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DIVISÃO SUL ÁFRICA-OCEANO ÍNDICO Boletim MISSIONÁRIO 1º TRIM 2019 PUBLICADORA SERVIR, S.A. | RUA DA SERRA, 1 – SABUGO 2715-398 ALMARGEM DO BISPO

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DIVISÃO SUL ÁFRICA-OCEANO ÍNDICO

BoletimMISSIONÁRIO

1º TRIM

2019

PUBLICADORA SERVIR, S.A. | RUA DA SERRA, 1 – SABUGO2715-398 ALMARGEM DO BISPO

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ESTIMADO LÍDER DA ESCOLA SABATINA,Este Trimestre falaremos acerca da Divi-são Sul África-Oceano Índico, que su-pervisiona a obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Angola, no Botswana, no Malawi, em Moçambique, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, no Zimbabué e em sete Ilhas-nação do Oceano Índico, incluindo os Camarões, Madagáscar, As Ilhas Maurícias, Mayotte, as Ilhas Reunião, Rodrigues e Seychelles.

Esta região serve de lar a 193 milhões de pessoas, incluindo 3,7 milhões de Ad-ventistas. Isto perfaz um ratio de um Ad-ventista para cada 51 pessoas.

Este Trimestre, sete projetos do Déci-mo Terceiro Sábado centram-se em dois países falantes de Língua Portuguesa que se localizam em dois lados opostos do Continente Africano: Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Em Moçambique, uma escola e um orfanato serão construídos de raiz, com a Universidade Adventista de Moçambi-que a receber fundos para expandir o seu Departamento mais popular – Comida e Nutrição. Cerca de 250 dos 350 alunos da Universidade estão a licenciar-se em Comida e Nutrição, e eu testemunhei de que as salas de aula e os laboratórios estão completamente cheios.

Em São Tomé e Príncipe, ouvi história atrás de história acerca de pessoas a lutar com a dependência de álcool e drogas; e o Centro de Reabilitação de Álcool e Drogas que está projetado promete ser um muito necessitado Centro de Influência na cida-de capital. Temos dezenas de igrejas na Ilha, mas muitas funcionam em edifícios sobrelotados e estruturas desadequadas. Os líderes de Igreja locais disseram-me

que é necessária uma nova igreja de for-ma a melhor alcançar as pessoas de classe média.

O projeto das crianças é especialmen-te entusiasmante. Conheci um rapaz que ama a Bíblia e que a lê, cada dia, na esco-la, com grande interesse. Com olhos an-siosos, disse-me que gostaria de ter a sua própria Bíblia para ler em casa. Este Tri-mestre, podemos tornar este sonho numa realidade para milhares de crianças.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAISSe pretende reavivar a sua Unidade de Ação de uma forma nova, visite a nossa página no Facebook: facebook.com/mis-sionquarterlies. Todas as semanas, pos-taremos fotos adicionais e atividades que acompanharão cada história missionária.

Pode mostrar as fotos às crianças no seu computador, ou no seu telemóvel, enquanto conta a história, ou pode im-primir as fotos para decorar a sua sala da Escola Sabatina ou o Boletim Informati-vo da igreja.

Este Trimestre contém apenas uma amostra das mais recentes histórias missionárias vindas da Divisão Sul África-Oceano Índico. Para conhecer mais histórias fascinantes, visite: bit.ly/sid-archive. Neste sítio, pode pesquisar ainda as histórias por país e por tema.

Se encontrou formas especialmente eficazes de partilhar as histórias missio-nárias, por favor, contacte-me: [email protected].

Obrigado por encorajar as crianças a terem mentes voltadas para a missão!

Andrew McChesneyEditor de Mission

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OPORTUNIDADESA Oferta do Décimo Terceiro Sábado deste Trimestre beneficiará dois países:

Moçambique– Expansão do Departamento de Co-

mida e Nutrição da Universidade Adven-tista de Moçambique, Beira.

– Construção de um orfanato e de uma escola para crianças que perderam os seus pais, vítimas de AIV/SIDA, em Nampula.

– Construção de uma escola primária, em Milange.

São Tomé e Príncipe– Estabelecimento de um Centro de Rea-

bilitação de Álcool e Drogas, em São Tomé.– Construção de uma nova igreja, em

São Tomé. – Construção de um Auditório para a

escola K-12, em São Tomé.

Projeto das Crianças– Bíblias portuguesas para crianças de

famílias necessitadas em Moçambique e São Tomé e Príncipe.

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1º SÁBADO, 5 DE JANEIRO

Pipocas e Avós

Tebogo, uma menina de sete anos, teve dois momentos muito difíceis na vida. O primeiro foi quando a sua mãe lhe deu di-nheiro para comprar pipocas. Ela segurou o dinheiro com as mãos bem fechadas e correu para a loja do bairro. Mal podia es-perar pelo momento em que abriria a em-balagem das pipocas.

Mas, enquanto corria, alguns meninos da escola viram o dinheiro nas mãos dela e atravessaram-se à sua frente, na rua. – Queremos o teu dinheiro – disse um deles.

Tebogo estava um pouco amedronta-da, mas não queria entregar o dinheiro. – A minha mãe disse que o dinheiro é para eu comprar pipocas – ela respondeu.

Os meninos ficaram zangados. Um deles bateu-lhe e, então, todos fugiram.

Tebogo ficou muito triste e começou a chorar. Ela não queria voltar para a es-cola porque não queria ver aqueles meni-nos maus novamente. A mãe percebeu a tristeza da filha e, ao terminar o primei-ro ano, decidiu não voltar a matriculá-la naquela escola. Em vez disso, Tebogo foi matriculada na escola Adventista de Ensi-no Primário de Eastern Gate. A menina fi-cou muito feliz! “Gosto da escola porque a nossa professora ensina-nos a termos boas maneiras, a sermos crianças bondosas, e como obedecer aos pais e a Deus”, diz.

A MUDANÇAO segundo momento em que Tebogo se sentiu desconfortável foi quando os seus avós se mudaram para a casa dela. Ela ama-os muito e ficou muito feliz com isso, mas achava difícil conversar com a

avó e com o avô. Eles esqueciam-se rapi-damente do que diziam. “Apesar de serem situações completamente diferentes, eu sentia-me tão triste como quando os rapa-zes me bateram.”

Notando o semblante triste da filha, a mãe disse: “Não fiques triste! Ora, e Deus responderá às tuas orações.” Tebogo co-meçou a orar pelos avós. Ela orava todas as manhãs, enquanto a mãe e a irmã de 16 anos dormiam. “Por favor, Senhor, cura os meus avós e ajuda-os a manterem-se sau-dáveis. Por favor, responde à minha ora-ção. Isso é muito importante!”

Depois de algum tempo, os avós fo-ram curados e puderam voltar para a casa deles. Tebogo ficou feliz e agradecida a Deus! Agora, ela continua a orar todas as manhãs e também à noite, antes de ir para cama. Nas suas orações, ela pede que Deus os ajude, ora para que tenham boas noites de descanso e um lindo amanhecer.

Parte da Oferta do Quarto Trimestre de 2015 ajudou na construção da Esco-la de Ensino Primário Eastern Gate, que iniciou as atividades em janeiro de 2017. Esta foi a primeira escola Adventista do Norte do Botswana e a terceira do país. Obrigado por apoiarem a Missão e a Edu-cação Adventistas com as vossas Ofertas.

DICAS– Localizar Francistown, Botswana, no mapa.– Pronúncia de Tebogo: te-BO-kho.– Pergunte às crianças o que as deixa tristes.– Enfatize que elas devem orar quando es-tiverem tristes e agradecer a Deus quando Ele responder à oração.– Vejam o testemunho de Tebogo: bit.ly/Tebogo-Sebego.

