Psicologia Social IIPsicologia Social II

Licenciatura em Psicologia Licenciatura em Psicologia Clínica 3º anoClínica 3º ano

Cláudia Ng Deep 2

Trabalhos práticos:

• Fachada, M. O. (1998). Psicologia da relações interpessoais (1º Vol.).

• Tarefa 2, pp 155• Actividade 2, pp 158

Fazer individualmente e comparar com os resultados dos outros elementos da turma

Que conclusões tira? Fim da aula prática!

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1 – A formação de impressões

“Formar uma impressão significa organizar a informação

disponível acerca de uma pessoa de modo a podermos integrá-la

numa categoria significativa para nós!”

António Caetano, 1993

Tem a ver com um processo de categorização e classificação.

Um processo de organização e selecção da informação percepcionada!

Ao categorizar …• As pessoas são como que “arrumadas

em prateleiras” – recebem um rótulo• Este processo permite ao indivíduo que

rotula organizar a informação recebida – diminui a sua ansiedade perante o objecto

• – em psicologia dinâmica dir-se-á que é um movimento defensivo face ao objecto desconhecido

• - em psicologia cognitivo-comportamental dir-se-á que é um mecanismo de coping – adaptação!

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Problemática surgida …

• Ou indivíduo rotulado ou assume o rótulo que lhe foi “imposto”, o que sugere …

1. Passividade e permeabilidade ao outro – processo de identidade (separação/individuação) mal elaborado

2. Mal estar pessoal e social e baixo auto conceito

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Problemática surgida …

• Ou indivíduo rotulado não assume o rótulo que lhe foi imposto

1. Personalidade mais activa/assertiva

2. Processo de separação/individuação bem elaborado – estrutura egoica bem formada

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Assertividade• Capacidade de auto – afirmação

• Opõem-se à agressividade – auto afirmação agressiva, destrutiva e que não respeita a individualidade do outro

• Opõem-se à passividade – ausência de auto afirmação por medo ou vergonha social

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Assertividade• Respeito e honestidade face ao eu

e face ao outro• Auto conceito positivo (realista)• Auto estima equilibrada• Valorização do outro1.Permite ao outro expressar-se2.Demonstra interesse e compreensão

face ao outro3.É capaz de empatizar com o outro

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Comente …

• APARÊNCIAS ILUDEM

• ALUDÊNCIAS APARUDEM

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Primeiro em mini grupos e depois apresente à turma!

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Quando conhecemos alguém tendemos a formar, acerca dela, uma primeira impressão …

• Seleccionamos algumas características que consideramos importantes e

• … à volta delas formamos uma opinião global sobre a pessoa – influencia o nosso comportamento face a ela

• E …

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• … O outro faz o mesmo sobre a nossa pessoa – influencia o seu comportamento face a nós

• Há tendência para confirmar as primeiras impressões, rejeitando informações contrárias

Esta tendência está relacionada com o medo do caos e face à incerteza. Repare …-Se categorizamos os outros para “os arrumar em prateleiras” e diminuir a ansiedade face ao desconhecido …-Logo tenderemos a resistir à alteração desse sistema

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Para formar uma primeira impressão:

1. Não necessitamos de muita informação para tirar conclusões sobre a pessoa – são juízos muito rápidos

2. A informação pode ser obtida de forma directa observando o comportamento da outra pessoa ou …

3. … de forma indirecta através do que se ouve dizer sobre a pessoa

4. Rapidamente tiramos conclusões sobre a pessoa e seus supostos atributos e cria-se uma ideia global, coerente da pessoa e …

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5. … se esses supostos atributos comprovarem-se falsos, por vezes, em nada abalam as nossas convicções sobre a pessoa (já vimos porquê!)

6. Apesar de a pessoa poder revelar características diferentes ou contraditórias não hesitamos em criar dela uma impressão unificada

7. A formação das primeiras impressões permite “arrumar” as pessoas em categorias.

Quais as vantagens?

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Vantagens da formação de primeiras impressões

Cognitivamente – a formação de impressões permite organizar a informação/as impressões facilitando a comunicação …

• Permite, ao individuo que percepciona, filtrar a imensa informação que recebe do outro e apenas centrar-se no que considera mais importante e estável, regulando o comportamento

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Vantagens da formação de primeiras impressões

• Permite atribuir ao outro uma certa estabilidade e coerência de personalidade e permite predizer o seu comportamento futuro

– Aumenta a sensação de segurança de quem as forma!

