20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

download 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

of 5

Transcript of 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

  • 8/2/2019 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

    1/5

    Arobicos x Musculao para emagrecer

    .

    Como j dissemos em outra ocasio, o dogma de aerbios e perda de gordura no

    passa de um equvoco. A utilidade destas atividades extremamente limitada e deverser complementada, ou mesmo substituda, por exerccios mais especficos e eficientes.

    Junto com as modalidades citadas ao final do artigo "A verdade sobre aerbios e

    emagrecimento", a musculao pode ser tida como uma das melhores opes emtodos os aspectos, desde preveno de patologias, ganho de massa muscular, tratamento

    de enfermidades, e, claro, reduo da gordura corporal.

    Existem estudos a favor da musculao com mais de 30 anos de idade. No livro

    Fundamentos do Treinamento de Fora Muscular, FLECK & KRAEMER (1999), cita

    estudos de 1970. Muitos trabalhos encontraram bons resultados com musculao h

    mais de duas dcadas como os publicados em 1978 por GETTMAN et al, WILMORE

    & GRIMDITCH et al, WILMORE & GIRANDOLA et al. e GETTMAN et al ,publicado em 1979.

    Reduo de gordura.

    '.

    Em 1992, BROEDER e outros autores realizaram um trabalho de 12 semanas na

    Universidade do Texas onde usaram treinamento aerbio de baixa intensidade ou

    musculao. O grupo que treinou endurance obteve perda de gordura, sem alteraes namassa magra, j o treino com pesos induziu tanto um aumento na massa magra quanto

    reduo na gordura corporal. Em 1997, o mesmo grupo acima (agora com a presena de

    Volpe) publicou um estudo com os mesmo resultados.

    Outro estudo interessante foi feito por BRYNER et al (1999), no qual se compararam os

    efeitos do treinamento com pesos ao aerbio juntamente com uma dieta de 800 kcal. O

    grupo das atividades aerbias se exercitou 4 vezes por semana durante uma hora. O

    grupo da musculao s exercitava-se trs vezes por semana em 10 exerccios chegando

    a quatro sries de 8-15 repeties. Os resultados: os grupos obtiveram ganhos similiares

    em VO2 mx e, apesar de ambos perderem peso, os exerccios aerbios causaram

    perda de massa magra (cerca de 4 quilos!) o que causou reduo no metabolismode repouso de +/- 200 kcal. Ao contrrio da inconvenincia dos resultados obtidos

    com treinamento de endurance, a musculao preservou a massa magra e

    metabolismo de repouso. GELIEBTER e outros autores tambm conduziram umexperimento no qual se comparou o efeito do treinamento aerbio com o da

    musculao nas alteraes da composio corporal de indivduos moderadamenteobesos. Ao final de 8 semanas ambos os grupos obtiveram uma perda de peso de 9

    quilos em mdia, porm somente o grupo que treinou com pesos conseguiu atenuar

    a perda de massa magra. (GELIEBTER et al, 1997)

    Em 1999, Kraemer, e outros nomes notrios como Volek e o finlands Keijo Hakkinen,

    fizeram um estudo de 12 semanas no qual a amostra foi dividida em trs grupos: dieta,dieta + exerccio aerbios e dieta + treino de fora. Ao final da pesquisa todos os grupos

  • 8/2/2019 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

    2/5

    conseguiram reduzir o peso, sendo a menor perda para o grupo de exerccios

    aerbios.

    Manuteno ou elevao do metabolismo.

    .

    Quando se realizam intervenes com o objetivo de reduzir o peso, um dos maiores

    problemas que se encontra diminuio do metabolismo de repouso, ou seja, passa-se a

    utilizar menos energia, facilitando a recuperao da gordura perdida.

    Como vimos no artigo sobre exerccios aerbios (A verdade sobre aerbios e

    emagrecimento), atividades intensas produzem maiores gastos calricos e elevaes

    na taxa metablica de repouso por tempo e magnitude proporcionais a intensidadeda atividade, a musculao pode ser orientada para ter caracterstica intervaladas

    de alta intensidade e trazer os benefcios citados anteriormente. O mesmo serve aotreinamento com pesos conforme verificado por MELBY et al, (1993), GILLETTE et al