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2º SÁBADO, 12 DE JANEIRO

“Vamos Lá, Boss!”

Boss é um menino de dez anos que mal podia esperar que os sábados chegas-sem, pois era quando o seu melhor ami-go, Gamu, costumava chamá-lo pela cer-ca que separava as suas casas: “Vamos, Boss!” Ele podia estar a brincar na rua, ou a terminar as tarefas de casa. As suas rou-pas poderiam estar limpas ou sujas. Não importava. Ele parava tudo o que estava a fazer e corria até ao quintal da casa do vizinho, abria a porta do carro e entrava. Boss gostava muito de andar de carro.

A família de Boss era pobre e não tinha um carro. Na verdade, poucas pessoas ti-nham carro no bairro onde eles moravam, em Franscistown, a segunda maior cidade do Botswana. Mas a família vizinha tinha um Toyota Hilux 1800 e convidava Boss para ir à igreja todos os sábados. Nesse dia, Boss passeava de carro quantas vezes pudesse. Às vezes, a sua mãe ficava chateada por ele passar tanto tempo na igreja e exigia que terminasse todas as suas tarefas antes de sair. Boss trabalhava muito para estar pron-to quando ouvisse o grito: “Vamos, Boss!”

Ele aprendeu a amar a família vizinha, que tinha três filhos, sendo Gamu, o seu melhor amigo, o mais velho. Com o pas-sar do tempo, ele conheceu-os um pouco mais, e chamava-lhes “papá” e “mamã” do coração. A “mamã” do coração lecionava na escola pública e tornou-se sua professo-ra no oitavo ano. Boss ficou feliz em passar mais tempo com ela. Como ele a admira-va! Todos os dias, ele ajudava-a a carregar a bolsa para casa depois das aulas.

Quando Boss estava com 13 anos, a sua família mudou-se e ele ficou muito

triste. Sentiu muitas saudades. Mas, deci-diu continuar a frequentar a igreja, mes-mo tendo que ir a pé. E assim fez todos os sábados. Atualmente, Boss é líder da Igre-ja Adventista no Botswana. É responsável pelos Departamentos da Escola Sabatina, do Ministério Pessoal e pelo Boletim Mis-sionário para todo o país.

Boss diz que conheceu Deus simples-mente porque uma família o convidava para passear de carro todos os sábados. “Esse é o evangelismo puro da amizade”, diz Boss, cujo nome completo é Bosena-kitso Chabale. A sua mãe do coração, Le-kedzani Mpofu, está satisfeita por ter con-tribuído para que Boss aceitasse Cristo. Muitos dos seus alunos tornaram-se líde-res fiéis da Igreja, incluindo Kenaope, Pre-sidente da Igreja Adventista no Botswana.

“Os meninos aos quais lecionei nas es-colas públicas agora exercem altos cargos na Igreja”, diz. Aos 59 anos, ela continua a conduzir crianças a Cristo. Em 2017, quando a primeira escola Adventista foi inaugurada em Francistown, os líderes convidaram-na para ser a Diretora. “Amo trabalhar na escola Adventista”, diz. “En-quanto ensinamos as lições da Bíblia, os alunos aprendem a amar Deus.”

DICAS– Pronúncia de Gamu: gum-MOOH.– Pronúncia de Bosenakitso: bohs-EE--nah-kits-oh.– Pronúncia de Lekedzani: le-KE-jani. O seu nome significa: “deixa, não toques.”– Pronúncia de Kenaope: ken-a-OH-pay.– Pergunte às crianças como podem usar o evangelismo da amizade para conquistar outras pessoas para Jesus. O evangelismo da amizade consiste em sermos amigos das pessoas. Exemplos de evangelismo de

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amizade podem incluir: carregar a mochi-la ou os livros de alguém; sorrir para al-guém que esteja triste e tentar diminuir o seu sofrimento; ou oferecer boleia a al-guém para ir à igreja (com a permissão dos pais da criança, é claro).– Vejam o vídeo sobre Boss: bit.ly/kevin--boss.– Vejam o vídeo sobre Lekedzani: bit.ly/Lekedzani-Mpofu.

3º SÁBADO, 19 DE JANEIRO

Somente Vegetais

Joanna, uma menina de seis anos, cheirou os alimentos que a mãe colocou na mesa para o jantar e disse: “Quero ser inteligen-te, não quero comer carne.” A mãe quase se engasgou. Ela tinha trabalhado mui-to para preparar um ensopado de carne; phaleche, mingau de milho, semelhante a puré de batatas, e morogo wa dinawa – prato de espinafres composto de folhas de feijão, tomates e cebola, com um pouco de óleo e sal. Essa é a refeição tradicional do Botswana, em Francistown, a segunda maior cidade do país.

A mãe tossiu e perguntou: – É isso que aprendes na escola?– Sim, é isso que aprendemos – respon-deu Joanna. – O Pastor disse-nos para não comermos alimentos impuros. Devemos comer os alimentos certos, para ficarmos espertos.

Fazendo mais perguntas, a mãe de Joanna ficou a saber que estava a ter lugar uma Semana de Oração em Eastern Gate, onde a filha frequentava o primeiro ano. O tema da Semana de Oração era Daniel, e, naquela manhã, o Pastor da escola des-creveu como Daniel e os seus três amigos tinham recusado comer carne no palácio do rei Nabucodonosor, em Babilónia. Em vez disso, eles comeram legumes e torna-ram-se homens sábios e fortes.– Tu não deves comer carne; apenas vege-tais – disse Joanna à mãe, apontando para o ensopado de carne. – Quero ser inteli-gente como Daniel.

O rosto da mãe ficou vermelho de ver-gonha, porque ela sabia que os legumes eram mais saudáveis do que a carne. Mas

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também se sentiu feliz porque Joanna es-tava a aprender sobre a alimentação corre-ta na escola.– Tudo bem, agradecemos a Deus pelo Pastor. Farei o meu melhor para cozinhar a comida certa – prometeu a mãe.

Alegremente, Joanna comeu o min-gau de milho e as folhas de feijão. Ela não tocou no ensopado de carne.

No dia seguinte, a mãe foi à cozinha preparar o jantar e lembrou-se do desejo da filha de evitar carne. Então, disse ao mari-do e ao filho de 16 anos que não cozinharia carne durante o resto da semana, enquanto Joanna aprendia sobre Daniel. O irmão de Joanna resmungou, mas, finalmente, con-cordou em comer mais legumes.

Joanna ficou muito feliz! A cada jan-tar ela comia legumes e outros alimentos sem carne. Nove meses se passaram des-de aquela semana especial. Joanna ainda prefere verduras e a mãe está a tentar pre-parar refeições cada vez mais saudáveis. Joanna acredita que fez a escolha certa, ao seguir o exemplo de Daniel. “Quando comemos legumes, ficamos fortes e inteli-gentes”, garante Joanna, a sorrir.

A escola concorda. Joanna é uma das melhores alunas e a Diretora acha que isso se deve às refeições saudáveis e à fé recompensada por Deus. “Ela é inteligen-te”, diz a Diretora, Lekedzani Mpofu. “É bem-comportada, obediente e memoriza bem o que aprende.” A mãe, cujo nome é Bessie Lechina, também está feliz. “Co-nhecíamos a alimentação saudável, mas não a praticávamos”, confessou. “É curio-so quando se ouve a verdade vinda dos lá-bios de uma criança. Mas estou feliz por-que está a ensinar-nos o correto.”

