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Gestão Pública para Resultados

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Gestão Pública para Resultados

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS GOVERNO DO ESTADO Antonio Augusto Junho Anastasia VICE-GOVERNADOR DO ESTADO Alberto Pinto Coelho SECRETÁRIOS DE ESTADO DO GOVERNO DE MINAS Renata Maria Paes de Vilhena – Secretária de Estado de Planejamento e Gestão COORDENADORA EXECUTIVA DO PROJETO Adriane Ricieri Brito – Subsecretária de Gestão da Estratégia Governamental COORDENADORA TÉCNICA DO PROJETO Milla Fernandes Ribeiro Tangari – Gestora do Núcleo Central de Inovação e Modernização Institucional ELABORAÇÃO TÉCNICA DA CARTILHA Rodrigo Guerra Furtado - Assessor-Chefe da Assessoria de Melhoria da Gestão REVISÃO TÉCNICA E DIAGRAMAÇÃO DO CONTEÚDO Kamila Araújo Rola Fontes Moreira COMITÊ TÉCNICO DO PROJETO Janaína Ribeiro Araújo Isabela de Lima Rocha Kamila Araújo Rola Fontes Moreira

Belo Horizonte

Abril/2013

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1 Introdução ......................................................................................................... 4

2 Motivação ......................................................................................................... 5

3 Objetivos ........................................................................................................... 6

4 Resultados Esperados ........................................................................................ 7

5 Conceitos Relevantes ......................................................................................... 8

5.1 VISÃO GERAL DO PROCESSO .......................................................................................... 8

5.2 VINCULAÇÃO COM A POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO VARIÁVEL ........................................... 10

6 Passo a Passo Para Implementação do Acordo de Resultados ........................... 12

7 Metodologia .................................................................................................... 15

8 Principais Iniciativas Para o Alcance do Acordo de Resultados .......................... 28

9 Dicas e Sugestões ............................................................................................ 35

11 Considerações Finais ....................................................................................... 44

12 Legislação Pertinente ................................................................................... 45

13 Referencial Teórico ...................................................................................... 46

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1 Introdução

O Choque de Gestão é um conjunto integrado de políticas de gestão pública sob as

perspectivas: Macro Governamental, Organizacional/Institucional e Individual/Grupal. Uma

das principais políticas que compõem a perspectiva Organizacional/Institucional é a de

Contratos de Gestão. Os Contratos de Gestão em Minas Gerais receberam a denominação

“Acordo de Resultados” e caracterizam um novo modelo de gestão por resultados na

administração pública, a partir do alinhamento das organizações aos resultados pretendidos

pelo Governo.

O Acordo de Resultados é um instrumento utilizado pelo governo do Estado de Minas Gerais

de pactuação de metas. Este Acordo estabelece, por meio de indicadores, quais compromissos

devem ser entregues pelos órgãos e entidades do Poder Executivo às autoridades que sobre

eles tenham poder hierárquico. É também uma ferramenta de mobilização e incentivo para os

servidores em torno das prioridades estabelecidas.

Em contrapartida à assinatura desse Acordo são concedidas aos acordados1 autonomias

gerenciais, orçamentárias e financeiras e, em caso de desempenho satisfatório, pagamento de

prêmio de produtividade aos servidores, como incentivo.

A implementação de uma política de Contratos de Gestão, vinculada a políticas de

remuneração variável, é um dos eixos centrais do Choque de Gestão mineiro e tem levado o

Estado de Minas Gerais a um patamar de referência nacional na melhoria da gestão pública.

Esta Cartilha tem por a meta apresentar as principais características da experiência mineira,

elencando os principais passos e desafios para se implementar um modelo de Contrato de

Gestão.

1 Acordado é o órgão/equipe que se compromete a atingir os resultados pactuados.

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2 Motivação

Implantar uma política de Contrato de Gestão é uma maneira de aumentar os resultados

alcançados pelas instituições públicas, pois permite a definição clara dos principais objetivos

de suas atuações.

E é a partir dessa clareza de definições que se torna possível a obtenção de maior

envolvimento dos servidores e colaboradores (internos e externos) em torno das prioridades

de governo.

A Prefeitura, ao implantar essa política de Contrato de Gestão, poderá alcançar mais

resultados positivos em suas ações de governo.

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3 Objetivos

Tanto governos de grande porte quanto de porte reduzido possuem alta complexidade

organizacional devido à quantidade de assuntos e demandas que têm diariamente. Nesse

sentido, definir prioridades e engajar os colaboradores internos e externos em busca dessas

prioridades é um desafio e um problema para os servidores municipais.

O Contrato de Gestão é uma ferramenta eficaz para enfrentar essa realidade, que se resume

nos objetivos do Acordo de Resultados:

melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços públicos prestados à

sociedade;

alinhar o planejamento e as ações das organizações públicas com a

estratégia do Governo, viabilizando a sua implementação;

dar transparência às ações das instituições públicas envolvidas e facilitar o

controle social sobre a atividade administrativa;

auxiliar na implementação de uma cultura voltada para resultados,

estimulando, valorizando e destacando servidores, dirigentes e unidades

administrativas que cumpram suas metas e atinjam os resultados

pactuados.

A implementação deste instrumento na Administração Pública Municipal possibilitará uma

gestão mais eficiente, com clara definição das metas da Prefeitura. Além disso, permitirá o

alinhamento da agenda de governo e dos resultados previamente estabelecidos com as ações

dos servidores municipais e das instituições municipais.

O Contrato de Gestão, nos moldes como foi elaborado no Governo de Minas Gerais, também

tem a função de garantir a colaboração entre diferentes atores, instituições e equipes na busca

pelo resultado final, compartilhando responsabilidades.

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4 Resultados Esperados

Espera-se, com a implantação de um Contrato de Gestão, o início de um movimento

transformador na Administração Pública Municipal, com o intuito de modificar a cultura

burocrática. A cultura burocrática é focada em meios, e não em resultados, sendo limitada na

geração de mudanças na Administração Pública.

A proposta de implantação dos Contratos de Gestão abrirá espaço para uma cultura orientada

ao alcance de resultados na Administração Pública Municipal. Esta cultura estabelece o foco da

ação e da tomada de decisão baseados no envolvimento e na colaboração para o sucesso das

estratégias organizacionais, tanto nos níveis estratégico e operacional.

Os Contratos de Gestão possibilitarão à Administração Pública Municipal maior capacidade de

priorização e de comunicação de suas ações, ao direcionar esforços e ao construir parcerias

em torno dos resultados que se pretende alcançar. Permite que a ação dos colaboradores seja

individualizada em metas alinhadas às estratégias organizacionais definidas. Além disso,

possibilita melhor direcionamento de recursos e esforços na solução dos entraves que venham

a dificultar o alcance dos resultados.

A mudança cultural decorrerá de uma transformação nas políticas de valorização dos

servidores públicos, que passarão a ter maior reconhecimento em virtude dos resultados

alcançados a partir de suas ações.

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5 Conceitos Relevantes

5.1 Visão Geral do Processo

O processo do Acordo de Resultados fecha um ciclo virtuoso e pode ser dividido, a princípio,

em 3 etapas: elaboração, acompanhamento e avaliação.

5.1.1 Elaboração

A elaboração envolve:

a) um processo de planejamento estratégico para compreender as finalidades da

organização e dos resultados que se espera produzir;

b) uma definição dos indicadores pelos quais o acordado será avaliado;

c) uma negociação de metas entre acordado e acordante para cada indicador definido;

d) uma formalização do acordo.

A formalização do acordo se dá por meio da assinatura do documento que, além das metas,

deverá conter basicamente: as cláusulas que regerão a relação entre os envolvidos, as

autonomias que serão concedidas ao(s) acordado(s) e a sistemática que será utilizada para o

acompanhamento e para a avaliação do acordo.

O ponto crucial da elaboração, que garantirá um acordo de qualidade, é a definição de bons

indicadores e de boas metas para cada um dos resultados esperados. Normalmente as metas

são definidas para períodos anuais.

5.1.2 Acompanhamento

O acompanhamento envolve o estabelecimento de planos de ação para a conquista dos

objetivos pactuados. É um processo de acompanhamento sistemático, com apurações parciais

dos resultados, para se ter informações sobre o andamento da situação. Isso possibilita ajustes

ao longo do ano e mudanças na alternativa escolhida para se chegar ao resultado, caso seja

necessário.

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Nesse processo é fundamental a implantação de um processo decisório que seja capaz de

corrigir as orientações com o passar do tempo, direcionando as ações da Administração

Pública Municipal em função das metas estabelecidas. A ideia é que a Administração Pública

Municipal não seja pega de surpresa no final do ano com a informação de que a meta não foi

cumprida e de que não há mais nada a se fazer.

