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ENTRE DOIS MUNDOS entre deux mondes

Sala Helena Wong de 16 de dezembro de 2009 a 7 de março de 2010

du 16 décembre 2009 au 7 mars 2010

C u r i t i b a . P a r a n á . b r a s i l

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Curadoria e Cenografia Commissariat et ScénographieJacques Sbriglio

Produção Geral Production GénéraleGrupo AG

Coordenação Geral Coordination GénéraleNicola Goretti

Produção executiva Production ExécutiveFabio Scrugli

Consultoria Geral Consultation GénéralePatrícia Gomes da Silva

Assistentes de Curadoria Assistants de CommissariatAnne Carpentier Natacha Muller Sbriglio

Acervo OeuvresFundação Le Corbusier, Paris, França Fondation Le Corbusier, Paris - FranceJean-Pierre Duport Presidente / PrésidentIsabelle Godineau Assistente / Assistante

secretária Especial do Estado do ParanáSecrétaire Spéciale de l´État du Paraná

Maristela Quarenghi de Mello e Silva

Assessoria especialAssessorat Spécial

Vera Regina Maciel Coimbra

Assessoria JurídicaAssessorat Juridique

Isabel Cristina Storrer Weber

ComunicaçãoCommunication

Maria Tereza Boccardi

Planejamento CulturalPlanification Culturelle

Ariadne Giacomazzi Mattei ManziMarcello KawaseRebeca Gavião PinheiroSandra Mara Fogagnoli

Acervo e ConservaçãoOeuvres et Conservation

Suely DeschermayerHumberto ImbrunisioRicardo Freire

museologiaMuséologie

Karina Muniz VianaVanderley de Almeida

Ação educativaAction Éducative

Rosemeri Bittencourt FranceschiSirlei EspindolaSolange Rosenmann

documentação e referênciaDocumentation et Références

Iolete Guibe Hansel

AdministraçãoAdministration

Tatiana Maciel Passos Tizzot

segurançaSécurité

Adonis Nobor Furuushi

AssoCIAÇÃo dos AmIGos do mon

Association des amis du MON

Presidência PrésidenceCristiano A. Solis de Figueiredo Morrissy

diretoria Administrativa e Financeira Direction Administrative et FinancièreElvira Wos

Infraestrutura InfrastructureDenise Caroline de Almeida

Produção Brasil Production BrésilJuliana CuryMaria Beatriz de Almeida Pinto Nathalia Ungarelli Marília Camara

Arquitetura ArchitectureCaetano Xavier de Albuquerque

design gráfico Design GraphiqueClarissa Teixeira

Consultoria financeira Consultation FinancièreFernanda Nepomuceno

montagem MontageNU – Projetos de Arte

tradução de textos Traduction Neuza Maria de Paula

material fotográfico Matériel PhotographiqueFundação Le Corbusier Paris, França Fondation Le Corbusier Paris - France

FiCHa tÉCniCa Da EXPOsiÇÃO lE COrbusiEr EntrE DOis MunDOs Crédits de l´exposition Le Corbusier Entre deux Mondes

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sede da exposição Museu Oscar niemeyer, Curitiba, brasilsiège de l´exposition museu oscar niemeyer, Curitiba, Brasil

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revolucionário e autor de uma arquitetura inovadora, com características funcionalistas, le Corbusier (1887-1965) é um dos arquitetos mais importantes do século 20. Junto com Walter Gropius, Frank lloyd Wright, alvar aalto, Mies Van der rohe e, no brasil, Oscar niemeyer, construiu a história mundial da arquitetura moderna. seus conceitos modernistas, permeados pela prática de uma arquitetura humanista, foram divulgados em inúmeras palestras, livros, exposições e obras assinadas pelo genial arquiteto.

as viagens de le Corbusier pelo mundo foram decisivas para sua obra inovadora. Com isto, trocou experiências e absorveu ideias entre as mais importantes personalidades da história, como Klimt, braque, Picasso e até Einstein. Em viagens pelo brasil, entre 1929 e 1936, fez propostas urbanísticas para projetos brasileiros, como o Ministério da Educação e saúde, e influenciou a arquitetura de várias gerações. lúcio Costa e Oscar niemeyer estão entre os que apreenderam conceitos de le Corbusier. um mestre que não se limitou a realizar projetos urbanísticos, também se dedicou às artes plásticas, em desenhos, pinturas, esculturas e tapeçarias.

É com grande orgulho que o Museu Oscar niemeyer exibe exemplares da produção artística do arquiteto franco-suíço, além de projetos originais, maquetes, livros e fotografias, provenientes da Fundação le Corbusier, de Paris. agradecemos especialmente o patrocínio da Elejor e da Compagas, com o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da CaiXa, pela oportunidade de apresentar, em comemoração ao ano da França no brasil, a exposição le Corbusier – Entre dois Mundos. Mostra que reúne a história, a arte e a arquitetura de le Corbusier, uma personalidade do século 20.

a arquitetura moderna na arte de le Corbusier

Maristela Quarenghi de Mello e Silva secretária Especial para Coordenação do Museu Oscar niemeyer

révolucionnaire et auteur d´une architecture innovatrice, de caractéristiques fonctionnelles, Le Corbusier (1887-1965) est l´un des architectes les plus importants du xxème siècle. Avec Walter Gropius, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, mies Van der rohe et, au Brésil, oscar niemeyer, il a construit l´histoire mondiale de l´architecture modèrne. ses conceptions modernistes, imprégnées par la pratique d´aune architecture humaniste, ont été divulguées dans plusieures conférences, livres, expositions et oeuvres signées par cet architecte génial.

Les voyages de Le Corbusier à travers le monde ont été décisifs pour l´accomplissement de son oeuvre innovatrice. Il en a tiré et échangé des expériences et incorporé des idées parmi les plus importantes personalités de l´histoire, comme Klimt, Braque, Picasso e même einstein. Au cours de ses voyages au Brésil, entre 1929 et 1936, il a fait des propositions urbanistiques pour des projets brésiliens, comme pour le ministère de l´Éducation et de la santé, et il a influencé l´ architecture de plusieures générations. Lucio Costa et oscar niemeyer se trouvent parmi ceux qui ont absorbé les conceptions de Le Corbusier. un maître qui ne s´est pas limité a réaliser seulement des projets d´urbanisme, mais qui s´est consacré également aux arts plastique, aux déssins, aux peintures, aux scultures et aux tapisseries.

C´est avec beaucoup d´orgueil que le musée oscar niemeyer expose des exemplaires de la productions artistique du architecte franco-suisse; ses projets originaux, maquettes, livres et photografies provenant de la Fondation Le Corbusier de Paris. nous remercions spécialement le parrainage de elejor et Compagas, avec le soutien du ministère de la Culture, du Gouvernement du Paraná et de CAIxA, pour l´opportunité de présenter, par occasion de la commémoration de l´Année de la France au Brésil, l´exposition Le Corbusier – Entre deux Mondes. exposition, celle-ci, qui réunit l´histoire, l´art et l´architecture de Le Corbusier, une personnalité du xxème siècle.

L´architecture modèrne dans l´art de Le Corbusier

Maristela Quarenghi de Mello e Silva secrétaire spéciale de Coordination du musée oscar niemeyer

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Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos organizadores do ano da França no brasil, que desejaram que esta manifestação reservasse um lugar particular para a obra de le Corbusier, e agradeço a todos aqueles que, do brasil, contribuíram para a sua apresentação em brasília, no rio de Janeiro, em belo Horizonte e em Curitiba.

a relação que le Corbusier estabeleceu e manteve durante toda a sua vida com o brasil e os brasileiros ilustra perfeitamente o elo particular que une os nossos dois países, sobretudo no plano artístico e cultural. É necessário lembrar que o interesse pela américa do sul e pelo brasil manifestou-se muito cedo em le Corbusier. Este interesse nasceu em Paris, onde, principalmente por intermédio de blaise Cendrars e de Fernand léger, ele teve a oportunidade de encontrar numerosos artistas e escritores – entre os quais, alguns associados à aventura da revista l’Esprit Nouveau (o novo Espírito), a partir de 1921 – e que iriam, a seguir, originar suas viagens e facilitar sua introdução nos meios da arquitetura e da arte na argentina, no brasil, na Colômbia, no uruguai, no Paraguai e no Chile. Mais de quatro décadas de contato ininterrupto com os intelectuais, os políticos e os artistas do continente.

O brasil – juntamente com a Índia, que ele conheceria mais tarde – é o país com o qual ele manteve uma relação excepcional e de longa duração que o transformou, tanto no plano profissional quanto no pessoal. Durante sua primeira estada, em 1929 , durante a qual Paulo Prado organizou sua permanência no rio e em são Paulo, ele ficou extremamente satisfeito pelo fato desta viagem ser feita por meios de transporte aos quais ele era afeiçoado – os barcos a vapor –, nos quais ele viajou sucessivamente a bordo de três navios e por avião, que lhe permitiram descobrir as paisagens – os rios e suas sinuosidades – e as cidades que tanto o encantaram. Ele também se sensibilizou muito por este povo mestiço tão distante do meio em que viveu sua infância em la Chaux-de-Fonds, e fez numerosos desenhos dos humildes habitantes das áreas e favelas pelas quais ele sentia simpatia e respeito. também durante um cruzeiro no Giulio Cesare que ele encontrou Joséphine baker... Daquele momento, ele trouxe um de seus trabalhos mais pessoais e mais líricos, redigido no navio que o levou de volta à França: Definições sobre o estado atual da arquitetura

e do urbanismo com um prólogo americano, um corolário brasileiro... Este livro reúne seus desenhos e projetos de urbanismo para o rio de Janeiro e para são Paulo e que, hoje, são conhecidos no mundo inteiro.

Ele retornou em 1936, a convite de alberto Monteiro de Carvalho, para trabalhar com a geração de jovens arquitetos brasileiros: lucio Costa, affonso Eduardo reidy, angelo bruhns, Firmino saldanha, Jorge Machado Moreira, José de sousa reis, Oscar niemeyer, Carlos leão, etc. Fez dez conferências no rio, ilustradas por grandes desenhos que foram comprados por Pietro Maria bardi e que estão hoje no Museu de belas artes do rio. Esta segunda estada, apesar de constituir uma decepção para le Corbusier, que esperava obter um pedido de projeto para o Ministério da Educação e para a Cidade universitária, deu origem à relação amigável e tumultuosa entre o arquiteto e os representantes da modernidade brasileira, que reconheceram em si próprios a influência exercida por ele. Estas trocas tiveram seguimento por ocasião do trabalho em outros projetos fora do brasil, como na sede das nações unidas, em nova York, com niemeyer, e no projeto da Casa do brasil, na Cidade universitária, com lucio Costa. Essa colaboração, através do arquiteto e da Fundação le Corbusier, não cessou e deu origem ao elo que existe ainda hoje entre arquitetos e estudantes brasileiros com sua obra e com a Fundação le Corbusier.

Em 1965, surgiu o volume 7 da Obra completa de Le Corbusier e de seu ateliê na rua de Sèvres 35, abrangendo seus projetos e realizações entre os anos de 1957 a 1965. le Corbusier escolheu abrir este volume com a reprodução de uma carta manuscrita endereçada aos seus “amigos do brasil”, redigida durante sua última viagem ao rio de Janeiro, em 25 de dezembro de 1962. Ele escreveu:

Hoje, eu digo adeus aos meus amigos do Brasil e a este país que conheço desde 1929. Para este grande viajante, existem lugares

privilegiados no planeta, entre montanhas, planaltos e planícies com grandes rios que correm rumo ao mar; o Brasil é um desses

lugares acolhedores e generosos que gostamos de poder considerar como um amigo.

Brasília está construída; se vi a nova cidade? É magnífica pela invenção, pela coragem, pelo otimismo; ela fala para o coração. É

obra dos meus dois grandes amigos (anos a fio) e companheiros de luta, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. No mundo moderno, Brasília

é única. (...)

Minha voz é aquela de um viajante da terra e da vida. Amigos do Brasil, deixem-me dizer obrigado!

le Corbusier e o brasil

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na mesma perspectiva desta página dupla, são apresentados a planta de situação do projeto da embaixada, uma fotografia do Ministério da Educação nacional e da saúde Pública realizado em 1936, com lucio Costa e niemeyer, e uma outra fotografia do ateliê 35, na rua de sèvres, com “em primeiro plano, a maquete da embaixada da França em brasília. Em cima, a maquete da construção hiperbólica do Palácio da assembleia em Chandigarh e, ao fundo, a pintura mural de le Corbusier”.

O ateliê de arquitetura é o elo entre brasília – e o brasil, onde ele acabou não construindo – e Chandigarh – a realização de uma vida inteira onde, finalmente, aconteceu a operacionalização de um projeto urbano. O 35 da rua de sèvres foi, também, durante todos esses anos, o local de passagem de arquitetos aprendizes vindos do mundo inteiro e, principalmente, do continente sul-americano e da Índia.

Desejo que a apresentação, no brasil, desta exposição, que retrata o percurso dos 20 últimos anos de le Corbusier, possa contribuir, por intermédio do conhecimento de sua obra, para a consolidação desta relação entre nossos dois continentes e favoreça – a exemplo de sua vida – o diálogo entre os homens e as culturas.

“Tentei a conquista da América por uma razão implacável e por um grande carinho que senti pelas coisas e pelas pessoas. É com estes irmãos,

separados de nós pelo silêncio de um oceano, que entendi os escrúpulos, as dúvidas, as hesitações e as razões que motivam o estado atual

de suas manifestações e confiei no amanhã.

Sob tal luz, nascerá o arquiteto.”

Definições

“Prólogo americano”

Jean-Pierre Duport Presidente da Fundação le Corbusier

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Je voudrais tout d’abord remercier les organisateurs de “l’Année de la France au Brésil” qui ont souhaité que cette manifestation réserve une place particulière à l’œuvre de le Corbusier et je remercie tous ceux qui au Brésil ont contribué à sa présentation à Brasilia, rio de Janeiro, Belo Horizonte et Curitiba.

La relation que Le Corbusier a établie et maintenue tout au long de sa vie avec le Brésil et les Brésiliens illustre parfaitement le lien particulier qui unit nos deux pays notamment sur les plans artistique et culturel. Il faut le rappeler, l’intérêt que manifesta très tôt Le Corbusier pour l’Amérique du sud et pour le Brésil en particulier a pris naissance à Paris où par l’intermédiaire notamment de Blaise Cendrars et de Fernand Léger il eut l’occasion de rencontrer nombre d’artistes et d’écrivains dont certains seront associés à l’aventure de la revue l’Esprit Nouveau dès 1921 et qui allaient ensuite provoquer ses voyages et faciliter son introduction dans les milieux de l’architecture et de l’art en Argentine, au Brésil, en Colombie, en uruguay, au Paraguay, en Colombie et au Chili. Plus de quatre décennies de contacts ininterrompus avec les intellectuels, les politiques et les artistes du continent.

Le Brésil est – avec l’Inde qu’il connaîtra plus tard – le pays avec lequel il entretiendra un rapport exceptionnel et de longue durée qui l’affecte à la fois sur le plan professionnel et sur le plan personnel. Lors de son premier séjour, en 1929, – au cours duquel Paulo Prado organisera son séjour à rio et são Paulo – il sera à la fois comblé par un périple qui associe aux moyens de transport qu’il affectionne, les paquebots – il voyagera successivement à bord de trois navires différents et l’avion – et qui lui permettent de découvrir des paysages – les fleuves et leurs méandres - et des villes qui l’enchantent. Il est aussi profondément touché par ce peuple métissé si éloigné du cadre de son enfance à La Chaux-de-Fonds et il réalise de nombreux dessins des humbles habitants des domaines et bidonvilles pour lesquels il éprouve sympathie et respect. C’est aussi lors d’une croisière sur le Giulio Cesare qu’il rencontre Joséphine Baker…

Le Corbusier et le Brésil

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Jean-Pierre Duport Président de la Fondation Le Corbusier

de ce séjour il rapportera l’un de ses ouvrages les plus personnels et les plus lyriques qu’il écrit sur le bateau qui le ramène en France: Précisions sur un état présent de l’architecture et de l’urbanisme avec un prologue américain, un corollaire brésilien… Ce livre rassemble ses dessins et projets d’urbanisme pour rio et saint-Paul connus aujourd’hui dans le monde entier.

Il reviendra en 1936 à l’invitation d’Alberto monteiro de Carvalho pour travailler avec la jeune génération d’architectes brésiliens, Lucio Costa, Affonso eduardo reidy, Ângelo Bruhns, Firmino saldanha, Jorge machado moreira, José de sousa reis, oscarniemeyer, Carlos Leao, etc. il donnera dix conférences à rio illustrées de très grands dessins qui seront acquis par Pietro maria Bardi et qui sont aujourd’hui déposés au musée des Beaux-Arts de rio. Ce deuxième séjour, même s’il constitue une déception pour Le Corbusier qui espérait pouvoir obtenir une commande pour le ministère de l’éducation et la Cité universitaire, sera à l’origine de la relation amicale et tumultueuse entre l’architecte et les représentants de la modernité brésilienne et dont les représentants les plus prestigieux reconnaissent l’influence qu’il exerça sur eux. Ces échanges se poursuivront à l’occasion du travail sur d’autres projets hors du Brésil, le siège des nations unies à new York avec niemeyer et bien évidemment le projet de la maison du Brésil à la Cité internationale universitaire avec Lucio Costa. Ils ne devaient jamais s’interrompre et ils sont à l’origine du lien qui subsiste encore aujourd’hui entre architectes et étudiants brésiliens avec son œuvre et avec la Fondation Le Corbusier.

en 1965 paraît le volume 7 de l’Oeuvre complète de Le Corbusier et son atelier rue de Sèvres 35 qui couvre les projets et les réalisations des années 1957 à 1965. Le Corbusier choisit d’ouvrir ce volume avec la reproduction d’une lettre manuscrite adressée à ses “amis du Brésil”, rédigée lors de son dernier voyage à rio de Janeiro le 29 décembre 1962. Il y écrit:

Aujourd’hui, je dis au revoir à mes amis du Brésil. Et tout d’abord à leur pays – le Brésil – que je connais depuis 1929. Il y a pour le grand voyageur que je suis des surfaces privilégiées sur la planisphère, entre les montagnes, sur les plateaux et les plaines où coulent les grands fleuves qui vont à lamer; le Brésil est un des lieux accueillants et généreux et l’on aime à pouvoir l’appeler ami.

Brazilia est bâtie; j’ai vu la ville neuve ? Elle est magnifique d’invention, de courage, d’optimisme; elle parle au cœur. Elle est l’œuvre de mes deux grands amis et (à travers les années) compagnons de lutte, Lucio Costa et Oscar Niemeyer. Dans le monde moderne, Brazilia est unique. (…)

Ma voix est celle d’un voyageur de la terre et de la vie. Laissez-moi amis du Brésil vous dire merci!

dans la même perspective de la double page, nous sont présentés le plan masse du projet de l’ambassade, une photographie du ministère de l’éducation nationale et de la santé publique réalisé en 1936 « avec Lucio Costa et niemeyer » et une autre photographie de l’atelier 35 rue de sèvres avec “au premier plan la maquette de l’ambassade de France à Brasilia. Au-dessus la maquette de la construction hyperbolique du Palais de l’assemblée à Chandigarh. Au fond la peinture murale de Le Corbusier”.

L’atelier d’architecture, c’est le lien entre Brasilia – et le Brésil où il ne construira finalement pas – et Chandigarh, l’accomplissement de toute une vie avec, enfin, la mise en œuvre d’un projet urbain. Le 35 rue de sèvres, c’est aussi pendant toutes ces années le lieu de passage des apprentis architectes venus du monde entier et notamment du continent sud-américain et de l’Inde.

Je forme le vœu que la présentation au Brésil de cette exposition qui retrace le parcours des vingt dernières années de Le Corbusier contribue, par delà la connaissance de son œuvre, à consolider cette relation entre nos deux continents et favorise – à l’exemple de sa vie – le dialogue entre les hommes et les cultures.

“J’ai tenté la conquête de l’Amérique par une raison implacable et par une grande tendresse que j’ai vouée aux choses et aux gens; j’ai compris chez ces frères séparés de nous par le silence d’un océan, les scrupules, les doutes, les hésitations et les raisons qui motivent l’état actuel de leurs manifestations et j’ai fait confiance à demain.

Sous une telle lumière, l’architecture naîtra.”

Précisions

“Prologue américain”

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Convidado pela revista “stil” e pelo Grupo amigos da arte, le Corbusier desembarcou pela primeira vez na américa do sul em 1929 para fazer uma série de conferências em buenos aires, Montevidéu, rio de Janeiro e são Paulo. Em cada chegada, o arquiteto tentava decifrar a paisagem, sua natureza e a relação da cidade com seu entorno.

le Corbusier era um homem que projetava a cidade nova, adaptando o urbanismo em cada situação, interpretando os códigos de cada lugar. O trabalho em arquitetura, pintura e outras disciplinas o definem como uma pessoa sensível e atenta às vanguardas e aos novos modos de vida, simulando seu pensamento sobre os suportes da arquitetura: o papel, a tela e o território.

Em alto mar, enquanto o transatlântico lutetia o levava de volta a Paris após sua estadia na américa do sul, escreveu um belíssimo testemunho sobre a grandeza da paisagem sul-americana. Précisions sur un état présent

de l`architecture et de l`urbanisme é uma reflexão sobre o planejamento em grande escala, um livro poético sobre a região em que a planície incomensurável do rio da Prata e o território selvagem e montanhoso do rio de Janeiro o emocionaram. aqui, le Corbusier elaborou possíveis soluções para as novas cidades que se transformariam em metrópoles.

assim, a rigidez planimétrica pensada para as cidades de buenos aires e Montevidéu se contrapôs à complexidade da paisagem exuberante do rio de Janeiro. Para seu projeto carioca, já não existiria a rua, ou a linha reta que conduz a um ponto determinado. um edifício-viaduto sobre-elevado apareceria entre os morros, ondulante e estendido, tentando controlar a paisagem. também reapareceria com força a relação entre cidade e projeto. seus desenhos nos cadernos de viagem, que vêem a cidade do alto, do mar e das montanhas, falam deste desejo. E a natureza o submeteu a se manifestar.

Muitas dessas experiências o levaram a pensar no desenvolvimento paradoxal da cidade latino-americana, sua gestação e crescimento, em oposição aos cânones do início do século, da cultura de vanguarda europeia a que pertencia. Em 1936, quando retornou ao rio de Janeiro pela segunda vez, as bases do seu “Plan Obus” para a cidade de argel já estavam escritas, fundadas em uma nova e expressiva liberdade formal.

Como todo grande artista, sua obra teve um sincretismo disciplinar formidável ao longo de toda a vida, e suas representações o vincularam às linguagens da arquitetura e da arte da época. isso quando a máquina – por meio da arquitetura naval e da tecnologia do automóvel – começou a transportar velozmente um dos animais mais lentos do planeta, o homem. le Corbusier proclamou que “a cidade que tem velocidade tem sucesso”. Estávamos prontos para nos mover em maior velocidade, construir nosso habitat de forma diferente, inventar os objetos para a vida e para a guerra.

a apresentação de uma mostra antológica do genial arquiteto tem como objetivo continuar a decifrar sua obra e sua narrativa, um legado que se projeta ao presente por meio de seus primeiros projetos, seu trabalho pictórico e manual e sua obra mais consagrada da maturidade. Mas, também, significa imaginar e entender sua existência de forma compreensível e humana: uma figura posicionada fora do mito.

a entrada na baía de Guanabara, em outubro de 1929, pela primeira vez, deve ter sido emocionante. Permaneceu mudo por um instante e, sem fôlego, observou a cidade envolta por sua natureza feroz, enquanto tentava entender a força daquele lugar.

Há quase 80 anos desse acontecimento e a 45 anos de sua morte, expor “le Corbusier, Entre dois Mundos” em solo brasileiro faz todo o sentido.

le Corbusier, entre dois mundos

Nicola Gorettiarquiteto / Organizador da mostra

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sous invitation de la revue “stil” et du Groupe Amis de l´Art, Le Corbusier débarque, en 1929, pour la première fois, en Amérique du sud pour donner une série de conférences à Buenos Aires, montevideo, rio de Janeiro et são Paulo. À chaque arrivée, l´architecte essaye de déchiffrer le paysage, sa nature et sa relation avec son entourage.

Le Corbusier était un homme qui projetait la ville nouvelle, adaptant l´urbanisme dans chaque situation et interprétant les codes de chaque endroit. L´oeuvre architecturale, la peinture et d´autres disciplines le définissent comme une personne sensible et attentive à l´avant-garde et aux nouveaux modes de vie, et qui simulait ses pensées par moyen de l´architecture, du papier, de la toile et du territoire.

Pendant que le transatlantique Lutetia le ramène à Paris après son séjour sud-américain, encore en haute mer, il écrit un très beau témoignage à propos de la grandiosité du paysage sud-américain. Précisions sur un état présent de l´architecture et de l´urbanisme est une réflexion sur la planification à grande échelle, mais aussi un livre poétique sur la région, qui émotionne Le Corbusier par l´infinitude de la plaine du rio da Prata et par le territoire sauvage et montagneux de rio de Janeiro. C´est ici qu´il va élaborer les solutions possibles pour ces nouvelles villes qui deviendront, par la suite, des métropoles.

C´est ainsi que la rigidité planimétrique pensée pour les villes de Buenos Aires et montevideo s´opposera à la complexité du paysage exubérant de rio de Janeiro. Pour son projet “carioca”, il n´y aura plus de voies ou de lignes droites qui conduisent à un point déterminé. un immeuble-viaduc en surélévation se dévoilera entre les collines, onduleux et prolongé, cherchant à contrôler le paysage. Ici, la relation entre la ville et le projet va se manifester, une fois de plus, avec de l´intensité. ses dessins, dans les cahiers de voyage, qui contemplent la ville du haut, de la mer et des montagnes, parlent de cette volonté. et la nature le soumet à se manifester.

Plusieures de ces expériences l´amènent à penser au développement paradoxal de la ville latino-américaine, à sa gestation et à son agrandissement, en opposition avec les canons de début siècle et de la culture d´avant-garde européenne à laquelle il appartenait. en 1936, quand il reviendra à rio de Janeiro pour la deuxième fois, les bases de son “Plan obus” pour la ville d´Argel seront déjà écrites, établies sur une nouvelle et expressive liberté formelle.

Comme tout grand artiste, son oeuvre aura un syncrétisme disciplinaire formidable au long de toute sa vie, et ses représentations vont l´associer aux languages de l´architecture et de l´art de l´époque. La même époque où la machine – au moyen de l´architecture navale et de la tecnologie de l´automobile – commencera à transporter de plus en plus vite un des animaux les plus lents de la planète, l´homme. Le Corbusier proclame que “La ville qui a de la vitesse a du succès”. soyons donc prêts pour nous déplacer à plus grande vitesse, pour construire notre habitat différemment, pour inventer les objets pour la vie et pour la guerre.

La présentation d´une exposition anthologique de cet architecte génial a pour objectif la poursuite du déchiffrage de son oeuvre et de sa narrative; un héritage qui se projette dans le présent par ses premiers plans, par son travail de peinture et de dessins, par sa production manuelle et par l´oeuvre réputée de la maturité. de même, il s´agit d´une vitrine qui permet d´imaginer et de comprendre l´existence de ce personnage d´une forme compréhensible et humaine, vu comme une figure positionnée en dehors du mythe.

L´arrivée à la Bahia de Guanabara, pour la première fois en octobre 1929, a certainement dû être une expérience émouvante. Il est resté muet pour un instant et, hors d´haleine, il a observé la ville couverte par sa nature féroce, pendant qu´il essayait de comprendre la force de l´endroit.

Presque 80 années après cet événement et 45 ans après sa mort, exposer “Le Corbusier, entre deux mondes” en territoire brésilien est tout à fait évident.

Le Corbusier, entre deux mondes

Nicola Goretti Architecte / organisateur de l´exposition

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“Minha querida Charlotte,

Durante os últimos dez anos, fiz um grande esforço de síntese e de aperfeiçoamento doutrinal. assim, contra todos – inclusive meus amigos – mantive as pesquisas modernas e constituí uma força técnica de trabalho que foi finalmente formada e que compreende administradores, engenheiros e arquitetos; trata-se do nosso ateliê de construtores, a atbat cooperativa de técnicos... agora, tenho pedidos consideráveis que vão alimentar este ateliê. além disso, finalizei o protótipo mais ou menos definitivo de uma unidade de Habitação de 1.500 a 2.000 pessoas... Enfim, convenci o Ministro billoux e o Prefeito de Marselha a construir esta unidade.” (1)

Carta de le Corbusier a Charlotte Perriand de 2 de maio de 1946

Rumo à celebridade

no momento em que le Corbusier escreveu esta carta cheia de promessas a Charlotte Perriand, para convidá-la a juntar-se à sua equipe que trabalhava no projeto da unidade de Habitação de Marselha, ele ainda não podia imaginar o quanto o futuro próximo lhe daria razão e alavancaria, assim, a continuação de sua carreira ao ápice. De fato, nos 20 anos seguintes, do fim da segunda Guerra Mundial ao desaparecimento do arquiteto em 1965, a obra de le Corbusier deslanchou de forma inesperada e produziu as mais significativas entre as suas obras-primas.