Em 2015, a Oferta do Quarto Trimes-tre ajudou na construção da escola em

que Joanna estuda, inaugurada em Fran-cistown, em janeiro de 2017. É a primeira escola Adventista do Sétimo Dia no Norte do Botswana e a terceira no país. Agrade-cemos por apoiarem a Missão com as vos-sas Ofertas.

DICAS– Vejam o vídeo sobre Joanna: bit.ly/Joanna-Lechina.

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4º SÁBADO, 26 DE JANEIRO

O Sonho de Una

Unabatsho Sertse, de 16 anos, e conheci-do pelos amigos como Una, teve um so-nho fora do comum. Sonhou que, numa tarde, conversou com um desconhecido, entrou num prédio e foi batizado. Acor-dou sobressaltado. Ele não pensava na Igreja e não entendeu a parte do batismo. Mas, o tempo passou... A sua vida seguiu e ele esqueceu-se do sonho.

Durante quatro anos, Una morou com os pais e duas irmãs no Zimbabué e fre-quentou uma escola diferente cada ano. Ele tinha saudades do seu país e apro-veitou a oportunidade quando os pais perguntaram se gostaria de estudar na Eastern Gate Academy, um internato lo-calizado na maior cidade do Botswana, em Francistown. Embora a família tivesse uma casa perto de Francistown, ele quis ficar no dormitório da escola.

No dia seguinte ao sonho, Una e os pais foram à escola para ir buscar o seu uniforme. Ele mudou-se para o dormitó-rio masculino e os pais voltaram para o Zimbabué. Inicialmente, Una não perce-beu que aquela era uma escola Adventista e ficou surpreendido quando foi chamado para o culto matutino. Ele não gostava de acordar cedo, mas esse momento desper-tou nele o interesse por Jesus. O seu amor por Cristo cresceu durante o ano escolar.

Num sábado, Una respondeu ao apelo que o Pastor fez para o batismo. Ele con-cluiu a classe bíblica e foi informado de que o seu batismo seria realizado na tar-de de sábado juntamente com outras pes-soas. No dia do batismo, Una foi à igreja como de costume e almoçou no refeitório

da escola. Depois, saiu para passear e con-versou com uma aluna perto de um dos dormitórios. Enquanto conversavam, sen-tiu algo familiar no cenário. “Mas eu não entendi o que era e não dei importância ao pensamento”, disse ele.

Algum tempo depois, os autocarros chegaram, para levar os alunos até outra igreja, para a cerimónia batismal. “Quan-do chegámos à igreja, a entrada pareceu--me familiar. Era como se eu já tivesse visto o lugar, embora nunca tivesse estado ali antes”, referiu Una. Ele perguntou-se porque teve essa sensação e perguntou a um amigo se ele já tinha passado por isso. O amigo olhou para ele com ironia e ba-lançou negativamente a cabeça.

Os candidatos ao batismo foram ins-truídos a dirigirem-se a uma dependência da igreja para vestir a bata batismal. Quan-do Una desceu ao tanque batismal, notou que os degraus também eram familiares. Em seguida, o Pastor orou e batizou-o. Enquanto emergia e a água escorria pelo rosto, lembrou-se do sonho. Tudo o que aconteceu naquela tarde estava no sonho. Ele mal podia acreditar.

“Deus trabalha de maneiras misterio-sas, e tive o privilégio de ver o meu batis-mo antecipadamente”, disse Una. “Depois disso, a minha fé aumentou e comecei a levar mais a sério o estudo da Bíblia.” Una contou o sonho aos outros estudantes. A rapariga que fazia parte do sonho ficou impressionada. “Devemos ser gratos pelo que Deus nos dá”, ela disse. Os pais de Una também ficaram surpreendidos. O sonho ajudou-o a contar o que a escola ensinava sobre Jesus.

Hoje, aos 18 anos, Una incentiva os pais a irem à igreja aos sábados. Quando concluir o Ensino Secundário, ele deseja

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estudar informática. Mas independente-mente do que fizer, está decidido a co-locar Jesus em primeiro lugar. “O sonho mostrou-me o caminho que devo escolher na vida”, diz. “Ele deixou claro que o ca-minho a seguir é Cristo!”

A Eastern Gate Academy partilha um campus com a Eastern Primary School, um projeto financiado pela Oferta trimestral e que foi inaugurado em janeiro de 2017. Agradecemos pelas Ofertas Missionárias que tornaram possível este projeto.

DICAS– Encontrem Francistown, Botswana, no mapa.– Encontrem Harare, Zimbabué, no mapa, e mostre às crianças quão longe Una mora da família.– Pergunte se as crianças se lembram de histórias bíblicas de pessoas que tiveram sonhos enviados por Deus. Exemplos que podem ser citados: Jacob e a escada ao Céu; José e os feixes, a Lua e as estrelas; Nabucodonosor e a estátua.– Pergunte às crianças porque fala Deus com as pessoas por meio dos sonhos. Mo-tivos possíveis: fortalecer a fé (como Ja-cob e Una) e revelar o futuro (como Na-bucodonosor). – Assistam ao depoimento de Una: bit.ly/Una-Sertse.

5º SÁBADO, 2 DE FEVEREIRO

Ritual de Purificação

O tio de Isaltina não estava nada feliz. Ele tinha muitos problemas no trabalho, em Maxixe, Moçambique, e tentava descobrir o motivo pelo qual nada na vida parecia dar certo. Por isso, decidiu visitar um curandeiro. A resposta desse curandei-ro foi simples: o avô, falecido há muitos anos, durante a guerra civil em Moçam-bique, desejava que os seus ossos fossem removidos do túmulo e colocados na casa da família. Ele tinha de reunir os seus familiares para uma cerimónia especial. O curandeiro disse que, depois disso, o avô deixaria de o incomodar e os seus problemas no trabalho terminariam.

O tio chamou os sobrinhos e outros parentes, e todos foram ao túmulo em-prestado onde o avô estava enterrado. Ele cavou muito, mas não conseguiu encon-trar os ossos. Finalmente, desistiu e re-solveu continuar a cerimónia na casa da família. “Então, a minha família organi-zou a cerimónia tradicional, embora não houvesse ossos em casa”, disse Isaltina, sobrinha de 19 anos.

Por ser a mais nova da família, Isaltina não pôde participar na cerimónia comple-ta. Mas os pais disseram-lhe que tinha de participar na última parte: um banho espe-cial. Os membros da família deviam despe-jar sobre o corpo baldes de água contendo folhas mortas e gravetos. O feiticeiro disse que, no futuro, esse banho protegeria cada membro da família contra a ira do avô.

Entretanto, Isaltina recusou-se a to-mar o banho. Ela tinha sido batizada re-centemente na Universidade Adventista de Moçambique, onde estudava, e não

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fazia sentido algum tomar o tal banho. A mãe ficou furiosa. “Vai acontecer-te algo mau por te recusares a lavares-te nesta água!”, disse. “E eu não vou ajudar-te!”

Isaltina não se preocupou. Ela tinha aprendido na escola que os mortos não causam problemas aos vivos: “Pois os vi-vos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais re-compensa, e já não se tem lembrança de-les. Para eles o amor, o ódio e a inveja há muito desapareceram; nunca mais terão parte em nada do que acontece debaixo do sol” (Ecl. 9:5 e 6).

“Acreditar que há vida após a mor-te contradiz a Bíblia, que ensina que os mortos não sabem nada”, diz. “A morte é como um sono profundo. De qualquer forma, um banho não pode proteger nin-guém de nada. O único que pode proteger as pessoas é Deus.”

Algo mau aconteceu a Isaltina depois de ela se ter recusado a tomar aquele ba-nho. A sua família disse que não pagaria mais os seus estudos na Universidade Ad-ventista, localizada a nove horas de carro da sua casa, na cidade da Beira. Foi avisada de que, quando não pagasse os estudos, se-ria expulsa do dormitório da Universidade, onde vivia, e acabaria a morar na rua.