Nessa etapa, reuniões periódicas de monitoramento com a cúpula de governo são

fundamentais. Ferramentas simples podem ser utilizadas no acompanhamento dos resultados,

como as que serão descritas ao longo da cartilha.

A existência de uma equipe interna, dentro de cada órgão, é fundamental para que a alta

liderança tenha condições de acompanhar o desempenho de cada área. Essa equipe, chamada

de Equipe de Apoio à Gestão Estratégica (EAGE), tem suas atribuições e perfil descritos nessa

cartilha.

5.1.3 Avaliação

A avaliação envolve a definição de um procedimento objetivo e criterioso para medir o grau

de cumprimento do Acordo de Resultados. Normalmente, é nomeada uma Comissão, com

representantes envolvidos, após análise do relatório elaborado pelos Acordados, chamado de

Relatório de Execução. Neste, são apresentados os resultados alcançados comparativamente

às metas definidas para cada indicador, e sugestões de melhoria para a renovação do Acordo.

Um fator crítico para a legitimidade do processo de avaliação é sua transparência (como a

divulgação da metodologia e dos resultados na Internet, por exemplo). A partir da avaliação da

Comissão, em que se chega à nota atribuída ao desempenho dos Acordados em relação aos

resultados pactuados, é elaborado outro relatório, chamado de Relatório de Avaliação,

fechando o ciclo: elaboração, monitoramento e avaliação.

É fundamental ressaltar que toda a literatura referente a Contratos de Gestão destaca a

continuidade e a experiência como fatores críticos de sucesso. Ou seja, não se faz o melhor

contrato da primeira vez. Geralmente não se tem uma cultura consolidada de mensuração de

resultados, o acordante não sabe até que ponto pode exigir um esforço adicional e o acordado

não sabe até que ponto pode se comprometer com a melhoria dos resultados.

Só com a experiência de repetidas pactuações e avaliações é possível ter eficiência no objetivo

principal: melhorar o desempenho da Administração Pública. Após os ciclos de pactuação e

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avaliação, será possível observar o aprendizado e a melhoria na qualidade dos Contratos de

Gestão. Nesse sentido, a repactuação dos compromissos/resultados é de fundamental

importância para o sucesso do Contrato de Gestão em médio e longo prazo.

A visão geral do processo de implementação Contrato de Gestão pode ser visualizado na figura

abaixo:

Figura 1

VISÃO GERAL DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO

5.2 Vinculação com a Política de Remuneração Variável

Na implantação de políticas de gestão pública os resultados são mais significativos quando as

diversas ferramentas se integram e se potencializam mutuamente. Quanto mais o Contrato de

Gestão for integrado e complementado ao conjunto de metas, objetivos e ações, melhor será

o resultado global.

Uma possibilidade de impulsionar essa prática é criar uma sistemática de remuneração

variável atrelada aos resultados atingidos por meio do Contrato de Gestão.

1. Elaboração

2. Acompanhamento

2. Acompanhamento

2. Acompanhamento

3. Avaliação

5. Revisão / Ajustamento

4. Premiação pelo desempenho

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Essa integração entre as duas políticas tem um grande efeito sobre o grau de mobilização,

conhecimento e incentivo que o servidor dedica às metas pactuadas. À medida que o servidor

atinge os resultados acordados e, consequentemente, tem impacto positivo sobre sua

remuneração, torna-se mais expressivo seu esforço no cumprimento dos resultados.

Em termos práticos, pode-se pagar uma premiação proporcional ao grau de cumprimento das

metas, após o período avaliatório, em caso de bom desempenho no cumprimento do Contrato

de Gestão.

É necessário ter clareza da fonte de recursos para a remuneração variável, dos valores a serem

concedidos e das áreas do governo que serão atingidas pela política. Caso a Prefeitura opte

por implantar a remuneração variável, é importante que tal benefício esteja diretamente

ligado ao alcance de metas relevantes vinculadas à melhoria da qualidade de vida da

população.

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6 Passo a passo para implementação do Acordo de Resultados

A elaboração de um Contrato de Gestão começa com o processo de planejamento mínimo,

que deve sistematizar as prioridades conforme a estratégia de governo.

A pergunta importante dessa fase é: “que metas devem ser pactuadas?”. Elas devem ser

baseadas em uma política com prioridades claras, escritas, e que possam direcionar o

comportamento dos servidores e da instituição em torno desses objetivos.

A experiência tem confirmado a importância da construção de um processo participativo,

buscando mobilizar a alta direção das unidades administrativas e os servidores. Foi percebido

que a definição adequada de metas depende do conhecimento de diferentes realidades e

culturas organizacionais, além do compartilhamento de dados e experiências.

A sensibilização dos dirigentes para a realização do processo é imprescindível para o sucesso

do trabalho. A apresentação do Acordo de Resultados (Contrato de Gestão) como ferramenta

gerencial, escolhida pelo Governo de Minas Gerais para a gestão estratégica de cada órgão e

entidade, consiste numa etapa fundamental e antecede o início dos trabalhos.

Outro importante passo é envolver o corpo técnico e gerencial do órgão/entidade. O papel da

unidade central de supervisão da política deverá ser de facilitadora na transmissão da

metodologia e do conhecimento adquirido para os servidores do órgão ou da entidade, que

tem a responsabilidade de coordenar e implantar a gestão estratégica.

Esse trabalho de planejamento prévio sobre a celebração do Contrato de Gestão deve ser

conduzido pela equipe da unidade de gestão da política ou por consultoria externa. Uma

opção mais econômica seria a contratação de uma consultoria de menor porte com o apoio

dos técnicos municipais.

Não havendo recursos para viabilizar a consultoria externa e na ausência de capacidade

interna para implementar uma metodologia de planejamento mais elaborada, pode-se

elaborar uma simples lista de prioridades. Esta deve definir as principais diretrizes da

organização, e, em sequencia, elaborar os indicadores e as metas a partir dessas prioridades.

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Acertada a necessidade de envolvimento da alta liderança, do corpo gerencial e do corpo

técnico do órgão ou entidade que realizará o Alinhamento Estratégico, dá-se início à utilização

da metodologia proposta neste documento.

Antes do início dos trabalhos, algumas premissas importantes são estabelecidas:

aproveitamento de todo e qualquer trabalho já executado anteriormente

no órgão/entidade;

simplicidade com conteúdo robusto;

trabalho em equipe: técnicos da unidade central e Equipe de Gestão

Estratégica do município ou de cada órgão/entidade;

adaptação da metodologia a especificidade da prefeitura e flexibilidade na

condução das etapas.

A metodologia do Alinhamento Estratégico definida compõe-se de dez (10) etapas, quais

sejam:

1ª - Contextualização/levantamento de dados;

2ª - Definição da Identidade Organizacional;

3ª - Definição dos Objetivos Estratégicos;

4ª - Elaboração do Mapa Estratégico Preliminar;

5ª - Definição de Indicadores e metas dos Objetivos Estratégicos/ Validação do

Mapa Estratégico;

6ª - Desdobramento por equipes;

7ª - Assinatura do Acordo de Resultados;

8ª - Divulgação do Acordo de Resultados;

9ª - Elaboração dos Planos de Ação;

10ª - Sistemática de acompanhamento.

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Cada etapa do trabalho apresenta as diversas atividades a serem desenvolvidas, sendo que os

produtos produzidos em uma etapa serão os insumos necessários para que a próxima etapa

aconteça numa relação de sequência lógica.

A forma, a sistematização e a padronização do trabalho em etapas facilita a sua realização,

sem impedir a adequação e a flexibilização necessárias para as especificidades e a maturidade

da gestão de cada órgão/entidade. A passagem de cada etapa para a etapa seguinte,

necessariamente, pressupõe a sua validação pela alta Direção.

A definição da metodologia nesta Cartilha se baseou em conceitos do Balanced Scorecard, que

possibilita uma visão sistêmica da organização pela medição e gestão de desempenho. Apesar

de o Balanced Scorecard ter sido desenvolvido originalmente para empresas privadas, a

Administração Pública vem, cada vez mais, utilizando esta ferramenta de gestão, aproveitando

as oportunidades favoráveis ao uso de seus fundamentos.

A construção do Mapa Estratégico possibilita a visualização gráfica dos desafios a serem

superados pelas unidades administrativas, visando à concretização da sua missão e sua visão

de futuro. Já o processo de desdobramento dos objetivos em indicadores e metas garante a

consistência e o alinhamento das estratégias, nas diversas perspectivas, numa relação de causa

e efeito.

