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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA QUMICA

    PROJETO, CONSTRUO, TESTES E OPERAO

    DE UM EXTRATOR DE LEOS VEGETAIS

    JACIOMAR ALVES TAVARES

    So Carlos SP

    2007

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA QUMICA

    PROJETO, CONSTRUO, TESTES E OPERAO

    DE UM EXTRATOR DE LEOS VEGETAIS

    JACIOMAR ALVES TAVARES

    Dissertao apresentada ao Programade Ps-Graduao em EngenhariaQumica da Universidade Federal deSo Carlos como parte dos requisitosnecessrios obteno do ttulo deMestre em Engenharia Qumica, reade concentrao em Pesquisa eDesenvolvimento de ProcessosQumicos.

    Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria da Silveira

    So Carlos SP

    2007

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    Ficha catalogrfica elaborada pelo DePT daBiblioteca Comunitria da UFSCar

    T231pcTavares, Jaciomar Alves.

    Projeto, construo, testes e operao de um extrator de leosvegetais / Jaciomar Alves Tavares. -- So Carlos : UFSCar, 2007.

    76 p.

    Dissertao (Mestrado) -- Universidade Federal de So Carlos,2007.

    1. Fluidizao. 2. Projetos. 3. Testes. I. Ttulo.

    CDD: 660.284292 (20a

    )

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    MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAO DE MESTRADO DE

    JACIOMAR ALVES TAVARES, APRESENTADA AO PROGRAMA DE PS-

    GRADUAO EM ENGENHARIA QUMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE

    SO CARLOS, EM 02 DE MARO DE 2006.

    BANCA EXAMINADORA:

    r qA ~

    yrofa:-1)ra. Ana Maria da Silveira

    Orientadora

    PPG-EQ/UFSCar

    JU ~J\}Q;j

    }F~~

    Prot. Dr. Flavio Bentes Freire

    CTC/UEM

    '

    /

    /.. ..

    {

    .

    r

    _._~

    L/U (Lc c Cl(

    ~

    l.'

    Preta. Dra. Maria do Carmo Ferreira

    PPG-EQ/U

    FSCar

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    i

    "Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, porquecada pessoa nica e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que

    passa em nossa vida passa sozinha, e no nos deixa s, porquedeixa um pouco de si e leva um pouquinho de ns. Essa a mais

    bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas no seencontram por acaso."

    Charles Chaplin

    "A vida uma pea de teatro que nopermite ensaios. Por isso cante, ria, dance,chore e viva intensamente cada momento,

    antes que a cortina se feche e a peatermine sem aplausos."

    Charles Chaplin

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    ii

    minha famlia.Aos meus amigos.

    Aos meus pais Jassy e Evangelina.

    Aos meus irmos Carmlia e Carlos.

    Aos meus mestres e amigos ProfaAna Maria e Prof. Freire.

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    iii

    AGRADECIMENTOS

    A Profa. Dra. Ana Maria da Silveira pela sua orientao, pela sua amizade

    e pela sua dedicao para que eu realizasse o meu trabalho de pesquisa, e pudesse,

    tambm, ampliar meus conhecimentos. Mestra, sinto-me honrado de poder ter

    sido seu orientando durante estes dois anos.

    Ao Prof. Dr. Jos Teixeira Freire, meu conterrneo da regio centro-oeste

    do Brasil, pela sua amizade, seus conselhos e pela sua participao na banca de

    qualificao. Mestre, sinto-me honrado de poder ter sido seu aluno.

    A Profa. Dra. Maria do Carmo Ferreira pela sua amizade e pela suas

    participaes nas bancas de qualificao e defesa.

    Ao Prof. Dr. Dermeval Jos Mazzini Sartori pela amizade e pela sua

    disponibilidade em me atender nos momentos em que o procurei e pelos

    cafezinhos na oficina do DEQ.

    Ao Prof. Dr. Ronaldo Guimares Corra pela amizade e pela sua

    disponibilidade em me atender nos momentos em que o procurei.

    Ao Tcnico Sr. Oscar da Silva pela amizade e pelo grande auxlio nas

    sugestes e construo do equipamento.

    Ao Dr. Edlson Milar e a M. Sc. Juliana Milanez, pela amizade e pelo

    empenho em atender as minhas solicitaes, disponibilizando assim, os

    equipamentos e materiais de consumo utilizados neste trabalho.

    Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    (CNPq) pela concesso da bolsa de Mestrado, pois sem ela este trabalho no serealizaria.

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    A todos os meus amigos das diversas reas de pesquisa do DEQ/UFSCar.

    Aos meus amigos com quem administrei a Associao de Ps-Graduandos

    (APG) da UFSCar na Gesto 06/07.

    Aos meus amigos e professores da UFU pelo apoio e incentivo.

    Aos amigos que fiz durante esse perodo em So Carlos, de vrios

    churrascos e festas.

    Aos meus amigos Glaico G. Santos e Henrique V. Santana pelo apoio e

    incentivo.

    Aos meus irmos Carmlia Alves Tavares e Carlos Omar Alves pela

    amizade e apoio em todos os momentos da minha vida.

    Aos meus pais Jassy Rodrigues Tavares e Evangelina Alves dos Santos

    Tavares por terem me dado a vida, apoio e educao. Sem vocs no teria

    conseguido e agradeo a Deus por estarem vivos e ao meu lado.

    Aos meus Avs que sempre me apoiaram, e em especial a meu Av

    Antnio Cordeiro dos Santos que por vontade de Deus no est mais entre ns,

    nesse momento muito feliz da minha vida e com certeza da dele tambm, que

    sempre procurou saber como estavam os meus estudos.

    Aos meus tios, tias e primos pelo apoio e incentivo.

    O meu muito obrigado.

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    RESUMO

    O Brasil um pas rico em biodiversidade, detendo uma grande variedade

    de plantas, sendo que um dos principais constituintes o leo, tem sido bastante

    procurado pelas indstrias, principalmente as farmacuticas, alimentcias e de

    cosmticos.

    Dentre as plantas com estas caractersticas destacam-se o gengibre, que

    tem sido usado em tratamentos, desde problemas estomacais at reumatismo, na

    culinria como condimento e tambm em perfumaria.

    Dependendo da importncia e aplicao do leo essencial, na literatura

    encontram-se diversos tipos de extratores podendo ser citados os destiladores do

    tipo Clevenger, o do tipo soxhlet e o que utiliza o CO2 supercrtico.

    Analisando-se estes extratores, verificou-se que estes apresentamvantagens e desvantagens, o que motivou este trabalho, que tem por objetivo

    desenvolver, projetar, construir e operar um equipamento, que permita extrair

    leos essenciais, usando o princpio do arraste por vapor e, que possibilite a

    manipulao das variveis presso e temperatura.

    O equipamento desenvolvido e construdo composto por uma caldeira,

    uma cmara de extrao com trs bandejas e um destilador, operando-se nas

    seguintes condies: presso na caldeira 1,2 kgf/cm a 3,6 kgf/cm; presso na

    cmara de extrao - 0,4 kgf/cm a 3,6 kgf/cm; temperatura: 75C a 140C; vazo

    mdia de destilado em 0,831 l/h, vazo mdia de gua no destilador de 125 l/h,

    bandejas uma, duas e trs e massa de gengibre 200g, 400g, 600g e 1200g.

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    vi

    O melhor resultado neste extrator foi obtido utilizando-se trs bandejas e

    massa de 400g de gengibre, extraindo uma massa de 0,965g de leo, o que

    corresponde a um teor de 1,7%.

    Na comparao entre estes resultados e os obtidos pelo Clevenger, o teor

    de leo extrado foi 2,77 e 1,70%, respectivamente, mostrando que o equipamento

    projetado e construdo extraiu 63% a mais de leo, nas mesmas condies e com 3

    horas a menos de operao.

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    ABSTRACT

    Brazil is a rich country in biodiversity holding a great variety of plants,

    being one of the main constituents - oil that has been searched by the industries,

    especially, pharmaceutic, food and cosmetic. Among the plants with these

    characteristics is the well -noted ginger, that has been used in treatments, from

    stomach to rheumatism problems, in culinary as condiments and also in

    perfumery.

    Depending on the importance and application of the essential oil, in

    literature, some types of extractors are found, being able to be cited the distillers

    of the types Clevenger, soxhlet and the one that uses supercritical CO2.

    Analyzing these extractors it was verified that these present advantages

    and disadvantages that motivated this work, that has as objective to develop,

    project, construct and operate an equipment that allows the extraction of the

    essential oils, using the principle of dragging through vapor and that makes it

    possible the manipulation of the variable pressure and temperature.

    The developed and constructed equipment is composed by a boiler, a

    chamber of extraction with three trays and a distiller, operating itself in the

    following conditions: pressure in boiler 1.2 kgf/cm the 3,6 kgf/cm; pressure in

    the chamber of extraction - 0,4 kgf/cm the 3,6 kgf/cm; temperature: 75C 140C;

    average outflow of distilled in 0,831l/h and a average outflow of water in the

    distiller of 125 l/h, trays - one, two and three and mass of ginger - 200g, 400g,

    600g and 1200g.

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    viii

    Optimum result gotten in this extractor was using three trays and mass of

    400g of ginger, extracting a mass of 0,965g of oil, what it corresponds to a 1,7%

    text.

    In the comparison between these results and the gotten ones for the

    Clevenger, the extracted oil text was 2,77 and 1.70%, respectively, showing that

    the projected and constructed equipment extracted 63% more than the oil, in the

    same conditions and with 3 hours to less of operation.

