Trabalho (ABNT) Le Corbusier

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS ARQUITETURA E URBANISMO CLARLES EDOUARD JEANNERET (LE CORBUSIER) Xxxxxxx Xxxxx xxxx História da Arquitetura e das Cidades II Manaus, AM 2010

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Para Le Corbusier, arquitetura e urbanismo são indissociáveis; uma arquitetura nova que se ponha em prática as novas técnicas de construção e a nova visão do espaço só tem sentido quando integrada a uma cidade moderna.Os temas em torno dos quais se organiza a cidade corbusieriana _ classificação das funções urbanas, multiplicação dos espaços verdes, criação de protótipos funcionais, racionalização do habitat coletivo _ pertencem ao acervo comum dos arquitetos progressistas da mesma geração. A contribuição pessoal de Le Corbusier reside principalmente na sistematização das idéias, em sua extrema esquematização* e em sua expressão em um estilo simples, direto e surpreendente, cuja verve extraordinária e acuidade contribuíram muito para seu êxito.

Transcript of Trabalho (ABNT) Le Corbusier

  • CENTRO UNIVERSITRIO NILTON LINS

    ARQUITETURA E URBANISMO

    CLARLES EDOUARD JEANNERET (LE CORBUSIER)

    Xxxxxxx Xxxxx xxxx

    Histria da Arquitetura e das Cidades II

    Manaus, AM

    2010

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    SUMRIO

    INTRODUO............................................................................................... 3

    1 TTULO...................................................................................................... 4

    2 TEMA........................................................................................................ 4

    3 DELIMITAO DO TEMA........................................................................ 4

    4 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 4

    5 OBJETIVOS ESPECFICOS...................................................................... 4

    6 JUSTIVICATIVA......................................................................................... 4

    7 REVISO DA LITERATURA..................................................................... 5

    7.1 URBANISMO............................................................................................. 5

    7.2 MODELO PROGRESSISTA...................................................................... 5

    7.3 PLANEJAMENTO URBANO DE LE CORBUSIER.................................. 7

    7.3.1 Crtica das Cidades Contemporneas.......................................... 7

    7.3.2 O Standard e a Mquina................................................................ 9

    7.3.3 A Classificao............................................................................... 11

    7.3.4 Geometria........................................................................................ 12

    7.3.5 Contra a Rua................................................................................... 14

    7.3.6 Em Favor do Espao Verde........................................................... 15

    7.3.7 A Cidade Moderna......................................................................... 17

    7.3.8 A Habitao Modelo....................................................................... 21

    8 CONCLUSES......................................................................................... 22

    9 REFERNCIAS......................................................................................... 22

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    INTRODUO

    Para Le Corbusier, arquitetura e urbanismo so indissociveis; uma

    arquitetura nova que se ponha em prtica as novas tcnicas de construo e a

    nova viso do espao s tem sentido quando integrada a uma cidade moderna.

    Os temas em torno dos quais se organiza a cidade corbusieriana _

    classificao das funes urbanas, multiplicao dos espaos verdes, criao

    de prottipos funcionais, racionalizao do habitat coletivo _ pertencem ao

    acervo comum dos arquitetos progressistas da mesma gerao. A contribuio

    pessoal de Le Corbusier reside principalmente na sistematizao das idias,

    em sua extrema esquematizao* e em sua expresso em um estilo simples,

    direto e surpreendente, cuja verve extraordinria e acuidade contriburam muito

    para seu xito.

    *Exemplo disto a construo em altura, preferida pelos urbanistas

    progressistas, porque permite altas densidades demogrficas, ao mesmo

    tempo que libera o solo. Este tema foi particularmente desenvolvido por L.

    Hilberseimer. Le Corbusier tira dali a idia da cidade vertical.

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    1 TTULO

    Charles Edouard Jeanneret (Le Corbusier)

    2 TEMA

    O planejamento urbano de Le Corbusier

    3 DELIMITAO DO TEMA

    Le Corbusier e sua forma de planejar o urbano no contexto Progressista.

    4 OBJETIVO GERAL

    Estudar os preceitos de Le Corbusier, elaborando um roteiro sobre o

    planejamento urbano.

    5 OBJETIVOS ESPECFICOS

    - Compreender o significado e importncia do urbanismo aps o sculo XIX;

    - Perceber como foi positivo para o urbano (levando em considerao o

    planejamento urbano conseqente a necessidade), a vinda das pessoas do

    campo para as cidades aps a Revoluo Industrial. Se no fosse assim, talvez

    os maiores urbanistas no teriam recebido esse ttulo pelos seus

    planejamentos.

    - Mostrar o planejamento urbano, com base em Le Corbusier no Modelo

    Progressista;

    - Enfatizar a configurao urbana, definida como cidade modelo. Tanto a

    sua classificao, geometria das ruas e valorizao do espao verde; quanto

    ao terreno, populao (densidade), pulmo e estao.

    6 JUSTIFICATIVA

    Se conhecermos o verdadeiro significado e importncia do urbanismo e

    praticarmos, pararamos de projetar incorretamente. Pensaramos como Le

    Corbusier e veramos no s o que est diante dos nossos olhos, mas alm.

    Sentiramos na pele como as pessoas que usufruem nossos servios encaram

    e lidam quando, por erro nosso, no compreendemos isto.