Isaltina não sabia como conseguir di-nheiro para continuar os estudos e orou a Deus, pedindo ajuda. Ela também infor-mou os seus colegas e professores da de-cisão da sua família de não pagar mais as mensalidades. Ao chegar a época de fazer o pagamento, o Diretor da Universidade dis-se a Isaltina para não se preocupar. A Uni-versidade tinha decidido conceder-lhe uma bolsa de estudos. Um casal que estudava na Universidade convidou Isaltina para morar com eles, sem ter de pagar nada.

Isaltina agradeceu a Deus por lhe ter providenciado meios para que permane-cesse na Universidade. Ela diz que a sua vida nem sempre tem sido fácil, mas não culpa o avô por nenhum problema. “Qual-quer coisa de mal que tenha acontecido comigo não é por causa do meu avô mor-to”, disse ela. “Essas coisas aconteceram como uma lição. Quando nos deparamos com desafios, a nossa fé cresce e a minha fé teve um crescimento significativo.”

Parte da Oferta deste Trimestre ajuda-rá a ampliar a Universidade Adventista de Moçambique para que mais alunos, como Isaltina, possam estudar lá. Muito obriga-do pela Oferta!

COMO ISALTINA SE TORNOU ADVENTISTAIsaltina não sabe como chegou à Universi-dade Adventista de Moçambique. Quando a família a enviou para estudar em Beira, pensava que a Universidade pertencia à religião da família. Por isso, ficou um pouco surpreendida ao descobrir que es-tava num campus Adventista.

Os alunos devem assistir aos cultos vespertinos, matutinos e de sábado. Ini-cialmente, ela rebelou-se contra as regras. “No primeiro domingo que passei na Uni-versidade, queria ir à minha igreja, mas não recebi autorização da Faculdade”, diz. “Eu estava muito zangada com a Univer-sidade e com a Igreja. Não tinha escolha a não ser ir à igreja no sábado e frequentar dois cultos diários.”

Passado algum tempo, ela pediu que um aluno de Teologia a ajudasse a enten-der melhor a Bíblia. Recebeu uma série de estudos bíblicos de 20 lições e foi batiza-da no fim do segundo semestre. “Eu temia a reação dos meus pais, por isso demorei

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um mês para contar a novidade”, refere. Os seus pais aceitaram a decisão até

ela se recusar a participar no ritual de pu-rificação do curandeiro. Recentemente, a mãe desistiu do propósito de não a auxi-liar, e ajuda-a a comprar alimentos.

“Oro pela minha família”, diz. “Espe-ro que, um dia, todos aceitem Jesus.”

DICAS– Encontrem Moçambique no mapa.– Enfatize às crianças que os mortos dor-mem e não podem interferir na nossa vida, ao contrário do que mostram os Meios de Comunicação, ou do que possam apren-der em casa. – Vejam o vídeo sobre Isaltina: bit.ly/Isaltina-Homo.

6º SÁBADO, 9 DE FEVEREIRO

Um Lar para Jeremias

O vizinho de 18 anos convidou Jeremias, de 17, para visitar a igreja Adventista em Nampula, a maior cidade de Moçambique. O convite foi aceite. Jeremias foi e gostou do sermão. Outro sermão seria pregado na noite seguinte. A igreja estava a realizar uma série evangelística.

Jeremias frequentou as reuniões todas as noites e conheceu a mensagem sobre o Sábado no último culto, na sexta-feira. O pregador convidou todos para entregarem o coração a Jesus e leu Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.”

A mensagem tocou o coração de Je-remias e ele pensou: “Quem sou eu para dizer não a Jesus? Eu aceito-O.” O amigo convidou Jeremias para visitar a igreja no sábado e ele ficou lá o dia todo. Jeremias voltou no sábado seguinte. Mas, no tercei-ro sábado, a sua mãe deu à luz uma meni-na, e, de seguida, adoeceu, queixando-se de dores de cabeça.

Como não melhorava, o marido dela, padrasto de Jeremias, decidiu tirá-la do hospital e levá-la a um curandeiro no meio da mata, em Moçambique. Jeremias ficou com a mãe. O padrasto e a irmã re-cém-nascida ficaram na aldeia, isolados, durante um mês. Então, a mãe de Jere-mias morreu e, uma semana depois, a irmã recém-nascida também não resistiu e faleceu.

Diante disso, o padrasto planeou vol-tar para Nampula sozinho. “Não quero morar contigo porque não somos da mes-ma família”, disse ele a Jeremias, que sen-

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tiu a vida destroçada. Ele não sabia o que fazer. Somente depois de orar fervorosa-mente sentiu paz no coração. Então, deci-diu voltar para Nampula e encontrar um lugar onde ficar. Jeremias procurou um emprego que o ajudasse a pagar o aluguer nos próximos três meses. Aos sábados, ele ia à igreja. O amigo que o tinha convidado passou a ajudá-lo com alimentos, e outros membros apoiavam-no financeiramente.

Sabendo que haveria uma festa batis-mal na igreja, Jeremias pensou: “Aqui está uma oportunidade para eu ser batizado.” Assim aconteceu. Imediatamente após o batismo, a vida tornou-se ainda mais de-safiadora. Ele não conseguia emprego. Era época de chuvas e o teto da sua casa esta-va a deixar entrar água. Um ladrão arrom-bou a sua casa e roubou tudo o que ele tinha, até o pouco alimento. Durante seis meses, morou com um amigo não-cristão, mas ficava cada vez menos à vontade com a bebida e as festas que o amigo oferecia. “Tive problemas muito grandes depois do batismo”, disse ele. “Foi quando aprendi a orar sempre, e a pedir que Deus me ajudas-se a encontrar uma forma de viver.” Certo dia, o Pastor da igreja informou Jeremias de que os membros decidiram construir uma casa pequena para ele. Jeremias tra-balhou arduamente para juntar dinheiro para a construção, e a igreja forneceu o restante. Ele também ajudou a construir a casa. Atualmente, Jeremias tem 20 anos e vive na sua própria casa. Ele só precisa de dar alguns passos para chegar à igreja. Ele continua a fazer trabalhos temporários e espera encontrar um meio de completar o Ensino Secundário. Ele só estudou até ao sétimo ano.

“Passei fome, fui humilhado e enfren-tei muitos desafios, mas venci-os porque

Deus está ao meu lado”, disse ele. “Estou aqui, hoje, graças à ajuda que recebi dos irmãos da igreja.” O seu conselho para as pessoas que estão a lutar é: “Coloquem Deus em primeiro lugar e vencerão. Al-gumas pessoas podem enfrentar desafios maiores do que os meus; porém, Deus se-gurará a sua mão, assim como Ele segu-ra a minha.” Ele está feliz porque abriu a porta do coração a Jesus. Parte da Oferta deste Trimestre ajudará na construção de um orfanato para crianças que perderam os seus pais vítimas de HIV/SIDA na ci-dade natal de Jeremias, Nampula. Muito obrigado pela Oferta Missionária.

DICAS– Encontrem Nampula, Moçambique, no mapa.– Leia Apocalipse 3:20 e 21 e faça um ape-lo para que as crianças abram a porta do coração a Jesus.– Assistam ao testemunho de Jeremias: bit.ly/Jeremias-Ligorio.

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7º SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO

A Disputa pela Televisão

Uma grande disputa começou quando Anselmo quis assistir a uns desenhos ani-mados sobre super-heróis no Canal 24, em sua casa em São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, localizado na costa oeste africana. A irmã mais velha, Eliene, queria assistir a um programa sobre princesas no Canal Panda. “Eu estava a ver primeiro”, disse Anselmo à irmã. “Eu sou a mais velha”, respondeu Eliene.