No Governo do Estado de Minas Gerais a utilização dessa metodologia tem confirmado as

expectativas de se obter um desdobramento das metas por equipe consistente e alinhadas

com as diretrizes do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado - PMDI2. Isso possibilita uma

ampla visão e comunicação das estratégias das unidades administrativas nos níveis de direção,

gerencial e técnico.

A partir da assinatura do Acordo de Resultados, as etapas seguintes consolidam a fase de

planejamento, com a elaboração dos Planos de Ação, que passam a ser acompanhados

sistematicamente, para garantir o alcance dos resultados pactuados.

A seguir, são ilustradas as etapas da metodologia para a implementação da Gestão Estratégica,

e inclusive do Acordo de Resultados (Contrato de Gestão), que tem o seu início no processo de

Alinhamento Estratégico.

2 O PMDI – Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, contém as diretrizes e estratégias principais do Governo

do Estado de Minas Gerais, bem como as metas de longo prazo da Administração.

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7 Metodologia

ETAPA 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO / LEVANTAMENTO DE DADOS

ETAPA 1

Contextualização

/Levantamento de

Dados

INÍCIO

1º Workshop de

Contextualização

Versão preliminar

da Identidade

Organizacional

Informações dos

Estruturadores,

Associados,

Organograma Lei

Delegada.

Pretende-se com o 1º Workshop (Reunião) envolver o maior

número de pessoas no processo de Alinhamento Estratégico,

buscando a participação e o comprometimento dos servidores

para atingir as metas da Equipe de Apoio à Gestão Estratégica

(EAGE).

Desta forma os servidores são convidados para o 1º Workshop de

Contextualização para que todos tenham acesso às informações

relativas à atual arquitetura do governo e aos instrumentos de

gerenciamento dos resultados que serão implementados.

ETAPA 2 – IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

ETAPA 2

Identidade

Organizacional

Mapa de Negócio

Missão e Visão

Crenças e Valores

Rede de Valor e

Fatores críticos

de sucesso

2º Workshop

Pretende-se com o 2º Workshop, por meio de uma visão

sistêmica, mobilizar a direção das unidades administrativas da

Prefeitura na discussão e na definição da sua missão. Com a

missão clara, projeta-se uma visão de futuro que irá direcionar e

focar as escolhas estratégicas do município.

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ETAPA 3 – DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

ETAPA 3

Definição dos

Objetivos

Estratégicos

Matriz SWOT

Objetivos Estratégicos

preliminares

3º Workshop

A análise do ambiente externo possibilita a identificação das

AMEAÇAS, que são situações externas ao órgão/entidade, atuais

ou futuras que, se não eliminadas, minimizadas ou evitadas por

ela, podem influenciá-la negativamente. E das

OPORTUNIDADES, que são situações externas ao

órgão/entidade, atuais ou futuras que, se adequadamente

aproveitadas por ela, podem influenciá-la positivamente.

A análise do ambiente interno possibilita a identificação das

FORÇAS, que são características internas do órgão/entidade,

podendo influenciar positivamente no seu desempenho. E das

FRAQUEZAS, que são características internas do órgão/entidade,

podendo influenciar negativamente no seu desempenho.

A partir das informações construídas nas etapas anteriores e das Análises dos Ambientes

Interno e Externo, o 3º Workshop tem como produto a definição de objetivos estratégicos

preliminares dentro de cada perspectiva do Mapa Estratégico.

ETAPA 4 – ELABORAÇÃO DO MAPA ESTRATÉGICO PRELIMINAR

ETAPA 4

Elaboração do Mapa

Estratégico

Preliminar

Mapa

Estratégico Preliminar validado

A partir da análise e do agrupamento dos objetivos estratégicos

por similaridade e o estabelecimento de uma relação entre as

perspectivas definidas, é elaborado o Mapa Estratégico

preliminar. Nesta representação gráfica os objetivos ordenados

passam a contar a história da estratégia do órgão/entidade a

partir de uma série de vinculações de causa e efeito,

representando o equilíbrio entre os indicadores financeiros e não

financeiros, componentes internos e externos da organização e

indicadores de desempenho.

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O Mapa Estratégico evidencia os desafios que as unidades administrativas terão que superar

para concretizar sua missão e sua visão de futuro. É estruturado por meio de objetivos

estratégicos distribuídos em relação às partes interessadas, aos processos internos, à

aprendizagem e crescimento, e às finanças. Cada objetivo estratégico deve ser descrito para

ampliar a compreensão do seu significado e dos resultados a serem atingidos, auxiliando na

análise e na adequação dos mesmos na elaboração do Mapa Estratégico.

Como realizado nas etapas anteriores, é fundamental a validação do Mapa Estratégico por

parte da Direção do órgão/entidade, devendo, sempre que necessário, ser alterado para

representar da melhor forma as estratégias definidas para o órgão/entidade.

Figura 3

MAPA ESTRATÉGICO PRELIMINAR

Partes Interessadas

Processos Internos

Aprendizagem e

Crescimento

Cidadão

Pessoas

Processos que vão dar suporte

aos objetivos das Partes Interessadas

Infra-estrutura Gestão

Sociedade Clientes

Financeira

Receita Despesa

Segue, abaixo, o exemplo de Mapa Estratégico de uma entidade da Administração Pública

Estadual de Minas Gerais, elaborado a partir da metodologia apresentada na presente

Cartilha:

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MAPA ESTRATÉGICO

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ETAPA 5 – ELABORAÇÃO DE INDICADORES DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Os indicadores/metas e produtos serão os itens que possibilitarão o controle do desempenho

em cada objetivo estratégico. A descrição dos mesmos deve ser clara e objetiva, de modo que

qualquer cidadão possa compreender e verificar o cumprimento dos mesmos. A descrição dos

indicadores deve conter, pelo menos, os seguintes aspectos:

Título: deve-se colocar um título didático, que consiga transmitir ao leitor a essência do

indicador;

Descrição: um leigo, que não conhece o dia a dia do órgão/entidade, deve compreender com

clareza o indicador e os conceitos associados a ele;

Fórmula: a fórmula matemática necessária para medir o indicador. Em caso de uso de siglas na

fórmula, essas siglas devem ser explicadas;

Polaridade: menor melhor ou maior melhor;

Periodicidade: definir a periodicidade em que os dados a respeito deste indicador estão

disponíveis (diariamente, mensalmente, semestralmente, anualmente);

Fonte dos dados: é preciso indicar uma fonte de comprovação na qual um auditor possa

recorrer para verificar a autenticidade do dado.

ETAPA 5

Indicadores e Metas

dos Objetivos

Estratégicos

Indicadores e

projetos /ações

definidos para os

Objetivos

estratégicos

Mapa Estratégico

validado

Os indicadores e os objetivos estratégicos são aqueles itens de

controle selecionados pela equipe que conduz a construção do

Acordo, e validados pela alta Direção para medir o desempenho

da estratégia. É a partir deles que a organização verifica se a

estratégia escolhida está alcançando os resultados esperados para

cada um de seus objetivos, ou se é preciso fazer ajustes para

atingir as metas, os objetivos e a visão de futuro.

É fundamental e obrigatório que todos os objetivos estratégicos

definidos no Mapa Estratégico Institucional se traduzam em

indicadores e metas, possibilitando a mensuração e o

acompanhamento dos seus resultados.

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A validação final do Mapa Estratégico se dá após a descrição dos indicadores, na qual a Alta

Direção do órgão/entidade avalia os indicadores definidos e descritos. São verificados o

alinhamento, a consistência e a suficiência dos indicadores no alcance dos objetivos

estratégicos do Mapa Estratégico.

Abaixo segue um exemplo de descrição de indicador pactuado em Acordos de Resultados:

INDICADOR S3-2: PERCENTUAL DE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO

AMBULATORIAL

Descrição: Trata do percentual das internações nos diversos hospitais do estado que

dispõem de leitos, que ocorreram por motivos que poderiam ser evitados caso os pacientes

tivessem a adequada atenção ambulatorial

Fórmula: [Número de internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial /

(número total de internações – nº total de partos normais e cesarianas)] x 100

Fonte: DATASUS/SIH

Periodicidade de monitoramento: Anual

Unidade de Medida: %

Polaridade: menor melhor

ETAPA 6 – DESDOBRAMENTO POR EQUIPES

ETAPA 6

Desdobramento por

Equipes

Metas para cada

indicador desdobrado

Objetivos

Estratégicos das

Equipes

Prazos para cada

projeto/ ação

definidos

Os objetivos estratégicos são desdobrados em metas e produtos

para cada Secretaria municipal, equipe ou unidade administrativa

da Prefeitura.