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    SUMRIO

    DEDICATRIA............................................................................ i

    AGRADECIMENTOS.................................................................. ii

    RESUMO....................................................................................... v

    ABSTRACT................................................................................... vii

    LISTA DE FIGURAS................................................................... xii

    LISTA DE TABELAS.................................................................. xvi

    LISTA DE QUADROS................................................................. xvii

    NOMENCLATURA..................................................................... xviii

    1 INTRODUO....................................................................... 1

    2 REVISO BIBLIOGRFICA.............................................. 3

    2.1 leos Essenciais................................................................ 3

    2.2 Extrao de leos............................................................. 7

    2.3 Aspectos Gerais do Gengibre............................................ 13

    3 MATERIAIS E MTODOS.................................................. 24

    3.1 Matria-Prima................................................................... 24

    3.1.1 Densidade Aparente............................................... 24

    3.1.2 Calor Especfico.................................................... 25

    3.1.3 Viscosidade do leo Essencial ............................. 26

    3.1.4 Contedo de Umidade........................................... 27

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    x

    3.1.5 Identificao dos Grupos Funcionais.................... 27

    3.1.6 Teor de leo Essencial.......................................... 28

    3.2 Equipamentos.................................................................... 29

    3.2.1 Destilador de leos Essenciais Clevenger MA

    553................................................................................... 29

    3.2.2 Extrator de leos Essenciais Desenvolvido.......... 31

    3.3 Procedimento Experimental.............................................. 31

    3.3.1 Destilador de leos Essenciais Clevenger MA

    553................................................................................... 31

    3.3.2 Extrator de leos Essenciais Desenvolvido.......... 34

    4

    RESULTADOS E DISCUSSO............................................ 36

    4.1 Desenvolvimento do Equipamento................................... 36

    4.2 Extrao de leo de Gengibre.......................................... 49

    4.2.1 Extrao Via Clevenger MA 553.......................... 49

    4.2.2 Extrao Via o Equipamento Desenvolvido......... 51

    4.3 Caracterizao da Matria-Prima...................................... 58

    4.3.1 Densidade Aparente............................................... 59

    4.3.2 Calor Especfico.................................................... 59

    4.3.3 Viscosidade do leo Essencial ............................. 63

    4.3.4 Contedo de Umidade........................................... 63

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    xi

    4.3.5 Identificao dos Grupos Funcionais.................... 64

    5

    CONCLUSO......................................................................... 70

    6 SUGESTES........................................................................... 73

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................ 74

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    xii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Esquema de um destilador do tipo Clevenger (Extrao de

    leos essenciais, 2006)............................................................... 08

    Figura 2.2 - Extrator soxhlet com solvente descontnuo (Extrao de

    leos essenciais, 2006)............................................................... 09

    Figura 2.3 - Extrator soxhlet com solvente contnuo (Extrao de leos

    essenciais, 2006)........................................................................ 10

    Figura 2.4 - Extrator por CO2supercrticos (Extrao de leos essenciais,

    2006).......................................................................................... 11

    Figura 2.5 - Fluxograma do extrator supercrtico (Extrao de leos

    essenciais, 2006)........................................................................ 12

    Figura 2.6 - Rizoma do gengibre (Wikipedia, 2006)..................................... 14

    Figura 2.7 - Frmulas estruturais: a) geranial, b) neral e c) citronelal

    (Wikipedia, 2006)...................................................................... 19

    Figura 2.8 - Frmulas estruturais: a) linalol, b) citronelol, c) geraniol, d)

    borneol e e) alfa-terpineol (Wikipedia, 2006)........................... 19

    Figura 2.9 - Frmulas estruturais: a) zengiberene, b) limonene, c) beta-

    plelladrene, d) pinene, e) myrcene e f) cymene (Wikipedia,

    2006).......................................................................................... 20

    Figura 3.1 - Diagrama esquemtico do DSC (Kunita, 2005)........................ 25

    Figura 3.2 - Destilador de leos essenciais Clevenger MA 553.................... 30

    Figura 3.3 - Gengibre triturado em um liquidificador com gua.................. 32

    Figura 3.4 - Balo volumtrico com gengibre e gua................................... 32

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    xiii

    Figura 3.5 - leo extrado no reservatrio.................................................... 33

    Figura 3.6 - Amostras de leo extrado......................................................... 34

    Figura 4.1 - Equipamento de extrao de leo de gengibre.......................... 36

    Figura 4.2 - Caldeira da marca Hoffman Pancostura.................................... 37

    Figura 4.3 - Desenho esquemtico da cmara de extrao............................ 38

    Figura 4.4 - Cmara de extrao.................................................................... 39

    Figura 4.5 - Viso do tubo perfurado longitudinalmente.............................. 40

    Figura 4.6 - Detalhe da placa perfurada........................................................ 41

    Figura 4.7 - Extrator com as trs bandejas.................................................... 42

    Figura 4.8 - Tampa e os parafusos da cmara de extrao............................ 43

    Figura 4.9 - Tampa com manmetro e vlvula de vapor............................... 44

    Figura 4.10 - Vlvula para retirada do vapor condensado............................... 45

    Figura 4.11 - Desenho esquemtico do destilador........................................... 46

    Figura 4.12 - Destilador................................................................................... 47

    Figura 4.13 - Reservatrio do leo e vlvula.................................................. 48

    Figura 4.14 - Quantidade de leo de gengibre extrado em funo da

    temperatura para diferentes presses na caldeira....................... 50

    Figura 4.15 - Quantidade de leo extrado em funo do tempo para umamassa de 400g de gengibre........................................................ 50

    Figura 4.16 - Quantidade de leo extrado em funo do teor de leo para

    uma massa de 400g de gengibre................................................ 53

    Figura 4.17 - Quantidade de leo de gengibre extrado em funo da

    presso na cmara parametrizada na presso da caldeira.......... 53

    Figura 4.18 - leo extrado em funo do tempo para uma massa de 400g

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    xiv

    de gengibre em duas bandejas................................................... 56

    Figura 4.19 - leo extrado em funo do tempo para uma massa de 400g

    de gengibre em trs bandejas..................................................... 57

    Figura 4.20 - Quantidade de leo extrado em funo do tempo para uma

    massa de 400g de gengibre em uma, duas, trs bandejas e

    tambm no Clevenger................................................................ 58

    Figura 4.21 - Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para

    diferentes amostras.................................................................... 60

    Figura 4.22 - Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para o

    leo em atmosfera de ar e N2..................................................... 61

    Figura 4.23 - Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para o

    leo de gengibre exposto e no exposto luz............................ 61

    Figura 4.24 - Calor especfico em funo da temperatura para diferentes

    amostras..................................................................................... 63

    Figura 4.25 - Espectro de infravermelho do leo extrado de 400g do

    gengibre no tempo de 2 horas a Pcam.=1,6 kgf/cm2 e

    Tcam.=112,73 C....................................................................... 64

    Figura 4.26 - Espectro de infravermelho do leo extrado de 400g dogengibre no tempo de 4 horas a Pcam.=1,6 kgf/cm2 e

    Tcam.=112,73 C....................................................................... 65

    Figura 4.27 - Espectro de infravermelho do leo extrado de 400g de

    gengibre (pr-tratado osmoticamente) no tempo de 4 horas

    Pcam.=1,6 kgf/cm2e Tcam.=112,73C..................................... 65

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    xv

    Figura 4.28 - Espectro de infravermelho do leo extrado de 400g de

    gengibre no Clevenger com tempo de 4 horas na temperatura

    de 98C...................................................................................... 66

    Figura 4.29 - Espectro de infravermelho do leo (exposto luz) extrado de

    400g de gengibre a Pcam.=1,6 kgf/cm2e Tcam.=112,73 C..... 66

    Figura 4.30 - Espectro de infravermelho do leo extrado em diferentes

    amostras..................................................................................... 69

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    xvi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Constituintes do gengibre (inGouveia, 1999)............................ 16

    Tabela 2.2 - Principais constituintes do leo de gengibre (Beek et. al.,

    1987)........................................................................................... 18

    Tabela 4.1 - Extrao do leo de gengibre no destilador de leos essenciais

    Clevenger MA 533..................................................................... 49

    Tabela 4.2 - Presso na caldeira, presso na cmara de extrao e

    temperatura................................................................................. 51

    Tabela 4.3 - Extrao com uma bandeja e 400 gramas de gengibre em

    diferentes presses e temperaturas............................................. 52

    Tabela 4.4 - Extrao do leo de gengibre com uma, duas e trs bandejas.... 54

    Tabela 4.5 - Extrao do leo de gengibre com uma, duas e trs bandejas

    em diferentes quantidades de amostras...................................... 55

    Tabela 4.6 - Calor especfico do gengibre in natura, bagao seco e leo

    em funo da temperatura. ........................................................ 62

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    xvii

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 2.1 - leos essenciais e suas aplicaes (Extrao de leos

    essenciais, 2006)....................................................................... 05

    Quadro 4.1 - Faixa de absores das ligaes em molculas orgnicas

    (Wikipedia, 2006). 67

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    NOMENCLATURA

    BLU Base livre de umidade

    Bm Biomassa do gengibre [g]

    Bs Massa seca do gengibre [g]

    b.u. Base mida [%]

    Cp Calor especfico [J/g.k]DSC Calorimetria diferencial de varredura

    H Entalpia [J]

    Mo Massa do leo extrado [g]

    mW Milivoltagem [mV]

    Pcal Presso na caldeira [kgf/cm2]

    Pcam Presso na cmara [kgf/cm2]

    Tcam Temperatura na cmara [C]

    t Tempo [h]

    TO Teor do leo (g de leo essencial em 100g de massa seca)

    ou rendimento de extrao

    [%]

    U Umidade do gengibre [%]

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    1 INTRODUO

    No Brasil existe uma grande variedade de plantas que tem como um dos

    seus principais constituintes o leo, que tem sido bastante procurado pelas

    indstrias, principalmente as farmacuticas, alimentcias e de cosmticos.

    Dentre as plantas com estas caractersticas destacam-se eucalipto, hortel-

    pimenta, funcho, tomilho, alecrim, pau rosa, pimenta, laranja, limo, cravo e

    gengibre.

    Dependendo da importncia e aplicao do leo essencial, na literatura

    encontram-se alguns tipos de extratores mais indicados podendo ser citados os

    destiladores do tipo Clevenger, o do tipo soxhlet e o que utiliza o CO2

    supercrtico como exemplos de equipamentos mais usados em laboratrio de

    pesquisa.

    O destilador de leos essenciais do tipo Clevenger o mais utilizado em

    pequena escala, por fornecer bons resultados, mas tem limitaes, por ser

    construdo em vidro e operar com pequenos volumes, inviabilizando a extrao de

    quantidades maiores e tambm em tempos mais longos (Atkins, 1990; Braga e

    Cremasco, 2003).

    O extrator de leo soxhlet utiliza solventes para a sua operao,

    solventes estes que so preferencialmente apolares, mas que, em contrapartida,

    atraem outros compostos lipoflicos alm dos leos volteis (Silva et al., 2005).

    Na extrao por CO2 supercrtico, o equipamento usado permite recuperar

    os aromas naturais de vrios tipos de leos de modo bastante eficiente e,

    atualmente, o mais usado na extrao em escala industrial, porm de alto custo

    (Maul, 1998).

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    Introduo 2

    Analisando estes extratores verificou-se que apresentam vantagens e

    desvantagens, o que motivou este trabalho, que tem por objetivo desenvolver,

    projetar, construir, testar e operar um equipamento que permita extrair leos

    essenciais usando o princpio do arraste por vapor e que possibilite a manipulao

    das variveis presso e temperatura.