Isso irritou Anselmo. Ele não conseguia argumentar, porque a irmã era mais velha. Então, fez o que imaginou ser a melhor coi-sa que poderia fazer: bateu no braço da irmã.

“Porque me bateste?”, reclamou Elie-ne. Ela não gostou da atitude do irmão, e bateu-lhe também. Isso irritou Anselmo ainda mais, que acabou por lhe novamen-te. As duas crianças bateram uma na ou-tra, cada vez mais forte, enquanto protes-tavam. A briga atraiu a mãe para o quarto. “Parem!”, ela ordenou, zangada. “Não discutam porque um dia acabarão por se magoar!” Então, sugeriu que os dois se revezassem a ver televisão. Anselmo pôde terminar de ver os desenhos e, depois, Eliene assistiu ao seu programa.

Anselmo não gostava de discutir com a irmã. Ele realmente queria obedecer à mãe e parar com a discussão. Mas, pouco tem-po depois, Eliene disse algo que o incomo-dou. Antes que percebesse, tinha batido no braço da irmã de novo. Então, certo dia, Anselmo viu na televisão uma publicidade da escola Adventista. Ele gostou e pensou que poderia fazer bons amigos lá. Então, pediu aos pais que o matriculassem.

“Nós iremos matricular-te lá, se pu-dermos pagar a mensalidade”, disse o pai, que trabalhava numa empresa petrolífe-ra. Felizmente, ele conseguiu a quantia necessária e enviou Anselmo para aquela escola, onde iria frequentar o 3º ano. O menino descobriu que a escola era dife-rente da escola pública. Os seus antigos professores eram de São Tomé e, algumas vezes, batiam-lhe por causa do seu mau comportamento. Os novos professores, entretanto, eram missionários do Brasil e de Portugal e nunca o agrediram. Na esco-la, encontrou também dois vizinhos que o ajudaram a sentir-se mais à vontade.

Todas as manhãs, o professor lia uma história bíblica antes das aulas. Anselmo nunca tinha ouvido falar de Jesus nem tinha lido a Bíblia. Ele gostava muito de ouvir as histórias. Lembrou-se das discussões com a irmã quando a professora leu sobre as bri-gas de José e dos seus irmãos mais velhos. Ouviu como os irmãos ficaram tão zanga-dos que venderam José para ser escravo no Egito. E alegrou-se quando José perdoou os seus irmãos. “A minha parte favorita é quando José se tornou no Primeiro-Minis-tro e convidou os irmãos para um jantar e os perdoou”, diz. Ao voltar para casa, ele con-tou a história de José à irmã. Daquele dia em diante, não voltaram a bater um no outro.

Parte da Oferta do Trimestre ajudará a escola de Anselmo, o Colégio Adventis-ta Internacional Cosme Mota, a construir um auditório em que todas as crianças po-derão reunir-se para aprender mais sobre Deus. “Antes eu não conhecia Deus nem sabia que Ele existia”, diz Anselmo, que, hoje, tem oito anos e está no 4º ano. “Mas a escola ensinou-me que Ele é amor e é importante na minha vida.”

Agradecemos pelas Ofertas.

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DICAS– Localizem São Tomé e Príncipe no mapa.– Vejam o vídeo sobre Anselmo: bit.ly/Anselmo-Barros.

8º SÁBADO, 23 DE FEVEREIRO

Deus Faz Maravilhas

Dadyslau mora em São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe. Ele nunca gostou de ouvir as crianças da rua a chamarem-lhe nomes. Certo dia, ao sair de casa, um me-nino gritou: “Tu és gordo!”

Dadyslau correu na direção do ra-paz e deu-lhe um murro. Num outro dia, uma menina olhou para ele com desdém e disse: “Tu não és bonito.” Novamente, Dadyslay levantou o braço e deu-lhe uma bofetada. “Não sou gordo nem feio”, ele dizia às crianças.

Houve um momento em que Dadys-lau chegou ao limite. Quando um meni-no lhe chamou um nome feio, ele pegou numa pedra e atirou-lha com toda a força, atingindo a mão do menino, que correu para casa a chorar. Naquela noite, o pai do garoto foi até à casa de Dadyslau e conver-sou com os seus pais sobre a pedrada. O pai pegou numa grande régua de madeira e bateu com força na mão de Dadyslau. “Não atires pedras às pessoas”, disse. “Se alguém for maldoso para contigo, ignora e não te preocupes com isso. Eu vou bater--te, se atirares pedras!”

Dadyslau chorou muito. Achava in-justo que estivesse a ser castigado quando o outro garoto falara de maneira grosseira. Mas ele não atirou mais pedras. Na oca-sião seguinte em que um menino gozou com ele, ficou furioso e cerrou os punhos. Ele realmente queria bater nele. Mas foi--se embora, pois não queria que o pai lhe desse outra reguada.

Quando Dadyslau iniciou o 3º ano, os seus pais enviaram-no para a escola Ad-ventista do Sétimo Dia. Ele nunca tinha

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ouvido falar de Jesus nem lido a Bíblia. Mas gostou muito de ouvir e de ler histó-rias bíblicas, principalmente sobre Jesus. “Aprendi como Jesus foi crucificado, res-suscitou, foi para o Céu e agora está à espe-ra para regressar e vir buscar os meninos e as meninas obedientes”, diz Dadyslau, que estuda na escola há dois anos. Atualmente, ele tem nove anos e está no 4º ano.

O seu verso bíblico favorito é o que Jesus disse aos Seus discípulos, de que iria para o Céu e voltaria: “Não se pertur-be o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse as-sim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver” (Joa. 14:1-3). “Eu gosto deste verso, porque quero ir para o Céu”, diz Dadyslau. “Quero ver Deus e conhecer o Céu.”

Os pais de Dadyslau perceberam mu-danças positivas no comportamento do filho e ficaram muito felizes por ele ter aprendido sobre Jesus na escola. Agora, a irmã de seis anos também estuda na mesma escola, onde aprendem juntos que não precisam de ficar irritados quando outras crianças os tratam com maldade. “Hoje, quando alguém me chama um nome ruim, eu ignoro”, ele diz. “Não digo nada e continuo o meu caminho. Não me importo com o que eles dizem por-que eu sei que sou o contrário. Sou bonito. Aprendi na escola que Deus me criou e Ele só faz coisas maravilhosas.”

Parte da Oferta deste Trimestre ajudará a escola de Dadyslau, o Colégio Adventis-ta Internacional Cosme Mota, a construir um auditório onde as crianças poderão ir ao culto matinal para aprender mais sobre Deus. Agradecemos pela Oferta.

DICAS– Assistam ao vídeo sobre Dadyslau: bit.ly/Dadyslau-Sacramento.

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9º SÁBADO, 2 DE MARÇO

A Conversão de um Falso Profeta

As pessoas que desejavam limpar as suas casas de espíritos malignos na vila zimba-buense de Fairview sabiam quem chamar: Cleopas Ndlovu, um homem que se au-todenominava profeta. Cleopas visitava a casa do cliente com uma pena ou com uma cauda de vaca. Depois de mergulhar a pena ou a cauda de vaca na água, sa-cudia-a nas paredes e nos cantos de cada divisão. O cliente devia pagar em dinheiro ou até com duas ou três vacas.