Deverão ser identificados os fatores fundamentais que impactam

nos objetivos estratégicos, ou as causas que

impedem/prejudicam que eles sejam atingidos, definindo, então,

as ações que serão desdobradas pelas equipes.

As unidades descentralizadas e regionais também devem ser

consideradas como equipes. Todas as equipes das unidades

administrativas que assinam o Acordo de Resultados têm metas e

produtos definidos.

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ETAPA 7 – ASSINATURA DO ACORDO DE RESULTADOS

ETAPA 7

Assinatura do Acordo de Resultados

Acordo de Resultados

de 2ª etapa Assinado

A assinatura do Acordo de Resultados é a formalização dos

indicadores pactuados e dos resultados que são esperados para

cumprimento das metas do Acordo com o alinhamento

estratégico e com os objetivos do Mapa Estratégico.

Nem todos os indicadores e metas definidos para os objetivos

estratégicos do Mapa Institucional serão pactuados no Acordo de

Resultados. Deverão ser destacados na pactuação aqueles que

apresentam reais desafios para as equipes, priorizando os de

maior relevância para o cumprimento da missão do

órgão/entidade.

Cabe lembrar que as minutas dos Acordos de Resultados do Governo do Estado de Minas

Gerais, tanto de 1ª Etapa como de 2ª Etapa, podem ser acessados na íntegra pelo site da

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais - SEPLAG

(<http://www.planejamento.mg.gov.br>). Essas informações são uma possível fonte no

momento de definição de indicadores para cada setor da Prefeitura.

Para a pactuação do Acordo de Resultados, os indicadores e os produtos de cada unidade

devem estar no formato dos quadros abaixo, seguido das devidas descrições.

QUADRO DE INDICADORES E METAS DA UNIDADE XXX

OBJETIVO ESTRATÉGICO

CÓDIGO NOME DO INDICADOR

UNIDADE DE

MEDIDA

VALOR DE REFERÊNCIA

PES

O

METAS PREVISTAS

VALOR PERÍODO 1° SEM

1° SEM

1° SEM

QUADRO DE AÇÕES E PRODUTOS DA UNIDADE XXX

OBJETIVO ESTRATÉGICO

CÓDIGO NOME DO PROJETO/AÇÃO

PRODUTO PACTUADO/MARCOS

PESO PRAZO

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ETAPA 8 – DIVULGAÇÃO DO ACORDO DE RESULTADOS

ETAPA 8

Divulgação do

Acordo de

Resultados

Acordo de

Resultados de 2ª

etapa divulgado

para todos os

servidores

Na avaliação dos Acordos de Resultados dos órgãos e entidades do

Estado de Minas Gerais, realizados no período de 2003 a 2006, foi

identificada como oportunidade de melhoria a necessidade de mais

informações aos servidores a respeito das metas pactuadas no

Acordo de Resultados. Foi incluída na metodologia do Alinhamento

Estratégico a etapa de Divulgação do Acordo de Resultados.

É fundamental o conhecimento de todos os atores da Administração

Pública, uma vez que leva ao maior envolvimento e

comprometimento na busca dos resultados. Para a divulgação e a

apresentação das metas pactuadas e ações específicas de

endomarketing (marketing interno das organizações) podem ser

realizados seminários e reuniões setoriais.

ETAPA 9 – ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE AÇÃO

ETAPA 9

Elaboração dos Planos de Ação

Planos de

Ação para metas

Planos de

Ação para projetos

O Plano de Ação é uma ferramenta fundamental para avaliar as

possibilidades e conduzir as ações necessárias para atingir os

resultados.

Uma vez que são estabelecidas metas desafiadoras é imprescindível

realizar um diagnóstico da situação atual. Devem apontar as

principais causas do atual desempenho e propor as ações

necessárias para atingir as metas, sempre vinculadas a um

responsável e a um prazo.

Quando a meta é relativa a um projeto é preciso definir claramente

o produto e o prazo acordado. Devem detalhar todas as etapas

necessárias para a realização do projeto, nomeando o responsável e

estabelecendo o prazo para cada ação.

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23

ETAPA 10 – SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO

ETAPA 10

Sistemática de Acompanhamento

Papel dos servidores

envolvidos na sistemática de

acompanhamento

Padrão das

Reuniões de Acompanhamento

de Resultado

Gestão à Vista

Elaborar o Planejamento Estratégico, definir objetivos e metas,

construir projetos e elaborar planos, por si só, não garantem a

obtenção dos resultados. Ter um acompanhamento sistematizado

é fundamental para garantir uma gestão eficiente e resultados

efetivos.

A Gestão à Vista é uma ferramenta de gerenciamento utilizada

para tornar visível todas as informações primordiais ao

gerenciamento de uma área de atuação. Permite a visualização

clara dos resultados de um processo ou tarefa, além da

identificação de problemas e oportunidades de melhoria.

A sistematização do acompanhamento visa:

Garantir bom desempenho, já que haverá tempo para analisar os resultados e corrigir

rumos;

Evitar surpresas ao final do período avaliatório;

Garantir que as informações relativas ao desempenho em cada meta ou produto

estejam disponíveis ao final do período avaliatório, facilitando a elaboração do

relatório de execução;

Garantir transparência, uma vez que os resultados são periodicamente divulgados;

Definir e acompanhar ações preventivas e corretivas, a fim de atingir as metas

propostas;

Envolver os servidores e fortalecer o espírito de equipe dentro da instituição.

Proposta para a realização do acompanhamento sistematizado:

Definir um cronograma anual de reuniões, sendo de responsabilidade da Equipe de

Apoio à Gestão Estratégica (EAGE) zelar pela realização das mesmas;

Reuniões mensais, realizadas pelos responsáveis das equipes / Secretários ou

servidores;

Page 24: 1.Gestao Publica Resul

24

Reuniões mensais ou, no máximo, bimestrais, lideradas pelo dirigente máximo, Alta

Administração e responsáveis pelas equipes;

Divulgar mensalmente os resultados por meio da Gestão à Vista.

Segue abaixo modelos de quatro ferramentas de Gestão Estratégica essenciais na implantação

de uma efetiva Sistemática de Acompanhamento dos indicadores e metas pactuadas, quais

sejam: Relatório Executivo, Gráfico de Controle, Plano de Ação e Relatório de Análise de

Desvios.

RELATÓRIO EXECUTIVO

O Relatório Executivo é o instrumento que possibilita verificar, ao longo do ano, a evolução do

desempenho de determinada equipe, por meio de uma única página.

Figura 4

RELATÓRIO EXECUTIVO

mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08

1. Taxa de execução das ações do

Projeto Estruturador XXXXXX

1.1 Ação 1

1.2 Ação 2

1.3 Ação 3

2. Meta 1

3. Meta 2

4. Meta 4

mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08

1. Produto 1

2. Produto 2

3. Produto 3

LEGENDA

RELATÓRIO EXECUTIVO DA EQUIPE X

INDICADORES

PRODUTOSPERÍODO

PERÍODO

Page 25: 1.Gestao Publica Resul

25

GRÁFICO DE CONTROLE

No caso de metas numéricas que possam ser acompanhadas mensalmente, o gráfico de

controle é utilizado para comparar a meta numérica planejada ao longo do ano e a execução

ao longo do ano, permitindo que seja verificado, a todo tempo, se a tendência é que a meta

será cumprida no final do período.

Figura 5

GRÁFICO DE CONTROLE

Gráfico de Controle 1.Período __/ __/ __ a __/ __/ __

2.Órgão 3.Unidade Administrativa

4.Nome do Responsável

5.Projeto/Processo 6.Meta

7.Fonte

Cod.

Sigla do órgão ou entidade

GRÁFICO DE CONTROLE

Page 26: 1.Gestao Publica Resul

26

PLANO DE AÇÃO

O plano de ação é a ferramenta de planejamento e acompanhamento das ações necessárias para atingir determinada meta, contendo ações, com seus

prazos e responsáveis. Um bom plano de ação é aquele que, se executado, leva ao cumprimento da meta.

Início Término

1

2

...

Data:

Meta/Projeto:

Unidade Administrativa: Órgão: Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão

StatusO Que

Quando

Superintendência Central de Modernização Institucional

PLANO DE AÇÃO

Observações

Carimbo/Assinatura do responsável:

Data de Atualização:

Nome do Responsável:

PrevistoRealizado

SEPLAG - MG 1. Página

2. Período

Responsável

Page 27: 1.Gestao Publica Resul

27

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE DESVIOS

O Relatório de Análises de Desvios é a ferramenta utilizada para a correção de rumos, uma vez que define ações corretivas diante de problemas

encontrados na execução das ações e das metas. É o instrumento que torna o processo de acompanhamento pró-ativo, visto que sempre que há algum

problema, há necessidade de atenção para a proposição de soluções.