    O presente projeto til primordialmente para os arquitetos. Tanto estes

    que desconheciam o valor do planejamento urbano e querem fazer diferente;

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    quanto aqueles que mesmo conhecendo, buscam por mais e que querem

    ultrapassar condies fsicas se espelhando no rei do Urbanismo.

    Inspirado no livro PLANEJAMENTO URBANO DE LE CORBUSIER _ o

    trabalho compilado nos mais variados campo do conhecimento, sendo fonte

    de pesquisas escolares e universitrias.

    7 REVISO DA LITERATURA

    7.1 URBANISMO

    Este termo deve ser antes definido, pois est carregado de ambigidades.

    Absorvido pela linguagem corrente, designa atravs dela tanto os trabalhos do

    gnio civil quanto os planos de cidades ou as formas urbanas caractersticas

    de cada poca. De fato, a palavra urbanismo recente. G. Bardet remonta a

    sua criao a 1910. O dicionrio Larousse define-a como cincia e teoria de

    localizao humana. Este neologismo corresponde ao surgimento de uma

    realidade nova: pelos fins do sculo XIX, a expanso da sociedade industrial d

    origem a uma disciplina que se diferencia das artes urbanas anteriores por seu

    carter reflexivo e crtico, e por sua pretenso cientfica.

    7.2 MODELO PROGRESSISTA

    Para esta vertente, a Revoluo Industrial foi o prenncio de um novo

    tempo socialmente positivo. Em sua viso idealista, situaes conflituosas

    como a realidade urbana europia do sec. XIX eram desequilbrios doentios

    que poderiam ser regenerados pela indstria, pela tcnica e pela cincia,

    considerados remdios para cidades doentes. Isto implicava, porm, recusar

    o passado, fonte dos problemas urbanos, e assumir a modernidade como

    sinnimo de desenvolvimento. As caractersticas do progressismo podem ser

    sintetizadas da seguinte maneira (cf. Choaye Kohlsdorf, op. cit):

    - Sua concepo do ser humano de um indivduo-tipo, capaz de tipificar

    tambm as necessidades sociais, os lugares da cidade e a estrutura urbana;

    - A cincia e a tcnica so racionalismos que resolvem os problemas da

    relao entre o ser humano e a natureza, a qual passvel de soluo por meio

    da eficcia e da modernidade;

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    - A era industrial um corte na Histria e a cidade e seu espao so conceitos

    universais e atemporais.

    O progressismo caracteriza a cidade a partir das noes de eficcia,

    produtividade e ordem; ela o lugar da produo e da reproduo da fora de

    trabalho e, por isso, as demais funes separam-se do cotidiano (como o

    caso da cultura e do lazer, que se cerimonializam). Seu modelo de cidade

    destaca os atributos a seguir:

    1) Em funo de seu papel utilitrio e para que seja rentvel, a cidade deve

    ser classificada, originando categorizaes as quais se refletem em um espao

    taylorizado:

    - Com separao rgida de atividades limitadas e tipificadas, onde cada funo

    tem papel especfico;

    - Formado por unidades morfolgicas segregadas e especializadas que so

    clulas auto-suficientes;

    - Onde h interiorizao da maior quantidade de atividades urbanas;

    - Onde a transio entre instncias pblicas e privadas o mais indireta

    possvel.

    - Onde a circulao fundamental e separada do conjunto construdo, por ter

    apenas funo econmica de circulao de bens e, jamais, de interao social

    e cultural.

    2) Em funo da busca de salubridade, a cidade deve ser arejada, o que

    origina um espao descontnuo:

    - Pela predominncia de espaos abertos sobre os fechados;

    - Pelas numerosas barreiras fsicas, espaos cegos e eixos pouco integrados

    que restringem as possibilidades de aglomerao nas reas livres pblicas;

    - Pela abundncia de reas verdes, recriando-se uma natureza controlada,

    porque excessivamente ordenada;

    - Pela negao da urbanidade por aproximao configurao dispersa do

    espao rural.

    3) Em funo do controle social que embasa a lgica progressista, a cidade

    deve ser tambm controlvel, assim como seu espao:

    - Por meio da rigidez de organizao morfolgica, onde se nega o tempo, o

    movimento e a metamorfose inerentes a qualquer espao socialmente utilizado;

    - Por meio de barreiras fsicas na estrutura urbana, que garantam segregaes;

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    - Por meio de clulas ou unidades monofuncionais que permitam territrios

    bem delimitados;

    - por meio da rigidez de um quadro predeterminado, como entendido o

    projeto urbanstico, imposto por um sistema constrangedor e repressivo, ainda

    que se apresente como autoritarismo ora sob discurso democrtico, ora como

    socialismo de Estado, ora ainda como um sistema de valores comunitrios

    ascticos.

    4) Em funo de um modelo esttico to importante quanto o conceito de

    utilidade, a cidade deve ser ordenada e formal maIs um espetculo cotidiano,

    expresso em seu espao:

    - Organizado segundo a geometria racionalista e com exclusividade da lgica

    cartesiana, por meio de parcimnia de elementos e relaes compositivas e

    sob austeridade que elimina ornamentos;

    - Organizado por predominncia do fundo sobre a figura, com a conseqente

    separao entre volumes, grandes distncias e longas perspectivas;

    - Organizado por oposio ao pitoresco, por um classicismo de geometria

    elementar.