    Para testar o equipamento desenvolvido, foi usado como matria prima, o

    gengibre, dada a sua aplicabilidade como medicamento na indstria farmacutica,

    condimentos e aromatizantes na indstria alimentcia e perfumes e produtos de

    higiene na indstria de cosmticos.

    Alm do desenvolvimento do equipamento, este trabalho tambm

    objetivou a caracterizao fsica do gengibre, atravs da determinao da

    densidade aparente, calor especfico e contedo de umidade e para o leo extrado

    determinou-se a densidade aparente, calor especfico, viscosidade, identificao

    dos grupos funcionais e teor de leos essenciais extrados. Ainda, visando uma

    anlise comparativa com relao quantidade e teor de leo essencial, foi

    realizada a extrao do leo do gengibre usando o extrator do tipo Clevenger.

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    Esta reviso bibliogrfica est direcionada para os seguintes tpicos: leos

    essenciais, extrao de leos e aspectos gerais do gengibre.

    2.1 leos Essenciais

    Os leos essenciais so substncias consideradas os principais

    componentes bioqumicos de ao teraputica das plantas medicinais e

    aromticas, constituindo matrias-primas de grande importncia para as indstrias

    farmacutica (drogas vegetais empregadas in naturapara a preparao de infuses

    e para a aromatizao de formas farmacuticas destinadas a uso oral), alimentcia

    (condimentos e aromatizantes de alimentos e bebidas) e cosmtica (perfumes e

    produtos de higiene).

    A International Standard Organization (ISO) define leos essenciais como

    os produtos obtidos de partes de plantas atravs de destilao por arraste de vapor

    da gua. De forma geral, so misturas complexas de substncias volteis,

    lipoflicas, geralmente odorferas e lquidas. Tambm podem ser chamadas de

    leos volteis, leos etreos ou essncias. Essas denominaes derivam de

    algumas de suas caractersticas fsico-qumicas, como por exemplo, a de serem

    geralmente lquidos de aparncia oleosa temperatura ambiente, advindo, da, a

    designao de leo. Entretanto, sua principal caracterstica o aroma agradvel e

    intenso da maioria dos leos volteis, sendo, por isso, tambm chamados de

    essncias. Eles tambm so solveis em solventes orgnicos apolares, como ter,

    recebendo, por isso, a denominao de leos etreos ou, em latim, aetheroleum.

    Em gua, os leos volteis apresentam solubilidade limitada, mas suficiente para

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    Reviso Bibliogrfica 4

    aromatizar as solues aquosas, que so denominadas hidrolatos ou gua florada

    (leos essenciais, 2006).

    Os leos, com relao ao seu sabor, na sua maioria so acres (cido) e

    picantes. Quanto cor so incolores ou ligeiramente amarelados, sendo poucos os

    leos que apresentam cor. No que se refere estabilidade, os leos volteis no

    so muito estveis, principalmente na presena de ar, calor, luz, umidade e metais.

    A maioria dos leos volteis possui ndice de refrao e so opticamente ativos,

    sendo essas propriedades usadas para sua identificao e controle da qualidade.

    Os principais constituintes variam desde hidrocarbonetos terpnicos,

    lcoois simples e terpnicos, aldedos, cetonas, fenis, steres, teres, xidos,

    perxidos, furanos, cidos orgnicos, lactonas, cumarinas, at compostos com

    enxofre. Na mistura, tais compostos apresentam-se em diferentes concentraes;

    normalmente, um deles o composto majoritrio, existindo outros em menores

    teores e alguns em baixssimas quantidades, chamados traos. Cita-se como

    exemplo o 1,8-cineol, composto majoritrio do leo essencial de eucalipto (cerca

    de 80%); entretanto, encontrado em pequenas quantidades no leo essencial de

    bergamota (cerca de 0,02%) (Spitzer e Simes, 2000).

    Os leos volteis apresentam ampla distribuio em vegetais superiores.Estimativas sugerem a sua ocorrncia em 30% das espcies investigadas

    (Extrao de leos essenciais, 2006). Da mesma forma, eles esto presentes em

    muitas drogas vegetais, contribuindo para as suas caractersticas organolpticas e

    muitas vezes tambm para as propriedades teraputicas atribudas, como no caso

    da camomila, calndula, erva-cidreira, slvia, entre outras. So tambm

    componentes importantes e determinantes da qualidade da maioria das plantas

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    utilizadas como condimentos, como cominho, canela-do-ceilo, coentro,

    cardamomo, basilico, manjerico, alfavaca, organo, mangerona, erva-doce,

    alecrim, rosmarinus, entre outras.

    O Quadro 2.1 apresenta algumas plantas consideradas importantes na

    extrao de leos essenciais como: eucalipto, hortel-pimenta, funcho, tomilho,

    alecrim, pau rosa, pimenta, laranja, limo, cravo e gengibre, alm de suas

    principais aplicaes.

    Quadro 2.1 leos essenciais e suas aplicaes (Extrao de leos essenciais,

    2006).

    leos essenciais Constituintes Aplicaes

    AlecrimCineol, Cnfora,

    Borneol, Canfeno,Nopineno.

    Anti-sptico, antiespasmdico,estimulante, rubefasciente,expectorante, carminativo,

    emenagogo, relaxante muscular,diurtico e estimulante.

    Cravo

    Eugenol,Cariofileno,Acetato deEugenil.

    Tratamento de dor de dente,reumatismo, artrite, aftas, anti-spticoe estimulante usado como gargarejo.

    Eucalipto

    Limoneno, Cineol,Alfa-Pineno,

    Citronelol,Geraniol.

    Para o peito congestionado, tosse,gripe, resfriado, bronquite, asma,

    sinusite, febre pneumnica,reumatismo, analgsico, acne,

    mordidas de animais, eliminapercevejos, sangramento de gengivas e

    queimaduras.

    FunchoE-anetol, Estragol

    e Fenchona.

    Carminativo, antiespasmdico,expectorante e especialmente como

    aromatizante, j que possui problemasde toxicidade.

    Hortel-pimentaMentol, Mentona,Celo, Pineno,

    Timol, Carvone.

    Dor de cabea, nusea, cansao,apatia, tosse, problemas digestivos,flatulncia, dor muscular, congesto

    sinus nasal, fraqueza, enjo, infecesna boca e nas gengivas, cansaomental e circulao deficiente.

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    Quadro 2.1 (continuao).

    Laranja

    D-Limoneno, N-Declico Aldedo,Linalol, Terpineol,B-Carotino, Citral,

    Limoneno,Perminol eGeraniol.

    Diurtico, priso de ventre, elimina astoxinas, tratamento de pele, ansiedadenervosa, desinfetante, tnico geral do

    corpo, insnia, calmante,antidepressivo, abaixa o colesterol,

    diarria, constipao, estimulante deapetite e contra dores musculares.

    Limo

    Limoneno, Citral,Pineno, Canfeno,

    Bergapteno,

    Terpineno,Mirceno, Linalol,Geraniol eCitronelol.

    Estimulante, tonificante, diurtico,adstringente, desodorizante, anti-

    sptico, antibitico, sedativo,carminativo, diurtico, hemosttico,

    digestivo, antidepressivo, antitrmico,calmante, antiespasmdico,

    antiesclertico, depurativo, vermfugoe cicatrizante.

    Pau Rosalcool Terpnico

    e Linalol.

    Ao anti-sptica, regenerador celular,antidepressivo, afrodisaco, tnico

    para o corpo, sedativo, estimulante,excelente sistema imunolgico,

    analgsico, inseticida e desodorante.

    PimentaPineno, Sabineno,Careno, Mirceno,

    Limoneno,Felandreno e Beta-

    Carioleno.

    Analgsico, anti-sptico, anti-

    espamdico, afrodisaco,desintoxicante digestivo, diurtico,laxante, adstringente, expectorante,

    inseticida, estimulante, repelente paraformigas e mosquitos, bronquite,

    carminativo, flatulncias e gengivite.

    Tomilho

    Terpenide Fenol,Timol, Isomer

    Carvacrol, Cimol,Linalol, Canfeno,Borneol, Pineno e

    Geraniol.

    Dor de cabea, irritao cutnea,congesto da mucosa, dores

    musculares, artrite, obesidade,bronquite, tosse, gota, cansao fsico,

    infeco da garganta, debilidade

    muscular, anorexia, acne, infeco dagengiva, aftas e sapinhos, verrugas,arteriosclerose, p de atleta, celulite,

    estimulante circulatrio, cistite,caspas, desinfetante, diurtico, fibrose,

    imuno-estimulante, repelente,laringite, osteoporose, menopausa,

    aumenta presso sangunea e sinusite.

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    A estimativa do mercado mundial de extratos naturais de US$ 500

    bilhes anuais, cuja produo voltada principalmente para as indstrias que

    cujas produes so voltadas para os frmacos, os alimentos e os perfumes. O

    Brasil, apesar de possuir a maior biodiversidade do planeta, participa deste

    mercado com apenas US$ 500 milhes ao ano, perdendo at mesmo para a

    Argentina. Boa parte da matria-prima brasileira exportada para a Alemanha,

    pas cujo parque industrial permite o processamento de extratos em larga escala e

    que lidera a comercializao com um movimento de US$ 20 bilhes anuais

    (Jornal da UNICAMP, 2003).

    2.2 Extrao de leos

    H mais de seis mil anos, os egpcios j conheciam o poder das

    substncias aromticas e sua influncia sobre a sade do corpo, da mente e do

    esprito.

    Esse conhecimento, que se expandiu atravs dos sculos em diferentes

    culturas, constitui a base da aromaterapia: a cura atravs do uso de leos

    essenciais, a forma mais concentrada de energia do vegetal.

    No incio do sculo XVI, o mdico suo Paracelso, considerado o pai dafarmoqumica, estudou a extrao de leos que chamou "alma dos vegetais", sob a

    forma de quintessncia, recebendo posteriormente o nome de essncia e leo

    essencial.

    Desde ento vem sendo descoberto atravs de vrias pesquisas que os

    leos so fundamentais em tratamentos de vrias doenas e tambm so muito

    utilizados em produtos cosmticos.