Esta última parte da vida e da obra de le Corbusier não somente consagrou a figura já conhecida do teórico de arquitetura Moderna ou mesmo aquela de temido polemista. Ela deu relevo à figura do criador genial, capaz de realizar uma síntese entre todas as artes maiores e de inventar uma nova escrita arquitetônica, cuja potência poética classificou le Corbusier entre os grandes transgressores, equivalente a um Picasso no campo da pintura. Hoje, sabemos o quanto as obras de Picasso, Matisse, Miró e outros influenciaram o célebre arquiteto.

O período de 1945–1965, que constitui o corpo desta exposição, é geralmente apresentado como o período da maturidade, aquele durante o qual le Corbusier, após uma longa travessia do deserto, reforçado pelo fechamento do ateliê na rua de sèvres durante a segunda Guerra Mundial, teve acesso, enfim, a pedidos de relevância. Estes estavam à altura do papel protagonista que ele vinha ocupando na cena arquitetônica europeia – e até mesmo mundial – há aproximadamente 15 anos. Esta notoriedade adquirida nos cinco continentes, projeto após projeto, publicação após publicação, conferência após conferência, exposição após exposição, colocou le Corbusier, a partir do final da segunda Guerra Mundial, na posição de herói da arquitetura moderna. Com sua personalidade forte, aliando as qualidades de intelectual às de arquiteto/artista, ele ocupou na época uma posição específica – fortemente carismática – que o situou ao lado de outros grandes mestres do Movimento Moderno, como Wright ou Mies Van der rohe, para retomar a classificação de Peter blake (2). le Corbusier deve essa consagração internacional não somente à densidade de sua obra e a seu senso de comunicação, mas também à sua capacidade de organizar e dar vida a redes. Efetivamente, graças à criação dos CiaM (3), da qual ele havia participado intensamente 20 anos antes, à criação da asCOral (4) e, por fim, à criação do atbat (5), ele pôde organizar, com o passar dos anos, as estruturas de reflexão e as plataformas de ação necessárias para fazer triunfar suas ideias sobre urbanismo e arquitetura moderna. E isso, em um momento em que os países da Europa tinham muita necessidade de doutrinas e de modelos para se reurbanizar, se equipar e encarar a forte demanda por habitações e equipamentos necessários para a reconstrução de suas cidades e regiões devastadas pela guerra.

a exemplo da economia americana, que investiu no reerguimento da Europa, o que le Corbusier pediu foi um verdadeiro plano Marshall para o urbanismo e para a arquitetura a partir do final da segunda Guerra Mundial.

Uma obra em apoteose

assim como no período que precedeu o entre guerras, essa obra da maturidade se desenvolveu segundo quatro domínios estreitamente ligados.

le Corbusier, de Marselha a brasília 1945–1965

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20 Primeiramente, com o urbanismo e os diversos pedidos de projetos de reconstrução de cidades francesas arruinadas pela guerra, como saint Dié, la rochelle la Pallice ou Marselha e, em seguida, com os projetos para o exterior, em cidades como

bogotá, na Colômbia ou izmir, na turquia. O conjunto desses projetos – que não foi realizado – formou, apesar de tudo, um quadro teórico excepcional que indicava os avanços da pesquisa urbana corbusiana durante esse período. De fato, no plano das doutrinas de urbanismo, esses projetos representam a experimentação, em tamanho e em local reais, dos princípios elaborados para a realização da ville radieuse durante os anos 30 e codificados, no início dos anos 40, na Carta de atenas.

Mas, sobretudo graças à demanda de Chandigarh, durante o ano de 1951, le Corbusier pôde encerrar esta série de fracassos e realizar finalmente um sonho antigo: criar uma cidade, em sua totalidade, partindo de uma terra virgem, hipótese na qual ele já trabalhava desde 1922 com o projeto de uma Cidade Contemporânea de 3 milhões de habitantes.

se na concepção desta nova cidade le Corbusier atuou inicialmente como urbanista para o aperfeiçoamento do projeto principal e, em seguida, como arquiteto na concepção e na realização do conjunto monumental do Capitol, ele não interveio

– para seu grande arrependimento – na área da habitação. aqui, nada de unidades habitacionais para estruturar o corpo da cidade, como em seus projetos europeus, mas uma concepção de habitação menos revolucionária, talvez mais em sintonia com os modos de habitar das populações de funcionários públicos aos quais estas habitações foram principalmente destinadas. somente dois projetos, a Casa dos Péons e o Palácio do Governador, mobilizaram le Corbusier em Chandigarh sobre esta questão.

a realização de Chandigarh, que se desenrolou nos 15 últimos anos de atividade do ateliê de le Corbusier, e que continua até hoje, não constituiu uma interrupção dos projetos referentes ao urbanismo. ao mesmo tempo em que trabalhava no projeto desta nova cidade, le Corbusier estudava outros projetos de urbanismo para cidades como Estrasburgo, berlim e, por fim, Firminy.

O segundo domínio de atividade concernente à arquitetura, com um conjunto de projetos e/ou realizações de prestígio, de Marselha a Chandigarh, passando por ronchamp, la tourette e Veneza – para citar apenas alguns entre os mais célebres – permitiu a le Corbusier adotar uma nova postura arquitetônica na qual a criatividade e a singularidade conferiram à sua obra um status excepcional no panorama da arquitetura do século XX.

O terceiro domínio trata da obra plástica que, do desenho e da pintura, se estendeu a outros territórios, como a escultura, a tapeçaria, os esmaltes, a gravura, o afresco, as colagens, etc... O estudo do universo pictórico e gráfico produzido ao longo desses anos por le Corbusier mereceria, ele sozinho, um artigo inteiro. Portanto, aqui, nós nos limitaremos a destacar as correspondências estabelecidas entre estas diferentes formas de expressão – no âmbito da linguagem das formas e das cores – para alcançar a unidade plástica tão buscada por le Corbusier. De fato, como não ver os elos existentes entre as pinturas, os desenhos, as esculturas da série Ozon e o trabalho desenvolvido, ao mesmo tempo, sobre as formas da unidade de Habitação de Marselha? será necessário destacar, da mesma maneira, as influências que transitam entre as pinturas da série dos touros e a arquitetura monumental dos edifícios de Chandigarh – sem falar da iconografia religiosa ou cósmica presente nas portas em esmalte da capela de ronchamp ou do Palácio da assembleia da capital do Punjab?

Enfim, o quarto e último domínio corresponde à escrita, com a busca do trabalho doutrinal e teórico conduzido há muito tempo, mas que neste último período apresentou uma abordagem mais pessoal, mais poética, como ilustrado na publicação do Poema do ângulo reto ou de outras obras como Poesia em argel.

Mas o que evoluiu profundamente também ao longo dos 20 últimos anos na obra de le Corbusier foi o enquadramento ideológico e filosófico do seu pensamento. assim, aos valores da cultura material, como aquela sobre a organização do trabalho, para falar somente desse exemplo, e do apelo ao taylorismo e ao fordismo durante os anos 30, sucedeu-se uma aproximação mais transcendental da vida, mais em sintonia com a natureza e com o cosmo.

Tudo parte de Marselha

“Marselha veio, naquele período, provocar no meu despreocupado passeio um turbilhão e um elevar de ondas, em feixes brilhantes, em brusco desabrochar. Marselha! Ou seja, tenho muito a dizer... Marselha, porta do Oriente! Escrevi esta carta a augusto Perret. O Porto! Este porto de Marselha! E Marselha? Cidade de vida, de toda vida agitada – máscaras, navios, ondas,

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21conchas e peixes das escamas de sonho. Cidade de fortalezas e cidade de povos. O império reina nas fachadas do Porto e o império é toda a Europa. a Prefeitura é, no mínimo, o Grande rei, e é a China e a Índia. É o porto das máscaras; o mar visto além das fortalezas, a segunda ática, a Grande Grécia“. (6)

Foi com este entusiasmo que o jovem Charles Edouard Jeanneret havia descoberto Marselha em 1915. Marselha, o mar, a força da arquitetura militar no local, mas também a abertura para o mundo “a China, a Índia...“ e, ainda, a beleza cosmopolita daquela cidade, uma beleza à qual também se sensibilizou, posteriormente, outro chaudefonnier (nascido em Chaud-de-Fonds/suíça), contemporâneo e amigo de le Corbusier, outro grande viajante de nome Frédéric sauser, dito blaise Cendrars.

Marselha, uma cidade na França e, tanto mais, uma cidade cheia dessa identidade mediterrânea que não deixou de reivindicar de maneira incansável o futuro de le Corbusier. uma cidade que marcou, para aproximadamente 30 anos mais tarde, o seu encontro com um dos edifícios entre os mais famosos da história da arquitetura do século XX: a unidade de Habitação de Grandeur Conforme.

Com o pedido desta unidade de Habitação de Marselha, em 1945, a carreira de le Corbusier teve um novo início. Ele mesmo escreveu: “É aos 58 anos que me foi passado o meu primeiro grande pedido e mais, para rir um pouco!“ (7), adicionou, em um tom levemente desiludido. Portanto, esta nova carreira se revelou, a exemplo da precedente, igualmente intensa, abundante, mostrando um le Corbusier decidido a continuar ocupando todo o espaço do debate sobre a cidade, a arquitetura e muito mais. além disso, ela consagrou, na opinião pública, um novo estilo de urbanismo e arquitetura ao qual a figura de le Corbusier permanecerá definitivamente ligada.

O que é evidenciado quando examinamos a produção deste último período é, novamente, seu caráter de unidade. assim como na produção do período entre guerras, seja naquela dos anos 20 ou na dos anos 30, manifesta-se a coerência de pensamento e de ação entre o urbanismo, a arquitetura e a obra plástica. a evolução mensurável de um período para o outro, longe de ser marcada por alguma ruptura, estabelece-se por um processo de pesquisa que procede por acúmulo de experiência. E se a crítica acreditou ter percebido, em 1953, no projeto da capela de ronchamp, uma virada radical na obra de le Corbusier, esta impressão não resiste à análise histórica desta parte da obra.

se houve uma reviravolta radical na obra de le Corbusier, com certeza, convém buscá-la no início dos anos 30.

De fato, foi após a primeira viagem realizada em 1929 à américa do sul e àquela ao M´zab, em 1931, que o pensamento de le Corbusier sobre a arquitetura começou a se distanciar da estética da máquina ou do produto industrial, vista até aquele momento como centro de gravidade de qualquer estética purista. E sua referência à arquitetura árabe e à arte do despropósito – para justificar o caminho autorizado pela rampa interna da vila savoye (1928–1931) – já seguia esta linha. ao final dos anos 20, le Corbusier considerou, de fato, que tudo já havia sido dito sobre a arquitetura do liso, da recusa da decoração, aquela da matéria elevada ao seu mais alto grau de abstração. E mesmo que ele tenha sido um dos pais fundadores dessa nova arquitetura ao anunciar, principalmente em 1927, um de seus principais codificadores – a teoria dos famosos cinco pontos (8) – ele não pretendia, a partir daquele momento, deixar-se trancar em algum tipo de academicismo desta arquitetura moderna, como mostra a influência crescente, e por vezes tardia, que este movimento começou a ter em diferentes países europeus, como a suíça, a alemanha, os Países-baixos ou mesmo a Espanha e a itália. um academicismo que, além disso, resultou, alguns anos mais tarde, no Estilo internacional, que foi fortemente rejeitado em seguida.

Para le Corbusier, se imporia sempre a necessidade do olhar para o futuro; de um falar distinto, diferente das palavras da tribo.

Então, no começo dos anos 30, os caminhos da pesquisa conduzida por le Corbusier tomaram uma nova direção, dando prioridade a uma redescoberta dos folclores e das formas tradicionais de construção e habitação. À precisão maquinal da vila savoye se sucedeu um retorno ao “natural“, com toda uma série de projetos, como a casa Errazuris (1930), ou de obras como a casa de Mandrot (1930), a casa Mathes (1935) ou a villa Henfel (1935), que todos exaltaram como retorno aos valores arcaicos e fundamentais de uma arquitetura vernacular para a qual le Corbusier retornou nos anos 1945–1965, seja em seus projetos para o sul da França ou em seus projetos indianos.

todavia, esta nova linha de pesquisa não fez com que le Corbusier abandonasse os fundamentos do urbanismo ou da arquitetura moderna para retornar a uma visão nostálgica qualquer. tratou-se, na realidade, de conjugar o que a tradição possui de mais perene e de mais imutável com as necessidades dos modos de vida modernos, e isto por meio de uma síntese de superação. E foi precisamente o projeto da unidade de Habitação de Marselha que inaugurou essa síntese.

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23Uma nova estética

Com essa realização, que permaneceu na história da arquitetura mundial do século XX como um ponto de referência frequentemente imitado mas jamais ultrapassado, le Corbusier seguiu inovando em diferentes campos simultaneamente.

Primeiramente, no plano urbano, para o qual ele propôs a implementação de uma nova ferramenta para o urbanismo: uma nova concepção de unidade que concentrou, em sua essência, a moradia e os serviços de conveniência próximos. uma proposta particularmente esperada em pleno período de reconstrução e de renovação urbana e que teve de encarar as novas exigências de densidade. uma época confrontada também pela emergência de novos modos de vida, como o desenvolvimento do automóvel, da civilização do entretenimento ou mesmo do desenvolvimento do trabalho das mulheres, o que induziu novas exigências e demandou novas funcionalidades no campo habitacional.

Em seguida, no plano arquitetônico, com a afirmação desta arquitetura de uma monumentalidade doméstica totalmente inusitada até o momento na França. a questão da moradia e sua representação no âmbito da arquitetura foi elevada, aqui, ao nível de monumento, destacando claramente uma vontade política de inovação em um domínio, o da arquitetura, que toca o cidadão no mais intimo de sua vida cotidiana.

Por fim, no plano estético, com o que a crítica, jamais à custa de imagens, para grande satisfação de le Corbusier, chamou de “brutalista”. uma nova estética que acompanhou a última parte da obra do arquiteto, projeto após projeto, edifício após

edifício, pintura após pintura, desenho após desenho. E foi bem aí, neste “romantismo da feiura“ – como le Corbusier gostava de lembrar – que reside a força provocadora, e portanto poética, desta obra hoje.

Para definir enfaticamente a força desta estética brutalista, poderíamos dizer, em síntese, que ela possui como objetivo principal o rompimento com a estética modernista. Ela operacionaliza e põe em simbiose sistemas de composição que aliam a utilização de formas racionais e de formas livres. Ela afirma a existência do material na sua natureza mais elementar e reforça o emprego da cor em combinação com a arquitetura. Ela quer a si mesma como ponto de encontro entre estes dois mundos. Com a

utilização do Modulor, elaborado desde a concepção da unidade de Habitação de Marselha em 1945 – e que deu continuidade

ao trabalho já realizado sobre traçados reguladores –, le Corbusier recorreu a procedimentos de composição baseados na harmonia. Ele usou e abusou da ortogonalidade, do trabalho em cima da forma quadrada, do cubo, aos quais ele opôs uma série de formas livres “acústicas“ que se inscrevem em complemento à abordagem “clássica“ da composição arquitetônica.

no centro desta nova estética, também é necessário situar o emprego de materiais em estado bruto, como o concreto, o aço, o vidro, mas igualmente a utilização de novos produtos que apareceram no mercado da construção no início dos anos 50, como a placa de gesso ou o compensado de madeira.

Com o concreto, le Corbusier utilizou todas as capacidades técnicas permitidas no emprego deste material para obter novas expressões formais. rejeitado nas suas diversas texturas, este material alcançou, graças à virtude do arquiteto, um patamar

raramente alcançado até aquele momento na França – pelo menos no campo da arquitetura, exceto, claro, por auguste Perret. Mas, diferentemente de Perret, para quem o concreto representou, na maioria dos casos, somente uma reinterpretação da construção de pedra, le Corbusier deu ao concreto uma dimensão plástica radicalmente nova. Com o abandono do paralelepípedo em benefício da utilização do concreto em sua forma bruta, ele inaugurou uma tendência arquitetônica que se desenvolveu, inicialmente, na Europa, em seguida, nos países asiáticos e, finalmente, nos Estados unidos, onde lois Khan – grande admirador de le Corbusier – foi um dos mais dignos representantes.

a propósito das possibilidades de expressão plástica deste material destinado a permanecer aparente, sabemos o quanto estas são inteiramente dependentes das modalidades de implementação. Para le Corbusier, quanto mais a implementação era mal executada, mais ele se sentia dominado pelo seu caráter exagerado. a propósito da rampa do teto-terraço da unidade de Habitação de Marselha, ele escreveu: “Faria disto uma beleza por contraste“. Dessa forma, para le Corbusier, a utilização do concreto na arquitetura correspondeu, antes de tudo, a uma fantasia de liberdade formal. Ele privilegiou este material por sua força e pela evidência do seu significado, o que lhe permitiu traduzir, pela sua longevidade, a essência dos programas em que ele foi chamado para intervir. assim, sua relação com o savoir-faire local, junto com aquele adquirido nas Índias em suas últimas obras – um savoir-faire muitas vezes mal dominado – serviu às ambições plásticas de um le Corbusier em busca de total liberdade de expressão poética. Este posicionamento de limites com relação à matéria chegou a ser transmitido da arquitetura para a pintura ou aos outros meios de expressão plástica utilizados durante este mesmo período.

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24 O sexto ponto da arquitetura moderna

um último elemento também caracteriza a arquitetura corbusiana dos anos 1945–1965. trata-se da utilização do quebra-sol.

Desde meados dos anos 30 e após os diversos fracassos das paredes de vidro da Cité du refuge e do prédio do número 24 da rua nugesser et Coli, le Corbusier havia começado a refletir sobre um sistema de proteção solar para as suas fachadas. a descoberta do clima rigoroso durante seus numerosos projetos efetuados na argélia e na américa do sul lhe deu incentivo para sua pesquisa. E foi exatamente o projeto para a construção do Ministério da Educação no rio, em 1936, desenvolvido com lúcio Costa e Oscar niemeyer, que inaugurou a invenção do quebra-sol, concebido como uma rede de concreto que passa em frente às fachadas amplamente vitrificadas.

Com esta inovação, toda a arquitetura de le Corbusier evoluiu. a uma concepção das fachadas de seus edifícios desnudados, com projeções de apoio ou parapeitos reduzidos a tamanhos convenientes, como mostra o conjunto de projetos realizados nos anos 20, le Corbusier opôs uma concepção de fachada em espessura, princípio que foi retomado para o conjunto de edifícios do último período.

Consciente da aposta que representava esta descoberta, le Corbusier não pretendeu, todavia, deixar que surgissem dúvidas sobre a paternidade desta aqui. assim, ele se lançou, no terceiro volume da Obra completa, a uma revisão dos detalhes do caminho que o levaram à invenção deste “sexto ponto da arquitetura moderna“.

Este percurso começou com o projeto da villa baizeau, em Cartago, no ano de 1929, a propósito do qual ele recordava ter descoberto este Mediterrâneo cujo clima constroi a arquitetura. seguiu-se toda a série de projetos concebidos para a argélia, nos quais surgiu o quebra-sol em colmeia de abelha. Em seguida, veio o projeto do arranha-céu do bairro da marinha, em 1942, na cidade de argel, versão vertical do futuro edifício do secretariado de Chandigarh, que foi construído aproximadamente 15 anos mais tarde, e que constituiu, deste ponto de vista, a versão monumental finalizada deste sistema de fachada.

O tempo dos ícones

Para le Corbusier, tomar o poder no imaginário antes de tomá-lo nos fatos foi o combate de toda uma vida. seja por meio da escrita, com mais de 30 livros publicados, aos quais se somam as conferências e os artigos, ou por meio das imagens, com a publicação regular e recorrente de seus principais projetos nas páginas da Obra completa, verdadeiro manual de arquitetura para arquitetos, verdadeiro sucesso editorial incontestável 40 anos após sua morte; e é assim que le Corbusier terá estado em todas as frentes de comunicação. Por meio da polêmica também, não hesitando nunca em deixar de dar à opinião pública conhecimento de seus insucessos mais dolorosos, assim transformando a derrota em vitória. Quem, exceto os historiadores da arquitetura, gravou o nome dos arquitetos que construíram, no lugar de le Corbusier, o Palácio das nações em Genebra ou o Palácio dos sovietes na urss? Melhor, os prédios como o da Onu, em nova York, lhe são frequentemente atribuídos pela opinião pública, sem falar do número de fantásticos bairros habitacionais construídos na França entre os gloriosos anos 1945 a 1974.

Para le Corbusier, todo projeto era uma aventura, um desafio a ser aceito, um novo caminho a trilhar. Desde o início de sua carreira, ele perseguiu um único objetivo: inventar uma nova arquitetura. É por esta razão que cada um de seus projetos, seja de arquitetura ou de urbanismo, deve ter valor icônico. Ícones virtuais, como a casa Dominó, desde 1914, a Planta de Vizinhança para Paris, em 1925, o Palácio dos sovietes, em 1930, o Plano Obus para argel, no mesmo ano, as pranchas da ville radieuse, cinco anos mais tarde, em 1935; ou os ícones materiais, como as villas laroche Jeanneret, em 1923, a Villa stein, em 1927, ou a Villa savoye, em 1930.

se existem ícones nestes projetos ou edificações, é porque as imagens que eles veiculam revisitam os grandes domínios da atividade e do pensamento humanos: a questão religiosa, a questão do poder, a questão doméstica. Estas imagens interrogam o senso comum, elas são rapidamente identificáveis e, pela sua publicação repetidas vezes, ingressaram na memória coletiva. além disso, elas expressam fielmente a essência de seu conteúdo e, por isso, serão frequentemente imitadas, do mesmo modo que são vistas como referência. Elas também têm o objetivo de dar uma forma inesperada a programas até aqui muito racionalizados e, em suma, convencionais. Elas reinventam, à sua maneira, uma nova convenção ao liberar a arquitetura de qualquer forma de academicismo.

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25Entre 1945 e 1965, le Corbusier produziu uma dezena de ícones que constituem hoje um itinerário de prestígio ao olhar da arquitetura do século XX.

Primeiramente com a unidade Habitacional de Marselha, que já foi comentada e que apresenta sua dupla significação urbana e social. Em seguida, a capela de ronchamp e o convento de la tourette, cuja intenção principal, na linha do movimento de arte sacra, foi afirmar a renovação do pensamento religioso ocidental. a capela de ronchamp, no campo religioso, como a villa savoye, no campo das residências, devem ser lidas como um tipo de ícone da pureza, uma jóia no caminho de um peregrino. Quanto ao convento de la tourette, é a reinterpretação radical na inventividade de suas formas e de seus espaços, que alternam sombra e luz, e a pobreza de seu concreto, do ideal cisterciense.

Em seguida, a cabana de Cap Martin, que perpetua a metáfora do retorno à cabana primitiva. Construída no mesmo período da unidade Habitacional de Marselha, esta cabana reforça a lenda de um le Corbusier pouco sociável, que amava retomar o contato total com a natureza, às margens do Mediterrâneo. Este retiro para a solidão corresponde igualmente a uma figura de estilo compartilhada por outros criadores, à imagem de escritores como blaise Cendrars, em sua cabana de la redonne, próxima a Marselha, ou de Henri Miller, amigo do anterior, em sua cabana em big sur, na Califórnia, às margens do Pacífico.

igualmente, o Palácio dos Filateurs, que permite uma liberação quase total destes espaços, apresentando-se como figura absoluta de uma arquitetura purificada, no limite da escultura monumental, e cuja simplicidade do programa gerou distinção pela importância do edifício. Concebido como uma esponja, percorre-se este edifício através de um sistema em espiral com vista para si mesmo, espaço após espaço, na penumbra produzida pela profundidade de seus largos quebra-sóis.

Da mesma forma para a Corte suprema de Chandigarh, que deve ser vista como a primeira resposta dada por le Corbusier ao convite para construir na Índia. Com este projeto monumental, o desafio não foi somente consolidar a instituição judiciária de uma nova capital, ainda fragilizada pelo caos vivido após a divisão da Índia e do Paquistão alguns anos antes, mas também inserir a arquitetura indiana na modernidade, sem esquecer as tradições culturais deste grande e múltiplo país, assim como a consideração dos elementos muito particulares de seu clima.

ainda no mesmo contexto, o Palácio da assembleia que, com sua arte de montagem surrealista, é a expressão arquitetônica da mensagem política desejada por nehru. aqui, nenhuma visão nostálgica da monumentalidade, nenhuma expressão de particularidades religiosas, mas sim uma concepção audaciosa que reforça sua fé nas instituições e no progresso tecnológico de uma Índia que desperta para o mundo moderno pouco após a sua independência.

Com relação às casas Jaoul, shodan e sarabhai, cuja referência pertence a numerosas experiências anteriores – como a vila em Cartago, a casa Henfel próxima de Paris, o projeto no campo da agricultura para Cherchell na argélia, o da basílica da Paz e do Perdão em saint baume, nas vizinhanças de Marselha, ou finalmente roq e rob, em Cap Martin – elas marcam a vontade de retorno aos arquétipos e a importância dada por le Corbusier à questão da casa.

O tempo da memória

Os últimos 20 anos da vida de le Corbusier oscilaram entre dois mundos divididos por uma intensa atividade profissional e o tempo para voltar-se para si mesmo, de olhar distanciadamente para este volume de trabalho acumulado durante quase 40 anos de atividade obstinada. Esta introspecção é visível na leitura das obras publicadas neste período. Ela se inscreve em filigranas no número especial da Point, publicada no âmbito da construção da unidade Habitacional de Marselha. Ela aparece também na Obra completa, com a adaptação lógica da evolução de diferentes pesquisas conduzidas por meio de projetos de arquitetura e urbanismo. Ela se liberta, enfim, com a publicação quase autobiográfica, em 1960, do ateliê da pesquisa paciente, que conta a história ilustrada deste itinerário excepcional.

Quanto à criatividade, mantida até o final de sua obra, esta apoiou-se, por um lado, na capacidade de le Corbusier de estar sempre em sintonia com a evolução do mundo e na sua capacidade de cercar-se de jovens talentos. Projetos como o do pavilhão Philips, para a Exposição universal de bruxelas, em 1957, do hospital de Veneza, em 1964, do pavilhão de Zurique e da igreja de Firminy, concluídos após sua morte, mostram uma aptidão surpreendente para a renovação, um modo espetacular de ressurgimento que a epopeia da construção de Chandigarh não esgotou.

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26 ao olhar a arquitetura produzida atualmente, neste início do século XXi, é impressionante constatar o quanto a obra de le Corbusier – por sua duração e pela extensão de suas pesquisas formais – ainda é atual, 40 anos após seu desaparecimento.

a maioria das figuras de estilo presentes nos projetos de hoje, quer se trate da mestiçagem das formas, da referência à estética industrial, do trabalho sobre o monólito, daquele da caixa sob o quebra-sol ou das superfícies reguladas... também foram experimentados por le Corbusier. Faltou-lhe somente, e isto em definitivo, a utilização da informática para apreciar as novas experiências espaciais que este avanço tecnológico permite atualmente no campo da concepção.

Paris, fim da linha...

a lenda gerou muitos comentários sobre o desaparecimento de le Corbusier nas águas azuis da praia de Cabet, em Cap Martin. seu desaparecimento nas profundezas deste Mediterrâneo, reivindicada como terra natal, não deve permitir esquecer que ele permaneceu um homem de projeto e que, sob este título, ele acreditava ter ainda tempo suficiente para que, finalmente, a França, seu país de adoção, lhe oferecesse uma oportunidade de consagração.

Em uma correspondência datada de 18 de julho de 1965, ele escreveu, pensando nas suas férias na Cabana de roquebrune: “Eu saio de Paris no dia 29 de julho, retorno dia 29 de agosto. Volta à coleira no dia primeiro de setembro.“

após o fracasso do projeto de Orsay, ele foi novamente solicitado por Paris para construir, em nanterre, o museu do século XX. um museu que reuniria sob um mesmo teto a arquitetura, as artes aplicadas, o cinema, o rádio, a televisão, a música... Enfim, um programa inteiro de síntese das artes, no qual le Corbusier pensava há muitos anos. Melhor ainda, este programa previa, de modo surpreendente, a conexão das artes da comunicação que inaugurou o século XXi.

no começo deste projeto, e por um esboço executado por sua própria mão em 29 de junho, le Corbusier recebeu sua reverência. não antes de ter publicado um último texto intitulado “nada é transmissível, só o pensamento“, significando aqui, uma última vez que, antes de ser algo edificado, a arquitetura é, como dizia alberti – outro grande teórico da arquitetura – “una cosa mentale“.

Quanto à consagração, esta aconteceria de maneira póstuma, durante os funerais nacionais oferecidos pelo Estado francês na Corte quadrada do louvre, com homenagem mundial de seu amigo andré Malraux ao “arquiteto que também foi pintor, escultor e, mais secretamente, poeta“.

Jacques Sbriglioarquiteto

aix-en-Provence, 25 de novembro de 2009

nOtEs

(1) in Jean Jenger, Escolha de letras edições birkhaüser

(2) in Peter blake, the Master’s builders Edições Mit

(3) Congressos internacionais de arquitetura Moderna criados em 1928 no castelo de sarraz perto de lausanne

(4) assembléia de Construtores para a renovação arquitetônica criada em 1942

(5) ateliê dos Construtores criado em 1945

(6) in Jean Jenger op.cit.