    5) Em funo de que a produo do espao abraa a indstria, a tcnica e a

    cincia, a cidade deve ter a perfeio das mquinas e, para tal, seu espao:

    - Ter construo serieficada, para o que concorrem a tipificao de atividades e

    sua segregao em zonas;

    - Expressar a importncia da habitao como necessria reproduo da fora

    de trabalho, sendo a mesma massificada e celular, tanto em solues

    individuais quanto em coletivas.

    7.3 PLANEJAMENTO URBANO DE LE CORBUSIER

    7.3.1 Crtica das Cidades Contemporneas

    Desordem

    Digamos desde j que, h cem anos, submersos na grande cidade por

    uma invaso sbita, incoerente, precipitada, imprevista e opressora, tomados

    de surpresa e desconcertados, ns nos abandonamos, no mais agimos. E o

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    caos veio com suas conseqncias fatais. A grande cidade, fenmeno de fora

    em movimento, hoje uma catstrofe ameaadora, por no ter sido mais

    animada por um esprito de geometria.

    Insegurana

    E tempo de repudiar o traado atual de nossas cidades, em virtude do

    qual se acumulam os imveis, se enlaam as ruas estreitas repletas de

    barulho, de cheiro de gasolina e de poeira e onde cada andar abre de par em

    par suas janelas para essas sujeiras. As grandes cidades tornaram-se densas

    para a segurana dos habitantes; no entanto no so densas o bastante para

    responder realidade nova dos negcios.

    Falta de humanidade

    As condies naturais foram abolidas! A cidade radioconcntrica

    industrial moderna um cncer que vai indo bem! Aquartelamento e falta de

    humanidade caracterizam nossos medocres cubculos de aluguel, mal

    protegidos contra o rudo.

    Esboo de soluo

    grande disseminao do pnico, uma lei natural deve ser oposta, a

    que faz com que os homens se agrupem para ajudar-se mutuamente,

    defender-se economizar esforos. A revoluo arquitetnica, com a introduo

    do vidro, do ao e do cimento armado, permitiu que fossem encontradas as

    solues necessrias. O uso secular: fundaes macias, muros de arrimo

    espessos, com janelas escassas, solo inteiramente obstrudo, telhado

    inutilizvel, necessidade de repetir disposies idnticas de andar em andar _

    foi substitudo por uma nova tcnica: fundaes localizadas, supresso dos

    muros de arrimo, possibilidade de dispor de toda a fachada para a iluminao,

    solo livre entre as estreitas estacas, telhados que constituem um solo novo

    para o uso dos habitantes.

    A casa no se apia mais sobre paredes, mas sobre pilares (menos de

    um milsimo de superfcie coberta).

    O solo no tocado no seu todo. O primeiro andar fica a 3 metros do

    cho, deixando livre o espao embaixo da casa, entre as estacas.

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    7.3.2 O Standard e a Mquina

    Homens e necessidades-tipo

    Procurar a escala humana, a funo humana, definir as necessidades

    humanas. Elas so pouco numerosas; so bastante idnticas entre todos os

    homens, pois os homens foram feitos com o mesmo molde desde as pocas

    mais longnquas que conhecemos. O Larousse, ao fornecer-nos a definio de

    homem, d-nos trs imagens que o desmontam sob nossos olhos; a mquina

    toda ali, carcaa, sistema nervoso, sistema sanguneo; e assim como cada

    um de ns, exatamente e sem exceo. Essas necessidades so tpicas, quer

    dizer, ns todos temos as mesmas; todos ns temos necessidades de

    completar nossas capacidades naturais por meio de elementos de reforo.

    Os objetos-membros humanos so objetos-tipo, que respondem a

    necessidades-tipo: cadeiras para sentar, mesas para trabalhar, aparelhos para

    iluminar, mquinas para escrever (isso mesmo!), estantes para classificar.

    Embora nossas mentes sejam diversas, nossos esqueletos so

    semelhantes, nossos msculos ocupam os mesmos lugares e realizam as

    mesmas funes; as dimenses e os mecanismos esto, pois, determinados. O

    problema est, portanto, colocado e falta encontrar quem o resolva de modo

    engenhoso, slido e barato. Sensveis harmonia que proporciona a quietude,

    podemos reconhecer o objetivo que se harmoniza com nossos membros.

    Quando a e b so iguais a c, a e b so iguais entre si. No caso, teremos: a =

    nossos objetos-membros humanos; b = nosso sentimento da harmonia; c =

    nosso corpo. Por tanto, os objetos-membros humanos so conformes a nosso

    sentimento da harmonia, sendo conformes a nosso corpo. Ento, podemos

    ficar contentes... at o prximo aperfeioamento dessas feramentas.

    Standards

    Estabelecer um standard significa esgotar todas as possibilidades

    prticas e razoveis, deduzir um tipo que se reconhece conforme s funes e

    que fornece um rendimento mximo, com o emprego mnimo de meios, de

    mo-de-obra e de material, de palavras, de formas, de cores, de sons.

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    O automvel um objeto de funo simples (rodar) e de fins complexos

    (conforto, resistncia, aspecto), que imps grande indstria a necessidade

    imperiosa de estandartizar-se. Todos os automveis tm as mesmas

    disposies essenciais.