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    A extrao teve origem h milhares de anos, mas no incio do sculo XIX

    ocorreu um aumento acentuado no rendimento de extrao com o uso de prensas

    hidrulicas. Em 1904, foi construdo o expeller (Prensa contnua) que at hoje

    utilizado para extrair leos vegetais, dando origem extrao mista que a

    prensagem da semente com expeller, seguida por uma etapa de extrao com

    solvente orgnico, do leo presente na torta. Assim os leos volteis so

    extrados, preferencialmente, com solventes apolares (ter, diclorometano e

    hexano) que, entretanto extraem outros compostos lipoflicos alm dos leos

    volteis. O leo extrado separado do solvente, o qual deixa vestgios no mesmo,

    contaminando-o (Atkins, 1990).

    Na literatura encontram-se alguns tipos de extratores de leos, sendo os

    mais comuns e mais utilizados, o destilador de leos essenciais tipo Clevenger, o

    extrator de leo Soxhlet e o extrator que utiliza o CO2supercrtico.

    A Figura 2.1 apresenta o modelo de destilador de leo essencial tipo

    Clevenger (Extrao de leos essenciais, 2006).

    Figura 2.1 - Esquema de um destilador do tipo Clevenger (Extrao de leos

    essenciais, 2006).

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    Este destilador tem como princpio o arraste de vapor; a gua misturada

    ao vegetal e ambos so colocados no balo volumtrico, que aquecido por uma

    manta. Quando se inicia a ebulio, os vapores de gua e os leos volteis so

    conduzidos em direo ao condensador, onde realizada a troca de calor,

    condensando os vapores com gua de refrigerao, este processo denominado de

    destilao. Nessa etapa, podem ser visualizadas, no tubo separador do extrator, as

    formas lquidas do leo essencial e da gua (Atkins, 1990).

    Braga et al. (2001) utilizaram um extrator tipo Clevenger MA553, com

    capacidade 250 ml, para extrair leos essenciais da folha de Eucalyptus

    citriodorae, obtendo o leo essencial de citronelal com bom teor de leo extrado

    e sem prejuzo na sua extrao.

    A extrao de leos pelos extratores soxhlet com solventes descontnuo

    e contnuo, realizada por equipamentos visualizados na Figura 2.2 e na Figura

    2.3, respectivamente.

    Figura 2.2 Extrator soxhlet com solvente descontnuo (Extrao de leos

    essenciais, 2006).

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    Figura 2.3 Extrator soxhlet com solvente contnuo (Extrao de leos

    essenciais, 2006).

    O extrator de leo soxhlet utiliza solventes orgnicos para a extrao,

    que so preferencialmente apolares, entretanto eles atraem outros compostos

    lipoflicos alm dos leos volteis (Silva et al., 2005). A extrao no soxhlet

    com solvente descontnuo, utiliza-se de um funil de separao, onde o solvente

    adicionado. Com a agitao do funil de separao, o soluto passa a fase na qual

    est o solvente com maior afinidade. A separao feita, sendo que a fase mais

    densa recolhida antes. A extrao, lquido-lquido, descontnua indicada

    quando existe uma grande diferena de solubilidade do soluto no solvente

    (Extrao de leos essenciais, 2006).

    Na extrao no soxhlet com solvente contnuo, o solvente passa

    continuamente sobre a soluo contendo o soluto, levando parte deste consigo, at

    o balo de aquecimento. Como o solvente est sendo destilado, o soluto vai se

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    Reviso Bibliogrfica 11

    concentrando no balo de aquecimento. um processo til quando a diferena de

    solubilidade do soluto em ambos os solventes no muito grande (Extrao de

    leos essenciais, 2006).

    A extrao por CO2 supercrtico no utiliza solvente orgnico como no

    soxhlet, em contrapartida trabalha com altas presses, tendo assim custos

    operacionais superiores aos demais extratores. A Figura 2.4 apresenta o

    equipamento de extrao por CO2 supercrtico e a Figura 2.5 apresenta um

    fluxograma do funcionamento do extrator por CO2 supercrticos (Extrao de

    leos essenciais, 2006).

    Figura 2.4 Extrator por CO2supercrticos (Extrao de leos essenciais, 2006).

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    Figura 2.5 Fluxograma do extrator supercrtico (Extrao de leos essenciais,

    2006).

    A extrao por CO2supercrtico permite recuperar os aromas naturais de

    vrios tipos de leos essenciais, de modo bastante eficiente e, atualmente, o

    mtodo mais usado na extrao industrial de leos volteis. Nenhum trao de

    solvente permanece no produto final, tornando-o mais puro do que aqueles

    obtidos por outros mtodos. Para tal extrao, o CO2 primeiramente liquefeito

    atravs de compresso e, em seguida, aquecido a uma temperatura superior a 31

    C. Nessa temperatura, o CO2atinge um quarto estado, no qual sua viscosidade

    igual de um gs, mas sua capacidade de dissoluo elevada como a de um

    lquido. Uma vez efetuada a extrao, faz-se o CO2 retornar ao estado gasoso,

    resultando na sua total eliminao (Maul, 1998).

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    No trabalho de Berna et al. (2000) tem-se a extrao de leo essencial

    (fennel) de uma planta medicinal, utilizando a extrao subcrtica da gua. O

    mtodo ofereceu importantes vantagens, como por exemplo, tempo de extrao,

    custo, caractersticas mais limpas e a possibilidade de manipular a composio do

    leo mudando os parmetros da extrao como temperatura, taxa de fluxo

    volumtrico e tempo de extrao.

    Marrone et. al.(1998) realizaram um estudo sobre a extrao de leos de

    amndoa utilizando o extrator por CO2 supercrtico com diferentes tamanhos da

    partcula de amndoa e obtiveram bons resultados com as partculas menores.

    Fernandes et al. (2002), estudaram a extrao de leos de sementes de

    laranja, limo siciliano e tangerina, utilizando dois mtodos de extrao e o que

    obteve melhor seletividade, sem cidos graxos livres, foi a extrao por fluido

    supercrtico de CO2, comparado com extrator de leos com solventes operando de

    modo contnuo.

    2.3 Aspectos Gerais do Gengibre

    O gengibre uma planta perene da Famlia das Zingiberceas. As folhas

    verde-escuras nascem a partir de um caule duro, grosso e subterrneo (rizoma)

    mostrado na Figura 2.6. As flores so tubulares, amarelo-claro e surgem em

    espigas eretas.

    A planta do Gengibre de crescimento perenial ereto de 0,6 a 1,2 m de

    altura. O caule rodeado por uma base embainhada por duas fileiras de folhas. As

    folhas so estreitas, linear-lancetadas (2-3 cm de comprimento, 1-2 cm de

    espessura). A inflorescncia uma ponta terminal com flores irregulares, cuja

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    colorao verde-amarelada com listras prpuras e a fruta uma cpsula. A

    planta tem um rizoma, o qual ramificado e a sua superfcie acinzentada, com

    anis marrons claro, comumente, mas erroneamente, chamado de raiz do Gengibre

    ao invs de rizoma (Taveira et al., 1997)

    Figura 2.6 Rizoma do gengibre.

    O gengibre se desenvolve melhor em altitudes menores que 600 metros,

    temperaturas entre 25-30 C, precipitaes superiores a 2000 mm anuais, com boa

    distribuio durante o ano.

    A colheita varia de 6-10 meses aps o plantio dos rizomas; colhe-se

    quando as plantas esto em estgio de senescncia. A poca de safra vai de maro

    a julho, dependendo da poca de plantio. Requer solo frtil, bem drenado e plano,

    alm de pH em torno de 5,0- 6,0.

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    Em mdia, colhe-se em torno de 20-25 t/ha se a lavoura for bem

    conduzida, mas pode-se chegar a colher 90 t/ha utilizando-se adubaes pesadas,

    principalmente a orgnica. Atualmente, grande parte do gengibre comercializada

    in natura.

    Na descrio botnica, o gengibre consiste das razes frescas ou secas do

    Zingiber officinale. O botnico Ingls William Roscoe (1753 1831) deu planta

    o nome de Zingiber officinale em uma publicao de 1807. A famlia do

    Gengibre especialmente abundante na Indonsia e Malsia, consistindo de mais

    de 1200 espcies de plantas em 53 gneros. O gnero Zingiber inclui

    aproximadamente 85 espcies de plantas aromticas do leste da sia e Austrlia

    tropical. Dizem que o nome do gnero,Zingiber, deriva de uma palavra de origem

    Snscrita que denota forma de chifre, em referncia s protuses na raiz da

    planta (Taveiraet al., 1997).

    No Brasil o gengibre cultivado principalmente na faixa litornea do

    Esprito Santo, Santa Catarina, Paran e no sul de So Paulo, em razo das

    condies de clima e de solo mais adequadas para uma planta rica em nutrientes.

    O gengibre tem como principais constituintes gua, carboidratos, fibras,

    lipdios e protenas de acordo com a Tabela 2.1, que apresenta os constituintes dogengibre para cada 100g do rizoma.

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    Tabela 2.1 Constituintes do gengibre (inGouveia, 1999).

    Componentes Gengibre(%)* Gengibre(%)** Gengibre(%)***

    Protenas 1,87 2,50 2,30

    Lipdeos 0,72 2,90 1,00

    Fibras 1,3 2,10 2,40

    Cinzas 1,00 - 1,20

    Umidade 87,4 - 80,80

    Carboidratos - 11,00 12,30

    Fonte: *Franco, 1992; **Bender, 1982; ***Ishimura et al.; 1988.

    Em destaque nesta tabela esto os lipdeos, onde encontram-se os

    principais constituintes, que so os leos essenciais e a umidade, que representa a

    maior composio do vegetal.

    Os mais notveis constituintes qumicos do gengibre chamados de

    princpios pungentes so os leos essenciais, os quais do ao gengibre suas

    caractersticas aromticas. Esto tambm presentes no gengibre os leos volteis,

    outras oleoresinas, amidos, protenas e gorduras. Dentro do grupo das oleoresinas

    esto os princpios pungentes. Os constituintes pungentes compreendem

    aproximadamente 33% das oleoresinas e so chamados de gingeris, os quais so

    uma srie de fenis homlogos sendo os 6-gingeris os mais comuns. Pungentes

    tambm, mas compreendendo uma frao bem menor das oleoresinas, so os

    Shogaols. Estes anidrogingeris so formados a partir dos gingeris durante a

    secagem do gengibre. Outros compostos menos pungentes so os paradols,

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    gingediois, gingediacetatos, gingerdionas, e gingerenonas. Os leos volteis

    compem aproximadamente 25% das oleoresinas (Taveira et al., 1997).

    Os leos volteis no gengibre variam de acordo com a fonte de origem do

    material. O destilado do caule contm terpenides, os quais usualmente incluem

    hidrocarbonos sesquiterpenos e monoterpenos. Outros componentes principais

    incluem alfa zingibereno, ar-curcumeno, -sesquiphelandreno e -bisaboeno.