Mkhokheli não conhecia Cleopas quando se mudou para Fairview em 2017. O missionário só queria ensinar às pes-soas sobre Jesus e dizer-lhes que Ele virá em breve. Então, decidiu realizar uma sé-rie evangelística de duas semanas. Cleo-pas assistiu a quase todas as reuniões. Certa noite, Mkhokheli pregou sobre os profetas. Falou como Deus usou profetas bíblicos como Moisés, Elias e Isaías para ensinar as pessoas a obedecerem aos Seus mandamentos. Ele abriu a Bíblia e leu: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos” (Mat. 24:24).

“Os profetas hoje em dia fazem como os profetas da Antiguidade?”, perguntou. “Aqueles profetas não pediam dinheiro às pessoas. Eles queriam servir o Senhor. Os profetas hoje em dia tiram coisas às pes-soas e realizam falsos milagres.” Voltando à Bíblia (II Reis 5), Mkhokheli leu como o profeta Eliseu se recusou a receber pra-ta e ouro depois que Naamã foi curado da lepra. “Mas os profetas de hoje em dia pe-

gam prata e ouro das pessoas”, disse. “Eles pregam sobre o evangelho da prosperida-de. Nunca ouvi um profeta dizer: ‘Prepara--te, Jesus virá em breve.’ Eles falam sobre coisas terrenas. Porquê? Porque o interesse deles é o deste mundo e não o do Alto.”

No fim do sermão, Mkhokheli fez um apelo para as pessoas entregarem a vida a Jesus. Cleopas foi o primeiro a atender. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. As pes-soas olhavam impressionadas! Muitas de-las já tinham pago para que Cleopas visi-tasse a sua casa com penas e rabo de vaca.

“Este homem é um profeta!”, sussur-rou uma pessoa. “E ele está a abandonar tudo por Jesus!”, disse outra. Após o ser-mão, Mkhokheli orou com Cleopas e des-cobriu que ele se declarava profeta. Trinta e duas pessoas foram batizadas naquela campanha evangelística. Cleopas foi o primeiro a ser mergulhado nas águas e a surgir como uma nova pessoa. Hoje, ele não se ocupa a passar penas e rabo de vaca na casa das pessoas. Acredita que há so-mente uma forma de se libertar dos espí-ritos: orar ao Deus do Céu.

Agradecemos muito pelas Ofertas que apoiarão os trabalhos como o de Mkhokheli Ngwenya.

DICAS– Encontrem Zimbabué no mapa.– Pronúncia de Mkhokheli: m-KO-kelly.– Mkhokheli é um Pioneiro da Missão Global. Muitos missionários saem dos seus países para ensinar o Evangelho. Um Pioneiro da Missão Global é um tipo espe-cial de missionário que ensina o Evange-lho onde não exista presença Adventista.– Assistam ao testemunho de Mkhokheli: bit.ly/Mkhokheli-Ngwenya.

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10º SÁBADO, 9 DE MARÇO

Uma Mulher Chamada Pedro

Christine vive na Zâmbia. Quando os membros da igreja a veem a vender roupas e louças ao lado da estrada, gritam: “Olá, Pedro! Como estás?” Os estranhos espan-tam-se e perguntam: “Porque se chama Pedro, sendo mulher?” Ela então conta a sua história. Os seus pais deram-lhe o nome de Christine, mas ela envolveu-se num tipo diferente de trabalho antes de se encontrar com Jesus. Ela costumava fazer kachasu, uma cerveja caseira feita de açú-car e fermento, e vendê-la na sua cidade natal, Mazabuka, no Sul da Zâmbia. Tam-bém tinha um segundo negócio: empres-tar dinheiro a juros.

Notando que algumas pessoas tinham dificuldade em pagar o empréstimo no prazo, ela criou uma roupa especial a que chamou “equipamento de luta”. Quando alguém não pagava, ela ia para casa e ves-tia uma camiseta e umas bermudas. Ela prendia firmemente as bermudas com um cinto, para que não caíssem, se ela tivesse que lutar. Então pegava numa faca afiada e num facão de aparência ameaçadora.

Vestindo o seu equipamento de luta, Christine ia até à casa do devedor e batia à porta. Assim que o devedor via o seu rosto sisudo e as armas, imediatamente permi-tia que ela entrasse em sua casa. Se não ti-vesse dinheiro, ela pegaria o que quisesse e mantê-lo-ia consigo até que o emprésti-mo fosse pago. “Nunca precisei de lutar com ninguém”, disse. “As pessoas tinham medo de mim. Quando me viam com a faca e o facão, deixavam que eu trouxesse o que queria”, conta.

Christine mostrava-se imponente no seu equipamento de luta. As pessoas se-guiam-na e aplaudiam-na quando ela dei-xava a casa dos devedores com aparelhos de som, televisão e motocicletas. Ela acre-ditava que fazia a coisa certa. “Quando via as pessoas a aplaudir, pensava que isso era muito bom”, diz. Christine fazia o mesmo ritual quando as pessoas não lhe pagavam a cerveja. Vestia o uniforme de luta e se-guia para casa delas. Após confrontar os devedores, voltava para casa, vestia o seu traje normal, voltava a vender cerveja e a oferecer empréstimos.

Assim era a vida de Christine até que um evangelista Adventista chegou à cida-de. Christine assistiu às reuniões todas as noites e aceitou Jesus como Salvador pes-soal. Mas, de repente, ela adoeceu. Não conseguia andar e ficou na cama durante seis meses. Então, ouviu sobre outra sé-rie evangelística, que estava a ser realiza-da e ela desejou ser batizada, mais do que qualquer outra coisa. Incapaz de andar, pediu aos dois filhos adolescentes que a levassem para as reuniões num carrinho de mão. Após as reuniões e os estudos bí-blicos, ela foi batizada.

“No dia seguinte ao batismo, consegui ficar de pé e andar. Foi impressionante”, relembra Christine.

Ela foi curada. Então, lembrou-se da sua velha vida de empréstimos a juros, da fabricação de cerveja e do seu equipamen-to de luta. Sentiu-se envergonhada disso tudo, pôs fora a faca, o facão e substituiu--os pela Bíblia. “Agora, a minha faca e o meu facão são a Bíblia”, disse ela. “Os ver-sos da Bíblia tornaram-se instrumentos para ajudar os outros.” As pessoas ficam surpreendidas de que Christine possa ler a Bíblia. Ela estudou apenas até ao 7º ano

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e fala tonga, a língua nativa deste povo do Sul da Zâmbia. Contudo, ela consegue ler a Bíblia em inglês.

“Quando conheci Deus, pedi que me ajudasse a trabalhar para Ele”, disse ela, com ajuda de um intérprete. “Deus aju-dou-me a começar a ler em inglês, embora não soubesse, nem ainda saiba falar, outra língua, além da minha. Mas, graças a Deus, posso ensinar e fazer qualquer trabalho da igreja.” Foi então que os membros da igre-ja começaram a chamar-lhe Pedro. Quan-do os estranhos perguntam porque lhe chamam Pedro, ela lembra-lhes a noite em que Jesus foi preso no Jardim do Getséma-ni. “Simão Pedro, que trazia uma espada, tirou-a e feriu o servo do sumo-sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. (O nome daquele servo era Malco.) Jesus, porém, ordenou a Pedro: ‘Guarda a espada! Acaso não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?’” (Joa. 18:10 e 11.)

“Assim como Pedro, no passado, eu usava uma espada”, disse Christine. “Po-rém, coloquei-a de lado, pois, agora, uso a Bíblia.”

DICAS– Encontrem a Zâmbia e a cidade de Ch-ristine Mazabuka, no mapa – uma cidade de 35 mil habitantes no Sul do país.– Pergunte às crianças que personagem bíblico gostariam de ser e porquê.– Vejam o vídeo sobre Christine: bit.ly/Christine-Mwiinga.