    Apologia da mquina

    A mquina um acontecimento to capital dentro da histria humana

    que nos permitido destinar-lhe um papel to decisivo e muito mais importante

    que os impostos no passado pelas hegemonias guerreiras, ao substituir uma

    raa por outra. A mquina no ope uma raa a outra, mas um mundo novo a

    um mundo antigo, na unanimidade de todas as raas.

    A mquina cria a mquina. Elas esto afluindo agora e por toda parte

    brilhando. A civilidade chega ali onde ficam as sees. As sees mostram a

    geometria que condiciona tudo. Se civilizarmos as sees, para tender a

    funes perfeitas. O esprito de perfeio revela-se nos lugares de perfeio

    geomtrica.

    Coloque a mquina em funcionamento. Todas as portas se abrem, tudo

    confuso dentro de alegria. Temos de pensar que somos a primeira gerao

    em milhares de anos que contempla as mquinas, e preciso perdoar tais

    entusiasmos.

    A lio da mquina est na pura relao de causa e efeito. Pureza,

    economia, tenso rumo sabedoria.

    O despertar brutal para ns, pois fulgurante, das alegrias intensas da

    geometria. Desta vez ns as sentimos com os sentidos (e Coprnico ou

    Arquimedes s podiam invent-las, dentro de duas cabeas).

    A mquina de morar

    Uma casa uma mquina de morar. Banhos, sol, gua quente, gua

    fria, temperatura vontade, conservao dos alimentos, higiene e beleza na

    justa proporo. Uma poltrona uma mquina de sentar, etc.: Maple mostrou o

    caminho. As bacias so mquinas de lavar: Twyford criou-as.

    preciso estudar a clula perfeitamente humana, a que responde a

    circunstncias fisiolgicas e sentimentais; chegar casa-ferramenta ( prtica e

    suficientemente comovente), que se revende ou se realuga. A concepo de

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    meu teto desaparece (regionalismo, etc.), pois o trabalho se desloca (a

    contratao de operrios), e seria lgico que cada um pudesse segui-lo com

    armas e bagagens. Armas e bagagens denunciar o problema da moblia,

    problema do tipo. Casa-tipo, mveis-tipo. Tudo j se fomenta, as idias

    encontram-se e cruzam-se nesse ponto que se revela como um sentimento

    incisivo, mais que como uma concepo clara. Certas mentes j imaginam o

    edifcio, agitam a questo de uma organizao internacional dos standards da

    construo.

    7.3.3 A Classificao

    A classificao...

    Classifiquemos. Trs tipos de populao: os citadinos por morada; os

    trabalhadores cuja vida corre metade no centro e metade nas cidades-jardins;

    as massas operrias que dividem seu dia entre as fbricas do subrbio e as

    cidades-jardins.

    ...das populaes

    Esta classificao , na verdade, um programa de urbanismo. Sua

    objetivao na prtica significa comear o depuramento das grandes cidades.

    Pois elas se encontram hoje, em conseqncia de seu crescimento precipitado,

    no mais terrvel caos: tudo nelas se confunde. Este programa de urbanismo

    poderia, por exemplo, ser assim fixado, se pensar numa cidade de 3 000 000

    de habitantes: no centro, e s para o trabalho do dia, de 500 000 a 800 000

    pessoas: noite, o centro esvazia-se. A zona de residncia urbana absorve

    uma parte dessas pessoas; as cidades-jardins, o resto. Admitamos pois meio

    milho de habitantes de cidade (no cinturo do centro) e dois milhes e meio

    nas cidades-jardins.

    Esta classificao, justa em princpio, incerta nos nmeros, convida a

    medidas de ordem, fixa as linhas capitais do urbanismo moderno, determina a

    proporo da cidade (centro), dos bairros residenciais, coloca o problema das

    comunicaes e dos transportes, fixa as bases da higiene urbana, determina o

    modo do loteamento, o traado das ruas, a configurao destas, fixa as

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    densidades e, conseqentemente, o sistema de construo do centro, dos

    bairros residenciais e das cidades-jardins.

    ...das circulaes

    Uma doutrina dos transportes pode ento existir e ser aplicada hoje. A

    regra das 7 V estabelecida em 1948 a pedido da U.N.E.S.C.O. constitui um

    sistema sangneo e respiratrio. As 7 vias tornam-se tipos hierarquizados

    capazes de regular a circulao moderna.

    V.1: estrada nacional ou provncia, que atravessa o pas ou os

    continentes.

    V.2: criao municipal, tipo de artria essencial de uma aglomerao.

    V.3: vias reservadas exclusivamente s circulaes mecnicas, no tem

    caladas; nenhuma porta de casa ou de edifcio abre-se para elas. H

    semforos a cada quatrocentos metros, permitindo-se assim aos veculos uma

    velocidade considervel. A V.3 tem como conseqncia uma criao moderna

    do urbanismo: o setor.

    V.4: rua comercial do setor.

    V.5: penetrando no setor, ela conduz os veculos e os pedestres s

    portas das casas, ainda com a ajuda da V. 6.

    V.7: via que alimenta a zona verde, onde ficam as escolas e os esportes.

    A V.8: veio depois, canalizando as bicicletas.

    A regra das V. 7 foi totalmente aplicada em Chandigarh, nova capital do

    Punjab, na ndia, em construo desde 1951.