Figura 6

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE DESVIOS

6. Item 11. Data 12. Responsável

1

7. Planejado

5.Meta:

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE DESVIOS 1.Período

13.Data 14.Carimbo / Assinatura do responsável

8. Realizado / Resultados 9. Pontos Problemáticos

2.Órgão/Entidade 3.Unidade Administrativa 4.Responsável

10. Proposições

SEPLAG – MG

Page 28: 1.Gestao Publica Resul

28

8 Principais Iniciativas para o alcance do Acordo de Resultados

A seguir, são enumeradas as principais iniciativas para o alcance do Acordo de Resultados:

Definições estratégicas da organização (Planejamento Estratégico);

Indicadores de desempenho e metas para curto, médio e longo prazos, sendo fundamental

que haja um processo de discussão das metas;

Estratégia definida, bem como o prazo estipulado para a consecução dessas iniciativas;

Instrumento que formaliza o pacto de resultados (Contrato de Gestão, no Governo de

Minas Gerais, chamado de Acordo de Resultados), contendo as principais metas e

iniciativas para determinado período;

Comunicação dos resultados contratualizados a todos os níveis da organização, bem como

à sociedade;

Definição de um sistema de gestão que permitirá o monitoramento dos resultados

alcançados, a identificação de entraves e a proposição e o encaminhamento de soluções.

Page 29: 1.Gestao Publica Resul

29

Experiência de Minas Gerais

O primeiro passo para a consecução do modelo mineiro “Acordo de Resultados” foi a formalização

de um marco legal que o sustentasse. Dessa forma, em 2003, foi aprovada a Lei Estadual nº 14.694

de 30 de Julho de 2003, regulamentada pelo Decreto nº 43.675 de 4 de Dezembro de 2003 e

alterações posteriores, que determinavam o funcionamento do modelo de Contrato de Gestão.

Conceitos, procedimentos de elaboração e formalização do contrato, sistemática e critérios de

avaliação das metas e regras para distribuição do prêmio aos servidores foram contemplados pelas

legislações citadas. Em 2004, foi pactuado o primeiro Acordo de Resultados, firmado entre o

Governador do Estado e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), no qual foram pactuadas metas

como a ampliação da área reflorestada e o aumento da área florestal monitorada.

O modelo foi aos poucos sendo assimilado pela máquina pública. Os dois principais incentivos a sua

adoção eram:

a concessão de medidas ampliativas de autonomias gerenciais como, por exemplo, a

dispensa de autorização prévia para a compra de bens específicos, como veículos;

a possibilidade de pagamento de prêmio por produtividade aos servidores, em caso de

ampliação de receitas ou economia de despesas nos órgãos signatários do Acordo de

Resultados.

O primeiro ciclo de experiência do Contrato de Gestão para resultados em Minas Gerais ocorreu no

período de 2004 a 2006 e teve como resultado a assinatura de 24 Acordos de Resultados, nos quais

cerca de 340 indicadores de desempenho foram monitorados e avaliados sistematicamente pelas

Comissões de Acompanhamento e Avaliação (CAA). Essas comissões, nomeadas por ato publicado

no Diário Oficial são formadas por servidores de três órgãos distintos e realizaram, nesse período,

mais de 63 ciclos de avaliação, sendo a nota média dessas avaliações de 86,91% das metas

atingidas.

Além de abranger quase 40% dos cerca de 60 órgãos e entidades do executivo estadual, essa

primeira experiência trouxe enorme aprendizado e fundamentou as bases para a universalização da

política, fato que viria a ocorrer no ano de 2007.

Page 30: 1.Gestao Publica Resul

30

Dois pontos foram identificados como essenciais ao aprimoramento dessa política: promover um

maior alinhamento entre a estratégia de governo e as metas pactuadas, e fortalecer, para o

servidor, a vinculação entre performance e a premiação percebida. Em 2007, o Acordo de

Resultados passou por uma revisão em seus conceitos e metodologia. O marco legal dessa revisão e

aprimoramento do modelo foi a Lei nº 17.600/2008 e o Decreto 44.873/2008.

A execução dos 57 projetos prioritários de governo, conhecidos como Projetos Estruturadores,

seria pactuada com cada dirigente dos órgãos da administração estadual. Em Minas Gerais esses

projetos prioritários são intensivamente monitorados por meio de uma consistente metodologia de

gerenciamento de projetos, e seus resultados são sistematicamente acompanhados pelo

Governador e pelo Vice-Governador.

Além dessa alteração que permitiu a convergência e o alinhamento entre os instrumentos de

gestão (gerenciamento de projetos e Contrato de Gestão), foi estabelecida outra alteração

fundamental. A pactuação de metas seria feita em duas etapas. A primeira, em nível macro, focada

em resultados de impacto para a sociedade. A segunda, em nível micro, focada em equipes dentro

de cada órgão, elaborada a partir do desdobramento das metas gerais e da identificação das

responsabilidades internas de cada setor. Esta etapa tem o intuito de definir com clareza e

objetividade a contribuição de cada servidor para o alcance do resultado pactuado.

Em 2007, todos os dirigentes do executivo estadual assinaram a 1ª etapa do Acordo de Resultados,

estabelecendo compromissos a serem entregues por cada sistema operacional3 do Pode Executivo

Estadual, com o foco em resultados finalísticos, ou seja, de impacto para a sociedade.

Na 1ª etapa do Acordo de Resultados cada sistema operacional se comprometeu com resultados

que representavam modificações concretas da realidade social, ou seja, em vez de se restringir a

metas processuais como o número de atendimentos ambulatoriais ou ainda o número de

operações de melhoria nas vias públicas, o Acordo de Resultados passou a pactuar metas como a

redução da mortalidade infantil, o aumento das moradias com rede de esgoto e o aumento do

percentual de estradas em boas condições.

3

Um sistema operacional é o conjunto de órgãos e entidades que, articuladamente, são responsáveis pelas ações

referentes a cada área de governo. Por exemplo, o sistema operacional de saúde é composto pela Secretaria de Estado de Saúde, além de quatro entidades vinculadas (Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais – HEMOMINAS, Escola de Saúde Pública, Fundação Hospitalar de Minas Gerais e Fundação Ezequiel Dias).

Page 31: 1.Gestao Publica Resul

31

A 1ª. etapa do Acordo de Resultados se consolidou na síntese da estratégia de longo prazo da

Gestão Pública Mineira, expressa no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), abaixo

representado, na forma do Mapa Estratégico de Minas Gerais.

Figura 7

MAPA ESTRATÉGICO DE MINAS GERAIS

Transformações Rede de Educação e Desenvolvimento do Capital Humano

TORNAR MINAS O MELHOR ESTADO PARA SE VIVER

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

População com amplo acesso à educação de qualidade e com maior empregabilidade

ATENÇÃO EM SAÚDEPopulação com maior qualidade e

expectativa de vida

DEFESA E SEGURANÇAMinas com alta sensação de segurança, menos

violência e criminalidade

DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PROTEÇÃOMinas sem pobreza e com baixa desigualdade social

GOVERNO INTEGRADO, EFICIENTE E EFICAZGestão pública efetiva e próxima da sociedade

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO GASTO GESTÃO PARA CIDADANIA

PROSPERIDADE QUALIDADE DE VIDA SUSTENTABILIDADE CIDADANIA

ESTADO PARA RESULTADOS

CIDADES

Cidades com mais qualidade de vida e ordenamento territorial

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento e cidadania

INFRAESTRUTURAInfraestrutura adequada proporcionando mais

competitividade e qualidade de vida

IDENTIDADE MINEIRA

Minas singular, diversa e criativa na cultura, no esporte e no turismo

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVELEconomia dinâmica, mais diversificada, competitiva, com crescimento sustentável e inclusivo

DESENVOLVIMENTO RURAL

Mais produção e qualidade na agricultura familiar e no agronegócio de Minas Gerais

Para cada área de resultados, acima apresentada, foi pactuado um conjunto de resultados

finalísticos (de impacto para a sociedade) e a execução física e financeira dos Projetos

Estruturadores (prioritários) para viabilizar a estratégia governamental definida pelo PMDI.

Page 32: 1.Gestao Publica Resul

32

Além da consolidação da 1ª etapa era preciso, ainda, que cada meta pactuada nesse documento

fosse traduzida para o

espectro de contribuição e responsabilização do servidor. O estabelecimento de metas de

resultado finalístico para a sociedade, por si só, não permite a compreensão clara, por parte de

cada servidor, de sua contribuição para a estratégia.