    (1994), HALTOM et al (1999), OSTERBERG & MELBY (2000). Neste ltimo estudo,

    os autores verificaram utilizao de gordura at 62% acima do normal, mesmo14 horas aps a musculao! Apesar do que muita gente cr, o fato de se ter um

    bom condicionamento aerbio em nada ajuda o seu metabolismo, pois o

    condicionamento aerbio em si nada tem a ver com o gasto de energia nometabolismo de repouso. (BINGHAM et al, 1989; BROEDER et al, 1992, WILMORE

    et al, 1998). Pode-se correr na esteira a vida interia e at mesmo se tornar um

    maratonista que o metabolismo permanecer igual, a menos que se ganhe massa

    muscular! Ressaltando, a maioria das evidncias sugere que o metabolismo basal

    relacionado quantidade massa magra (BINGHAM et al, 1989; BROEDER et al, 1992;

    BURKE et al, 1993). Aqui reside uma inigualvel vantagem do treino com

    sobrecargas, a capacidade de reduzir a gordura corporal e simultaneamentemanter ou at mesmo aumentar a massa muscular, o que evita ganhos futuros de

    peso, melhora a esttica e parmetros funcionais, principalmente na fora, coisas

    que os exerccios aerbios no fazem (HUNTER et al 1998).

    Alm do ganho de massa magra h estudos mostrando alteraes metablicas

    interessantes como maior utilizao de energia por unidade de massa magra, revelando

    que a elevao do metabolismo de repouso advindo do treinamento com pesos vai alm

    do ganho de massa magra. Outro dado interessante a queda do quociente respiratrio,demonstrando maior utilizao de gordura em repouso (HUNTER et al, 2000).

    Esta hiptese tem sido muito discutida atualmente dada baixa relevncia que a massa

    muscular pode ter no metabolismo basal (os clculos que fiz trazem algo em torno de 50

    kcal por quilo de massa magra), porm, em casos extremos, os valores de massa

    muscular podem chegar a quantidades elevadas, ganhado significncia.

    Concluses

    .

  • 8/2/2019 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

    3/5

    Comprovadamente a musculao um excelente meio de reduzir o percentual de

    gordura, mas os benefcios no se resumem a mera diminuio no tecido adiposo.

    O treinamento com pesos estimular a sntese de protenas musculares melhorandosua esttica e as funes do aparelho locomotor. Alm disso, os benefcios obtidos

    com o uso de exerccios resistidos sero mais duradouros devido manuteno e

    at mesmo elevao do metabolismo de repouso, que parece ser relacionado com amassa muscular.

    Enfim, tendo em vista os inmeros benefcios proporcionados pelos exerccios com

    pesos recomendvel que se perca o medo da sala de musculao e descubra as

    maravilhas que l o esperam. A monotonia ou a falta de tempo no sero problemas,

    pois o bom professor saber organizar um treino que seja totalmente adequado a sua

    disponibilidade e personalidade, a questo chave est em se exercitar sob uma

    superviso competente.

    Nesse texto a referncia principal foi a musculao, mas os mesmos benefcios podem

    ser obtidos com modalidades em grupo como a ginstica localizada (a verdadeira,montada por professores competentes, e hidroginstica (que pode ser bastante intensa,

    se elaborada com esta finalidade). Diversos estudos citados utilizaram treinamentos em

    circuito, que se aproximam muito da metodologia usada nas aulas em grupo

    (observao: no confunda isto com realizar 100 repeties de cada movimento ou

    passar de 4 a 5 minutos exercitando um grupamento muscular sem descanso, os

    questionveis resultados estticos destas metodologias em nada tem a ver com a

    proposta deste texto).

    Alm destas vantagens a musculao tambm poderia ser organizada de modo a se

    aproximar de um treino intervalado, modalidade extremamente eficiente na reduo da

    quantidade de gordura corporal, como mostrado no texto A verdade sobre aerobios e

    emagrecimento

    Referncias Bibliogrficas

    .

    HUNTER GR, WETZSTEIN CJ, FIELDS DA, BROWN A, BAMMAN MM.

    Resistance training increases total energy expenditure and free-living physical activity

    in older adults. J Appl Physiol. 2000 Sep;89(3):977-84.

    BINGHAM SA, GOLDBERG GR, COWARD WA, PRENTICE AM, CUMMINGS JH.