    7.3.4 Geometria

    Ora, uma cidade moderna vive praticamente de linhas retas; construo

    dos imveis, dos esgotos, das canalizaes, das ruas, das caladas, etc. A

    circulao exige a linha reta. A reta sadia tambm para a alma das cidades. A

    curva prejudicial, difcil e perigosa; ela paralisa.

    A linha reta est em toda a histria humana, em toda inteno humana,

    em todo ato humano.

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    preciso ter a coragem de contemplar com admirao as cidades

    retilneas da Amrica. Embora o esteta se abstenha, o moralista, pelo contrrio,

    pode ficar ali mais tempo que se poderia imaginar em princpio.

    A rua curva o caminho dos asnos; a rua reta, o caminho dos homens.

    Se do alto contemplarmos a terra tumultuosa e enredada, veremos que o

    esforo humano idntico atravs de todos os sculos e em todos os lugares.

    Os templos, as cidades, as casas so clulas de aspecto idntico e de

    dimenses na escala humana. Pode-se dizer que o animal humano , como a

    abelha, um construtor de clulas geomtricas.

    A retido decorre dos meios aplicados. O ngulo reto domina. As

    necessidades a satisfazer (criar, para morar e para trabalhar, cmodos ou

    locais quadrados), so resolvidas espontaneamente pela tcnica do cimento

    armado (pilares, vigas, travas, todas grandes e pequenas, abbodas planas,

    obras de alvenaria, etc.); desde o abandono dos pontaletes, quando se iniciou

    nos primeiros momentos do cimento armado o encravamento de pilares e

    vigas, a atitude ortogonal do plano de concreto armado tornou-se evidente,

    dentro da pureza e da retido.

    Ordem e eficcia

    Os novos planos que asseguram uma boa circulao, uma sadia

    distribuio, a classificao e a ordem, fazendo do conjunto de um edifcio uma

    verdadeira biologia

    (esqueleto de sustentao, espaos arejados e iluminados, alimentao por

    meio de canalizaes, que subministram utilidades abundantes guas, gs,

    eletricidade, telefone, esgoto, aquecimento, ventilao, etc.) do uma sensao

    de eficincia.

    Urbanismo e arquitetura

    Esta arma, alis carregada, tem nome: os construtores; ela acaba com o

    debate. Feito isso, este termo, que exprime, a bem da verdade, um programa,

    liga, rene, une, ordena e produz. A unidade e a continuidade penetram ento

    o conjunto dos temas. Nada mais contraditrio. O construtor encontra-se

    tanto na oficina de fabricao quanto nos andaimes do templo; ajuizado e

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    engenhoso, tanto quanto poeta. Cada qual, bem alinhado segundo a ordem e a

    hierarquia, ocupa seu lugar.

    O urbanista mal se distingue do arquiteto. O primeiro organiza espaos

    arquitetnico, fixa o local e o destino dos volumes de construo, rene todas

    as coisas no tempo e no espao por meio de uma rede circulatria. E o outro, o

    arquiteto, ocupado, por exemplo, com uma simples habitao, tambm levanta

    volumes, cria espaos. No nvel do ato criador, o arquiteto e o urbanista so um

    s.

    Observaremos acima de tudo que esses volumes construdos,

    concebidos como verdadeiras ferramentas, trazem poder, riqueza, beleza e

    esplendor arquitetnico. Obedecendo a tais regras, as zonas de habitao

    oferecero um espetculo de clareza, de graa, de ordem e de elegncia.

    7.3.5 Contra a Rua

    Os cafs, locais de repouso, etc. deixaram de ser esse mofo que ri as

    caladas: transferiram-se para os terraos dos tetos, como acontece com o

    comrcio de luxo (pois no verdadeiramente ilgico que uma superfcie

    inteira de uma cidade no seja utilizada, mas apenas reservada para que as

    ardsias dos telhados e as estrelas se contemplem mutuamente?). Passarelas

    curtas sobre essas ruas normais estabeleceriam a circulao desses novos

    bairros recuperados e dedicados ao repouso entre flores e espaos verdes.

    Esta concepo triplicaria a superfcie de circulao da cidade;

    realizvel, corresponde a uma necessidade, custa menos e mais sadia que

    as atuais superfcies por onde vagamos. Ela era sadia dentro do velho quadro

    das nossas cidades, como ser sadia a concepo das cidades-torre nas

    cidades de amanh.

    O nmero das ruas atuais deve ser reduzido em dois teros. O nmero

    dos cruzamentos de ruas funo direta do nmero das ruas; um

    agravamento considervel do nmero das ruas. O cruzamento de ruas o

    inimigo da circulao. O nmero atual de ruas determinado pela mais

    longnqua histria. A proteo da propriedade defendeu, quase sem exceo, a

    menor vereda do pequeno burgo primitivo e erigiu-a em rua, at em avenida. O

  • 15

    caminho dos asnos, o caminho dos homens. As ruas, assim, cortam-se a cada

    50, a cada 20, a cada 10 metros!... Ento se produzem engarrafamentos

    ridculos.

