua- tro anos de duração, segundo apurou a Máquina do Esporte. A marca de cerveja substitui a Chevrolet, que era dona da cota desde 2012. A empresa usava o torneio para divulgar veículos com exposição nos gramados. Apesar de nunca ter feito uma grande ativação envolvendo os 22 campeonatos estaduais que patrocinava, a Chevrolet havia feito um evento para apresentar os investimentos e o divulgou em seu site. A marca saiu dos torneios estaduais após desban- car a Volkswagen e acertar um aporte à seleção brasileira. Já a Itaipava garante mais penetração no futebol, em seu duelo direto com a Am- bev. Nos últimos anos, a empresa do Grupo Petrópolis já nomeou dois estádios que foram utilizados na Copa do Mundo: a Fonte Nova e a Arena Pernambuco. Além disso, patrocina a Série B do Campeonato Brasileiro com placas no campo e detém acordo no Allianz Parque. A marca tem se posi- cionado num mercado dominado pela rival Brahma, patrocinadora da seleção brasileira, da Copa do Mundo e da maioria dos gran- des clubes do país. Apesar da presença de ambas, a cerveja segue banida em boa parte dos estádios do Brasil, incluindo os do estado de São Paulo. TIME DO ITUANO FESTEJA O TÍTULO PAULISTA DE 2014

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B O L E T I M

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180 N Ú M E R O D O D I A

US$ 460 miinvestiram as empresas dos

Emirados Árabes, desde 2005, em patrocínios na Europa

O F E R E C I M E N T O

Sem alarde, Paulista passa a ter title sponsor da Itaipava

POR DUDA LOPES

O Campeonato Paulista vai ter novo nome. Ele se chama-rá Paulistão Itaipava 2015. E o anúncio não poderia ser mais discreto, longe dos holofotes que costumam cercar a apresentação de um patrocínio que envolve o title sponsor de uma competição. Na verdade, as redes sociais da Fede-ração Paulista de Futebol simplesmente passaram a usar o novo nome. E só.

A própria empresa não fez nenhuma divulgação a respeito e não quis dar declarações sobre o novo patrocínio. Procurada pela reportagem, ela apenas confirmou o acordo. Mes-mo em redes sociais da compa-nhia, em nenhum momento o Campeonato Paulista foi citado.

Do lado da Federação, não houve destaque. Questionada sobre os detalhes do novo acor-do, a entidade não respondeu a tempo da conclusão da matéria.

O contrato assinado terá qua-tro anos de duração, segundo apurou a Máquina do Esporte. A marca de cerveja substitui a Chevrolet, que era dona da cota desde 2012. A empresa usava

o torneio para divulgar veículos com exposição nos gramados.

Apesar de nunca ter feito uma grande ativação envolvendo os 22 campeonatos estaduais que patrocinava, a Chevrolet havia feito um evento para apresentar os investimentos e o divulgou

em seu site. A marca saiu dos torneios estaduais após desban-car a Volkswagen e acertar um aporte à seleção brasileira.

Já a Itaipava garante mais penetração no futebol, em seu

duelo direto com a Am-bev. Nos últimos anos, a empresa do Grupo Petrópolis já nomeou dois estádios que foram utilizados na Copa do Mundo: a Fonte Nova e a Arena Pernambuco. Além disso, patrocina a Série B do Campeonato Brasileiro com placas no campo e detém acordo no Allianz Parque.

A marca tem se posi-cionado num mercado dominado pela rival

Brahma, patrocinadora da seleção brasileira, da Copa do Mundo e da maioria dos gran-des clubes do país. Apesar da presença de ambas, a cerveja segue banida em boa parte dos estádios do Brasil, incluindo os do estado de São Paulo.