    Quando o gengibre armazenado, a quantidade de ar-cumeno aumenta e

    zingibereno e Beta-sesquiphelandreno diminui. Dentre outros compostos

    identificados no leo esto o n-heptano, n-octano, n-nonano, acetaldedo,

    propionaldedo, n-butiraldedo, isovaleraldedo, acetona, n-propanol, n-nonanol,

    dietil sulfeto, etil isopropil sulfeto, metil alil sulfeto, metil e etil acetatos,

    campheno, sabineno, mirceno, limoneno e 1,8-cineol (Taveira et al., 1997).

    No gengibre (Zingiber officinalis) da Famlia ingiberaceae, o leo

    extrado das razes secas, chamados rizomas que tem aroma de limo, pimenta e

    madeira. Os principais constituintes so b-bisaboleno, borneol, linalol, felandreno,

    citral, cineol, alfa-zingebereno, vetiverol, zenziberol, vetiveron tendo como

    principais aes em tratamento de fratura, reumatismo, artrites, entorpecimento,

    cansao muscular, problemas digestivos, nusea, resfriado e gripe, friezaemocional, cansao nervoso, debilidade geral, tnico sexual, dores de garganta,

    antiescorbuto, impotncia, ressacas, celulite (Extrao de leos essenciais, 2006).

    Atravs de anlise do leo de gengibre foram verificados vrios grupos

    funcionais com seus principais constituintes, como mostra a Tabela 2.2.

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    Tabela 2.2 Principais constituintes do leo de gengibre (Beek et. al., 1987).

    Compostos Total de leo coletadoem 12 horas (%)-Pinene 3,9Camphene 12,6Myrcene 1,9Limonene 2,1-Phellandrene 5,71,8-Cineol 5,3Borneol 1,8

    Neral 8,1

    Geranial 15,9-Zingeberene 9,2-Sesquiphellandrene 4,3

    Esta tabela mostra os principais grupos funcionais do leo de gengibre, em

    destaque para o camphene, geranial e principalmente o -Zingeberene encontrado

    em grande quantidade no gengibre.

    A seguir sero apresentadas algumas frmulas estruturais dos principais

    constituintes do leo de gengibre identificadas na anlise por espectroscopia de

    infravermelho.

    A Figura 2.7 mostra as frmulas estruturais do geranial, neral e citronelal,

    encontrados no leo de gengibre, cujo grupo funcional o aldedo identificado na

    espectroscopia de infravermelho (Wikipedia, 2006).

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    a) b) c)

    Figura 2.7 - Frmulas estruturais: a) geranial, b) neral e c) citronelal (Wikipedia,2006).

    Alguns lcoois so encontrados no leo de gengibre e foram identificados

    na espectroscopia de infravermelho, cujas frmulas estruturais esto mostradas na

    Figura 2.8 (linalol, citronelol, geraniol, borneol e alfa-terpineol), respectivamente

    (Wikipedia, 2006).

    a) b) c)

    d) e)

    Figura 2.8 - Frmulas estruturais: a) linalol, b) citronelol, c) geraniol, d) borneol ee) alfa-terpineol (Wikipedia, 2006).

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    Reviso Bibliogrfica 20

    A maioria dos compostos identificados por espectroscopia de

    infravermelho do leo de gengibre so hidrocarbonetos como, por exemplo, o

    zingiberene, limonene, beta-plelladrene, pinene, myrcene e o cymene mostrados

    na Figura 2.9, respectivamente (Wikipedia, 2006).

    a) b) c)

    d) e) f)

    Figura 2.9 - Frmulas estruturais: a) zengiberene, b) limonene, c) beta-plelladrene,

    d) pinene, e) myrcene e f) cymene (Wikipedia, 2006).

    Segundo o qumico alemo Stenhouse o sabor ardente do gengibre

    devido a uma resina, que d cido protocatequico quando fundida com potassa.

    Como planta medicinal o gengibre uma das mais antigas e populares do

    mundo. Suas propriedades teraputicas so resultados da ao de vrias

    substncias, especialmente do leo essencial que contm canfeno, felandreno,

    zingibereno e zingerona.

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    43/98

    Reviso Bibliogrfica 21

    Popularmente, o ch de gengibre, feito com pedaos do rizoma fresco

    fervido em gua, usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriado e at

    ressaca. Banhos e compressas quentes de gengibre so indicados para aliviar os

    sintomas de gota, artrite, dores de cabea e na coluna, alm de diminuir as

    congestes nasais e clicas menstruais. Tem sido utilizado, tambm, desde a

    antiguidade na fabricao de xaropes para combater a dor de garganta.

    No Japo, massagens com leo de gengibre so tratamentos tradicionais e

    famosos para problemas de coluna e articulaes. Na fitoterapia chinesa, a raiz do

    gengibre chamada de Gan Jiang e apresenta as propriedades acre e quente. Sua

    ao mais importante a de aquecer o bao e o estmago, expelindo o frio.

    Na medicina, o Zingiber officinale conhecido como "medicamento

    universal". Recentemente, a Organizao Mundial da Sade (OMS) reconheceu a

    ao dessa planta sobre o sistema digestivo, tornando-a oficialmente indicada para

    evitar enjos e nuseas, confirmando alguns dos seus usos populares, onde o

    gengibre indicado na digesto de alimentos gordurosos.

    O gengibre tem ao bactericida, e desintoxicante e acredita-se tambm

    que possua poder afrodisaco. Suas propriedades afrodisacas e estimulantes so

    conhecidas h sculos. Na medicina chinesa tradicional, por sua reconhecida aona circulao sangnea, ele utilizado contra a disfuno ertil (Escrita e Artes,

    2005).

    O gengibre um medicamento oficial nos seguintes pases: Egito, Blgica,

    China, Gr Bretanha, ndia, Japo, Holanda, ustria e Sua e na Alemanha

    mencionado na Farmacopia.

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    Reviso Bibliogrfica 22

    No Brasil, o gengibre indicado como medicamento fitoterpico, segundo

    a Resoluo RDC n 17 da ANVISA, na profilaxia de nuseas causadas por

    movimento (cinetose) e ps-cirrgicas.

    A maioria das aes farmacolgicas do gengibre atribuda aos princpios

    pungentes. Os efeitos farmacolgicos dos 6-Gingerol aparecem geralmente dentro

    de 3 horas aps a ingesto de 3,5 mg/kg de peso corporal.

    O gengibre possui forte propriedade antibacteriana e levemente fungicida.

    Estudos de laboratrio tm mostrado que constituintes ativos do gengibre inibem

    a reproduo de colnias bacterianas que se alimentam de carboidratos no

    digeridos, reduzindo por exemplo o crescimento de Escherichia coli, espcies

    Proteus, staphylococci, streptococci e Salmonella, mas estimula o crescimento de

    Lactobacilus. Ele tambm efetivo contra numerosos parasitas nutricionais, tal

    como SchistosomaeAniosakis.

    Alm de todas as aplicaes na rea farmacutica, o gengibre tambm

    possui propriedades importantes que permite utiliz-lo no preparo de pratos

    salgados e doces em diversas formas: fresco, seco, em conserva ou cristalizado,

    graas ao seu sabor picante. O que no recomendado substituir uma forma pela

    outra, pois seus sabores so muito distintos; por exemplo, o gengibre seco maisaromtico e tem sabor mais suave que o fresco. Este ltimo amplamente

    utilizado na China, Japo, Indonsia, ndia e Tailndia. No Japo costuma-se usar

    o suco (com o gengibre espremido) para temperar frango e as conservas (beni

    shouga) feitas com os rizomas jovens so consumidas puras ou com sushi. J o

    gengibre cristalizado um dos confeitos mais consumidos no Sudeste Asitico

    (Escrita e Artes, 2005).

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    Reviso Bibliogrfica 23

    A industrializao do gengibre lenta, mas com os estudos feitos sobre

    suas propriedades e caractersticas e a crescente pesquisa em uma ampla faixa de

    atividades farmacolgicas, espera-se que a industrializao seja acelerada.

    A partir desta reviso fica evidenciada a importncia da extrao dos leos

    essenciais, dado ao amplo espectro de aplicao dos mesmos, em particular do

    leo de gengibre. A construo de um extrator que possa operar com volumes

    maiores que o Clevenger sem uso de solventes, para no haver contaminao,

    como o caso do soxhlet e de custo de operao bastante inferior ao do extrator

    que utiliza o CO2supercrtico, se faz necessria para a realizao de estudos sobre

    produtos de interesse.

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    3 MATERIAIS E MTODOS

    Este captulo trata da matria prima, dos equipamentos e do procedimento

    experimental.

    3.1 Matria-Prima

    A matria-prima estudada foi o rizoma (raiz) do gengibre (Zingiber

    officinale), cultivado no Brasil e adquirido no mercado local. Para o preparo da

    amostras o rizoma foi lavado, fatiado e em seguida triturado em um liquidificador

    durante 20 segundos.

    Para determinar algumas caractersticas e propriedades do gengibre foram

    feitas as seguintes anlises: densidade aparente, calor especfico, contedo de

    umidade; para o leo extrado determinou-se: densidade aparente, calor

    especfico, viscosidade, identificao dos grupos funcionais e teor de leos

    essenciais.

    3.1.1 Densidade Aparente

    A densidade aparente do gengibre foi medida em condies normais de

    temperatura e presso, usando a tcnica de picnometria, que consiste de medida

    indireta da massa e volume da matria em um balo volumtrico de fundo chato

    (picnmetro), utilizando neste caso a gua como fluido de referncia e a

    amostra estava triturada. Com relao determinao da densidade aparente do

    leo esta tambm foi feita usando o picnmetro (SBTR, 2006).

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    Materiais e Mtodos 25

    3.1.2 Calor Especfico

    Para a determinao do calor especfico foi usado um equipamento DSC-

    50 da SHIMADZU, interface TA-50WSI que usa a calorimetria diferencial de

    varredura (DSC), que uma tcnica que envolve a anlise da variao de entalpia

    de uma amostra em funo da temperatura ou tempo. Nessa modalidade de anlise

    trmica, uma cpsula (que no sofra reao com material de anlise) com a

    amostra colocada em uma posio determinada sobre uma plataforma deaquecimento, ao lado de outra cpsula vazia. Esta chamada de cpsula de

    referncia (material do qual feito a cpsula, no deve sofrer transio trmica na

    faixa de temperatura estipulada para estudar a amostra). Os materiais dos quais

    estes recipientes so fabricados, geralmente so o ouro, a prata, o cobre e o

    alumnio. Assim os recipientes so submetidos a taxas de aquecimentos

    programados, juntamente com o conjunto de termopares mostrados na Figura 3.1

    (Kunita, 2005).