    A separao entre duas estaes de metr ou de nibus fornece o

    mdulo til de desvio entre os cruzamentos de ruas, mdulo condicionado pela

    velocidade dos veculos e pela resistncia admissvel do pedestre. Esta medida

    mdia de 400 metros d, pois, a separao normal das ruas; o padro das

    distncias urbanas. Minha cidade traada em quadrados regulares de ruas

    espaadas de 400 metros e cortadas s vezes a cada 200 metros.

    Trata-se ento de estudar bem a clula, quer dizer, o alojamento de um

    homem, de fixar seu mdulo e de preparar a execuo em sries uniformes.

    Uma rede montona e tranqila, formada de inmeras clulas, estender-se-

    por grandes movimentos arquitetnicos, movimentos que sero diferentes da

    indigente rua em forma de corredor: o urbanismo abandonar a rua-corredor

    atual e, graas a uma nova distribuio de espaos, criar, numa escala muito

    ampla, uma nova sinfonia arquitetnica.

    A rua-corredor, com duas caladas, abafada entre casas altas, deve

    desaparecer. As cidades tm o direito de ser diferentes de palcios cheios de

    corredores.

    O urbanismo exige uniformidade no detalhe em movimento no conjunto.

    7.3.6 Em Favor do Espao Verde

    Ao invs de traar cidades em forma de macios quadrangulares com a

    estreita vala das ruas limitada pelos sete andares de imveis cortados a pico

    sobre a calada e rodeando ptios insalubres, espcie de sentinas sem ar e

    sem sol, traaramos, ocupando as mesmas superfcies, e com a mesma

    densidade de populao, macios de casas com redentes sucessivos

    serpenteando ao longo de avenidas axiais. No mais ptios, mas sim

    apartamentos que abram todas as suas faces para o ar e a luz, e que no

    dem mais as rvores doentias dos bulevares atuais, mas para relvas, para

    reas reservadas e jogos e a plantaes abundantes.

  • 16

    A natureza de novo levada em considerao. A cidade, ao invs de

    tornar-se um pedregal impiedoso, concebida como um grande parque. A

    aglomerao urbana () tratada como cidade verde.

    Sol, espao, zonas verde.

    Os imveis surgem na cidade por trs do rendado de rvores. Est

    assinado o pacto com a natureza.

    As casas, semelhantes em altura, concentradas, sem deixar de

    assegurar uma forte densidade de habitao, ocupam apenas uma pequena

    parte do solo. As unidades de habitao de dimenses conformes assim

    construdas, de 50 metros de altura, distam umas das outras de 150 a 200

    metros e esto implantadas, em funo do sol e do local, dentro de um parque

    verde.

    Uma unidade de habitao aloja 1 600 pessoas e cobre 4 hectares. Igual

    nmero de habitantes que vivessem em cidades-jardins horizontais

    necessitariam de 320 casinhas cobrindo 32 hectares. A densidade de 400

    habitantes por hectares para uma unidade de habitao, ao invs de 50, como

    acontece nas cidades-jardins.

    Uma cidade do tipo cidade-radiosa, construda de unidades de

    habitao, cobriria apenas 25 hectares, ao passo que uma do tipo cidade-

    jardim exigiria 200.

    Partindo do acontecimento construtivo capital que o arranha-cu

    americano, bastaria reunir em alguns poucos pontos estar forte densidade de

    populao e levantar ali construes imensas de 60 andares. O cimento

    armado e o ao permitem audcias e prestam-se sobretudo a um certo

    desenvolvimento das fachadas, graas ao qual todas as janelas daro para o

    cu aberto; assim, daqui por diante, os ptios sero suprimidos. A partir do

    dcimo quarto andar, reina a calma absoluta, o ar puro.

    Nessas torres que abrigaro o trabalho, at aqui comprimido dentro de

    bairros compactos e em ruas congestionadas, estaro reunidos todos os

    servios, de acordo com a feliz experincia americana, de modo a trazer a

    eficcia, a economia de tempo e de esforos e, assim, uma tranqilidade

    indispensvel. Essas torres, levantadas a uma grande distncia umas das

    outras, do em altura o que, at agora, se empregava em superfcie; deixam

    livres grandes espaos que repelem para longe de si as ruas axiais repletas de

  • 17

    barulho e de uma circulao mais rpida. Ao p das torres aparecem os

    parques; o verde estende-se pela cidade toda. As torres alinham-se em

    avenidas imponentes; trata-se realmente de uma arquitetura digna do nosso

    tempo.

    7.3.7 A Cidade Moderna

    Fiz como o pesquisador em seu laboratrio: afastei os casos especficos,

    deixei de lado acidental, situei-me num terreno ideal. O objetivo no era vencer

    um estado de coisas preexistentes, mas chegar, mediante a construo de um

    edifcio terico rigoroso, a formular os princpios fundamentais do urbanismo

    moderno.

    Esses princpios fundamentais, se no foram inventados, podem

    constituir o esqueleto de qualquer sistema de urbanizao contemporneo;

    sero a regra do jogo. Pensar em seguida num caso especfico, quer dizer, em

    Paris, Londres, Berlim, Nova York ou num minsculo burgo, significa ser

    mestre, se partimos das certezas obtidas, em dar uma direo batalha que

    vai ser travada. Pois querer urbanizar uma grande cidade contempornea

    como travar uma formidvel batalha. Ora, j viram travar uma batalha sem

    conhecimento preciso dos objetivos a atingir? Esta exatamente a nossa

    situao. Autoridades encurraladas lanam-se em aventuras de policiais com

    cassetete, policiais a cavalo, sinais sonoros e luminosos, passarelas sobre as

    ruas, caladas rolantes sob as ruas, cidades-jardins, supresso de bondes, etc.