11º SÁBADO, 16 DE MARÇO

“Não Foi Minha Culpa!”

Mary não gosta de se lembrar de quan-do tinha 17 anos e frequentava o 7º ano. Ela morava com o irmão mais velho na capital da Zâmbia, Lusaka. Mary ajudava o irmão e a esposa nas tarefas de casa. Ela também cuidava de duas crianças, uma menina de seis anos e um menino de dois. Certo dia, Mary atravessou a rua com o sobrinho, Riudo, para visitar uma família amiga e a filha deles, que era da mesma idade dela. A casa da vizinha não tinha eletricidade, e os alimentos eram aquecidos num fogão a carvão.

Enquanto conversavam na sala de es-tar, Riudo entrou na cozinha a correr. Eles tinham acabado de tirar uma panela de água quente do fogão e tinham-na colo-cado no chão para tomarem banho. Um grito estridente alertou que algo terrível tinha acontecido. Mary correu para a cozi-nha e encontrou Riudo parado e a chorar de dor. Uma perna das calças estava en-charcada. Ele tinha escorregado. Ela não sabia o que fazer. “Vamos ajoelhar-nos e orar”, a amiga sugeriu.

Mary acreditava em Deus, mas não ti-nha o costume de orar. Por isso, não sabia o que dizer. Depois de se ajoelhar, orou: “Porque fizeste isto comigo, Senhor? Fa-ça-se a Tua vontade.” Quando a amiga ti-rou as calças do menino, a pele saiu junta-mente com a peça de roupa. Mary correu até à sua casa, voltou trazendo manteiga e passaram na perna dele para impedir o inchaço. A amiga pediu ao vizinho, que tinha um carro, para os levar ao hospital. Então telefonou ao irmão e à esposa, que estavam a trabalhar. A cunhada chegou

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primeiro ao hospital. Olhou para Mary e perguntou: “O que fizeste a esta criança?” Mary sentiu-se responsável pelo acidente. Não sabia o que fazer, a não ser chorar.

Depois de algum tempo, ela percebeu que não poderia ajudar em nada no hos-pital, por isso voltou para casa. Cozinhou nshima (mingau grosso de milho) e chib-wabwa (folhas de abóbora) para o jantar e colocou na mesa. Os demais familiares chegaram a casa às 23 horas. Outros pa-rentes começaram a chegar. Em vez de perguntarem o que tinha acontecido, eles culpavam-na e criticavam-na muito. Ela não queria magoar a criança. Foi um aci-dente e estava além do seu controlo. En-tão ficou sem comer durante uma semana.

Quando a mãe, que vivia noutra re-gião da cidade, soube que Mary não es-tava a comer, foi visitá-la. “Tudo acontece por um motivo”, disse. “Deus sabe que não foi tua intenção magoá-lo. Ele ajudará a resolver isso. Mas, ficar sem comer não ajuda. Alimentada e feliz, poderás ajudar o menino a recuperar a saúde.” Mary ali-mentou-se pela primeira vez naquele dia, e passou a orar durante o dia e à noite, pedindo que Deus curasse o sobrinho. Ela dizia: “Tu sabes o que aconteceu. Embo-ra as pessoas digam que foi minha culpa, elas não viram o acidente.”

Depois de três semanas, pela graça de Deus, Riudo estava completamente cura-do! Mary ficou impressionada. Hoje, ele é um menino de cinco anos saudável, mal se conseguem ver as cicatrizes na perna. O relacionamento com os familiares tam-bém foi restaurado. Apesar do stresse cau-sado pelo acidente, Mary conseguiu ter-minar o ano escolar e foi matriculada na escola de Ensino Secundário de Rusangu. Aprendeu muito sobre a espiritualidade e

a conviver socialmente no internato Ad-ventista. A planear ser batizada, Mary ora para colocar sempre Deus em primeiro lu-gar em tudo o que fizer, porque Ele lhe concedeu a força necessária quando mais precisou. As pessoas podem fugir e rejei-tar, mas a única pessoa que sempre nos aceitará é Deus.

Mary Mupaliwa, 20 anos, é aluna do 11º ano da Escola Secundária Rusangu, lo-calizada na terra onde o missionário nor-te-americano William Harrison Anderson estabeleceu a primeira escola Adventista, na Rodésia do Norte (atual Zâmbia), em 1905. As Ofertas Missionárias apoiaram o trabalho de Anderson na criação de uma escola em Rusangu e continuam a finan-ciar a disseminação do Evangelho por meio dos missionários. Agradecemos a vossa generosidade.

DICAS– Encontrem Lusaka, Zâmbia, no mapa.– Enfatize às crianças que Deus vê tudo e sabe quando algo não é culpa delas.– Ensine as crianças a orar a Deus, pedin-do ajuda, e a confiar que Ele responderá.– Assistam ao vídeo sobre Mary: bit.ly/Mary-Mupaliwa.

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12º SÁBADO, 23 DE MARÇO

Deus CuraNamoonga vive em Lusaka, capital da Zâmbia, e parou de estudar aos trezes anos. Ela não conseguia andar do sofá até à porta da casa. A divisão estava sempre abafada; por isso, ela sentava-se no sofá que ficava perto da janela, lutando para respirar. Namoonga também não tinha forças para estudar. Não sabia ler nem es-crever. A única coisa a fazer era sentar-se perto da janela e emagrecer. Os pais e os amigos oravam e falavam abertamente das suas preocupações.

“Ela está à beira da morte”, dizia um. “Os médicos não podem operar”, dizia outro. Os médicos fizeram uma série de exames e descobriram que ela sofria de insuficiência cardíaca. Essa insuficiência devia-se a um vazamento na válvula do coração, por isso, precisava de fazer uma cirurgia para reconstruir a válvula. So-mente assim poderia recuperar.

A operação seria realizada no Hospital Universitário em Lusaka, mas Namoonga teve que esperar a chegada de cirurgiões especializados da Rússia. Geralmente, duas vezes por ano, vêm médicos russos a este hospital para realizar cirurgias ao co-ração. Enquanto esperava, a saúde de Na-moonga piorava. Ela passava o tempo a ir e a voltar do hospital e foi internada duas vezes na mesma semana com inchaço nas pernas. Finalmente, os médicos che-garam. Enquanto Namoonga era levada para a sala de cirurgia, orou: “Deus, estou preparada para ir para a operação. Não me preocupo com o resultado da cirurgia; que seja de acordo com a Tua vontade.”

A cirurgia delicada durou oito horas. Os médicos removeram cuidadosamente

a válvula do coração que vazava e subs-tituíram-na por uma de metal. Assim que acordou, após a cirurgia, pediu imediata-mente água. Ela estava fraca e cansada. Olhou ao redor do quarto e viu máquinas em todos os lugares. Então, viu a família à espera do momento para a abraçar. Três dias depois, ela saiu da UTI para um quar-to comum. Os médicos disseram que a operação tinha sido um sucesso, mas eles alertaram que Namoonga teria que tomar remédios para o coração todos os dias du-rante o resto da vida.

Passados sete meses da cirurgia, Na-moonga voltou para a escola. Dez anos se passaram e, atualmente, aos 24 anos, ela está a frequentar o 4º ano na Universida-de de Rusangu. Depois da licenciatura, ela pretende criar uma organização para aju-dar crianças com problemas de coração. Namoonga diz que a cirurgia e os remé-dios são importantes, mas somente Deus merece o crédito pela sua vida. “Deus deu-me a vida e continua a mantê-la sau-dável”, diz. As suas palavras repetem o que Apocalipse 4:11 diz: “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas.”