    Figura 3.1 Diagrama esquemtico do DSC (Kunita, 2005).

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    Materiais e Mtodos 26

    O conjunto de termopares acoplado da seguinte forma: na base da

    cpsula com a amostra e na base da cpsula de referncia.

    Atravs deste conjunto de termopares possvel conhecer as variaes de

    temperaturas na placa. Sempre que a amostra passar por uma transio de fase

    exotrmica ou endotrmica, energia ser emitida ou absorvida pela amostra,

    alterando a temperatura atravs da placa sob a amostra (Kunita, 2005). Desta

    forma, curvas de variao da entalpia com o tempo (dH/dt), so registradas pelo

    aparelho, em funo do tempo, e transies de fase como transio vtrea,

    cristalizao, fuso, perda de solvente, entre outras, podem ser observadas

    (Kunita, 2005).

    As medidas no DSC fornecem informaes sobre os feitos trmicos que

    so caracterizados por uma mudana na entalpia e pela faixa de temperatura,

    como o comportamento de fuso, cristalizao, transies slido-slido e reaes

    qumicas. Uma vez que a capacidade calorfica tambm medida, uma alterao

    dessa capacidade, semelhante ao que ocorre na transio vtrea, tambm pode ser

    determinada.

    3.1.3

    Viscosidade do leo Essencial

    A viscosidade do leo foi medida com um viscosmetro Brookfield DV-II

    +, com adaptador para pequenas amostras, cujo princpio de funcionamento o

    clssico, atravs da presso laminar do fluido entre duas placas. O atrito gerado

    entre o fluido e a superfcie das placas causa a torso do fluido e a fora

    necessria para essa ao a viscosidade do fluido.

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    Materiais e Mtodos 27

    3.1.4 Contedo de Umidade

    Para a determinao do contedo de umidade do gengibre foi utilizado o

    mtodo da secagem em estufa com a temperatura 105 3 C durante 24 horas

    com seis amostras do rizoma de gengibre. Pesou-se antes cada amostra e fez-se

    uma mdia, repetindo-se o mesmo procedimento depois da secagem na estufa,

    determinando assim a umidade. O contedo de umidade foi medido todas as vezes

    que novo lote de matria prima era adquirido.

    3.1.5 Identificao dos Grupos Funcionais

    A espectroscopia de infravermelho um tipo de espectroscopia de

    absoroa qual usa a regio do infravermelhodo espectro eletromagntico. Como

    as demais tcnicas espectroscpicas, ela pode ser usada para identificar um

    composto ou investigar a composio de uma amostra pois se baseia no fato de

    que as ligaes qumicas das substncias possuem freqncias de vibrao

    especficas, as quais correspondem a nveis de energia da molcula, chamados

    nesse caso de nveis vibracionais, (Wikipedia, 2006).

    A fim de se fazer medidas em uma amostra, um raio monocromticode

    luzinfravermelha passado pela amostra e a quantidade de energia absorvida

    registrada. Repetindo-se esta operao ao longo de uma faixa de comprimentos de

    onda de interesse (normalmente 4000-400 cm-1) um grficopode ser construdo.

    Esta tcnica trabalha quase que exclusivamente em ligaes covalentes, e de

    largo uso na Qumica, especialmente na Qumica Orgnica. Grficos com boa

    resoluo podem ser produzidos com amostras de uma nica substncia com

    http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Espectroscopia_de_absor%C3%A7%C3%A3o&action=edithttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Espectroscopia_de_absor%C3%A7%C3%A3o&action=edithttp://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_infravermelhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espectroscopiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2nciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Freq%C3%BC%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADvel_de_energiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monocrom%C3%A1ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_ondahttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_ondahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A1ficohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_covalentehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica_org%C3%A2nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica_org%C3%A2nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_covalentehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A1ficohttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_ondahttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_ondahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Luzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monocrom%C3%A1ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADvel_de_energiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Freq%C3%BC%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2nciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espectroscopiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_infravermelhahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Espectroscopia_de_absor%C3%A7%C3%A3o&action=edithttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Espectroscopia_de_absor%C3%A7%C3%A3o&action=edit
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    Materiais e Mtodos 28

    elevada pureza, entretanto a tcnica costuma ser usada tambm para a

    identificao de misturasmais complexas (Wikipedia, 2006).

    As medidas foram realizadas em um micro-reator de alumina (Al2O3) da

    clula HTHV Spetra Tech. do espectofotmetro THERMO NICOLET 4700

    NEXUS, utilizando as seguintes condies: reduo de 4 cm-1, 128 scans e

    detector MCT de telureto de mercrio e cdmio.

    3.1.6 Teor de leo Essencial

    O rendimento do leo essencial extrado do gengibre pode ser calculado

    com base na matria seca ou base livre de umidade (BLU). O mtodo que utiliza o

    BLU padronizado e pode ser repetido a qualquer momento, sem que haja

    desvios significativos (Santos et al., 2004). Para o clculo de rendimento de

    extrao de leo essencial necessrio conhecer o teor de umidade da biomassa,

    determinada de acordo com Santos et al., 1998, e, para tanto, empregado, o

    mtodo BLU usando, a seguinte equao:

    100

    100UBmBm

    MoTO

    = (3.1)

    onde:

    TO- teor do leo (g de leo essencial em 100g de massa seca) ou rendimento de

    extrao (%);

    Mo- massa de leo extrado;

    Bm- biomassa do gengibre;

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Misturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura
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    Materiais e Mtodos 29

    U- umidade do gengibre;

    100UBm - quantidade de umidade ou gua presente na biomassa e

    100

    UBmBm

    - quantidade de massa seca.

    Essa equao largamente aplicada na determinao do teor de leo

    essencial em BLU, sendo o valor calculado expresso em porcentagem, que

    corresponde ao peso/peso (grama do leo essencial por 100g de massa seca).

    O clculo do teor de umidade foi determinado pelo mtodo da estufa de

    acordo com a equao:

    100

    =Bm

    BsBmU

    (3.2)

    onde:

    Bs - massa seca do gengibre.

    3.2 Equipamentos

    Os equipamentos utilizados nesse trabalho so o extrator de leos

    essenciais proposto e o destilador de leos essenciais tipo Clevenger MA 553.

    3.2.1 Destilador de leos Essenciais Clevenger MA 553

    O destilador de leos essenciais Clevenger MA 553 fabricado pela

    Marconi Equipamentos para Laboratrio Ltda est apresentado na Figura 3.3. O

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    Materiais e Mtodos 30

    equipamento composto por uma manta de porcelana, um balo volumtrico de 2

    litros, que est ligado por um tubo de vidro a um destilador horizontal com tubo

    concntrico, que circula gua para resfriar o vapor que vem do balo. O

    condensado liberado aps passar por um reservatrio que retm o leo, por

    diferena de densidade, conseqentemente liberando a gua em uma vlvula que

    est localizada na base do destilador.

    Para que se pudesse obter dados de temperatura da amostra, foi feita uma

    adaptao no equipamento, inserindo um termopar de Cu-Co, no interior do balo

    volumtrico. Esse termopar estar diretamente ligado a um milivoltmetro digital.

    Figura 3.2 Destilador de leos essenciais Clevenger MA 553.

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    Materiais e Mtodos 31

    3.2.2 Extrator de leos Essenciais Desenvolvido

    O extrator de leos essenciais projetado e construdo composto

    basicamente por uma caldeira, uma cmara de extrao e um destilador. O

    funcionamento tem como base a cmara de extrao que alimentada pelo vapor

    gerado pela caldeira e condensado no destilador, podendo ser manipuladas a

    presso e a temperatura.

    A cmara de extrao foi projetada para dispor, em seu interior de at 3bandejas de ao inox, que servem de porta amostras.

    Os detalhes do projeto, da construo e operao do equipamento, sero

    fornecidos no captulo de Resultados e Discusso.

    3.3

    Procedimento Experimental

    3.3.1 Destilador de leos Essenciais Clevenger MA 553

    O gengibre in natura lavado, fatiado e depois triturado com gua

    destilada em um liquidificador durante 20 segundos, visualizado na Figura 3.3, e

    em seguida colocado no balo volumtrico para ser aquecido como mostra a

    Figura 3.4.

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    Materiais e Mtodos 32

    Figura 3.3 Gengibre triturado em um liquidificador com gua.

    Figura 3.4 Balo volumtrico com gengibre e gua.

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    Materiais e Mtodos 33

    O destilador alimentado com o vapor que arrasta o leo do gengibre,

    continuamente do balo volumtrico que aquecido pela manta de porcelana.

    Esse vapor condensado e separado por diferena de densidade entre o leo e a

    gua em um reservatrio como mostra a Figura 3.5. A gua condensadatem vazo

    contnua, coletada em um Erlenmeyer e depois descartada. O leo retido no

    reservatrio coletado em um frasco (Figura 3.6) aps o trmino da extrao e

    pesado.

    Figura 3.5 leo extrado no reservatrio.

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    Materiais e Mtodos 34

    Figura 3.6 Amostra de leo extrado.

    3.3.2 Extrator de leos Essenciais Desenvolvido

    O rizoma do gengibre in naturafoi lavado, fatiado e depois triturado em

    um liquidificador durante 20 segundos e em seguida colocado em at trs

    bandejas.

    A amostra ento colocada dentro da cmara de extrao que fechada. A

    cmara de extrao alimentada com vapor gerado pela caldeira ( presso e

    temperatura constantes) at estabilizar a presso e temperatura desejada para

    operao de extrao do leo de gengibre.

    O destilador alimentado com o vapor que arrasta o leo do gengibre,

    continuamente da cmara de extrao. Esse vapor condensado e separado por

    diferena de densidade entre o leo e a gua em um reservatrio. A gua

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    Materiais e Mtodos 35

    condensada, chamada de gua florada, tem vazo contnua coletada em um

    Erlenmeyer e depois descartada. O leo retido no reservatrio coletado em um

    frasco, que pesado aps o trmino da extrao e o material das bandejas,

    denominado de bagao tambm coletado.

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    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Desenvolvimento do Equipamento

    O extrator de leos essenciais foi desenvolvido visando obter um extrator

    robusto, que pudesse operar em diferentes presses e temperaturas. Ele

    composto por uma caldeira, uma cmara de extrao e um destilador e est

    mostrado na Figura 4.1.