(7) Ver Jacques sbriglio, a unidade de Habitação de Marselha Edições Parenthèses

(8) Os Cinco pontos da arquitetura Moderna são: os pilotis, a planta livre, a fachada livre, a janela em comprimento, o teto terraço. Para a ordem de anuncio ver o artigo de W.Oeschlin in le Corbusier uma enciclopédia Edições do CCi

(9) Citado por Jean Petit in le Corbusier ele mesmo Edições rousseau

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“ma chère Charlotte,

Pendant ces dix dernières années, j’ai fait un effort acharné de synthèse et de mise au point doctrinale. J’ai ainsi contre tout le monde y compris mes amis, maintenu les recherches modernes, et constitué une force technique de travail qui est enfin mise en place, et qui comporte des administrateurs, des ingénieurs et des architectes, c’est notre atelier de bâtisseurs AtBAt coopérative de techniciens… J’ai maintenant des commandes considérables qui vont alimenter cet atelier. de plus, j’ai établi le prototype à peu près définitif d’une unité d’Habitation de 1500 à 2000 personnes… enfin j’ai fait accepter la construction de cette unité par le ministre Billoux et le maire de marseille.” (1)

Lettre de Le Corbusier à Charlotte Perriand le 02/05/1946

Vers la célébrité

Au moment où Le Corbusier écrit cette lettre pleine de promesses à Charlotte Perriand, pour l’inviter à venir rejoindre son équipe qui travaille sur le projet de l’unité d’habitation de marseille, il ne peut encore imaginer combien le futur proche va lui donner raison et catapulter ainsi la suite de sa carrière vers les sommets. en effet et en une vingtaine d’années, de la fin de la seconde guerre mondiale à la disparition de l‘architecte en 1965, l’oeuvre de Le Corbusier va connaître une accélération inattendue et produire ses chefs d’oeuvre parmi les plus significatifs.

Cette dernière partie de la vie et de l’oeuvre de Le Corbusier ne va pas seulement consacrer, la figure déjà connue du théoricien de l’Architecture moderne ou même celle du redoutable polémiste. elle va plutôt mettre en relief celle du créateur de génie, capable de réaliser une synthèse entre tous les arts majeurs et d‘inventer une nouvelle écriture architecturale dont la puissance poétique va classer Le Corbusier dans le camp des grands transgresseurs, au même titre qu‘un Picasso dans le champ de la peinture. Picasso dont on sait aujourd‘hui combien avec matisse, miro et quelques autres, l’oeuvre aura influencé le célèbre architecte.

La période 1945/1965, qui constitue le corpus de cette exposition, est généralement présentée comme celle de la maturité. Celle au cours de laquelle Le Corbusier, après une longue traversée du désert, renforcée par la fermeture de l’atelier de la rue de sèvres durant la seconde guerre mondiale, accède enfin à des commandes d’envergure. Celles ci vont être à la hauteur du rôle de premier plan qu’il occupe sur la scène architecturale européenne et même mondiale depuis déjà une quinzaine d’années. Cette notoriété acquise sur les cinq continents, projet après projet, publication après publication, conférence après conférence, exposition après exposition, va placer Le Corbusier, dès la fin de la seconde guerre mondiale, dans une position de héros de l’architecture moderne. Avec sa forte personnalité alliant les qualités de l’intellectuel à celles de l’architecte/artiste, il occupe désormais une position spécifique, fortement charismatique, qui va le situer à la marge des autres grands maîtres du mouvement moderne que sont Wright, ou mies Van der rohe, pour reprendre la classification de Peter Blake (2). Cette consécration internationale Le Corbusier la doit non seulement à la densité de son oeuvre et à son sens de la communication, mais également à sa capacité à organiser et à animer des réseaux. C’est en effet grâce à la création des CIAm (3) à laquelle il avait grandement participé une vingtaine d’années auparavant, puis à celle de l’AsCorAL (4) et enfin à celle de l’AtBAt (5), qu‘il a pu mettre en place au fil du temps, les structures de réflexion et les plateformes d’actions nécessaires pour faire triompher ses idées sur l’urbanisme et l’architecture moderne. et ce, en un moment où les pays d‘europe vont avoir grandement besoin de doctrines et de modèles pour se réurbaniser, s’équiper et faire face à la demande importante de logements et d‘équipements que réclame la reconstruction de leurs villes et de leurs régions dévastées par la guerre.

A l’instar de l’économie américaine qui va s‘investir dans le redressement de l’europe, c’est un véritable plan marshall pour l’urbanisme et pour l’architecture que réclame Le Corbusier dès la fin de la seconde guerre mondiale

Une oeuvre en apothéose

Comme dans la période précédant l‘entre deux guerres, cette oeuvre de la maturité va se développer selon quatre domaines étroitement liés.

Le Corbusier, de marseille à Brasilia

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29Avec d’abord l’urbanisme et les différentes commandes de projet de reconstruction de villes françaises sinistrées comme saint dié, la rochelle la Pallice ou marseille mais également avec des projets menés à l’étranger dans des villes comme Bogota en Colombie ou Izmir en turquie. L’ensemble de ces projets, qui ne sera pas réalisé, forme toutefois un cadre théorique exceptionnel qui indique les avancées de la recherche urbaine corbuséenne durant cette période. en effet, sur le plan des doctrines de l’urbanisme, ces projets représentent l’expérimentation en vrai grandeur et en site réel des principes élaborés pour la mise en place de la Ville radieuse au cours des années trente et codifiés au début des années quarante dans la Charte d‘Athènes.

mais c’est surtout grâce à la commande de Chandigarh au cours de l’année 1951, que Le Corbusier va pouvoir mettre fin à cette suite d’échecs et réaliser enfin un rêve entrevu de longue date : créer une ville dans sa totalité à partir d’un terrain vierge, hypothèse à laquelle il avait travaillé dès 1922 avec le projet d’une Ville Contemporaine de trois millions d’habitants.

si dans la conception de cette nouvelle ville, Le Corbusier oeuvre d’abord comme urbaniste pour la mise au point du masterplan, ensuite comme architecte avec la conception et la réalisation de l’ensemble monumental du Capitol, il n’intervient cependant pas, et à son plus grand regret, dans le domaine du logement. Ici, pas d’unités d’habitation pour structurer le corps de la ville comme dans ses projets européens, mais une conception du logement moins révolutionnaire, peut être plus en phase avec les modes d’habiter des populations de fonctionnaires auxquels sont principalement destinés ces logements. seuls deux projets, la maison du péon et le village du gouverneur mobiliseront Le Corbusier à Chandigarh sur cette question.

La réalisation de Chandigarh, qui va se dérouler sur les quinze dernières années de l’activité de l’atelier de Le Corbusier et qui se poursuit encore aujourd’hui, ne constitue pas cependant le point d’orgue des projets concernant l’urbanisme. dans le même temps où il travaille sur le projet de cette nouvelle ville, Le Corbusier étudie également d’autres projets d’urbanisme pour des villes comme strasbourg, puis Berlin et enfin Firminy.

Le deuxième domaine d‘activité concerne l’architecture avec un ensemble de projets et/ou réalisations de prestige qui de marseille à Chandigarh, en passant par ronchamp, la tourette et Venise, pour n’en citer que quelques uns parmi les plus célèbres, vont permettre à Le Corbusier d’adopter une nouvelle posture architecturale dont la créativité et la singularité vont conférer à son oeuvre un staut exceptionnel dans le panorama de l’architecture du xxe siècle.

Le troisième domaine a trait à l’oeuvre plastique qui du dessin et de la peinture, va s’étendre à d’autres territoires comme la sculpture, la tapisserie, les émaux, la gravure, la fresque, les collages etc.. L’étude de l’univers pictural et graphique de Le Corbusier produit au cours de ces années là, mériterait à elle seule un article. on se limitera donc ici à souligner les correspondances établies entre ces différents modes d’expression, au niveau du langage des formes et des couleurs, pour atteindre l’unité plastique tant recherchée par Le Corbusier. Comment ne pas voir en effet les liens existants entre les peintures, les dessins et les sculptures de la série ozon et le travail mené dans le même temps sur les formes de l’unité d’habitation de marseille ? est-il besoin de souligner de la même manière, les influences qui transitent des peintures de la série des taureaux à l’architecture monumentale des édifices de Chandigarh, sans parler de l’iconographie religieuse ou cosmique présente sur les portes en émail de la chapelle de ronchamp ou du Palais de l’Assemblée da la capitale du Punjab ?

enfin le quatrième et dernier domaine correspond à l’écriture avec une poursuite du travail doctrinal et théorique mené de longue date, mais qui dans cette dernière période présente une approche plus personnelle, plus poétique comme l‘illustrent la publication du Poème de l’angle droit ou d‘autres ouvrages comme Poésie sur Alger.

mais ce qui va aussi profondément évoluer au cours de ces vingt dernières années, dans l’oeuvre de Le Corbusier, c’est le cadre idéologique et philosophique de sa pensée. Ainsi aux valeurs de la culture matérielle, comme celle portant sur l’organisation du travail pour ne prendre que cet exemple, dixit l’appel au taylorisme et au fordisme durant les années trente, va succèder une approche de la vie plus transcendatale, plus en phase avec la nature, avec le cosmos.

Tout part de Marseille

“marseille est venue entre temps, provoquer dans ma non chalante promenade un remous et un dressement de flots, en gerbe étincelante, en épanouissante apostrophe. marseille ! soit, j’en ai à dire…marseille, porte d’orient ! j’ai écrit cette carte à Auguste Perret. Le Port ! Ce port de marseille ! et marseille ? Ville de vie, de toute vie grouillante, - masques, navires, flots, coquillages et poissons aux écailles de rêve. Ville de forteresses, et ville des peuples. L’empire (est) règne aux façades du Port et l’empire c’est toute l’europe. L’Hôtel de ville, c’est pour le moins le Grand roi, et c’est la Chine et Indes. C’est le port des masques; la mer vue au delà des forteresses, la seconde attique, la Grande Grèce“ (6)

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30 C’est avec cet enthousiasme là que le jeune Charles edouard Jeanneret avait découvert marseille en 1915. marseille, la mer, la force de l’architecture militaire dans son site, mais également l’ouverture sur le monde, “la Chine, l’Inde“… mais encore la beauté cosmopolite de cette ville, une beauté à laquelle sera également sensible plus tard un autre chaudefonnier, contemporain et ami de Le Corbusier, un autre grand voyageur du nom de Frédéric sauser dit Blaise Cendrars.

marseille, une ville dans la France et tellement autre, une ville pleine de cette identité méditerranéenne que ne cessera de revendiquer d’une manière inlassable le futur Le Corbusier. une ville en tous cas qui va sceller, quelque trente ans plus tard, sa rencontre avec un des bâtiments parmi les plus célèbres de l’histoire de l’architecture du vingtième siècle : l’unité d’habitation de Grandeur Conforme.

C‘est avec la commande de cette unité d’habitation de marseille en 1945, que la carrière de Le Corbusier prend un nouveau départ. Il l’écrit lui même :“ C’est à cinquante huit ans que me fut passée ma première grande commande et encore pour rire un peu !“ (7) ajoute-t-il d’un ton légèrement désabusé. Pour autant, cette nouvelle carrière va se révéler, à l’instar de la précédente tout aussi intense, foisonnante, montrant un Le Corbusier résolu à continuer à occuper tout l’espace du débat portant sur la ville et sur l’architecture et même plus. elle va également dans le même temps consacrer dans l’opinion publique, un nouveau style d’urbanisme et d’architecture auquel la figure de Le Corbusier restera définitivement attachée.

Ce qui apparait d‘évidence lorsque l’on se penche sur la production de cette ultime période, c’est une nouvelle fois son caractère d‘unité. Comme dans la production de l’entre deux guerres, qu’il s’agisse de celle des années vingt ou de celle des années trente, la cohérence de pensée et d’action entre l’urbanisme, l’architecture et l’oeuvre plastique est ici manifeste. L’évolution mesurable, d’une période à l’autre, loin de se jouer sur le terrain de la rupture, s’établit selon un processus de recherche qui procède par accumulation d’expérience. et si la critique a cru percevoir en 1953, dans le projet de la chapelle de ronchamp, un tournant radical dans l’oeuvre de Le Corbusier, cette impression ne résiste pas à l’analyse historique de cette partie de l‘oeuvre.

si tournant radical il y a dans l’oeuvre de Le Corbusier, c’est plutôt au début des années trente qu’il faut aller le chercher.

C’est en effet à la suite du premier voyage effectué en 1929 en Amérique du sud, puis de celui effectué au m’zab en 1931 que la pensée de Le Corbusier sur l’architecture commence à prendre ses distances avec l’esthétique de la machine ou du produit industriel, comprise jusque là comme centre de gravité de toute l’esthétique puriste. et sa référence à l’architecture arabe et à l’art de la déambulation, pour justifier le parcours autorisé par la rampe intérieure de la villa savoye (1928/1931), va déjà dans ce sens. A la fin des années vingt, Le Corbusier considère en effet que tout a été déjà dit sur l’architecture du lisse, le refus du décor, celui de la matière élevée à son plus grand degré d’abstraction. et même s’il a été un des pères fondateurs de cette nouvelle architecture, un de ses principaux codificateurs en énonçant, notamment en 1927, la théorie des fameux Cinq points (8), il n’entend plus à partir de ce moment là se laisser enfermer dans une sorte d‘académisme de cette architecture moderne, comme le montre l’influence grandissante et parfois tardive que ce mouvement commence à avoir dans différents pays européens comme la suisse, l’Allemagne, les Pays Bas ou même l’espagne et l‘Italie. un académisme qui d’ailleurs aboutira quelques années plus tard, au style International qui sera puissamment rejeté par la suite.

Pour Le Corbusier toujours s’imposera la nécessité du regard d’avance, celle d’énoncer une parole autre, différente des mots de la tribu.

C’est donc au début des années trente que les voies de la recherche menée par Le Corbusier vont prendre une nouvelle direction et ce en donnant la priorité à une redécouverte des folklores et des modes traditionnels de construction et d’habitat. A à la précision “machinique“ de la villa savoye va succéder une retour au “naturel“ avec toute une série de projets comme la maison errazuris (1930), ou de réalisations comme la maison de mandrot (1930), la maison aux mathes (1935) ou la villa Henfel (1935) qui tous exalteront ce retour aux valeurs archaïsantes et fondamentales d’une architecture vernaculaire sur laquelle Le Corbusier reviendra dans les années 1945/1965, que ce soit dans ses projets pour le sud de la France ou dans ses projets indiens.

toutefois cette nouvelle voie de recherche ne voit pas Le Corbusier abandonner les fondements de l’urbanisme et de l’architecture moderne pour retourner à une quelconque vision passéiste. Il s’agit plutôt de conjuguer désormais ce que la tradition possède en elle de plus pérenne et de plus immuable avec les nécessités des modes de vie modernes et ce dans une forme de synthèse dépassement. et c’est précisement le projet de l’unité d’habitation de marseille , qui va inaugurer cette synthèse.

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31Une nouvelle esthétique

Avec cette réalisation, qui va rester pour l’histoire mondiale de l’architecture du vingtième siècle comme un point de référence jamais dépassé, souvent imité, Le Corbusier innove sur plusieurs terrains à la fois.

d’abord sur le plan urbain, pour lequel il propose la mise en place d’un nouvel outil pour l‘urbanisme, une nouvelle conception de l’ilôt concentrant dans son essence le logement et ses équipements de proximité. Proposition particulièrement attendue en pleine période de reconstruction et de renouvellement urbain et qui doit faire face à de nouvelles exigences de densité. une époque aussi confrontée à l‘émergence de nouveaux mode de vie, comme le développement de l’automobile, celui de la civilisation des loisirs ou même le développement du travail des femmes, qui vont induire de nouvelles exigences et appeler de nouvelles fonctionnalités dans le cadre de l‘habitat.

ensuite sur le plan architectural, avec l’affirmation dans ce bâtiment d’une monumentalité domestique tout à fait inusitée jusque-là en France. La question du logement et sa représentation dans l’espace de l’architecture est hissée ici au rang du monument, pour marquer avec éclat une volonté politique d’innovation dans un domaine, celui de l’habitat, qui touche le citoyen au plus près de sa vie quotidienne.

enfin sur le plan esthétique, avec ce que la critique, jamais à court d’images, et pour le plus grand plaisir de Le Corbusier, nommera “brutaliste“. une nouvelle esthétique qui va accompagner la dernière partie de l’oeuvre de l’architecte, projet après projet, bâtiment après bâtiment, peinture après peinture, dessin après dessin. et c’est d’ailleurs là dans ce “romantisme du mal foutu“ comme aimait à le rappeler Le Corbusier, que réside la force provocatrice donc poétique de cette oeuvre aujourd’hui.

A définir à grands traits les ressorts de cette esthétique brutaliste, on pourrait dire en allant vite qu’elle a d’abord comme visée principale de rompre avec l’esthétique moderniste. elle met en oeuvre et en symbiose des systèmes de composition qui allient l’emploi de formes rationnelles et de formes libres. elle affirme l’existence du matériau dans sa nature la plus élémentaire et confirme l‘emploi de la couleur en contrepoint de l’architecture. elle se veut point de rencontre entre travail industriel et travail artisanal et puise ses références formelles à la rencontre de ces deux mondes. Avec l’emploi du modulor, mis au point dès la conception de l’unité d’habitation de marseille en 1945 et qui poursuit le travail déjà mené sur les tracés régulateurs, Le Corbusier a recours à des procédés de composition basés sur l’harmonie. Il use et abuse de l’hortogonalité, du travail sur le carré, sur le cube, auxquels il oppose une série de formes libres “acoustiques“ qui s’inscrivent en complémentarité d‘une approche somme toute “classique“ de la composition architecturale.

Au centre de cette esthétique nouvelle il faut également situer l’emploi de matériaux bruts comme le béton, l’acier, le verre mais aussi l‘emploi de nouveaux produits qui apparaissent sur le marché de la construction au début des années cinquante, comme la plaque de plâtre ou le contreplaqué de bois.

Avec le béton, Le Corbusier va utiliser toutes les capacités techniques permises par l‘emploi de ce matériau pour obtenir de nouvelles expressions formelles. décliné dans ses différentes textures, celui-ci acquiert grâce à la virtuosité de l’architecte, un niveau rarement atteint jusque là en France, au moins dans le domaine de l’architecture, excepté bien sûr par Auguste Perret. mais à la différence de ce dernier, pour lequel le béton ne représentera le plus souvent qu’une réinterprétation de la construction en pierre, Le Corbusier va donner au béton une dimension plastique radicalement nouvelle. Avec l’abandon du parement au bénéfice de l’emploi du béton laissé brut, il va inaugurer une tendance architecturale qui va se développer d’abord en europe, puis dans les pays asiatiques et enfin aux etats-unis dont Louis Khan, grand admirateur de Le Corbusier, sera un des plus dignes représentants.

Concernant les possibilités d’expression plastique de ce matériau destiné à rester apparent, on sait combien celles-ci ci sont entièrement dépendantes des modalités de sa mise en oeuvre. Pour Le Corbusier, plus cette mise en oeuvre est mal exécutée, plus celle ci le subjugue de par son caractère outrancier. Il écrit à propos de la rampe du toit terrasse de l’unité d’habitation de marseille, dont le coffrage a été particulièrement râté: “ J’en ferai une beauté par contraste“. Ainsi pour Le Corbusier, l‘emploi du béton dans l‘architecture correspond avant tout à un fantasme de liberté formelle. Il privilégie ce matériau pour la force et l‘évidence de sa signification qui lui permettent de traduire dans la durée l’essence des programmes sur lesquels il est appelé à intervenir. de ce dernier point de vue, sa relation au savoir faire local, en l’occurrence celui de l’Inde pour les dernières oeuvres, un savoir-faire souvent mal maîtrisé, va servir les ambitions plastiques d’un Le Corbusier à la recherche d’une totale liberté d’expression poétique. Ce positionnement aux limites, par rapport à la matière, transfuse d’ailleurs de l’architecture vers la peinture ou les autres moyens d’expression plastique utilisés au cours de cette même période.

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33Le sixième point de l’architecture moderne

un dernier élément caractérise également l’architecture corbuséenne des années 45/65. Il s’agit de l’emploi du brise- soleil.

C’est dès le milieu des années trente et suite aux différents échecs des pans de verre de la Cité du refuge et de l’immeuble du numéro 24 de la rue nungesser et Coli que Le Corbusier avait commencé à réfléchir à un système de protection solaire passive de ses façades. La découverte des rigueurs du climat lors de ses nombreux projets effectués au cours de ces années là pour l’Algérie comme pour l’Amérique du sud, l’avait d’ailleurs conforté dans cette recherche. et c’est vraisemblablement le projet pour la construction du ministère de l’education à rio en 1936, développé avec Lucio Costa et oscar niemeyer, qui va inaugurer l’invention du brise- soleil conçu comme une résille de béton passant au devant de façades largement vitrées.

Avec cette innovation, c’est toute l’architecture de Le Corbusier qui va désormais évoluer. A une conception des façades de ses bâtiments aux nus zéro, comportant des saillies d’appuis ou de corniche réduites à la portion congrue, comme le montre l’ensemble des projets réalisés dans les années vingt, Le Corbusier oppose désormais une conception de la façade toute en épaisseur, principe qui sera repris pour l‘ensemble des bâtiments de la dernière période.

Conscient de l’enjeu de cette découverte, Le Corbusier n’entend pas toutefois laisser planer de doute sur la paternité de celle-ci. C’est ainsi qu‘il se lance, dans le volume trois de l’oeuvre complète à une revue de détail du parcours l’ayant amené à inventer ce “sixième point de l’architecture moderne“.

Ce parcours commence avec le projet de la villa Baizeau à Carthage en 1929, à propos de laquelle il rappelle avoir découvert cette méditerranée dont le climat construit l’architecture. suit toute la série des projets conçus pour l’Algérie, dans lesquels le brise-soleil en nid d’abeille fait son apparition . Vient ensuite le projet du gratte-ciel du quartier de la marine en 1942 à Alger, version verticale du futur bâtiment du secrétariat de Chandigarh qui sera construit une quinzaine d’années plus tard et qui constitue de ce point de vue la version monumentale finalisée de ce système de façade.

Le temps des icônes

Pour Le Corbusier, prendre le pouvoir dans les imaginations avant de le prendre dans les faits, a été le combat de toute une vie. Que ce soit par la plume avec plus d’une trentaine de livres publiés, auxquels il faut ajouter les conférences, les articles, ou par les images avec la publication régulière et récurrente de ses principaux projets dans les pages de l’oeuvre Complète, véritable manuel d’architecture pour les architectes, véritable succès éditorial qui ne se dément pas quelque quarante années après sa mort, c’est ainsi que Le Corbusier aura été sur tous les fronts de la communication. Par la polémique aussi, n’hésitant jamais à faire connaître à l’opinion publique ses échecs les plus cuisants, transformant ainsi la défaite en victoire. Qui, hormis les historiens de l’architecture, a retenu le nom des architectes qui ont construit à la place de Le Corbusier, le Palais des nations à Genève ou le Palais des soviets en urss ? mieux, des bâtiments comme celui de l’onu à new York lui sont régulièrement attribués par l’opinion publique, sans parler du cas de nombreux quartiers de logement fantasmatiques construits en France durant les trente glorieuses.

Pour Le Corbusier tout projet est une aventure, un défi à relever, une voie nouvelle à tracer. dès le début de sa carrière il ne poursuit qu’un seul objectif : inventer une nouvelle architecture. C’est ainsi que chacun de ses projets, qu’il s’agisse d’urbanisme ou d’architecture , doit avoir valeur d’icone. Icones virtuelles comme la maison domino dès 1914, le Plan Voisin pour Paris en 1925, le Palais des soviets en 1930, le plan obus pour Alger la même année, les planches de la Ville radieuse cinq ans plus tard en 1935 ou icones matérielles comme les villas Laroche Jeanneret en 1923, la villa stein en 1927 ou la villa savoye en 1930.

si icones il y a à propos de ces projets ou de ces bâtiments , c’est parce que les images qu‘ils véhiculent renvoient à des grands domaines de l’activité et de la pensée humaine : la question religieuse, la question du pouvoir, la question domestique. Ces images interrogent le sens commun, elles sont rapidement identifiables et de par la répétition de leur publication entrent dans la mémoire collective. en outre elles expriment au plus près l’essence de leur contenu et de ce fait vont être largement imitées, tant elles font référence. elles ont également pour but de donner une forme inattendue à des programmes jusque là très codifiés et somme toute conventionnels. elles réinventent à leur manière une nouvelle convention tout en libérant l’architecture de toute forme d‘académisme.

entre 1945 et 1965 Le Corbusier va produire une dizaine d‘icones qui constitue aujourd’hui un itinéraire prestigieux au regard de l’architecture du xxe siècle.

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34 Avec d’abord l‘unité d’habitation de marseille dont il a déjà été question et qui affiche sa double signification urbaine et sociale. ensuite la chapelle de ronchamp et le couvent de la tourette dont les visées principales, dans la ligne du mouvement de l’Art sacré, sont d’affirmer le renouveau de la pensée religieuse occidentale. La chapelle de ronchamp dans le domaine religieux, comme la Villa savoye dans le domaine de la résidence, est à lire comme une sorte d’icone de la pureté, un joyau sur le parcours d‘un pélerinage. Quant au couvent de la tourette, c’est la réinterprétation radicale dans l’inventivité de ses formes et de ses espaces alternant entre l’ombre et la lumière, et la pauvreté de ses bétons, de l‘idéal cistercien.

ensuite le cabanon de Cap martin qui perpétue la métaphore du retour à la cabane primitive. Construit à la même époque que l’unité d’habitation de marseille, ce cabanon renforce la légende d’un Le Corbusier peu sociable qui aime retrouver le contact total avec la nature, au bord de la méditerranée. Cette retraite du solitaire correspond également à une figure de style partagée par d’autres créateurs, à l’image d’écrivains comme Blaise Cendrars dans son cabanon de la redonne près de marseille ou de Henri miller ami du précédent, dans sa cabane de Big sur en Californie, au bord du Pacifique.

egalement le Palais des Filateurs qui se présente comme figure absolue d’une architecture épurée, à la limite de la sculpture monumentale et dont la minceur du programme eu égard à l’importance du bâtiment, permet une libération quasi totale de ses espaces. Conçu comme une éponge, ce bâtiment se parcourt selon un système en spirale se donnant à voir sur lui même, espace après espace, dans la pénombre produite par la profondeur de ses larges brises soleil.

egalement aussi la Haute Cour de Justice de Chandigarh, qu’il faut saisir comme la première réponse donné par Le Corbusier à l’invitation qui lui est faîte de venir bâtir en Inde. Avec ce projet monumental, le défi à relever est autant d’affirmer l’institution judiciaire d’une nouvelle capitale encore fragilisée par le chaos qui a suivi la partition de l’Inde et du Pakistan quelques années auparavant, que de faire basculer l’architecture indienne dans la modernité, sans oublier les traditions culturelles de ce grand pays multiple et la prise en compte des éléments très particuliers de son climat.

dans la même veine, le Palais de l’Assemblée, avec son art du montage suréaliste se veut l’expression architecturale du message politique voulu par nehru. Ici pas de vision passéiste de la monumentalité, pas d’expression de particularismes religieux, mais une conception audacieuse qui affirme sa foi dans les institutions et le progrés technologique d’une Inde en train de s’éveiller au monde moderne peu de temps après son indépendance.

Quant aux maisons Jaoul, shodan et sarabhai, dont le référentiel appartient à de nombreuses expériences antérieures, comme la villa à Carthage, la maison Henfel près de Paris, le projet de domaine agricole pour Cherchell en Algérie ou encore celui de la basilique de la Paix et du Pardon à la sainte Baume près de marseille ou enfin roq et rob à Cap martin etc… elles marquent tout autant la volonté du retour aux archétypes que l’importance donnée par Le Corbusier à la question de la maison.

Le temps de la mémoire

Ces vingt dernières années de la vie de Le Corbusier vont osciller entre deux mondes partagés entre une très forte activité professionnelle et le temps du retour sur soi, du regard porté avec distance sur cette somme de travail accumulé durant près de quarante années de travail acharné. Cette introspection est visible à la lecture des ouvrages publiés au cours de ces années là. elle s’inscrit en filigrane dans le numéro spécial du Point publié à l’occasion de la construction de l’unité d’habitation de marseille. elle apparaît également dans l‘oeuvre Complète avec la mise en concordance logique de l‘évolution des différentes recherches menées à travers les projets d’urbanisme et d’architecture. elle se livre enfin avec la publication quasi autobiographique en 1960 de l’Atelier de la recherche Patiente qui retrace l’histoire imagée de cet itinéraire exceptionnel.

Quant à la créativité entretenue jusqu’au bout de l’oeuvre , celle-ci repose d’une part sur la capacité de Le Corbusier d’être toujours à l’affut de l’évolution du monde et d’autre part de sa capacité à s’entourer de jeunes talents. des projets comme celui du pavillon Philips pour l’exposition universelle de Bruxelles en 1957 ou celui de l’hopital de Venise en 1964 et du pavillon de Zurich, comme celui de l’église de Firminy terminés post-mortem, montrent une aptitude étonnante au renouvellement, une manière spectaculaire de rebondissement que n’aura pas épuisée l’épopée de la construction de Chandigarh.