    The effect of exercise and improved physical fitness on basal metabolic rate. Br J Nutr

    1989 Mar;61(2):155-73

    BROEDER CE, BURRHUS KA, SVANEVIK LS, VOLPE J, WILMORE JH. Assessing

    body composition before and after resistance or endurance training. Med Sci Sports

    Exerc 1997 May;29(5):705-12

    BROEDER CE, BURRHUS KA, SVANEVIK LS, WILMORE JH The effects of either

    high-intensity resistance or endurance training on resting metabolic rate. Am J Clin Nutr1992 Apr;55(4):802-10

  • 8/2/2019 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

    4/5

    BROEDER CE, BURRHUS KA, SVANEVIK LS, WILMORE JH. The effects of

    aerobic fitness on resting metabolic rate. Am J Clin Nutr 1992 Apr;55(4):795-801

    BRYNER RW, ULLRICH IH, SAUERS J, DONLEY D, HORNSBY G, KOLAR M,

    YEATER R Effects of resistance vs. aerobic training combined with an 800 calorieliquid diet on lean body mass and resting metabolic rate. J Am Coll Nutr 1999

    Apr;18(2):115-21.

    BURKE CM, BULLOUGH RC, MELBY CL Resting metabolic rate and postprandial

    thermogenesis by level of aerobic fitness in young women. Eur J Clin Nutr 1993

    Aug;47(8):575-85 Erratum in: Eur J Clin Nutr 1993 Dec;47(12):895

    CAMPBELL WW, CRIM MC, YOUNG VR, EVANS WJ. Increased energy

    requirements and changes in body composition with resistance training in older adults.

    Am J Clin Nutr 1994 Aug;60(2):167-75

    CRIST DM, PEAKE GT, EGAN PA, WATERS DL. Body composition response to

    exogenous GH during training in highly conditioned adults. J Appl Physiol 1988

    Aug;65(2):579-84

    ELLIOT DL, GOLDBERG L, KUEHL KS Does aerobic conditioning cause a sustained

    increase in the metabolic rate? Am J Med Sci 1988 Oct;296(4):249-51

    GELIEBTER A, MAHER MM, GERACE L, GUTIN B, HEYMSFIELD SB, HASHIM

    SA. Effects of strength or aerobic training on body composition, resting metabolic rate,

    and peak oxygen consump

    GILLETTE CA, BULLOUGH RC, MELBY CL Postexercise energy expenditure in

    response to acute aerobic or resistive exercise. Int J Sport Nutr 1994 Dec;4(4):347-60

    HALTOM RW, KRAEMER RR, SLOAN RA, HEBERT EP, FRANK K, TRYNIECKI

    JL Circuit weight training and its effects on excess postexercise oxygen consumption.

    Med Sci Sports Exerc 1999 Nov;31(11):1613-8

    HUNTER GR, WEINSIER RL, BAMMAN MM, LARSON DE A role for high

    intensity exercise on energy balance and weight control. Int J Obes Relat Metab Disord

    1998 Jun;22(6):489-93

    KRAEMER WJ, VOLEK JS, CLARK KL, GORDON SE, PUHL SM, KOZIRIS LP,

    MCBRIDE JM, TRIPLETT-MCBRIDE NT, PUTUKIAN M, NEWTON RU,

    HAKKINEN K, BUSH JA, SEBASTIANELLI WJ. Influence of exercise training on

    physiological and performance changes with weight loss in men. :Med Sci Sports Exerc

    1999 Sep;31(9):1320-9

    MELBY, C., C. SCHOLL, G. EDWARDS, AND R. BULLOUGH. Effect of acute

    resistance exercise on postexercise energy expenditure and resting metabolic rate J.

    Appl. Physiol. 75:1847-1853, 1993

    OSTERBERG, K.L., & MELBY, C.L. (2000). Effect of acute resistance exercise on

  • 8/2/2019 20238341 Aerobicos x Musculacao Para Emagrecer

    5/5

    postexercise oxygen consumption and resting metabolic rate in young women.

    International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, 10, 71-81

    WILMORE JH, PARR RB, GIRANDOLA RN, WARD P, VODAK PA, BARSTOW TJ,

    PIPES TV, ROMERO GT, LESLIE P. Physiological alterations consequent to circuit

    weight training. Med Sci Sports 1978 Summer;10(2):79-84

    WILMORE JH, PARR RB, WARD P, VODAK PA, BARSTOW TJ, PIPES TV,

    GRIMDITCH G, LESLIE P. Energy cost of circuit weight training. Med Sci Sports

    1978 Summer;10(2):75-8

    WILMORE JH, STANFORTH PR, HUDSPETH LA, GAGNON J, DAW EW, LEON

    AS, RAO DC, SKINNER JS, BOUCHARD C Alterations in resting metabolic rate as a

    consequence of 20 wk of endurance training: the HERITAGE Family Study. Am J Clin

    Nutr 1998 Jul;68(1):66-71