– Aumenta a sensação de controlo face ao outro e face ao futuro (certas personalidades são mais propensas a este processo mental – personalidades mais controladoras como as com traços Obsessivos)

A formação das impressões tem como vantagem regular o comportamento e, consequentemente, permite agir de acordo com o primeiro conhecimento elaborado:

- evitam-se incongruências no tratamento social – porque tendemos a agir sempre da mesma forma perante pessoas com o mesmo rótulo

- Cria-se uma maior estabilidade na relação, ainda que, por vezes, assente em juízos errados.

-E simplifica a realidade pessoalCláudia Ng Deep 16

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Assim as pessoas são “arrumadas” em categorias avaliativas…

1. Do tipo afectivo – gostar ou não gostar2. Do tipo moral – bom ou mau3. Do tipo instrumental – competente ou

incompetente

E a partir do momento em que a pessoa é avaliada com base nas primeiras impressões consideramos que somos capazes de fazer inferências “obvias” e “correctas” sobre ela:

- Sua inteligência, seu carácter, seu sucesso profissional, …

- Para Leyens (1985) há uma Teoria Implícita da Personalidade !

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Por vezes essas inferências estão erradas …

Fim da aula teórica!

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Trabalhos práticos:

Aula prática - Fachada, M. O. (1998). Psicologia da relações interpessoais (1º Vol.).

. Tarefa 1 pp 155.

. Tarefa 3 pp.156.

Fazer individualmente e comparar com os resultados dos outros elementos da turma

Que conclusões tira? Fim da aula prática!

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Há 2 teorias que procuram explicar a formação de impressões

1 - Teoria Construtivista • A formação das

impressões deve-se essencialmente aos processos cognitivos e afectivos do percepcionador (Salomon Asch, 1946)

• Defende um processamento conceptualmente guiado

2 - Teoria Associacionista• A formação das

impressões deve-se essencialmente às características físicas e comportamentais da pessoa que as imite (Anderson, 1974)

• Defende um processamento guiado pelos dados – visão linear

3 - Actualmente temos uma perspectiva mista!

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Do ponto de vista histórico, surgem 3 grandes marcos …

1. Entre 1946-1960 – dominado por uma visão gestálica ou configuracional de Asch - visão holística mas em que umas características são mais importantes (centrais) e outras consideradas mais periféricas (menos determinantes) – interpretação contextualizada

2. Entre 1960-meados anos 70 – influenciado pela visão linear ou de integração da informação de Anderson - interpretação não contextualizada

3. Entre Anos 70 – anos 80 – pesquisa-se no âmbito do quadro da abordagem da memória de pessoas ou cognição social

Vê a seguir!

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1.Gestálica (Asch)

(um todo, unido)-visão holística-

2.Integração ouLinear

(Anderson)

3.Memória de pessoas ou cognição

socialPara formar impressões as pessoas integram várias informações (umas mais e outras menos decisivas na avaliação do suj.)

Cada informação tem um valor próprio e contribui de forma própria para a impressão geral – através de regras aditivas ou de média

Formar uma impressão depende dos processos de memória: .codificação (interpretação), .armazenamento e .recuperação da informação

As várias informações podem ser reinterpre- tadas de forma a constituir um todo coerente, contextuali- zado

Á medida que vão surgindo, cada informação contribui para a impressão geral, sem estar subordinada ao contexto

Abordagem da memória de pessoas ou cognição social

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Assim, Asch concluiu que …

• Há informações centrais (traços mais decisivos) e outras periféricas (traços menos decisivos) na formação das impressões – damos mais valor a certas características do que a outras

• Nem todas as informações, que o percepcionador tem, ocupam o mesmo valor na sua impressão final

• A mudança/ variação de um traço central pode alterar toda a impressão que temos da pessoa

• Todos os traços devem ser integrados num contexto – ou seja … a primeira impressão vai sendo construída de forma

conceptualmente guiada

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Assim, Anderson concluiu que …

Não há uma visão holística/ contextualizada– cada informação tem um valor próprio e contribui para o resultado final. Existem 2 formas de o fazer:

• Pela média simples e ponderada – formar uma impressão consiste em somar as pontuações e dividir o total pelo número das características consideradas (ver cenário do Sr. João que atribui um valor ligeiramente positivo (+1) ao Sr. Ramalho)

• Pela adição –os sujeitos vão adicionando os valores de cada impressão Fotocopiar pp 96-98

para aula prática

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Assim, a abordagem da memória das pessoas conclui que …

Brewer (1988) – as impressões formam-se com base em

• informações arrumadas em categorias (top down ou theory driven) (em função do sexo, raça, idade, etc)

+ • representações das pessoas (bottom up ou data driven) (estarmos

mais ou menos relacionados com ela)

ou seja … formamos as primeiras impressões baseando-nos em processos de classificação que nem sempre ocorrem

conscientemente (é automático) e em função da representação que essa pessoa tem para nós

Tudo isto depende das motivações e objectivos do percepcionador!