Em 2007, iniciou-se um trabalho de desdobramento das metas dos sistemas em metas específicas

por equipes de trabalho em cada setor da Administração Pública, de maneira a pactuar a chamada

2ª etapa do Acordo de Resultados.

Foram definidas metas para cada uma das quase 4 mil escolas estaduais, 23 hospitais estaduais, 86

unidades prisionais, para cada gerência regional de ensino e de saúde, para cada hemocentro

estadual, além de mais de 550 outras unidades de 56 órgãos e entidades do Poder Executivo

Estadual. Cada setor da Administração Pública Estadual passou a ter metas específicas e, portanto,

a responsabilização para alcançá-las.

A 2ª etapa do Acordo de Resultados tornou-se um instrumento de gestão interna de cada órgão, já

que permite ao dirigente máximo o estabelecimento de metas para cada uma de suas gerências,

tendo como referencial as metas estabelecidas na 1ª etapa do Acordo de Resultados.

O processo de desdobramento de metas que culmina na pactuação da 2ª etapa do Acordo de

Resultados é também um método de alinhamento estratégico, que tem a capacidade de direcionar

o esforço e os recursos de cada servidor para atingir a estratégia concebida. Resulta desse processo

metas claras e alinhadas que permitem, tanto aos servidores públicos quanto à sociedade, o

controle e o monitoramento da eficiência dos servidores e entidades públicas estaduais. Na Figura

8, abaixo, mostra um exemplo da relação entre as duas etapas do processo de Acordo de

Resultados vigentes em Minas Gerais:

Page 33: 1.Gestao Publica Resul

33

Figura 8

EXEMPLOS DE METAS PACTUADAS NAS DUAS ETAPAS DO ACORDO DE RESULTADOS

MEIO AMBIENTE SAÚDE TRANSPORTES E LOGÍSTICA Metas de impacto direto para

sociedade 1ª ETAPA DO ACORDO DE

RESULTADOS - Aumentar o percentual do território mineiro com cobertura vegetal nativa - Aumentar o Índice de Qualidade da Água (IQA) nas principais bacias do Estado

Metas de impacto direto para sociedade

1ª ETAPA DO ACORDO DE RESULTADOS

- Reduzir o índice de mortalidade infantil - Ampliar o percentual de moradias com acesso a rede de esgoto

Metas de impacto direto para sociedade

1ª ETAPA DO ACORDO DE RESULTADOS

- Aumentar o percentual da malha rodoviária estadual em boas condições de conservação - Aumentar o número de municípios com acesso por meio de vias asfaltadas

Metas internas para os servidores

2ª ETAPA DO ACORDO DE RESULTADOS

- Área com cobertura vegetal nativa ampliada por regional do IEF - Taxa de prevenção e combate a incêndios florestais por unidade regional.

Metas internas para os servidores

2ª ETAPA DO ACORDO DE RESULTADOS

- Redução da Taxa de infecção hospitalar aferida em cada unidade hospitalar - Número de doações de múltiplos órgãos efetuados pela MG transplantes - Número de coletas de sangue realizadas por cada regional da HEMOMINAS

Metas internas para os servidores 2ª ETAPA DO ACORDO DE

RESULTADOS - Percentual da malha em boas condições por regional do DER. - Número de diagnósticos dos terminais de integração realizados pela Superintendência de Transporte Metropolitano. - Número de abordagens a veículos (fiscalização) por regional do DER

Page 34: 1.Gestao Publica Resul

34

Dificuldades e Lições Aprendidas

A comunicação é, sem dúvida, um fator crítico ao sucesso do processo de Contrato de

Gestão no setor público. Um Acordo de Resultados só é efetivo se for suficientemente

mobilizador e se, de fato, induzir a um desempenho acima do patamar anterior verificado.

É fundamental que os servidores se envolvam no processo. Foi aprendido, ao longo desse

período, que deve haver um amplo processo de comunicação, de forma que os servidores

compreendam com clareza suas metas e a vinculação do resultado com a política de

remuneração variável. Os desafios à disseminação interna das informações ainda não

foram superados em sua totalidade na experiência mineira.

A dificuldade em se estabelecer metas realistas e desafiadoras representa um grande

obstáculo para os envolvidos no processo de pactuação de metas. Essa dificuldade está

ligada ao grau de maturidade da cultura gerencial da instituição e de seus dirigentes. Deve-

se utilizar o Acordo de Resultados como instrumento de gestão e não como uma

ferramenta exclusiva do prêmio. Observaram-se duas posturas bastante distintas:

dirigentes que negociam metas desafiadoras e buscam utilizar o potencial de mobilização

do Acordo de Resultados. E dirigentes que pactuam metas frouxas, com intuito de

maximizar a premiação, distorcendo o objetivo do instrumento. A conscientização dos

dirigentes e o alcance da maturidade no uso do instrumento são desafios a serem

superados pelo modelo.

Embora o Estado de Minas Gerais tenha encontrado uma fórmula para viabilizar recursos

para a premiação de todos os servidores, tal conquista se deu após anos de experiência. É

fundamental viabilizar tal fonte de recursos, sob pena de não haver incentivos suficientes

para sua adoção e mobilização dos servidores para atingir as metas pactuadas.

Nos primeiros anos, o fato da negociação de metas estar concentrada numa única equipe

do órgão central gestor do Acordo de Resultados dificultou a assinatura de Acordos de boa

qualidade. É fundamental constituir em cada órgão e entidade uma equipe própria para

esse fim (Equipe de Apoio a Gestão Estratégica), que tem auxiliado muito no incremento da

qualidade do processo, reduzindo, também, a assimetria de informações.

Page 35: 1.Gestao Publica Resul

35

9 Dicas e Sugestões

Escolha da equipe

O primeiro passo para a implementação de um Contrato de Gestão é definir uma equipe para

elaborar os contratos, negociar as metas e gerenciar a política de contratualização no nível central

da administração. Essa equipe deve ter acesso direto ao nível decisório do governo, ser qualificada

e ter legitimidade para discutir diretamente com os dirigentes as metas a serem pactuadas. Seu

líder ou coordenador deve, preferencialmente, ser membro do primeiro escalão com grande poder

decisório no governo.

Definição das características do Contrato de Gestão

Instituída a equipe, a próxima ação deve ser definir as características básicas do modelo a ser

implantado no Município: como será a Elaboração, a Formalização, o Acompanhamento, a

Avaliação (quem comporá a Comissão), a Vigência, a Renovação, a Revisão, a Rescisão e Publicidade

dos Contratos de Gestão. Essas definições serão as bases para o marco legal explicado

posteriormente.

Em Minas Gerais, com a 2ª Geração do Choque de Gestão optou-se por tratar o Acordo de

Resultados em 2 Etapas.

Na 1ª Etapa ocorre a Pactuação Estratégica, abrangendo grandes resultados a serem perseguidos.

Inclui os resultados finalísticos da área de resultado do Sistema Operacional (Educação, Saúde,

Reforma Agrária etc.), que são as taxas de execução dos Projetos Estruturadores (projetos

estratégicos e prioritários). São os indicadores que estabelecem limite de despesas típicas de área

meio e limite de remanejamento, incluindo também itens identificados como gargalos estruturais e

administrativos, dificultadores da execução da estratégia, e itens relacionados à implementação de

políticas de áreas centrais (como índice de compras realizadas por pregão e cotação eletrônicos).

A função da 1ª Etapa é ser elemento orientador das ações do sistema, estabelecendo metas que

alinham as prioridades dos órgãos e entidades com a estratégia de governo. Nela, devem estar

expressos quais impactos na sociedade se espera da ação governamental. O foco da primeira etapa

são os indicadores finalísticos e a execução dos Projetos Estruturadores. Ela se constitui em Pré-

condição para o acordo de 2ª etapa.

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36

A 2ª Etapa se constitui no desdobramento das ações e indicadores de desempenho por equipes de

trabalho em cada órgão e entidade. Sua função é identificar a contribuição de cada equipe de

trabalho, alinhando as ações das pessoas à estratégia organizacional. Não é suficiente a pactuação

apenas de resultados finalísticos, de impacto, se cada servidor não compreender seu papel e os

resultados que deve entregar no dia a dia de trabalho.

A experiência mostra que o acordo ideal é aquela que combina os chamados outcomes (resultados

finalísticos, como mortalidade infantil) e os outputs (resultados diretos da ação governamental,

como número de atendimentos ou percentual da população vacinada). A combinação de

indicadores das duas naturezas (outcomes e outputs) é que permite um acordo de resultados de

boa qualidade.