A regarder l’architecture qui se produit aujourd’hui, en ce début de xxI eme siècle, il est frappant de constater combien l’oeuvre de Le Corbusier de par sa durée et l’étendue de ses recherches formelles reste encore d’actualité, une quarantaine d’années après sa disparition.

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35La plupart des figures de style, qui peuplent les projets aujourd’hui, qu’il s’agise du métissage des formes, de la référence à l’esthétique industrielle, du travail sur le monolithe, de la boîte sous le parasol, celui sur les surfaces réglées… ont été également expérimentées par Le Corbusier. seule, en définitive, l’utilisation de l’informatique lui aura manqué pour essayer de mener les nouvelles expériences spatiales que cette avancée technologique autorise aujourd’hui dans le domaine de la conception .

Paris, fin de partie…

La légende a beaucoup glosé sur la disparition de Le Corbusier dans les eaux bleus foncées de la plage de Cabet à Cap martin. sa disparition dans la profondeur de cette méditerranée, revendiquée comme terre matricielle, ne doit pas faire oublier qu’il reste jusqu’au bout un homme de projet et qu’à ce titre, il pense avoir encore assez de temps devant lui pour qu’enfin la France, son pays d’adoption, lui offre l’occasion d’une consécration.

dans un courrier daté du 18 juillet 1965, il écrit dans la perspective de ses vacances au Cabanon de roquebrune :“Je quitte Paris le 29 juillet, retour le 29 août. Licol à nouveau le premier septembre.“(9)

Après l’échec du projet d’orsay, il est en effet à nouveau sollicité par Paris pour construire à nanterre le musée du xxeme siècle. un musée qui aurait réuni sous un même toît, l’architecture, les arts appliqués, le cinéma, la radio, la télévision, la musique…Bref tout un programme de mise en synthèse des arts, auquel Le Corbusier pensait depuis déjà de nombreuses années. mieux, ce programme préfigure d’une manière surprenante la mise en réseaux des arts de la communication que va inaugurer le xxIe siècle.

C’est sur l’esquisse de ce projet que, par un croquis de sa main exécuté le 29 juin , Le Corbusier tire sa révérence non sans avoir publié un dernier texte intitulé “rien n’est transmissible que la pensée“ signifiant par là une dernière fois que l’architecture avant d’être chose bâtie est comme le disait Alberti, autre grand théoricien de l’architecture, “una cosa mentale“.

Quand à la consécration, elle interviendra de manière posthume, au moment des obsèques nationales offertes par l’etat français dans la Cour carrée du Louvre, avec l‘hommage mondial rendu par l’ami André malraux à“ l’architecte qui fut également peintre, sculpteur et plus secrètement poête“.

Jacques SbriglioArchitecte

Aix-en-Provence, le 25 novembre 2009

notes

(1) in Jean jenger, Choix de lettres editions Birkhaüser

(2) in Peter Blake, the master’s Builders edition mIt

(3) Congrès Internationaux d’Architecture moderne créés en 1928 au château de la sarraz près de Lausanne

(4) Assemblée de Constructeurs pour la rénovation Architecturale créée en 1942

(5) Atelier des Bâtisseurs créé en 1945

(6) In jean Jenger op.cit.

(7) Voir Jacques sbriglio,L’unité d’Habitation de marseille editions Parenthèses

(8) Les Cinq points de l’Architecture moderne sont : le pilotis, le plan libre, la façade libre, la fenêtre en longueur, le toît terrasse. Pour l’ordre d’énonciation voir l’article de W.oeschlin in Le Corbusier u ne encyclopédie editions du CCI

(9) Cité par Jean Petit in Le Corbusier lui-même editions rousseau

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Introdução 41

IntroduCtIon

Le Corbusier e o Brasi l 43

Le CorBusIer et Le BrÉsIL

A Obra de Arquitetura 77

L’œuVre ArCHIteCturALe

A Obra Plást ica 145

L’œuVre PLAstIQue

desenHos / dessIns

LItoGrAVurAs / LItHoGrAPHIes

CoLAGens / PAPIers CoLLÉs

PInturAs / PeIntures

esCuLturAs / sCuLPtures

tAPeÇArIA / tAPIsserIes

Biog raf ia 177

BIoGrAPHIe

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as obras apresentadas nesta exposição – com exceção dos projetos “brasileiros” – foram produzidas por le Corbusier durante os 20 últimos anos de sua carreira, entre 1945 e 1965, sejam elas plantas de arquitetura, pinturas, esculturas, tapeçarias, desenhos ou litografias. Estas constituem uma amostra muito representativa da especificidade dessa carreira, levada adiante por mais de meio século em todos os campos da expressão artística.

no que tange à arquitetura, obras-primas, como a unidade Habitacional de Marselha, os palácios de Chandigarh, as residências de ahmedabad, a Capela de ronchamp, Convento de la tourette e o projeto para o hospital de Veneza, constituem os pontos-chave desta exposição, no sentido de que a universalidade dessas realizações ou desses projetos marcaria de forma definitiva o urbanismo e a arquitetura do século XX em nível mundial.

Com relação às obras plásticas, as peças apresentadas evocam as viagens ou os universos hedonista e mitológico do Mediterrâneo, tão querido por le Corbusier. Principalmente a série dos touros, tema compartilhado por outros artistas durante o mesmo período e, ao dizer isto, penso particularmente em Picasso. O mesmo Picasso que le Corbusier convidou, aliás, para uma visita ao canteiro de obras da unidade Habitacional de Marselha, no começo dos anos 50.

introdução

Les œuvres présentées dans cette exposition, excepté les projets « brésiliens », qu’il s’agisse de plans d’architecture, de peintures, de sculptures, de tapisseries, de dessins ou de lithographies, ont été produites par Le Corbusier, au cours des vingt dernières années de sa carrière, entre 1945 et 1965. elles constituent un échantillon très représentatif de la spécificité de cette carrière, menée pendant plus d’un demi-siècle, sur tous les fronts de l’expression artistique.

Concernant l’architecture, les chefs d’œuvre comme, l’unité d’habitation de marseille, les palais de Chandigarh, les résidences d’Ahmedabad, la chapelle de ronchamp, le couvent de la tourette, le projet pour l’hôpital de Venise… constituent les points clefs de cette exposition en ce sens que l’universalité de ces réalisations ou de ces projets, aura marqué d’une manière incontournable l’urbanisme et l’architecture du xxe siècle au niveau mondial.

Côté œuvre plastique, les pièces présentées évoquent les voyages ou les univers hédoniste et mythologique de la méditerranée, chère à Le Corbusier, notamment la série des « taureaux », thème partagé par d’autres artistes au cours de la même période, je pense en particulier à Picasso. Le même Picasso que Le Corbusier invitera d’ailleurs, à visiter le chantier de l’unité d’habitation de marseille, au début des années cinquante.

Introduction

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43Le Corbusier e o Brasi lLe Corbusier et Le brésiL

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Croqui de v iagem, Rio de Janeiro, Brasi l , 1929Croquis de voyage, rio de janeiro, brésiL, 1929

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“que o rio experimente esse desafio: manter-se em pé de igualdade, no que se refere à arquitetura, à sua paisagem, e de forma alguma se retraia por trás dela, do modo como expressava de maneira tão crua o meu amigo Cendrars: ‘seja lá o que façam com o pequeno urbanismo deles, a paisagem o esmagará’. acho que, por uma elevação magnífica do espírito, o homem pode, aqui, mais uma vez, realizar o que fez a grécia na acrópole, e roma sobre as sete colinas: apossar-se da paisagem pela arquitetura certa.”

Le Corbusier

De 1929, data de sua primeira viagem, a 1960, ou seja, durante

aproximadamente 30 anos, Le Corbusier teceu uma história de

paixão pelo Brasil. Essa história se desenrolou durante várias

estadias, numerosos encontros e diversas colaborações entre

arquitetos brasileiros e franceses.

Como explicado por Yannis Tsiomis: “Ao final da Primeira Guerra

Mundial, um grande número de homens da literatura e artistas

brasileiros, sobretudo de São Paulo, foi residir em Paris. Entre

eles, o jornalista e escritor de romances Oswald de Andrade, o

poeta Serge Milliet, os pintores Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral,

Vicente do Rego Monteiro, o músico Heitor Villa-Lobos, o escultor

Victor Brecheret, o pianista Souza Lima... Todos esses artistas

foram levados ao encontro de Fernand Léger, Pablo Picasso, Jean

Cocteau, Constantin Brancusi, Jules Romains e… Le Corbusier, de

quem Cavalcanti faria um esboço do retrato, em 1923.”

E adicionou: “Um mecenas apoia esses artistas, o mesmo que

facilitou a primeira viagem de Le Corbusier ao Brasil: o empresário

Paulo Prado”.

Inclusive, foi Fernand Léger que, ao tomar conhecimento de um

projeto de construção de uma nova cidade no Planalto Central –

denominada provisoriamente Planaltina e que se tornaria, quatro

anos mais tarde, Brasília – organizou um jantar, em Paris, no qual

Paulo Prado e Le Corbusier se encontraram.

Em 1926, Le Corbusier chegou aos seus 39 anos carregando uma

sólida reputação internacional de arquiteto e teórico-urbanista. Suas

obras, traduzidas em muitas línguas, eram conhecidas pelos jovens

arquitetos da vanguarda e, particularmente, no que concerne ao

Brasil, por estudantes ou jovens arquitetos, como Oscar Niemeyer

e, sobretudo, Lucio Costa, um grande fã de Le Corbusier.

Exatamente essa notoriedade conduziu Le Corbusier à América

do Sul pela primeira vez, em 1929, onde ele fez uma série de

conferências, principalmente em Montevidéu e em Buenos Aires,

mas também no Rio de Janeiro e em São Paulo. Durante esta

primeira viagem – em que ele foi seduzido pelo caráter pitoresco e

majestoso da baía de Guanabara – que ele inventou uma nova figura

urbana, associando o urbanismo, a arquitetura e a paisagem. Trata-

se do “edifício viaduto”, como o conjunto residencial Pedregulho,

de Affonso Eduardo Reydi (1947), que leva hoje seus traços.

Le Corbusier descreveu seu projeto da seguinte maneira: “No

avião, desenhei para o Rio de Janeiro uma imensa autoestrada,

ligando a meia altura os dedos dos vários cabos abertos para o

mar, de forma a unir rapidamente a cidade às florestas virgens e

elevadas sobre as planícies salubres. Essa autoestrada se divide

em várias ramificações que ligam o Pão de Açúcar, as baías

Vermelha e Botafogo, Glória, Santa Teresa, o Porto e, enfim, ao

longe, tomam a direção de São Paulo.” E complementou: “Nada

impediria que, do teto dos arranha-céus da cidade comercial, a

autoestrada continuasse por cima do golfo através de uma ponte

larga, porém leve, e chegasse às colinas de Niterói, de frente

para o Rio.”

Observa-se, por esta descrição, a comoção sentida por Le

Corbusier ao ver a baía de Guanabara. E essa emoção inspirou um

de seus projetos urbanísticos mais espetaculares: Obus para Argel,

desenhado no ano seguinte, em 1930.

Em 1936, sete anos mais tarde, Le Corbusier foi novamente

convidado para vir ao Rio com o objetivo de proferir um conjunto

de seis conferências no Instituto Nacional de Música. Durante

essa mesma viagem, que durou um mês, Le Corbusier interveio,

a pedido do Ministro Capanema, nos projetos de construção

da Cidade Universitária (CUB) e do Ministério da Educação e

da Saúde (MES), dos quais alguns desenhos são apresentados

nesta exposição.

Igualmente nesta ocasião foram tecidos os laços entre Le Corbusier

e a nova geração de arquitetos brasileiros, representada – entre

outros – por Lucio Costa, a quem se juntaram Oscar Niemeyer,

Reidy, Burle Marx... Juntos, eles realizaram o projeto do Ministério

da Educação e da Saúde, considerado atualmente a primeira

manifestação da arquitetura moderna brasileira.

Nos anos que se seguiram a essas duas primeiras viagens,

Le Corbusier voltou frequentemente ao Brasil, assim como

testemunha sua carta de despedida de 1960, endereçada “aos

seus amigos brasileiros”. Amigos com que ele cruzaria novamente

em outras circunstâncias, como na construção da ONU em Nova

York (1947), da Unesco (1951–1958) ou do Pavilhão do Brasil

(1953–1959) em Paris.

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“Que Rio tente cette gageure: tenir tête, par l’architecture, à son paysage et non pas se retrancher derrière ce qu’exprimait si crûment mon ami Cendrars: ‘Quoi qu’ils fassent avec leur petit urbanisme, le paysage les écrasera.’ Je pense que par une élévation magnifique de l’esprit, l’homme peut ici encore une fois, réaliser ce que la Grèce a fait à l’Acropole, et Rome sur les sept collines: empoigner le paysage par la juste architecture.”

Le Corbusier

de 1929, date de son premier voyage, à 1960 , en fait pendant une trentaine d’années, Le Corbusier va tisser une histoire passionnelle avec le brésil. Cette histoire va se nouer au cours de nombreux séjours et de nombreuses rencontres et de diverses collaborations entre architectes brésiliens et français.

Comme l’explique yannis tsiomis: “a la fin de la Première guerre mondiale, un nombre important d’artistes et d’hommes de lettres brésiliens, surtout de são Paulo, s’installent à Paris: comme le journaliste romancier oswald de andrade, le poète serge Milliet, les peintres di Cavalcanti, tarsila do amaral, vicente do rego Monteiro, le musicien Heitor villa-Lobos, le sculpteur victor brecheret, le pianiste souza Lima…tous ces artistes vont être amenés à rencontrer: Fernand Léger, Pablo Picasso, jean Cocteau, Constantin brancusi, jules romains et…Le Corbusier, dont Cavalcanti esquissera d’ailleurs le portrait en 1923.”

et d’ajouter: “un mécène soutient ces artistes, le même qui facilitera le premier voyage de Le Corbusier au brésil: l’industriel Paulo Prado”.

et c’est Fernand Léger, qui ayant eu connaissance d’un projet de construction d’une nouvelle ville sur le Planalto Central, dénommée provisoirement Planaltina et qui deviendra trente quatre ans plus tard, brasilia, organise un dîner à Paris entre Paulo Prado et Le Corbusier.

en 1926, Le Corbusier a trente neuf ans, mais déjà derrière lui une solide réputation internationale d’architecte et d’urbaniste théoricien. ses ouvrages, traduits en de nombreuses langues, sont connus des jeunes architectes de l’avant-garde et en particulier concernant le brésil, d’étudiants ou de jeunes architectes comme oscar niemeyer et surtout Lucio Costa qui est un fan de la première heure.

C’est cette notoriété qui conduit pour la première fois Le Corbusier en amérique du sud en 1929, pour y donner une série

de conférences notamment à Montevideo et à buenos aires, mais également à rio de janeiro et são Paulo. et c’est au cours de ce premier voyage, séduit par le caractère pittoresque et majestueux à la fois, de la baie de guanabara, qu’il invente une nouvelle figure urbaine, associant l’urbanisme, l’architecture et le paysage: “l’immeuble viaduc”, dont le conjunto residencial de Pedreghulo, d’affonso eduardo reydi (1947) porte aujourd’hui la trace.

Le Corbusier décrit son projet de la manière suivante: “d’avion, j’ai dessiné pour rio de janeiro, une immense autostrade reliant à mi-hauteur les doigts des promontoires ouverts sur la mer, de façon à raccorder rapidement la ville aux hinterlands élevés des plateaux salubres. Cette autostrade se divise en plusieurs branches qui relient le Pain de sucre, les baies vermelha et botafogo, gloria, santa teresa, le Port et enfin, au delà, prennent la direction de são Paulo”. et il ajoute: “rien n’empêcherait que, du toit des gratte-ciel de la Cité d’affaires, l’autostrade ne continuât au – dessus du golfe, en une passerelle large mais légère, et elle aboutirait dans les collines de niteroy, face à rio.”

on voit à cette description, la commotion ressentie par Le Corbusier à la vue de la baie de guanabara, et qui va lui inspirer un de ses plus spectaculaire projet d’urbanisme avec celui du plan obus pour alger qui sera dessiné l’année suivante en 1930.

en 1936, sept années plus tard, Le Corbusier est invité de nouveau à rio pour donner une série de six conférences à l’institut national de Musique et c’est au cours de ce même voyage durant un séjour d’un mois, que Le Corbusier va intervenir, à la demande du Ministre Capanema, sur les projets de construction du Ministère de l’education et de la santé (le Mes) et de la Cité universitaire (la Cub), dont quelques dessins sont présentés dans cette exposition.

C’est également à cette occasion que les liens vont se tisser entre Le Corbusier et la nouvelle génération d’architectes brésiliens représentée entre autres par Lucio Costa qui sera rejoint par oscar niemeyer, reidy, burle Marx … et qui, ensemble, vont réaliser le projet du Ministère de l’education et de la santé, considéré aujourd’hui comme le premier manifeste de l’architecture moderne brésilienne.

dans les années qui suivront ces deux premiers voyages, Le Corbusier reviendra souvent au brésil, comme en témoigne sa lettre d’adieux de 1960 adressée à “ses amis du brésil”, amis qu’il croisera également sur d’autres théâtres d’opération, comme ceux de la construction de l’onu à new york (1947), de l’unesco (1951–1958) ou du pavillon du brésil (1953–1959) à Paris.

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18 de fevereiro de 1946

Ao Senhor Oscar Niemeyer para comunicar aos Senhores Lúcio Costa, Carlos Leone, Reidy, Moreira e outros amigos

Caros amigos,

Retornando de Nova York de avião, eu vi em Londres meu amigo Entwistle que me mostrou o Architect Journal, de 31 de janeiro de 1946, reproduzindo o arranha-céu de Reidy. É o terceiro que se constrói baseado nos princípios que eu pude destacar no Rio.

Este terceiro arranha-céu é excelente também. Vocês não imaginam o prazer que tenho de ver que em algum lugar do mundo os princípios que defendo são aplicados de maneira brilhante. É realmente um grande incentivo.

Se eu tivesse mais tempo, eu iria vê-los no Rio, pois o governo me perguntou se eu aceitaria fazer os projetos da Casa Franco-Brasileira no Rio. Eu espero que tudo isto possa acontecer um dia.

Eu gostaria também de lhes contar sobre uma ideia que tive. Eu trouxe do Rio, em 1936, um imenso rolo das conferências que eu tinha feito aí, pois o Ministério tinha me pedido para reunir em um livro estas conferências. Infelizmente, eu nunca tive uma confirmação precisa, apesar dos trâmites feitos em tempo hábil. Eu pensei, então, que poderia ser interessante que algumas das pranchas mais importantes destas conferências pudessem servir de decoração em uma das salas do Ministério da Educação Nacional que todos vocês construíram. Eu escolheria 15 ou 20 destas pranchas, que comporiam um afresco coberto por vidro, constituindo uma espécie de documento histórico no lugar mais indicado para isto. Pensem nesta proposta, que não é feita para adular minha vaidade, mas para evitar que estes desenhos terminem em poeira em um canto de meu atelier, e principalmente para que eu tenha o sentimento, que me é muito precioso, de possuir um pouso no Rio, cidade que eu sempre amei e admirei.

Cordialmente a todos,

Le Corbusier

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Rio de Janeiro, 18 de maio de 1953

Querido amigo Le Corbusier,

Recebi sua carta e ontem tive uma reunião pessoal com o Sr. Matarazzo em São Paulo. Ele está aguardando consulta com o Comitê que deve autorizá-lo a contratar as obras de arte que serão apresentadas em países estrangeiros. Isto deve acontecer em algum momento esta semana.

Com relação ao seu pagamento, acredito que o ideal seria cobrar em Francos Franceses no valor que você estabelecer para o seu trabalho. Você receberá o pagamento em Francos e, portanto, não haverá problema.

Hoje gostaria de consultá-lo sobre alguns problemas, a saber:

– Caso tenhamos sucesso na contratação de um grande projeto arquitetônico, você aceitaria alguns trabalhos em colaboração conosco? Se você aceitar, sua participação seria fixada em um acordo entre nós.

– Estamos organizando uma boa revista de arquitetura dirigida por mim, o Sr. Rodrigo de Mello Franco (Diretor do Patrimônio Histórico e Artístico, onde o Lucio Costa trabalha), o Sr. Joaquim Cardoso (Engenheiro) e Carlos Echenique. Estamos pensando em convidá-lo a participar da revista como um dos Diretores. Seriamos cinco Diretores com a mesma participação nos lucros. Você concordaria em colaborar conosco? Sua colaboração seria por meio da publicação dos seus trabalhos e não teria nenhum compromisso financeiro.

– Caso aceite, você concordaria em usar o nome “MODULOR”? Gostaríamos de usar esse nome em homenagem ao seu trabalho interessante.

Meu querido amigo, essas são as perguntas que tinha a lhe fazer e pediria a gentileza de responder o quanto antes.

Com os melhores votos a você, atenciosamente,

Oscar Niemeyer Soares Filho

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26 de fevereiro de 1962

Caro Le Corbusier,

Acabei de receber suas cartas, uma visita de Carneiro e uma mensagem de Oscar, de Brasília, me pedindo para lhe responder e falar do quanto é importante para nós ter uma obra original sua na nova capital, conclusão lógica de sua fecunda intervenção em 1936 aqui no Brasil.

Eu penso que o problema da embaixada, como ele lhe foi apresentado, subentende todo o conjunto já previsto, isto é, a embaixada-residência e a chancelaria. Outro problema é a Casa da França, que deve ser construída à parte, em um terreno contíguo à Universidade de Brasília, onde se pensa instalar, segundo o que me foi dito, de um lado as salas de aula e a administração da Alliance Française, e do outro, salas de estar, biblioteca, sala de exposição, conferência, cinema, teatro, turismo, talvez um restaurante de cozinha verdadeiramente francesa e, eu espero, uma confeitaria com chocolates e brioches. Haverá outras casas separadas por fileiras contínuas de árvores, onde cada um fará o que lhe agradar, desde que seja arquitetura.

estacionamento N – estrada – árvores – terrenos com 100 x 200 metros ± – leve inclinação – estrada vista sobre o lago

*E também uma casa noturna para dança e música.

1º O senhor é para nós uma das luzes da nova França que, livre dos despojos coloniais, vai emergir densa e purificada, abrigo valioso para aqueles mesmos que a combateram e para os outros que jamais desistiram de amá-la.

2º Eu não saberia lhes dizer por onde o governo francês pensa começar, e estou de acordo com vocês que, se for para escolher, o programa da casa é mais atual.

Eixo – torres – rodoviário – plataforma – quadras – residencial – universidades – embaixadas – lago – casas culturais –Ministério da Educação e Cultura

Lucio Costa

Rio, 23/II/62

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Ministério da Educação e Cultura 25 de maio de 1962

Caro Le Corbusier,

Estou lhe escrevendo a pedido do Senhor Darcy Ribeiro (Reitor da Universidade recentemente fundada), que me telefonou de Brasília e me pede para levar ao seu conhecimento o seguinte:

1º/ O Governo Francês previu no orçamento de 1962 uma desapropriação para a construção da Casa da Cultura Francesa em Brasília; ele teme que sua intenção de adiar o estudo do problema para setembro possa levar à perda destes fundos.

2º/ A localização da Embaixada e da Casa da Cultura em setores distintos da cidade não pode ser questionada; ela é o resultado do projeto em seu todo. A embaixada será instalada entre as dos outros países (quase 100!), enquanto o Centro Cultural Francês, assim como os da Inglaterra, da Alemanha, da Itália, da URSS e dos EUA, deve ficar contíguo e acessível à Universidade (ensino da língua, cursos, conferências destinadas aos estudantes).

Como eu já lhe disse, os diferentes terrenos serão separados por árvores.

Atenciosamente.

Lúcio Costa

Rio, 19/ /62

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Ministério da Educação e Cultura

RECEBIDA: 30 de novembro de 1962RESPONDIDA:

Caro Le Corbusier,

A notícia de sua visita, dia 22 de dezembro, nos traz um duplo prazer, tê-lo alguns dias entre nós e saber que o trabalho foi aceito.

Eu estarei no aeroporto do Rio e Oscar o esperará no aeroporto de Brasília.

Quanto à volta para o Rio, o senhor poderá, se desejar, fazer a viagem por terra e passar a noite em Ouro Preto, antiga Villa-Rica, nas montanhas (de ferro) de Minas, cidade do século XVIII que conserva ainda a atmosfera da época. E antes de sua partida, Lapanema, que é presidente honorário do Museu de Arte Moderna, provavelmente vai querer convidá-lo para uma refeição com amigos; e também, a sala de conferências do ministério estará à sua disposição se, por acaso, o senhor quiser dizer algumas palavras.

Informe-nos se a reserva do hotel no Rio será feita pela embaixada; em Brasília, a Universidade e o ministro da educação, Sr. Darcy Ribeiro, se encarregarão.

Esperarei sua resposta com precisões a fim de tomar as medidas necessárias.

Até breve.

Lúcio Costa

25/XI/62

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(P 63)

RIO DE JANEIRO: URBANISMO, 1929 Vista em perspectiva da autoestrada construída sobre as habitações, passando através da paisagem da baía do Rio e pequeno desenho em elevação, em corte transversal, mostrando residências, a autoestrada passando sobre os tetos e a cidade atual, com notas explicativas, lápis preto sobre papel tirage colado sobre papelão, assinado e datado por Le Corbusier, Rio dez 1929 – Paris julho de 1930

rio de janeiro: urbanisMe, 1929 vue en perspective de l’autostrade construite sur les habitations passant à travers le paysage de la baie de rio et petit dessin en élévation, en coupe transversale montrant l’habitation, l’autostrade sur le toit et la ville actuelle avec notice explicative, crayon noir sur papier tirage collé sur carton, signé et daté Le Corbusier, rio dec 1929 – Paris juillet 1930

FLC 31878

RIO DE JANEIRO: URBANISMO, 1929 Vista em elevação da baía de Guanabara e da autoestrada passando sobre as habitações construidas ao redor, lápis preto sobre papel tirage colado sobre papelão, assinado e datado por Le Corbusier, Rio dez 1929 – Paris julho de 1930

rio de janeiro: urbanisMe 1929 vues en élévation de la baie de rio avec l’autostrade passant sur la file d’habitations construitetout autour, crayon noir sur papier tirage collé sur carton, signé et daté Le Corbusier, rio dec 1929 – Paris juillet 1930

FLC 31879

Rio de Janeiro, Brasi l rio de janeiro, braZiL

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RIO DE JANEIRO: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL E SAÚDE, 1936 Dois croquis em perspectiva da fachada com silhuetas e indicação dos materiais, nanquim e lápis azul sobre papel tirage hélio, sem assinatura, sem data

rio de janeiro: Ministère de L’eduCation nationaLe et de La santé, 1936 2 croquis en perspective sur partie de façade avec silhouettes et indication de matériaux, encre de chine et crayon bleu sur papier tirage hélio, ni signé, ni daté

FLC 19241

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RIO DE JANEIRO: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL E SAÚDE, 1936 Duas perspectivas do Ministério com silhuetas, tirage hélio sobre papel tirage, sem assinatura, sem data

rio de janeiro: Ministère de L’eduCation nationaLe et de La santé, 1936 deux perspectives sur le Ministère avec silhouettes, tirage hélio sur papier tirage, ni signé, ni daté

FLC 19239

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RIO DE JANEIRO: CIDADE UNIVERSITÁRIA, 1936 Croqui para estudo em perspectiva dos edifícios da cidade universitária e das vias de acesso, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

rio de janeiro: Cité universitaire 1936 Croquis d’étude en perspective de bâtiments de la cité et voies d’accès, crayon noir et encre de chine sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLC 19262

RIO DE JANEIRO: CIDADE UNIVERSITÁRIA, 1936 Corte sobre os eixos leste-oeste, sul-norte e oeste-leste mostrando residências, hospitais, faculdades, etc... com indicações, nanquim e lápis preto sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

rio de janeiro: Cité universitaire, 1936 vue en coupe sur les axes est-ouest, sud-nord et ouest-est, montrant résidences, hôpital, facultés, etc... avec indications, encre de chine et crayon noir sur calque épais, ni signé, ni daté

FLC 19255

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RIO DE JANEIRO: CIDADE UNIVERSITÁRIA, 1936 Croqui para estudo, planta de implementação dos edifícios da cidade com indicações, lápis preto e de cor, nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado e datado por Le Corbusier 30/07/1937

rio de janeiro: Cité universitaire, 1936 Croquis d’étude, plan d’implantation des bâtiments de la cité avec indications, crayon noir et couleur, encre de chine sur calque épais, signé et daté Le Corbusier 30/07/1937

FLC 19258

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BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do segundo andar, residência do embaixador com legenda e orientação, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 2, maison ambassadeur avec légende et orientation, encre de chine et tram couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21063

Embaixada da França, Brasí l ia aMbassade de FranCe, brasíLia

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BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do quarto andar, residência do embaixador com legendas e orientação, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 4, maison ambassadeur avec légende et orientation, encre de chine et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21064

BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do primeiro andar com legendas e orientação, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 1 avec légende et orientation, encre de chine et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21065

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BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do primeiro andar, chancelaria com legendas e orientação, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 1, chancellerie avec légende et orientation, encre de chine et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21068

BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Vista em elevação das fachadas com silhuetas e vegetação, residência do embaixador, nanquim, lápis preto e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 vue en élévation de façades avec silhouettes et végétation, maison ambassadeur, encre de chine, crayon noir et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21066

BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Vista em elevação das fachadas com silhuetas e vegetação, residência do embaixador, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 vue en élévation de la façade est avec silhouettes et végétation, maison ambassadeur, encre de chine, et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21077

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BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta de localização mostrando nível das vias de acesso com indicação e orientação, nanquim sobre papel vegetal de espessura média, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan de situation montrant niveau voies d’accès avec indication et orientation, encre de chine sur calque moyen, non signé, daté 05/05/1964

FLC 28430

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BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do quinto andar, chancelaria, conselho militar com legendas e orientação, nanquim e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 5, chancellerie, conseil militaire avec légende et orientation, encre de chine et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21071

BRASÍLIA: EMBAIXADA DA FRANÇA, 1964 Planta do oitavo andar, chancelaria, embaixador com legendas e orientação, nanquim, lápis preto e trama de cores sobre papel vegetal espesso e papel canson, sem assinatura, datado de 05/05/1964

brasiLia: aMbassade de FranCe, 1964 Plan du niveau 8, chancellerie, ambassadeur avec légende et orientation, encre de chine, crayon noir et trame couleur sur calque épais et papier canson, non signé, daté 05/05/1964

FLC 21075

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77A Obra de ArquiteturaL’œuvre architecturaLe

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78 A Unidade de Habitação de Marselha (1945–1952) L’unité d’habitation de MarseiLLe (1945–1952)

PESQUISA SOBRE AS UNIDADES DE HABITAÇÃO, 1944 Croqui de estudo em corte sobre fachada com silhuetas, nanquim e giz colorido sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

recherches sur Les unités d’habitation, 1944 croquis d’étude en coupe sur façade avec silhouettes, encre de chine et craie couleur sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 20575

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Após esse percurso dos projetos “brasileiros” de Le Corbusier, seguiu-se a Unidade Habitacional de Marselha, que é um dos edifícios mais célebres da história da arquitetura do século XX em matéria de arquitetura e habitação. Para Le Corbusier, esta realização não correspondeu a um projeto circunstancial, mesmo tratando-se de um pedido do Estado efetuado no quadro da reconstrução da França, após a Segunda Guerra Mundial; tratou-se, na verdade, da conclusão de um itinerário de pesquisa sobre a cidade e a habitação, conduzido por Le Corbusier desde o começo dos anos 20. Os marcos que delimitaram este itinerário foram os seguintes: a casa Citrohan (1920), Uma cidade contemporânea para três milhões de habitantes (1922), as Immeubles-villas (1922), o Pavilhão do Novo Espírito (1925), a Cidade Radiante (1930), o projeto não realizado da construção de uma Unidade Habitacional para a Exposição Nacional de Paris (1937) e as Unidades Habitacionais transitórias (1944).