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Assim, a abordagem da memória das pessoas conclui que …

Fiske e colaboradores (1989) – as impressões formam-se

com base em 5 etapas (ver quadro anexo – pp. 101)

- Há uma categorização inicial que é automática – nada consciente – baseada em indícios físicos ou outras informações e que activam estereótipos e preconceitos. Se a pessoa não for relevante pára a formação da impressão, se for relevante essa formação de impressão segue para próximas etapas sempre tentando confirmar a categorização inicial, mas também havendo alguma abertura para uma re-categorização

- A formação das impressões é um processo contínuo na qual as pessoas usam várias estratégias cognitivas até chegarem a uma impressão final

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Quais são os factores que influenciam a formação de

impressões?

• Índices físicos

- Estáticos – características físicas da pessoa- Dinâmicos – gestos, expressões e mímicas

• Índices verbais – linguagem usada pela pessoa

• Índices não verbais - maneira de vestir, postura

• Índices comportamentais – comportamento, atitudes, reacções

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Quais são os factores que influenciam a formação de

impressões?

Actividade cognitiva intensa

• Percepção social • Estereótipos• Constructos pessoais• Esquemas de si próprio• Expectativas• Heurísticas• Enviesamentos • Factores de ordem afectiva• Objectivos• Factores demográficos (como idade e papeis sociais)• Efeitos (de ordem, de halo, distorções de positividade e de

negatividade) (ver adiante)

Formar uma impressão

=

Partir de pouca informação

Criar uma representação cognitiva e coerente da pessoa, avaliando-a e considerando-a uma Entidade

Social Virtual

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Efeitos de ordem

• A ordem (Asch) em que a informação surge afecta o resultado final da impressão

• O mesmo conjunto de adjectivos apresentado em ordens ≠ produz impressões ≠

Ex: Lista 1 – inteligente,

trabalhador, impulsivo, crítico, teimoso, invejoso – no geral considera-se a pessoa capaz

Lista 2 – invejoso, teimoso, critico, impulsivo, trabalha-dor, inteligente – no geral considera-se a

pessoa incapaz

Efeito de halo

• Ao categorizarmos alguém com características

positivas ou negativas tendemos a procurar outras características consistentes com essa primeira

Ex: se considerarmos alguém simpático é obvio que o consideraremos, também, honesto, inteligente e afável

Se consideramos alguém nada atraente pensaremos que é menos feliz, tem mau emprego, não é altruísta, interessante ou assertivo, …

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Distorção de positividade

• A investigação tem demonstrado que estamos mais disponíveis para fazer avaliações positivas, dos outros, do que negativas – efeito de brandura! -

• No entanto esta tendência muda quando se tem conhecimento de características negativas, no processo de formação das

impressões

Distorção de negatividade

• Um traço negativo torna-se mais saliente quando

se tem conhecimento de características negativas, no processo de formação das primeiras impressões

• Tende-se a atribuir mais peso à informação negativa e confia-se mais nela

• É mais difícil mudar uma primeira impressão desfavorável do que uma favorável

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Informações adicionais …

• Há diferença entre a pessoa, em sí, e a impressão formada (percepção do objecto)

• Ao categorizar a pessoa estamos a desprezar algumas características que ela tem e que consideramos não se enquadrarem na categoria inicial – ERRO!

• Normalmente categorizamos incorrectamente e somos adversos à reformulação – ERRO!

• Há que assumir uma posição crítica a fim de evitar o ERRO- há relatividade na categorização! Fim da aula teórica

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Trabalhos práticos:

• Aula - Fachada, M. O. (1998). Psicologia da relações interpessoais (1º Vol.).

– Actividade 3 pp 159.

Fazer individualmente e comparar com os resultados dos outros elementos

da turma Fim da aula prática!