Figura 9

ENTENDENDO A RELAÇÃO ENTRE AS ETAPAS DO ACORDO DE RESULTADOS

A ideia do desdobramento das metas no nível governamental até o nível das equipes pode ser

realizado em um único documento, como ocorreu no Acordo de Resultados da Ouvidoria Geral do

Estado de Minas Gerais. Ou seja, embora em Minas Gerais a formalização do acordo das duas

etapas venha ocorrendo em dois documentos, nada impede que um documento único tenha os

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37

dois conteúdos. O importante é perceber a relação, o alinhamento necessário para o sucesso da

política. Seguem exemplos que demonstram esse processo de desdobramento:

Figura 10

EXEMPLOS DE INDICADORES DA DEFESA SOCIAL

Definição de Equipes de Apoio à Gestão Estratégica (EAGE), em todos as unidades administrativas

pactuados, para um eficaz monitoramento e elaboração dos indicadores e metas pactuados nos

Contratos de Gestão.

É fundamental identificar uma equipe interna de suporte para acompanhar todo o processo do

Contrato de Gestão. Essa equipe terá um papel estratégico na consolidação de uma cultura de

acompanhamento e mensuração de resultados. É solicitado aos dirigentes de todos as unidades

administrativas que indiquem servidores para comporem a Equipe de Apoio à Gestão Estratégica

(EAGE), que, então, passa a ser responsável pela condução e acompanhamento de todo o processo.

A EAGE deve se constituir em uma rede de consultores internos de gestão, adequadamente

capacitados. O trabalho da EAGE é fundamental no desenvolvimento da cultura gerencial voltada

para resultados, dando suporte às equipes e mobilizando todos os agentes públicos para a

consolidação do atual modelo de gerenciamento.

Page 38: 1.Gestao Publica Resul

38

A EAGE tem como responsabilidade garantir que o órgão/entidade atinja os seus resultados

alinhados com a sua missão e visão e com os objetivos estratégicos do Governo.

A EAGE tem como função:

- Ser facilitadora entre as diversas instâncias internas e externas do órgão/entidade;

- Preparar, conduzir e acompanhar os resultados do Planejamento Estratégico do órgão/entidade;

- Elaborar, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Governo, a proposta para celebração do Acordo

de Resultados do órgão/entidade;

- Elaborar o sistema de acompanhamento do Contrato de Gestão;

- Montar cronograma de reuniões de acompanhamento;

- Zelar pelo cumprimento do cronograma;

- Orientar os servidores na preparação das reuniões internas e de acompanhamento das metas do

Planejamento Estratégico e do Contrato de Gestão;

- Acompanhar a evolução e o cumprimento das metas propostas;

- Contribuir para a análise de identificação das causas de desvios das metas e assegurar a

proposição de soluções;

- Reportar no nível de direção do órgão/entidade todos os desvios e distorções que por ventura

aconteçam;

- Difundir os conhecimentos relativos à metodologia, às técnicas e às ferramentas de gestão

estratégica no âmbito de toda a Instituição;

- Zelar pela capacitação do corpo gerencial e dos demais servidores da Instituição, na metodologia

adotada, de forma a dar condições às unidades setoriais de desenvolverem seus planos.

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39

Apresentação de um Perfil para constituição da EAGE com competências desejáveis:

- Pessoa pró-ativa;

- Visão sistêmica;

- Conhecimento da estrutura e funcionamento do órgão;

- Legitimidade perante a alta direção, gerência e servidores;

- Habilidade no uso de sistemas informatizados;

- Habilidade em Word, Excel, PowerPoint e Internet Explorer;

- Conhecimento de Gestão Estratégica, desejável;

- Facilidade de relacionamento;

- Capacidade de convencimento;

- Habilidade para falar em público;

- Habilidade para trabalhar em equipe.

Não é desejável:

- Ser titular de um cargo de direção;

- Ter horário muito comprometido, ou seja, ser responsável por muitos projetos que demandem

muito do seu tempo.

Medidas Ampliativas da Autonomia Gerencial, Orçamentária e Financeira

É pressuposto da reforma gerencial no setor público o aumento do controle sobre os resultados em

detrimento do controle sobre os meios.

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40

Ao assinar o Contrato de Gestão podem ser concedidas aos órgãos acordados signatários algumas

medidas ampliativas da autonomia gerencial, orçamentária e financeira, desde que previstas na

legislação.

A ideia é identificar medidas que podem ser concedidas aos órgãos e entidades no sentido de

flexibilizar a gestão, potencializar o atingimento dos resultados pactuados. São exemplos de

medidas ampliativas de autonomia concedidas no âmbito do Poder Executivo Estadual de Minas

Gerais:

1. ALTERAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS.

2. AMPLIAÇÃO DOS LIMITES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO.

3. CONCESSÃO DE VALE-TRANSPORTE EM SUBSTITUIÇÃO AO AUXÍLIO TRANSPORTE.

4. CONCESSÃO DE VALORES DIFERENCIADOS DE VALE-REFEIÇÃO OU VALE - ALIMENTAÇÃO.

5. LIMITES DIFERENCIADOS PARA QUANTITATIVO DE ESTAGIÁRIOS ADMISSÍVEIS E VALOR DA BOLSA DE ESTÁGIO.

6. CESSÃO, PERMISSÃO OU DOAÇÃO DIRETA DE MATERIAIS INCORPORADOS.

7. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO SEM PRÉVIO PARECER DA SEPLAG.

8. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE SEM PRÉVIA MANIFESTAÇÃO DA SEPLAG.

9. CONTRATAÇÃO DIRETA DE CERTOS TIPOS DE SEGUROS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DA SEPLAG.

10. LIMITES DIFERENCIADOS PARA DESPESAS EM REGIME DE ADIANTAMENTO.

11. ALTERAR OS CRITÉRIOS DE CONCESSÃO DE DIÁRIAS DE VIAGEM.

12. DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO DA SEPLAG NO AFASTAMENTO DE SERVIDORES PARA PARTICIPAÇÃO EM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO.

A legislação do Acordo de Resultados e o Manual de Autonomias, contidos no site da Secretaria de

Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG, esclarecem essas medidas

(<http://www.planejamento.mg.gov.br>).

Prêmio por Produtividade

Também é fundamental a definição sobre o Incentivo Financeiro a ser dado aos servidores nos

casos de resultados satisfatórios e quais serão as suas Fontes de Recursos. Para tanto, é necessário

realizar estudo de viabilidade financeira, impactos, projeções etc.

Deve-se ter em mente as limitações fiscais, mas também o fato de que a bonificação deve ser

atrativa o suficiente para se colocar como um incentivo aos servidores. Acredita-se que esta relação

entre o Contrato de Gestão e a instituição de um incentivo financeiro seja muito relevante para a

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41

implementação da gestão estratégica. Contudo, não deve sobrepor uma agenda de investimentos

em políticas públicas finalísiticas, tornando fundamental o entendimento do contexto fiscal para a

definição sobre a abrangência da remuneração variável.

A remuneração variável potencializa o Contrato de Gestão na medida em que é um incentivo

claramente percebido por todo o corpo funcional da Administração. A pactuação de metas permite

o pagamento de parte da remuneração dos servidores de forma flexível, proporcional às entregas

que estão sendo feitas à sociedade, o que torna o sistema remuneratório mais coerente.

Em Minas Gerais, durante a implementação da 1ª Geração do Choque de Gestão, os recursos

utilizados advinham de economias com o chamado “custeio ruim4” ou da ampliação da receita (o

atingimento das metas de arrecadação autoriza a utilizar parte do recurso que ultrapassasse a

meta).

No entanto, órgãos e entidades com atividades de arrecadação são a exceção e os recursos

decorrentes de economia são decrescentes, se esgotam, além de não abranger órgãos e entidades

que, apesar de conseguirem economias e ganhos de eficiência em alguns processos, estão

ampliando a sua prestação de serviços, como a construção de escolas e penitenciárias.

Diante disso, com a 2ª Geração do Choque de Gestão, foi mantida a possibilidade de pagamento de

Prêmio com base na ampliação da receita, mas foi criada a modalidade de pagamento com um

percentual da Receita Corrente Líquida, definido anualmente pelo Governador.

Esse foi o fator principal que propiciou, em Minas Gerais, a universalização dos Contratos de

Gestão. A definição de um percentual do orçamento para pagamento da premiação por

produtividade permitiu que qualquer órgão/entidade do Governo que aderisse e assinasse um

Acordo de Resultados pudesse pagar prêmio, em caso de resultados satisfatórios. Dessa maneira,

todos os órgãos passaram a ter interesse na assinatura do Contrato de Gestão.