O conceito base do projeto “Unidade Habitacional” repousou sobre a intenção de encontrar um novo modelo de habitação urbana que integrasse habitação e conveniência, fundamentado em uma ideia de “Cidade-jardim vertical”, em oposição àquela da “Cidade-jardim horizontal”, inventada no século XIX.

Com este projeto, todos os parâmetros referentes ao habitat, desde o urbanismo até a decoração interna dos apartamentos, foram revistos. Igualmente no que se refere aos serviços, os famosos “equipamentos do alojamento”, necessários para o funcionamento da habitação familiar.

Pensada inicialmente a partir de uma construção metálica altamente padronizada para reduzir os custos de produção, esta Unidade Habitacional de Marselha, com seus 337 apartamentos, foi totalmente construída em concreto e foi seguida por outras quatro Unidades nas cidades de Nantes (1952), Berlim (1957), Briey en Forêt (1960) e Firminy (1965).

Nesta realização, a funcionalidade das habitações, seu alto grau de acabamento, a qualidade dos materiais e as performances tecnológicas inusitadas para a época combinaram-se com a poética de uma arquitetura plasticamente espetacular, inteiramente regulada no Modulor, assim como o testemunha o semblante desse enorme paralelepípedo montado sobre seus pilotis e coroado pelos arranjos surrealistas da decoração de seu teto-terraço de frente para o Mediterrâneo.

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L’unité d’habitation de Marseille qui succède, dans le parcours de l’exposition aux projets “brésiliens” de Le corbusier, est un des bâtiments les plus célèbres de l’histoire de l’architecture du XXe siècle, en matière d’architecture de l’habitat. Pour Le corbusier cette réalisation ne correspond pas à un projet de circonstance, même s’il s’agit d’une commande d’etat, effectuée dans le cadre de la reconstruction de la France, après la seconde Guerre mondiale. il s’agit plutôt de l’aboutissement d’un itinéraire de recherche mené par Le corbusier sur la ville et le logement, depuis le début des années vingt. Les bornes qui jalonnent cet itinéraire sont les suivantes: la maison citrohan (1920), une ville contemporaine pour trois millions d’habitants (1922), les immeubles-villas (1922), Le pavillon de l’esprit nouveau (1925), La ville radieuse (1930), le projet non réalisé de construction d’une unité d’habitation pour l’exposition nationale de Paris (1937), les unités d’habitation transitoires (1944).

Le concept de base du projet d’ “unité d’habitation”, repose sur l’idée de trouver un nouveau modèle d’habitat urbain intégrant logements et équipements, selon les principes d’une “cité-jardin verticale” en opposition à ceux de la “cité-jardin horizontale”, inventée par le XiX siècle.

avec ce projet, tous les paramètres concernant l’habitat, de l’urbanisme jusqu’à l’aménagement intérieur des appartements, sont passés en revue. de même en ce qui concerne tous les services, les fameux “équipements du logis” nécessaires au fonctionnement du logement familial.

Pensée initialement à partir d’une construction métallique, hautement standardisée, pour réduire les coûts de production, cette unité d’habitation de Marseille de 337 logements, qui sera suivie de quatre autres unités construites dans les villes suivantes de nantes (1952), berlin (1957), briey en Forêt (1960) et Firminy (1965), sera en définitive construite en béton.

dans cette réalisation, la fonctionnalité des logements, leur haut degré de finition, la qualité des matériaux, les performances technologiques inusitées pour l’époque… ne cèdent en rien à la poétique d’une architecture à la plastique spectaculaire, entièrement réglée au Modulor, comme en témoigne l’expression de cet immense parallélépipède monté sur ses pilotis et couronné par les arrangements surréalistes des aménagements de son toit terrasse ouvert vers la Méditerranée.

MARSELHA: UNIDADE DE HABITAÇÃO, 1945Desenho de estudo em corte e elevação de três andares com decoração interna, silhuetas, nanquim sobre papel vegetal médio

MarseiLLe: unité d’habitation, 1945 dessin d’étude en coupe élévation sur 3 niveaux avec aménagements intérieurs, silhouettes, encre de chine sur calque moyen

FLc 26827

MARSELHA: UNIDADE DE HABITAÇÃO, 1945 Cinco desenhos de estudo em planta baixa com decoração interna, numeração, indicação de dimensão, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal sem assinatura, sem data

MarseiLLe: unité d’habitation, 1945 cinq dessins d’étude en plan de niveau avec aménagement intérieur, numérotation, indications de dimension, crayon noir et encre de chine sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 29364

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82 PESQUISA SOBRE AS UNIDADES DE HABITAÇÃO, 1944 Croqui de estudo em corte sobre fachada, mostrando sistema de isolamento acústico com silhuetas, indicações e pequenos croquis, nanquim, giz colorido e lápis preto sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

recherches sur Les unités d’habitation, 1944 croquis d’étude en coupe sur façade montrant système insonorisation avec silhouettes, indications et petits croquis, encre de chine, craie couleur et crayon noir sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 20578

MARSELHA: UNIDADE DE HABITAÇÃO, 1945Croqui em plano de uma cozinha com indicação dos circuitos elétricos, mesa giratória e posicionamento do mobiliário com legendas, nanquim e pastel colorido sobre papel vegetal fino, sem assinatura, sem data

MarseiLLe: unité d’habitation, 1945 croquis en plan d’une cuisine avec indication des circuits, table roulante et emplacement du mobilier avec légendes, encre de chine et pastel couleur sur calque fin, ni signé, ni daté

FLc 26782

MARSELHA: UNIDADE DE HABITAÇÃO, 1945Vista do conjunto da implantação do edifício em perspectiva axiométrica, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, datado de 08/03/1946

MarseiLLe: unité d’habitation, 1945 vue d’ensemble de l’implantation du bâtiment en perspective axonométrique, crayon noir et encre de chine sur calque épais, non signé, daté 08/03/1946

FLc 26295

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84 A Cabana (1951–1952) Le cabanon (1951–1952)

Ao mesmo tempo em que concretizou a Unidade Habitacional de Marselha – o maior de seus projetos de habitação – Le Corbusier construiu, em Cap Martin, a sua pequena cabana de homem solitário. Nesse projeto, tudo cabe em um compartimento de 3,66 metros de comprimento por 2,26 metros de altura. Inteiramente realizada em madeira, apesar do projeto inicial estudado por Jean Prouvé ter sido em metal, esta cabana originou-se da pesquisa de otimização de uma célula habitacional mínima e padronizada. No interior, toda a decoração, igualmente realizada em madeira, responde a uma ergonomia muito precisa. Residência de verão do arquiteto, esta modesta construção foi acompanhada por toda uma série de projetos não realizados, como os projetos Roq e Rob, destinados a repensar a habitação para férias na Côte d´Azur, já desfigurada pelos efeitos de uma promoção imobiliária desenfreada.

dans le même temps où il réalise l’unité d’habitation de Marseille, son plus grand projet de logements, Le corbusier construit à cap Martin, sa petite cabane de solitaire. avec ce projet, tout tient dans une cellule de 3,66 mètres de côté et de 2,26 mètres de hauteur. entièrement réalisée en bois, bien que le projet initial ait été étudié par Jean Prouvé en métal, ce cabanon s’inscrit dans la recherche de mise au point d’une cellule d’habitation minimum standardisée. a l’intérieur, tous les aménagements, également réalisés en bois, répondent à une ergonomie très précise. résidence d’été de l’architecte, cette modeste construction sera accompagnée de toute une série de projets non réalisés, comme les projets roq et rob, destinés à repenser la villégiature de vacances sur la côte d’azur, déjà défigurée par les effets d’une promotion immobilière effrénée.

ROQUEBRUNE CAP MARTIN: CABANA, 1949 Desenho em perspectiva axiométrica de um cômodo da casa com decoração interna e numeração do mobiliário, lápis preto sobre papel vegetal médio, sem assinatura, sem data

roquebrune caP Martin: cabanon, 1949 dessin en perspective axonométrique d’une pièce de la villa avec aménagement intérieur et numérotation du mobilier, crayon noir sur calque moyen, ni signé, ni daté

FLc 29859

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86 A Capela de Ronchamp (1950–1955) La chaPeLLe de ronchaMP (1950–1955)

Com a Capela de Ronchamp, entramos em um dos maiores ícones corbusianos. Este foi, antes do Convento da La Tourette e da igreja Saint Pierre de Firminy, o primeiro projeto de edifício religioso realizado por Le Corbusier. Apesar de ser agnóstico, Le Corbusier se envolveu neste projeto com o intuito de interpretar, de uma forma totalmente original, a manifestação de uma doutrina católica pela qual ele nutria uma certa desconfiança. Construída sobre uma colina do leste da França, nas ruínas de uma antiga capela destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, a arquitetura da Capela de Ronchamp irradia, como indicou Le Corbusier, “na direção dos quatro horizontes”. Com base na ideia de renovação e daquilo que chamamos Arte Sacra – que viu na França a Igreja Católica voltar-se para artistas de prestígio, como Matisse, Léger, Rouault e Lurçat –, esta encomenda tornou-se realidade.

Contrariando sua doutrina do “ângulo reto”, Le Corbusier produziu, aqui, uma arquitetura totalmente em curvas e contra-curvas, que levanta não somente uma interpretação antropológica, como indica, na residência Hadriana em Tivoli, a referência formal a certas tumbas etruscas ou ao Serapeu, mas também uma interpretação naturalista, à imagem do telhado em forma de “carapaça de caranguejo”, que vem coroar, com seu sombrio volume, os potentes muros de revestimento branco e rugoso que o sustentam.

Esta obra de arte expressionista, que marcou um rompimento na linguagem formal do arquiteto, pertence definitivamente tanto ao universo da escultura quanto àquele da arquitetura. De qualquer forma, ela abriu o caminho para novas experiências, assim como testemunharam as obras ditas “da maturidade”, objeto desta exposição.

RONCHAMP: CAPELA NOTRE DAME DU HAUT, 1950 Croqui em elevação da capela com silhuetas de estátuas sobre o teto, lápis preto e nanquim sobre papel para desenho, sem assinatura, sem data

ronchaMP: chaPeLLe notre daMe du haut, 1950 croquis en élévation de la chapelle avec silhouettes de statues sur la toiture, crayon noir et encre de chine sur papier dessin, ni signé, ni daté

FLc 31824

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RONCHAMP: CAPELA NOTRE DAME DU HAUT, 1950 Desenho de estudo – Vista em planta baixa da capela mostrando nave, altar ao ar livre, coro, tribuna, sacristia... etc, lápis preto e vermelho, nanquim sobre papel vegetal médio, sem assinatura, sem data

ronchaMP: chaPeLLe notre daMe du haut, 1950 dessin d’étude - vue en plan de la chapelle montrant nef, autel en plein air, coeur, tribune, sacristie... etc, crayon noir et rouge, encre de chine sur calque moyen, ni signé, ni daté

FLc 07104

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avec la chapelle de ronchamp, on touche là à une des grandes icônes corbuséennes. elle est avant le couvent de la tourette et l’église saint Pierre de Firminy, le premier projet d’édifice religieux réalisé par Le corbusier. bien qu’agnostique, Le corbusier va se prêter avec ce projet, au jeu d’interpréter d’une manière tout à fait originale, les signes d’une doctrine catholique envers laquelle il nourrit une certaine méfiance. bâtie sur une colline de l’est de la France, sur les traces d’une ancienne chapelle détruite par les bombardements de la seconde Guerre mondiale, l’architecture de la chapelle de ronchamp, rayonne comme l’indique Le corbusier: “en direction des quatre horizons”. c’est dans le cadre du renouveau, de ce que l’on a appelé l’art sacré et qui voit en France l’eglise catholique se tourner vers des artistes prestigieux comme Matisse, Léger, rouault, Lurçat, que cette commande voit le jour.

Prenant à rebours sa doctrine de “L’angle droit”, Le corbusier produit ici une architecture tout en courbes et contre courbes qui pour autant relève d’une interprétation à la fois anthropologique, comme l’indique la référence formelle à certaines tombes étrusques ou au sérapéum de la villa hadriana à tivoli et naturaliste, à l’image de la toiture en “coque de crabe” qui vient couronner de sa masse sombre, les puissants murs à l’enduit blanc et rugueux qui la soutiennent.

cette œuvre d’art expressionniste, qui marque une rupture dans le langage formel de l’architecte, appartient en définitive autant au monde de la sculpture qu’à celui de l’architecture. elle ouvre en tout cas la voie à de nouvelles expériences comme vont en témoigner les œuvres dites de la maturité, objet de cette exposition.

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92 (P 91)

RONCHAMP: CAPELA NOTRE DAME DU HAUT, 1950 Desenho de estudos em corte e em elevação sobre vitral com estudo de cores e com silhuetas e numeração, carvão e giz colorido sobre papel vegetal, assinado por A.M. e datado de 15/05/1951

ronchaMP: chaPeLLe notre daMe du haut, 1950 dessin d’étude en coupe élévation sur vitraux avec étude de coloris avec silhouettes et numérotation, fusain et craie de couleur sur calque épais, signé a.M. et daté 15/05/1951

FLc 30937

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93RONCHAMP: CAPELA NOTRE DAME DU HAUT, 1950

Vista em corte e em elevação da fachada norte, mostrando campanário, gárgula, telhas, paredes de vidro, escada, portão, lápis preto e azul, nanquim sobre papel vegetal sem assinatura, sem data

ronchaMP: chaPeLLe notre daMe du haut, 1950 vue en coupe et élévation sur façade nord, montrant campanile, gargouille, toiture, pans de verre, escalier, porte, crayon noir et bleu, encre de chine sue calque épais, ni signé, ni daté

FLc 07185

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94 Chandigarh (1951–1965 ) chandiGarh (1951–1965 )

Antes de Brasília – que Le Corbusier visitou durante sua última viagem ao Brasil, em 1960 – Chandigarh representa o primeiro exemplo de capital moderna construída, desde seus primórdios, no século XX. Após a independência da Índia e a divisão de seu território, com a criação do Estado do Paquistão, em 1947, o governo da Índia, na época tendo como primeiro ministro Pandit Jawaharlal Nehru, decidiu construir Chandigarh. Após consultar urbanistas americanos, os emissários da Índia decidiram confiar a Le Corbusier a função de arquiteto conselheiro do Governo do Punjab para a realização dessa nova capital, prevista inicialmente para 500.000 habitantes. Em associação com seu primo Pierre Jeanneret, com quem realizou boa parte de sua carreira antes da Segunda Guerra Mundial, e com a assistência de uma dupla de arquitetos britânicos, Jeane Drew e Maxwelle Fry, Le Corbusier concebeu o projeto-mestre dessa nova cidade, reservando para si mesmo a construção dos edifícios governamentais mais prestigiosos, nos quais ele fez referência à Roma do Renascimento no âmbito de um espaço chamado Capitole.

Um único mês foi suficiente para que Le Corbusier e sua equipe concluíssem a concepção do projeto da cidade. Este projeto se apresentou sob a forma de um quadrilátero, uma treliça, cujo novo elemento urbano, o “setor”, definiu a natureza da trama. Esses setores, pensados sobre uma dimensão de 1.200 por 800 metros, são irrigados por todo um sistema de vias hierarquizadas, que Le Corbusier teorizou sob a denominação de os 7 Vs.

Ao aplicar, aqui, os princípios da cidade funcional, tal como ele havia estudado, desde 1930, com o seu projeto da Cidade Radiosa, Le Corbusier atribuiu atividades específicas a cada setor: comércio, educação, diversão e habitação. Todos destinados a criar uma sinergia no funcionamento dessa nova cidade.

Na ponta dessa treliça e do eixo maior, que atravessa a cidade na direção norte/leste e sul/oeste, Le Corbusier posicionou os

edifícios do Capitole, com o intuito de favorecer a exposição da cidade ao curso do sol. Neste projeto, grande atenção foi dedicada à presença da natureza e, atualmente, esta é uma das cidades mais ecológicas da Índia.

Distribuídos segundo uma sábia composição que tece suas referências nas grandes arquiteturas de origem Moghal (séculos XVI, XVII e XVIII), presentes nas maiores cidades da Índia, são três os edifícios do Capitole de Chandigarh: a Corte Suprema de Justiça, o Palácio da Assembleia e o Secretariado, que reúnem os escritórios das diversas administrações da província. Apesar da previsão inicial, após a divisão do Punjab em duas novas províncias, o Punjab e o Haryana, o assim chamado Palácio do Governador – longamente estudado por Le Corbusier – jamais foi construído. Outros dois elementos completam este dispositivo atualmente: a Torre das Sombras que, como indica o nome, é uma arquitetura/escultura destinada a tornar visível, em todas as horas do dia e em todas as estações do ano, a estampa do sol sobre a arquitetura e sobre a grande escultura da Mão Aberta, pensada como um símbolo de paz entre todos os homens.

Construídos sobre uma vasta esplanada, estes edifícios, cuja arquitetura se reflete em largos espelhos d´água, ofereceram a Le Corbusier a possibilidade de ampliar a paleta de seu vocabulário formal e de levá-lo a um nível de expressão pessoal raramente alcançado na arquitetura do século XX. Como disse André Malreux em sua oração fúnebre pronunciada em Paris, na Corte Quadrada do Louvre, após o falecimento de Le Corbusier: “Ele inventava, em nome da função e da lógica, formas admiravelmente arbitrárias”.

Hoje, para quem visita Chandigarh e contempla esses edifícios, não há como não se impressionar por esta arquitetura atemporal e universal, pensada em meio às tradições culturais milenares da Índia no seu encontro com o mundo moderno, assim como desejava Nehru. É aí que reside a força desse projeto.

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95CHANDIGARH: URBANISMO, 1950-1965 Planta da nova capital do Punjab, mapa geográfico sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

chandiGarh: urbanisMe, 1950-1965 Plan de la nouvelle capitale du Punjab, carte géographique sur papier épais, ni signé, ni daté

FLc 5553

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avant brasilia, que Le corbusier visitera lors de son ultime voyage au brésil en 1960, chandigarh représente le premier exemple de capitale moderne construite de toutes pièces au cours du XXe siècle. c’est suite à l’indépendance de l’inde et à la partition du territoire qui s’en est suivie, avec la création de l’etat du Pakistan en 1947, que le gouvernement indien, avec comme premier Ministre le Pandit Jawaharlal nehru, décide de la construction de chandigarh. après avoir consulté des urbanistes américains, les émissaires indiens décident de confier à Le corbusier la tâche de devenir architecte conseil du Gouvernement du Punjab, pour la réalisation de cette nouvelle capitale prévue au départ pour 500.000 habitants. associé à son cousin Pierre Jeanneret, avec lequel il a déjà réalisé une bonne partie de sa carrière avant la seconde Guerre mondiale, et assisté par un couple d’architectes britanniques, Jane drew et Maxwelle Fry, Le corbusier va concevoir le master plan de cette nouvelle ville et se réserver la construction de ses édifices gouvernementaux les plus prestigieux regroupés, en référence à la rome de la renaissance au sein d’un espace appelé: le capitole.

un seul mois est nécessaire à Le corbusier et son équipe pour boucler la conception du plan de la ville. celui-ci se présente sous la forme d’un quadrilatère, d’une grille dont un nouvel élément urbain, “le secteur”, définit la nature de la trame. ces secteurs pensés sur une dimension de 1200 mètres par 800 mètres, sont irrigués par tout un système de voieries hiérarchisées, que Le corbusier a théorisé sous la dénomination des 7 v.

appliquant ici les principes de la ville fonctionnelle, tels qu’il les avait étudié dès 1930 avec son projet de ville radieuse, Le corbusier attribue à ce secteurs des activités spécifiques: commerces, éducation, loisirs, logements, destinés à créer une synergie dans le fonctionnement de cette nouvelle ville.

en tête de cette grille et de l’axe majeur qui traverse la ville selon une direction nord/est, sud/ouest, pour favoriser l’exposition de cette ville à la course du soleil, Le corbusier place les édifices du capitole.

une grande attention est apportée dans ce projet à la présence de la nature dans la ville, aujourd’hui une des villes les plus écologiques de l’inde.

répartis selon une composition savante qui tisse ses références du côté des grandes architectures moghal (Xvie, Xviie et Xviiie siècles), présentes dans les grandes cités indiennes, les édifices du capitole de chandigarh sont au nombre de trois: la haute cour de Justice, le palais de l’assemblée et le secrétariat regroupant les bureaux des différentes administrations de la province. initialement prévu et suite à la partition du Punjab en deux nouvelles provinces, le Punjab et l’haryana, le palais dit du Gouverneur, étudié longuement par Le corbusier, ne sera cependant jamais construit. deux autres éléments viennent aujourd’hui également compléter ce dispositif: le tour d’ombres qui comme son nom l’indique est une architecture/sculpture destinée à rendre visible à toutes les heures et à toutes les saisons, l’empreinte du soleil sur l’architecture et la grande sculpture de la Main ouverte pensée comme un symbole de paix entre tous les hommes.

bâtis sur une vaste esplanade , ces édifices dont l’architecture se reflète dans de larges bassins, offrent à Le corbusier la possibilité d’élargir la palette de son vocabulaire formel et de l’amener à une hauteur d’expression personnelle, rarement atteinte dans l’architecture du XXe siècle. comme le disait andré Malraux dans son oraison funèbre prononcée à Paris, dans la cour carrée du Louvre, lors du décès de Le corbusier: “il inventait au nom de la fonction, comme au nom de la logique, des formes admirablement arbitraires”.

Pour qui visite aujourd’hui chandigarh et contemple ces édifices, l’impression d’une architecture intemporelle et universelle, pensée au carrefour des traditions culturelles millénaires de l’inde dans sa rencontre avec le monde moderne, selon le souhait de nehru, ne laisse pas d’étonner. Là réside la force de ce projet.

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CHANDIGARH: PALáCIO DO GOVERNADOR, 1950–1965 Vista em perspectiva do Palácio do Governador e da Mão Aberta, fotocópia, assinada por Le Corbusier e datada de 08/05/1960

chandiGarh: PaLais du Gouverneur, 1950–1965 vue en perspective du Palais du Gouverneur et de la Main ouverte, photocopie, signé Le corbusier et daté 08/05/1960

FLc 5714

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CHANDIGARH: PALáCIO DO GOVERNADOR, 1950–1965 Corte longitudinal com silhuetas e vegetação, lápis preto e tinta preta sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier e datado de 07/06/1955

chandiGarh: PaLais du Gouverneur, 1950–1965 coupe longitudinale avec silhouettes et végétations, crayon noir et encre noire sur calque épais, signé Le corbusier et daté 07/06/1955

FLc 3807

CHANDIGARH: PALáCIO DO GOVERNADOR, 1950–1965 Vista em elevação da fachada sudoeste com silhueta, tinta preta sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier e datado de 14/06/1955

chandiGarh: PaLais du Gouverneur, 1950–1965 elévation de façade sud-ouest avec silhouette, encre noire sur calque épais, signé Le corbusier et daté 14/06/1955

FLc 3813

CHANDIGARH: PALáCIO DO GOVERNADOR, 1950–1965 Vista em corte dos andares com silhuetas, lápis sobre tirage hélio colado sobre papel canson, sem assintura, sem data

chandiGarh: PaLais du Gouverneur, 1950–1965 vue en coupe des niveaux avec silhouettes, crayon sur tirage hélio collé sur canson fort, ni signé, ni daté

FLc 4319

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CHANDIGARH: CAPITOLE, 1950–1965 Desenho inicial da vista do conjunto do Capitole em planta baixa e em perspectiva, caneta esferográfica azul sobre papelão, assinado por LC e datado de 24/07/1951

chandiGarh: caPitoLe, 1950–1965 esquisse d’une vue d’ensemble du capitole, en plan et en perspective, stylo bille bleu sur carton épais, signé Lc et daté 24/07/1951

FLc 32294

CHANDIGARH: CAPITOLE, 1950–1965 Perfil de diversos edifícios do Capitole, lápis preto e lápis de cor, nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, datado de 03/05/1951

chandiGarh: caPitoLe, 1950–1965 Profils de divers bâtiments du capitole, crayon noir et couleur, encre de chine sur calque épais, non signé, daté 03/05/1951

FLc 5140

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CHANDIGARH: CASA DOS PÉONS, 1950-1965 Desenho e croqui de estudo, vista em elevação da fachada, mostrando aberturas, gárgulas, tijolos, etc., lápis preto e colorido sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

chandiGarh: Maison des Péons, 1950–1965dessin et croquis d’étude, vue en élévation de façade, montrant ouvertures, gargouilles, briques, etc., crayon noir et couleur sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6062

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CHANDIGARH: MUSEU, 1950–1965 Vista em elevação das fachadas norte-oeste e norte-leste, lápis preto e lápis de cor sobre papel tirage hélio, assinado por P. Jeanneret, sem data

chandiGarh: Musée, 1950–1965 vue en élévation de façades nord-ouest et nord-est, crayon noir et couleur sur papier tirage hélio, signé P. Jeanneret, non daté

FLc 4845

CHANDIGARH: MUSEU, 1950–1965 Vista em corte das fachadas nordeste e noroeste, sudeste e sudoeste, mostrando terraço, teto, paredes de vidro ondulado, galerias, cafeteria, grande hall, rampas, etc., lápis preto, lápis de cor, tinta vermelha e preta, máquina de escrever sobre tirage hélio, assinado por P. Jeanneret, sem data

chandiGarh: Musée, 1950–1965 vue en coupe sur les façades nord-est et nord-ouest, sud-est et sud-ouest, montrant terrasse, plafond, pan de verre ondulés, loggias, cafétaria, grand hall, rampes, etc, crayon noir, couleur, encre rouge et noire, machine à écrire sur tirage hélio, signé P. Jeanneret, non daté

FLc 4846

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CHANDIGARH: CORTE SUPREMA, 1952 Três cortes do edifício com legenda em cada corte, silhuetas e vegetação, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, datado de 24/10/1951

chandiGarh: haute cour, 1952 3 coupes du bâtiment avec légende sous chaque coupe, silhouettes et végétation, crayon noir et encre de chine sur calque épais, non signé, daté 24/10/1951

FLc 4552

CHANDIGARH: CORTE SUPREMA, 1952 Vista em perspectiva de uma fachada de frente para espelho d´água com silhuetas, vegetação, a Mão Aberta, nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier, datado de 04/03/1952

chandiGarh: haute cour, 1952 vue en perspective d’une façade donnant sur le bassin d’eau avec silhouettes, végétation, la Main ouverte, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 04/03/1952