TIME DO ITUANO FESTEJA O TÍTULO PAULISTA DE 2014

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POR ADALBERTO LEISTER FILHO

Empresas do Oriente Médio já despejaram US$ 1,5 bilhão (R$ 3,94 bilhões) no futebol europeu desde 2005. O valor foi divulgado no estudo Gigantes Emergentes, da consultoria Repucom. O mon-tante investido é ainda mais rele-vante se pensarmos que, antes de 2005, ele era quase inexistente.

As empresas são atraídas pela visibilidade e boa imagem gera-da com o patrocínio aos clubes. Segundo a pesquisa, o esporte atrai interesse de 2,2 bilhões de pessoas no mundo, sendo que o futebol reúne 1,6 bilhão de fãs.

As companhias da região pa-trocinam cerca de 20 clubes do velho continente, sendo que o setor aéreo é o mais ativo, com

investimentos de Qatar Airways (Barcelona), Emirates (Real Madrid, Milan, PSG e Arsenal) e Etihad (Manchester City).

Desde 2005, companhias dos Emirados Árabes Unidos já inves-tiram US$ 460 milhões no patro-cínio de camisas de futebol. O país só fica atrás do conjunto de investimentos de Alemanha (US$ 1,017 bilhão), Reino Unido (US$ 691 milhões) e Itália (US$ 481 mi-lhões). Atualmente, o país gasta US$ 163 mi anuais nos aportes.

Mas o patrocínio de camisas não é o único setor de investi-mento. A cadeia Bein Sports, da Al Jazeera, comprou os direitos da Premier League em 2013. No ano passado, conseguiu os da Liga dos Campeões e da Liga

Europa para Indonésia, Tailândia, Laos e Camboja até 2018.

O país também investe no esporte com a Academia Aspire, que busca descobrir talentos para o futebol pelo mundo, e a orga-nização da Copa do Mundo de 2022. Outra iniciativa dos magna-tas locais é a compra de clubes. Arsenal, Manchester City e PSG são alguns que estão nessa lista.

Em 10 anos, Oriente Médio investiu US$ 1,5 bilhão no futebol europeu

Erich Beting é diretor da Máquina do Esporte

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Como visto aqui ontem, Palmeiras e Red Bull farão um amistoso-show no próximo domingo. A ação é mais um meio de a empresa de energéti-cos propor uma experiência de mar-ca aos espectadores. Essa atitude é o que guia ações da marca no esporte.

Ser diferente, fazer o inesperado, criar situações para que o consumi-dor tenha uma experiência inesque-cível de entretenimento são alguns dos mantras na empresa que só tem um produto a oferecer, mas que en-trega muito mais do que qualquer

outra marca ao consumidor.E é isso que a Red Bull começa a

levar para o cotidiano do futebol no Brasil. Sem as amarras clubísticas, a empresa pretende inovar agora que chegou à elite do futebol paulista.

Além do amistoso no Allianz Par-que, a Red Bull deu um tiragosto do que está por vir. Promoveu a “apre-sentação” do novo uniforme do time Red Bull Brasil numa ação que pa-rou o treino dos atletas (veja aqui).

A performance em campo será es-sencial para fazer com que os pre-

ceitos de inovação aliados à qualida-de no que faz vinguem no futebol a exemplo do que aconteceu na Fór-mula 1. É esse o maior desafio que o time Red Bull Brasil tem pela frente.

Para os outros clubes, porém, mais do que um adversário dentro das quatro linhas, o time de futebol da empresa deve servir de exemplo de como é preciso se preocupar com o que vai acontecer no gramado, mas dar muita atenção também a quem está na arquibancada. São três me-ses de aulas práticas no Paulistão.

O estilo Red Bull começa a entrar no cotidiano do futebol brasileiro

POR DUDA LOPES

Após patrocinar a Copa do Mundo, a Conti-nental ficou sem um ativo no futebol para usar no Brasil. Para não perder a ligação com a modalida-de, a comunicação da empresa resolveu fazer uma promoção envolvendo a Liga dos Campeões da Europa, mesmo sem ser patrocinadora do torneio.