Para se ter uma ideia, segue uma breve explicação de como é calculado o Prêmio por Produtividade

do servidor:

4 Custeio ruim é o recurso gasto na área meio da administração pública, como serviços de utilidade pública (água, luz,

telefone), manutenção e outros. O cumprimento das metas de economia autorizava a utilização de parte desse recurso

utilizado para pagamento do Prêmio.

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42

Figura 11

Explicando de maneira mais simples, deve-se criar uma fórmula para calcular o valor do prêmio a

ser recebido por cada servidor. Esse cálculo deve ser proporcional à remuneração e ao

desempenho verificado na avaliação das metas do contrato. Em Minas Gerais, optou-se, também,

por calcular proporcionalmente ao percentual de dias trabalhados, gerando uma premiação

superior para aquele servidor que mais contribuiu ao longo do ano em razão do período

trabalhado.

É necessário enfatizar que o prêmio é pago anualmente, após as avaliações, e está limitado ao valor

de uma remuneração anual.

Em termos orçamentários, o valor despedido pelo Estado de Minas Gerais foi próximo a 1,5% da

Receita Corrente Líquida para o prêmio anual. Isso considerando que mais de 90% dos servidores

reberam a premiação, em valores diferenciados conforme o órgão a que pertenciam.

Marco Legal

Deverá ser elaborado o marco legal que contemple essas deliberações. A legislação que

regulamenta o tema no âmbito do Poder Executivo Estadual de Minas Gerais estão disponíveis nos

sítios eletrônicos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e da Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão – SEPLAG, e pode ser tomada como base para a regulamentação no nível

Municipal, com as devidas adaptações à realidade local.

Considerações Adicionais

O Contrato de Gestão na Administração Pública é uma importante ferramenta para a execução da

estratégia dos projetos governamentais. Ele tem uma enorme capacidade de comunicação de

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estratégia e de incentivo para todos os envolvidos. Além disso, proporciona importantes

informações gerenciais e informações para a sociedade, que pode participar e fazer o controle do

resultado concreto do trabalho do governo, a partir de uma perspectiva mais próxima da sua

realidade.

Alguns pontos são absolutamente imprescindíveis para o sucesso da ferramenta, quais sejam:

A preocupação constante com o alinhamento das políticas públicas setoriais com a agenda

estratégica de governo. A partir da capacidade de mobilização posta pelos contratos de

gestão, deve-se ter um cuidado especial no momento de definição dos resultados a serem

perseguidos, de forma a colocar todos trabalhando na mesma direção e, dessa forma,

potencializar os resultados.

A disseminação do Acordo de Resultados até os níveis operacionais. Cada resultado

apresentado pelas organizações é consequência direta do trabalho das pessoas envolvidas.

Para que o resultado aconteça é necessário que todos tenham ciência do que se espera das

equipes de trabalho. Daí a importância da comunicação.

A busca pela definição de metas que sejam ao mesmo tempo realistas e desafiadoras.

Metas ousadas demais, fora do alcance das pessoas, podem ser tão prejudiciais quantas

metas frouxas demais. A busca é pelo equilíbrio.

A necessidade de uma coordenação intensiva de todo o processo por uma unidade central

e a importância da instituição da Equipe de Apoio à Gestão Estratégica (EAGE) para

acompanhar o Acordo de Resultados.

Por fim, ressalta-se que esta Cartilha foi realizada com base na experiência no Poder Executivo

Estadual de Minas Gerais, mas que, para cada município, a realidade deve ser analisada e a

metodologia deve ser adaptada aos contextos locais.

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11 Considerações Finais

A experiência de Contrato de Gestão mineira evoluiu ao longo de sua existência não somente

qualitativamente, ou seja, na sua caracterização enquanto instrumento de gestão, mas também em

sua amplitude, evolvendo cada vez mais servidores e um número cada vez maior de órgãos e

entidades.

A cada período de pactuação e de avaliação fica evidente o amadurecimento do processo do

Acordo de Resultados, bem como do amadurecimento da gestão dos órgãos e entidades. Este é um

processo que envolve mudança de paradigmas e de cultura gerencial da Administração Pública,

focando a atuação estatal na obtenção dos resultados esperados pela sociedade.

Os ganhos advindos com a política do Acordo de Resultados são potencializados substancialmente

com o uso combinado de outras políticas, como:

a vinculação do desempenho organizacional à remuneração variável do servidor;

a publicidade do instrumento amplamente divulgado nos sítios governamentais, permitindo

ao cidadão o acesso às metas e aos resultados de todos os órgãos e entidades mineiros;

e a possibilidade de participação da sociedade na avaliação dos Acordos de Resultados.

Esses fatores têm sido, sem dúvida, cruciais ao sucesso do Contrato de Gestão implantado no

governo do Estado de Minas Gerais. Esse mesmo sucesso poderá ser visto nos municípios mineiros,

a partir da implantação da metodologia apresentada, juntamente com o esforço conjunto das

Prefeituras e do Governo.

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12 Legislação Pertinente

As legislações referentes ao Acordo de Resultados do Poder Executivo mineiro encontram-se no

site da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais - SEPLAG

<http://www.planejamento.mg.gov.br>.

MINAS GERAIS. Lei Estadual nº 17.600, de 01 de julho de 2008. Disciplina o Acordo de Resultados e o Prêmio por Produtividade no âmbito do Poder Executivo e dá outras providências. Disponível em: <http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=LEI&num=17600&comp=&ano=2008>. _____________. Lei Estadual nº 14.694, de 30 de julho de 2003. Disciplina a avaliação de desempenho institucional, o Acordo de Resultados, a autonomia gerencial, orçamentária e financeira, a aplicação de recursos orçamentários provenientes de economias com despesas correntes no âmbito do Poder Executivo. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/leis/l14694_2003.htm>. _____________. Decreto Estadual nº 45.191, de 06 de outubro de 2009. Define critérios especiais de análise de desempenho das metas pactuadas na Primeira Etapa do Acordo de Resultados. Disponível em: <http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=DEC& num=45191&comp=&ano=2009>. _____________. Decreto Estadual nº 44.873, de 14 de agosto de 2008. Regulamenta a Lei nº 17.600, de 1º de julho de 2008, que disciplina o Acordo de Resultados e o Prêmio por Produtividade no âmbito do Poder Executivo e dá outras providências. Disponível em: <http://www.appmg.org.br/Decreto44873.pdf>. ____________. Lei Estadual nº 43.675, de 04 de dezembro de 2003. Regulamentada a Lei Estadual nº 14.694, de 30 de julho de 2003, que determinavam o funcionamento do modelo de Contrato de Gestão. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/servidores/avaliacao_desempenho/ legislacao/decreto_43675.html>.

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Referencial Teórico

Referencial Teórico Complementar

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Metodologia do Acordo de Resultados. Disponível: <http://seplag.mg.gov.br/estrategia-de-governo/acordo-de-resultados/modelo-de-gestao-do-acordo-de-resultados/metodologia>. ____________. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Modelo de Relatório de Execução - 2ª Etapa do Acordo. Disponível: <http://www.geraes.mg.gov.br/acordo-de-resultados/documentos-e-modelos>. ____________. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Modelo de Relatório de Execução - 1ª Etapa do Acordo. Disponível: <http://www.geraes.mg.gov.br/acordo-de-resultados/documentos-e-modelos>. ____________. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Manual das prerrogativas para ampliação de autonomia passíveis de concessão por meio do Acordo de Resultados. Disponível: <http://www.geraes.mg.gov.br/acordo-de-resultados/documentos-e-modelos>. MINISTÉRIO do Planejamento. Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de Indicadores. Brasília, Dezembro de 2009. Disponível em: <http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2010-12-08.2954571235/Guia%20-%20Indicadores%20(versao%20preliminar%20Dez%2009).pdf>. ____________. Mapeamento Bibliográfico e do Estado da Arte sobre Indicadores de Gestão. Brasília, Agosto de 2009. Disponível em: < http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2010-12-08.2954571235/produto_1_indicadores_versao_final_110809.pdf>. PACHECO, Regina Silva. Brasil: avanços da contratualização de resultados no setor público. In: Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, XI, Ciudad de Panamá, Panamá, 10 de novembro de 2006. Disponível em: < http://www.clad.org/congresos/congresos-anteriores/xi-guatemala-2006>. SERRA, Alberto. Modelo Aberto de Gestão para Resultados no Setor Público. Natal, RN: SEARH/RN, 2008. Disponível em: <http://www.escoladegoverno.rn.gov.br/contentproducao/ aplicacao/searh_eg/biblioteca/gerados/livros.asp>.

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