FLc 4574

CHANDIGARH: CORTE SUPREMA, 1952 Vista em elevação da fachada em frente ao parque mostrando rampas, pilotis, paredes de vidro, gárgulas, etc., lápis preto e nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier, sem data

chandiGarh: haute cour, 1952 vue en élévation de la façade sur le parc montrant rampes, pilotis, pans de verre, gargouilles, etc., crayon noir et encre de chine sur calque d’étude, signé Le corbusier, non daté

FLc 4522

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106 CHANDIGARH: PALáCIO DA ASSEMBLEIA, 1955 Croqui de estudo da Assembleia e do Palácio da Justiça, nanquim, lápis preto e lápis de cor, sem assinatura, datado de 28/10/1956

chandiGarh: PaLais de L’asseMbLée, 1955 croquis d’étude de l’assemblée et du Palais de Justice, encre de chine, crayon noir et couleur, non signé, daté 28/10/1956

FLc 5659c

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107CHANDIGARH: PALáCIO DA ASSEMBLEIA, 1955 Croqui de estudo da Assembleia e do Palácio da Justiça, nanquim, lápis preto e lápis de cor, sem assinatura, datado de 28/10/1956

chandiGarh: PaLais de L’asseMbLée, 1955 croquis d’étude de l’assemblée et du Palais de Justice, encre de chine, crayon noir et couleur, non signé, daté 28/10/1956

FLc 5659d

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CHANDIGARH: PALáCIO DA ASSEMBLEIA, 1955 Croqui em corte (noroeste) (sudeste) da sala, etc., lápis preto sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

chandiGarh: PaLais de L’asseMbLée 1955 croquis en coupe (nord-ouest) (sud-est) sur la salle, etc., crayon noir sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 2962

CHANDIGARH: PALáCIO DA ASSEMBLEIA, 1955 Planta do segundo andar mostrando locais diversos, corte das fachadas dos escritórios e entrada principal com locais, lápis preto sobre papel vegetal de espessura média, sem assinatura, datado de 24/10/1952

chandiGarh: PaLais de L’asseMbLée, 1955 Plan du 2ème étage montrant locaux divers, coupe des façades côté bureaux et entrée principale avec locaux, crayon noir sur calque moyen, non signé, daté 24/10/1952

FLc 3019

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CHANDIGARH: SECRETARIADO, 1955 Vista em elevação da fachada, tinta preta sobre papel tirage, assinado por Le Corbusier, sem data

chandiGarh: secrétariat 1955 vue en élévation de la façade, encre noire sur papier tirage, signé Le corbusier, non daté

FLc 3402

CHANDIGARH: SECRETARIADO, 1955 Croqui de estudo da fachada, nanquim, tinta azul e lápis vermelho sobre papel vegetal, sem assinatura, datado de 13/06/1952

chandiGarh: secrétariat, 1955 croquis d’étude de façade, encre de chine, encre bleue et crayon rouge sur calque d’étude, non signé, daté 13/06/1952

FLc 3310

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112 Ahmedabad (1954–1959) ahMedabad (1954–1959)

Enquanto trabalhava no projeto de Chandigarh, Le Corbusier foi chamado para Ahmedabad, na província do Gujarat, a nordeste do país. Ali existiam ricas famílias, em grande parte envolvidas na indústria têxtil, como as famílias Sarabhai e Shodan, que lhe encomendaram luxuosos domicílios. Ele construiu nessa cidade, igualmente, um grande museu e, sobretudo, o edifício para a Associação dos Fiandeiros, nas margens do rio Sabarmati. Este prédio, em planta quadrada, é um projeto que está entre os mais emblemáticos da espacialidade corbusiana. Elevando-se em quatro andares, este cubo de concreto bruto, munido de uma comprida rampa de acesso, como se fosse uma esponja de múltiplos alvéolos, encadeia sequências arquitetônicas que permitem que ele seja atravessado desde o solo até o teto-terraço. Assim como em todos os edifícios de Le Corbusier construídos na Índia, uma grande atenção foi dedicada à questão do clima, seja por meio dos grandes tetos parassol, que protegem do ardor do sol ou da violência das chuvas das monções, seja pelas aberturas das fachadas que oferecem a possibilidade de ventilação natural dos diferentes espaços.

dans le même temps où il travaille au projet de chandigarh, Le corbusier est appelé à ahmedabad dans la province du Gujarat au nord/est du pays. il y a là de riches familles pour la plupart impliquée dans l’industrie textile, comme les sarabhai ou les shodan, qui vont lui commander de somptueuses demeures. il va également construire dans cette ville, un grand musée et surtout le bâtiment pour l’association des Filateurs, en bordure de la rivière sabarmati. ce bâtiment sur plan carré est un des projets parmi les plus emblématiques de la spatialité corbuséenne. s’élevant sur quatre niveaux ce cubede béton brut, desservi par une longue rampe d’accès, tel une éponge aux multiples alvéoles, enchaîne les séquences architecturales qui depuis le sol jusqu’au toit terrasse, permettent de le traverser. comme dans tous les bâtiments de Le corbusier, construits en inde, une très grande attention a été apportée ici à la question du climat, que ce soit par le traitement des grands toits parasols protégeant des ardeurs du soleil ou de la violence des pluies de mousson, ou dans celui des ouvertures en façade offrant la possibilité d’une ventilation naturelle des différents espaces.

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113AHMEDABAD: PALáCIO DOS FIANDEIROS, 1951Vista em elevação das fachadas (principal e de frente para o rio) com silhuetas, sombras e vegetação, tirage hélio sobre papel tirage, sem assinatura, datado de 31/10/1952

ahMedabad: PaLais des FiLateurs, 1951 elévation de façades (principale et côté rivière) avec silhouettes, ombres et végétation, tirage hélio sur papier tirage, non signé, daté 31/10/1952

FLc 6804b

AHMEDABAD: PALáCIO DOS FIANDEIROS, 1951 Vista em corte AA com silhuetas e tabela de legendas, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier e datado de 31/10/1952

ahMedabad: PaLais des FiLateurs, 1951 vue en coupe aa avec silhouettes et tableaux des légendes, crayon noir et encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 31/10/1952

FLc 6806a

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114 AHMEDABAD: PALáCIO DOS FIANDEIROS, 1951Planta do terceiro andar com quadro de legendas, lápis preto e azul, nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier, sem data

ahMedabad: PaLais des FiLateurs, 1951 Plan du niveau 3 avec tableau des légendes, crayon noir et bleu, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier, non daté

FLc 6785

AHMEDABAD: PALáCIO DOS FIANDEIROS, 1951 Desenho em planta do quarto andar com numeração dos diversos cômodos e legenda, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier e datado de 31/10/1952

ahMedabad: PaLais des FiLateurs, 1951 dessin en plan niveau 4 avec numérotation des différentes pièces et légende, crayon noir et encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 31/10/1952

FLc 6795a

AHMEDABAD: PALáCIO DOS FIANDEIROS, 1951Vista em corte CC com silhuetas e quadro de legendas, lápis preto e lápis de cor, nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

ahMedabad: PaLais des FiLateurs, 1951 vue en coupe cc avec silhouettes et tableaux des légendes, crayon noir et couleur, encre de chine sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6809a

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115AHMEDABAD: MUSEU, 1951 Vista em elevação da fachada sul mostrando pilotis, paredes de vidro, jardins, gárgulas, estrutura, nanquim, lápis preto e lápis azul sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

ahMedabad: Musée ,1951 vue en élévation de la façade sud montrant pilotis, pans de verre, jardins, gargouilles, structure, encre de chine et crayon noir et bleu sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6967

AHMEDABAD, MUSEU, 1951 Croqui de estudo, vista em planta baixa mostrando planejamento do terreno, vias de acesso e implantação de edifícios, lápis preto e lápis de cor, nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier e datado de13/03/1952

ahMedabad: Musée, 1951 croquis d’étude, vue en plan montrant aménagement du terrain, voies d’accès et implantation bâtiments, crayon noir et couleur, encre de chine sur calque d’étude, signé Le corbusier et daté 13/03/1952

FLc 7013

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AHMEDABAD: CASA SARABHAI, 1955 Vista em elevação da fachada sudeste e em elevação lateral da fachada sudeste, lápis preto e azul, nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

ahMedabad: viLLa sarabhai, 1955 elévation façade sud-ouest et élévation latérale sud-est, crayon noir et bleu, encre de chine sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6695a

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AHMEDABAD: CASA SARABHAI, 1955 Croqui de estudo com cotas do térreo, com quebra-sol, lápis preto e lápis de cor, tinta azul sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

ahMedabad: viLLa sarabhai, 1955 croquis d’étude en couleur du rez de chaussée, avec les brise-soleil, crayon noir, crayons de couleur, encre bleue sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 31904

AHMEDABAD: CASA SARABHAI, 1955Dois cortes com cotas, anotações e croqui no alto, lápis preto e azul, nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

ahMedabad: viLLa sarabhai, 1955 deux coupes avec cotes, note et croquis en haut, crayon noir et bleu, encre de chine sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6694

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AHMEDABAD: CASA SHODHAN, 1951 Corte A – B, lápis preto e lápis de cor, tinta azul sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

ahMedabad: viLLa shodhan, 1951 coupe a – b, crayon noir et couleur, encre bleue sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 6618

AHMEDABAD: CASA SHODHAN, 1951 Vista em planta baixa do térreo com numeração e legenda, lápis preto e nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier, sem data

ahMedabad: viLLa shodhan, 1951 vue en plan du rez de chaussée avec numérotation et légende, crayon noir et encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier, non daté

FLc 6406

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AHMEDABAD: CASA SHODHAN, 1951 Vista em elevação da fachada sudeste com sombras, vegetação e silhuetas, lápis preto e azul, nanquim sobre papel vegetal espesso, sem assinatura, sem data

ahMedabad: viLLa shodhan, 1951 elévation de façade sud-ouest avec ombres, végétation et silhouettes, crayon noir et bleu, encre de chine sur calque épais, ni signé, ni daté

FLc 6412

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Construído em Evreux sur Arbeste, cidade

próxima de Lyon, o Convento de La Tourette

representa atualmente uma interpretação

totalmente radical e inovadora do convento

cisterciense, legado deixado pela tradição

medieval. Sobre um terreno em forte declive

em direção ao norte, Le Corbusier implantou

seu projeto sob a forma de dois corpos de

edifício organizados em volta de um pátio

retangular. O primeiro, em forma de U, abriga

em diferentes níveis a parte habitacional do

convento com suas cozinhas, seu refeitório,

seus quartos para os monges e sua biblioteca.

O segundo, na perpendicular em relação ao

primeiro, reúne a igreja e seus anexos. Enfim,

um conjunto inteiro de espaços intensamente

vitrificados pelas paredes de vidro “onduladas”,

concebidas por Yannis Xénakis que, tal como

uma pauta musical dimensionada no Modulor,

ocupam o espaço vazio central do convento

para conectar suas diferentes partes. Aqui,

trata-se de uma reinterpretação totalmente

notável da tipologia do claustro. A esta

primeira estrutura arquitetônica, muito racional

na sua ortogonalidade, adicionou-se, como

por contraponto, uma série de elementos,

como o oratório em forma de pirâmide, o

cilindro da escada helicoidal, as paredes

curvas da entrada, a curva da cripta ao longo

das laterais da igreja, o bloco da sacristia...

Como de costume, Le Corbusier aproveitou a

invenção ou, se preferirmos, a transformação

deste projeto excepcional pensado segundo

a regra dominicana, para adicionar elementos

de seu vocabulário e o fez de maneira

provocadora, como no caso dos poços de luz,

que proporcionam uma iluminação natural que

muda ao longo das horas e das estações, no

coração desta arquitetura sagrada.

Convento Sainte Mar ie de La Tourette (1953–1960)couvent de La tourette (1953–1960)

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EVEUX: CONVENTO SAINTE MARIE DE LA TOURETTE, 1953 Elevações e cortes das fachadas com legendas, cálculos e anotações, lápis preto sobre papel vegetal grosso, sem assinatura, datado de 15/05/1955

eveuX: couvent sainte Marie de La tourette, 1953 elévations et coupes des façades avec légendes, calculs et notes, crayon noir sur calque épais, non signé, daté 15/05/1955

FLc 1340

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construit à eveux sur arbresle, près de Lyon, le couvent de la tourette représente aujourd’hui une interprétation toute à fait radicale et innovante du couvent cistercien, légué par la tradition médiévale. sur un terrain en très forte pente, descendant vers le nord, Le corbusier implante son projet sous la forme de deux corps de bâtiments organisés autour d’une cour rectangulaire. Le premier en forme de u, abrite sur différents niveaux, la partie habitative du couvent avec ses cuisines, son réfectoire, ses chambres pour les moines, sa bibliothèque. Le second à la perpendiculaire du premier, abrite l’église et sa annexes. tout un ensemble de conduits largement vitrés, grâce aux pans de verres “ondulatoires” conçus par Yannis Xénakis, telle une portée musicale dimensionnée au Modulor, occupe l’espace vide central du couvent, pour relier entre elles les différentes entités de celui-ci. il s’agit ici d’une réinterprétation tout à fait remarquable de la typologie du cloître. a cette première structure architectonique, très rationnelle dans son orthogonalité, viennent s’ajouter comme dans un contrepoint, une série d’éléments comme l’oratoire en forme de pyramide, le cylindre de l’escalier hélicoïdal, les parois courbes des parloirs dans l’entrée, la courbe de la crypte qui vient longer le flanc de l’église, le bloc de la sacristie… comme à son habitude, Le corbusier profite de l’invention ou de la transformation de ce projet exceptionnel, pensé sur la règle dominicaine, pour ajouter des éléments à son vocabulaire et ce d’une manière provocatrice, comme les mitraillettes ou les canons à lumière qui viennent amener un éclairage naturel changeant au fil des heures et des saisons, au cœur de cette architecture sacrée.

EVEUX: CONVENTO SAINTE MARIE DE LA TOURETTE, 1953 Elevação da fachada norte da igreja com croqui, indicações e cotas, lápis preto sobre papel vegetal de espessura média, sem assinatura, datado de 20/11/1956

eveuX: couvent sainte Marie de La tourette, 1953 elévation façade nord de l’église avec croquis, indications et cotes, crayon noir sur calque moyen, non signé, daté 20/11/1956

FLc 1339

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Pavi lhão do Brasi l , Par is (1953–1959)PaviLLon du brésiL, Paris (1953–1959)

Neste edifício, construído na Cidade Universitária Internacional de Paris, Le Corbusier colaborou novamente com Lucio Costa. Ele o construiu, assim como em outros casos, em proximidade com um outro de seus famosos projetos: o Pavilhão Suíço, que ele edificou no começo dos anos 30. Com o Pavilhão do Brasil, Le Corbusier seguiu no caminho dessa arquitetura “brutalista”, cuja força de expressão, pela natureza dos materiais utilizados, pelas suas diferentes texturas e pelos jogos de policromia... exala uma grande força poética, quase arcaica. Aqui, o desenho do volume dos quartos, cujo lado norte é definido por um jogo de linhas oblíquas, enquanto o lado sul, assim como em Marselha, é perfurado pela repetição de alvéolos das galerias, repousa, assim como o seu vizinho, o Pavilhão Suíço, sobre um potente pilotis. Sob este pilotis, o térreo surge de modo muito sutil para proporcionar espaços de grande sensualidade, que reúnem a recepção, os espaços comunitários do pavilhão e um pequeno anfiteatro. Em frente a este pavilhão, voltada para a avenida, a casa do guarda, com seu telhado inclinado, relembra, caso necessário, que se trata de uma arquitetura de habitações, na qual, não por acaso, existem alguns traços de semelhança com a arquitetura das Unidades Habitacionais.

avec ce bâtiment construit dans le cadre de la cité universitaire internationale de Paris, Le corbusier collabore à nouveau avec Lucio costa. il construit également à proximité d’un autre de ses célèbres projets: le pavillon suisse qu’il a édifié au début des années trente. avec le pavillon du brésil, Le corbusier continue dans la voie de cette architecture “brutaliste” dont la force d’expression, de par la nature des matériaux employés, le contraste de leurs différentes textures, les jeux de polychromie… dégage une grande force poétique, presque archaïsante. ici le prisme du volume des chambres, dont la paroi nord est définie par un jeu de lignes obliques, tandis que la paroi sud, comme à Marseille est percée par la répétition des alvéoles de loggias, repose comme son voisin, le pavillon suisse, sur un puissant pilotis. sous ce pilotis, le sol du rez de chaussée vient se glisser d’une manière très subtile, pour délivrer des espaces d’une grande sensualité et qui abritent l’accueil, les espaces communs du pavillon ainsi qu’un petit amphithéâtre. au devant de ce pavillon, côté boulevard, la maison du gardien avec son toit incliné rappelle s’il en était besoin, qu’il s’agit là d’une architecture de logements, dont certains traits de similitude avec l’architecture des unités d’habitation, ne sont certainement pas fortuits.

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PARIS: CIDADE UNIVERSITáRIA, CASA DO BRASIL ,1953 Elevação da fachada sudeste com silhuetas e vegetação nanquim sobre papel vegetal de textura média, assinado por Le Corbusier, sem data

Paris: cité universitaire, Maison du brésiL, 1953elévation de la façade sud-est avec silhouettes et végétation, encre de chine sur calque moyen, signé Le corbusier, non daté

FLc 12570

PARIS: CIDADE UNIVERSITáRIA, CASA DO BRASIL, 1953 Elevação da fachada noroeste com silhuetas e vegetação, assinado por Le Corbusier e datado de 22/02/56

Paris: cité universitaire, Maison du brésiL, 1953elévation de la façade nord-ouest avec silhouettes et végétation, encre de chine sur calque moyen, signé Le corbusier et daté 22/02/56

FLc 12569

PARIS: CIDADE UNIVERSITáRIA, CASA DO BRASIL, 1953 Planta dos anexos do térreo com legenda e orientação, nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier e datado de 22/02/56

Paris: cité universitaire, Maison du brésiL, 1953Plan des annexes du rez-de-chaussée avec légende et orientation, encre de chine sur calque d’étude, signé Le corbusier et daté 22/02/56

FLc 12568

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Firminy: Casa da Cultura (1955–1965)FirMinY: Maison de La cuLture (1955–1965)

A cidade de Firminy, na região do Loire, no centro da França, abriga atualmente um conjunto de edifícios que constitui um sítio “Le Corbusier” totalmente excepcional. No projeto mestre desse novo bairro, o estádio está no centro da composição. Um pouco mais ao longe, sobre uma colina, está a Unidade Habitacional. Nas proximidades desse estádio, a Casa da Cultura, cujo corte lembra um arquibancada, traz, com suas fachadas inclinadas que dão uma impressão de desequilíbrio, um efeito de aspecto completamente único que realça o valor desse antigo sítio de sua carreira.

Com seus elementos de fachada policrômicos, seu concreto deixado no estado bruto após o desarme e sua rampa de acesso, a Casa da Cultura de Firminy é uma obra corbusiana no sentido completo do termo. O tratamento dado ao frontão sul, com uma imensa gárgula para evacuar as águas pluviais, e o baixo-relevo executado em profundidade na massa de concreto, adicionam uma particularidade ainda maior a este desenho original de Le Corbusier.

Em frente a esta Casa da Cultura, acaba de ser terminada a Igreja Saint Pierre (1960–2006), última obra póstuma de Le Corbusier.

La ville de Firminy dans la Loire, au centre de la France, abrite aujourd’hui un ensemble de bâtiments constituant un site “Le corbusier” tout à fait exceptionnel. dans le master plan de ce nouveau quartier, le stade est au centre de la composition. un peu à l’écart, sur une colline, se tient l’unité d’habitation. en bordure de ce stade, la Maison de la culture, dont la coupe évoque celle d’un gradin, amène avec ses façades inclinées en porte à faux, un effet de silhouette tout à fait particulier pour la valorisation de cet ancien site de carrière.

avec ses éléments de façade polychromes, son béton brut de décoffrage, sa rampe d’accès, la Maison de la culture de Firminy est une œuvre corbuséenne au plein sens du terme. Le traitement de son pignon sud avec son immense gargouille pour évacuer les eaux de pluie et son bas relief exécuté en creux dans la masse du béton de cette façade sur un dessin original de Le corbusier, ajoute encore à la particularité de cet édifice.

en face de cette Maison de la culture, vient d’être terminée l’eglise saint Pierre (1960/2006), dernière œuvre posthume de Le corbusier.

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FIRMINY: CASA DA CULTURA, 1956 Fachadas leste-oeste e norte-sul, corte longitudinal, dois cortes transversais, cotas de nível e silhueta, lápis sobre papel tirage hélio, sem assinatura, datado de 01/02/1961

FirMinY: Maison de La cuLture, 1956Façades est-ouest et nord-sud, coupe longitudinale, 2 coupes transversales, côtes de niveau et silhouette, crayon sur papier tirage hélio, non signé, daté 01/02/1961

FLc 16847

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FIRMINY: CASA DA CULTURA, 1956 Desenho de estudo, perspectiva interior do alojamento com silhuetas, nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier e datado de 10/1956

FirMinY: Maison de La cuLture, 1956dessin d’étude, perspective intérieure dans le foyer avec silhouettes, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 10/1956

FLc 16815

FIRMINY: CASA DA CULTURA, 1956 Desenhos de estudo, perspectiva interior da biblioteca com silhuetas e decoração interior, nanquim sobre papel vegetal espesso, assinado por Le Corbusier datado de 20/10/1956

FirMinY: Maison de La cuLture, 1956dessins étude perspective intérieure sur bibliothèque avec silhouettes et aménagement intérieur, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 20/10/1956

FLc 16817

FIRMINY: CASA DA CULTURA, 1956 Desenho em perspectiva interior do hall de entrada com silhuetas e decoração, nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier e datado de 02/10/1956

FirMinY: Maison de La cuLture, 1956dessin en perspective intérieure sur hall d’entrée avec silhouettes et aménagements, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 02/10/1956

FLc 16818

FIRMINY: CASA DA CULTURA, 1956 Desenho em perspectiva interior do hall de entrada com silhuetas e decoração, nanquim sobre papel vegetal, assinado por Le Corbusier e datado de 01/10/1956

FirMinY: Maison de La cuLture, 1956dessin en perspective intérieure sur hall d’entrée avec silhouettes et aménagement, encre de chine sur calque épais, signé Le corbusier et daté 01/10/1956

FLc 16819

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FIRMINY: IGREJA SAINT PIERRE, 1960 Croqui à mão livre para estudo de elementos acústicos na parte externa da cúpula da igreja acompanhado de uma nota explicativa, caneta preta sobre papel machine, sem assinatura, datado de 27/09/1955

FirMinY: eGLise saint Pierre, 1960 croquis à main levée pour l’étude d’éléments acoustiques à l’extérieur de la coque de l’église accompagné d’une note explicative, stylo noir sur papier machine, non signé, daté 27/09/1955

FLc 32085

FIRMINY: IGREJA SAINT PIERRE, 1960 Corte 2 leste-oeste com quadro de legendas, numeração, silhuetas, tirage sobre papel vegetal médio, assinado por Oubrerie e datado de 27/10/1970

FirMinY: eGLise saint Pierre, 1960 coupe 2 - est – ouest avec tableau de légendes, numérotation, silhouettes, tirage sur calque moyen, signé oubrerie et daté 27/10/1970

FLc 32244

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134 Museu de Tóquio (1959)Musée de tokYo (1959)

Desde os anos 30, Le Corbusier havia teorizado a construção de um museu que ele denominava: “O museu do crescimento ilimitado”. Esta nova tipologia, pensada no modelo de uma espiral quadrada, que simboliza a infinitude do conhecimento, serviu de base para a construção, em Tóquio, deste museu chamado atualmente Museu Nacional de Belas Artes do Ocidente. Encomendado para abrigar a coleção de obras impressionistas pertencente a um mecenas japonês residente em Paris, este museu veio acompanhado por toda uma série de edifícios para sediar exposições temporárias. O emprego de dois materiais domina esta arquitetura: o concreto deixado no estado bruto após o desarme, e o meio-fio, composto de pedras naturais embutidas no concreto.

dès les années trente, Le corbusier avait théorisé la construction d’un musée type qu’il avait intitulé: “Le musée à croissance illimitée”. cette nouvelle typologie, pensée sur le modèle d’une spirale carrée, symbolisant l’infinitude de la connaissance, va servir de base à la construction à tokyo de ce musée appelé aujourd’hui: Musée national des beaux arts de l’occident. commandé pour abriter la collection d’œuvres impressionnistes, appartenant à un mécène japonais installé à Paris, ce musée est accompagné de toute une série de bâtiments annexes abritant des expositions temporaires. L’emploi de deux matériaux domine cette architecture: le béton brut de décoffrage, et les parements de pierre naturelle enchassées dans le béton pour les éléments de parements des façades.

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TÓQUIO: MUSEU DE ARTE OCIDENTAL ,1957 Desenho em planta baixa dos pavimentos 3, 4, 4bis e 5 do edifício, com quadro de legendas, tirage hélio sobre papel tirage, assinado por Le Corbusier e datado de 09/07/1956

tokYo: Musée d’art occidentaL, 1957 dessin en plan des niveaux 3, 4, 4bis, et 5 du bâtiment avec tableau de légendes, tirage hélio sur papier tirage, signé Le corbusier et daté 09/07/1956

FLc 24616

TÓQUIO: MUSEU DE ARTE OCIDENTAL, 1957 Desenho em corte de níveis com legendas, indicações de materiais, iluminação, silhuetas, tirage hélio sobre papel tirage, assinado por Le Corbusier e datado de 09/07/1956

tokYo: Musée d’art occidentaL, 1957 dessin en coupe de niveaux avec légendes, indications de matériaux, éclairage, silhouettes, tirage hélio sur papier tirage, signé Le corbusier et daté 09/07/1956

FLc 24617

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TÓQUIO: MUSEU DE ARTE OCIDENTAL, 1957 Desenho em planta de conjunto dos edifícios culturais com quadro de legendas e orientação, tirage hélio sobre papel tirage, assinado por Le Corbusier e datado de 09/07/1956

tokYo: Musée d’art occidentaL, 1957 dessin en plan d’ensemble des bâtiments culturels avec tableau de légendes et orientation, tirage hélio sur papier tirage, signé Le corbusier et daté 09/07/1956

FLc 24615

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138 Hospita l de Veneza (1964–1965)hôPitaL de venise (1964–1965)

A construção de um novo hospital em Veneza foi um projeto que nunca chegou a ser realizado, mas cujo interesse histórico e teórico não sofre de nenhuma ambiguidade com relação à história do urbanismo e da arquitetura do século XX. Pensado como uma prolongação do bairro do Canareggio, o mais setentrional dos “Sestieri” de Veneza, próximo à estação ferroviária, este projeto, contrário à ideia de arquitetura/objeto, corresponde à criação de um fragmento de tecido urbano, uma espécie de “urbatectura”, que ingressa habilmente no gabarito da morfologia urbana de Veneza. Tudo retomando princípios tipológicos, assim como no caso dos corredores do hospital, pensados como verdadeiras “calle” venezianas ou “sottoporteghi”, passagens cobertas que permitem penetrar nos corações dos bairros.

Construir uma arquitetura contemporânea em Veneza foi uma problemática com a qual se confrontaram vários mestres da arquitetura moderna. Portanto, desse ponto de vista, a proposta radical de Le Corbusier pertence, hoje, ao imaginário histórico da história da Sereníssima.

Le projet de construction d’un nouvel hôpital à venise est un projet qui ne verra jamais le jour, mais dont l’intérêt historique et théorique, ne souffre d’aucune ambiguïté au regard de l’histoire l’urbanisme et de l’architecture du XXe siécle. Pensé en prolongement du quartier du canareggio, le plus septentrional des “sestieri” de venise, à proximité de la gare, ce projet, à l’opposé d’une architecture/objet, correspond à la fabrique d’un morceau de tissu urbain, une sorte d’“urbatecture” qui vient se glisser habilement dans le gabarit de la morphologie vénitienne, tout en en reprenant les principes typologiques comme les couloirs de cet l’hôpital pensés comme de véritables “calle” vénitiennes ou les “sottoporthegi” ou passages couverts qui permettent de pénétrer dans les cœurs d’îlôt.

construire une architecture contemporaine dans venise aura été une problématique à laquelle se seront confrontés de nombreux maîtres de l’architecture moderne. de ce point de vue, la proposition radicale de Le corbusier appartient aujourd’hui à l’imaginaire historique de l’histoire de la sérenissime.

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HOSPITAL DE VENEzA Planta do terceiro nível com quadro de legendas

hôPitaL de venise niveau3. Plan avec tableau de légende

FLc 32173b

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HOSPITAL DE VENEzA Planta do nível 2A com quadro de legendas

hôPitaL de venise niveau2a. Plan avec tableau de légende

FLc 32174b

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HOSPITAL DE VENEzA Planta do primeiro nível com quadro de legendas

hôPitaL de venise niveau1. Plan avec tableau de légende

FLc 32173b

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Maison d´homme Zur ique (1967)Maison d’hoMMe Zurich (1967)

O Pavilhão de zurique foi o último projeto construído por Le Corbusier. Assim como em outros casos, trata-se de uma projeto teorizado durante muito tempo e que chegou à sua conclusão às margens do lago de zurique. Inteiramente construído em metal, esse quadrado duplo se apresenta como um telhado quebra-sol sob o qual são deslizadas duas caixas que constituem diferentes espaços de exposição, recepção e serviço, conectadas por uma rampa. A estrutura é em chapa de aço dobrada e os diversos elementos policrômicos da fachada são montados por parafusamento, de forma aparente. Com esta pequena edificação, Le Corbusier previu, alguns anos antes da construção do Centro Pompidou, uma nova virada da arquitetura, de tal modo que as noções de flexibilidade dos espaços e o aspecto construtivo “do it yourself” tiveram suas origens na cultura pop.