“Deus esteve sempre presente”, diz Namoonga. “Não foi o medicamento que me ajudou a melhorar. Foi Deus Quem me curou. Não é por causa da válvula de metal que ainda estou viva, é Deus Quem me mantém constantemente.” Namoon-ga Masenke está entre os quatro mil alu-nos da Universidade Rusangu, localizada onde o missionário norte-americano Wil-liam Harrison Anderson estabeleceu o primeiro posto Adventista, na Rodésia do Norte (atual Zâmbia), em 1905. As Ofer-

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tas Missionárias apoiaram o trabalho de Anderson na criação da primeira escola em Rusangu e continuam a disseminar o Evangelho atualmente.

Agradecemos as Ofertas Missionárias.

DICAS– Encontrem Lusaka, Zâmbia, no mapa.– Encontrem a Rússia no mapa para mos-trar a distância que os médicos faziam quando viajavam. – Explique que Namoonga significa “uma pessoa que cuida de outra”. Isso é o que ela deseja fazer, quando se formar.– Pergunte às crianças se querem fazer o mesmo que Namoonga.– Assistam ao vídeo sobre Namoonga: bit.ly/Namoonga-Masenke.

13º SÁBADO, 30 DE MARÇO

Programa do Décimo Terceiro Sábado

NOTA: Este programa requer a participa-ção de até oito crianças. Há cinco partes faladas (narrador, Adrian, mãe, primo 1 e primo 2). Há três partes que podem não ser faladas (Kobe, o Pastor e o primo de primeiro grau). As crianças não precisam de memorizar as falas; mas incentive-as a lerem várias vezes, para que a apresenta-ção seja natural e bem à vontade. No ce-nário, sugerimos usar uma cama e uma mesa para estudos bíblicos. A mesa pode ser usada como púlpito, para Adrian en-cenar um sermão.

NARRADOR: Este Trimestre conhecemos pessoas do Botswana, de Moçambique, de São Tomé e Príncipe, do Zimbabué e da Zâmbia. Hoje ouviremos mais uma história da Zâmbia, sobre um poço maravilhoso.

O Poço que Transformou uma Comunidade

NARRADOR: Um “Centro de Influência” é um lugar usado pelos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia para se conecta-rem com a comunidade local. Um Centro de Influência pode ser uma livraria, um restaurante vegetariano ou uma sala de leitura. Esta é a história de um dos pri-meiros Centros de Influência Adventistas: um poço simples construído com dinhei-ro doado pelas missões em 1914. Este é Simon H. Chileya II, de 83 anos, e uma das poucas pessoas vivas que testemu-nhou estes eventos históricos.

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PASTOR SIMON: A história começou em 1903, quando o missionário norte-ameri-cano William Harrison Anderson chegou à Rodésia do Norte. Ele encontrou um terreno que, na sua opinião, seria perfeito para abrir uma base missionária. Estava localizado a dois quilómetros do impres-sionante rio Magoye.

PASTOR ANDERSON: Podemos, por fa-vor, ter esta terra para uma base missioná-ria? Queremos abrir uma fazenda e uma escola onde as crianças possam aprender a ler, a escrever e a conhecer Deus.

CHEFE: Eu gosto de si, porém, sinto mui-to! Já demos esta terra a um Padre que também deseja abrir uma base missioná-ria. Ele foi para a sua casa na Europa a fim de ir buscar suprimentos.

PASTOR SIMON: Mas havia um problema com os direitos à terra. Quando a terra é doada, a pessoa que a recebe deve acei-tá-la, para se tornar sua proprietária. Na tradição local, o novo proprietário aceita a terra arrancando a casca de uma árvore e escrevendo no tronco. O Padre não tinha feito isso.

Então, o Chefe chamou outros líderes do outro lado do rio para discutir o que fazer. Os Chefes decidiram que o Padre não tinha aceitado a terra, por isso ofere-ceram-na ao Pastor Anderson. O Pastor Anderson reivindicou a terra de aproxima-damente 2025 hectares, arrancando a casca de uma árvore e escrevendo no tronco.

Depois disso, ele viajou para a base missionária de Solusi, que abrira nove anos antes, para obter suprimentos para a nova base missionária. Levou dois meses para percorrer os 1450 quilómetros até

Solusi, na Rodésia do Sul. Enquanto via-java, o Padre regressou.

CHEFE: Desculpe, nós demos a terra a ou-tra pessoa.

PASTOR SIMON: O Padre esperou. Quan-do o Pastor Anderson voltou, ele e o Padre tiveram uma longa conversa sobre a terra. Não tendo chegado a um acordo, foram ter com um líder do Governo em busca de ajuda. O líder declarou que a propriedade pertencia ao Pastor Anderson, porque ele tinha escrito na árvore. Mais tarde, o Pas-tor Anderson construiu um marcador per-manente para mostrar que ele tinha aceita-do o presente da terra. Parte do marcador ainda permanece hoje. O Padre não ficou de mãos vazias. O Chefe que deu a terra ao Pastor Anderson sugeriu que o Padre falas-se com outros líderes do outro lado do rio. Aqueles Chefes deram ao Padre algumas terras para a sua base missionária.Enquanto isso, o Pastor Anderson traba-lhou para iniciar a base missionária, conhe-cida como Missão Rusangu. Ele planeou passar dois anos na construção e aprender o idioma local, tonga, antes de inaugurar a escola. Mas, no dia em que o Pastor Ander-son chegou, um rapaz que falava um pou-co de inglês veio até ele enquanto cortava varas para construir uma cabana.

JOVEM: Professor, quero estudar na escola.

PASTOR ANDERSON: Escola?! Nós ainda não temos uma escola, nem mesmo uma casa. Preciso de estudar a língua, para es-crever e criar os livros escolares. Dentro de dois anos, podemos ter uma escola.

JOVEM: Você não é professor?

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PASTOR ANDERSON: Sim, esse é o meu trabalho.

JOVEM: Então, ensine-me! Todo este país ouviu dizer que você é professor e que veio ensinar-nos. Aqui estou eu. Vim para a escola!

PASTOR SIMON: Dentro de um mês, o Pastor Anderson estava a ensinar 40 alu-nos. Entretanto, a água provou ser um problema para a base missionária, porque tinha de ser transportada do rio Magoye, localizado a cerca de 1,6km de distância. O Pastor Anderson decidiu cavar um poço profundo e estreito no chão. A Conferên-cia Geral doou mil dólares para a cons-trução do poço e para outras melhorias necessárias.O poço, localizado perto do marcador permanente do Pastor Anderson, atraiu os moradores locais das redondezas. Vir retirar água do poço aproximou as pes-soas do Pastor Anderson e dos outros missionários, dando-lhes a oportunidade de conversarem com elas. Muitas pessoas foram batizadas, incluindo o homem que me contou esta história.

NARRADOR: A terra recebida pelo Pastor Anderson está localizada na Zâmbia e é atualmente ocupada por uma escola pri-mária, uma escola secundária e uma Uni-versidade com quatro mil estudantes. Em 1903, quando o Pastor Anderson chegou, não havia presença Adventista ali. Mas o poço ajudou a trazer as primeiras pessoas a Cristo. Hoje, a Zâmbia tem mais de um milhão de Adventistas.Este é o poder do Espírito Santo a traba-lhar com um simples poço financiado por Ofertas Missionárias. Hoje, recolheremos

uma Oferta especial para projetos em Mo-çambique e São Tomé e Príncipe, que, com a bênção de Deus, poderá crescer tanto quanto o poço. Muito obrigado pela vossa Oferta do Décimo Terceiro Sábado.[Ofertas]

DICAS:– Vejam o testemunho do Pastor Simon: bit.ly/Simon-Chileya.

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