    A caldeira da marca Hoffman Pancostura, mostrada na Figura 4.2, com

    capacidade de gerar 8 kg/h de vapor, na voltagem de 220V, presso mxima de

    10,5 kgf/cm2e consumo de energia de 6 kw/h.

    A Figura 4.3 mostra um desenho esquemtico da cmara de extrao, que

    tem dimetro de 30 cm e altura de 28,30 cm. Foi construda de ao inox, por ser

    um material capaz de resistir s presses de trabalho.

    Figura 4.1 Equipamento de extrao de leo de gengibre.

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    Res

    Figura 4.2 Caldeira da marca Hoffman Pancostura.

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    Resultados e Discusses 38

    Figura 4.3 Desenho esquemtico da cmara de extrao.

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    Resultados e Discusses 39

    A Figura 4.4 mostra a foto da cmara, j isolada termicamente com l de

    rocha e recoberta com placas de alumnio corrugado, fixadas por presilhas. A

    parte superior da cmara (tampa) tambm foi isolada com o mesmo material.

    Figura 4.4 Cmara de extrao.

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    Resultados e Discusses 40

    O vapor gerado pela caldeira entra na cmara de extrao, atravs de um

    tubo, tambm de ao inox, perfurado longitudinalmente, mostrado na Figura 4.5,

    permitindo melhor distribuio do vapor. Ainda, procurando homogeneizar essa

    distribuio, foi colocada, 3 cm acima desse tubo, uma placa perfurada com 10

    furos/cm2, com dimetro igual ao dimetro interno da cmara mostrada na Figura

    4.6.

    Figura 4.5 Viso do tubo perfurado longitudinalmente.

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    Resultados e Discusses 41

    Figura 4.6 Detalhe da placa perfurada.

    Dentro da cmara de extrao podem ser colocadas at trs bandejas,

    mostradas na Figura 4.7, construdas com placas de ao inox, perfuradas com 100

    furos/cm2. A funo dessas bandejas suportar a amostra do material e foram

    construdas de tal forma que so independentes, pois esto apoiadas sobre flanges

    tambm de ao inox, soldadas na placa de distribuio de vapor.

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    Resultados e Discusses 42

    O equipamento pode operar com uma, duas ou trs bandejas

    simultaneamente, tendo espaamento entre elas de 4 cm.

    Figura 4.7 Extrator com as trs bandejas.

    Na parte superior da cmara de extrao tem-se uma tampa, mostrada na

    Figura 4.8, do mesmo material, que a fecha com 13 parafusos reforados, para

    suportar altas presses. Para garantir a operao do equipamento a diferentes

    presses atmosfricas, foi necessrio o uso de juntas para evitar o vazamento de

    vapor. A primeira a ser usada foi de amianto que suportou at 1,6 kgf/cm2,

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    Resultados e Discusses 43

    substituda por outra de silicone para altas temperaturas que suportou at 2,0

    kgf/cm2

    . Por ltimo, foi colocada uma junta de 4 mm de espessura, confeccionada

    por um material derivado de celulose, usada em motores a diesel para altas

    presses, mas, para melhor vedao, foi adicionada outra junta sobreposta, do

    mesmo material, melhorando a aderncia entre a tampa e a cmara, possibilitando

    operar o equipamento at a presso 4 kgf/cm2.

    Figura 4.8 Tampa e os parafusos da cmara de extrao.

    Na parte superior da tampa h um manmetro e uma vlvula de vapor que

    alimenta o destilador (acoplada cmara de extrao, atravs de uma conexo de

    teflon), mostrada na Figura 4.9. Na base da cmara de extrao, est localizada

    uma vlvula, purga, para retirada do vapor condensado, mostrada na Figura 4.10.

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    Resultados e Discusses 44

    Figura 4.9 Tampa com manmetro e vlvula de vapor.

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    Resultados e Discusses 45

    Figura 4.10 Vlvula para retirada do vapor condensado.

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    Resultados e Discusses 46

    Na Figura 4.11 v-se um desenho esquemtico do destilador, todo em

    vidro, construdo com 3 tubos concntricos de 33,0 cm de comprimento para

    se obter desempenho semelhante aos convencionais, com tamanho superior. O

    dimetro dos tubos, externo, intermedirio e interno so de 3,4 cm, 2,04 cm e

    1,24 cm, respectivamente. Os tubos, interno e externo, so alimentados com

    vazo contnua de gua para troca de calor com o vapor que passa no tubo

    intermedirio. Uma foto do destilador est apresentada na Figura 4.12.

    Figura 4.11 Desenho esquemtico do destilador.

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    Resultados e Discusses 47

    Figura 4.12 Destilador.

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    Resultados e Discusses 48

    O condensado liberado aps passar por um reservatrio que retm o

    leo, por diferena de densidade, conseqentemente, liberando a gua em uma

    vlvula que est localizada na base do destilador, mostradas na Figura 4.13.

    Figura 4.13 Reservatrio do leo e vlvula.

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    Resultados e Discusses 49

    4.2 Extrao de leo de Gengibre

    4.2.1 Extrao Via Clevenger MA 553

    Os resultados da extrao no destilador de leos essenciais Clevenger MA

    553 esto mostrados na Tabela 4.1, para 400g de gengibre com densidade de 1,03

    g/cm3e umidade de 86,23% b.u., em 800ml de gua, temperatura de 98 C no

    balo, em 7 horas de extrao. A massa de leo extrada foi de 0,961gcorrespondendo a um teor de 1,70%.

    Tabela 4.1 Extrao do leo de gengibre no destilador de leos essenciais

    Clevenger MA 533.

    Massa

    de gengibre(g)

    Volume

    de gua(ml)

    Temperatura(C)

    Tempo(h)

    Massa de leo

    extrado(g)

    Teor

    de leo(%)1,0 0,301 0,532,0 0,522 0,923,0 0,645 1,144,0 0,720 1,275,0 0,810 1,436,0 0,880 1,55

    400,00 800,00 98,0

    7,0 0,961 1,70

    As Figuras 4.14 e 4.15 mostram a quantidade de leo extrado em funo

    do tempo e a mesma quantidade em funo do teor de leo respectivamente. Da

    Figura 4.14 observa-se que a quantidade de leo extrado aumenta com tempo de

    extrao e este limitado pela quantidade de gua (volume do balo), adicionada

    amostra, uma vez que este processo em batelada. Com relao aos resultados

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    Resultados e Discusses 50

    apresentados na Figura 4.15, o comportamento do teor de leo tambm e

    crescente.

    Figura 4.14 Quantidade de leo extrado em funo do tempo para massa de

    400g de gengibre.

    0 .0 0 .1 0 .2 0 .3 0 .4 0 .5 0 .6 0 .7 0 .8 0 .9 1 .00 .0

    0 .2

    0 .4

    0 .6

    0 .8

    1 .0

    1 .2

    1 .4

    1 .6

    1 .8

    2 .0

    Teordeleo(%)

    le o e x t ra d o ( g )

    Figura 4.15 Quantidade de leo extrado em funo do teor de leo para massa

    de 400g de gengibre.

    0 1 2 3 4 5 6 7 80 ,0

    0 ,1

    0 ,2

    0 ,3

    0 ,4

    0 ,5

    0 ,6

    0 ,7

    0 ,8

    0 ,9

    1 ,0

    leoextrado(g)

    T e m p o ( h )

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    Resultados e Discusses 51

    4.2.2 Extrao Via Equipamento Desenvolvido

    Para a extrao do leo de gengibre, a caldeira e a cmara de extrao

    trabalharam nas condies de operao mostradas na Tabela 4.2, com vazo

    mdia de destilado de 0,831 l/h e vazo mdia de gua no destilador de 125 l/h.

    Tabela 4.2 Presso na caldeira, presso na cmara de extrao e temperatura.

    Pressona caldeira(Kgf/cm2)

    Pressona cmara(Kgf/cm2)

    Temperaturana cmara

    (oC)

    0,4 75,40,8 93,01,21,2 104,21,6 112,72,0 119,62,42,4 125,5

    2,8 130,53,2 135,13,63,6 139,2

    Para cada presso na caldeira foi realizada a extrao com diferentes

    presses na cmara de extrao e os resultados para a massa de leo extrado e o

    respectivo teor esto apresentados na Tabela 4.3, cuja extrao foi realizada por

    um tempo de 4 horas com uma massa de 400g colocada em uma nica bandeja.

    Para melhor visualizao, a Figura 4.16 mostra estes mesmos resultados, onde se

    observa que a extrao do leo apresentou um comportamento crescente para as

    presses de 1,2 kgf/cm2e 2,4 kgf/cm2na caldeira, mas, presso de 3,6 kgf/cm2,

    tambm na caldeira, verificou-se que, na cmara de extrao com presso de 3,2

    kgf/cm2, houve diminuio da quantidade extrada em relao s presses

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    Resultados e Discusses 52

    menores na caldeira. Essa diminuio da quantidade de leo extrada foi

    acompanhada de uma mudana de colorao, verificada visualmente, o que pode

    ser decorrncia da perda das caractersticas da amostra. Ainda, nesta figura

    observa-se que para Pcal = 1,2 kgf/cm2, a massa de leo extrada aumentou de

    0,36g para 0,85g, enquanto para a presso de 2,4 kgf/cm2a massa foi de 0,40g

    para 0,99g, correspondendo aos teores de leo extrado de 1,50 e 1,75%

    respectivamente (vide Tabela 4.3).

    Tabela 4.3 Extrao com uma bandeja e 400g de gengibre em diferentes

    presses e temperaturas.

    BandejaMassa

    de gengibre(g)

    Tempo(h)

    Pcal(kgf/cm)

    Pcam(kgf/cm)

    Tcam(C)

    Massa de leoextrado

    (g)

    Teor(%)

    0,40 75,42 0,36 0,640,80 92,99 0,76 1,341,201,20 104,25 0,85 1,501,60 112,73 0,40 0,712,00 119,62 0,61 1,08

    2,40

    2,40 125,46 0,99 1,752,80 130,55 1,17 2,073,20 135,08 0,73 1,29

    1 400,00 4,00

    3,603,60 139,18 1,57 2,77

    Na Figura 4.17 pode-se observar o aumento na extrao do leo e no teor,

    com o acrscimo da temperatura, verificando-se o mesmo comportamento na

    extrao do leo em funo da presso discutida na Figura 4.16.

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    Resultados e Discusses 53

    Figura 4.16 Quantidade de leo de gengibre extrado em funo da temperatura

    para diferentes presses na caldeira.