Le pavillon de Zurich est le dernier projet construit de Le corbusier. comme souvent il s’agit d’un projet théorisé de longue date et qui va trouver son aboutissement au bord du lac de Zurich. entièrement construit en métal, ce double carré se présente sous la forme d’un toit parasol sous lequel sont glissées deux boîtes desservies par une rampe et qui abritent différents espaces d’exposition, d’accueil et de service. La structure est en tôle d’acier pliée, les différents éléments de façade polychromes sont assemblés par boulonnage, d’une manière apparente. avec ce petit bâtiment, Le corbusier préfigure, quelques années avant la construction du centre Pompidou, un nouveau tournant de l’architecture dans laquelle les notions de flexibilité des espaces ainsi que l’aspect constructif “do it yourself”, puise ses origines dans la culture pop.

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zURICH: PAVILHÃO DE ESPOSIÇÃO zHLC, 1963 Croqui em elevação da fachada com legendas, notas, croqui em planta baixa do nível da habitação, lápis preto e colorido sobre papel vegetal, sem assinatura, sem data

Zurich: PaviLLon d’eXPosition ZhLc, 1963 croquis élévation de la façade avec légendes, notes, croquis en plan de niveau du logis, crayon noir et couleur sur calque d’étude, ni signé, ni daté

FLc 21107

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145A Obra Plást icaL’œuvre pLastique

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Esta importante obra plástica, composta por quase 400 quadros, aproximadamente 50 esculturas e quase o mesmo número de tapeçarias, milhares de desenhos, centenas de litografias, colagens, esmaltes, estampas,... associa-se intimamente à obra de Le Corbusier e ao seu trabalho de urbanista e arquiteto. Melhor ainda, como ele mesmo relembrou: “Acho que se foi possível dar alguma atenção à minha obra arquitetônica, é a este trabalho secreto (subentendendo o desenho e a pintura) que é necessário atribuir o valor profundo”.

Tendo como formação inicial a gravação em caixas de relógios, Le Corbusier não deixou nunca de desenhar e pintar, apesar de uma recepção inicial de sua obra plástica relativamente desanimada, resultante de uma crítica que não amava a mistura de gêneros.

Após uma obra, a da juventude, que buscava a si mesma, mas durante a qual ele realizou magníficos desenhos de viagens sob a forma de croquis, aquarelas ou guaches, Charles Edouard Jeanneret, que ainda não assinava como Le Corbusier, debutou em Paris, a partir de 1918, uma carreira de pintor com a cumplicidade e com os conselhos perspicazes do pintor Amédée Ozenfant. Juntos, eles publicaram uma obra intitulada “Após o Cubismo”, na qual tornaram-se propagandistas de um novo movimento que eles chamaram de “O Purismo”.

Toda a década 1920-1930 viu a produção de numerosas pinturas originadas dessa doutrina, que louvava a representação de objetos do cotidiano, como os pratos, os copos, os cachimbos, os instrumentos musicais; todos montados como em naturezas mortas, mas criados por uma montagem sábia, combinando a forma desses elementos entre si e um acabamento que lhes dá toda uma originalidade.

Na década seguinte, já separado de Amédée Ozenfant, Le Corbusier abordou uma nova fase de sua obra de pintura, introduzindo a figura humana e o que ele chamou de os “objetos de reação poética”: seixos, pedras e outros elementos retirados tanto do mundo industrial quanto da natureza. Sua pintura ainda era figurativa, apesar de, às vezes, se aproximar das teorias do surrealismo.

Na terceira e última parte de sua obra, cujas peças são apresentadas nesta exposição, Le Corbusier aproximou-se da arte abstrata sem renunciar à arte figurativa. Nesta última parte da obra, os temas mitológicos, como o demonstra a série dos “Touros”, têm lugar importante. As formas utilizadas em suas telas, o destacamento entre linhas de desenho e emprego da cor geram um universo pictórico completamente singular, que tenta criar uma mediação entre o mundo da arquitetura e aquele das artes plásticas.

A busca dessa unidade entre os diversos campos da expressão plástica chegou ao seu final no começo dos anos 50, com a doutrina que Le Corbusier chamou de: “A síntese das artes”.

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Cette œuvre plastique, importante, près de 400 tableaux, une cinquantaine de sculptures, presqu’autant de tapisseries, des milliers de dessins, des centaines de lithographies, des papiers collés, des émaux, des estampes… est associée étroitement dans l’œuvre de Le Corbusier, à son travail d’urbaniste et d’architecte. Mieux, comme il le rappelle lui même: “Je pense que si l’on a pu accorder quelque attention à mon œuvre d’architecte, c’est à ce labeur secret (sous entendu le dessin et la peinture), qu’il faut en attribuer la valeur profonde”.

Graveur de boîtiers de montres de formation, Le Corbusier n’aura jamais cessé de dessiner et de peindre et ce malgré une réception de son œuvre plastique plutôt boudée à ses débuts, par une critique n’aimant pas le mélange des genres.

après une œuvre de jeunesse qui se cherche, mais au cours de laquelle il réalise de magnifiques dessins de voyages sous forme de croquis, d’aquarelles ou de gouaches, Charles edouard Jeanneret, qui ne signe pas encore Le Corbusier, débute à paris, dès 1918, une carrière de peintre avec la complicité et sous les conseils avisés du peintre amédée Ozenfant. ensemble, ils publient un ouvrage intitulé “après le Cubisme” et dans lesquelles ils se font les propagandistes d’un nouveau mouvement qu’ils appelleront: “Le purisme”.

toute la décennie 1920/1930, voit la production de nombreuses peintures à partir de cette doctrine qui prône la représentation d’objets du quotidien comme des assiettes, des verres, des pipes, des instruments de musique, …assemblés comme dans des natures mortes, mais à partir d’un montage savant qui combine la forme de ces éléments entre eux et un rendu glacé et minutieux qui en fait toute l’originalité.

La décennie suivante, Le Corbusier qui s’est entre temps séparé d’amédée Ozenfant aborde une nouvelle phase de son œuvre peint, en introduisant la figure humaine et ce qu’il nomme les “objets à réaction poétique”: des cailloux, des galets, des éléments issus autant du monde industriel que de celui de la nature. sa peinture est alors encore figurative bien qu’elle s’approche parfois des théories du surréalisme.

La troisième et dernière partie de l’œuvre dont quelques pièces sont présentées dans cette exposition, voit Le Corbusier se rapprocher de l’art abstrait, tout en ne renonçant pas à la figuration. Dans cette ultime partie de l’œuvre les thèmes mythologiques comme le montre la série des “taureaux” tiennent une grande place. Les formes utilisées dans ses toiles, le détachement entre lignes de dessin et emploi de la couleur génèrent un univers pictural tout à fait singulier et qui tente une médiation entre le monde de l’architecture et celui des autres arts plastiques.

La recherche de cette unité entre les divers champs de l’expression plastique, trouvera son aboutissement au début dans années cinquante au travers de la doctrine que Le Corbusier intitulera: “La synthèse des arts”.

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150 DesenhosDessins

ESTUDO PARA A SÉRIE TOUROS, 1952 Giz colorido sobre papel preto, assinado L-C e datado de 52 embaixo

etuDe pOur La série Des taureaux, 1952Craies de couleurs sur papier noir, signé L-C et daté 52 en bas

FLC 3151

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DUAS MÃOS CRUZADAS, 1955 Lápis preto sobre papel, sem assinatura, datado embaixo à direita “p. Touro XIII, nascimento do Minotauro - maio 55”

Deux Mains CrOisées, 1955 Crayon noir sur papier, non signé, daté en bas à droite “p. taureau xiii, naissance du Minotaure - mai 55”

FLC 352

ESBOÇO SOBRE O TEMA DO TOURO Grafite sobre papel, sem assinatura, sem data

esquisse sur Le thèMe Du taureau Mine de plomb sur papier, ni signé, ni daté

FLC 3537

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VIOLONISTA, 1953 Tinta e lápis de cor sobre papel brun, datado de Cap Martin 21 agosto 53 embaixo à esquerda

Guitariste, 1953 encre et crayons de couleurs sur papier brun, non signé, daté Cap Martin 21 août 53 en bas à gauche

FLC 4346

BUSTO DE MULhER INCLINADA TOCANDO VIOLÃO, 1953 Lápis de cor sobre papel, sem assinatura, datado de Chandigarh maio 53 acima à esquerda

FeMMe en buste penChée JOuant De La Guitare, 1953 Crayons de couleurs sur papier, non signé, daté Chandigarh mai 53 en haut à gauche

FLC 1476

MULhER E TOURO, 1955 Guache preto sobre papel, assinado L-C e datado de Chandigarh nov. 55 embaixo à esquerda

FeMMe et taureau, 1955 Gouache noire sur papier, signé L-C et daté Chandigarh nov. 55 en bas à gauche

FLC 5446

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153

ESTUDO PARA QUADRO “UBU”, 1940 Tinta, guache, pastéis e água sobre papel canson, assinado Le Corbusier e datado de Ozon 40 embaixo à direita

etuDe pOur tabLeau “ubu”, 1940 encre, gouache, pastels et eau sur papier canson, signé Le Corbusier et daté Ozon 40 en bas à droite

FLC 3402

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154

ÍCONE, 1956–1959 Caneta hidrocor e lápis de cor sobre papel gaufré, assinado L-C à esquerda e datado de Cap Martin 16/9/59 ao centro e 56/59 à esquerda

iCOne, 1956–1959 Feutre et crayons de couleurs sur papier gaufré, signé L-C à gauche et daté Cap Martin 16/9/59 au milieu et 56/59 à gauche

FLC 5445

ÍCONE, 1956–1959 Caneta hidrocor preta sobre papel, assinado L-C e datado de 56-59

iCOne, 1956–1959 Feutre noir sur papier, signé L-C et daté 56-59

FLC 4000

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155“CÉSAR” (TOURO LIMOUSIN CAMPEÃO EM 1900), 1955 Grafite sobre papel, pena, tinta azul, pastéis e água sobre papel, assinado L-C e datado de Chandigarh 16 nov. 55 abaixo à direita

“César” (taureau LiMOusin ChaMpiOn en 1900), 1955 Mine de plomb, plume, encre bleue, pastels et eau sur papier, signé L-C et daté Chandigarh 16 nov. 55 en bas à droite

FLC 3634

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156 Litog raf iasLithOGraphies

CABEÇA E MÃOS CRUZADAS Album Unité, prancha 14 Litografia

tÊte et Mains CrOisées planche 14 de l’album unité Lithographie

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157

CONChA, PEIXE E MÃO Prancha 6 do Álbum Unité Litografia

COquiLLaGe, pOissOn et Main planche 6 de l’album unité Lithographie

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158

ESPIRAL E MÃOS CRUZADAS Prancha 11 do Álbum Unité Litografia

espiraL e MÃOs CruZaDas planche 11 de l’album unité Lithographie

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MÃOS E MULhER DEITADA Prancha 11 do Álbum Unité Litografia

Mains et FeMMe aLLOnGée planche 11 de l’album unité Lithographie

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TOURO Prancha 2 do Álbum Unité Litografia

taureau planche 2 de l’album unité Lithographie

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MÃOS CRUZADAS Prancha 16 do Álbum Unité Litografia

Mains CrOisées planche 16 de l’album unité Lithographie

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162 Colagenspapiers COLLés

PAPELÃO PARA TAPEÇARIA “PRÉSENCE”, 1951Colagem sobre papelão, com monograma L-C e datado de 51 abaixo à direita

CartOn pOur tapisserie “présenCe”, 1951 papiers collés sur carton, monogrammé L-C et date 51 en bas à droite

FLC 101

PAPELÃO PARA TAPEÇARIA “UMA CORDA CAÍDA DO CÉU”, 1930–1951Colagem, tinta e caneta esferográfica sobre papelão, assinado Le Corbusier e datado de 30-51 à tinta abaixo à direita

CartOn pOur tapisserie “une COrDe tOMba Du CieL”, 1930–1951 papiers collés, encre et stylo bille sur carton, signé Le Corbusier et daté 30-51 à l’encre en bas à droite

FLC 102

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163

PAPELÃO PARA TAPEÇARIA “AS ILhAS SÃO CORPOS DE MULhERES”, 1948 Folha impressa, com monograma L-C e datado de 48 abaixo no centro

CartOn pOur tapisserie “Les iLes sOnt Des COrps De FeMMes”, 1948 Feuille imprimée, monogrammé L-C et daté 48 en bas au milieu

FLC 104

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PROJETO DE CARTAZ PARA EXPOSIÇÃO EM PARIS, 1962–1963 Colagem, tinta preta e giz branco sobre papel preto, monograma L-C em giz branco abaixo à direita, sem data

prOJet D’aFFiChe pOur expOsitiOn: paris, 1962–1963 papiers collés, encre noire et craie blanche sur papier noir, monogrammé L-C à la craie blanche em bas à droite, non daté

FLC 99

POLIFEMO, 1955 Colagem, papel jornal e tinta preta sobre papel Ingres, assinado Le Corbusier e datado de janeiro 55 à tinta abaixo no centro

pOLyphèMe, 1955 papiers collés, papier journal et encre noire sur papier ingres, signé Le Corbusier et daté janvier 55 à l’encre en bas au milieu

FLC 100

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165

DUAS DAMAS VIOLONISTAS (PROJETO PARA TAPEÇARIA), 1960 Colagem sobre fundo de papel preto, monograma L-C 60 datado de maio 60 abaixo à direita

Deux DaMes Guitaristes (prOJet pOur tapisserie), 1960 papiers collés sur fond papier noir, monogrammé L-C 60 et daté mai 60 en bas vers la droite

FLC 114

O TOURO TRIVALENTE Colagem colorida e tinta preta, monograma L-C datado de Cap Martin agosto 58 abaixo no centro

Le taureau trivaLent (prOJet pOur tapisserie) - 1958 papiers collés de couleurs et encre noire, monogrammé L-C et daté Cap Martin août 58 en bas au Milieu

FLC 111

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166 Pinturaspeintures

ARCOLE SIMLA, 1952 Óleo sobre tela

arCOLe siMLa, 1952 huile sur toile

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Totem 3 1926–1939–1961 Óleo sobre tela

tOteM 3 1926–1939–1961 huile sur toile

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TOURO X ,1955 Óleo sobre tela

taureau x, 1955 huile sur toile

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ÍCONE 3, 1956 Óleo sobre tela

iCône 3, 1956 huile sur toile

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TOURO X, 1955 Óleo sobre tela

taureau x, 1955 huile sur toile

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171EsculturassCuLptures

TOTEM, 1950 Madeira natural e ferro

tOteM, 1950bois naturel et fer

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OZON II, 1940–1962 Madeira policromada

OZOn ii, 1940–1962 bois polychrome

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PANURGE II, 1962Madeira policromada

panurGe ii, 1962 bois polychrome

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174 Tapeçar iatapisseries

TRÊS MULhERES SOBRE FUNDO BRANCO, 1950 Tapeçaria

trOis FeMMes sur FOnD bLanC, 1950 tapisserie

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NATUREZA MORTA, 1965 Tapeçaria

natureZa MOrta, 1965 tapisserie

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177Biog raf iaBIOGRAPHIE

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1791887 6 de outubro, nascimento de Charles-Edouard Jeanneret (Le Corbusier), rua De La Serre, em La Chaux-de-Fonds, filho de Georges Edouard Jeanneret, cinzelador e esmaltador de relógios, e de Marie Charlotte Amélie Jeanneret-Perret, musicista.

1891 Escola primária de La Chaux-de-Fonds.

1900 Formação como gravador na Escola de Arte em que ensina Charles l’Eplattenier.

1902 Diploma honorífico na Exposição Internacional das Artes Decorativas de Turim por um relógio gravado.

1904 Início do curso superior de decoração (anexo da escola) dirigido por Charles L´Eplattenier, que leva Le Corbusier para a arquitetura.

1905 Encomenda de um projeto de mansão em La Chaux-de-Fonds por um membro da comissão da Escola de Arte, Louis Fallet, em colaboração com René Cha-pallaz, arquiteto.

1907 Viagem de dois meses e meio pela Itália: Mi-lão, Florença (setembro) – visita ao Convento de Ema em Galluzzo; Siena, Bolonha, Padova, Gargoano, Veneza (outubro – início de novembro). Em novembro, Viena, via Budapeste. Estadia de quatro meses em Viena: elabora-ção dos projetos das mansões Stotzer et Jacquemet (La Chaux-de-Fonds).

1908 Viena: encontro com J. Hoffmann e os artistas Moser e Klimt.

1909 Em março, viagem a Paris via Nuremberg, Stras-burgo, Nancy. Em Lyon, encontro com Tony Garnier. Em Paris, visita a Jourdain Plumet, Sauvage, Grasset. Trabalho com Auguste e Gustave Perret como desenhista. Outono: retorno para La Chaux-de-Fonds para construir as man-sões Sotzer e Jacquemet.

1910 Fundação dos Ateliers “d’Arts Réunis” (Artes Reunidas) para a melhoria da Arte. Participação em uma corrida nacional de ski (Grindelwald). Abril: Missão da Escola de Arte de La Chaux-de-Fonds para estudar o mo-vimento das Artes Aplicadas na Alemanha. “Estudo sobre o movimento da Arte Decorativa na Alemanha”, publica-do em 1912 em La Chaux-de-Fonds. Inverno: 5 meses no atelier Peter Behrens (Berlin). Encontro com Mies Van der Rohe e Walter Gropius.

1911 Encontro com Heinrich Tessenow, arquiteto da cidade-jardim de Hellerau. Em maio, partida para Dres-den para a viagem ao Oriente: Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste, Tarnovo, Gabrovo, Kasanlink, Istam-bul, Monte Athos (21 dias), Atenas e Itália meridional,

em companhia de seu amigo, Auguste Klipstein, estudan-te de história da arte. Durante esta viagem, vários dese-nhos, croquis, notas consignadas em seis cadernetas e várias centenas de fotografias. Redação de artigos para a “Feuille d´Avis” de La Chaux-de-Fonds. Outubro: retor-no para La Chaux-de-Fonds, passando pelo Convento de Ema, para criar com Charles l’Eplattenier, uma nova seção na Escola de Arte.

1912 La Chaux-de-Fonds: construção da mansão Je-anneret-Perret e Favre-Jacot (Le Locle).

1913 Primeira exposição “A linguagem das Pedras” no salão de outono em Paris.

1914 Viagem a Colônia (Exposição do Werkbund). Es-tudos para a casa “Dom-Ino”.

1915 Estadias ocasionais em Paris para estudar na Biblioteca Nacional (departamento de gravuras). Prepa-ração do manuscrito “A construção das cidades”.

1916 Construção da Mansão Schwob (La Chaux-de-Fonds) e do cinema La Scala (La Chaux–de-Fonds).

1917 Partida definitiva de La Chaud-de-Fonds. Aber-tura do primeiro atelier de arquitetura na Rua de Belzun-ce nº 20 e, em seguida, na Astorg nº 29. Instalação até 1933 na Rua Jacob nº 20. Conselheiro da Sociedade de aplicação de concreto armado (abril 1917 – janeiro 1919).

1918 Encontro com o pintor Amédée Ozenfant e vá-rios artistas: Braque, Juan Gris, Picasso, Lipchitz, etc. Primeira pintura “La chéminée” (A chaminé). Exposição “purista” na Galeria Thomas em Paris, com Ozenfant.

1919 Fundação de “L´esprit nouveau”(O espírito movo) em colaboração com Amédée, Ozenfant e Paul Dermée.

1920 Encontro com Fernand Léger. Adota o pseudô-nimo Le Corbusier do nome de um de seus ancestrais albigenses.

1921 Com Ozenfant, aquisição de obras para Raoul La Roche na venda Kahnweiller. Exposição de quadros Jeanneret na Galeria Druet.

1922 Início da colaboração com seu primo Pierre Jeanneret. Primeira conferência na Sorbonne. Encontro com Yvonne Gallis, manequim monegasca, com quem Le Corbusier se casa em 1930. Apresentação do projeto da Cidade Contemporânea de três milhões de habitan-tes no Salão de Outono. Construção da Mansão Besnus (Vaucresson) e do atelier Ozenfant (Paris). Estudos para diversos projetos: casa Citrohan, imóveis-mansões...

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180 1923 Publicação de “Vers une architecture” (Para uma arquitetura). Exposição Jeanneret-Ozenfant na Ga-lerie “l’Effort Moderne”(O esforço moderno) de Léonce Rosenberg. Construção das mansões La Roche e Jean-neret (Paris – Auteuil) e “Le Lac” (“O lago”) [“La petite Maison” (“A casinha”) – Corseaux].

1924 Instalação do atelier da Rua de Sèvres nº 35 (Paris). Conferências em Genebra, Lausane, Praga. En-contro com Krishnamurti. Publicação de “Urbanisme”. Construção de casas para operários (Lège – Gironde) e das casas Lipchitz-Miestschaninoff (Boulogne sur Seine).

1925 Publicação de “A arte decorativa atual), “Alma-naque da arquitetura moderna” , “A pintura moderna” (com Ozenfant). Apresentação ao Ministro Anatole de Monzie por Gertrude Stein. Construção do “Pavilhão do Espírito Novo” (Paris) e da “Cidade Frugès” (Pessac). Estudos para “O projeto vizinho” e a mansão Meyer.

1926 Morte de Edouard Jeanneret, pai de Le Corbusier, dia 11 de abril. Publicação de “Arquitetura da época maquinista”. Construção da mansão Cook (Boulogne sur Seine), da casa Guiette (Anvers), da casa Ternisien (Boulogne sur Seine) e do Palácio do Povo (Exército de Salvação, Paris).

1927 Conferências em Madri, Barcelona (visita às cons-truções de Antonio Gaudi), Bruxelas, Frankfurt. Concurso para o Palácio da Sociedade das Nações em Genebra. Construção da mansão Stein (Garches), da casa Planeix (Paris) e das mansões Weissenhof (Stuttgart).

1928 Fundação dos CIAM (Congressos Internacio-nais de Arquitetura Moderna) em La Sarraz. Publicação de “Uma casa – um palácio”. Conferências em Praga e Moscou. Férias em Picquey (Bassin d´Arcachon). Cons-trução da mansão Baizeau (Cartagena), da mansão Church (Ville d´Avray), do Pavilhão Nestlé (Paris) e do Centrosoyus (Moscou).

1929 Viagens pela América do Sul. Dez conferências. Encontro com Josephine Baker no navio entre Bordeaux e Rio de Janeiro. Apresentação, no Salão de Outono, dos móveis Le Corbusier, em colaboração com Charlotte Per-riand e Pierre Jeanneret. II CIAM em Frankfurt. Construção da mansão Savoie (Poissy), estudos para o Mundaneum e o urbanismo na América do Sul.

1930 Naturalização francesa, casamento com Yvonne Gallis dia 18 de dezembro. Viagem a Moscou (encontros com Meyerhold, Taïrov, Eisenstein). Viagem pela Espa-nha com F. Léger, Pierre Jeanneret. III CIAM em Bruxelas. Publicação de “Precisões sobre o estado atual da arqui-tetura e do urbanismo”. Colaboração na revista “Plans”.

Construção do apartamento de Beistéqui (Paris), da mansão de Mandrot (Le Pradet), do imóvel Clarté (Ge-nebra) e do Pavilhão Suíço (Cidade Universitária, Paris). Projetos de urbanismo em Argel e estudos da “Cidade resplandecente” e do Palácio dos Soviets.

1931 Viagem pela Espanha em companhia de Pierre Jeanneret, Marrocos e Argélia. Visita do M´Zab (Ghar-daïa). Construção do imóvel na Rua Nungesser et Coli (Boulogne sur Seine).

1932 Participação no concurso de ideias para a Ex-posição das Artes Técnicas (1937). Conferências em Estocolmo, Oslo, Göteborg, Anvers, Argel, CIRPAC em Barcelona.

1933 Doutor Honoris Causa da Faculdade de Zurique. IV CIAM em Atenas.

1934 Instalação em seu apartamento-atelier-terraço no 7º andar do imóvel da rua Nungesser et Coli nº 24. Conferências em Roma, Milão, Argel, Barcelona. Frequen-tes viagens a Argel. Visita à fábrica Fiat em Turim.

1935 Publicação de “Aircraft” e “A cidade resplande-cente”, Série de conferências em Boston, Chicago, Fi-ladélfia, Madison, Hartford. Viagem à Tchecoslováquia (Zlin). Encontro com Joseph Savina. Exposição de arte primitiva por Louis Carré no apartamento de Le Corbu-sier. Construção da casa de fim de semana (La Celle Saint Cloud) e da mansão Sextant (Les Mathes).

1936 Segunda viagem pela América do Sul a bordo do Graf-Zeppelin. Encontros com Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Affonso Reidy e outros para a construção do Mi-nistério da Educação Nacional e da Saúde. Conferências (Rio de Janeiro). Estudos para o estádio de 100.000 pessoas (Paris).

1937 Cavalheiro da Legião de Honra. V CIAM em Paris. Conferências em Bruxelas e Lyon. Publicação de “Quando as catedrais eram brancas”. Construção do Pa-vilhão dos Tempos Novos. Estudo do Plano de Paris e do imóvel Cartesiano.

1938 Exposição de pintura no Kunsthaus de Zurique e na Galeria L. Carré (Paris). Cirurgia no Hospital de Saint-Tropez após um acidente provocado por uma hélice de barco durante um banho. Publicação de “Canhões, mu-nições? Obrigado! Habitações, por favor” e “A ilha in-salubre nº 6”. Realização de oito afrescos na casa de J. Badovici em Cap Martin.

1939 Encontro com Jean Giraudoux durante a cria-ção de um comitê de estudos preparatórios de urba-nismo (CEPU). Diploma de membro estrangeiro da

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Academia Real de Belas-Artes de Estocolmo. Publica-ção de “O lirismo dos novos tempos” e “Urbanismo” na revista “Le Point”.

1940 No dia 11 de junho de 1940, fechamento do ateliê na Rua de Sèvres nº 35.

1941 Partida para Ozon (Pirineus) com sua mulher, Yvonne, e Pierre Jeanneret. Estadia prolongada em Vi-chy. Publicação de “Destino de Paris” e de “Nas quatro estradas”.

1942 Fundação da ASCORAL (Assembléia de Cons-trutores para a Renovação Arquitetural). Missão oficial em Argel. Reabertura do atelier da Rua de Sèvres n° 35. Publicação de “A casa dos homens” com F. de Pierrefeu e de “Construções Murondins”.

1943/44 Início da colaboração com Joseph Savina. Pu-blicação de “Conversas com os estudantes das escolas de arquitetura” e de “A carta de Atenas”. Pesquisas sobre as Unidades de Habitação.

1945 Fundação do ATBAT (Ateliê dos edificadores). Encontro com Eugène Claudius Petit. Partida a bordo do liberty ship “Vernon S. Hood”: aperfeiçoamento dos es-tudos sobre o Modulor com Hanning. Publicação de “Três Estabelecimentos Humanos”.

1946 Viagem aos Estados Unidos. Encontro com Al-bert Einstein.

1947 Perito da Comissão Sede da ONU para a cons-trução do Palácio das Nações Unidas. Conferências so-bre o Modular. VI CIAM em Bridgewater. Apresentação da grade CIAM. Conferências em Bogotá. Exposição em Viena. Publicação de “Proposta de urbanismo”, “Maneira de pensar o Urbanismo e Sede da ONU”. Construção da usina Claude e Duval (Saint Dié) e lançamento da pedra fundamental da Unidade de Habitação (Marselha).

1948 Várias exposições nos Estados Unidos. VII CIAM em Bérgamo.

1949 Início da colaboração com Pierre Baudouin para a execução de tapeçarias. Publicação de “New world of space”. Construção da mansão Curutchet (La Plata). Visi-ta da Unidade de Habitação de Marselha com Jean Pierre Aumont.

1950 Primeiros esboços para a Capela de Ronchamp. Designação como Conselheiro do Governo do Punjab para a realização de sua nova capital, com Pierre Jeanne-ret, Maxwell Fry e Jane Drew. Publicação do “Modulor I”, de “Poesia sobre Argel” e de “Unidade de Habitação de Marselha”. Construção da Cabana em Cap Martin.

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182 1951 18 de fevereiro: primeira viagem à Índia. Visita a Chandigarh e Ahmedabad. VIII CIAM em Hoddesdon. Con-ferências em Bogotá. Estadia em Nova York e trabalho com Constantino Nivola sobre esculturas de areia e pinturas murais. Afastamento de Le Corbusier do concurso para a construção da sede da UNESCO. Exposição no Museu de Arte Moderna (Nova York). Apresentação do monumento “A mão aberta” de Chandigarh. Construção da Capela de Notre Dame du Haut (Ronchamp), das mansões Shodan e Sarabhai (Ahmedabad), do Museu (Ahmedabad), do Palácio dos Fiandeiros (Ahmedabad) e início dos estudos para os projetos de Chandigarh: Assembleia, Alta Corte, Palácio do Governo, Secretaria, Museu. Conferência de Le Corbusier na Trienalle de Milão.