    Tudo, seguidamente, de modo ofegante, para fazer frente fera. A FERA, a

    Grande Cidade, muito mais forte; ela est apenas despertando. O que

    inventaremos amanh?

    Precisamos de uma linha de conduta.

    Precisamos dos princpios fundamentais do urbanismo moderno.

    O terreno

    O terreno plano o ideal. Onde quer que a civilizao se intensifique, o

    terreno plano fornece as solues normais. Onde a circulao diminui, os

    acidentes do terreno atrapalham menos.

  • 18

    O rio passa longe da cidade. O rio uma estrada de ferro sobre a gua,

    uma estao de mercadorias, uma estao de triagem. Em uma casa bem

    dividida, a escada de servio no passa pela sala.

    A populao

    Os urbanos, os suburbanos e os mitos.

    a) Os urbanos, os do centro da cidade, os que trabalham e residem na

    cidade.

    b) Os suburbanos, os que trabalham na periferia, na zona das fbricas e

    que no vo cidade; residem na cidade-jardim.

    c) Os mistos, os que trabalham no centro da cidade, na zona comercial,

    mas vivem com a famlia nas cidades-jardins.

    Devemos distinguir um rgo denso, rpido, gil, concentrado: a cidade

    (centro devidamente organizado). Um outro rgo flexvel, extenso, elstico: a

    cidade-jardim (cinturo).

    Entre estes dois rgos, distinguir com fora de lei a presena

    indispensvel da zona de proteo e de extenso, zona vassala, bosque e

    prados, reserva de ar.

    As densidades

    Quanto maior a densidade de populao de uma cidade, menores as

    distncias a percorrer. Conseqncia: aumentar a densidade do centro das

    cidades, sede dos negcios.

    Pulmo

    O trabalho moderno intensifica-se cada vez mais, solicitando sempre

    com maior perigo nosso sistema nervoso. O trabalho moderno exige calma, ar

    salubre e no ar viciado.

    As cidades atuais aumentam sua densidade s expensas de zonas

    ajardinadas que so o pulmo da cidade.

    A cidade nova deve aumentar sua densidade aumentando

    consideravelmente suas superfcies plantadas.

    Aumentar as superfcies plantadas e diminuir o caminho a ser percorrido.

    preciso construir o centro da cidade para o alto.

  • 19

    O apartamento da cidade pode ser construdo sem ptio e longe das

    ruas, com as janelas dando para parques extensos: loteamentos com redentes

    e loteamentos fechados.

    A rua

    A rua moderna um organismo novo, uma espcie de fbrica alargada,

    um depsito ventilado com mltiplos rgos complexos e delicados (as

    canalizaes). Vai contra toda a economia, contra todo o bom senso enterrar

    as canalizaes da cidade. Elas devem ser acessveis em qualquer ponto. O

    cho dessa fbrica alargada tem destinos diversos. A realizao dessa fbrica

    envolve tanto a construo das casas que costumam flanque-la como as

    pontes que a prolongam atravs dos vales ou por cima dos rios.

    A rua moderna deve ser uma obra-prima da engenharia e no mais um

    trabalho de empreiteiros.

    Trs tipos de ruas, uma abaixo das outras:

    a) No subsolo, os transportes pesados. O andar das casas que est

    nesse nvel formado de estacas que deixam entre si espaos livres muito

    grandes; os transportes pesados descarregam ou carregam suas mercadorias

    nesse andar, que constitui na verdade os depsitos da casa.

    b) No nvel do trreo dos imveis, o sistema mltiplo e sensvel das ruas

    normais que leva a circulao at seus limites mais sutis.

    c) Norte-sul, leste-oeste constituem os dois eixos da cidade; os

    autdromos em cruz, para circulao rpida em sentido nico, so

    estabelecidos sobre grandes passarelas de concreto de 40 ou 60 metros de

    largura, unidas a cada 800 ou a cada 1 200 metros por meio de rampas, com

    as ruas normais. Podemos entrar nos autdromos em cruz por qualquer ponto

    e atravessar a cidade e chegar ao subrbio, em alta velocidade, sem ter de

    enfrentar nenhum cruzamento.

    A estao

    S h uma estao. A estao s pode ficar no centro da cidade. seu

    nico lugar; no h nenhum motivo para a instalar em outro. A estao o

    cubo da roda.

  • 20

    A estao um edifcio antes de tudo subterrneo. Seu teto com dois

    andares abaixo do solo natural da cidade constitui o aeroporto para txis

    areos. Este aeroporto (que depende do aeroporto principal, situado na zona

    vassala) deve ter comunicao direta com os metrs, os trens interurbanos, o

    grande autdromo e os servios administrativos de transporte.

    Plano da cidade

    Princpios fundamentais:

    1o - Descongestionamento do centro das cidades;

    2o - Aumento da densidade;

    3o Aumento dos meios de circulao;

    4o Aumento das superfcies verdes.

    No centro, a ESTAO com plataforma de aterrissagem dos txis

    areos.

    Norte-sul, leste-oeste: o GRANDE AUTDROMO para veculos rpidos

    (passarela superelevada, de 40 metros de largura).