    Figura 4.17 Quantidade de leo de gengibre extrado em funo da presso nacmara para diferentes presses na caldeira.

    0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,00,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

    1,6

    1,8

    Pcam (Kgf/cm 2)

    leoextrado(g)

    Pcal = 1,2 Kgf/cm2

    Pcal = 2,4 Kgf/cm2

    Pcal = 3,6 Kgf/cm2

    60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 1600,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

    1,6

    1,8

    Temperatura (0C)

    leoextrado(g)

    Pcal = 1,2 kgf/cm2

    Pcal = 2,4 kgf/cm2

    Pcal = 3,6 kgf/cm2

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    Resultados e Discusses 54

    Para a obteno de mais resultados, usou-se at trs bandejas com o

    equipamento operando nas condies apresentadas na Tabela 4.4.

    A anlise foi feita sobre o extrator de leos essenciais em relao ao

    tempo, sendo que o melhor resultado obtido foi para a extrao durante as 4

    primeiras horas e, no houve aumento significativo de extrao aps esse tempo.

    A melhor extrao de leo em relao massa e quantidade de bandejas

    foi para uma massa total de 400g, distribudas igualmente em trs bandejas

    (Tabela 4.4).

    Tabela 4.4 Extrao do leo de gengibre com uma, duas e trs bandejas.

    Nmerode

    Bandejas

    Massa degengibreem cadabandeja

    (g)

    Tempo(h)

    Pcal(Kgf/cm)

    Pcam(Kgf/cm)

    Tcam(C)

    Massade leo

    extrado

    (g)

    Teor deleo(%)

    1,0 0,123 0,432,0 0,161 0,573,0 0,175 0,621 200,04,0 0,209 0,741,0 0,280 0,492,0 0,482 0,853,0 0,560 0,991 400,04,0 0,636 1,121,0 0,613 1,08

    2,0 0,741 1,313,0 0,754 1,332 200,04,0 0,844 1,491,0 0,614 1,082,0 0,722 1,273,0 0,903 1,593 133,34,0

    2,4 1,6 112,73

    0,965 1,70

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    Resultados e Discusses 55

    A Tabela 4.5 mostra a quantidade de leo de gengibre extrado em funo

    da massa de gengibre para uma, duas e trs bandejas, com presso na cmara de

    1,6 kgf/cm2e temperatura de 112,73C, obtendose melhor resultado do teor de

    leo extrado para massa de 400g de gengibre, inferindo-se que foi a quantidade

    de massa que resultou em melhor distribuio e espessura da torta (1,0 0,2 cm)

    dentro das bandejas, e que proporcionou um maior contato do vapor com a

    amostra.

    Tabela 4.5 Extrao do leo de gengibre com uma, duas e trs bandejas em

    diferentes quantidades de amostras.

    Nmerode

    Bandejas

    Massade

    gengibreem cada

    bandeja(g)

    Tempo(h)

    Pcal(kgf/cm)

    Pcam(kgf/cm)

    Tcam(C)

    Massade leo

    extrado

    (g)

    Teor deleo

    (%)

    200,0 0,209 0,74400,0 0,636 1,12600,0 0,927 1,09

    1

    1200,0 1,870 1,10100,0 0,462 1,63200,0 1,071 1,89300,0 1,563 1,84

    2

    600,0 2,279 1,3466,6 0,374 1,32133,3 0,965 1,70200,0 1,318 1,55

    3

    400,0

    4,0 2,4 1,6 112,73

    2,518 1,48

    A Figura 4.18 mostra a quantidade de leo de gengibre extrado em funo

    do tempo para massa de 400g de gengibre, distribudo igualmente em duasbandejas com presso na cmara de 1,6 kgf/cm2 e temperatura de 112,73C,

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    Resultados e Discusses 56

    obtendo uma massa de leo de 0,844g, enquanto que ao se distribuir a massa de

    gengibre em uma nica bandeja, a massa extrada foi de 0,636g. Comparando as

    quantidades extradas com uma e duas bandejas, verificou-se que a extrao com

    duas bandejas 30% superior que a extrao com uma bandeja.

    Figura 4.18 Quantidade de leo extrado em funo do tempo para uma massa

    de 400g de gengibre em duas bandejas.

    A Figura 4.19 mostra a quantidade de leo de gengibre extrado em funodo tempo nas mesmas condies do que com uma e duas bandejas, obtendo uma

    massa de leo de 0,965g, enquanto que ao se distribuir a massa de gengibre

    igualmente em duas bandejas, a massa extrada foi de 0,844g. Comparando as

    quantidades extradas com duas e trs bandejas, verificou-se que a extrao com

    trs bandejas 14% superior que a extrao com duas bandejas; nas mesmas

    condies operacionais.

    1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,00,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    leoextrado(g)

    Tempo (h)

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    Resultados e Discusses 57

    Figura 4.19 Quantidade de leo extrado em funo do tempo para uma massa

    de 400g de gengibre em trs bandejas.

    Nas figuras anteriores foram apresentados os resultados da extrao com

    relao quantidade de bandejas no extrator, e, para uma melhor anlise, estes

    foram sobrepostos e esto mostrados na Figura 4.20. Os resultados das extraes

    com uma, duas e trs bandejas, mostram que o melhor resultado foi para a

    extrao com trs bandejas por haver maior contato do gengibre com o vapor e,

    conseqentemente, maior arraste de leos essenciais. A figura tambm mostra

    maior extrao de leo no extrator com duas e trs bandejas em relao ao

    Clevenger, mas com uma bandeja a extrao menor, com relao ao tempo, o

    extrator apresenta uma diminuio de 3 horas de extrao em relao ao

    Clevenger (Tabelas 4.1 e 4.3).

    1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,00,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    Tempo (h)

    leoextrado(g)

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    Resultados e Discusses 58

    Figura 4.20 Quantidade de leo extrado em funo do tempo para massa de

    400g de gengibre em uma, duas e trs bandejas e tambm no Clevenger.

    Com estes resultados ficou evidenciado que operar o equipamentodividindo a amostra nas 3 bandejas permite uma maior extrao de leo, o que era

    de se esperar, uma vez que a rea de contato entre a amostra e o vapor ficou

    aumentada, promovendo uma maior extrao.

    4.3 Caracterizao da Matria-Prima

    Para a caracterizao do gengibre foram feitas as seguintes anlises:

    densidade aparente, calor especfico, viscosidade do leo essencial e contedo de

    umidade; e para o leo extrado: densidade aparente, calor especfico, viscosidade,

    identificao dos grupos funcionais e teor de leos essenciais.

    1 2 3 4 50,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    1 2 3 4 50,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    1 2 3 4 50,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    1 2 3 4 50,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    leoextrado(g)

    Tempo (h)

    Extrao (1 bandeja)

    Extrao (2 bandejas)

    Extrao (3 bandejas)

    Extrao no Clevenger

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    Resultados e Discusses 59

    4.3.1 Densidade Aparente

    A densidade aparente do rizoma do gengibre foi determinada para todos os

    lotes de amostras, adquiridos no mercado local, obtendo a densidade mdia

    aparente de 1,040,03 g/cm3e, para o leo extrado do mesmo, foi calculado na

    Pcal = 2,4 kgf/cm2 e Pcam = 1,2 a 2,0 kgf/cm2 com intervalo de 0,4 kgf/cm2,

    assim, obtida a densidade aparente mdia do leo de 0,8550,035 g/cm3. Todos os

    resultados encontram-se nas faixas descritas por Franco (1992), Bender (1982) e

    Ishimura et al.(1988).

    4.3.2 Calor Especfico

    A calorimetria diferencial de varredura (DSC) realizou anlise em

    diferentes amostras. A Figura 4.21 apresenta os resultados de milivoltagem (mV)

    em funo da temperatura, para as amostras de gengibre analisadas em atmosfera

    de ar: in natura, seco, bagao seco, bagao e leo de gengibre. O gengibre seco

    foi obtido em estufa a 1050C por um perodo de 24 h. O bagao a massa de

    gengibre resultante da extrao do leo e que tambm foi seo em estufa. Todas

    mostraram picos de oxidao, exceto a amostra do bagao. J para o pico de

    fuso, apenas as amostras in naturae o bagao, os apresentam sendo que os picosde fuses so endotrmicos e os picos de oxidaes so exotrmicos.

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    Resultados e Discusses 60

    Figura 4.21 Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para

    diferentes amostras.

    A anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC), com atmosfera

    de ar e N2,mostrado na Figura 4.22 indicaram pico de fuso ( 220C) e oxidao

    ( 450C) acentuado para atmosfera de ar. Na atmosfera com N2mostrou picos

    baixos de umidade ( 250C) e oxidao ( 430C), identificando assim traos de

    gua, carboidratos, fibras e protenas.

    A Figura 4.23 mostra os resultados para o leo de gengibre exposto luz

    durante 24 horas e no exposto luz, armazenado em recipiente recoberto compapel alumnio, durante 24 horas, onde podem ser observados picos de umidade

    ( 140C) e oxidao (no intervalo de 370C a 460C) na mesma faixa de

    temperatura, apresentando o mesmo comportamento, mas com intensidade em mV

    diferentes, o que indica interferncia da luz sobre o leo do gengibre que foi

    exposto mesma.

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-80

    -70

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-80

    -70

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-80

    -70

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-80

    -70

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-80

    -70

    -60

    -50

    -40

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    bagao seco

    leo

    gengibre "in natura"

    gengibre seco

    DSC(mW)

    Temperatura (0C)

    bagao

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    Resultados e Discusses 61

    Figura 4.22 Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para o leo

    em atmosfera de ar e N2.

    Figura 4.23 Anlise da calorimetria diferencial de varredura (DSC) para o leo

    de gengibre exposto e no exposto luz.

    5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0 5 0 0- 2 , 0

    - 1 , 5

    - 1 , 0

    - 0 , 5

    0 ,0

    0 ,5

    1 ,0

    1 ,5

    2 ,0

    2 ,5

    3 ,0

    3 ,5

    4 ,0

    5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0 5 0 0- 2 , 0

    - 1 , 5

    - 1 , 0

    - 0 , 5

    0 ,0

    0 ,5

    1 ,0

    1 ,5

    2 ,0

    2 ,5

    3 ,0

    3 ,5

    4 ,0 l e o e x p o s t o a lu z - N

    2

    DSC(mW)

    T e m p e r a tu r a ( 0 C )

    l e o - N2

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-5

    -4

    -3

    -2

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-5

    -4

    -3

    -2

    -1

    0

    1