1952 “Commandeur” da Legião de Honra. Viagem à Ín-dia. Construção das casas Jaoul (Neuilly sur Seine) e da Uni-dade Habitacional (Rezé les Nantes).

1953/54 Nomeação para o Comitê dos 5 com Gropius, Breuer, Markelius e Rogers para dirigir o anteprojeto da UNESCO (Paris). Visita a Jean Martin, esmaltador, em Luy-nes. IX CIAM em Aix-en-Provence. Exposições sobre a obra plástica no Museu de Arte Moderna em Paris, Berna e Côme. Publicação de “Uma pequena casa”. Construção do Conven-to Sainte Marie de La Tourette (Evreux), da Casa do Brasil e da Cidade Universitária (Paris) com Lúcio Costa.

1955 Doutor Honoris Causa da Escola Politécnica Federal de Zurique. Inauguração da Alta Corte de Justiça por Nehru. Publicação do “Poema do ângulo direito”, do “Modulor 2” e de “ Arquitetura da felicidade – o urbanismo é uma chave”. Construção da estela do túmulo de Le Corbusier e da Barra-gem de Bhakra.

1956 Recusa de Le Corbusier de ensinar na Escola de Belas Artes. Publicação de “Os planos de Paris”. Exposição em Lyon.

1957 Morte de Yvonne Le Corbusier (5 de outubro). Grande exposição retrospectiva, chamada “Dez capitais”, organizada por W. Boesiger em Zurique, Berlim, Munique, Frankfurt, Viena, Haia, Paris, etc... Exposição no Museu de Belas Artes de La Chaux-de-Fonds. Cidadão Honorífico de La Chaux-de-Fonds. Membro da Academia Real de Belas Ar-tes de Copenhague. “Commandeur” das Artes e Letras. Pu-blicação de “Von der poesie des Bauens” e de “Ronchamp”. Construção da Unidade Habitacional de Berlim com Lucio Costa, do Convento Sainte Marie da La Tourette (Evreux), da Unidade Habitacional de Briey de La Forêt e do Museu de Arte Ocidental (Tóquio).

1958 Viagem aos Estados Unidos. Diploma “Litteris et Ar-tibus” oferecido pela Suécia dia 12 de setembro. Diploma de Honra da Exposição Universal e Internacional de Bruxelas. Criação do “Poema eletrônico” em colaboração com Edgar Varèse. Construção da Secretaria de Chandigarh e do Pavi-lhão Philips em Bruxelas.

1959 Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambrid-ge. Campanha internacional para o título de Monumento His-tórico da cidade Savoie. Viagens à Índia. Construção da Casa da Cultura em Firminy.

1960 Morte de Marie Charlotte Amélie Jeanneret-Perret, mãe de Le Corbusier, dia 5 de fevereiro, com 101 anos. Conferência na Sorbonne dia 4 de fevereiro. Publicação de “Atelier da Pesquisa Paciente”. Construção da barragem de Kembs Niffer.

1961 “Commandeur” da Ordem do Mérito. Doutor Ho-noris Causa da Universidade da Colômbia. Medalha de ouro do Instituto Americano dos Arquitetos. Frequentes viagens a Firminy. Execução de sete desenhos para as tapeçarias da Alta Corte de Chandigarh. Realização de um aparelho de jantar para o restaurante Prunier (Londres) inspirado no desenho da tapeçaria “As mãos”. Exposições em Zurique e Estocolmo. Publicação de “Orsay – Paris 1961”. Viagens à Índia. Construção, em colaboração com J. L. Sert, do Carpen-ter Visual Arts Center (Cambridge).

1962 Viagem ao Brasil para estudar a implantação da Em-baixada da França em Brasília. Exposição retrospectiva no Museu de Arte Moderna (Paris). Inauguração do prédio da Assembleia de Chandigarh e construção da Unidade Habita-cional de Firminy.

1963 Medalha de ouro da Cidade de Florença. Grande Oficial da Legião de Honra. Doutor Honoris Causa da Univer-sidade de Genebra. Exposição no Palácio Strozzi (Florença). Construção do Centro Le Corbusier (Zurique).

1964 Encomenda do hospital de Veneza. Exposições em Zurique e La Chaux-de-Fonds.

1965 Retomada do estudo do Monumento de “A mão aberta” para Chandigarh. Diploma da Sociedade de Arqui-tetura de Boston. Publicações de “Textos de desenhos para Ronchamps”. Construção do Estádio de Firminy.

27 de agosto de 1965: morte de Le Corbusier durante um banho no Mediterrâneo.

1º de setembro de 1965: cerimônias fúnebres na Cour Carrée do Louvre. Inumação no cemitério de Cap Martin.

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184 1887 Le 6 octobre, naissance au 38 rue de la Serre, à La Chaux-de-Fonds, de Charles-Edouard Jeanneret (Le Corbusier), fils de Georges Edouard Jeanneret, graveur et émailleur de montres, et de Marie Charlotte Amélie Jeanneret-Perret, musicienne.

1891 Ecole primaire de La Chaux-de-Fonds.

1900 Formation de graveur ciseleur à l'Ecole d'Art oú enseigne Charles l'Eplattenier.

1902 Diplôme d'honneur à l'Exposition internatio-nale des Arts Décoratifs de Turin pour une montre de poche ciselée.

1904 Entrée au cours supérieur de décoration (an-nexe de l'Ecole dirigé par Charles L'Eplattenier, lequel dirige Le Corbusier vers l'architecture.

1905 Commande d'une villa à La Chaux-de-Fonds pour un membre de la commission de l'Ecole d'Art, Louis Fallet, collaboration avec René Chapallaz, architecte.

1907 Voyage de deux mois et demi en Italie: Milan, Florence (septembre). Visite de la Chartreuse d'Ema àGalluzzo; Sienne, Bologne, Padoue, Gargoano, Venise (octobre – début novembre). En novembre, départ pour Vienne via Budapest. Séjour de 4 mois à Vienne: éla-boration des plans des villas Stotzer et Jacquemet (La Chaux-de-Fonds).

1908 Vienne: Rencontre avec J. Hoffmann et les ar-tistes Moser et

1909 Klimt – En mars, voyage à Paris via Nuremberg, Munich, Strasbourg, Nancy. A Lyon, rencontre avec Tony Garnier. A Paris, visite chez Jourdain, Plumet, Sauvage, Grasset. Entrée chez Auguste et Gustave Perret comme dessinateur à la demi-journée.

Automne 1909: retour à La Chaux-de-Fonds pour construire les villas Stotzer et Jacquemet.

1910 Fondation des Ateliers d'Arts Réunis pour l'amélioration de l'Art. Participation à une course natio-nale de ski (Grindelwald). Avril: Mission de l'Ecole d'Art de La Chaux-de-Fonds pour étudier le mouvement des Arts Appliqués en Allemagne"Etude sur le mouvement d'Art Décoratif en Allemagne" publié en 1912 à La Chaux-de-Fonds. Hiver: entrée pour 5 mois à l'atelier Peter Behrens (Berlin). Rencontre avec Mies Van der Rohe et Walter Gropius.

1911 Rencontre avec Heinrich Tessenow, architecte de la cité-jardin d'Hellerau. En mai, départ de Dresde pour le voyage d'Orient: Prague, Vienne, Budapest,Belgrade, Bucarest, Tarnovo, Gabrovo, Kasanlik, Istanbul, le Mont

Athos (21 jours), Athènes et l'Italie méridionale en compagnie de son ami, Auguste Klipstein, étudiant en histoire de l'art. Au cours de ce voyage, nombreux des-sins, croquis, notes consignés dans six carnets, ainsi que plusieurs centaines de photographies. Rédaction d'articles, extraits de ces carnets, pour la "Feuille d'avis" de La Chaux-de-Fonds.

Octobre 1911: retour à la Chaux-de-Fonds, en pas-sant par la Chartreuse d'Ema, pour créer, avec Charles l'Eplattenier, une nouvelle section de l'Ecole d'Art.

1912 La Chaux-de-Fonds: Construction de la villa Jeanneret-Perret et de la villa Favre-Jacot (Le Locle).

1913 Première exposition des dix aquarelles "Le lan-gage des Pierres" au Salon d'Automne à Paris.

1914 Voyage à Cologne (Exposition du Werkbund) – Etudes pour la maison "Dom-Ino".

1915 Séjours occasionnels à Paris pour étudier à la Bibliothèque Nationale (département des Estampes) –Préparation du manuscrit "La construction des villes".

1916 Construction de la villa Schwob (La Chaux-de-Fonds) et du cinéma La Scala (La Chaux-de-Fonds).

1917 Départ définitif de La Chaux-de-Fonds. Ou-verture du premier atelier d'architecture au 20 rue de Belzunce, puis au 29 rue d'Astorg. Installation, jusqu'en 1933, au 20 rue Jacob. Conseil auprès de la Socié-té d'Application du béton armé (avril 1917 – janvier 1919).

1918 Rencontre avec le peintre Amédée Ozenfant et plusieurs autres artistes: Braque, Juan Gris, Picasso, Lipchitz etc... Première peinture "La cheminée". Exposi-tion "puriste" à la Galerie Thomas à Paris, avec Ozen-fant.

1919 Fondation de "L'Esprit Nouveau" en collabora-tion avec Amédée Ozenfant et Paul Dermée.

1920 Rencontre avec Fernand Léger. Prend le pseu-donyme de Le Corbusier du nom de l'un de ses an-cêtres albigeois.

1921 Avec Ozenfant acquisition d'oeuvres, pour le compte de Raoul La Roche, à la vente Kahnweiler. Ex-position de tableaux Jeanneret à la Galerie Druet.

1922 Début de collaboration avec son cousin Pierre Jeanneret. Première conférence à la Sorbonne. Rencontre avec Yvonne Gallis, mannequin monégasque, que Le Corbusier épousera en 1930. Présentation du plan de la Ville contemporaine de trois millions

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d'habitants au Salon d'Automne. Construction de la villa Besnus (Vaucresson) et de l'atelier Ozenfant (Paris). Etudes pour divers projets: maison Citrohan, Immeubles-villas...

1923 Publication de "Vers une Architecture". Exposi-tion Jeanneret-Ozenfant à la Galerie "l'Effort moderne" de Léonce Rosenberg. Construction des villas La Roche et Jeanneret (Paris – Auteuil) et "Le Lac" ("La petite Maison" – Corseaux).

1924 Installation de l'atelier au 35 rue de Sèvres (Paris 6ème). Conférences à Genève, Lausanne, Prague. Rencontre de Krishnamurti. Publication d'"Urbanisme". Construction des maisons ouvrières (Lège – Gironde) et des maisons Lipchitz-Miestschaninoff (Boulogne sur Seine).

1925 Publication de "l'Art Décoratif d'Aujourd'hui", "Almanach d'Architecture Moderne", "La Peinture Mo-derne" (avec Ozenfant). Présentation au Ministre Ana-tole de Monzie par Gertrude Stein. Construction du Pavillon de l'Esprit Nouveau (Paris) et de la cité Frugès (Pessac). Etudes pour "Le Plan Voisin" et la villa Meyer.

1926 Mort de Georges Edouard Jeanneret, père de Le Corbusier, le 11 avril. Publication de "Architecture d'époque machiniste". Construction de la villa Cook (Boulogne sur Seine), de la maison Guiette (Anvers), de la maison Ternisien (Boulogne sur Seine) et du Palais du Peuple (Armée du Salut) (Paris).

1927 Conférences à Madrid, Barcelone (visite des constructions de Antonio Gaudi), Bruxelles, Francfort. Concours pour le Palais de la Société des Nations à Ge-nève. Construction de la villa Stein (Garches), de la maison Planeix (Paris) et des villas du Weissenhof (Stuttgart).

1928 Fondation des CIAM (Congrès Internationaux d'Architecture Moderne) à La Sarraz. Publication de "Une Maison – Un Palais". Conférences à Prague et Moscou. Vacances au Picquey dans le Bassin d'Arca-chon. Construction de la villa Baizeau (Carthage), de la villa Church (Ville d'Avray), du pavillon Nestlé (Paris) et du Centrosoyus (Moscou).

1929 Voyages en Amérique du Sud. Cycle de dix conférences. Rencontre de Joséphine Baker sur le ba-teau reliant Bordeaux à Rio. Présentation, au Salon d'Automne, des meubles Le Corbusier en collaboration avec Charlotte Perriand et Pierre Jeanneret. Deuxième congrès CIAM à Francfort. Construction de la villa Sa-voye (Poissy), études pour le Mundaneum et l'urba-nisme en Amérique du Sud.

1930 Naturalisation française. Mariage avec Yvonne Gallis le 18 décembre. Voyage à Moscou (rencontres avec Meyerhold, Taïrov, Eisenstein). Voyage à travers l'Espagne avec F. Léger, Pierre et Albert Jeanneret. Conférences CIAM III à? Bruxelles. Publication de "Précisions sur un état présent de l'Architecture et de l'Urbanisme". Collaboration à la revue "Plans".

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186 Construction de l'appartement de Beistégui (Paris), de la villa de Mandrot (Le Pradet), de l'immeuble Clarté (Genève) et du Pavillon Suisse (Cité Universitaire. Paris). Projets d'urbanisme à Alger et études de la Ville Radieuse et du Palais des Soviets.

1931 Voyage à travers l'Espagne en compagnie de Pierre Jeanneret, puis au Maroc et en Algérie. Visite du M'Zab (Ghardaïa). Construction de l'immeuble rue Nunges-ser et Coli (Boulogne sur Seine).

1932 Participation au concours d'idées pour l'Exposi-tion Internationale des Arts et Techniques (1937). Confé-rences à Stockholm, Oslo, Göteborg, Anvers, Alger, CIRPAC à Barcelone.

1933 Docteur Honoris Causa de la Faculté de Zurich. CIAM IV à Athènes.

1934 Installation dans son appartement-atelier-terrasse au 7ème étage de l'immeuble 24 rue Nungesser et Coli.Conférences à Rome, Milan, Alger, Barcelone. Fréquents voyages à Alger. Visite de l'usine Fiat à Turin.

1935 Publication de "Aircraft" et "La Ville Radieuse". Série de conférences à Boston, Chicago, Philadelphie, Ma-dison, Hartford. Voyage en Tchécoslovaquie (Zlin). Ren-contre avec Joseph Savina. Exposition d'art primitif par Louis Carré dans l'appartement de Le Corbusier. Construc-tion de la maison de week-end (La Celle Saint Cloud), et de la villa le Sextant (Les Mathes).

1936 Second voyage en Amérique du Sud à bord du Graf-Zeppelin. Consultations avec Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Alfonso Reidy et autres pour la construction du Mi-nistère de l'Education Nationale et de la Santé. Conférences Rio. Etude pour le stade de 100.000 places (Paris).

1937 Chevalier de la Légion d'Honneur. Ve CIAM à Pa-ris. Conférences à Bruxelles et Lyon. Publication de "Quand les Cathédrales étaient blanches". Construction du Pavillon des Temps Nouveaux. Etude du Plan de Paris et de l'im-meuble Cartésien.

1938 Exposition de peinture au Kunsthaus de Zurich et à la Galerie L. Carré (Paris). Opération à l'Hôpital de Saint Tropez suite àun grave accident provoqué par l'hé-lice d'un bateau au cours d'une baignade. Publication de "Des canons, des munitions? Merci! Des logis s.v.p." et de "l',Ilôt insalubre nº 6". Réalisation de huit fresques dans la maison de J. Badovici à Cap Martin.

1939 Rencontre de Jean Giraudoux à l'occasion de la création d'un comité d'études préparatoires d'urbanisme (CEPU) Diplôme de Membre étranger de l'Académie Royale

des Beaux-Arts de Stockholm. Publication de "Le Lyrisme des Temps nouveaux" et de "l'Urbanisme" dans la revue "Le Point".

1940 Le 11 juin 1940, fermeture de l'atelier 35 rue de Sèvres puis

1941 Départ pour Ozon (Pyrénées) avec sa femme, Yvonne, et Pierre Jeanneret. Séjour prolongé à Vichy. Pu-blication de "Destin de Paris" et de "Sur les quatre routes".

1942 Fondation de l'ASCORAL (Assemblée de Construc-teurs pour une Rénovation Architecturale). Mission offi-cielle à Alger. Réouverture de l'Atelier 35 rue de Sèvres. Publication de "La Maison des Hommes" avec F. de Pierre-feu et des "Constructions Murondins".

1943/44 Début de la collaboration avec Joseph Savina. Publication de "Entretiens avec les étudiants des Ecoles d'Architecture" et de "La Charte d'Athènes". Recherches sur les Unités d'Habitation.

1945 Fondation de l'ATBAT (ateliers des bâtisseurs).Rencontre de Eugène Claudius Petit. Départ à bord du li-berty ship "Vernon S. Hood": mise au point des études sur le Modulor avec Hanning. Publication des "Trois Etablisse-ments Humains".

1946 Voyage aux Etats Unis. Rencontre avec Albert Einstein.

1947 Expert auprès de la Commission UN Headquarters pour la construction du Palais des Nations Unies. Confé-rences sur le Modulor. VIe CIAM à Bridgewater. Présenta-tion de la grille CIAM. Conférences à Bogota. Exposition à Vienne. Publication de "Propos d'urbanisme". "Manière de penser l'urbanisme" et "UN Headquarters". Construction de l'usine Claude et Duval (Saint Dié) et pose de la pre-mière pierre de l'Unité d'Habitation (Marseille).

1948 Plusieurs expositions aux Etats-Unis. VIIe CIAM à Bergame.

1949 Début de la collaboration avec Pierre Baudouin pour l'exécution de tapisseries. Publication de "New World of Space". Construction de la Villa Curutchet (La Plata).Visite de l'Unité d'habitation de Marseille avec Jean Pierre Aumont.

1950 Premières esquisses pour la Chapelle de Ron-champ. Désignation comme Conseiller du Gouvernement du Punjab pour la réalisation de sa nouvelle capitale, avec Pierre Jeanneret, Maxwell Fry et Jane Drew. Publication du "Modulor I", de "Poésie sur Alger" et de "l'Unité d'Habita-tion de Marseille". Construction du Cabanon à Cap Martin.

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1871951 18 février: Premier voyage en Inde. Visite de Chandigarh et d'Ahmedabad. VIIIe CIAM à Hoddesdon. Conférences à Bogota. Séjour à New York et travail avec Constantino Nivola sur des sculptures de sable et des pein-tures murales. Mises à l'écart de Le Corbusier du Concours pour la construction du siège de l'UNESCO. Exposition au Musée d'Art Moderne (New York). Présentation du monu-ment "La Main ouverte" de Chandigarh. Construction de la Chapelle Notre Dame du Haut (Ronchamp), des villas Sho-dan et Sarabhai (Ahmedabad), du Musée (Ahmedabad), du Palais des Filateurs (Ahmedabad) et début des études pour les projets de Chandigarh: Assemblée, Haute Cour, Palais du Gouverneur, Secrétariat, Musée. Conférence de Le Corbusier à la triennale de Milan.

1952 Commandeur de la Légion d'Honneur. Voyage en Inde. Construction des maisons Jaoul (Neuilly sur Seine) et de l'Unité d'Habitation (Rezé les Nantes).

1953/54 Nomination au Comité des 5 avec Gropius, Breuer, Markelius et Rogers pour diriger l'avant-projet de l'UNESCO (Paris). Visite chez Jean Martin, émailleur, à Luynes. IXe CIAM d'Aix en Provence. Expositions sur l'oeuvre plastique au Musée d'Art Moderne à Paris, Berne et Côme. Publication de "Une petite maison". Construction du Couvent Sainte Marie de la Tourette (Eveux), de la Mai-son du Brésil, et de la Cité Universitaire (Paris) avec Lucio Costa.

1955 Docteur Honoris Causa de l'Ecole Polytechnique Fédérale de Zurich. Inauguration de la Haute Cour de jus-tice par Nehru. Publication du "Poème de l'Angle Droit", du "Modulor 2", et de "l'Architecture du bonheur. L'urbanisme est une clef". Construction de la stèle de la tombe de Le Corbusier et du Barrage (Bhakra-Dam).

1956 Refus de Le Corbusier d'enseigner à l'Ecole des Beaux-Arts. Publication de "Les plans de Paris". Exposition à Lyon.

1957 Mort d'Yvonne Le Corbusier (le 5 octobre).Grande exposition rétrospective, dite "des dix Capitales", organi-sée par W. Boesiger à Zurich, Berlin, Munich, Francfort, Vienne, La Haye, Paris etc... Exposition au Musée des Beaux Arts de La Chaux-de-Fonds. Citoyen honoraire de la ville de La Chaux-de-Fonds. Membre de l'Académie Royale des Beaux Arts de Copenhague. Commandeur des Arts et Lettres. Publication de "Von der Poesie des Bauens" et de "Ronchamp". Construction de l' Unité d'habitation (Ber-lin), de la Maison du Brésil de la Cité Universitaire (Paris) avec Lucio Costa, du Couvent Sainte Marie de La Tourette (Eveux), de l'Unité d'habitation (Briey en Forêt) et du Mu-sée d'art occidental (Tokyo).

1958 Voyage aux Etats Unis. Diplôme "Litteris et Ar-tibus" remis par la Suède le 12 septembre. Diplôme d'Honneur de l'Exposition Universelle et Internationale de Bruxelles. Création du Poème Electronique en collabora-tion avec Edgar Varèse. Construction du Secrétariat de Chandigarh et du Pavillon Philips (Bruxelles).

1959 Docteur Honoris Causa de l'Université de Cambridge. Campagne internationale pour le classe-ment au titre de Momument Historique de la villa Sa-voye. Voyages en Inde. Construction de la Maison de la Culture (Firminy).

1960 Mort de Marie Charlotte Amélie Jeanneret-Perret, mère de Le Corbusier, le 15 février, dans sa 101ème an-née. Conférence à La Sorbonne le 4 février. Publication de "l'Atelier de la Recherche Patiente". Construction de l'Ecluse (Kembs Niffer).

1961 Commandeur de l'ordre du Mérite. Docteur Ho-noris Causa de l'Université de Colombie. Médaille d'or de l'Institut Américain des Architectes. Fréquents voyages à Firminy. Exécution de sept dessins pour les tapisseries de la Haute Cour de Chandigarh. Réalisation d'un service de vaisselle pour le restaurant Prunier (Londres) inspiré du dessin de la tapisserie "Les Mains". Expositions à? Zu-rich et Stockholm. Publication de "Orsay – Paris 1961". Voyages en Inde. Construction, en collaboration avec J-L. Sert, du Carpenter Visual Arts Center (Cambridge).

1962 Voyage au Brésil pour étudier l'implantation de l'Ambassade de France à Brasilia. Exposition rétrospective au Musée d'Art Moderne (Paris). Inauguration du bâtiment de l'Assemblée de Chandigarh et construction de l' Unité d'Habitation (Firminy).

1963 Médaille d'or de la Cité de Florence. Grand officier de la Légion d'Honneur. Docteur Honoris Causa de l'Uni-versité de Genève. Exposition au Palais Strozzi (Florence). Construction du Centre Le Corbusier (Zurich).

1964 Commande de l'hôpital de Venise. Expositions à Zurich et La Chaux-de-Fonds.

1965 Reprise de l'étude du Monument de la Main Ou-verte pour Chandigarh. Diplôme de la Société d'Architec-ture de Boston. Publications de "Textes et dessins pour Ronchamp". Construction du Stade (Firminy).

Le 27 août 1965: mort de Le Corbusier à Cap Martin au cours d'une baignade dans la Méditerranée.

Le 1er septembre: obsèques officielles dans la Cour Car-rée du Louvre. Inhumation au cimetière de Cap Martin.

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Fundação Le Corbusier, A obra plástica, Edição de la Villette, 2005André Malraux, Orações fúnebres, Gallimard, 1971Gilles Ragot e Mathilde Dion, Le Corbusier na França, Le Moniteur, 1997Jacques Sbriglio, Le Corbusier - Habitar, da Residência Savoye a Unidade Habitacional de Marselha, Actes Sud, Cité de l’Architecture et du Patrimoine, 2009Yannis Tsiomis, Le Corbusier - Conferências do Rio, Flammarion, 2006

Fondation Le Corbusier, L’Œuvre plastique, Editions de la Villette, 2005André Malraux, Oraisons Funèbres Gallimard, 1971Gilles Ragot et Mathilde Dion, Le Corbusier en France, Le Moniteur, 1997Jacques Sbriglio, Le Corbusier Habiter, de la villa Savoye à l’Unité d’habitation de Marseille, Actes Sud, Cité de l’Architecture et du Patrimoine, 2009Yannis Tsiomis, Le Corbusier Conférences de Rio, Flammarion, 2006

Bibl iog raf ia selet i vaBIBLIOGRAPHIE SéLECTIVE

Anne LouyotChantal HaageDanilo Santos de MirandaDimitry OvtchinnikoffEmbaixador Roberto Soares de OliveiraEmbaixador Yves Edouard Saint-GeoursIsabelle GodineauJean-Pierre DuportJoseph GalianoSéverine Etchenique Sylvie Debs

AgradecimentosREMERCIEMENTS

“França.Br 2009” de Ano da França no Brasil (21 de abril até 15 de novembro) é organizada:

Na França: pelo Comissariado Geral Francês, pelo Ministério das Relações Exteriores e Europeias, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação e por Culturesfrance.

No Brasil: pelo Comissariado Geral Brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores.

“França.Br 2009” l’Année de la France au Brésil (21 avril – 15 novembre) est organisée:

En France: par le Commissariat Général Français, le Ministère des Affaires Etrangères et Européennes, le Ministère de la Culture et de la Communication et Culturesfrance.

Au Brésil: par le Commissariat Général Brésilien, le Ministère de la Culture et le Ministère des Relations Extérieures.

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Real ização / RéALISATION

Museu Oscar Niemeyer

Organização / ORGANISATION

Ariadne Giacomazzi Mattei Manzi

Coordenação editor ia l e textos / COORDINATION D´éDITION E DE TEXTES

Jacques Sbriglio

Coordenação de produção / COORDINATION DE PRODUCTION

Grupo AG

Coordenação técnica / COORDINATION TéCNIQUE

Nicola Goretti

Projeto edi tor ia l / PROJET D´éDITION

Fabio Scrugli

Design g ráf ico / DESIGN GRAPHIQUE

Clarissa Teixeira

Tratamento de imagem / TRAITEMENT D´IMAGES

Quadrado Redondo

Ar te f inal / FINALISATION ARTISTIQUE

Forma e Conteúdo

Tradução / TRADUCTION

Denis Cardoso

Revisão de texto / RéVISION DU TEXTE

Suzana Oellers

Pesquisa de imagem (Fundação Le Corbusier) /RECHERCHE D´IMAGES (FONDATION LE CORBUSIER)

Isabelle Godineau

Arquivo fotog ráf ico / ARCHIVES PHOTOGRAPHIQUES

Fundação Le Corbusier / FONDATION LE CORBUSIER

Fotog raf ias / PHOTOGRAPHIE

Ficha técnica do CatálogoCRéDITS DU CATALOGUE

Fabio Scrugli: p. 5, 6, 7, 8, 40, 146, 149, 150, 164, 166, 167, 168, 169, 170, 172, 173, 174, 175, 188, 189

Fundação Le Corbusier / FONDATION LE CORBUSIER: p. 96, 98, 102, 109, 111, 118, 119, 142, 183, 185

G.E. Kidder Smith: p. 126

Lucien Hervé: p. 14, 17, 18, 22, 27, 32, 38, 178, 181

Olivier Martin-Gambier: p. 84, 122, 125, 128, 133, 134, 136

Paul Koslowski: p. 78, 80, 81, 86, 88, 89, 92

Werner Wolf: capa / COUVERTURE

© FOLC/AUTVIS 2010

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Organizaçãodas Nações Unidas

para a Educação,a Ciência e a Cultura

Representaçãono Brasil

Cooperação

Organizaçãodas Nações Unidas

para a Educação,a Ciência e a Cultura

Representaçãono Brasil

Cooperação

No âmbito de FraNça.br 2009, o aNo da FraNça No brasil

ELEJORCentrais Elétricas do Rio Jordão S.A.

Rua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico - 80530-230

Curitiba - Paraná - BrasilFone 55 41 3350 4455

www.museuoscarniemeyer.org.br

Dados internacionais de catalogação na publicaçãoBibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira

Sbriglio, Jacques. Le Corbusier : entre dois mundos / Jacques Sbriglio, Jean-Pierre Duport, Nicola Goretti ; organizadora: Ariadne Giacomazzi Mattei Manzi. - Curitiba, PR : Museu Oscar Niemeyer, 2010. 192 p. : principalmente il. ; 24 x 30 cm ISBN 978-85-60638-14-7 Texto também em francês.

1. Le Corbusier, 1887-1965. 2. Arquitetura moderna – Séc. XX. I. Duport, Jean-Pierre. II. Goretti, Nicola. III. Manzi, Ariadne Giacomazzi Mattei. IV. Museu Oscar Niemeyer. CDD ( 22ª ed.)

720.944

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