    Aos ps dos arranha-cus a ao redor deles, uma praa de 2 400 x 1 500

    metros (3 640 000 metros quadrados) coberta por jardins, parques e

    quincunces. Nos parques aos ps e em torno dos arranha-cus, os

    restaurantes, os cafs, as lojas de luxo, os prdios com dois ou trs terraos

    dispostos em bancadas; os teatros, as salas, etc.; as garagens descobertas ou

    fachadas.

    Nos arranha-cus, fazem-se os negcios.

    esquerda, os grandes edifcios pblicos, os museus, a cmara

    municipal, os servios pblicos. Adiante, esquerda, o jardim ingls. (O jardim

    ingls destina-se extenso lgica do corao da cidade.)

    direita, percorridos por um dos ramais do grande autdromo, os

    depsitos de mercadorias e os bairros industriais com as estaes de

    mercadoria.

    Em volta de toda a cidade, a zona vassala, bosques e prados.

    Uma palavra resume a necessidade de manh: preciso construir AO

    AR LIVRE. A geometria transcendente deve reinar, ditar todos os traados e

    levar a suas conseqncias menores e inmeras.

  • 21

    A cidade atual morre por no ser geomtrica. Construir ao ar livre

    significa substituir o terreno irregular, insensato, que o nico existente hoje

    por um terreno regular. Fora disso no h salvao.

    7.3.8 A Habitao Modelo

    O edifcio agrupa 337 apartamentos de 23 tipos diferentes, desde o

    apartamentinho para o celibatrio, ou para o casal sem filhos, at o grande

    apartamento para famlias de trs a oito filhos.

    Os apartamentos agrupam-se a dois, imbricados ps com cabea ao

    longo dos corredores chamados ruas interiores, situados no eixo longitudinal

    do edifcio. A primeira caracterstica do apartamento-tipo ser construdo em

    dois andares, como um sobrado particular. Os apartamentos esto isolados

    uns dos outros por caixas de chumbo (isolamento fnico).

    A sala comum tem a altura de dois andares e mede 4,80 metros de cho

    ao teto. Uma vidraa de 3,66 metros de largura por 4,80 metros de altura

    mostra a magnfica paisagem. A cozinha faz parte do apartamento. H um

    fogo eltrico com trs chapas e um forno, uma pia dupla, uma parte da qual

    forma um esvazia-lixo automtico, um armrio frigorfico, uma grande mesa de

    trabalho, prateleiras, armrios e um exaustor, ligado ventilao geral.

    A unidade servida por cinco ruas interiores superpostas. metade da

    altura do edifcio (7o e 8o andares) fica a rua de comercio alimentcio (servios

    comuns), com: peixaria, mercearia, aougue, salsicharia, casa de vinhos,

    leiteria, casas de frutas, de legumes e de pratos prontos. H um servio de

    entrega a domiclio. Pode-se comer num restaurante, salo de ch ou snack-

    bar. H estabelecimentos vrios: lavanderia, tinturaria, drogaria, salo de

    beleza, mais um posto de correio auxiliar, tabacaria, banca de jornais, livraria e

    farmcia. Na mesma rua interior ficam os hotis.

    No ltimo andar (17o) ficam uma creche e uma escola maternal em

    comunicao direta, por meio de um plano inclinado, com o jardim do teto-

    terrao reservado s crianas. Este jardim tem uma pequena piscina para

    crianas. O teto-terrao forma jardim suspenso e mirante, e abrange: uma sala

    para cultura fsica, uma praa de treinos e de exerccios ao ar livre, um solrio,

    uma pista de corrida de 300 metros, um bar-restaurante, etc.

  • 22

    8. CONCLUSES

    Ao negar agressivamente o passado, o progressismo nega tambm o

    tempo e, com ele o movimento e a mudana. Esta vertente , portanto,

    contraditria, pois se propunha ser mudana, mas ofereceu um quadro de vida

    rgido, o qual se expressa em modelos de espao rigorosos, padronizados e

    funcionalmente eficientes. O urbanista considerado mdico, padre ou

    pai, pois detm a verdade e conhecedor do homem-tipo e de suas

    necessidades-tipo, sendo por isso capaz de organizar a cidade como um

    ambiente de equilbrio, paz e felicidade para que seus habitantes produzam

    mais e melhor.

    Nada mais contraditrio... Cada coisa ocupa o seu lugar, bem alinhada

    em ordem e hierarquia..

    (Le Corbusier, apud. Choay, 1980)

    9. REFERNCIAS

    Livros

    PLANEJAMENTO URBANO LE CORBUSIER;

    O URBANISMO FRANCOISE CHOAY;

    HISTRIA DA ARQUITETURA MODERNA LEONARDO BENEVOLO.

    Internet

    ismo.vilabol.uol.com.br/reflexoes_urbanismo.htm

    http://www.petropolistaaqui.com/koeler.htm

    http://sburbanismo.vilabol.uol.com.br/reflexoes_urbanismo.htm

    http://www.supergarrido.hpg.ig.com.br/urbanismo_le_corbusier.htm

    http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rua/article/download/3110/2227

    http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t...

    http://libdigi.unicamp.br/document/?view=vtls000242807

    http://santileia.blogspot.com/2007_07_08_archive.html