Na verdade, a Continental mantém acordo com a UEFA, mas não com a Liga. A companhia patro-cina a Euro-2016, que será na França. O contrato com a entidade foi até ampliado para ter proprie-dades em jogos de seleções europeias até 2017. O torneio deverá ser explorado no Brasil pela marca, mas, até lá, outra solução foi encontrada.

A promoção, chamada “Dá Prêmio, Dá Jogo”, sorteará um pacote de viagem, com acompanhan-te, para Berlim, local da final da Liga. Para partici-par, basta comprar quatro pneus da Continental.

O premiado poderá as-sistir à final da Liga.

Para divul-gar a ação, a empresa apostará em um comercial de TV em canais abertos e fechados. Além disso, serão feitas divulgações em mídia impressa e nas redes sociais da Continental. No entanto, como não é patrocinadora da Liga dos Campeões, o nome do torneio não é citado; apenas “maior campeonato europeu de clubes” é usado.

Outro detalhe da promoção é a participação da Sony. Quem compra os quatro pneus tem direito a um fone de ouvido da marca japonesa. A em-presa de eletrônicos é patrocinadora da Liga dos Campeões, mas o acordo entre ambas independe disso, sem ser uma transferência de direitos.

DA REDAÇÃO

Continental ativa UCL à espera da Euro de 2016

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POR ERICH BETING

“A gente percebeu que não adiantava ter o foco numa única categoria e ao mesmo tempo ver que não havia reciclagem de pilotos, que eles só trocavam de equipe, mas não vinham novos”.

Assim Vicente Sfeir, gerente de patrocínios da Raízen resume a guinada dada pela Shell no patrocínio ao automobilismo no Brasil. A empresa anunciou uma reformulação no investimento no esporte. Em vez de ser par-ceira da Stock Car, a Shell optou por manter apenas um time na categoria e voltar os olhos para a formação de talentos no Brasil.

A empresa passará a ter uma “Academia de Pilotos Shell Ra-cing”, envolvendo desde jovens promessas do kart até pilotos mais experientes, como Ricardo

Zonta, que já passou pela Fór-mula 1 e hoje está na Stock.

“Não existe um investimento de empresas que tenham con-dições de alavancar um poten-cial piloto para uma carreira bem-sucedida”, afirma Sfeir.

A ideia do executivo é fazer com que a Shell assuma essa po-sição de liderança no mercado, incentivando pilotos a ficarem mais tempo no país antes de sair para tentar a carreira no exterior.

“Há 20 anos, ainda tínhamos ídolos que incentivavam os pais a investir na carreira dos pilotos. Hoje, não há ídolos e o automo-bilismo perdeu visibilidade”, crê.

A empresa fará investimentos via Lei de Incentivo ao Esporte e será a principal apoiadora do Super Kart Brasil, uma das princi-pais competiões do kart no país.

“Gostaria de estimular grandes empresas a fazerem isso agora. Não vejo isso como concorrência ou ideia copiada. O que estamos fazendo é algo para melhorar o automobilismo no país”, diz Sfeir.

O programa é formado pelos pilotos Yurik Carvalho e Gianluca Petecof (kart); Pedro Cardoso (F-3); Dennis Dirani (Brasileiro de Turismo) e a dupla Valdeno Brito e Ricardo Zonta (Stock).

Com a equipe na Stock Car, a expectativa da Shell é ampliar o envolvimento com o torcedor e, ainda, a exposição da marca.

“Carro com uma boa perfor-mance dá um retorno maior do que simplesmente ser um gran-de patrocinador de um evento. Além da parte emocional com a torcida. Isso é diferente de ter uma placa estática num evento”.

VALDENO BRITO E RICARDO ZONTA FORMAM DUPLA DA SHELL NA STOCK CAR E SÃO “VETERANOS” DO PROGRAMA DE TALENTOS DA MARCA

Shell muda foco e desenvolve projeto de base no automobilismo